Autores: Alexandre Nemes Filho; Ana Luisa Aranha e Silva; Anna Luiza Monteiro de Barros; Maria Cecília Galletti; Maria Elisabete Meola.

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1 PONTO DE COMÉRCIO JUSTO: IMPLANTAÇÃO ESTRATÉGICA DA METODOLOGIA AUTOGESTIONÁRIA DO TRABALHO NA PERSPECTIVA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NA REDINHA OESTE DE SAÚDE MENTAL E ECONOMIA SOLIDÁRIA DA COORDENARIA REGIONAL DE SAÚDE OESTE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SÃO PAULO Autores: Alexandre Nemes Filho; Ana Luisa Aranha e Silva; Anna Luiza Monteiro de Barros; Maria Cecília Galletti; Maria Elisabete Meola. O Projeto, de caráter intersetorial, envolvendo a Cultura e iniciado em novembro de 2014, busca viabilizar o Componente VII Estratégias de Reabilitação Psicossocial da RAPS das iniciativas de geração de trabalho e renda junto a empreendimentos solidários e cooperativas sociais, promover a formação de trabalhadores para o Sistema Único de Saúde e contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à Saúde Mental. Para isto está em fase de consultas e acordos jurídicos, visando a cessão de um prédio para a instalação do Ponto de Comércio Justo, em instalações próprias da SMS, na Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, São Paulo, onde serão produzidos e comercializados produtos das atividades econômicas dos empreendimentos solidários ou oficinas de trabalho incubadas nos pontos de cuidados das Redes de Atenção Psicossocial da Região de Saúde Oeste da Secretaria de Saúde da Cidade de São Paulo. Ainda nesta perspectiva, está em fase de pactuação à agenda de Feiras de Saúde Mental e Economia Solidária e a instalação de um quiosque móvel, para produção de alimentos orgânicos e saudáveis no Largo da Batata, Bairro de Pinheiros, São Paulo. A experiência tem os seguintes objetivos: Fortalecer a autonomia econômica e social dos trabalhadores; Sustentar a atividade econômica sistemática e cotidiana; Exercer a autogestão na organização do trabalho e dos meios de produção; Possibilitar que um número cada vez maior de usuários dos pontos de cuidado se tornem trabalhadores em empreendimentos; Propiciar a progressiva descentralização dos pontos de cuidado como

2 espaços prioritários de convivência dos usuários; Trabalhar num cenário da vida real, na cidade, na disputa de qualidade e protagonismo de produtores e produtos; Incentivar e desenvolver produtos relacionados à cultura brasileira; Ser campo de ensino teórico e prático para servidores, graduandos, pós-graduandos e residentes do campo da saúde ou correlatos; Construir conhecimentos científicos e uma experiência demonstrativa concreta que favoreça a proposição das políticas para o campo da saúde mental, previdenciário e da economia solidária e cooperativismo social e popular e que consolide o Componente VII da RAPS. A metodologia a ser aplicada é alinhada aos marcos jurídico e legislativo e às Políticas Nacionais de Saúde Mental e Economia Solidária e do Comércio Justo. No Brasil, a Economia Solidária nasceu como uma proposta de inclusão social que proporciona que as relações sociais de produção não sejam de exploração, na qual o capital e o mercado determinam a conduta e a vida dos trabalhadores, mas sim do exercício do poder compartilhado, da cooperação e solidariedade (Singer, 2003; Singer, 2011). O Sistema Nacional de Comércio Justo e solidário, SCJS, é um sistema ordenado de parâmetros que visam promover relações comerciais mais justas e solidárias, articulando e integrando os Empreendimentos Econômicos Solidários e seus parceiros colaboradores em todo o território brasileiro. Comércio Justo e Solidário (CJS): é o fluxo comercial diferenciado, baseado no cumprimento de critérios de justiça e solidariedade nas relações comerciais, que resulte na participação ativa dos Empreendimentos Econômicos Solidários. O processo de incubação interinstitucional do Ponto de Comércio Justo do Largo da Batata depende de uma série de iniciativas iniciadas em meados de 2014 e compreendem: Articulação da Redinha junto à Coordenadoria Regional de Saúde Oeste da Secretaria Municipal de Saúde para viabilizar o Componente VII da RAPS; Realização de Diagnóstico Participativo dos empreendimentos da Rede de Saúde Mental e Economia Solidária

3 Oeste; Consolidação e ampliação de parcerias e apoiadores: Escola de Enfermagem, Faculdade de Economia e Administração e Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da USP, Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP, Rede de Saúde Mental e Economia Solidária de São Paulo, Redinha Oeste de Saúde Mental e Economia Solidária de São Paulo, Associação Vida em Ação. Os Indicadores de Avaliação no período de 24 (vinte e quatro) meses serão: Quantidade de atividade econômica autogestionária em andamento com sustentabilidade; Quantidade de novos trabalhadores aderidos aos projetos; Quantidade de consumidores solidários e ecoresponsáveis ativados; Quantidade de procura por serviços físicos disponibilizados no Ponto de Comércio Justo; Quantidade de alunos com acesso às estratégias de ensino e pesquisa interprofissional em saúde emancipatórias e dialógicas (alunos-trabalhadores, aluno-alunos, trabalhadores-consumidores; alunos-consumidores); Quantidade de conhecimentos produzidos e difundidos em eventos técnicos e científicos; Formação de Rede de produção e consumo. Os EES que compõem a Redinha Oeste são: Bar Saci (serviço de bar, empreendimento independente); Carinho Feito à Mão (incubado no CAPS II Lapa); Cobra Criada; Livraria e Sebo Louca Sabedoria, Loucos por eventos: registro de eventos (incubados no CAPS II Butantã); Gera Renda/Associação Ânima: alimentação (Padaria Artesanal e Oficina de Sorvete), Brechó e afins, Arte em Decupage e Reciclagem Recicla Tudo (incubados no CAPS II Perdizes); O Bar Bibitantã: eventos e gastronomia (incubado no CAPS III Itaim Bibi); Oficina Inicial: produção de peças artesanais (incubada no CECCO Previdência); Talento à Beça; Grupo Mosaico e Dança Cigana: arte de cultura (incubados no CECCO Bacuri); Vida e Sabor: cultivo de mudas e Mosaico (incubados no CAPS II ad Vila Madalena/PROSAM); Oficina dos Anjos (incubada no CAPS Itapeva).

4 Referência Bibliográfica: Aranha e Silva AL, Barros ALM, Meola ME, Ballan C. O Bar Bibitantã: projeto de geração de trabalho e renda. In: X Congresso Latinoamericano de Medicina Social, IV Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde, XIV Congress of de Internacional Association of Health Policy, 2007, Salvador. Eqüidade, Ética e Direito à Saúde: desafios à Saúde Coletiva na mundialização, v. 1. p Aranha e Silva AL. A construção de um projeto de extensão universitária no contexto das políticas públicas: saúde mental e economia solidária [tese] Livre-Docência. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; Aranha e Silva AL. Projeto de Pesquisa: Rede de Economia Solidária e Saúde Mental. Edital NCTM/CNPQ/CT- Saúde/MS/SCTIE/DECIT nº 003/2008. Ballan C. O livro das receitas d'o Bar Bibitantã: conquistas e desafios na construção de um empreendimento econômico solidário na rede pública de atenção à saúde mental no município de São Paulo [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; Brandão CR. Pesquisa Participante. 6 ed. São Paulo: Editora Brasiliense; Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Atenção à Saúde. Legislação em Saúde Mental a edição ampliada. Série E. Legislação de Saúde. Brasília DF; 2004.

5 Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Atlas da Economia Solidária no Brasil Brasília: SENAES; Freire P. Extensão ou comunicação? 13 ed. São Paulo: Paz e Terra; Monteiro de Barros AL. Cuidar em liberdade: o cuidado em saúde mental de usuário cumprindo medida de segurança em CAPS III. [dissertação]. São Paulo: Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo; Singer P. Economia solidária. Estud. av. vol. [Internet] [citado 2012 mar. 22]; 22(62): Disponível em: Singer P. Introdução à economia solidária. São Paulo: Fundação Perseu Abramo; 2002.