ATUALIZAÇÕES LEI ANTIDROGAS CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA CRIMES DE TRÂNSITO

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1 ATUALIZAÇÕES LEI ANTIDROGAS CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA CRIMES DE TRÂNSITO

2 CAPÍTULO 11 LEI ANTIDROGAS ATUALIZAÇÕES E NOVIDADES Com relação ao princípio da insignificância, o Plenário do STF entendeu que ele é inaplicável ao crime do art. 290 do CPM, consoante julgamento do HC nº que lhe foi afeto pela 2ª Turma em virtude da controvérsia antes estabelecida na Corte. Assim, a questão parece estar resolvida, restando, portanto, vencedor o entendimento no sentido vedatório da aplicação do princípio ao referido crime, aspecto em que se manteve o nosso Pretório Excelso fiel à sua jurisprudência. O julgado foi veiculado no Informativo 608 do STF. A notícia, assim, dirime a controvérsia na Corte, tal qual tratada pelo item 28 do Capítulo 11 da obra (página 427). Com relação à vedação da liberdade provisória ao acusado de prática do crime de tráfico de drogas, tal qual disposto no art. 44 da Lei nº /06, a questão se encontra afeta ao Plenário da Corte, ainda encontrando-se pendente de decisão. Sobre o tema, deveremos acompanhar os HCs nº e nº Assim, remanescem as dúvidas tratadas no item 275 do Capítulo 11 da obra (páginas ). Última notícia sobre o tema encontramos no Informativo 612 da Corte, quando o Ministro Joaquim Barbosa indicou adiamento do julgamento dos writs impetrados. Tráfico de drogas e combinação de leis Nos autos do HC nº /SP, veiculado no Informativo 605 do STF, a 2ª Turma reputou não ser possível a combinação do disposto no 4º do art. 33 da Lei nº /06 com a pena prevista para o crime de tráfico trazida pelo art. 12 da Lei nº 6.368/76, sob pena de invasão da competência do Poder Legislativo e ofensa, por conseguinte, ao princípio constitucional da separação dos Poderes. Nesse sentido, insta salientar que a matéria também foi tratada pela 1ª Turma nos autos do HC /MS, veiculada no Informativo 594, ocasião em que também se entendeu inaplicável a combinação das leis, devendo cada uma delas ser analisada em sua totalidade, sob pena de aplicação de uma terceira lei, criada unicamente pelo intérprete. Destarte, verifica-se que a atual orientação do STF, em ambas as Turmas, é aquela que indica a impossibilidade de combinação de leis e conseqüente inaplicabilidade da causa de diminuição do art. 33, 4º, ao crime do art. 12 da Lei nº 6.368/76. Ocorre que a matéria continua dividindo os Ministros da Corte e, consoante veiculado no Informativo 611, o Plenário iniciou

3 julgamento de recurso extraordinário em que se discute a aplicabilidade, ou não, da causa de diminuição de pena prevista no art. 33, 4º, da Lei nº /06 sobre condenações fixadas com base no art. 12, caput, da nº Lei nº 6.368/76, diploma normativo vigente à época da prática do delito. Aguardemos a decisão. Sobre a matéria, ver item 148 da obra, página 455. NOVIDADE! Causa de diminuição de pena e ausência de confissão O STJ, em decisão proferida nos autos do HC nº /RJ, veiculado no Informativo 450, entendeu que, presentes os requisitos necessários à diminuição de pena do art. 33, 4º, da Lei nº /06 em seu grau máximo, não constitui fundamento legal apto a influir na dosimetria a ausência de confissão ou arrependimento por parte do réu. A notícia que ora se veicula complementa o item 145 da obra, página 453. Causa de diminuição de pena não descaracteriza a natureza do tráfico como crime equiparado a hediondo No julgamento do HC nº /MG, a 5ª Turma do STJ entendeu que a causa de diminuição de pena disposta no art. 33, 4º, da Lei nº /06 interfere na quantidade de pena, mas não na qualificação ou na natureza do tráfico como crime equiparado a hediondo. Decisão veiculada no Informativo 442. O tema vem tratado no item 146 da obra, complementado pelo comentário que ora se faz. Entretanto, é necessário lembrar de que o fato de o crime não perder a característica de tráfico não importará, necessariamente, na imposição de cumprimento e pena em regime inicialmente fechado diante do entendimento de que cabível a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direito, dominante no STF e no STJ; bem como da inconstitucionalidade da vedação trazida pelo art. 33, 4º, tal qual declarada nos autos do HC nº /RS, já comentado em atualização feita à obra. Causa de diminuição, possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade em pena restritiva de direitos e fixação de regime inicial aberto No Informativo 438, foi veiculada decisão da 6ª Turma do STJ em que se entendeu possível a fixação de regime inicial aberto para o cumprimento da pena por crime de tráfico e posterior substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos na hipótese de diminuição tratada pelo art. 33, 4º da Lei nº /06. Esse entendimento, em verdade, coaduna com a atual jurisprudência do STF, mormente depois da declaração de inconstitucionalidade do art. 44 e do próprio art. 33, 4º, no que tange à vedação da conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos: ora, se é possível a substituição da pena privativa de liberdade por pena restritiva de direitos, por muito maiores razões caberá a fixação da pena privativa de liberdade em regime aberto, em apesar da redação do art. 2º, 1º, da lei nº 8072/90, com redação que lhe foi dada pela Lei nº /06. O comentário que ora se faz demonstra ter havido mudança no entendimento da Corte, que, consoante veiculado nos julgados no item 146 da obra, entendia que o regime inicial devesse ser sempre o fechado.

4 NOVIDADE! Tráfico internacional de munição A 1ª Turma do STF, nos autos do HC nº /MS, entendeu inaplicável o princípio da insignificância ao crime de tráfico internacional de munição, em hipótese de apreensão de apenas três cápsulas de munição de origem estrangeira, asseverando que se trata de crime de perigo abstrato, não se podendo cogitar da mínima ofensividade da conduta. Decisão veiculada no Informativo 606 do STF. NOVIDADE! Tráfico internacional e interestadual O STF, em julgamento do HC nº /MS, veiculado no Informativo 601, entendeu que, para a caracterização da interestadualidade que aumenta a pena do crime de tráfico de drogas, não se faz imprescindível a transposição de fronteira estadual, asseverando que, sob aspecto da política penal adotada, a inovação trazida pelo art. 40, V, da Lei nº /06 visa coibir a expansão do tráfico de entorpecentes entre as unidades da Federação. NOVIDADE! Tráfico de drogas e exercício ilegal da medicina O STF, nos autos do HC nº /RJ, afastou a tese de absorção do crime de exercício ilegal da medicina, descrito no art. 282 do Código Penal pelo crime de tráfico de drogas, entendendo que, na hipótese, o autor deva responder pelos dois crimes, ainda que em concurso formal, quando, ao se fazer passar por médico, prescreveu, nessa qualidade, em receituário médico, o uso de substâncias sujeitas ao controle especial da ANVISA. O julgado foi veiculado no Informativo 596 do STF.

5 CAPÍTULO 12 CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA ATUALIZAÇÕES E NOVIDADES 1. Inquérito policial e crime contra a ordem tributária O STF, em julgado da 2ª Turma, veiculado no Informativo 601, deferiu ordem no HC nº /SP para determinar a extinção do procedimento investigatório instaurado para apurar suposta prática de crime contra a ordem tributária, diante da redação da Súmula Vinculante nº 24. Trata-se de posição diferente da anteriormente defendida pela 2ª Turma, quando, consoante veiculado no Informativo 573, nos autos do HC nº /SC, chegouse à conclusão de que possível a instauração de inquérito policial na hipótese. O assunto vem tratado na página 156 do livro. 2. Falsificação de DARF Nos autos do PET nº /MG, o Plenário do STF, em decisão veiculada no Informativo 602, entendeu que o recolhimento dos tributos devidos depois de apresentação de guia falsa de recolhimento de tributos, caracterizadora, em tese, do crime descrito no art. 293 do Código Penal, não obstaria a continuidade das investigações. O assunto vem tratado no item 16 da obra, na página 144.

6 CAPÍTULO 13 CRIMES DE TRÂNSITO ATUALIZAÇÃO 1. Bafômetro e art. 306 do CTB Em decisão contraria àquela veiculada na página 259 do livro, o STJ, em julgado da 6ª Turma, nos autos do HC nº /SP, entendeu que não se pode provar o índice de alcoolemia por meio de prova meramente testemunhal, ante a necessidade de comprovação de que o agente possuía mais de seis decigramas de álcool por litro de sangue, demandandose, portanto, a realização de testes como o bafômetro, etilômetro e mesmo exame de sangue, pois somente por meio de tais métodos poderíamos aferir a quantidade hoje trazida pela lei como elementar do crime do art. 306 da Lei nº 9503/97 (CTB). Naquele mesmo julgado, a 6ª Turma deixou consignado, ainda, o entendimento de que o acusado não pode ser obrigado a realizar o teste do bafômetro, eis que nosso sistema constitucional repudia a imposição de o indivíduo produzir prova contra si mesmo. Assim, verifica-se que a 5ª e a 6ª Turma têm entendimentos diferentes a respeito da matéria. Sobre o tema, ver página 261 da obra.