GESTÃO DE RISCOS NA OPERAÇÃO DE PLATAFORMAS DE PETRÓLEO
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- Branca Flor Alcântara Valente
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1 2, 3 e 4 de Julho de 2009 ISSN GESTÃO DE RISCOS NA OPERAÇÃO DE PLATAFORMAS DE PETRÓLEO Mauricio de Paula Oliveira UFF Eduardo Qualharini UFRJ Resumo Com o afundamento da plataforma de petróleo P-36 da Petrobras, foi constatado pela alta administração dessa empresa que a Gestão de Riscos deveria sofrer uma reavaliação e nova restruturação e, passar a ser parte integrante dos processos de Gestão, acompanhando todo o ciclo de vida da Unidade Marítima de Produção, começando pela concepção em suas bases de projeto, pela operação até o seu descomissionamento. Devido às obras realizadas a bordo nessas unidades durante a fase de operação, a Gestão de Mudança é um fator essencial ao sucesso da Gestão de Riscos, por isso, esse trabalho mostrará as metodologias aplicadas no processo de Análise de Riscos. Palavras-chaves: Gestão de Riscos, Riscos, Plataforma de Petróleo.
2 1. A SITUAÇÃO PROBLEMA VINCULADA À PESQUISA Com o advento do acidente da plataforma P-36 e seu afundamento, foi necessário estabelecer um maior controle nos riscos ainda na fase de projeto. Durante a operação das Unidades Marítimas de Produção é necessária a continuidade do gerenciamento dos riscos advindos das alterações e adaptações do projeto original, com o intuito de prevenir acidentes. As alterações propostas durante a construção e montagem de uma plataforma, como também as mudanças ocorridas durante a fase de operação devem ser tratadas em Gerenciamento de Mudanças a fim de identificar as alterações nos riscos da unidade de produção, visto que vários acidentes ocorridos no passado foram oriundos de uma má administração na documentação de projeto, ou seja, os serviços são planejados e liberados com base em documentos ultrapassados levando o trabalhador ao erro. Quando da construção e uma plataforma de petróleo os projetos precisam ser avaliados tanto nas condições de operação quanto na visão de segurança e seus recursos de contingência. Após o início da operação da unidade marítima, toda e qualquer alteração de seu projeto original deve ser avaliada quanto ao nível de risco e sua confiabilidade OBJETIVOS DA PESQUISA OBJETIVO GERAL petróleo. Apresentar os diversos estudos de Análise de Riscos aplicados a uma plataforma de OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar os estudos de análise de riscos e as fases do ciclo de vida da Unidade de Produção onde são aplicados e; Analisar os resultados dos estudos de conseqüência AS QUESTÕES DA PESQUISA 2
3 Para que ao final desse trabalho possam ser respondidas e haja uma visão mais clara do tema pesquisado, algumas questões foram elaboradas: 1ª Questão: Os projetos podem incorporar propostas de alteração após uma análise de riscos? 2ª Questão: Como é feito o levantamento dos perigos de uma plataforma de petróleo durante a sua fase de elaboração e construção? 3ª Questão: Como é feito o levantamento dos perigos de uma plataforma de petróleo em operação? 4ª Questão: Pode haver diferenças nos resultados das análises de riscos? 2. MÉTODO Essa pesquisa é de natureza qualitativa, pois o objetivo será de analisar o desenvolvimento da gestão de riscos em uma plataforma de petróleo. Ela se utilizará de um método descritivo, uma vez que investigará a literatura existente num modelo das prática propostas por organismos nacionais e internacionais. 3. REVISÃO DA LITERATURA 3.1. CENÁRIO DA ATIVIDADE DE EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DE PETRÓLEO POSIÇÃO DO REINO UNIDO A regulamentação do governo Inglês requer das empresas de petróleo a aprovação de um Safety Case ou demonstração. Esta abordagem inclui a comprovação de que a Empresa possui um sistema de gerenciamento que assegure o cumprimento com requisitos estatutários de saúde e segurança, evidências da realização de auditorias internas do Sistema, identificação de situações potenciais de perigo consideradas significativas, análise de riscos com conseqüente redução do risco ao nível mais baixo possível (nível aceitável). Adicionalmente, um plano de ação de emergência envolvendo prontidão, evacuação e resgate, também deve ser um componente desse Sistema. 3
4 Este processo vem sendo aplicado na região do Mar do Norte, às Unidades Móveis de Perfuração e demais plataformas de produção de petróleo, com bastante sucesso. A maioria das Unidades Marítimas pertencentes às companhias que operam no Reino Unido já foram aprovadas. Estudos, projetos, melhorias em equipamentos e instalações; bem como desenvolvimento e manutenção de sistemas de gestão foram implementados pela indústria de petróleo local. Atualmente, os esforços do setor vêm sendo dirigidos para áreas com maiores oportunidades de melhoria, não só nas instalações industriais como também no desenvolvimento de uma legislação mais adequada. (Curso de Gestão, Bureau Veritas, 2002) POSIÇÃO DOS EUA O Mineral Management Services (Órgão executivo do governo americano), solicitou a todas as companhias de petróleo que implementassem voluntariamente sistemas de gerenciamento de segurança e proteção ambiental, usando a norma API- RP 75 como referência. Este Órgão vem monitorando os resultados das empresas com a implantação desses sistemas, devendo decidir quanto a aplicação mandatória deste padrão. A USCG (Guarda Costeira Americana), participou ativamente do desenvolvimento do Código ISM junto aos Comitês da IMO, tendo publicado uma resolução definindo diretrizes para implantação do Código em embarcações de bandeira americana. A USCG solicitou às entidades de classe (IADC, National Offshore Safety Advisory Committee) a formação de grupos de trabalho para analisar sua resolução, visando adequá-las às unidades marítimas offshore. Segundo a USCG com a implantação pelas empresas de Sistemas de Gestão de Segurança e Meio Ambiente, deverá ser reduzido o escopo e a freqüência de suas intervenções nas unidades marítimas Posição da IMO (Organização Marítima Internacional) A IMO adotou um conjunto de emendas em sua principal convenção de Segurança (Convenção SOLAS Safety of Life at Sea), Tornando mandatória a implementação do Código ISM para determinados tipos de Unidades Marítimas. Esta medida afetou 4
5 particularmente as unidades Móveis de Perfuração, que deveriam se enquadrar segundo os requisitos do Código ISM, até julho de O fato do Código ISM ter sido considerado como parte da Convenção SOLAS, introduziu uma questão que afeta significativamente as empresas de petróleo. A princípio a Convenção SOLAS é aplicável a embarcações propelidas envolvidas em viagens internacionais, o que limitaria bastante o universo de unidades offshore para as quais o Código seria mandatório. Contudo, sob o ponto de vista técnico o nível de risco das atividades de exploração e produção é, no mínimo, equivalentes às demais atividades marítimas. Deste modo, as autoridades marítimas responsáveis pela aplicação das Convenções Internacionais em suas águas territoriais, deverão estender a aplicação deste Código para outras unidades marítimas, envolvendo as Unidades Offshore POSIÇÃO DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO O Fórum Internacional das Indústrias de Exploração e Produção (E&P Fórum) introduziu uma iniciativa notável no gerenciamento de segurança, meio ambiente e saúde aplicável à indústria do petróleo. Este fórum é uma associação internacional reunindo Companhias de petróleo do segmento de exploração e produção, tendo como objetivo principal a proteção do homem e do meio ambiente. Esta entidade publicou um documento intitulado Guidelines for Health, Safety and Environmental Management Systems, desenvolvido para prover um conjunto objetivo, de requisitos de gestão aplicáveis as operadoras e contratistas, que assegurem o cumprimento com políticas de segurança, meio ambiente e saúde; e boas práticas de gestão. Companhias operadoras européias estão aderindo a este modelo e passam a cobrar de suas contratadas a implantação de sistemas semelhantes como condição pré-contratual. A Petrobras tem aplicado essa sistemática contratual através da inclusão do Anexo de SMS nos contratos com suas prestadoras de serviços, o qual é objeto de auditoria. (Curso de Gestão, Bureau Veritas, 2002) POSIÇÃO DA ISO (INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION) 5
6 A Norma ISO relacionada com a variável Meio Ambiente foi emitida em 1996 com o objetivo de se tornar um padrão internacional para desenvolvimento de Sistemas de Gestão Ambiental aplicáveis a todos os segmentos econômicos, em particular, os segmentos industriais. A Petrobras aderiu fortemente a essa gestão, antecipando às demandas de órgãos governamentais de meio ambiente e fornecendo insumos para a constante revisão da legislação, pois essa variável é tratada tradicionalmente em conjunto com as variáveis de segurança e saúde, antes da própria emissão do conjunto de normas ISO Atualmente, vem sendo discutido junto aos comitês da ISO o tratamento a ser dado para a gestão da segurança e saúde. Inicialmente se pensava na edição de um conjunto de normas específico para a matéria. Contudo, esta tendência vem perdendo força, sendo substituída por uma alternativa que considera as variáveis segurança e saúde conjuntamente com a variável meio ambiente, a partir de uma revisão da norma ISO REQUISITOS E NORMAS Analisando os requisitos das diversas normas pode-se notar uma convergência entre os mesmos temas básicos, com pequenas diferenças nas nomenclaturas utilizadas. É abordado os seguintes temas principais: políticas, auditorias internas, planos de contingências, análise de riscos, análise crítica do sistema, tratamento de não conformidades, etc. Analogamente, os elementos fundamentais para a implantação dos Sistemas de Gestão, independente da norma adotada, são essencialmente os mesmos, como: liderança, definição de uma política clara e objetiva, comprometimento da alta administração e planejamento, dentre outros. Dentro deste contexto, a proliferação de padrões para tratamento do mesmo tema, com envolvimento de várias entidades, poderá promover obrigações legais ou contratuais envolvendo as indústrias do setor, criando elementos complicadores no relacionamento entre Operadores e Contratistas ou empresas de petróleo sócias em um mesmo empreendimento. Na implantação dos Sistemas de Gestão na empresa operadora da Unidade Marítima e suas colaboradoras podem surgir dificuldades potenciais, onde o seu sistema é obrigado a incorporar os requisitos do ISM Code, por imposição do Governo da bandeira ou do Governo 6
7 responsável pela locação da operação. Tais entidades governamentais poderão, em paralelo, exigir que o sistema cumpra seus requisitos legais específicos. Com a tendência de empresas parceiras em determinada operação, como já visto na aquisição de novos lotes leiloados pela Agência Nacional de Petróleo ANP, será necessária uma equivalência mínima entre os elementos dos sistemas próprios. Como mais um fator a ser superado, a globalização de mercados impõe às indústrias do setor que operem simultaneamente em diferentes países, com diferentes parceiros ou clientes e, portanto, sob diferentes condições. Este cenário ilustra a necessidade crescente de adoção de padrões internacionais de Gestão de Segurança, Meio Ambiente e Saúde que sejam reconhecidos e aceitos por todas as partes interessadas que formam o setor de exploração e produção de petróleo. No atual momento em que o Brasil atingiu a auto-eficência na produção de petróleo, a questão da Gestão de Segurança, Meio Ambiente e Saúde deve ocupar o um lugar de destaque, e caminhar para a formação de valor. 4. SISTEMAS DE GESTÃO E APLICAÇÃO DE ANÁLISE DE RISCOS 4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS A implantação do Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, de forma que uma estrutura adequada de responsabilidades e ações seja bem definida e haja uma boa análise das informações, a empresa poderá alcançar o máximo em SST, otimizando seus recursos financeiros, humanos, tecnológicos e materiais disponíveis na empresa. A ausência de um Sistema de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho prejudica no gerenciamento dos riscos, podendo permitir altos índices de acidentes e doenças do trabalho. A maior prejudicada é a força de trabalho que não está coberta com um sistema de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais. Os efeitos danosos à saúde dos trabalhadores podem ser percebidos a curto ou a longo prazo, trazendo a diminuição da capacidade laborativa parcial ou total de maneira temporária ou até permanente. De todo forma a empresa tem um impacto decrescente na produção, um ambiente de trabalho negativo com trabalhadores desmotivados e um comprometimento na qualidade de seus produtos, ameaçando a imagem da companhia. 7
8 NORMA BRITÂNICA BS 8800 A Norma BS-8800 tem como anexos a Relação com a ISO 9001 (1994, Sistemas de Gestão da Qualidade), a Organização, o Planejamento e Implementação, a Avaliação de Riscos, a Mensuração do Desempenho e Auditoria que mostram, conforme dito anteriormente, como fazer. Anexo D - Avaliação de Riscos: No anexo D é explicado os princípios e práticas da avaliação de riscos de SST, e as razões da sua necessidade. As organizações devem adaptar a abordagem descrita neste anexo para atender suas próprias necessidades, levando em consideração a natureza de seus trabalhos e a gravidade e complexidade de seus riscos. O processo de avaliação de riscos segue os passos apresentados na figura 3. Figura 3: Processo de avaliação de riscos. Classificar as atividades de trabalho Identificar os Perigos Determinar os riscos Decidir se os riscos são toleráveis Preparar plano de ação para o controle dos riscos (se necessário) Revisar a adequacidade do plano de ação Fonte: BS 8800:
9 A avaliação de riscos envolve três passos básicos: identificar perigos; estimar o risco de cada perigo (a probabilidade e a gravidade do dano) e decidir se o risco é tolerável. A intenção da avaliação de riscos SST é fazer com que os riscos sejam controlados, antes que possa ocorrer o dano, sendo um fundamento-chave para a gestão pró-ativa da SST. Uma avaliação de riscos baseada em uma abordagem participativa dá a oportunidade para a administração e para os trabalhadores estarem de acordo que: os procedimentos de SST de uma organização são baseados em percepções compartilhadas de perigos e riscos, são necessários e viáveis e terão sucesso na prevenção de acidentes CÓDIGO ISM (INTERNATIONAL SAFETY MANAGEMENT) O código constitui o capítulo IX do SOLAS - "Management for the Safe Operation of Ships", e será mandatário para as empresas registradas sob bandeiras de países signatários conforme abaixo: Navios de passageiros, petroleiros, químicos, gaseiros, graneleiros e embarcações classificadas como de "alta velocidade", a partir de 01 de julho de 1998; e Outros navios de carga e unidades móveis de perfuração, a partir de 01 de julho de A razão para documentar a responsabilidade e autoridade do pessoal é assegurar que aqueles envolvidos com a Segurança e Proteção do Meio Ambiente saibam o que é esperado deles para que o Sistema efetivamente funcione. Rotinas de treinamento devem ser realizadas de acordo com os procedimentos e requerimentos estabelecidos no SMS. As simulações devem enfatizar fainas em situações de emergência, e seu propósito é o de assegurar que a tripulação atenda aos padrões estabelecidos no SMS e ganhe confiança para controlar situações que possam surgir caso ocorra uma emergência. O resultado de auditorias de segurança, simulações e análise de acidentes, situações de risco ocorridas e não conformidades são ferramentas de auxílio na identificação da necessidade de treinamento ou de alteração nos procedimentos do SMS GESTÃO DE RISCOS 9
10 COMO PODE SER FEITA A GESTÃO DE RISCOS? a) As avaliações de riscos constituem um processo de suporte e as recomendações geradas nesses estudos são fruto da percepção da equipe envolvida, a partir da aplicação de técnicas estruturadas para identificação de perigos, possuindo caráter estritamente técnico. A implementação dessas recomendações deve ter sua viabilidade avaliada gerencialmente, a partir da aplicação da filosofia "ALARP" (As Low As Reasonable Practicable - Tão baixo quanto razoavelmente praticável). Quando aprovadas, tais recomendações se tornam objetivos relacionados à SMS, cujo controle e provisão dos recursos necessários à sua implementação cabem ao gestor do projeto ou processo. b) As recomendações geradas a partir dos estudos de riscos podem eventualmente inserir mudanças nas instalações e a sua implementação, portanto, deve ser gerenciada durante a fase de implantação do projeto e durante a fase de operação. c) Os perigos relacionados à segurança das instalações, associados às falhas operacionais, devem ter seus riscos avaliados através de Análise Preliminar de Riscos. d) Os perigos relacionados à execução das tarefas são identificados através da Análise Preliminar de Risco das tarefas, quando da emissão da Permissão para Trabalho - PT. Os riscos a eles associados são considerados, em princípio, como não toleráveis, exigindo a adoção de medidas de controle. Caso estas medidas não possam ser implementadas, as tarefas não serão realizadas. e) A criação de um Manual de Segurança estabelece requisitos mínimos e as condutas a serem seguidas nas várias atividades de trabalho desenvolvidas a bordo das plataformas, com o intuito de minimizar os riscos identificados e prevenir a ocorrência de acidentes e incidentes. Devemos focar nos novos projetos, ou seja, na documentação de Engenharia do projeto de uma plataforma de petróleo a ser construída. O projeto é dividido em Projeto Básico e Projeto de Detalhamento, onde em cada fase são definidos os Estudos de Riscos aplicáveis. A Figura 1 mostra os Estudos de Riscos a serem desenvolvidos durante o Projeto Básico dos empreendimentos, como também suas descrições conforme a seguir: 10
11 Figura 1 - Estudos a serem realizados no Projeto Básico ETAPA ESTUDO DESCRIÇÃO Projeto Básico APR (1) Avaliação de riscos integrada, englobando instalações submarinas e de superfície. HAZOP (1) Avaliação de riscos integrada, englobando instalações submarinas e de superfície. Avaliações Quantitativas (1) EERA (1) PPRA Estudos de dispersão de gases, propagação de incêndio, explosão etc, nas Instalações de Superfície Estudo de Escape, Resgate e Abandono nas Instalações de Superfície Estudo dos riscos ocupacionais relativos à UEP, com foco na fase de operação. EIA Estudo de Impactos Ambientais, englobando instalações submarinas e de superfície. (4) Avaliação e gestão de riscos nas atividades de engenharia de poços Gestão Mudanças de Controle Integrado de Mudanças em Projetos A Figura 2 mostra os Estudos de Riscos a serem desenvolvidos durante o Projeto de Detalhamento dos empreendimentos, como também suas descrições conforme a seguir: Figura 2 - Estudos a serem realizados no Projeto de Detalhamento ETAPA ESTUDO DESCRIÇÃO Projeto de Detalhamento APR (2) HAZOP (2) PPRA EIA ISEA (2) Avaliações Quantitativas (2) Atualização da avaliação de riscos integrada, englobando instalações submarinas e de superfície. Atualização da avaliação de riscos integrada, englobando instalações submarinas e de superfície. Atualização do estudo dos riscos ocupacionais relativos à UEP, com foco na fase de operação. Atualização do Estudo de Impactos Ambientais, englobando instalações submarinas e de superfície. Avaliação dos riscos envolvidos na Interação entre sistemas elétricos e de automação nas Instalações de Superfície (Tarefa 15 do PEO) Atualização dos estudos de dispersão de gases, propagação de incêndio, explosão etc, nas Instalações de Superfície 11
12 EERA (2) Avaliação Ergonômica APN-2 APN-2 Estudo de Escape, Resgate e Abandono nas Instalações de Superfície Avaliação ergonomica dos postos de trabalho Análise Preliminar de Perigos Nível 2 pré Comissionamento. Análise Preliminar de Perigos Nivel 2 para padronização de novas tarefas A Figura 3 apresenta os Estudos de Riscos que poderão ser desenvolvidos durante a fase de Operação da plataforma, como também suas descrições. No caso de mudança de projeto, deverá ser avaliado por especialista de segurança qual a metodologia a ser utilizada: Figura 3 - Estudos a serem realizados na fase de Operação ETAPA ESTUDO DESCRIÇÃO Operação APN-2 APN-2 PPRA Gestão Mudanças de Análise Preliminar de Perigos Nível 2 para elaboração / revisão de padrão de execução Análise Preliminar de Perigos Nível 2 para emissão de PT. Atualização do estudo dos riscos ocupacionais relativos a UEP. Estudos de riscos considerados pertinentes. A Figura 4 deixa registrado que da época da desativação da plataforma, os riscos deverão ser analisados conforme as exigências dos órgãos reguladores: Figura 4 - Estudos a serem realizados na fase de desativação da plataforma ETAPA ESTUDO DESCRIÇÃO Desativação A depender do processo de desativação Conforme atividades previstas para desativação e de acordo com as exigências do Órgão Regulador. 12
13 Os estudos qualitativos são elaborados por especialistas sem a necessidade de softwares específicos, já os estudos quantitativos são desenvolvidos a partir de ferramentas especiais que geram a modelagem específica de acordo com a geometria 3D da plataforma BREVE DESCRIÇÃO DOS ESTUDOS DE RISCOS a) Análise Preliminar de Riscos APR: Técnica indutiva estruturada para identificar perigos decorrentes de falhas de instalações ou erros humanos, bem como suas causas e conseqüências e avaliar qualitativamente seus riscos impactando a Segurança Pessoal, Meio Ambiente, Instalação e Imagem da Empresa. Na Figura 5 é mostrada a planilha para a elaboração da APR. Figura 5 Planilha de APR Área: Instalação: Processo ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS Subprocesso: Data: Pag: Documentos: Perigo Causas Possíveis Efeitos Modos de Detecção/ Salvaguar das Freq. Classificação Severidade Risco SP P M I SP P M I Observações/ Recomendações Cenário Onde: SP: Segurança Pessoal M: Meio Ambiente P: Patrimônio I: Imagem da Empresa b) Estudo de Perigo e Operabilidade HAZOP: Técnica estruturada para identificar perigos de processo e potenciais problemas de operação utilizando palavras-guias associadas a parâmetros de processo, para avaliar qualitativamente desvios de processo, suas causas e conseqüências. Na Figura 6 é mostrada a planilha para a elaboração do HAZOP. c) Estudo de Dispersão de Gases: Esta análise deve ser desenvolvida com o objetivo de avaliar o comportamento dos vazamentos de gás e definir o número e a localização otimizada de detectores de gás hidrocarboneto em áreas abertas. 13
14 Figura 6 Planilha de HAZOP ANÁLISE DE PERIGOS E OPERABILIDADE Data: Instalação: Área Processo: Pag: Nó: Documentos: Desvio Possíveis Causas Possíveis Conseqüências Modos de Detecção/Salvaguardas Observações / Recomendações Cenários O estudo deve definir pontos de detecção que atendam principalmente a liberações iniciais (inicio de vazamento) que devem ser monitorados preliminarmente antes mesmo da detecção dos instrumentos do processo e da ocorrência dos eventos de incêndio e de explosão. O estudo é feito com simulação dos casos em fluidodinâmica computacional considerando as 4 direções de vazamento e 8 direções de vento a fim de validar a locação dos detectores. A Figura 7 mostra a modelagem do Estudo de Dispersão de Gases para o Vent dos Tanques de Carga da plataforma P-43, com a tendência da nuvem de gás sobre a planta de produção da plataforma. A direção nesse caso é de vento para a popa do navio: Figura 7 Dispersão de Gases do Vent dos Tanques de Carga da P-43 Fonte: Relatório do Estudo de Dispersão de Gases da P-43 - MTL Engenharia
15 A Figura 8 mostra a mesma nuvem do Estudo de Dispersão de Gases da P-43 para o Vent dos Tanques de Carga, com a sua faixa de inflamabilidade, demonstrando se o tamanho da nuvem gerada traz riscos à plataforma ao alcançar os módulos de produção: Figura 8 Nuvem de Gás com a faixa de inflamabilidade Fonte: Relatório do Estudo de Dispersão de Gases da P-43 - MTL Engenharia c) Estudo de Incêndio: Esses estudos visam a avaliar o comportamento das estruturas e equipamentos da plataforma no caso de incêndio. É elaborado a partir do resultado da APR onde são selecionados cenários críticos de pequenos e grandes vazamentos de hidrocarbonetos. Com o resultado das modelagens são sugeridas recomendações como instalação de proteção passiva e/ou redução de inventário através de colocação de válvulas de segurança. A Figura 9 apresenta a modelagem de incêndio da plataforma P-43 e as faixas de temperaturas das chamas que podem atingir as estruturas, equipamentos e tubulações e leválas ao colapso, agravando ainda mais o sinistro. 15
16 Figura 9 Estudo de Incêndio Faixa de temperaturas Fonte: Relatório do Estudo de Incêndio da P-43 - MTL Engenharia d) Estudo de Explosão: É o estudo aplicado para o dimensionamento das estruturas da plataforma baseado nos valores de sobrepressão advindas de uma explosão. Também deverá considerar os cenários críticos de vazamentos de hidrocarbonetos, sua composição, pressão e temperatura. A modelagem da explosão está diretamente ligada a geometria 3D da plataforma e o grau de confinamento do ambiente a ser simulado. A partir dos resultados da sobrepressão resultante do estudo, ações de mitigação deverão ser propostas, como reforço de estrutura, proteções adicionais, melhora da ventilação, novo arranjo de layout, etc. Os valores encontrados deverão ser analisados quanto à faixa de Tolerabilidade dos Riscos da Petrobras. A Figura 10 apresenta um resultado do Estudo de Explosão, onde são apresentados os valores 16
17 de sobrepressão e suas respectivas distâncias no caso de um vazamento de 30 m3 de gás natural seguido de explosão: Figura 10 Tabela de sobrepressão para um vazamento de 30 m3 de gás natural Categoria da Explosão 7- Deflagração Forte 6 Deflagração Forte 5 - Deflagração Média Sobrepressão da explosão (em bar) nas distâncias selecionadas 5 m 10 m 20 m 30 m 1,10 1,.3 0,60 0, ,49 0,40 0,28 0,22 0,20 0,15 0, Deflagração Pequena 0,11 0,10 0,08 0,05 Fonte: Relatório do Estudo de Explosão da P-43 - MTL Engenharia Alteração de Projetos (Mudanças): Durante a fase de operação algumas mudanças nos projetos originais da plataforma podem ocorrer, sendo que a alteração dos riscos deve ser analisada. Nessa fase os estudos de riscos citados poderão ser aplicados. Deve-se proceder um gerenciamento das mudanças em uma plataforma durante a fase de operação. Um especialista em Análise de Riscos, ao verificar o projeto, deve indicar qual(ais) estudo(s) deverá ser elaborado ou revisado. A indicação da necessidade de um estudo deverá ser acompanhada da metodologia a ser aplicada e em qual fase do projeto o mesmo será desenvolvido. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1. ASPECTOS GERAIS Os riscos estão presentes em muitas atividades industriais, destacando-se os riscos pessoais, riscos ao ambiente e riscos econômicos. 17
18 Em alguns desses riscos é possível obter uma redução através de práticas seguras de operação. Alguns riscos residuais, no entanto, são inevitáveis. No entanto, para se determinar que tais riscos são aceitáveis, dependerá do julgamento de valores pela sociedade, os quais não podem ser padronizados ou quantificados RESPOSTAS ÀS QUESTÕES DA PESQUISA Com essa pesquisa as questões propostas são respondidas apontando para a possibilidade de mais discussão sobre esse assunto e futuras pesquisas: 1ª Questão: Os projetos podem incorporar propostas de alteração após uma análise de riscos? Sim. As recomendações geradas a partir das análises de riscos realizadas na fase do Projeto Básico podem ser incorporadas na fase de Detalhamento do Projeto. A inclusão dessas recomendações irá depender da análise gerencial e, impacto ao prazo de término da obra e entrega da plataforma. 2ª Questão: Como é feito o levantamento dos perigos de uma plataforma de petróleo durante a sua fase de elaboração e construção? Os estudos qualitativos são realizados através da aplicação das metodologias consagradas Análise Preliminar de Riscos APR e Estudo de Perigos e Operabilidade HAZOP. São elaborados com a participação dos especialistas da área operacional, de segurança e engenharia. Os estudos quantitativos de Incêndio, Explosão e Dispersão de Gases são elaborados por empresas especializadas que utilizam aplicativos de modelagem computacional, tendo como insumo os parâmetros de processo e a geometria 3D da plataforma. 3ª Questão: Como é feito o levantamento dos perigos de uma plataforma de petróleo em operação? Na execução das tarefas de bordo, através de uma análise prévia durante a emissão da Permissão para Trabalho, envolvendo o responsável do equipamento ou da área impactada e o executante, com o auxílio do Técnico de Segurança. Quando se tratar de alteração do projeto original, poderá haver necessidade da revisão dos estudos realizados na fase de projeto, a 18
19 saber, APR, HAZOP, Incêndio, Explosão ou Dispersão de Gases, considerando a nova realidade da unidade de produção. 4ª Questão: Pode haver diferenças nos resultados das análises de riscos? Sim. A depender do grupo indicado para participar das análises qualitativas e, no caso dos estudos quantitativos, os resultados poderão ter diferenças, devido aos softwares, insumos e critério de tolerabilidade utilizados. REFERÊNCIAS AMERICAN INSTITUTE OF CHEMICAL ENGINEERS. Center for Chemical Process Safety. Guidelines for chemical process quantitative risk analysis. 2nd ed. New York, c2000. AMERICAN PETROLEUM INSTITUTE. API Recommended Practice 76: contractor safety management for oil and gas drilling and production operations. Washington, BRITISH STANDARDS INTERNATIONAL. BS 8800: guide to occupational health and safety management systems. London, 1996/2004. EXPLOSÃO em uma indústria petroquímica. Gerência de Riscos, São Paulo, ITSEMAP do Brasil, 6(21): 36-7, jan./mar DUARTE, M. Riscos industriais: etapas para a investigação e a prevenção de acidentes. Rio de Janeiro: FUNENSEG, Rio de Janeiro ESTEVES, A. Da S. Gerenciamento de riscos de processo em plantas de petroquímicos básicos - Uma proposta de metodologia estruturada Dissertação (Mestrado em Sistemas de Gestão) - Universidade Federal Fluminense, Niterói, FAERTES, D., Sobre um Critério de Aceitabilidade de Riscos para Plataformas de Petróleo Offshore, MSc. Thesis, Universidade Federal do Rio de Janeiro, LEES, Frank P., Loss Prevention in Process Industries: Hazard Identification, Assentement and Control, Vol 1 and 2, Butterworth Heinermann - 2ª Ed., Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego e NBR s associadas. 19
20 Norma OHSAS 18000:- occupational health and safety management systems - specifications. London: Edição Requisitos Estatutários da International Maritime Organization IMO: - Safety of Life at Sea SOLAS; - Mobile Offshore Drilling Unit MODU CODE; - International Convention for the Prevention of Pollution from Ships - MARPOL 73/78. Curso de Gestão do Sistema de Segurança, Bureau Veritas Petrobras, Rio de Janeiro, Apostila. 20
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