TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO:

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1 TÍTULO: O COTIDIANO INDÍGENA: UMA EXPERIÊNCIA MULTIDISCIPLINAR AUTORES: RB Vilela, LS Almeida, T Salessi. zana@vcnet.com.br ; dir_ensino@hu.ufal.br INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS - UFAL INTRODUÇÃO Os povos indígenas têm passado ao longo dos anos da história do Brasil por um longo e difícil processo de sobrevivência. Suas terras, seus símbolos e seus povos têm sido constantemente submetidos a um desleal ritmo de aculturação, onde a preservação de suas características é cada vez mais alterada e deteriorada. Apesar das evidências quanto às condições de marginalização sócio-econômicas, com impactos importantes sobre o perfil saúde/doença, muito pouco se conhece sobre as enfermidades nutricionais e crônicas não transmissíveis dos povos indígenas brasileiros. Em Alagoas vivem cerca de índios, distribuídos em sete grupos indígenas. O projeto cotidiano indígena, um projeto multidisciplinar com a participação das áreas de história, ciências sociais e saúde, vem sendo desenvolvido desde 1995, objetivando: 1) Prover a Universidade de uma área prioritária de atuação onde possa ser desenvolvido o aprendizado no trabalho bem como pesquisas e atividades de extensão, visando o desenvolvimento acadêmico integrado dos alunos e professores; 2)Colaborar com a população indígena de Alagoas e os prestadores de serviços na formulação de políticas de saúde para esta população. 2.0 METODOLOGIA O presente texto destina-se ao estudo dos povos indígenas de Alagoas, integrandose aos trabalhos do Grupo de Estudos Índios de Alagoas: cotidiano e etnohistória, do Grupo de Estudos em Saúde sobre População Marginal e Baixa Renda, do Mestrado de Saúde da Criança.

2 Programa Multidisciplinar com a participação das áreas de história, ciências sociais, medicina, nutrição e odontologia Equipe 11 professores 3 alunos de pós-graduação 17 alunos da graduação Grupos de Pesquisa Cotidiano Indígena Grupo de Estudo sobre Saúde em População Marginal e Baixa Renda do Estado de Alagoas Mestrado de Saúde da Criança Deste modo, encontram-se interligadas às áreas de história, ciências sociais e saúde. O projeto cotidiano indígena vem sendo desenvolvido desde RESULTADOS: Um pequeno balanço sobre os estudos em povos indígenas alagoanos Este projeto relativo aos índios Xucuru-Kariri continua os que foram realizados sobre os Karapotó e os Kariri-Xocó. Parece-nos, portanto, de bom alvitre darmos um ligeiro balanço dos resultados que foram obtidos. Neste sentido, desejamos ressaltar inicialmente que, por decorrência do estudo dos Karapotó foi criada e ofertada uma disciplina no Departamento de Ciências Sociais denominada Povos Indígenas de Alagoas, dirigida para os cursos diurno e noturno de Ciências Sociais e História da nossa Universidade. A matrícula ultrapassou a mais de 60 estudantes e isso motivou a discussão aberta da questão indígena na Universidade e, inclusive, despertou em diversos estudantes o interesse de desenvolver trabalhos de conclusão de curso sobre os índios de Alagoas. Vamos ressaltar, também, a linha de publicações, tendo sido gerados os seguintes títulos: Editados Índios do Nordeste. Temas e Problemas (I) 1 Índios do Nordeste. Temas e Problemas (II) 2 Os índios de Alagoas nas Falas e Relatórios dos Presidentes de Província 3

3 Dois dedos de prosa com os Karapotó 4 Índios do Nordeste. Temas e Problemas (III) Em elaboração Índios do Nordeste. Temas e Problemas (IV) Dois dedos de prosa com os Geripanko Índios e brancos em Porto Real do Colégio Textos alagoanos sobre nossos índios Breves notas sobre os índios de Alagoas Os índios nas Falas e Relatórios dos Presidentes de Província no Império Desejamos também ressaltar a colaboração entre o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Alagoas e o Departamento de Clínica Médica que realizaram pesquisas entre os Karapotó e os Kariri-Xocó, com resultados já publicados. Atualmente o campo se acha ampliado pela participação do Departamento de Nutrição, Departamento de Patologia, Departamento de Administração, Departamento de Ciências Sociais, Departamento de História, Mestrado em História, Mestrado de Saúde da Criança, Mestrado e Doutorado em Letras, Instituto de Cidadania Freitas Neto, estando acertada, inclusive, a montagem de um projeto que contemple as diversas áreas envolvidas. A cooperação junto ao Mestrado e Doutorado em Letras e Mestrado em Saúde da Criança se encontra em andamento em face da elaboração de uma dissertação sobre a literatura indígena, duas em saúde da criança e, especificamente, sobre os Xucuru-Kariri. Vale a pena ressaltar que no presente momento esta experiência multidisciplinar atua com Devemos ainda destacar que será montado o Arquivo dos Movimentos Sociais de Alagoas em sala já cedida pela Universidade Federal de Alagoas e nele teremos um fundo montado com fotografias, entrevistas e documentos relativos aos índios de Alagoas. A montagem do Arquivo se encontra prevista para o próximo mês de julho. Por outro lado, desenvolve-se na UFAL a montagem de um quadro de profissionais especializados na questão indígena. Ex-bolsista do PIBIC se encontra realizando Mestrado em Antropologia na Universidade Federal de Alagoas. Professora se encontra realizando doutoramento na Universidade de Manitoba nos Estados Unidos e um professor o faz na Universidade de São Paulo.

4 4.1 - A possibilidade da pós-graduação Não podemos considerar que tudo derive dos projetos já apresentados ao PIBIC. No entanto, eles são responsáveis em parte, por essa mudança acontecida na Universidade nos últimos cinco anos. É possível pensar que em torno de dois anos, a Universidade se tornará um centro regional de excelência no que se refere ao índio e que, com a volta dos professores em pos- graduação, tenha-se um curso inicialmente de especialização voltado para a questão indígena A articulação de grupos de pesquisa Por outro lado, deve ficar claro que este projeto é acompanhado por outros e aparentemente fracionados, apresentam-se com a consistência de um todo, articulando-se também nas atividades dos seguintes grupos de Pesquisa: História Sócio-cultural Estudos em Saúde sobre População Marginal e Baixa Renda do Estado de Alagoas PESQUISA ATUAL: Aldeia Xukuru-Kariri/Fazenda Canto localizada em Palmeira dos Índios-AL 03 teses de Mestrado 02 área de saúde 01 área de história 07 projetos de Iniciação Científica pesquisas epidemiológicas nos campos de clínica médica, nutrição, odontologia, parasitologia, história e ciências sociais, avaliando a presença de fatores de risco para doenças nutricionais e doenças cardiovasculares Ações de prevenção destas morbidades e de promoção da saúde entre a população indígena CONCLUSÕES:

5 1) Há integração entre os índios e alunos da Universidade, especialmente no que se reporta ao curso de história. A presença do índio não é mais estranha no campus. Hoje, encontram aliados políticos dentre nossos alunos. 2) É ainda importante, a transmissão de nossa experiência em encontro dos estudantes de história/saúde do Norte e do Nordeste. 3) Deve ser ressaltado o fato de que esses povos têm documentado o cotidiano e história da etnia contada por ela mesma e fazem uso dessa documentação em suas reivindicações políticas. Por consequência, os trabalhos têm contribuído na condução do movimento indígena. 4) O projeto vem promovendo a formação científica dos estudantes, introduzindo novos valores ao privilegiar a saúde, a multidisciplinaridade e relação história, saúde e sociedade. 6.0 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1- ALMEIDA, L.S. et al - Índios do Nordeste. Temas e Problemas (I) Maceió EDUFAL, Índios do Nordeste. Temas e Problemas (II) Maceió EDUFAL, Os índios de Alagoas nas Falas e Relatórios dos Presidentes de Província Maceió EDUFAL, Dois dedos de prosa com os Karapotó Maceió EDUFAL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estatísticas de Mortalidade Brasília, DF,1993.