Introdução ao REDD. (Emissões Reduzidas de Desmatamento e Degradação - Reducing Emissions from Deforestation and Degradation)
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- Iago de Caminha Lopes
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1 Introdução ao REDD (Emissões Reduzidas de Desmatamento e Degradação - Reducing Emissions from Deforestation and Degradation) Celia A. Harvey, Olaf Zerbock and Jon Philipsborn Climate Change Initiatives
2 Objetivos 1. Explicar o interesse global em REDD como uma opção para mitigação 2. Introduzir ao conceito de REDD 3. Destacar as questões ainda pendentes 4. Examinar como o REDD está avançando dentro (e fora) do processo da UNFCCC (Marc irá focar em como os projetos de REDD estão sendo desenhados e implementados)
3 1. Porque os projetos REDD despertam tanto interesse? Desmatamento e decomposição Queimadas Emissões de GEE (CO 2, NO 2 )
4 As emissões de GEE de desmatamento dependem dos estoques de carbono na floresta Florestas Tropicais: 15 to 265 tons C/ha Peat lands : acima de 570 tons C/ha (@1m peat profundidade) Sources: Brown, 1997; Wetlands International 2006
5 Qual o volume de GEE lançado pelo desmatamento? Emissões: 150 t C/ha X 3.67 t CO2= t CO2/ha Um exemplo: CO CO2 2 CO CO2 2 Floresta Intacta: 150 t C/ha CO2 CO2 CO CO2 2 CO2 CO2 Desmatamento e queimadas 1 ton C= 3.67 tons CO2
6 De , 12.9 milhões ha de florestas foram abertos (IPCC,2007). Desmatamento lança cerca de 5.8 Gigatons CO 2 por ano desde 1990 s (IPCC, 2007) Desmatamento conta por aprox. 20% do total anual de emissões de GEE O desmatamento global é a principal fonte de emissões de GEE
7 Desmatamento e mudança no uso do solo são responsáveis por cerca de 20% das emissões anuais de GEE PgC 155 PgC (Houghton, 2006)
8 Brasil: Aprox. 3.5 milhões ha de florestas abertos anualmente, entre ,372 MtCO2e/ano (75% das emissões anuais do Brasil) Países Tropicais Cerca de 20% do total de emissões globais vêm do desmatamento Indonésia: Aprox. 1.5 milhões ha de florestas desmatadas por ano entre ,563 MtCO2e/ano (85% do total de emissões da Indonésia) (Houghton, 2006) Cerca de 30% do total de emissões globais se originam na LULUCF Maior parte das emissões de desmatamento são originadas nos trópicos
9 Emissões de florestas e uso da terra podem aumentar no futuro Temperatura global pode diminuir a umidade na floresta e aumentar a freqüência e intensidade de queimadas. Queimadas degradam a floresta e lançam quantidades significativas de CO 2 CO 2 Temperaturas mais elevadas (feedback positivo)
10 Extração de madeira Pastagem Estima-se que 2.4 milhões ha de florestas tropicais foram degradados anualmente na década de 1990 Pragas Corte seletivo Other activities that can degrade forests and result in GHG emissions
11 A redução de emissões de desmatamento devam fazer parte da solução do aquecimento global Necessidade de reduzir emissões para ~400 bilhões t C em 2050 para prevenir o aumento da temperatura > 2ºC Destes, acima de 100 bilhões t C poderão ser realizados via floresta e uso do solo Se o desmatamento não for reduzido, irá lançar adicionalmente cerca de Gt de carbono em 2100
12 Reconhecimento global da importância de REDD como uma alternativa de mitigação Sem ações emergenciais, espera-se que o desmatamento lance entre 2008 e 2012 um total de 40Gt CO 2, que sozinho irá aumentar os níveis atmosféricos de CO 2 em ~2ppm, maior que o total acumulado de emissões do setor de aviação desde a invenção do avião até, ao menos, (Relatório Stern, 2006) A mitigação relacionada a florestas pode reduzir consideravelmente as emissões de CO2 e a remoção via sorvedouros, a baixo custo, e pode criar sinergias com projetos de adaptação e de desenvolvimento sustentável
13 REDD é financeiramente viável, rápido e uma alternativa interessante de mitigação ~65% do potencial total de mitigação está nos trópicos ~50% do potencial total de mitigação de florestas podem ser realizados via projetos de REDD. Potencial total de mitigação do setor florestal
14 2. O que é REDD?
15 Como o REDD é definido? Não há um consenso claro ainda sobre: RED= Reducing emissions from Deforestation (Emissões Reduzidas de Desmatamento)? REDD= Reducing emissions from Deforestation and Degradation (Emissões Reduzidas de Desmatamento e Degradação)? REDD= Reducing emissions from Deforestation and Degradation (Emissões Reduzidas de Desmatamento e Degradação)? REDD= Reducing emissions from Deforestation and Degradation in Developing Countries (Emissões Reduzidas de Desmatamento e Degradação em Países em Desenvolvimento)?
16 Qual é o conceito básico? Países tropicais em desenvolvimento irão ser pagos (de algum modo) por outros países para reduzir suas emissões de GEE de desmatamento (e degradação). O pagamento será relacionado a quantos países estão realmente aptos a reduzir seus níveis de desmatamento e degradação abaixo do que ocorreria num cenário usual de negócios (Business as Usual - BAU).
17 Como isto funciona (na teoria) Na teoria, países (ou regiões): Determinam sua linha de base (baseline) de taxa de desmatamento. Fazem ações para reduzir a taxa de desmatamento abaixo da taxa determinada na linha de base (BAU). Conseguem créditos do montante total de floresta (carbono) salva do desmatamento por ano.
18 Reduzindo emissões de carbono do desmatamento Estão sendo desmatados Conservação de florestas Conservação de florestas Estoque de carbono Emissões evitadas Baseline sem projeto Anos Emissões evitadas = o carbono que foi salvo do desmatamento
19 Imagine uma floresta com área de 100,000 ha com densidade de 150 t C/ha BAU cenário: 1% desmatamento anual = 100,000 ha X 0.01= 1,000 ha/ano Emissões anuais = área desmatada X estoque de carbono florestas (convertido para CO 2 ) Emissões anuais = 1,000 ha/ano X 150 t C/ha X 3.67 t CO 2 = 550,500 tons CO 2 /ano REDD PROJECT Projeto REDD: 0.7% desmatamento anual = (100,000 ha X 0.07= 700 ha/ano) Emissões anuais= 700 ha/ano X 150 t C/ha X 3.67 t CO 2 = 385,350 tons CO 2 /ano) Emissões reduzidas (do REDD)= emissões BAU Cenário de emissões REDD 550, ,350= 165,150 tons CO 2 / ano Um exemplo
20 Um exemplo real de REDD: Projeto Makira, Madagascar Área do projeto REDD: 551,000 hectares Aproximadamente 50% em áreas manejadas pela comunidades Estoque de carbono florestal: 286 t C/ha BAU taxa desmatamento: 0.15% Taxa de desmatamento sobre esquema REDD: 0.07% Emissões reduzidas anuais devido ao REDD: > 250,000/ano Emissões totais reduzidas devido ao REDD durante 30 anos de projeto: > 8 milhões tco 2
21 REDD é um conceito somples, mas.. Nacional, regional ou sistema hierarquizado? Metodologias de baseline? Monitoramento? Mecanismo de Pagamento? Distribuição da receita? Apenas desmatamento? Degradação? Florestamento? 3. Quais são algumas questões não resolvidas?
22 a) Qual método de baseline usar? Passado Futuro Crescimento Ajustado ao Modelo Linear Constante Desmatamento Tempo Taxa média histórica Evento antecipado (estrada, política, etc)
23 E qual baseline deveria ser usada em países com elevada cobertura florestal, mas reduzida taxa de desmatamento? HFLD countries= high forest cover, low deforestation (Elevada cobertura florestal, baixo desmatamento) Taxa elevada desmat. (>0.22%/yr) Baixa cobertura florestal (<50%) No. de países: 44 p.ex. Guatemala, Tailândia, Madagascar Elevado potencial para créditos de RED Área florestal: 28% Elevada cobertura florestal (>50%) No. de países: 10 p.ex. Papua Nova Guiné, Brasil, DRC Elevado potencial para créditos RED Área florestal: 39% Muitos países do HFLD irão provavelmente experimentar rápido desmatamento no futuro próximo Baixa taxa de desmat. (<0.22%/yr) No. de países: 15 p.ex. República Dominicana, Angola, Vietnã Baixo potencial para créditos RED Área florestal: 20% No. de países: 11 p.ex. Suriname, Gabão, Belize baixo potencial para créditos RED Área florestal: 13% Adapted from: Fonseca et. al. 2007
24 Como garantir que os países do HFLD não comecem a desmatar? Passado Futuro Sem incentivos? Desmatamento Mundo ou média regional Com incentivos Tempo Eventos não antecipados (estradas, mercado, políticas, etc)
25 b) O que deveria ser incluído no mecanismo REDD? Opções: Apenas desmatamento? Desmatamento e degradação florestal? Florestamento em áreas abandonadas? Alternativas diferentes implicam diferentes esquemas de monitoramento (e diferentes baselines)
26 c) Como os países deveriam ser compensados pelo REDD? 1. Mecanismo de marcado (regulado e voluntário) Prós: Acesso a incentivos financeiros na escala requerida para evitar o desmatamento. Evitará emissões de desmatamento para receber a preços competitivos pelas emissões reduzidas (relativo a outras opções de mitigação) Financial incentives could help stimulate alternative/low-carbon economic development Contra: Mercados exigem monitoramento e medições onerosas. Poderia causar disputas sobre os direitos da terra devido ao aumento da valorização das florestas (incluindo impactos negativos nas terras indígenas e outras) Exigirá demoradas negociações internacionais para alcançar consenso. Se apenas o mecanismo de mercado terá incentivos baseados em redução de emissões históricas, poderá criar um incentivo negativo e a destruição das florestas naqueles países ausentes (p.ex., países HFLD)
27 c) Como os países deveriam ser compensados pelo REDD? 2. Mecanismos não-mercado (p.ex., alguns tipos de fundos) Prós: Menores exigências sobre o desenho e monitoramento do projeto Menor interferência na autonomia dos países; Não exige demoradas negociações em metas para um acordo internacional Contras: Recursos financeiros insuficientes para a assistência ao desenvolvimento e para projetos em larga escala; Incentivos limitados para a redução do desmatamento poderão criar um sistema ineficiente de alto custo para ações de redução em curto prazo, enquanto os avanços tecnológicos continuam.
28 Floresta Floresta intacta Floresta manejada Não-Floresta Agricultura Pastagem Terras úmidas Qual transição deveria estar fora? Desmatamento Degradação Floresta degradada Outros tipos de uso Regeneração (C-stock enhancement) Figure: Lucio Pedronii Incluindo degradação e regeneração florestal aumenta a complexidade do projeto
29 d) Qual a escala para implementar REDD? Qual a escala apropriada para implementar REDD? Nível nacional Prós: fácil de prevenir fugas (leakage) de uma região para outras dentro de um mesmo país Contras: exige que os governos tenham uma estrutura institucional para contabilizar GEE; podem desencorajar investimentos privados em REDD? Regional Prós: facilidade para implementar (menor escala, menos parceiros) Contras: fuga (leakage) será provável no país
30 e) Como os recursos advindos do REDD serão gerenciados e repartidos entre as partes envolvidas? Como gerenciar os recursos do REDD? Esquema nacional: governo nacional (União) Nível regional: Estados? Municipíos? ONG s? Grupos das comunidades? Como o recurso será repartido entre os envolvidos? Proprietários de terra? Comunidades indígenas? Governos nacionais (União), Estados e Municípios? Outros? Como garantir igualdade? Transparência? Como garantir que os recursos direcionados aos proprietários de terra implementem medidas para reduzir o desmatamento?
31 f) Como o carbono será monitorado e contabilizado? Quais metodologias serão utilizadas para monitorar desmatamento e degradação? Qual será o esquema utilizado para contabilizar o carbono? (Marc irá discutir sobre isto em detalhes)
32 4. Como está evoluindo o REDD dentro (e fora) do processo da UNFCC?
33 O que está ocorrendo com o REDD na UNFCCC? REDD não foi incluído no Protocolo de Quioto e não é uma atividade elegível para os créditos de carbono Em Bali, decisões chave ocorreram: considerar incluir REDD como um mecanismos elegível num regime pós-quioto incluir desmatamento, e possivelmente degradação florestal; considerar a melhoria das regras sobre o estoque de carbono testar e avaliar diferentes metodologias: nacionais e regionais apoiar atividades demonstrativas Diferentes propostas foram submetidas para metodologias de REDD e estão em discussão.
34 Como serão as próximas discussões sobre REDD na UNFCCC? Atividades previstas* SBSTA/SBI: Junho de 2008 (Alemanha) Acordo sobre a agenda para o workshop REDD em Julho Workshop REDD : Julho de 2008 (Japão) - Metodologias REDD e outras questões técnicas Workshop Mapa Caminho de Bali : Agosto de 2008 (Gana) Políticas de REDD e incentivos positivos (mecanismos financeiros) COP14 (SBSTA/SBI): Novembro de 2008 (Polônia) - Definir próximos passos para negociações em REDD, workshops, etc. SBSTA/SBI: Maio de 2009 (Alemanha) COP15 (SBSTA/SBI): Novembro de 2009 (Copenhagen) *Gostaríamos de ter mais workshops sobre o Mapa do Caminho de Bali até a COP14 que ocorrerá em 2009, antes da COP15.
35 Mercados para REDD estão crescendo Créditos de REDD já são oferecidos no mercado voluntário e em volume crescente (~$200M mercado, floresta representa 33%) Créditos de REDD são vendidos entre $10-18 no mercado voluntário (State and Trends, 2007) Projetos piloto de REDD já são desenvolvidos (tanto nacional quanto regionalmente) REDD tem potencial para ser uma grande fonte de recursos: Reduzir as taxas de desmatamento em 10%, globalmente, poderia gerar receitas anuais substanciais, via carbono, em torno de US$ bilhões (Ebeling and Yasue, 2006)
36 Quanto de recursos financeiros de carbono são necessários para parar o desmatamento? (Sohngen and Beach, 2006)
37 Quais são outras ações (não- UNFCCC) em desenvolvimento para projetos REDD? Política Estados Unidos considerar incluir REDD em sua política climática Europa avalia a inclusão de REDD em seu esquema de negociação de carbono mas, em médio prazo, é improvável que REDD ou A/R sejam inclusos Brasil dividido em relação ao REDD: o Governo Federal avalia opções nãomercado; alguns Estados desenvolvem oportunidades e projetos Participação indígena Populações indígenas estão se organizando sobre REDD ainda existem questões sobre conhecimento e direitos sobre o crédito Atividades para aumentar compreensão dos países sobre o REDD Forest Carbon Partnership Facility: apoio para capacitação em nível nacional, avanço em aspectos técnicos e metodológicos em países com florestas tropicais REDDiness Coalition: em desenvolvimento por um sub-grupo de países tropicais, ONGs, populações indígenas e fundações privadas para desenvolvimento de workshops sobre questões técnicas e metodológicas.
38 Conclusões Carbono A comunidade internacional reconhece a importância do REDD para mitigação das mudanças climáticas UNFCC, mercados de carbono, governos e diversas ONG s trabalham para definir como o REDD irá trabalhar REDD tem um grande potencial de canalizar recursos financeiros para a conservação das florestas mas ainda não está claro de como irá operar Ações emergenciais e projetos pilotos irão ajudar a desenhar o futuro do REDD, testando metodologias, padrões e demonstrando o potencial de redução de emissões.
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