A hora de almoço é aproveitada para ir ao banco para renegociar as condições do crédito à habitação.

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1 PUB ELEITO O MELHOR JORNAL DE ECONOMIA Oferta. Edição especial do dia mundial da poupança SEGUNDA-FEIRA, 31 DE OUTUBRO 2011 Nº 5291 PREÇO (IVA INCLUÍDO): CONTINENTE 1,60 EUROS Disponível em Zon Meo Cabovisão Vodafone Casa TV Optimus Clix DIRECTOR ANTÓNIO COSTA DIRECTOR EXECUTIVO BRUNO PROENÇA SUBDIRECTORES FRANCISCO FERREIRA DA SILVA, PEDRO SOUSA CARVALHO E HELENA CRISTINA COELHO ENTREVISTA JOSÉ MARIA RICCIARDI Descubra 16 formas para aumentar as poupanças* O Económico mostra-lhe como poupar em todas as acções do dia. Desde a prestação da casa até ao combustível do carro, passando por todos os gastos. Os bancos vão questionarsea dívida pública valeapena OpresidentedoBESInvestimento critica as soluções europeias para a banca. A partir de agora, os bancos vão interrogar-se antes de comprarem dívida soberana, afirma. P4A7 PUB PSI 20-0,78% 5.945,63 Antes de sair de casa, desligue os electrodomésticos, evitando o stand by, para poupar energia. A hora de almoço é aproveitada para ir ao banco para renegociar as condições do crédito à habitação. IBEX 35 FTSE 100 Dow Jones Euro Brent -0,5% -0,2% 0,18% -0,30% -1,94% 9.224, , ,11 1, ,91 PUB Com os impostos a subir, verifique todasasmaneirasdeoptimizar afacturafiscal. Aproveitar a época baixa para fazer férias é uma boa opção de poupança pois os preços são mais baixos. E saiba que as famílias só poupam * 93 cêntimos em cada 10 euros que ganham

2 2 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 A NÃO PERDER SOCIEDADE ABERTA João Marques de Almeida Professor universitário Francisco Murteira Nabo Economista Aumentos na energia limitados a 1,5% até O Ministério da Economia quer garantir a sustentabilidade dos preços da energia tendo como baliza o ano de 2020 e confirmou a intenção de limitar os aumentos a 1,5%. P25 Portugueses mais pessimistas que nunca. Segundo a sondagem da Marktest para o Diário Económico e a TSF, o índice de expectativa caiu significativamente em Outubro, para 13,65%, o valor mais baixo de sempre. P26 Zon admite manter dividendos em A operadora, que fechou o terceiro trimestre com 9,1 milhões de euros de lucro, mais 5,8% que no mesmo período de 2010, deverá continuar a pagar dividendos aos accionistas em P40 Galp decide venda de activos de gás em Novembro. O negócio está condicionado ao sucesso do aumento de capital da Petrobras Brasil, a concluir em Novembro, e que renderá à Galp mais de dois mil milhões de euros. P42 EmpresasdegolfqueremIVAa6%.A Associação de Campos de Golfe, que pediu audiências aos grupos parlamentares do PS e PSD, alega que o IVA no golfe tem alinhado desde 1986 com o do alojamento turístico, que se mantém nos 6%. P44 PSI 20 à beira do primeiro mês positivo desde Fevereiro. O índice de referência da bolsa portuguesa acumula ganhos de 0,9% em Outubro. Se hoje o desempenho se mantiver, será o primeiro mêsdeganhosdesdefevereiro. P48 Day traders ganham peso na bolsa. A volatilidade da bolsa nacional leva cada vez mais investidores a adoptarem estratégias de risco em busca de ganhos diários. No terceiro trimestre, o valor negociado em day trading subiu 55%. P50 Volvo Ocean Race arrancou sábado em Alicante e envolve um orçamento de 50 milhõesdeeuros.aprovadevelaàvolta do mundo larga no próximo dia 5 para a África do Sul, e passará por Lisboa e Açores entre Maio e Junho. P60/61 EDP reavalia redes sociais. Aempresa decidiu suspender a página do Facebook, para contornar a multiplicação de comentários negativos. Para os peritos, esta nunca éamelhorsolução,masa reactivação da conta não tem data. P62 O orçamento Se o Partido Socialista votar contra o orçamento, será um dos actos mais irresponsáveis da história da democracia portuguesa. O orçamento de 2012 constitui um acto de salvação nacional. E é necessário, por um lado, por causa da crise global, mas em grande medida porque os governos socialistas não tomaram as decisões correctas durante os seis anos que estiveram no poder. Ou seja, é um orçamento que resulta da desgovernação socialista. Atribuí-lo a preferências ideológicas não é mais do que uma tentativa de branquear as responsabilidades do PS. No meio da tanta discussão e de muito ruído, parece que muita gente esqueceu os factos. Portugal foi obrigado a pedir um empréstimo para evitar a falência. Falência significa incapacidade imediata de honrar os compromissos salariais, orçamentais e sociais. E a ameaça da falência foi o resultado dos mercados, de cujos empréstimos o Estado português precisava para funcionar, terem perdido confiança no nosso país. Claro que podemos discutir se os mercados avaliaram justamente a situação portuguesa, mas nenhuma resposta altera a realidade. Seria mais benéfico perguntar por que razão o Estado português não parou de se endividar durante os últimos vinte anos. Ou por que razão ficámos inteiramente dependentes dos mercados (foi por isso que perdemos a nossa soberania financeira). Como contrapartida ao empréstimo que evitou a falência, Portugal assumiu compromissos que deve absolutamente respeitar. É fundamental diminuir a dívidaeodéficeem2012eem2013, caso contrário volta a ameaça da falência. São estes os factos que explicam o orçamento do próximo ano. Sob a liderança da Comissão Europeia, há sinais de que a União Europeia terá abertura para certos compromissos que permitam o crescimento da economia. Mas para que isso aconteça será essencial cumprir o Orçamento. As vozes mais críticas consideram que Portugal caminha inevitavelmente para a situação da Grécia. Ninguém fala da Irlanda. Os irlandeses tinham uma dívida e um défice superiores aos de Portugal, estão a passar por sacrifícios e dificuldades semelhantes, mas o país está a recuperar. A tendência portuguesa para nos compararmos aos piores exemplos e ignorarmos os melhores é desesperante. Por que razão não nos enchemos de brio e orgulho e não dizemos que se a Irlanda está a conseguir, nós também havemos de conseguir? Há um ponto, contudo, onde os críticos estão certos. O crescimento económico é indispensável. Só a austeridade não chega. Em 2012 será necessário encontrar o equilíbrio entre a consolidação orçamental eocrescimento económico. Sob a liderança da Comissão Europeia, há sinais de que a União Europeia terá abertura para certos compromissos, que permitam o crescimento da economia. Mas para que isso aconteça, será essencial cumprir o orçamento. AFRASE Estamos a falar de corrupção e de tráfico de influências. Marinho e Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados O bastonário garante que há deputados que representam, enquanto advogados, interesses económicos que beneficiam das leis feitas no Parlamento. É uma promiscuidade absoluta, sublinha Marinho e Pinto. POLÍTICA - P32 A importância da banca Finalmente os líderes europeus perceberam que só seria possível alterar a perigosa situação existente na Europa com medidas estruturais, que conduzam a uma efectiva implementação do projecto da união económica e monetária europeia. Ainda bem. Será agora necessário acompanhar com rigor a execução plena das decisões tomadas. Gostaria de me concentrar na decisão que considero mais urgente, em termos nacionais: a da recapitalização dos bancos, por se tratar de uma medida que poderá pôr fim à falta de liquidez e de crédito existente no mercado empresarial. É bem-vinda a nova atitude de Bruxelas. Aleluia! Mas sem a economia estar a funcionar, e sem haver crescimento a longo prazo, não há medidas de austeridade que evitem o nosso definhamento. A banca portuguesa enfrenta a curto prazo vários desafios. Por um lado, sofre as pressões resultantes de potenciais imparidades no balanço, que resultam da eventual existência de activos sobrevalorizados, em especial na área imobiliária. Por outro lado, a forte exigência de reforço dos capitais próprios imposta pelo Banco de Portugal, irá obrigar a banca a vender activos e, eventualmente, a recorrer ao fundo de doze mil milhões de euros para o efeito já negociado com a Europa/BCE/FMI. Se a isto acrescentarmos o risco relacionado com eventuais incumprimentos existentes na carteira de clientes, da eventual existência de produtos tóxicos, o potencial efeito na conta de resultados da exposição à divida grega e, finalmente, a provável necessidade de fundear os fundos de pensões dos bancários, podemos de facto constatar que a banca nacional enfrenta, em termos genéricos, a curto prazo, um conjunto de dificuldades e obstáculos que, para serem ultrapassados, requerem a mobilização de todos os responsáveis, a começar pela compreensão dos nossos cidadãos. Só que apesar das importantes medidas tomadas na quarta-feira passada em Bruxelas, a economia portuguesa, como qualquer economia do mundo, não recuperará a longo prazo se não houver rapidamente medidas que aumentem a competitividade externa da nossa economia e, a curto prazo, se não houver a liquidez mínima para que as empresas possam recorrer ao crédito em condições competitivas. Se tal não acontecer o efeito recessivo das medidas de austeridade previstas será incontrolável, conduzindo o País a uma espiral de risco elevado e de onde teremos grande dificuldade em sair. É bem-vinda a nova atitude de Bruxelas. Aleluia! Mas sem a economia estar a funcionar, e sem haver crescimento a longo prazo, não há medidas de austeridade que evitem o nosso definhamento. E a liquidez e o crédito, tal como o investimento, são o sangue de qualquer economia. O NÚMERO 348 milhões O total das verbas que o Governo deixa de transferir para as Universidades até 2014, em resultado da alegada quebra do Contrato de Confiança, é de 348 milhões de euros. Em causa estão o reforço financeiro anual de 100 milhões e mais 16 milhões de euros também anuais destinados à acção social escolar. P30/31

3 Segunda-feira 31 Outubro 2011 Diário Económico 3 EDITORIAL João Cardoso Rosas Professor universitário Entreocrimeeovoto A JSD entregou ao procurador-geral da República uma carta de acusação aos políticos que endividaram o país. Segundo a JSD, a conduta desses políticos do Partido Socialista, não o dr. Jardim ou outros do PSD - é susceptível de criminalização. Todaagentepercebequeesteintentonãoéparalevarasério. A preocupação dos jotinhas não está na defesa do bem comum mas apenas na luta partidária mais mesquinha. Eles são um veículo para as atitudes menos sérias que a direcção do seu partido não pode ou não quer tomar. No entanto, a questão que subjaz a esta agitação é realmente importante. Aqueles que alcançam o poder no quadro de um Estado reconhecido internacionalmente têm a prerrogativa de, entre muitas outras coisas, endividar o seu país até ao limite permitido pelos mercados que é, como sabemos, excessivamente elevado. Esta prerrogativa é aceite e protegida pelo direito interno e internacional e, como tal, insusceptível de criminalização. Ograndeproblemadaprerrogativaderecursoaempréstimos é que o seu efeito se prolonga no tempo, geralmente muito para além da estadia no poder daqueles que a utilizaram. Ou seja, quem detém o poder endivida-se e quem paga são as gerações futuras. Mesmo quando não existe dolo, há aqui um problema óbvio de responsabilidade política e injustiça intergeracional. Quem detém o poder endivida-se e quem paga são as gerações futuras. Mesmo quando não existe dolo, há aqui um problema óbvio de responsabilidade política e injustiça intergeracional. Quando os Governos que actuam irresponsavelmente no mercado da dívida são ditatoriais o problema parece irresolúvel. Eles poderão pagar pelo sangue se alguém os apear do poder, mas não há nenhum outro mecanismo para os responsabilizar e apontar a injustiça da sua conduta. Em democracia, as coisas são diferentes. Quando existe liberdade de imprensa e a competição política é aberta, os que prevaricaram podem ser penalizados pela opinião pública e expulsos do poder pelos eleitores. Mas aquilo que gostaria de ressaltar é que, entre o crime quegeralmentenãoexisteeovotoqueporvezesnãopenaliza, há uma outra possibilidade. Naqueles países que passaram por situações traumáticas na sua história recente estabelecem-se muitas vezes comissões de reconciliação, ou outras instâncias de justiça de transição situadas para além do foro criminal e da luta política. Para que funcionem bem, estas comissões têm de ser verdadeiramente independentes. No caso da análise à dívida portuguesa, uma comissão deste tipo teria de situar as nossas dificuldades no contexto europeu e mostrar que o problema está longe de ser exclusivamente português. Mas teria também de mostrar de que forma a despesa do Estado ficou fora de controle, tanto em Governos do PS como em Governos do PSD. Uma comissão desse tipo seria bem-vinda. Mas com gente séria e sem jotinhas. Andrea Comas/Reuters As opções do PS de Seguro Se a vida não está fácil para o Governo de Pedro Passos Coelho, o líder da oposição também não vive dias felizes. A liderança de António José Seguro tarda em arrancar, o que tem sido notado nas sondagens onde o PS aparece longe do PSD que, apesar de todas as medidas de austeridade, mantém a preferência dos portugueses. Primeiro que tudo, Seguro ainda não conseguiu arrumar a casa. A herança e asombradejosésócrates pesam e têm dificultado a afirmação do novo secretário-geral dos socialistas. Sem a pacificação interna, dificilmente Seguro conseguirá conquistar os portugueses pois surgirão sempre criticas a provocar ruído. A votação do Orçamento do Estado para 2012 vai ser um momento importante para Seguro mostrar quem manda.jásepercebeuqueos herdeiros de Sócrates querem votar contra a proposta do Governo que vai além das negociações com a troika, preconizadas por alguns desses herdeiros que na altura eram ministros. António José Seguro parece preferir uma opção mais construtiva como a abstenção. Já o País precisava de um voto a favor dos socialistas para confirmar a imagemdeuniãoàvoltadoplano de austeridade, que tanto tem agradado aos credoreseà troika.aindaécedo para antecipar o resultado da votação mas é nestes momentos decisivos que as lideranças montam alicerces fortes. Seguro tem a acção e a palavra. Presidente Nuno Vasconcellos Vice-presidente Rafael Mora Administradores Paulo Gomes, António Costa e Gonçalo Faria de Carvalho Director Geral Comercial Bruno Vasconcelos Assinaturas / assinaturas@economico.pt Para mais informações vá a Redacção Rua Vieira da Silva, nº45, Lisboa, Telf / Fax Delegação Porto Exponor- Feira Internacional do Porto Leça da Palmeira Porto Telf Fax deconomico@economico.pt Director António Costa Director-executivo Bruno Proença Subdirectores Francisco Ferreira da Silva, Helena Cristina Coelho, Pedro Sousa Carvalho Editores Executivos Gisa Martinho e Renato Santos Editor de Fecho António de Albuquerque Grandes Repórteres Ana Maria Gonçalves, Filipe Alves, Francisco Teixeira, Hermínia Saraiva, Lígia Simões, Luís Rego, Maria Teixeira Alves, Miguel Costa Nunes e Nuno Miguel Silva Destaque Mónica Silvares (Editora) Economia Marta Moitinho Oliveira e Mariana Adam (coordenadoras), Cristina Oliveira da Silva, Denise Fernandes, Luís Reis Pires,MargaridaPeixotoePaulaCravinadeSousa Política Inês David Bastos (coordenadora), Catarina Duarte, Catarina Madeira, Márcia Galrão e Ana Petronilho Mundo Pedro Duarte (coordenador) e Bárbara Silva Empresas Patrícia Silva Dias (coordenadora), Ana Baptista, Carlos Caldeira, Cátia Simões, Marina Conceição e Sara Piteira Mota Finanças Tiago Freire (editor), Alexandra Brito e Luís Leitão (coordenadores), Catarina Melo, Maria Ana Barroso, Marta Reis, Marta Marques Silva, Rui Barroso, Sandra Almeida Simões e Tiago Figueiredo Silva Desporto Paulo Pereira (editor), Filipe Garcia (coordenador), Eduardo Melo e Alberto Teixeira (estagiário) Media Rebeca Venâncio Universidades & Emprego Madalena Queirós (editora) Carla Castro (coordenadora), Andrea Duarte, Pedro Quedas Fora de Série Rita Ibérico Nogueira (editora), Ana Filipa Amaro e Rita Saldanha da Gama (coordenadoras), Inês Queiroz e Lurdes Ferreira (secretariado), Inês Maia (paginação) Outlook Isabel Lucas (editora), João Pedro Oliveira (coordenador), António Sarmento, Ângela Marques, Joana Moura e Cristina Borges (assistente) Projectos Especiais Irina Marcelino (editora), Ana Cunha Almeida (coordenadora), Dírcia Lopes, e Raquel Carvalho Opinião Ricardo da Costa Nunes (editor) e Madalena Leal DE online Pedro Latoeiro (coordenador), Rogério Junior (webdesigner), Cristina Barreto, Eudora Ribeiro, Mafalda Aguilar, Margarida Vaqueiro Lopes, Nuno Barreto e Rita Paz Infografia Susana Lopes (coordenadora), Mário Malhão e Marta Carvalho Fotografia Paulo Figueiredo (editor), Cristina Bernardo, João Paulo Dias, Paula Nunes e Paulo Alexandre Coelho Assistente de Direcção Rita Rodrigues Secretariado GeralDulceCostaRedacçãodoPortoElisabete Felismino (coordenador), António Freitas de Sousa, Elisabete Soares, Sónia Santos Pereira e Mira Fernandes (secretária) Correspondentes Alfredo Prado (Brasil), Cristina Krippahl (Colónia) e João Francisco Pinto (Macau) Tradutores Ana Pina e Carlos Sousa Departamento Gráfico Paulo Couto (director de arte), Maria de Jesus Correia, Pedro Fernandes e Rute Marcelino (coordenadores), Ana Antunes, Carla Carvalho, Jaime Ribeiro, Patricia Castro, Sandra Costa e Vanda Clemente Exclusivos Corriere della Sera, El Mundo, Expansión e Financial Times Colunistas António Correia de Campos, António Bagão Félix, António Gomes da Mota, António Ramalho, Carlos Marques de Almeida, Daniel Amaral, Daniel Proença de Carvalho, Fernando Gabriel, Francisco Murteira Nabo, João Adelino Faria, João Duque, João Ferreira do Amaral, João Marques de Almeida, João Paulo Guerra, Joaquim Ferreira do Amaral, José Eduardo Moniz, José Reis Santos, Marco António Costa, Marta Rebelo, Miguel Coutinho, Nuno Cintra Torres, Paulo Lopes Marcelo, Pedro Adão e Silva, Raul Vaz, Vítor da Conceição Gonçalves, Centro de Documentação Manuela Rainho Membro da Tiragem media em Setembro Exemplares

4 4 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 DESTAQUE DESTAQUE CRISE FINANCEIRA ENTREVISTA JOSÉ MARIA RICCIARDI Presidente do BES Investimento Quem perde dinheiro a emprestar, dificilmente volta a emprestar José Maria Ricciardi recebeu o Diário Económico na sede do BES Investimento, em Lisboa. O presidente do BESI considera que a Grécia corre o risco de ficar afastada dos mercados durante muito tempo. Pedro Sousa Carvalho e Filipe Alves pedro.carvalho@economico.pt Como é que um banqueiro olha para as conclusões da cimeira de 23 de Outubro? José Maria Ricciardi aplaude o reforço do fundo de resgate, mas tem muitas dúvidas sobre o futuro da Grécia. No que toca às decisões para a banca, é bastante crítico. Qual é sua opinião sobre as decisões da cimeira europeia? Sobre o aspecto do reforço do fundo de capitalização da banca, que ainda está para se saber comquemseráfeito,achoextremamente positivo. Sobre a questão da Grécia, será positivo clarificar a situação, pois não há nada pior do que a falta de clareza, pois a incerteza ainda é pior do que a má certeza. Só que esta certeza é mesmo muito má. Quem perde dinheiro a emprestar, dificilmente voltará a emprestar. Será muito difícil à Grécia voltar a financiar-se. Isso aconteceu com a Argentina há cerca de uma década e ainda hoje esse país tem muita dificuldade em financiar-se nos mercados. Os bancos caíram numa espécie de armadilha, por assim dizer, ao serem convencidos a emprestar dinheiro aos Estados e agora os governos tiram-lhes o tapete? Não utilizaria a palavra armadilha, porque os bancos não foram obrigados a comprar dívida grega. Compraram porque supostamente os juros eram interessantes. O caso específico da Grécia é um pouco diferente. Os bancos não se podem desculpar de terem sido empurrados para aqui ou para ali Mas considera que a Grécia vai ficar muito tempo fora dos mercados? Isso não lhe consigo prever, mas acho difícil que os bancos, que perderam muito dinheiro com o valor que emprestaram, lá voltem tão cedo Isto passa-se numpaíscomonumaempresa ou numa família. E portanto, resta saber como é que, sem os mercados, a Grécia vai tão cedo arranjar formas de se financiar e como é que conseguirá um desempenho que ponha a economia a crescer, nesta situação. Sem financiamento não há solução para nenhum país, incluindo o nosso, e portanto a Grécia só poderá sair desta situação tão difícil se conseguir financiamento. Isto é uma opinião minha, pode estar errada, mas eu não vejo, com um prejuízo deste montante, como é queomercadolávolta. E quanto às outras decisões da cimeira? O reforço do fundo tem uma mensagem muito forte, que é a de que o Euro tem de ser defendido, incluindo para os próprios Será muito difícil à Grécia voltar a financiar-se. Isso aconteceu com a Argentina há cerca de uma década e ainda hoje esse País tem muita dificuldade em financiar-se nos mercados. HD No canal 16 da ZON e Meo, no canal 200 do Vodafone Casa TV, Optimus Clix ena posição 9 da Cabovisão alemães, que já compreenderam quetambémtêmmuitoaganhar com isso. Já interiorizaram que o euro foi um belíssimo negócio para eles. Sem euro teríamos provavelmente um marco mais valorizado e uma peseta, um franco ou um escudo menos valorizado e isso traria facilidades de competitividade a estas economias e dificultaria as exportações alemãs, mesmo com a sua produtividade. Com o euro, o que aconteceu, foi exactamente o contrário: foi uma moeda que ficou barata para os alemães e caríssima para os outros países com economias menos competitivas. Basta ver que a maioria das exportações dos alemães são para a Zona Euro e que bastou a Zona Euro começar a ter problemas para o PIB da Alemanha desacelerar consideravelmente A mim, o que me parece muito complicado é resolver um problema tão difícil com dois líderes que estão tão fragilizados nos seus países. Refere-se a Merkel e Sarkozy Se fossem dois líderes acabados de eleger em eleições democráticas, com grandes maiorias, estariam em melhores condições para tomar certas decisões mesmo que elas fossem, ainda que a curto prazo, relativamente duras para os próprios países, europeus, do que na situação em que estão hoje, fragilizados. Portanto, a cimeira teve aspectos positivos, mas tem dúvidas sobre o futuro da Grécia... Estacimeirateveavantagem de,emcertosaspectos,mostrar o empenho na sustentação do Euro, no reforço que se vai dar ao fundo de capitalização e de clarificação em relação à situação da Grécia. Mas que tem, em minha opinião, dois pontos que podem ser complicados. Um, é como é que os mercados, depois de perderem metade da dívida da Grécia, vão lidar com agrécianofuturo.eosegundo que é este aspecto da alteração das regras de contabilização da dívida soberana de uma forma retroactiva. Mandato do BCE O presidente do BESI defende que não é pelo facto de os bancos se capitalizarem que vão ter ratings superiores. Esta nova solução que foi encontrada não contempla nada que ajude a libertar liquidez dos bancos para darem dinheiro à economia. Concorda? Isso é uma das perguntas mais importantes e vou explicar porquê. Quando vêm alguns opinion makers dizer que se os bancos forem capitalizados os mercados vão-se abrir estão a mentir! Porque os bancos não podem, e sobretudo numa altura igual a esta, ter um rating superior ao da República. E enquanto a República continuar a ter os ratings que têm algumas agências já nos puseram num nível inferior ao do investment grade, ou seja, já estamos no chamado junk ou lixo-nãoépelofactodeosbancos se capitalizarem que vão ter ratings superiores. Isso passase em França, na Inglaterra, ou Espanha - onde os ratings das suas repúblicas ou reinos com triple A - onde os bancos, se forem capitalizados, podem ter um rating perto do da respectiva república ou reinado. No caso português, isso não abre os mercados para os bancos. É uma pura falácia vir com essa conversa. Sendo uma pura falácia, não resolve o problema. Porque se se reabrissem os mercados, obviamente o problema de liquidez começava a resolver-se. Não reabrindo os mercados, o problema de liquidez, que é o fundamental para a economia portuguesa, fica por resolver. E o que é preciso nesta altura

5 Segunda-feira 31 Outubro 2011 Diário Económico 5 PONTOS-CHAVE José Maria Ricciardi diz que mesmo que os bancos em Portugal sejam recapitalizados não vão conseguir ter um rating superior ao da República. Não se trata de uma ameaça, mas o presidente do BESI avisa que nas novas emissões de dívida, os bancos vão interrogar-se se vale a pena investir em dívida pública. Ricciardi sugere uma renegociação do programa da troika : prazos, taxas e se calhar de algum dinheiro adicional para poder acorrer às empresas públicas. Paulo Figueiredo Mark to market da dívida é abrir caixa de Pandora devia ser alterado para a economia é mais liquidez e não tanto capital, certo? Muita gente nem sequer consegue perceber a diferença entre capital e liquidez. O capital, como os ingleses lhe chamam, um buffer, é uma almofada para fazer face aos riscos que os bancos incorrem na sua actividade. Dou um exemplo simplista: se eu emprestar 100 euros a umaentidadeeseessaentidade for à falência ou não me conseguir pagar ou só me pagar metade, se eu não tivesse capital, eu tinha de ir buscar os 50 que tinha pedido aos depositantes. Isto numa visão simplista. O capital existe exactamente para ser o amortecedor e uma garantia que aqueles que estão do lado do passivo do banco, aqueles que emprestam dinheiro ao banco, seja através de depósitos, seja através de outros instrumentos que os bancos têm ao seu dispor para se financiar, não se prejudica com isso. E como é que se consegue isso? A minha opinião é que o mandato do BCE devia ser alterado. Penso que isso envolve alterações aos tratados e penso que se devia fazer com que os critérios para Quando vêm alguns opinion makers dizer que se os bancos forem capitalizados os mercados vão-se abrir, estão a mentir! fornecer liquidez, seja pelo BCE, seja pelo Banco de Portugal, fossem alterados no caso de países como Portugal para que os bancos conseguissem aumentar a sua capacidade de financiar a economia real. Não vamos mais longe. Nos EUA, o Fed tem esse mandato. Quando houve a crise da falência do Lehman, o Fed chegou ao pé dos bancos norteamericanos e forneceu-lhes a liquidez toda, com critérios de colaterização ou de redesconto muito mais latos, com a condição de os bancos continuarem a fornecer liquidez à economia a um ritmo razoável para não deixar a economia afundar, para não haver um credit crunch. Depois, quando os mercados normalizaram, eles devolveram a liquidez e foram retomar os activos que tinham lá posto ou colaterizado. P.S.C. e F.A. Ricciardi diz que o mark to market da dívida soberana põe em risco novos empréstimos ao Estado. Uma das medidas que saiu da cimeira e que mais afecta o sector dabancaéaobrigatoriedadede os bancos fazerem o mark to market da dívida soberana. Ou seja, de a contabilizarem a preços de mercado, o que vai obrigar o sector a ter de reforçar os capitais para cobrir o reconhecimento das perdas do investimento feito em dívida dos países periféricos, incluindo Portugal. O presidente do BESI diz que é insuspeito a falar sobre o assunto, já que o BES não se prejudicou com isto, porque só tem dívida portuguesa de curto prazo. Portanto sou insuspeito em dar esta minha opinião. E a opinião de Ricciardi sobre o mark to market é bastante critica. Primeiro explica o mecanismo: Os bancos não só terão reforçar os rácios de capital como ainda reconhecer os títulos de dívida soberanos e isto ainda não está tecnicamente definido, se é só para efeitos de capital ou se é lançado na conta de resultados. Os bancos têm dois livros - o trading book e o banking book - sendo que o segundo é um livro de longo termo, onde é colocada dívida que não é para negociar, ou seja, é para manter até à maturidade. E, portanto, considerava-se que mesmo que o preço dessa dívida oscilasse no mercado, como ia até à maturidade, os bancos não precisavam de fazer nenhum ajustamento. E agora de repente, é necessário mudar toda esta estrutura que está considerada há anos e que tem uma razão de ser.... A seguir vêm as críticas: Se e apartirdeagoraaeuropacomeçar a crescer, os bancos engolem este ajustamento... mas se não As novas regras já estavam previstas em Basileia III, embora de forma faseada até Ricciardi inventou uma denominação curiosa: Basileia 2,5. E deixa o alerta: O impacto de uma só vez é perigoso. for possível e tivermos de fazer novos ajustamentos de capital, esta caixa de Pandora pode fazer comque,perante,novasemissões de dívida, os bancos se interroguemsevaleapenainvestir em dívida pública. E agora quem é que financia isso? Estamosempresençadefinanciamentos avultadíssimos em grandes economias europeias... falo já de duas, que é o caso da italiana e da espanhola. Eadecisãodefazero markto market tem por detrás uma certa perversão do conceito de risco e maturidades. Aqueles bancos que optaram por ter em carteira dívida de mais longo prazo, em detrimento do curto prazo, são os mais prejudicados pelas novas regras. E a sentença de Ricciardi: Faz com que se prejudiquem os bancos que investiram a longo prazo, porque são os que levam os ajustamentos maiores. Enquantoosoutros comoéonossocaso,dobes oimpactofoi menor. Ora isto é o inverso do que a Europa precisa.... E porque é que o BES, entre os grande bancos nacionais, é o menos penalizado? O Presidente do BESI e administrador do BES explica: Porque se entendeu, na gestão financeira, que do ponto de vista do risco que o banco estava a tomar, esta era a melhor opção que se podia tomar. Foi uma opção da gestão financeira do banco, corporizada no nosso CFO, o Dr. Amílcar Pires. De facto, não quero fazer auto-elogios do BES, mas significa que foi uma boa opção. MasmuitasdessasregrasnovasjáestavamprevistasemBasileia III, embora de forma faseada até Ricciardi inventou uma denominação curiosa: Basileia 2,5. E deixa o alerta: Oimpactodeumavezé que é perigoso. Digerir isto gradualmente é muito mais gerível, até porque até 2019 muitos desses empréstimos que estão agora a ser considerados, muitas dessas dívidas soberanas já se teriam vencido. Portanto, perante isso não haveria que fazer qualquer imparidade. E no final uma dúvida, ou melhor, uma palavra de esperança: Eu acho que passar-se a contabilizar a valor de mercado tem esse efeito perverso. Só não terá se isto for considerado uma espécie de uma limpeza, em que passamos o conta-quilómetros a zero e partimos para umanovaetapaemqueistonão volta a acontecer. Para isso é preciso ter um ambiente de crescimento... P.S.C e F.A.

6 6 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 DESTAQUE DESTAQUE CRISE FINANCEIRA ENTREVISTA JOSÉ MARIA RICCIARDI Presidente do BES Investimento É fácil bater nos bancos. Isso desculpa muita incompetência O presidente do BES Investimento, José Maria Ricciardi, diz que a solução para crédito à economia passa pelo alargamento do prazo da desalavancagem. Pedro Sousa Carvalho e Filipe Alves pedro.carvalho@economico.pt Ricciardidefendequesóháum caminho para financiar as empresas públicas e a economia: renegociar com a troika. Mas para isso é preciso cumprir à risca a austeridade. Em relação às empresas públicas, acha que existe alguma solução para que o Governo pague as dívidas à banca? Eu já vi notícias a dizer que alguém do Governo disse que não é preciso dinheiro adicional para as empresas públicas. Eu não vejo como? Acho que é preciso. Posso estar a ver mal, mas acho que a saída para estes problemas das empresas públicas é Portugal ser de tal maneira cumpridor e disciplinado no programaqueestáaimplementar infelizmente com consequências sociais duras para conseguir com isso ganhar credibilidade suficiente para renegociar o pacote que foi negociado. E aí estamos a falar de prazos, taxas e se calhar de algum dinheiro adicional para poder acorrer às empresas públicas. Uma solução de renegociação seria estender o prazo de desalavancagem dos bancos? Também, mas para além disso há também esse travão que é os bancos terem de atingir num espaço curto de tempo uma desalavancagem forte, o que limita bastante o crescimento do crédito. É claro que, ao contráriodagréciaedairlanda,osdepósitos em Portugal tem crescido. E isso ajuda consideravelmenteemnãoterdesedescero Passou-se a bater nos bancos. É politicamente uma forma oportunista, demagógica e fácil de utilizar para desculpar as suas incompetências. Só se fala dos bancos. E ainda por cima em Portugal, eles não têm qualquer responsabilidade na situação a que chegamos. Saída para os problemas das empresas públicas é Portugal ser de tal maneira cumpridor para conseguir renegociar o pacote com a troika. Estamos a falar de renegociar prazos, taxas e se calhar de algum dinheiro adicional para poder acorrer às empresas públicas. crédito porque melhora o rácio pelo crescimento dos depósitos. E os portugueses, de facto, têm poupado mais e tem acreditado na banca portuguesa. O que não éocasodagréciaondeasaída de depósitos tem sido colossal e da própria Irlanda. Eu acho que esta questão dos depósitos é fundamental, mas se a gente conseguir alargar o prazo da desalavancagem, isso vai ajudar a que se possa aumentar a capacidade acorrer à economia real e às pequenas e médias empresas. O Governo tem mostrado abertura nesse sentido? IstonãoéoGoverno.Istoéum aspecto da negociação que se fez com a troika. Chegar a 2014 com um rácio, no máximo, de 120%. E portanto, à semelhança de outras coisas terá de ser renegociado o alongamento do prazo para poder permitir que os bancos ganhem outra capacidade na concessão do crédito. Há bancos estrangeiros que estão a cortar o crédito às empresas públicas e nestes casos têm sido os bancos portugueses chamados para substituir esses empréstimos. Sabe se há também casos de empresas privadas onde isto está a acontecer? Eu não vou-lhe falar de casos específicos. Mas há casos porque para as empresas privadas também caiu o rating. E os bancos estrangeiros têm um conjunto de regras que a partir de certos ratings não renovam os empréstimos. E portanto, uma parte do dinheiro das empresas públicas é para, de facto, para pagar aos bancos estrangeiros. Mas também tem impacto nos bancos portugueses. Mas com o agravar da crise, muitos bancos estrangeiros abandonaram o barco. Os bancos portugueses têm de desalavancar até 2014, têm que emprestar dinheiro às empresas públicas, tem que ter mais requisitos de capital. O que eu pergunto é como é que se empresta dinheiro à economia real? Como é que se faz esse passe de mágica? E nenhuma economia cresce sem uma banca forte? Sim, por mais que não gostem dos bancos, e eu percebo que seja fácil bater nos bancos, e eu atéjátiveaoportunidadededizer que os políticos arranjaram já uma explicação para tudo que está mal que é os bancos, Só se fala dos bancos. Eles não têm qualquer responsabilidade na situação a que chegamos. E ainda por cima em Portugal. No caso da Irlanda até foram os bancos. Agora no caso de Portugalfoiexactamenteocontrário. Os bancos é que estão a sofreraquebrado rating darepública. Porque os bancos portugueses, qualquer um deles, se estivesse noutra república, com o seu perfil actual, teriam um rating muito melhor. Mas pronto, passou-se a bater nos bancos. É fácil, desculpa muita incompetência e arranja-se uma entidade, que é vista politicamente com grande desconfiança. É politicamente uma forma oportunista, demagógica e fácil de utilizar para desculpar as suas incompetências. Ora os bancos em qualquer parte do mundo são o coração de uma economia. Se os bancos, sejam quais forem, não tiverem oportunidade de financiar a economia, pára tudo. Fusão da banca em Portugal seria uma asneira tremenda OPresidentedoBESIdizque juntar bancos nesta altura não resolvenadaeéprejudicial à concorrência. E deixa uma alternativa: a banca deve é apostar na internacionalização. Acha que devia haver fusões na banca portuguesa? Não, acho uma asneira tremenda. Porque os bancos portugueses têm é que usar os meios que tiverem ao seu alcance para aumentarem os níveis de internacionalização e não para estarem a consolidar-se. Primeiro porque começava-se a criar um problema de concorrência: temos cinco bancos em Portugal que dominam praticamente a totalidade do mercado. As nossas reformas estruturais, exigidas pela troika, é para que em todos os sectores se aumente a concorrência e não se diminua. E além disso, num mercado como este, nesta altura estar a fazer fusões não adianta absolutamente nada. Juntar dois bancos com rácios baixos não cria propriamente um banco com o rácio alto. Não. Eu acho que a função dos bancos portugueses é tentarem internacionalizar-se. Nós apresentámos os nossos resultados e, não quero agora errar, mas cerca de 90% dos nossos resultados foram conseguidos na nossa actividade internacional. Oqueéprecisoéreforçarisso nos locais onde temos valor acrescentado como é o caso da América latina, da África e da própria Ásia onde também temos relações históricas importantes. Portugal tem essa vantagem de ter esta relação com muitos países importante no mundo há muito tempo. Portanto, é essa a estratégia que eu daria a um banco português e não andar a consumir-se em fusões dentro de um mercado que está com as dificuldades. É muitomauparatodaagente, incluindo para os bancos. Com a recapitalização dos bancos, acha que corremos o risco de uma estatização da banca portuguesa? Ainda não saiu a regulamentação da utilização dessa linha para os bancos. O que é dito, e oqueagentehouve,équeserão acções preferências, sem direito a voto, e que o Estado não irá para a gestão dos bancos. Pedindo naturalmente que, enquanto os dinheiros dos contribuintes estiverem nesses bancos, não haja a distribuição de dividendos nem bónus aos seus gestores. Estou expectante a ver o que isso vai dar. P.S.C e F.A. José Maria Ricciardi conseguiu colocar o BESI em segundo lugar no ranking de M&A no Brasil.

7 Segunda-feira 31 Outubro 2011 Diário Económico 7 Paulo Figueiredo BES quer evitar capitalização com dinheiro dos contribuintes O banco não pretende recorrer, para já, à linha de capitalização da troika, porque acredita que conseguirá reforçar o capital por meios próprios. A Europa, com as novas regras, está a empurrar os bancos para a linha de recapitalização dos 12 mil milhões, o que deverá implicar a entrada do Estado na estrutura accionista de alguns bancos. Mas para o Grupo Espírito Santo esta não é, para já, uma opção. E José Maria Ricciardi explica porquê: Já foi dito publicamente que não é intenção do banco... enfim, há um conjunto de circunstâncias em aberto que não nos deixa dizer de forma peremptória que não o faremos, mas é nossa intenção firme não o fazer. Nós achamos que para a nossa estratégia, para o nosso futuro, temos de evitar a capitalização com o dinheiro dos contribuintes. Só sairemos a ganhar se evitarmos essa solução. E se tiver que ser? Se tiver que ser Ricciardi diz que é evidente que se você disser, que a alternativa é entre ter insuficiência de capital ou ter dinheiro do Estado no capital, qual é a menos má? É evidente que é a segunda. Mas para nós não é a solução que nós procuramos. E qual é então o caminho para evitar esse accionista indesejado? Para o BES a solução passa por aumentar a base dos accionistas, sem perder o controlo do banco. O administrador do BES lembra que o núcleo duro accionista, tal como disse o Dr. Ricardo Salgado, já respondeu a sete aumentos de capital e será também graças a ele que contamos poder ultrapassar toda esta fase final sem ter de recorrer a dinheiro do Estado. Mas se pudermos trazer novos accionistas para a base do banco e acrescentar mais accionistas isso para nós é extremamente positivo. Actualmente, os accionistas de referência do BES são a BES- PAR (40%) e o Crédit Agricole (20%) e José Maria Ricciardi nem sequer encara a possibilidade de perder o controlo do grupo: Você pode alargar o número de accionistas sem perder a participação relativa que tem no banco. E como nós dissemos, nós vamos agora ter uma transformação de dívida em capital, quenãosabemosqualseráoníveldeadesão esperemosque seja alto e depois também faremos um aumento de capital. E só depois de tudo isso estar decidido e feito é que poderemos fazer as contas finais. Sobre o negócio da banca de investimento, o Presidente do BESI também está optimista. Diz que o BESI tem mostrado grande resiliência no seu produto bancário e mesmo fazendo menos créditos nalgumas regiões do mundo, noutras está a fazer mais, como é o caso do Brasil. Apesar da recente aposta na internacionalização do grupo Hong Kong, Mumbai, África o Brasil é um dos mercados mais acarinhados pelo BESI. No Brasil também temos crescido muito na actividade de crédito especializado dos bancos de investimento: os créditos sindicados, os estruturados, os project finance, etc. E recorda, com especial orgulho, que no Brasil, no primeiro semestre, em montante, não em número de operações, o BESI ficou em segundo lugar no ranking das M&A. Só fomos batidos pelo Citibank. Garanto-lhe que se lhe dissesse há uns anos que o banco ia ficar num semestre em segundo lugar num país da importância do Brasil, numa das actividades core da banca de investimento que é o M&A, diziam para me internarem num hospício que eu tinha enlouquecido. P.S.CeF.A. É evidente que se você disser, que aalternativaéentre ter insuficiência de capital ou ter dinheiro do Estado no capital, qual é amenosmá? É evidente que é a segunda. Mas para nós não é a solução que nós procuramos. Nós vamos agora ter uma transformação de dívida em capital, que não sabemos qual será o nível de adesão esperemos que sejaalto edepois também faremos um aumento de capital.

8 8 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 DESTAQUE DESTAQUE CRISE FINANCEIRA BES, BPI e Santander Totta perdem mais de 600 milhões Nos fundos de pensões da banca o capital para pagar as reformas foi acumulado e existe, tirá-lo é um confisco, disse Fernando Ulrich sobre os reformados da banca que vãopassarparaoestadoeque sofrerão os mesmo cortes da Função Pública. A queda de receitas e o aumento das provisões prejudicaram as contas dos bancos. Maria Ana Barroso maria.barroso@economico.pt É vertiginosa a queda dos resultados dos bancos nos primeiros nove meses de Em doze meses, ou seja, de Setembro de 2010 a Setembro deste ano, BES, BPI e SantanderTotta,trêsdasmaiores instituições do mercado, perderam mais de 600 milhões de euros em lucros. Para a queda de 67% quase tudo ajudou. De positivo houve, em algumas instituições, o contributo internacional, que ajudou a equilibrar as contas. Entre os problemas de liquidez hoje existentes, a urgência de cumprir as metas da troika, o menor volume de negócio daí resultante, para o qual contribuiu também a negativa conjuntura económica, e a necessidade de reforçar em alguns casos provisões, não tem fim a lista de justificações para a perda de 605 milhões de euros em Setembro. O resultado é uma rentabilidade dos capitais próprios que vai caindoapique.o returnon equity médio dos três bancos, que na última semana divulgaram contas, é de 3,46%, com dois deles, BES e Totta, a apresentarem rácios de cerca de 2%. A actividade internacional salvou a honra do convento ao BES e ao BPI, que em Portugal quase nada ganharam ou até perderam no terceiro trimestre do ano. O banco liderado por Ricardo Salgado teve mesmo, no trimestre, um prejuízo de mais de 60 milhões na operação doméstica e o BPI ganhou quase zero, ou seja, um milhão de euros. No caso do banco liderado por Ricardo Salgado, nem a actividade internacional impediu que no período entre Julho e Setembro, a instituição registasse um prejuízo global de cerca de 18 milhões de euros. Ainda assim, olhando para os nove primeiros meses do ano, o RESULTADOS DO BPI Os banco liderado por Ulrich apresentou as contas na 6ªfeira. RESULTADOS DO SANTANDER TOTTA O Banco liderado por Nuno Amado viu os lucros caírem 83% RESULTADOS DO BES As provisões do banco subiram 88,3% em Setembro. 3ºT2011 Var. Lucro 137,8-66% Mg. Financeira 874,2-2,10% Comissões 598,2-1,10% Depósitos ,10% Crédito ,40% Core Tier 1 8,10% 0,2 p.p. Provisões 660,7 88,30% Malparado 2,6% 0.70p.p. R.Transformação 146% -25 p.p. Totta não vai recorrer à ajuda do Estado O Santander Totta lucrou 60,2 milhõesdeeurosnosprimeirosnove meses do ano, menos 83% que em igual período do ano passado. O banco, que tal como o BPI (ver texto ao lado) apresentou resultados na sexta-feira, viu os seus lucros afectados pela quebra de receitas, pelas menos-valias na venda de carteira de crédito e pela constituição de provisões extraordinárias. Sem as não recorrentes menos-valias e provisões extraordinárias, o lucro teria sido 141,4 milhões, menos 49,4% que em Setembro de 2011, diz a instituição. 3ºT2011 Var. Lucro 101,5-29,80% Mg.Financeira 442-9,80% Comissões 219,7-6,40% Depósitos % Crédito ,98% Provisões 142,9-4,80% Malparado 2,50% 0,60% Core Tier 1 9% + 0,8 pp R.Transformação 115% -11p.p. Fonte: BPI valoresemmilhõesdeeuros 3ºT2011 Var. Lucro 60,2-83% Mg.Financeira 438,1-20,80% Comissões 268,3-0,50% Depósitos ,80% Crédito ,60% Core Tier 1 9,60% - Provisões 152,8 2,40% Malparado 1,84% 0,46 pp R.Transformação 145% -49,7pp Fonte: Santander Totta valoresemmilhõesdeeuros Fonte: BES valoresemmilhõesdeeuros A propósito das medidas da troika, o seu presidente, Nuno Amado, garante que o banco não pretende utilizar a ajuda do Estado e explica que, quanto às novas medidas para a banca europeia, o Totta não será afectado, uma vez que os requisitos e metodologia do EBA são aplicáveis às holdings dos grupos. Ainda ao Económico, o responsável diz que este novo pacote europeu de medidas tem o mérito de contrariar a incertezaededefinirumquadrodereferência para a actividade económica, para os mercados e para a banca. BES foi quem mais ganhou no exterior (130,9 milhões), o que no final permitiu um lucro de 137,8 milhões, menos 66% que em igual período do ano passado. O BPI lucrou 101,5 milhões, com a ajuda dos 68,7 milhões de Angola e Moçambique, tendo registado uma descida de resultados de 29,8%. Ao Totta valeu-lhe ter sido de longe o que mais resultados teve emportugalmasofactodenão poder contar com lucros com significado vindos do exterior ajudou ao tombo de 83% para os 60,2 milhões de euros. A queda de receitas, nomeadamente a margem financeira, e o reforço de provisões, sobretudo para crédito, prejudicaram as contas das instituições. Em termos de balanço, a evolução reflecte as dificuldades de liquidez do sector e a necessidade de cumprir as exigências da troika, que pede aos oito maiores bancos nacionais que atinjam em 2014 um rácio de transformação de 120%. O esforço de captação de poupanças reflectiu-se num crescimento geral nos depósitos (sobretudo Totta e BES). No crédito todos baixam. Em resultado, os rácios de crédito/depósitostêmvindoaminguar a olhos vistos. O BPI já está mesmo abaixo dos 120% pedidos, com 115% de rácio, o BES baixou emumanode171%paraos146%e otottados194,7% paraos145%. Outrametaacumpriréade terminar 2011 com 9% de core tier 1. Totta e BPI já lá estão (9,6% e 9%, respectivamente) e o BES está com 8,1% de rácio, mas tem prevista uma oferta de troca de emissões para reforçar os fundos próprios. Para o ano, todos terão de chegar aos 10% de core tier 1. Entretanto, as novas exigências da EBA, a autoridade bancária europeia, obrigarão a novos e consideráveis ajustes, já que os bancos europeus submetidos a stress tests (caso do BPI neste grupo de três) terão de avaliar a preços de mercado as suas carteiras de dívida soberana detidas a 30 de Setembro e reforçar capitais no montante necessário até Junho de Quanto ao recurso ao BCE, a recomendação das autoridades internacionais é a de que se reduza o financiamento obtido junto do banco central e assim foi no caso do Totta e dobpi.oprimeirocortouparametade o recurso a bancos centrais e o segundo reduziu em cerca de meio milhão. No BES, houve uma subida para mais do que o dobro. Esta semana, será a vez de, na quarta-feira, o BCP apresentar as suas contas, depois do fecho do mercado. Ulrich critica novas exigências O presidente do BPI critica a penalização da dívida pública e do crédito a autarquias. Maria Teixeira Alves maria.alves@economico.pt Fernando Ulrich voltou ontem a deixar nas entrelinhas o seu desagrado em relação às medidas europeias de reforço de capital nos bancos. O presidente do BPI disse esperar que a decisão europeia de recapitalização dos bancos tenhasucessoeleveaumaumento do rating das instituições de crédito e ao regresso dos investidores aos mercados de dívida desses bancos. Um tom de cepticismo atravessou o discurso de Ulrich na apresentação dos resultados trimestrais onde o BPI registou uma queda de lucros de 29,8%. O BPI precisa de 1,7 mil milhões de euros, entre a avaliação de dívida soberana a preços de mercado e as imparidades impostas no crédito às autarquias. Quando questionado se o BPI não se arrepende de ter investido tanto dos seus capitais em dívida pública, sobretudo portuguesa (2,73 mil milhões de euros), Ulrich respondeu que fez os investimentos à luz dos critérios de prudência da altura. Mas não trocava esta carteira de activos do BPI pela de outros bancos que têm dez mil milhões de euros de créditos à construção e actividades imobiliárias. Não quero criticar os outros bancos, quero é criticar os reguladores, porque considero que não faz sentido nenhum o BPI levar um impacto de 40% no seu crédito a autarquias. O banqueiro está convencido que, no caso do BPI, o único, entre os títulos soberanos, em que vai registar perdas é na Grécia (- 276 milhões). O CEO recusouse a avançar se vai continuar a investir em dívida pública, o que não tem feito nos últimos trimestres.

9 31 Outubro 2011 Diário Económico 9 PUB Paula Nunes de capital O BPI admite estar a analisar todasasalternativasparaaumentar o capital para os 9% em Junho de 2012 de acordo com as exigências da EBA. O que pode passar por aumentos de capital, por uma OPT da sua carteira de acções preferenciais, e pelo recurso à linha dos 12 mil milhões do Estado. Neste momento, o BPI já cumpre o rácio da troika de 9%, incluindo o abatimento de 100,8 milhões de desvalorizaçãode21%novalordadívida grega, imposto pelo BdP. O presidente do BPI diz ainda que pode vir a registar-se um credit crunch na economia portuguesa por conta da exigência dos bancos terem de cumprir um rácio de transformação de depósitos em crédito de 120% até O BPI já cumpre este rácio pois tem 115%. Apesar das críticas à exigência de capital Ulrich defendeu que as medidas tomadas na cimeira europeia são globalmente positivas para a zona euro. PUB Arménio Rego e Miguel Pina e Cunha O TAO DA EFICÁCIA ORGANIZACIONAL Alexandra Barosa-Pereira COACHING EM PORTUGAL Disponível em

10 10 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 DESTAQUE CRISE FINANCEIRA Bancos enfrentam uma mão cheia de alternativas para fortalecer capital A nacionalização da banca está longe de ser a única opção dos bancos para cumprirem com os novos rácios. Luís Leitão luis.leitao@economico.pt As necessidades de capital dos quatro bancos portugueses analisados pela autoridade europeia do sector (EBA) ascendem a milhões de euros. De acordo com a EBA, este montante terá de ser angariado até Junho de 2012 e, para esse efeito, os bancos poderão recorrer à linha pública de recapitalização da banca no valor de 12 mil milhões de euros, prevista no programa de assistência financeira da troika a Portugal. Fontes contactadas pelo Diário Económico salientam que existem várias formas para tornar este instrumento uma realidade, desde a tomada de uma posição accionista por parte do Estado à emissão de obrigações subordinadas ou convertíveis. Mas uma coisa parece certa: antes de ser accionada a linha de apoio à banca, os banqueiros deverão estudar todas as outras alternativas viáveis, como a venda de activos ou mesmo, e por mais complicado que isso seja neste momento, chamar os seus accionistas a participarem num aumento de capital. 1 VENDA DE ACTIVOS E DINHEIRO DE ACCIONISTAS A alienação de alguns activos activos, como já anunciou a Caixa (que pretende privatizar parte da Caixa Seguros e Saúde) e o BCP (que admite alienar as suas operações na Polónia), será sempre o primeiro passo dos bancos para suprimirem as necessidades de financiamento. Todavia, face aos valores avançados pela EBA e ao período actual dos mercados, esta alternativa, tal como contar com os accionistas de referência para participarem em mais um aumento de capital, não deverá chegar para evitar recorrer a outras opções. 2 TRANSFORMAÇÃO DA DÍVIDA SUBORDINADA EM ACÇÕES Esta solução foi avançada pelo departamento de research do RBS, no contexto europeu. Seguindo esta opção, os bancos resolvem dois problemas de uma vez: reduzem o passivo (pois eliminam do seu balanço as obrigações) e aumentam o capital, por troca das obrigações em acções. As consequências desta operação consistem, fundamentalmente, em perda do peso dos accionistas actuais e poderá até levar à entrada de novos accionistas. Tem a vantagem de evitar ou reduzir a presença do Estado no banco. 3 EMISSÃO DE ACÇÕES PREFERENCIAIS A alternativa mais imediata, mas menos desejada pelos banqueiros, poderá passar pela emissão de acções preferenciais que seriam adquiridas pelo Estado, ficando este como principal accionista dos bancos e com um controlo da gestão. Na prática, esta operação, mesmo que fosse por um período temporário, significaria uma nacionalização da banca, com todas as consequências que essa decisão acarreta. Nomeadamente políticas. Mas também em termos de estrutura accionista, dado queestaoperaçãoiriatambém traduzir-se numa perda de poder dos accionistas actuais na estrutura dos bancos, que veriam a sua posição diluída pela emissão destas novas acções. 4 EMISSÃO DE OBRIGAÇÕES SUBORDINADAS Uma segunda via para dar uso à linha de capitalização da banca poderá passar pela emissão de obrigações perpétuas subordinadas, por exemplo: os bancos ficam satisfeitos, porque não têm de ter o Estado como accionista e recebem dinheiro suficiente para garantir os rácios de capital e suprimir as necessidades de capital. Além disso,nãocriamquezíliascomosaccionistas actuais, dado que esta operação não dilui a sua participação no capital. O Estado consegue gerar um ganho pelo recebimento de uma taxa de cupão confortável das obrigações. Porém, tem um custo político pois, ao adquirir obrigações subordinadas, mais uma vez, o Estado fica atrás dos investidores institucionais na eventualidade dos bancos não pagarem, pois tratam-se de obrigações subordinadas (são reembolsadas em último lugar em caso de incumprimento do emitente). 5 EMISSÃO DE OBRIGAÇÕES CONVERTÍVEIS A capitalização dos bancos pode também ser garantida pela emissão de obrigações convertíveis. Com esta operação, os bancos conseguem obter o financiamento, não colocamoestadonoconselhode administração e os accionistas actuais não perdem peso na estrutura do banco. Do ponto de vista do Estado, esta alternativa não acarreta o peso político das obrigações subordinadas, pois o Estado está a assumir um prazo para trocar os títulos de dívida (obrigações) por acções num prazo futuro, e ainda poderá ter um ganho com a venda dos acções na maturidade das obrigações, além de receber o cupão dos títulos de dívida ao longo deste período. O sucesso destaoperaçãoestarásempre dependente do rácio de conversão das obrigações por acções (que deverá ser sempre feito com um prémio face ao valor actual das acções). Recorde-se que este foi, em grande medida, uma das opções seguidas pelo Tesouro norteamericano e britânico junto dos seus bancos, no rescaldo da crise do subprime. Yiorgos Karahalis/Reuters Os principais índices accionistas da Europa fecharam na sexta-feira em terreno negativo, com desvalorizações inferiores a um por cento, enquanto a yield das obrigações do Tesouro a 10 anos dos países intervencionados pela troika corrigiram. PLANOS DA BANCA NACIONAL QUE JÁ ESTÃO A DECORRER A CGD enfrenta necessidades de capitalde2.239milhõesmaséo único banco que não pode recorrer à linha de apoio de 12 mil milhões. Assim, a Caixa irá alienar a Caixa Seguros e Saúde e talvez outros activos. O último reduto via a realização de um aumento de capital com a contribuição do único accionista do banco: o Estado. As necessidades de capital do BES são as mais baixas entre os quatro bancos: 687 milhões. O montante deverá ser garantido pela concretização da operação de troca de obrigações perpétuas por acções no valor máximo de 791 milhões de euros seja um sucesso, que deverá ser aprovada em assembleia-geral de accionistas extraordinária a 11 de Novembro. O BCP lidera nas necessidades de capital da banca (2.361 milhões). Para suprimir esta situação, o BCP já referiu que quer vender as suas operações na Polónia e não descarta recorrer aos 12 mil milhões. Santos Ferreira disse que se necessário recorrerá a todos os instrumentos disponíveis. O BPI enfrenta necessidades de capital de milhões de euros. Fernando Ulrich ainda não deu indicações sobre que medidas tomará. Mas, o Económico sabe que o BPI estará a estudar a colmatar parte das necessidades de capital pela troca de 227 milhões de euros de acções preferenciais por equity. O Santander Totta é o único que já tinha rácios acima dos níveis exigido pela troika. Nesse sentido, Nuno Amado disse que não pretende usar a ajuda do Estado para reforçar o seu capital. Todavia, poderá ocorrer a alienação de carteiras de crédito ou outros activos para reforçar o rácio de capital do banco em 2012.

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12 12 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 DESTAQUE DESTAQUE CRISE FINANCEIRA Passos Coelho vai propor reajustamento da dívida em Novembro Primeiro-ministro quer concertar medidas de reajustamento com PS. Socialistas criticam Passos Coelho. Ana Petronilho Iremos propor alguns ajustamentos ao nosso programa de assistência economica e financeira, tendo em conta a realidade do cenário macroeconómico e a evolução das principais variáveis. PedroPassosCoelho Primeiro-ministro PS nega pressão de Sócrates no OE A maioria dos membros da Comissão Política do PS e dos deputados vai defender na reunião de quinta-feira o voto contra no Orçamento do Estado para Opção de voto que, segundo o jornal Público, está a ser pressionada por José Sócrates mas que os ex-dirigentes José Lello e André Figueiredo negam. António José Seguro, secretário-geral do partido, defende a abstenção na generalidade para deixar aberta a porta à negociação na especialidade, mas pela frente terá uma crescente pressão pelo voto contra na reunião alargada da comissão política - estarão presentes os deputados, os presidentes das federações socialistas e os eurodeputados. Um dirigente nacional diz ao Diário Económico que as bases do partido defendem o voto contra. Mas é dado certo entre os socialistas que será difícil a Seguro votar contra se, na linha do que disse ser a estratégia política do PS, não apresentar uma alternativa às medidas de austeridade. I.D.B. Pedro Passos Coelho admite que Portugal vai propor à troika, durante o mês de Novembro, algumas alterações ao plano de ajuda financeira externa para financiar as empresas públicas. As negociações vão ter como objectivo encontrar soluções de maior flexibilidade afirmou no final da XXI Cimeira Ibero- Americana no Paraguai. Tal como tinha revelado na Conferência do Diário Económico pretende garantir-se um financiamento mais adequado à economia portuguesa. Medidas que Pedro Passos Coelho espera conseguir concertar com o PS. No entanto, o secretariado nacional dos socialistas acusa o primeiro-ministro de revelar um preocupante voluntarismo ao anunciar sem qualquer enquadramento institucional ou consulta prévia a intenção de ajustar junto da troika o acordo de assistência financeira a Portugal. O principal partido da oposição diz que estranha o momento e o local escolhido para esta declaração, por parte do primeiro-ministro, refere em comunicado, enviado às redacções. O PS quer saber junto do Governo que implicações esta intenção pode ter no Orçamento de Estado para 2012, de que alteração está a falar, de que montantes e quais as consequências para os portugueses e para a nossa economia, refere ocomunicadodadireçãodops. No final da Cimeira Ibero- Americana, Passos Coelho explicou que nas actuais circunstâncias não é possível financiar aeconomiasenãohouverdinheiro para pagar a dívida das empresas públicas. Iremos propor alguns ajustamentos ao nosso programa de assistência economica e financeira, tendo em conta a realidade do cenário macro-económico eaevolução das principais variáveis, desde o momento em que o programa foi desenhado e aprovado até ao momento presente, afirmou Passos Coelho durante a conferência de imprensa no final da XXI cimeira ibero-americana que se realizou no Paraguai. Questionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro não desmentiu a notícia avançada pelo semanário Expresso que refere que Portugal precisa de mais 25 mil milhões de euros além dos 78 mil milhões que fazem parte do programa acordado com a troika internacional. Não tenho conhecimento de nenhumas declarações do senhor ministro das Finanças nesse sentido e posso mesmo acrescentar que muito estranharia que fizesse declarações nesse sentido, afirmou o primeiro-ministro. O chefe do Governo aproveitou ainda para reiterar que Portugal vai cumprir as metas do programa acordado com o Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu, mas que não vai deixar de propor alguns ajustamentos a esse programa. OPresidentedaRepública, Cavaco Silva, que também esteve presente na cimeira que reuniu cerca de 18 chefes de Estado e de Governo, deixou algumas críticas aos mercados financeiros e apelou à concertação internacional. Cavaco Silva defende que existe insuficiência de regulação e de transparência que está a colocar também as economias mais desenvolvidas à mercê da volatilidade dos mercados. Além disso, o chefe de Estado considera que as conclusões da última cimeira da zona euro vão no sentido correcto, mas que há detalhes técnicos por esclarecer, alertando que o diabo às vezes está nos detalhes. Em sua opinião, é muito importante que, tão rapidamente quanto possível, se esclareçam os detalhes que devem estar por detrás das conclusões que apontam em sentido correcto, e passá-las à práctica rapidamente. Medidas que também os dois principais líderes europeus, Van Rompuy e Durão Barroso, querem aplicar de forma rigorosa e em tempo útil, apelando a um esforço conjunto entre o G20 e a Europa para uma resolução rápida da crise. Para isso, os presidentes do Conselho Europeu, Van Rompuy, e o líder da Comissão Europeia, Durão Barroso, enviaram uma carta conjunta aos seus parceiros do G20 para resumir e explicar as decisões de combate à crise tomadas na reunião europeia da passada quartafeira. Recorde-se que os líderes mundiais exigiram no mês passado uma solução credível para a crise de dívida europeia até à próxima reunião da cimeira das 20 potências industrializadas e emergentes (G20), marcada para esta quinta e sexta-feira, em Cannes. com LUSA Trichet apela à acção para Governo chinês avança que não pode ser o salvador da Europa. Marta Marques Silva marta.marquessilva@economico.pt A um dia de terminar o seu mandato como presidente do Banco Central Europeu, Jean- Claude Trichet diz que a crise ainda não está ultrapassada e chegou o momento de ver alguma acção. Numa entrevista ontem publicada num jornal alemão, o responsável diz-se confiante quanto à capacidade dos governantes da zona euro restaurarem a estabilidade financeira do bloco, desde que as regras do Pacto de Estabilidade sejam amplamente reforçadas e implementadas de forma mais dura. Trichet avança ainda que as decisões alcançadas na semana passada pelos líderes da União Europeia terão de ser executadas de forma precisa e rápida: É absolutamente decisivo que o façam, disse. O Banco Central Europeu (BCE), que passará a ser presidido pelo italiano Mario Draghi já a partir de amanhã, irá acompanhar de perto o processo. O BCE tem tido um papel decisivo na actual crise da dívida soberana europeia, principalmente através do programa de compra de obrigações do Tesouro dos principais países afectados, que iniciou em Maio de E apesar das vozes dissonantes que continuam a emergir do seio do

13 Segunda-feira 31 Outubro 2011 Diário Económico 13 PUB Luis Filipe Catarino/Lusa COLUNA VERTEBRAL O CERP JOÃO PAULO GUERRA O Presidente da República, Cavaco Silva, conversa com o primeiro ministro Pedro Passos Coelho e o vice-presidente do Brasil, Michel Temer, durante a XXI Cimeira Ibero-Americana resolveracrise BCE, Mario Draghi já sinalizou que a instituição está preparada para continuar a comprar esses títulos se necessário. Um cenário que se torna cada vez mais provável depois de a China ter dito ontem que são os países europeus que devem solucionar os seus próprios problemas. A nota surge um dia depois de o presidente do Fundo de Resgate Europeu ter visitado Pequim para pedir apoio chinês. No meio desta crise sem precedentes na Europa, a China não pode adoptar nem o papel de salvador dos europeus, nem facilitar uma cura para a doença europeia, refere a agência oficial de notícias Xinhua, considerada o órgão porta-voz do Partido-Estado. Está a decorrer o CERP, sabem o queé?éoprecaocontrário. Bem sabemos do entusiasmo do então PPD e do então CDS pelo verdadeiro PREC. O PPD sempre denunciou e continuará a denunciar e a condenar estes golpes ( ) Viva o MFA, proclamava o PPD em cima dos acontecimentos à porta do RALIS. Enquanto o CDS esperava pelo dia seguinte para se afirmar solidário com o MFA, legítimo garante do processo de democratização, e reprovar veementemente os violentos acontecimentos antidemocráticos ontem verificados. No dia 13 de Março de 1975, o legítimogarantedoprocesso de democratização nacionalizou a banca e o PPD manifestou o seu apoio à nacionalização, alertando para que a medida não se limitasse a substituir um capitalismo liberal por um capitalismo de Estado. Para que conste, o PS não ficava atrás da euforia da direita: O capitalismo foi ferido de morte, mas não basta isso, proclamava Mário Soares por esses dias. Três décadas e meia depois, apanhando-se com todo o poder nas mãos e as costas quentes, o extremo-centro português arranca com o seu CERP, o PREC lido da direita para a esquerda. E aí está, para começar, a intervenção do Estado na banca, através de modalidade bem mais liberal que em O PREC expropriou os bancos a favor do Estado e em nome do povo. O CERP mete dinheiro do Estado e do povo nos bancos, assumindo assim o controlo da banca. É um custo elevadíssimo para as debilitadas finanças nacionais e para os empobrecidos contribuintes portugueses mas socorre a banca em geral e o BPN em particular. TalcomooPRECenfrentoua contestação dos elementos reaccionários, assim denunciados pelo PDC, o CERP não agrada a todos e até indigna alguns. Mas sabe-se agora o que significa a sigla: Capitalismo de Estado Reconstitui o Passado. joaopaulo.guerra@economico.pt O PREC expropriou os bancos a favor do Estado e em nome do povo. O CERP mete dinheiro do Estado e do povo nos bancos, assumindo assim o controlo da banca.

14 14 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 ESPECIAL DIA MUNDIAL DA POUPANÇA Por cada dez euros ganhos as famílias poupam 93 cêntimos Os portugueses já estão a poupar menos e no próximo ano o desafio vai ser ainda mais complicado. Margarida Peixoto margarida.peixoto@economico.pt Para quem mantém opostodetrabalho, os salários deverão, na melhor das hipóteses, estabilizar no próximo ano. HD Acompanhe a actualidade no canal 16 da ZON e Meo, no canal 200 da Vodafone Casa TV e Optimus Clix enaposição9da Cabovisão Por cada 10 euros que as famílias ganham, só conseguem poupar 93 cêntimos, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística. Construir um pé-de-meia já tem sido uma tarefa difícil, masparaopróximoanoapressão sobre o orçamento mensal ainda vai aumentar. Sãoospreçosquesobem,éo desemprego que bate à porta, é a factura dos impostos que não tem fim. As razões para poupar cada vez menos são muitas e as contas nãoperdoam.emjunhoataxade poupança das famílias caiu para 9,3% do rendimento disponível, o valor mais baixo dos últimos dois anos. O mesmo é dizer que em cada 10 euros ganhos, há menos de um euro que é colocado de parte. Nestas contas inclui-se a amortização, por exemplo, de empréstimos à habitação - uma espécie de poupança forçada a que muitas famílias estão obrigadas. Porque se o cálculo for feito apenas àpoupançafinanceiralíquida-ou seja, ao valor que é colocado de parte em depósitos ou outros investimentos financeiros e que é mais facilmente mobilizado em caso de necessidade - o cenário é ainda mais negro: por cada 10 euros, poupam-se 13 cêntimos. Ainda assim, o desígnio nacional continua a ser poupar. Depois dos economistas e do Governo teremjáapeladoàpoupançapor parte das famílias, empresas e Estado, até o Presidente da República fez eco deste imperativo. A crise que atravessamos é uma oportunidade para que os portugueses abandonem hábitos instalados de despesa supérflua, para que redescubram o valor republicano da austeridade digna, para que cultivem estilos de vida baseados na poupançaenacontençãodegastos desmesurados, defendeu Cavaco Silva, no discurso dos 101 anos da Proclamação da República. Porém, tudo indica que em 2012 as famílias vão poupar ainda menos. Vai existir menos rendimento disponível, garante Rui Constantino, economista-chefe do departamento de research do Santander. Mesmo que se mantivesse a mesma taxa de poupança, em termos absolutos o volume será mais baixo, explica. É que as medidas de austeridadeestãoportodooladoeédifícil encontrar o caminho que resguarde os rendimentos mensais. Desde logo, o mercado de trabalho vai continuar a degradar-se. O Governo espera que a taxa de desemprego aumente para 13,4% e conta com uma destruição líquida de postos de trabalho de 1%. Estas famílias terão ainda de contar com subsídios de desemprego mais baixos e atribuídos por menos tempo. Para quem mantém o posto de trabalho, os salários deverão, na melhor das hipóteses, estabilizar. Do lado das empresas a diminuição da procura interna e a escassez do crédito bancário obriga à maior contenção de custos possível. Já para os funcionários públicos é certo que descem: quem recebe acima de um salário mínimo por mês (485 euros) perde, em média, um subsídio de férias, ou de Natal. E quem ganha mais de mil euros perde os dois. As contas são as mesmas para todos os pensionistas, sejam do sector público ou privado. Ajuntaraestesfactoressomase ainda o aumento dos impostos. As deduções no IRS vão diminuir e oimpostototalqueserápagoao Estado aumenta. Além disso, há fortes subidas na carga fiscal sobre o património e o consumo. Basta ver que o Estado vai arrecadar mais de dois mil milhões de euros por esta via. Por fim, há ainda a erosão dos rendimentos provocada pelo aumento dos preços. Por um lado, esta subida justifica-se pela subida do IVA para muitos produtos, mas por outro há também o impacto do aumento dos preços dos combustíveis. A única forma de manter a poupança é diminuir fortemente o consumo, um comportamento que tanto os economistas, como o Governo esperam. No próximo ano o consumo privado deve recuar 4,8%. De qualquer modo, resta saber qual será o efeito mais forte: se a queda do consumo, se a diminuição dos rendimentos. Conheça o perfil do Quase famílias não conseguem pagar créditos inferiores a euros. Marta Marques Silva marta.marquessilva@economico.pt Tem entre 31 e 50 anos de idade, o ensino secundário, ficou desempregado ou sofreu uma redução salarial, e não consegue pagar as prestações mensais, dos seus um a três créditos, há cerca de quatro meses. Em traços gerais, este é o perfil-tipo do sobreendividado português, de acordo com os dados estatísticas da Deco. No entanto, a dimensão dos números torna o perfil redutor. Hoje, em Portugal, é necessário falar em perfis. Quase 39% dos que contactam o Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS) da Deco têm quatro a sete créditos, 18,6% entraram em incumprimentodevidoadoença,11%têm entre sete a 12 meses de prestações em atraso, 31% têm entre 51 a 70 anos de idade, e 13,2% têm o ensino superior. Perfis insuspeitos que a crise banalizou. Ao GAS chegam os casos mais extremos. A maioria, casos perdidos. As pessoas acreditam que a situação vai melhorar, vão utilizando os cartões de crédito, vão pedindo mais créditos, e só quando deixam de ter acesso a crédito é que decidem realmente enfrentar o problema, explicava Natália Nunes, responsável pelo GAS. Só até Setembro, o GAS recebeu pedidos de ajuda este ano, ultrapassando já os contactosregistadosemtodoo

15 Segunda-feira 31 Outubro 2011 Diário Económico 15 PONTOS-CHAVE Ao contrário do que se passa no resto da Europa, onde os consumidores têm vindo a poupar mais, em Portugal a poupança caiu para 9,3% do rendimento disponível. São várias as iniciativas que os bancos, a Deco e o próprio Banco de Portugal realizam hoje para sensibilizar os portugueses para aumentarem as poupanças. Apesar da crise, os depósitos captados pelos bancos tem vindo a crescer. Em Agosto, os portugueses tinham 127 mil milhões de euros aplicados nestes produtos. ESPECIAL DIA MUNDIAL DA POUPANÇA 24 horas a poupar com o Miguel Infografia: Mário Malhão mario.malhao@economico.pt sobreendividado português Quando acordou, o Miguel, como já é hábito, foi ao quiosque comprar o Diário Económico. A primeira boa notícia do dia: a edição especial do Diário Económico hoje nas bancas é grátis! E com isto o Miguel já poupou 1,60 euros. E é para ajudar os portugueses a poupar que fizemos hoje uma edição especial dedicada ao Dia Mundial da Poupança. A ideia de uma data especial para a Poupança surgiu em Outubro de 1924, durante o I Congresso Internacional de Economia, em Milão. Mas este ano, e quase noventa anos volvidos, a ideia assume maior importância já que existe um consenso, mais ou menos generalizado, entre políticos e economistas, de que poupar, no actual contexto de crise, é uma emergência nacional que pode ajudar o País e as famílias a saírem da crise. Prova disso são as palavras do Presidente da República, Cavaco Silva, que no seu recente discurso na Cerimónia de Comemoração dos 101 anos da Proclamação da República, fez um apelo para que os portugueses cultivassem estilos de vida baseados na poupança e na contenção de gastos desmesurados. E é para ajudar os portuguesesacriaremhábitosdepoupança que fomos passar um dia com o Miguel, a mulher Paula e os dois filhos, João e Inês. São personagens fictícias, num estilo de banda desenhada, criadas pelo Diário Económico e que, durante 24 horas, vão passar por uma série de situações e peripécias do dia-a-dia e que os vai obrigar a pensar e a descobrir as melhores formas de poupar e de investir o dinheiro em segurança. O dia do Miguel começa logo pela manhãzinha, às 7h00, na página 23 deste jornal. INCUMPRIMENTO Número de portugueses que deixaram de conseguir pagar as prestações dos seus créditos. No total, existem famílias em incumprimento. ano de No entanto, o GAS só actua nos casos onde ainda é possível tentar uma reestruturação. A larga maioria das situações que noschegamjáestãoemviajudicialouospassivosjásãotãograndes face aos rendimentos que não existe qualquer possibilidade de reestruturação, adianta Natália Nunes. Ainda assim, a abertura de processos de sobreendividamento também bate recordes em apenas nove meses: foram abertos processos até Setembro, mais do que os processos do último ano, e quase tantos quanto os abertos no acumulado de sete anos, entre 2000 e Números simpáticos quando comparados com o universo total de devedores com crédito vencido. Existem portugueses em incumprimento junto da banca, mais face há 12 meses. Deste universo total, são empresas e são empresários em nome individual. Quase metade destas empresas, mais de , devem em média euros. Quase destas famílias não conseguem pagar créditos entre e euros. Quase famílias não conseguem pagar créditos inferiores a euros. Mais: o incumprimentocomeçaachegaraocrédito à habitação, o último que, por norma, as famílias deixam de pagar. O malparado na habitação encontra-se em máximos históricos: são as famílias em riscodeperderassuascasas. Um jorrar de números insensíveis, que dão ares de problema matemático ao que é na realidade um problema humano. ÍNDICE 07:30 Saiba como poupar na alimentação. P.25 07:45 Faça as operações na Net e poupe dinheiro. P.26 07:55 Poupenaenergiaeno ambiente. P.29 07:59 Conheça os melhores depósitos do mercado. P.31 08:15 Truques para poupar no combustível. P.33 09:00 Como se faz um orçamento familiar. P.34 12:30 Corte nos gastos supérfluos. P.36 13:15 Como baixar a prestação da casa. P.39 13:30 Poupe euros nos impostos. P.40 14:00 Dicas para evitar o sobreendividamento. P.42 16:40 Gaste menos com os telemóveis. P.45 17:55 Sites que o ajudam a poupar. P.46 18:30 Livros que o ajudam a controlar os gastos. P.49 20:05 Onde investir sem correr muitos riscos. P.51 21:15 Prepare as férias sem gastar muito dinheiro. P.61 21:40 Os melhores PPR para a reforma. P. 63 Ilustração: Paulo Cintra-Who

16 16 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 ESPECIAL DIA MUNDIAL DA POUPANÇA Pouparam toda avidapara garantir uma reforma tranquila Mesmo com o corte nos subsídios, este casal de reformados da função pública tem condições para manter o estilo de vida. António Sarmento antonio.sarmento@economico.pt Habituados a poupar durante toda a vida, Maria e Aniceto, antigos funcionários públicos, não entraram em pânico quando o primeiro-ministro anunciou este mês o corte de subsídios na Função Pública. Com um rendimento mensal superior a três mil euros, o casal de ex-professores não faz investimentos de risco e, apenas uma pequena parte do orçamento é gasta em lazer. Na alimentação ou na saúde nunca cortamos na despesa. Mas, de resto, vivemos de forma humilde. Às vezes vamos almoçar fora, mas não frequentamos casinos nem passamos férias no estrangeiro, dizem. Maria e Aniceto trocaram há 14 anos um apartamento no Cacém por uma moradia no concelho de Sintra e é nesta zona que passam grande parte do ano. É por ali que passeiam ou visitam os amigos. O comboio é o meio de transporte privilegiado e o carro, na maior parte das vezes, é usado para viajar até Estremoz ou Viseu, onde têm casa de família. As Casal de antigos professores fotografados na moradia, situada no concelho de Sintra. MARIA E ANICETO PRATES ORÇAMENTO FAMILIAR São um casal de reformados da Função Pública, que vive numa moradia do concelho de Sintra. O rendimento mensal destes dois antigos professores é superior a três mil euros. Sempre pouparam uma parte do salário mensal. A educação dos filhos foi a grande prioridade do casal. Mesmo com o corte nos subsídios de férias e de Natal, o casal poderá continuar a ir a médicos privados e não fará cortes na alimentação. férias são sempre passadas em Portugal, contam. O casal tem ainda outra estratégia para lidar com a crise: raramente sintoniza os canais de notícias quando está em casa. Só ouvimos desgraças e, porisso,quasenemvaleapena ter a televisão ligada, diz Aniceto, de 73 anos. As desgraças são fáceis de localizar. Primeiro, em Junho, o anúncio de um imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal. Preocupados com os bancos O segundo foi este mês, com a imposição de uma nova vaga de austeridade para os pensionistas e funcionários públicos. Fomos apanhados desprevenidos. Qualquer dia vão retirar-nos o resto da pensão. Saímos do 8 para o 80. Olhe, o meu marido quando ouviu o anúncio dos cortes disse um nome feio, conta a professora reformada do ensino especial, que também está preocupada com a situação dos bancos. As nossas poupanças não estão guardadas debaixo dos colchões. Sempre demos prioridade à educação dos filhos. Tantos sacrifícios que fizemos para poupar. Agora sentimo-nos traídos, acrescenta o marido. Mesmo com o orçamento familiar mais apertado, há pequenos luxos que o casal de reformados não abdica. Se precisarmos de ir a um médico particular iremos sem qualquer problema, afirma Maria Prates, de 64 anos. No entanto, os cortes nos subsídios impostos pelo Governo de Pedro Passos Coelho trazem uma desvantagem imediata. Sem necessidade premente de cortar nas despesas mais importantes, há uma medida que a família Prates tomará imediatamente: os pais avisam, desde já, que os dois filhos vão receber presentes de Natal mais modestos. João Paulo Dias O bancário Henrique Silva fotografado em casa com a mulher e dois dos quatro filhos do casal. HENRIQUE SILVA E FAMÍLIA Bancário ensina filhos a gerir a mesada até ao final do mês Desde muito cedo que Henrique Silva e a mulher, Teresa, ensinaram aos filhos a importância de saber lidar com o dinheiro. No porta-luvas dos três automóveis da família Silva existe sempre um pequeno bloco de notas, onde todos os dias se apontam os quilómetros percorridos, o consumo e o dinheiro gasto em combustível. Numa família com seis elementos, este é o melhor método para evitar gastos excessivos. O bancário Henrique Silva conduz todos os dias 50 quilómetros para ir de casa, na Portela de Sacavém, até ao trabalho, no Tagus Park, em Oeiras. Depois, é preciso contabilizar as viagens para ir levar ou buscar os filhos à escola, às actividades desportivas, e os passeios em família ao fim-de-semana ou nas férias. Ando sempre atento aos melhores descontos na gasolina e aproveito todas as promoções. Tenho os registos dos meus consumos de gasolina nos últimos 20 anos, diz Henrique Silva, de 51 anos. Em casa e nas compras do supermercado continua a privilegiar-se a poupança. Temos tarifa bi-horária e, portanto, só utilizamos as máquinas à noite. Também espero reduzir a factura da água para metade. Descobri agora que no meu concelho (Loures), os agregados familiares com mais de ORÇAMENTO FAMILIAR O rendimento familiar dos Silva, casal e quatro filhos, é superior a euros mensais. Henrique Silva tem 3 automóveis e 1 moto. Há 20 anos que aponta todos os consumos e o dinheiro que gasta para abastecer os veículos. A família gasta 900 euros mensais em alimentação. Compram alguns produtos de marca branca. Em casa, utilizam a tarifa bi-horária para gastar menos em electricidade.

17 Segunda-feira 31 Outubro 2011 Diário Económico 17 Ana Brígida cinco pessoas podem usufruir de um desconto, diz o bancário, que tem um rendimento mensal à volta dos euros. Em alimentação gastamos, em média, 900 euros por mês. Compramos alguns produtos de marca branca, desde que tenham qualidade, acrescenta a mulher, Teresa, de 48 anos, funcionária do INE. Filhos aprenderam a poupar O casal sempre teve a preocupação de educar os quatro filhos (Ricardo, Gonçalo, Sofia e Rafael, com idades compreendidas entre os 11 e os 22 anos) a lidar com o dinheiro. Tenho umamesadaparageriratéao final do mês. Por exemplo, se durante o mês tiver muitos jantares com amigos, não posso ir a todos, conta Ricardo, o filho mais velho do casal. No valor da mesada não está incluído o dinheiro gasto com material escolar, que é depois acertado com os pais. Também não gasto muito dinheiro em comunicações. Hoje em dia, tanto eu como os meus amigos mais próximos, temos os mesmos tarifários no telemóvel e, claro, também podemos comunicar através da Internet e das redes sociais, acrescenta Ricardo. No orçamento da família Silva há ainda folga para passar férias ou fazer obras em casa este ano colocaram novas janelas na sala de jantar. Não existe grande folga orçamental para poupança, mas quando recebo o ordenado aplico uma parte num depósito a prazo a 15 dias e, se precisar dele, vou lá buscá-lo, afirma o bancário. Apesar do controlo nas despesas domésticas, Henrique não consegue poupar nos hábitos de leitura. Todos os meses gasto entre 30 a 40 euros em livros, diz. A leitura é um bom método para variar das conversas sobre a crise. A.S. Casal sem filhos junta todos os meses 40% do salário O dinheiro está aplicado em contas poupança com juros a dois anos e em certificados de aforro. Não investem em produtos de risco. O engenheiro informático Pedro Prates tem uma táctica infalível para poupar: no dia em que recebe o salário desvia imediatamente 30% para uma conta poupança e tenta, a todo o custo, não mexer nesse dinheiro. Tenho certificados de aforro e uma conta poupança com juros a dois anos. Nada de aplicações de alto risco porque não quero perder dinheiro e também gosto de saber que o posso levantar a qualquer momento, se precisar, sem ser penalizado, diz o engenheiro, de 32 anos. Pedrovivehátrêsanosnum apartamento em Benfica coma mulher, Cláudia Sousa. No meu caso, o nível de poupança é bastante variável, mas há meses em que consigo juntar 10%, afirma Cláudia, de 33 anos, administrativa de uma universidade estatal. O casal controla sem dificuldade o orçamento familiar. Tem apenas o crédito à habitação para pagar - o spread da prestação da casa foi negociado para 0,35%). O ano PEDRO E CLÁUDIA ORÇAMENTO FAMILIAR O engenheiro informático e a administrativa de uma universidade têm um rendimento familiar superior a dois mil euros. Pedro consegue poupar todos os meses 30% do salário. Cláudia não vai além dos 10%. Sempre que vão às compras privilegiam alguns produtos de marca branca e os de origem portuguesa. Todos os anos fazem uma viagem para fora da Europa, mas a partir do próximo ano será diferente: estão a pensar visitar cidades europeias e viajar em low cost. passado tentámos vender a casa para irmos para outra melhor, mas depois acabámos por desistir. Esta não é uma boa altura para vender, diz o engenheiro. Nas compras diárias, o casal também privilegia a poupança. Quando vai ao supermercado compra alguns produtos de marca branca e evita fazer muitas refeições fora de casa. Hoje em dia já não faço compras como antigamente. Antes ia às compras e não me importava de gastar dinheiro numa boa carne, peixe ou bom vinho. A situação do País mudou e fala-se da crise em todo o lado, admite Pedro. Passarfériasem lowcost O casal, que tem um rendimento mensal superior a dois mil euros, privilegia os produtos portugueses. Vejo sempre a origemdasfrutasedosvegetais. Só compramos os de origem nacional, dizem. Habituados a passar férias fora da Europa, Pedro e Cláudia acharam que está na altura de ficar mais perto de casa. Adoramos viajar e a Europa vai passar a ser o nosso destino de eleição. Podemos visitar muitas cidades e viajar em low cost, diz o casal, que nos últimos anos visitou alguns países do continente americano e africano. Apesar de ser avesso a investimentos de risco, o engenheiro está a pensar arriscar no mercado dos vinhos. Para ele, é mais interessantedoqueabolsa,títulos de dívida ou ETF. Estou a pensar fazer um investimento em vinhos num site online. Mas são decisões que têm de ser levadas com muita calma, diz Pedro. Mesmo que o valor do vinho desvalorize há sempre uma opção: a garrafa pode ser enviada para casa e desfrutá-la em família. A.S. Ana Brígida O casal Pedro e Cláudia fotografados no apartamento, situado em Benfica. VOX POP Mónica Macedo Assessora de imprensa Hoje em dia já não se consegue poupar tanto como antigamente. Tento pôr de parte, no mínimo, entre 100 a 150 euros. Levo sempre comida para o trabalho. Hugo Silva Engenheiro de telecomunicações Consigo poupar entre 40 a 50% do salário mensal. O dinheiro que poupo invisto em depósitos aprazoaumoudoisanos, sempre com capital garantido. Luísa Miranda Agente de viagens Há meses em que não é mesmo possível poupar. No dia-a-dia ando sempre com o carro porque o dinheiro que ia gastar no passe seria superior ao que gasto em combustível. Manuel Santos Funcionários dos CTT Tento poupar uns 10% do salário todos os meses. Opto sempre pelas contas a prazo porque com a instabilidade que se vive hoje não vou para investimentos de risco. Veja o vídeo do Vox Pop sobre o Dia Mundial da Poupança em

18 18 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 ESPECIAL DIA MUNDIAL DA POUPANÇA ENTREVISTA JOSÉ SILVA LOPES Economista e ex-ministro das Finanças Temos andado a viver à custa da poupança dos outros Na situação actual é impossível conciliar a austeridade com uma subida da poupança das famílias. Luís Reis Pires luis.pires@economico.pt Foi ministro das Finanças há mais de 30 anos, numa altura em que Portugal tinha das maiores taxas de poupança da Europa. Desde então, não se cansou de avisar para o problema da queda a pique da poupança na economia portuguesa. Silva Lopes afirmaqueacriseactualéum problema de poupança insuficiente, já que Portugal andou a viver do dinheiro que lhe emprestavam. Agora, a reconstrução da poupança terá que partir do Estado, frisa, acrescentando que o País não terá no futuro tanto financiamento externo como na última década. A baixa poupança é um problema crónico em Portugal, ou apenasdoportugaldoeuroedo crédito fácil? A poupança em Portugal há 20 anos era bastante alta, era até das mais altas da Europa. Nós tínhamos uma poupança de particulares muito alta, graças sobretudo às remessas dos emigrantes. O Estado tinha uma poupança provavelmente negativa, mas não tão negativa como tem sido ultimamente. E as empresas normalmente têm uma poupança positiva, que corresponde aos lucros retidos. Mas essa também enfraqueceu muito. Actualmente, a taxa de poupança portuguesa é das mais baixas de toda a Europa. A das famílias também é baixa, mas o grande problema está na poupança negativa do Estado e na fraca poupança das empresas. E agora a reconstrução da poupança tem que vir essencialmente do Estado. Falou das empresas. Elas também devem aumentar a poupança, ou é preferível mais investimento? Se fosse possível mas infelizmente não é muito fácil -, o que se devia fazer era não tributar muitoasempresasemtermos de IRC e tributá-las muito nos dividendos. Significaria que havia um incentivo para as empresas não distribuíssem muito os dividendos, retendo os lucros, que é uma forma de poupança. Mas, a partir do momento em que as empresas conseguem pôr odinheiroláfora,nãoseconsegue tributar muito os dividendos. É um problema do nosso sistema fiscal e também um problema que se criou com a globalização. Enquanto o mundo for assim, não há solução para ele, porque não há convergência social. Houve vários fenómenos a prejudicar a poupança. As remessas dos emigrantes caíram a pique, o dinheiro das empresas sai cada vez mais lá para fora e também há muitos imigrantes a enviar dinheiro para fora Sim, mas isso dos imigrantes enviarem dinheiro lá para fora não é de criticar, estão a fazer o mesmo que nós fazíamos há uns anos. A única coisa que se pode observar é que devia haver menos facilidade à entrada de estrangeiros cá em Portugal, porque há muitos portugueses desempregados. É certo que os portugueses muitas vezes não querem fazer o trabalho dos emigrantes, mas vão ter de fazer, não vão passar o tempo todo a receber subsídios. Se o Estado estivesse na situação em que está, mas pessoas e empresas tivessem almofadas significativas de poupança, o ajustamento a que o País está obrigado era menos doloroso? Se a poupança portuguesa fosse maior, pelo mesmo volume de investimento tínhamos um défice da balança de transacções correntes mais pequeno e, portanto, dependeríamos menos da poupança estrangeira. O nosso problemapodedizer-sequeéo termos uma taxa de poupança insuficiente e termos andado a viver à custa da poupança dos outros, que agora vieram dizer que já não estão dispostos a continuar a emprestar a poupança deles. Isso é uma das diferenças, por exemplo, entre Portugal e Itália, que também tem défice e dívida elevados, mas tem uma taxa de poupança elevada Sim, Itália tem uma poupança muito maior que a nossa. E Espanha também. E há outra coisa: em Itália a maior parte da sua dívida está aplicada no mercado interno. E por isso depende muito menos da poupança estrangeira do que nós. Aliás, Itália depende muito pouco da poupança estrangeira. Nós dependemos muito, somos até o País mais endividado da Europa. Por isso o que nós temos é um problema de poupança, porque o endividamento é isso mesmo, representa a dependência da poupança estrangeira em vez da nacional. As medidas de austeridade estão a diminuir o rendimento das famílias, tornando mais difícil poupar. Vamos ter que deixar o Estado poupar primeiro, para depois as famílias conseguirem poupar? Neste momento os planos da troika procuram essencialmenteapoupançadoestado. Silva Lopes foi ministro das Finanças em 1978, quando o País tinha taxa de poupança elevada. Devia haver mais restrições no crédito ao consumo. Agora a reconstrução da poupança tem que vir essencialmente do Estado. Num futuro próximo não teremos tanto financiamento externo como na última década. Por isso,ouapoupança aumenta ou o investimento baixa. Quanto às famílias e empresas, não se prevêem ajustamentos muito grandes. No caso das famílias, devia haver mais restrições no crédito ao consumo. Deviahaverumataxadejuro bastantealtasobreocréditoao consumo. É claro que isso provocaria dificuldades aquelas empresa que vendem produtos como electrodomésticos e automóveis com crédito ao consumo. Mas, ainda por cima, como se trata de produtos estrangeiros, o efeito recessivo dessa tributação seria menor que outros. Eu considero que era uma medida prioritária. Mas com os rendimentos a descer não me parece realista esperar que a poupança das famílias aumente muito, mesmo com esta medidaqueestouadizer. Mas neste momento é então impossível conciliar a poupança do Estado com a das famílias? Sim, mas neste momento é do lado do Estado que temos que Paulo Figueiredo actuar, porque as famílias, com os rendimentos a descer, não é fácil. E as empresas ainda menos. Têm menos resultados com a crise e o que têm vai lá para fora. Em tempo de bonança esqueceu-se a parte do poupar. Agora, em crise, temos que o fazer. Será que, após a crise, teremos aprendido a lição? O problema é que as pessoas só podem investir sem poupar se lhes emprestarem. E não pensemos que num futuro próximo, nos próximos 10 ou 15 anos, iremos ter tanto financiamento externo como tivemos na última década, é impossível. E por isso ou a poupança aumenta ou o investimento baixa. O investimento já baixou muito, já vale só cerca de 18% do PIB. Se baixamosmuitomais,qualquerdia não há casas, não há estradas, as pontes caem Não pode ser, temos que investir um mínimo. E porissotemosqueterummínimo de poupança.

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20 20 Diário Económico Segunda-feira 31 Outubro 2011 ESPECIAL DIA MUNDIAL DA POUPANÇA Ramin Talaie/Bloomberg TAMBÉM SE PODE POUPAR NO FABRICO DA COCA-COLA A Refrige poupou nos últimos seis anos 2,5 mil milhões de litros de água com a produção da Coca- Cola. E só com uma medida. A fábrica de Azeitão da empresa, onde se engarrafa a Coca-Cola, já só gasta dois litros de água por cada litro de refrigerante produzido. E a política da empresa é de continuar a reduzir o consumo de água. O objectivo é agora chegar a 2016 a consumir menos de dois litros de água por cada litro de Coca-Cola produzido. Empresas apostam na inovação enatecnologiaparapoupar Reduzir consumos de energia e água ou recorrer a vídeo-conferências são algumas das medidas tomadas. Sónia Santos Pereira sonia.pereira@economico.pt Os tempos são de austeridade. Poupança e redução de custos são palavras que entraram na rotina dos cidadãos. Mas as empresas há muito que começaram a implementar políticas e métodosparadiminuiroscustosda operação e também para reduzirem o impacto ambiental da sua actividade. Inovar e investir em tecnologia pode trazer poupanças significativas. A utilização mais sustentável de recursoscomoaáguaouaenergia, além de ajudar a diminuir a pegada ecológica, pode materializar uma diminuição nos custos operacionais. A Sonae apostou na inovação e na tecnologia e, internamente, desenvolveu o Portal móvel, um escritório móvel que permite aos colaboradores das lojas do grupo acederem a informação como preços, disponibilidades, datas de fornecimento, vendas, promoções, reservas, entre outras informações. Com esta tecnologia, desenvolvida pela Tlantic (da Sonae) o grupo estima poupanças anuais da ordem dos 10 milhões de euros e o retornodoinvestimentoemmenosdeumano.o Portalmóvel garante ganhos de eficiência e A Tlantic, empresa da Sonae, desenvolveu um escritório móvel para os colaboradores das lojas do grupo que vai permitir uma poupança anual da ordem dos 10 milhões de euros. um melhor serviço ao cliente, diz fonte oficial da Sonae. As vídeo-conferências tornaram-se também habituais nos meios empresariais, uma solução para contrariar gastos e que até aproxima os colaboradores. A Sonae Sierra, empresa do grupo Sonae especialista em centros comerciais e com actividade em onze mercados, implementou uma plataforma tecnológica em todos os computadores com serviços de vídeoconferência, chat e aplicações de trabalho que permite operar um documento em rede. Com esta solução, a empresa reduziu onúmerodeviagensepoupou dois milhões de euros, além que aumentou a interactividade entre colaboradores que com a nova plataforma podem falar mais vezes e de forma regular, salientou fonte do grupo. Já no sector da moda, a espanhola Mango aderiu à mesma estratégia. Com lojas espalhadas por 105 países, os colaboradores da Mango só realizam viagens se for estritamente necessário, caso contrário essas viagens são substituídas por vídeo-conferência, adiantou Enric Casi, director-geral da marca de pronto-a-vestir. A TAP procura também encontrar soluções de poupança operacional, além do enfoque que faz na redução do uso de combustíveis. No ano passado, a transportadora aérea nacional arrancou com nove projectos de melhoria contínua nas áreas de manutenção de aviões, componentes e motores e na logística. O objectivoéareduçãodecustos.oprimeiro projecto-piloto materializou-se na redução de 14 para cinco dias do tempo médio de saída das peças da manutenção de motores para reparação no exterior. Para reduzir os consumos de combustível, a TAP mantém a aposta numa operação cada vez mais ecoeficiente e na modernização dos aviões. A renovação da frota de longo curso, programada para depois de 2014, será mais um passo decisivo. A TAP prevê substituir progressivamente os aviões A340 e A330 por Airbus A350, o que se traduzirá em ganhos de eficiência energética e ambiental da ordem dos 20%. Certo é que desde o início do programa Fuel conservation and emissions reduction, em Junho de 2005, foi evitada a emissão de 240 mil toneladas de CO2. Ao nível ambiental, a Sonae adopta já há vários anos políticas que se traduzem em poupanças. No ano passado, o grupo liderado por Paulo Azevedo reduziu em 1,4% o consumo de energia e poupou 5,3% no consumo de água por cada milhão de euros gerado, adiantou fonte oficial. Neste âmbito, o grupo procuramotivarosseuscolaboradores para a eficiência destas políticas, através de formação específica em ambiente e desenvolvimento sustentável e campanhas de promoção de medidas de eficiência ambiental. Um edifício sustentável OSonaeMaiaBusinessCenterfoi uma aposta do grupo de Paulo Azevedo na construção ecoeficiente. O edifício de escritórios da área de retalho do grupo implicou um investimento adicionalde2%novalortotaldo projecto para cumprir com exigentes critérios ambientais e boas práticas de construção. Os elevadores foram dotados de um gestão inteligente e eficiente que evita gastos supérfluos de energia. O aquecimento e o arrefecimento do edifício são garantidos por calor excedentário de um processo industrial de geração de electricidade. Já para uma racionalização do uso da água foram implementados equipamentos eficientes e desenvolvido um sistema de tratamento que permite reciclar a água para descargas. Com estas medidas, o grupo estima uma economia de 50 mil euros por ano em energia e água. A arquitectura do edifício permite também que 95% dos colaboradores tenham luz natural e vista para o exterior.

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