COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS

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1 MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Especializada Manual de tratamento das COAGULOPATIAS HEREDITÁRIAS 1.ª edição 1.ª reimpressão Série A. Normas e Manuais Técnicos Brasília - DF 2006

2 2005 Ministério da Saúde. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é da área técnica. A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde: O conteúdo desta e de outras obras da Editora do Ministério da Saúde pode ser acessado na página: Série A. Normas e Manuais Técnicos Tiragem: 1.ª edição 1.ª reimpressão exemplares Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Especializada Coordenação da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados Esplanada dos Ministérios, Edifício Sede, sala 746 CEP: , Brasília DF Tels.: (61) / Fax: (61) sangue@saude.gov.br Home page: Impresso no Brasil / Printed in Brazil Ficha Catalográfica Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Manual de tratamento das coagulopatias hereditárias / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada. Brasília : Editora do Ministério da Saúde, p. (Série A. Normas e Manuais Técnicos) ISBN Transtornos da coagulação sanguínea. 2. Transtornos herdados da coagulação sanguínea. I. Título. II. Série. NLM WH 322 Catalogação na fonte Coordenação-Geral de Documentação e Informação Editora MS OS 2006/1132 Títulos para indexação: Em inglês: Treatment Manual on Hereditary Coagulopathies Em espanhol: Manual de Tratamiento de las Coagulopatías Hereditarias EDITORA MS Documentação e Informação SIA, trecho 4, lotes 540/610 CEP: , Brasília DF Tels.: (61) /2020 Fax: (61) editora.ms@saude.gov.br Home page: Equipe Editorial: Normalização: Gabriela Leitão Revisão: Mara Pamplona Capa, projeto gráfico e diagramação: Daniel Mariano

3 Agradecimentos A todos os profissionais que contribuíram com sugestões e correções, em particular os Drs. Fernando Lupinacci, Ricardo Andrade Carmo, Rodrigo Naves Givisiez e à Professora Maria da Glória Cunha, Mestra em Lingüística pela UFRJ.

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5 Sumário 1 Introdução Definições, hereditariedade e quadro clínico Hemofilias e DVW Hemofilia A Hemofilia B Doença von Willebrand Deficiência de fator XI Coagulopatias raras Alterações do fibrinogênio (fator I) Deficiência de protrombina (fator II) Deficiência de fator V (F V) Deficiência de fator VII (F VII) Deficiência de fator X (F X) Deficiência de fator XII (moléstia de Hageman), de precalicreína e de cininogênio de alto peso molecular Deficiência de fator XIII (F XIII) Deficiências combinadas Diagnóstico diferencial das coagulopatias Tratamento Tratamento de reposição nas hemofilias A e B Tratamento de situações clínicas especiais nas hemo filias A e B Epistaxe Hemartroses Hemorragia intramuscular Hemorragia em pescoço, assoalho da língua ou face Hemorragia em retroperitôneo Hematúria

6 4.2.7 Hemorragia gastrointestinal Trauma craniano Hemorragia intracraniana confirmada Trauma craniano sem hemorragia Cirurgias de pequeno porte Cirurgias de médio porte Cirurgias de grande porte Procedimentos invasivos Procedimentos odontológicos Infusão contínua de fator VIII Programa de dose domiciliar de urgência Tratamento das hemofilias com inibidor Tratamento da doença von Willebrand Utilização do DDAVP Indicações Administração Efeitos colaterais Contra-indicações Cuidados Utilização do concentrado F VIII/F VW Tratamento das coagulopatias hereditárias raras Acompanhamento dos pacientes com coagulopatias hereditárias Cuidados a serem tomados com os pacientes portadores de coagulopatias Referências bibliográficas Websites de interesse Anexos Anexo A Anexo B Anexo C Anexo D Equipe Técnica

7 1 Introdução As coagulopatias hereditárias são doenças hemorrágicas resultantes da deficiência quantitativa e/ou qualitativa de uma ou mais das proteínas plasmáticas (fatores) da coagulação. Têm como característica comum a redução da formação de trombina, fator essencial para a coagulação do sangue. Pacientes acometidos por coagulopatias hereditárias podem apresentar sangramentos de gravidade variável, espontâneos ou pós-traumáticos, presentes ao nascimento ou diagnosticados ocasionalmente. No entanto, as coagulopatias hereditárias apresentam herança genética, quadro clínico e laboratorial distintos entre si. Sob um critério estritamente etiológico, as coagulopatias hereditárias podem ser classificadas de acordo com as seguintes deficiências de fator: Deficiência de fibrinogênio (fator I), que subdivide-se em: Afibrinogenemia Hipofibrinogenemia Disfibrinogenemia Deficiência de protrombina (fator II) Deficiência de fator V Deficiência de fator VII Deficiência de fator VIII - Hemofilia A Deficiência de fator IX - Hemofilia B 7

8 Deficiência de fator X Deficiência de fator XI Deficiência de fator XII Deficiência do fator estabilizador da fibrina (fator XIII) Doença von Willebrand Para uma orientação terapêutica adequada, torna-se indispensável o diagnóstico diferencial entre essas doenças realizado por meio da história clínica e de testes laboratoriais. Dentre as coagulopatias hereditárias, as hemofilias e a doença von Willebrand (DVW) são as mais comuns. São consideradas coagulopatias raras as deficiências de fatores I, II, V, VII, X e XIII. 8

9 2 Definições, hereditariedade e quadro clínico 2.1 Hemofilias e DVW Hemofilia A Esta doença é causada pela deficiência de fator VIII (F VIII), resultante de herança genética ligada ao cromossomo X e é transmitida quase exclusivamente a indivíduos do sexo masculino por mãe portadora (maioria dos casos), aparentemente normal (figura 1B). A hemofilia A está associada a mutações no gene que codifica o F VIII, localizado na porção 2.8 do braço longo do cromossomo X. Até o presente momento, foram relatadas mais de 800 mutações associadas à doença, conforme The Haemophilia A Mutation, Structure, Test and Resource Site HAMSTeRS. É importante ressaltar que, em cerca de 25% 30% dos casos de hemofilia A, o evento genético é novo (mutação de novo), não havendo, neste caso, relato de ocorrência da doença em outros membros da família. A mutação de novo pode ocorrer tanto em mulheres quanto em homens; este evento está relacionado à geração de portadoras e hemofílicos, respectivamente (figura 1D e 1E). 9

10 Figura 1. Hemofilia - Hereditariedade A B C XY XX XY XX XY XX XY XX XY XX XY XX XY XX XX XX XY HOMEM NORMAL XX MULHER NORMAL XY HOMEM HEMOFÍLICO XX MULHER PORTADORA XX MULHER HEMOFÍLICA D E F XY XX XY XX XY XX XY XX XY XX XY XX XY XX XY XX XY XX 10

11 Apesar de muito rara, a hemofilia A pode ocorrer em mulher (figura 1F), em decorrência da união de homem com hemofilia e mulher portadora. Mais comumente, mulheres portadoras podem apresentar baixos níveis de fator VIII, evento este relacionado à inativação do cromossomo X (lionização) normal, isto é, aquele que não carreia a mutação associada à hemofilia (figura 1). Neste caso, a expressão de fator VIII (variável conforme a mutação) ocorre como produto do gene mutante. Filhas de homem com hemofilia serão portadoras obrigatórias (figura 1C). A hemofilia A ocorre em cerca de 1: homens. As manifestações hemorrágicas podem aparecer já no primeiro ano de vida e sua gravidade depende dos níveis plasmáticos do F VIII. As hemorragias podem se apresentar sob diversas formas, que podem ser espontâneas ou precedidas por traumas. As hemorragias podem ocorrer sob forma de hematúria, epistaxe, melena/hematêmese, ou se apresentarem como hematomas, sangramentos retroperitoniais e intra-articulares (hemartroses), que constituem um dos aspectos mais característicos das formas graves da doença. As hemartroses afetam mais freqüentemente as articulações do joelho, tornozelo, cotovelo, ombro e coxo-femoral. Como o sangue permanece fluido dentro das articulações, há possibilidade de formação de cistos hemorrágicos e de danificação da membrana sinovial. Nos casos de hematúria, o sangramento pode prolongar-se por semanas, mas a avaliação da perda sangüínea somente pelo aspecto da urina é bastante precária, uma vez que uma diluição de sangue de 1/100 pode sugerir impressão macroscópica de sangue total. Em geral, as hemorragias desencadeadas por trauma iniciam-se entre uma a três horas após o trauma, podem perdurar por vários dias e, dificilmente, cedem à pressão local, diferentemente das hemorragias resultantes de defeito vascular, que são imediatas, cedem em poucas horas e respondem a tratamento local. A classificação da hemofilia A varia conforme o nível de atividade coagulante do fator VIII (F VIII:C), sendo o nível normal definido como 1 UI/ml de F VIII:C (100%), segundo recomendação da World Health 11

12 Organization International Standard for Plasma Factor VIII:C. Segundo consenso recente da International Society of Thrombosis and Haemostasis recomenda-se classificar os pacientes como: a) graves, aqueles que possuem F VIII:C inferior a 1% do normal ou < 0.01 IU/ml; b) moderados, aqueles que possuem F VIII:C entre 1%-5% do normal ou IU/ ml e c) leve, aqueles que possuem F VIII:C > 5%-<40 % do normal ou > <0.40 IU/ml Hemofilia B As características de hereditariedade, do quadro clínico e da sua classificação são semelhantes as da hemofilia A da qual difere quanto ao fator plasmático deficiente que, neste caso, é o fator IX (F IX). A hemofilia B apresenta uma incidência 3-4 vezes menor que a hemofilia A Doença von Willebrand É uma doença hemorrágica resultante de defeito quantitativo e/ ou qualitativo do fator von Willebrand (F VW). Das doenças hemorrágicas hereditárias, a doença von Willebrand (DVW) é a mais comum, com prevalência de cerca de 1% da população de acordo com estatísticas provenientes de países nórdicos. No Brasil, esta doença parece ser subdiagnosticada, pois o número de casos reportados é bastante inferior ao de hemofílicos. A DVW é herdada como caráter autossômico dominante, resultante de mutações no gene que codifica o F VW, localizado no cromossomo 12, porção 12p12. Foram relatados mais de 21 subtipos distintos da DVW, entretanto a classificação atualmente utilizada, proposta por Evan Sadler, consiste em sete diferentes subtipos (1, 2A, 2B, 2M, 2N, 3 e tipo plaquetário) (tabela 1). Os subtipos 1 e 3 são defeitos quantitativos e o subtipo 2, qualitativo. 12

13 Tabela 1. Classificação e caracterização laboratorial da doença de von Willebrand* Exames Tipo 1 Tipo 2 A Tipo 2 B Tipo 2M Tipo 2N Tipo plaquetário Tipo 3 TS N ou N ou N ou N F VIII:C N ou N ou N ou N ou N VWF:Ag N ou N ou N ou N N ou Plaquetas N N N ou N N N VWF:RCo N N ou RIPA N ou N N N Ausente RIPA (baixas doses ristocetina) Ausente Ausente Presente Ausente Ausente Presente Ausente Análise multimérica Todos os multímeros presentes Ausência de grandes e médios multímeros Ausência de grandes multímeros Todos os multímeros presentes Todos os multímeros presentes Ausência de grandes multímeros Todos os multímeros diminuídos ou ausentes Freqüência 60-80% 15-30% 0-1% 1-3% *De acordo com Sadler, 1994 e Federici e cols, Abreviações (de acordo com Mazurier & Rodeghiero, 2001): TS, tempo de sangria; F VIII:C, fator VIII coagulante; VWF: Ag, fator von Willebrand (antígeno); VWF: RCo, atividade de co-fator ristocetina; RIPA, agregação plaquetária induzida pela ristocetina. 13

14 2.1.4 Deficiência de fator XI Ainda denominada por alguns por hemofilia C, é doença de herança autossômica recessiva, mais comumente encontrada em indivíduos de origem judaica. Ela apresenta quadro clínico heterogêneo, em geral com episódios hemorrágicos de gravidade moderada, estando as hemorragias freqüentemente relacionadas a trauma ou a procedimentos cirúrgicos. Sangramentos espontâneos podem ocorrer, porém são incomuns. Pacientes homozigotos e heterozigotos compostos apresentam deficiência mais grave e quadro clínico mais exuberante do que os heterozigotos. Outras doenças da coagulação, tais como, deficiência de fator VIII, DVW, entre outras, têm sido associadas à deficiência de fator XI. 2.2 Coagulopatias raras Alterações do fibrinogênio (fator I) Existem dois tipos de alterações hereditárias do fibrinogênio: afibrinogenemia e disfibrinogenemia. A afibrinogenemia é uma doença rara, herdada como caráter autossômico recessivo. A sintomatologia clínica varia e as hemorragias podem ser de intensidade leve a grave. Os episódios hemorrágicos, embora precoces, são geralmente pós-traumáticos, entretanto, indivíduos acometidos podem permanecer assintomáticos por longos períodos. As hemorragias mais freqüentes são: menorragia, sangramentos gengivais e epistaxes. O sangramento de cordão umbilical pode ser uma das primeiras manifestações e deve chamar atenção para o diagnóstico da doença. Neste caso, o diagnóstico diferencial deve incluir a deficiência de fator XIII, cujo sangramento de cordão umbilical é também sinal altamente sugestivo da doença. As hipofibrinogenemias (fibrinogênio < 100 mg/dl) geralmente apresentam manifestação clínica quando associadas a trauma ou quando a concentração de fibrinogênio é inferior a 50 mg/dl. 14

15 As disfibrinogenemias são caracterizadas pela biossíntese de moléculas com estrutura anômala que apresentam função alterada (defeito qualitativo). A maioria dos pacientes é assintomática, podendo, entretanto, haver história de hemorragia ou trombose Deficiência de protrombina (fator II) É uma deficiência rara, herdada como caráter autossômico recessivo. Ela apresenta quadro clínico heterogêneo, com sangramentos de leve a moderada intensidade, dependendo do nível funcional do fator. Em geral, os sangramentos ocorrem após trauma, mas níveis funcionais menores que 1% estão associados a sangramento espontâneo Deficiência de fator V (F V) É uma doença hemorrágica rara, herdada como caráter autossômico recessivo. Pode ocorrer por deficiência de síntese (defeito quantitativo) ou por alteração funcional (defeito qualitativo) da molécula de F V. As manifestações hemorrágicas são em geral moderadas e incluem equimoses, menorragia e epistaxes. Hematomas musculares extensos e hemartroses são raros Deficiência de fator VII (F VII) O quadro clínico é variável e nem sempre tem relação com os níveis de FVII circulante. Quadro clínico com apresentação exuberante, caracterizado por menorragia, epistaxes e raramente hematomas e hemartroses podem ocorrer quando os níveis de FVII são inferiores a 1.0 U/dl. Esses pacientes podem também apresentar hemorragia intracraniana Deficiência de fator X (F X) É uma doença de herança autossômica recessiva, caracterizada por hemorragias de intensidade moderada a grave, de acordo com o nível funcional de F X circulante. As manifestações hemorrágicas tendem a ser graves nos pacientes que apresentam FX inferior a 1,0 U/dl e leves naqueles com fator X acima de 1,0 U/dl. As hemorragias mais comuns 15

16 ocorrem nas articulações e mucosas e incluem menorragia, sangramento mucoso e mais raramente hemartroses Deficiência de fator XII (moléstia de Hageman), de precalicreína e de cininogênio de alto peso molecular Estas proteínas são denominadas fatores de contato, porque parecem estar envolvidas com a ativação da via intrínseca da coagulação. São deficiências raras, cuja herança é de caráter autossômico recessivo. Em geral, evoluem sem sintomas, sendo seu diagnóstico, na maioria das vezes, um achado de laboratório. Tem sido relatada a associação da deficiência de F XII à trombose, cujo mecanismo ainda permanece obscuro Deficiência de fator XIII (F XIII) É uma doença rara, herdada como caráter autossômico recessivo. Tipicamente, os coágulos formados são friáveis e mais susceptíveis à degradação pela plasmina. O sangramento no cordão umbilical é aspecto característico da doença, que ocorre nos primeiros dias de vida. Os pacientes com deficiência de F XIII apresentam hemorragia intracraniana com maior freqüência do que aqueles com outras coagulopatias. A hemorragia pode apresentar recidiva e, neste caso, é indicado o tratamento de reposição profilático de crioprecipitado ou concentrado de fator XIII para todos os indivíduos acometidos pela doença. Abortos de repetição e dificuldade de cicatrização de feridas são achados também associados à doença Deficiências combinadas Em geral são de herança autossômica recessiva, tendo sido descritas associações tais como: FV e F VIII, FVII e F IX, FVII e F VIII, entre outras. Essas deficiências combinadas são raras e o quadro clínico depende da magnitude da deficiência de cada um dos fatores. 16

17 3 Diagnóstico diferencial das coagulopatias O diagnóstico diferencial das coagulopatias hereditárias requer avaliação da história pregressa pessoal e familiar e dos quadros clínicos e laboratoriais. Os achados laboratoriais das diversas coagulopatias hereditárias encontram-se descritos na tabela 2. Tabela 2. Diagnóstico diferencial das coagulopatias Testes de laboratório T.T.P.A. prolongado T.P. normal T.T.P.A. prolongado T.P. prolongado T.T.P.A. normal T.P. prolongado T.T.P.A. normal T.P. normal Dosagem fator VIII Dosagem fator IX Dosagem fator XI Dosagem fator XII Dosagem de F VW:RCo e VWF:Ag* Dosagem de protrombina (FII) Dosagem de fator V Dosagem de fator X Dosagem de fibrinogênio baixa ou ausente Dosagem de fator VII Retração do coágulo e teste uréia 5 M Dosagem de F VW:RCo/VWF:Ag* Fator deficiente/ diagnóstico VIII/hemofilia A IX/hemofilia B XI XII F VW/DVW II V X I/hipofibrinogenemia ou afibrinogenemia VII XIII F VW/DVW * Outros testes diagnósticos para a doença von Willebrand incluem o tempo de sangramento pelo método de Ivy e a agregação plaquetária com ristocetina (RIPA). Abreviações: T.T.P.A., tempo de tromboplastina parcial ativado; T.P., tempo de protrombina; F VW:Rco, co-fator ristocetina; vwf:ag, fator (antígeno) de von Willebrand; F VW, fator von Willebrand; DVW, doença von Willebrand. 17

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19 4 Tratamento O tratamento das coagulopatias tem como principal pilar a reposição dos fatores da coagulação que se encontram deficientes, devendo-se respeitar as características biológicas individuais de cada fator (tabela 3). Tabela 3. Propriedades dos fatores de coagulação in vivo Fator Concentração plasmática necessária para hemostasia Meia-vida do fator transfundido Recuperação no sangue (% do total transfundido) Estabilidade em plasma líquido (estocado a 4 o C) I (Fibrinogênio) 100 mg/dl 4-6 dias 50% Estável II (Protrombina) 40 UI/dl (40%) 2-3 dias 40% - 80% Estável V VII VIII 10-15UI/dl (10% - 15%) 5-15 UI/dl (5% 15%) UI/dl (10% - 15%) 12 horas 80% Instável 2-6 horas 70% - 80% Estável 8-12 horas 60% - 80% Instável IX 10% - 40% horas 40% - 50% Estável X 10% - 15% 2 dias 50% Estável XI 30% 3 dias 90% - 100% Estável XII Estável XIII 1% - 5% 6-10 dias 5% - 100% Estável Fonte: Rizza & Jones,

20 As opções de tratamento das coagulopatias têm evoluído rapidamente nos últimos anos, proporcionando maior segurança transfusional aos pacientes que necessitam de terapia de reposição. Dentre as opções de tratamento disponíveis no Brasil, ressaltam-se: Concentrados de F VIII obtidos por fracionamento de pool de plasma, com diferentes técnicas, que conferem características distintas aos produtos. A evolução da purificação dos concentrados de F VIII encontra-se descrita na tabela 4, enquanto a discriminação dos contaminantes dos diversos tipos de concentrados encontra-se descrita na tabela 5. Concentrados de F IX também obtidos por fracionamento de pool de plasma. A evolução da purificação dos concentrados de F IX, encontra-se descrita na tabela 6. Concentrado de complexo protrombínico (CCP) contém os fatores II, VII, IX e X e também é obtido por fracionamento de pool de plasma. É utilizado no tratamento das deficiências de fatores II, VII e X, nos hemofílicos B que não apresentam risco de trombose (isto é, aqueles que não apresentam insuficiência hepática, trauma, trombofilias, coagulopatia de consumo ou quando são necessárias poucas infusões), quando não se dispõe de concentrado de F IX, ou em pacientes hemofílicos A que desenvolveram inibidores (anticorpos específicos contra o F VIII). Concentrado de complexo protrombínico ativado (CCPA) É semelhante ao complexo anterior, porém os fatores II, VII, IX e X estão ativados. É indicado para o tratamento de pacientes com hemofilia A e B com inibidores de alto título (ver sessão IV.4). Plasma fresco congelado (PFC) utilizado no tratamento das coagulopatias menos freqüentes, tais como as deficiências de fatores II, V, VII, X e XIII. Deve ser administrado na dose de 15 a 20 ml/kg de peso, e apenas em episódios hemorrágicos de pequena monta, pois atinge níveis plasmáticos entre 15% e 20%. Sendo assim, não é adequado para o tratamento de hemorragias graves ou intervenções cirúrgicas. 20

21 Tabela 4. Evolução das metodologias de produção do F VIII Tipo de produto Método de fracionamento Ordem de purificação Contaminantes maiores 1.ª geração: pureza intermediária Precipitação protéica em série 100 a 300 x plasma Fibrinogênio, Fibronectina, IgA, IgG, IgM, vwf, albumina (quantidades em mg e g) 2.ª geração: alta pureza Precipitação protéica associada à separação por cromatografia 100 x produtos de primeira geração Os mesmos contaminantes, porém em quantidades menores (mg), antes da adição de proteína estabilizadora. 3.ª geração: ultraalta pureza Precipitação protéica associada à cromatografia por anticorpos monoclonais x (ou mais) produtos de 1.ª geração Os mesmos contaminantes, porém em ng, antes da adição de proteína estabilizadora. Fonte: Gomperts e cols., Abreviações: ng, nanograma; mg, miligrama; g, grama. Tabela 5. Concentração das proteínas contaminantes em concentrados de F VIII Tipo de produto (concentrados) Proteínas (mg/dl) Albumina (% proteína) Imunoglobulina (mg/dl) Fibrinogênio (mg/dl) Fibronectina (% total de proteína) Pureza intermediária maior que % a 40% 40 a 900 maior que % a 97% Alta pureza 26 a 80 7% a 30% 3 a 7 10 (nível de detecção) 34% a 82% Ultra-alta pureza a Fonte: Gomperts e cols., % menor que o nível de detecção pelos métodos utilizados menor que o nível de detecção no 1.º produto; 36% no 2.º produto menor que o nível de detecção no 1.º produto; 21% no 2.º produto 21

22 Crioprecipitado produto obtido pela centrifugação e pelo congelamento do plasma de um único doador, sendo que cada bolsa contém aproximadamente 80 UI de F VIII. É rico em F VW, fator XIII e fibrinogênio. Cada unidade de crioprecipitado contém aproximadamente 200 a 300 mg de fibrinogênio. A RDC n.º 23, publicada em 24 de janeiro de 2002, proíbe a utilização de crioprecipitado para terapia de reposição em hemofílicos e portadores de DVW, exceto em situação de inexistência de concentrados. Tabela 6. Evolução da metodologia de produção do F IX Tipo de Produto Método de Fracionamento Ordem de Purificação Contaminantes maiores 1.ª geração: pureza intermediária Precipitação em série ou precipitação associada à cromatografia 100 x plasma IgA, IgG, F II, F VII e F X, quininases e proteínas C e S 2.ª geração : alta pureza Precipitação associada à múltiplos ciclos de cromatografia 10 x produtos de 1.ª geração Os mesmos contaminantes, porém em menor quantidade 3.ª geração: ultraalta pureza Precipitação, cromatografia por anticorpos monoclonais associada à separação por cromatografia. Fonte: Gomperts e cols., Abreviação: ng, nanograma. 50 x (e até mais) dos produtos de 1.ª geração Os mesmos contaminantes, porém em nível de ng, a menos que se adicione proteína estabilizadora 22

23 4.1 Tratamento de reposição nas hemofilias A e B A terapia de reposição nas hemofilias depende do quadro clínico e baseia-se nas seguintes fórmulas: Hemofilia A: Unidades internacionais (UI) de F VIII = peso (Kg) x 2 Hemofilia B: Unidades internacionais (UI) de F IX = peso (Kg) x Onde: = % de fator a ser elevado Exemplo para o cálculo de reposição: Paciente com hemofilia A, com hemartrose de joelho e peso de 50Kg (elevar o F VIII a 30%): UI de F VIII = 50 x 30/2 = 50 x 15 = 750 UI Observações: 1. O depende da gravidade do quadro clínico. Assim, verificar a tabela 7 para adequação da necessidade. 2. Quando o paciente tiver hemofilia leve, o deve ser calculado como: % de fator a ser elevado - % de fator circulante (basal). 3. Lembrar que a vida média do F VIII é de 8 a 12 horas, em condições fisiológicas. 4. A vida média do F IX é de 18 a 24 horas. 5. O consumo do F VIII é maior quando há infecção ou sangramento ativo. A terapia de reposição para as diversas situações clínicas nas hemofilias A e B encontra-se descrita na tabela 7. 23

24 Tabela 7. Tratamento das intercorrências hemorrágicas nas hemofilias* Tipo de Hemofilia A Hemofilia B sangramento F VIII F IX 20 a 30% (10-15 UI/kg) 40 a 50% (20-30 UI/kg) 80 a 100% (40-50 UI/kg) 20 a 30% (20-30 UI/kg) 40 a 50% (40-50 UI/kg) 80 a 100% ( UI/kg) EQUIMOSE HEMATOMA SUPERFICIAL S.N. S.N. Leve 1x dia/ HEMATOMA 2-5 dias MUSCULAR Grave** Elevar a 50% a cada 12 horas por 3-7 dias EPISTAXE ou GENGIVORRAGIA HEMARTROSE (tratamento precoce ou de pequeno volume) HEMARTROSE (tratamento tardio ou volumoso; hemartrose em quadril ou ombro) HEMATÚRIA H.D. ALTA H.D. BAIXA FERIMENTO CORTO-CONTUSO HIC Sem sinais neurológicos Com sinais neurológicos HEMORRAGIA POR GRANDES TRAUMATISMOS HEMORRAGIA EM PESCOÇO, ASSOALHO DA LÍNGUA OU FACE*** HEMORRAGIA RETROPERITONEAL 1x dia/ 2 a 5 dias Elevar a 100% na 1. a infusão Elevar a 50% a cada 24 horas por 3-7 dias 1x dia S.N. 1x ao dia S.N. 1x dia/ 1-2 dias 1x dia/ 1-2 dias 1 a 2x dia/ 3 a 5 dias 1 x dia/ 3 a 5 dias Elevar a 100% na 1 a infusão 1x dia/ 1 a 5 dias 1x/ dia/ 1 a 3 dias 1 ou 2x dia/ 1 ou 2x dia/ 7 dias 7 dias S.N. 1x dia/ 3 dias Após a 1. a infusão, 1x/ dia/14 dias Após a 1. a infusão, elevar a 50% a cada 12 horas por 7 dias e depois a cada 24 horas, até o 14. dia No 1.º dia 12/12 horas. Após, 1x/ dia 7-14 dias 2x/ dia (variável) S.N. 1x dia/ 3 dias Elevar a 100% na 1. a infusão Elevar a 100% na 1. a infusão 12/12 h 7 dias. Após, 1x dia por mais 7 dias Após a 1. a infusão, 1x/ dia/14 dias Após a 1. a infusão, elevar a 50%, a cada 12 horas por 7 dias e depois a cada 24 horas, até o 14. dia No 1.º dia 12/12 horas Após, 1x/ dia 7-14 dias Na 1.ª infusão 2x/ dia (Variável) Elevar a 100% na 1. a infusão Elevar a 100% na 1. a infusão 12/12 h 7 dias. Após, 1x dia por mais 7 dias Na 1.ª Infusão * Modificado de Hemophilia and vwd: Diagnosis, comprehensive care and assessment. Edition 2, Update 2 AHCDC Association of Hemophilia Clinic Directors of Canada **Considera-se hematoma grave aquele localizado em íliopsoas, panturrilha ou antebraço, associados ou não à síndrome compartimental *** conforme avaliação clínica. Abreviações: UI, unidades internacionais; S.N., se necessário; H.D., hemorragia digestiva; H.I.C., hemorragia intracraniana. 24

25 4.2 Tratamento de situações clínicas especiais nas hemo filias A e B Epistaxe Fazer tamponamento local, se possível com dedo de luva. Administrar antifibrinolíticos, tais como EACA (ácido épsilon aminocapróico - Ipsilon ), na dose de 200 mg/kg de peso ao dia de 6/6 horas, V.O. durante 3 7 dias ou ácido tranexânico (Transamin - comp de 250 mg ou Hemoblock - comp de 250 e de 500mg) na dose de mg/kg de peso ao dia de 8/8 horas, durante o mesmo período. Se o sangramento não cessar: elevar o F VIII ou F IX a 30% a cada 24 horas até cessar o sangramento (em geral dose única é suficiente). Cuidados locais: gelo gaze embebida em EACA ou ácido tranexâmico evitar o uso de adrenalina avaliação da otorrinolaringologia Hemartroses Em geral, a terapia de reposição (elevação do fator a 20% 30%), associada ao repouso e a aplicação de gelo são suficientes para cessar estas hemorragias. Entretanto, nas hemartroses de quadril é importante: - elevar o F VIII ou F IX a 50% a cada 24 horas, variando conforme a resposta individual (média 4 a 5 dias) de cada paciente; - repouso no leito Hemorragia intramuscular Panturrilha, antebraço ou ílio-psoas: a conduta depende da gravidade do processo. 25

26 Com comprometimento de nervos periféricos (síndrome compartimental): elevar o F VIII ou F IX a 100% na primeira infusão e 50% a cada 12 horas por 3-4 dias. Assim que houver melhora, reduzir para 50%, a cada 24 horas. O número de dias de tratamento depende da resposta individual e do próprio volume do hematoma. Se possível, associar medidas fisioterápicas tais como ultra-som e ondas curtas. Sem comprometimento de nervos periféricos: elevar o F VIII ou F IX a 50%, a cada 24 horas por 2-5 dias de acordo com a evolução do caso. Nos hematomas de ílio-psoas, tratar pelo menos, por um período de sete dias. Lembrar que a reabsorção do hematoma é lenta e que, a suspensão da reposição de fator não coincide com o retorno do músculo à normalidade Hemorragia em pescoço, assoalho da língua ou face Elevar F VIII ou F IX a 80 % na primeira infusão e, caso não haja progressão do hematoma, elevar a 40% a cada 12 horas, no primeiro dia. Manter níveis de 30% por mais 3 5 dias, de acordo com a evolução; Caso existam, no segundo dia de evolução, hematoma volumoso ou sinais de progressão do hematoma, manter reposição a 40% a cada 12 horas, por dois dias adicionais Hemorragia em retroperitôneo Elevar F VIII ou F IX a 80% na primeira infusão e posteriormente 40%, a cada 12 horas. O período de tratamento dependerá da extensão do processo e da resposta ao tratamento, podendo chegar até dias; Avaliar a necessidade de tratamento cirúrgico Hematúria Não iniciar a terapia de reposição no primeiro momento; 26

27 NUNCA administrar antifibrinolíticos; Cuidados gerais repouso no leito; hidratação oral vigorosa e descartar infecção. Se em 72 horas a hematúria macroscópica não ceder, elevar F VIII ou F IX a 30% a cada 24 horas, até o desaparecimento da mesma; Caso a hematúria esteja associada à sintomatologia de cólica nefrética, isto é, dor em cólica, investigar, com urgência e conjuntamente com o nefrologista, a possibilidade de nefrolitíase. Caso seja indicada litotripsia extracorpórea, este procedimento deve ser precedido de elevação do fator a 80% Hemorragia gastrointestinal Elevar F VIII ou F IX a 80 % a cada 12 ou 24 horas, dependendo da gravidade do sangramento. Manter o tratamento até 3 dias após a parada do sangramento (hematêmese ou enterorragia); EACA 200 mg/kg de peso de 6 em 6 horas durante 7 dias (E.V., nos primeiros dias e a seguir VO); Cuidados clínicos gerais: dieta, antiácido, cimetidina ou omeprazol; Investigar a etiologia e Considerar transfusão em caso de anemia aguda Trauma craniano Elevar o FVIII ou F IX a 80% 100 % e iniciar propedêutica para hemorragia intra craniana com: Avaliação neurológica; 27

28 RX crânio; Tomografia computadorizada (TC) urgente; caso não haja imagem sugestiva de sangramento, repetir o exame dentro de um mês para controle. Quando houver necessidade de punção liquórica, realizar reposição para elevar F VIII ou F IX a 100%, imediatamente antes da punção Hemorragia intracraniana confirmada Sem sinais neurológicos: Elevar o F VIII ou F IX a 100% na primeira infusão e, a seguir, elevar a 50%, a cada 24 horas durante 14 dias. Com sinais neurológicos: Elevar o F VIII ou F IX a 100% na primeira infusão e, a seguir, a 50%, a cada 12 horas durante 7 dias. Se a imagem da TC melhorar, manter reposição a 50%, a cada 24 horas, até o 14. dia. Demais cuidados gerais para hemorragia intracraniana devem ser tomados Trauma craniano sem hemorragia Elevar o F VIII ou F IX a 50% a cada 24 horas, durante 3 dias Cirurgias de pequeno porte Pré-operatório Elevar o F VIII ou F IX a 50% imediatamente antes da cirurgia. Pós-operatório Se necessário (hematoma ou sangramento externo), elevar F VIII ou F IX a 30% a cada 24 horas, por mais 2-3 dias Cirurgias de médio porte Pré-operatório 28

29 Elevar o F VIII ou F IX a 100%, imediatamente antes da cirurgia. Pós-operatório Manter o F VIII ou F IX a 40% (infusão a cada 8 horas) até o 3 º dia de P.O. Manter o F VIII ou F IX a 50% (infusão a cada 12 horas) do 4 º ao 7. º dia de PO. Manter o F VIII ou F IX a 30% (infusão a cada 24 horas) até a retirada dos pontos (10-14 dias de P.O) Cirurgias de grande porte Pré-operatório Elevar o F VIII ou F IX a 100%, imediatamente antes da cirurgia. Pós-operatório Manter o F VIII ou F IX a 50% (infusão a cada 12 horas) do 4. º ao 7. º dia de P.O. Manter o F VIII ou F IX a 50% (infusão a cada 24 horas) do 8. º ao 14. º dia de P.O. ou até a retirada total dos pontos. Cuidados no pós-operatório Dosar o F VIII ou FIX a cada 3 dias. Sempre reavaliar as doses de terapia de reposição de acordo com a evolução clínica, principalmente na vigência de hematomas volumosos e infecção. Dar preferência à infusão contínua (vide sessão 4.3) Nas cirurgias ortopédicas, manter a terapia de reposição por até 6 semanas, quando necessário Procedimentos invasivos Devem ser precedidos de terapia de reposição, com níveis adequados, conforme especificados na tabela 8. 29

30 Tabela 8. Terapia de reposição para realização de procedimentos invasivos Procedimento F VIII F IX Freqüência Duração % UI/Kg % UI/Kg F VIII F IX - Vacinas intramusculares Punção arterial Eletromiografia Mielograma Biópsia Broncoscopia Endoscopia Digestiva Pele DU DU DU Mucosa DU DU repetir S/N Músculo DU DU repetir S/N Preparo DU DU DU Com Biópsia Sem Biópsia Alta com biópsia Baixa com biópsia x dia 1 x dia 1 dia DU DU DU x dia 1 x dia 1 dia x dia 1 x dia 2-3 dias Punção lombar DU DU DU Abreviações: DU, dose única; S/N: se necessário Procedimentos odontológicos Todo procedimento odontológico deverá levar em consideração: Discussão do caso entre o dentista e o hematologista responsável para se definir o esquema de tratamento, tendo-se em vista o tipo de procedimento e a disponibilidade de recurso terapêutico; O antifibrinolítico, quando indicado, deverá ser iniciado 24 horas antes do ato cirúrgico, nas doses habituais (como descrito na sessão 4.2.1) durante 5 a 7 dias. 30

31 Para maiores esclarecimentos, o leitor deve acessar o Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes Portadores de Coagulopatias Hereditárias. A terapia de reposição, quando necessária, está descrita na tabela 9. Tabela 9. Recomendações sobre o uso de fatores de coagulação para tratamento odontológico Procedimento F VIII % (UI /Kg) F IX % (UI/Kg) Freqüência Duração Anestesia infiltrativa Anestesia de bloqueio do alveolar inferior ou outros Tratamento preventivo Tratamento periodontal* Tratamento endodôntico Tratamento restaurador 30 (15) 30 (30) Préprocedimento (15) 30 (30) Préprocedimento Tratamento protético Tratamento ortodôntico Exodontias** 80 (40) 80 (80) Préprocedimento *No tratamento periodontal efetua-se a curetagem periodontal e outros procedimentos mais invasivos. Associar antifibrinolíticos e outras medidas locais de hemostasia ** associar terapia de reposição dos fatores de coagulação a outros métodos de hemostasia local, conforme descrito no Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes Portadores de Coagulopatias Hereditárias. Abreviação: *DU = dose única. DU DU DU 31

32 Levando-se em consideração que a capacidade dos diversos serviços ainda é bastante diferenciada, o esquema sugerido na tabela 9 é recomendado para os centros que adquiriram experiência suficiente no emprego de esquemas de reposição com menor número de doses. No caso de profissionais com menos experiência e/ou na ausência do selante de fibrina e/ou outros tratamentos locais, o tratamento de reposição será possivelmente mais utilizado. Nos casos de endodontias, por exemplo, alguns profissionais recomendariam o uso de dose única de fator antes do procedimento (juntamente com o antifibrinolítico oral e medidas locais), nas doses preconizadas para o tratamento periodontal. O mesmo procedimento ocorre nas exodontias, no caso do odontólogo ser inexperiente e/ou na ausência de selante de fibrina e outros tratamentos locais. Nestas situações, o tratamento de reposição poderá ser utilizado por tempo variável (entre 1 e 4 dias de P.O.), de acordo com avaliação clínica do hematologista e do odontólogo. Neste caso, deve-se preferir, sempre que possível, utilizar os antifibrinolíticos, que, na maioria dos casos é tão eficaz que dispensa a reposição de fator (vide Manual de Atendimento Odontológico a Pacientes Portadores de Coagulopatias Hereditárias). O conhecimento do quadro clínico e da resposta de cada pacientes é fundamental para a programação dos procedimentos. Quanto aos pacientes com inibidores de alta resposta, os mesmos devem ser tratados em centros com maior experiência, sempre que possível. 4.3 Infusão contínua de fator VIII Há mais de uma década, a infusão contínua tem demonstrado ser uma forma segura de administração de fatores da coagulação, sendo bastante utilizada nos últimos anos. A infusão contínua em bomba (BIC) é especialmente empregada em cirurgias e em casos de hemorragias mais graves. 32

33 Em geral, a infusão contínua tem sido limitada ao uso hospitalar, e os concentrados são diluídos e as bolsas são trocadas a cada 8-12 horas. Mais recentemente, com as mini-bombas de infusão (Infu-MedTM300, Walk-MedTM350, Medication CassetteTM CADD-1 Bard ambulatory PCA pump), este uso estendeu-se para o tratamento domiciliar profilático ou hospitalar e domiciliar. A utilização da infusão contínua, neste último caso, geralmente é empregada em pacientes que são submetidos a uma intervenção cirúrgica de pequeno porte e não necessitam de internação prolongada. A BIC ainda tem sido usada nos casos de hemorragias onde há necessidade de reposição de fator por tempo mais prolongado, sendo a internação hospitalar dispensável, tais como hemorragia de ílio-psoas, síndrome compartimental, hemorragia muscular ou articular extensa e hemorragia hemorroidária, em que o paciente necessita de internação por 24 a 48 horas. Nestes casos, o paciente usa uma minibomba de infusão que deve ser trocada a cada dois dias. O paciente e seus familiares devem ser bem orientados quanto ao funcionamento, cuidados e riscos do uso da bomba, sendo indispensável uma avaliação socioeconômica e intelectual. A troca da bolsa da bomba pode ser feita em ambiente hospitalar ou por familiares, dependendo da competência técnica destes para a realização do procedimento. O preparo da bomba de infusão é sempre feito em fluxo laminar, em ambiente hospitalar, por enfermeira ou médico, sendo o familiar orientado para a troca da bolsa na bomba. Devem ser fornecidas ao paciente seringa e solução fisiológica para serem utilizadas em caso de entupimento da bomba. Estudos sobre a estabilidade do F VIII e F IX após reconstituição e à temperatura ambiente, foram realizados por vários autores como Schulman, Varon e Martinowitz, e estes concluíram que os concentrados apresentam boa estabilidade por mais de uma semana. No Brasil, o uso 33

34 domiciliar dessas bombas é raro, estando restrito ao ambiente hospitalar, em casos de procedimentos cirúrgicos ou hemorragias extensas. Segundo Martinowitz, é possível economizar entre 20% - 50% de fator quando se utiliza infusão contínua. Entretanto, há necessidade de dosagens seriadas do fator a ser infundido diariamente. Em casos de cirurgia eletiva deve-se realizar estudo da farmacocinética do concentrado, de uma semana a três dias antes da cirurgia. Em recentes recomendações da ISTH este estudo compreende a infusão de dose única de concentrado de fator de 30 UI/Kg, com coleta de uma série de amostras para a dosagem do nível de atividade do fator infundido. A 1.ª amostra deve ser colhida antes da infusão, seguida de mais pelo menos três amostras pós-infusão, para o estabelecimento do pico máximo do nível de fator. As amostras devem ser colhidas no braço contra-lateral àquele que está recebendo a infusão. A medida de reaproveitamento é fornecida pela atividade do fator nestas três amostras, sendo expressa em % UI /Kg pela fórmula: Nível de FVIII pós pré infusão x peso (Kg) Dose de fator (UI) A dose de fator em bolus no pré-operatório é calculada com o objetivo de se alcançar níveis plasmáticos entre %. A dose de manutenção da infusão contínua é baseada no clearance obtido pelo estudo farmacocinético de acordo com a fórmula: Clearance (ml/kg/h) = índice de infusão (UI/Kg/h) Nível plasmático (UI/ml) Índice de infusão UI/Kg/h = clearance (ml/kg/h) X concentração desejada (UI/ml) 34

35 Amostra de sangue deve ser colhida no dia seguinte à cirurgia para o cálculo da próxima infusão. No pós-operatório, o nível mínimo de atividade do fator deve ser de 30%. Em caso de cirurgia de emergência ou sangramento de maior gravidade, a dose em bolus deve ser a mesma daquela usada em cirurgias eletivas e a infusão contínua deve ser administrada imediatamente após a dose em bolus. Diante da impossibilidade de estudo farmacocinético pode-se estabelecer, para a 1.ª infusão, uma dose de 2 a 4 UI/Kg/h, dependendo do tipo de cirurgia ou grau de sangramento esperado para o procedimento/indivíduo. No dia seguinte, deve-se proceder à coleta de amostra para dosagem do nível plasmático de fator e estabelecimento da continuidade do tratamento. Em geral, é necessária uma quantidade decrescente de fator para se manter o mesmo nível plasmático. Recomenda-se a adição de heparina (2-5 UI /ml) na bomba de infusão para prevenção de tromboflebite no local da punção. 4.4 Programa de dose domiciliar de urgência A eficácia da terapêutica no episódio hemorrágico em pacientes com hemofilia depende do acesso imediato ao concentrado de fator, o que abrevia o sangramento e a extensão do dano tissular. Além do mais, sabe-se que a terapia de reposição empregada no início do sangramento, reduz a quantidade necessária de fator necessária ao controle do quadro hemorrágico. No Brasil, o tratamento da hemofilia tem sido realizado em centros especializados, normalmente distantes da residência do paciente, na forma de tratamento sob demanda (administração de fator coagulante, em ambiente hospitalar/ambulatorial, na vigência de sangramento). Este fato cria a necessidade de locomoção do hemofílico até o centro de tratamento para início da terapia, enquanto a hemorragia prossegue e amplia seus danos. 35

36 A terapia domiciliar, definida como a injeção intravenosa de concentrado de fator fora do ambiente hospitalar e sem a supervisão médica direta, foi primeiramente descrita em A terapia domiciliar obteve grande aceitação pela comunidade de pacientes com hemofilia e o reconhecimento da Federação Mundial de Hemofilia (FMH) com a ressalva de que o programa seria um integrante adicional ao tratamento multidisciplinar do paciente com hemofilia. O Programa de Dose Domiciliar de Urgência (DDU), implementado no Brasil em 1999, visa a oferecer aos pacientes com hemofilia, uma dose unitária de concentrado de fator para auto-infusão domiciliar, suficiente para elevar o nível plasmático do fator deficiente a 20%-30%. Esta terapia permite, além do tratamento precoce do evento hemorrágico, a redução do estresse relacionado à necessidade de locomoção até o serviço específico e à participação ativa do paciente no seu tratamento. Os critérios de elegibilidade para o programa são: Ser cadastrado no serviço de hemofilia. Ter diagnóstico de hemofilia comprovado laboratorialmente e não apresentar anticoagulante circulante (inibidor). A liberação de CCP ou CCPa para pacientes com inibidor deverá ser decidido entre a equipe médica e o paciente. Pacientes que apresentam reações alérgicas a esse(s) produto(s) são desaconselhados a participar do programa. Estar de acordo com as regras estabelecidas pelo programa. Ser submetido ao treinamento adequado para a auto-infusão ou apresentar um adulto responsável que se disponha a ser treinado para a aplicação do fator. Possuir conhecimento de sua doença assim como do tratamento. 36

37 Poder contar com estrutura adequada (no domicílio ou na unidade de saúde) para armazenamento, transporte e retorno do material utilizado ao serviço, para descarte em lixo hospitalar. Manter seus controles clínicos e laboratoriais de acordo com a rotina do serviço. Não apresentar reação alérgica ao medicamento. Observações para o serviço: A liberação do medicamento deve ser registrada com data de entrega, nome do produto, quantidade e número do lote. É necessário o registro do retorno dos frascos utilizados, para permitir um perfeito controle da utilização do medicamento. O paciente deve registrar cada aplicação e trazer a anotação ao serviço, especificando data, produto, lote, local da hemorragia e ocasionais intercorrências da infusão (p. ex., reações alérgicas). A participação de cada paciente deve ser reavaliada periodicamente pelo grupo multidisciplinar. Este programa poderá ser implantado em todos os serviços do país que preencherem os requisitos para sua implementação. 4.5 Tratamento das hemofilias com inibidor Cerca de 5% a 30% dos pacientes com hemofilia A desenvolvem inibidores, isto é, anticorpos da classe IgG contra o F VIII. Dentre os hemofílicos B, a incidência de inibidores de F IX é bem mais baixa, cerca de 3%. Geralmente, os pacientes mais afetados pelos inibidores são aqueles acometidos por hemofilia grave. Clinicamente, a presença de inibidores manifesta-se pela má resposta ao tratamento habitual ou pelo aumento da freqüência e/ou gravidade dos episódios hemorrágicos. Assim, deve-se avaliar a possibilidade de surgimento de inibidor e proceder à pesquisa laboratorial quando 37

38 um paciente apresentar sangramento que não responda adequadamente ao tratamento habitual e/ou em face ao aumento da freqüência dos sangramentos. A presença do inibidor é titulada através do método Bethesda e, por definição, uma unidade Bethesda (UB) corresponde à quantidade de anticorpos circulantes capazes de inativar 50% do F VIII ou F IX existente em 01 ml de plasma normal. A técnica de titulação de inibidor pode ser encontrada nos manuais técnicos, porém, uma forma fácil de pesquisálo (qualitativamente) consiste na realização da técnica de mistura, que compreende: Realizar TTPA em uma mistura de 0.5 ml de plasma normal e 0.5 ml de plasma do paciente com hemofilia a ser pesquisado. Esta é a mistura 1 (M1). Realizar TTPA em uma mistura de 0.5 ml de plasma normal e 0.5 ml de plasma do paciente com hemofilia e incubá-la a 37 C, durante 2 horas. Esta é a mistura 2 (M2). A ausência de correção do TTPA do plasma do paciente com o plasma normal em M1 e/ou M2 sugere a presença de inibidor. Os inibidores podem ser classificados segundo o título de anticorpos circulantes e a resposta antigênica. De acordo com recomendação recente do Factor VIII and Factor IX Subcommittee da ISTH deve-se considerar de baixa resposta os inibidores que mantêm níveis persistentemente 5 UB/ml, apesar de constante estímulo com o fator deficiente. O termo inibidor de alta resposta deve ser utilizado para aqueles casos em que a atividade inibitória seja > 5 UB/ml, em qualquer momento da existência do inibidor. Esta classificação é importante, pois determina a adoção de condutas diferentes no tratamento de hemorragias nos pacientes com inibidores (Tabela 10). 38

39 Tabela 10. Tratamento dos episódios hemorrágicos em hemofilia na presença de inibidor Inibidor Tipo Sangramento F VIII CCP CCPA Leve Dobrar dose usual a cada 12 horas - - Baixa resposta Moderado Dobrar dose usual a cada 12 horas - - Grave Dobrar dose usual a cada 12 horas 50 a 75 U/kg/dose 12/12 horas - Leve - 50 a 75 U/kg/dose 12/12 horas U/kg/dose 12/12horas Alta resposta Moderado - 50 a 75 U/kg/dose 12/12 horas U/kg/dose 12/12horas Grave - 50 a 75 U/kg/dose 12/12 horas U/kg/dose 12/12horas O intervalo entre as doses depende da gravidade do sangramento e da resposta individual. Não deverá ser administrado mais de um hemoderivado concomitantemente. Na vigência do uso de CCP e CCPA, recomenda-se não associar o uso de antifibrinolítico devido ao risco de trombose. Abreviações: CCP, CCPA Nos últimos anos, o Ministério da Saúde tem adquirido o fator VII ativado (FVIIa) recombinante. Em função do seu altíssimo custo, este medicamento é reservado para aqueles pacientes que apresentam inibidores de alta resposta, não responsivos ao uso de CCP/CCPA ou para aqueles pacientes que apresentam reação alérgica grave (com risco de vida) ao CCP/CCPA. As solicitações de F VIIa devem ser feitas diretamente à Coordenação da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados em Brasília, mediante o preenchimento de um formulário (Anexo D) e o seu envio por FAX ou com as devidas informações sobre o quadro clínico do paciente e a justificativa para uso do produto. A dose recomendada para o tratamento de intercorrências hemorrágicas em pacientes 39

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