Supremo Tribunal Federal

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1 Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 9 15/03/2016 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO SÃO PAULO RELATOR AGTE.(S) : MIN. EDSON FACHIN :ATENTO BRASIL S/A ADV.(A/S) :LUIZ CARLOS AMORIM ROBORTELLA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SINTRATEL - SINDICATO DOS TRBALHADORES EM ADV.(A/S) AGDO.(A/S) ADV.(A/S) TELEMARKETING E EMPREGADOS EM EMPRESAS DE TELEMARKETING DE SÃO PAULO E GRANDE SÃO PAULO :SÔNIA MASCARO NASCIMENTO :SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES E OPERADORES DE MESAS TELEFÔNICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO - SINTETEL :ROBSON FREITAS MELO EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO DO TRABALHO. DIREITO DE GREVE. INSTAURAÇÃO DE DISSÍDIO COLETIVO. LEGITIMIDADE DE SINDICATO PARA ESSE FIM. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A discussão acerca da legitimidade de sindicato para ajuizar dissídio coletivo demandaria a reanálise de fatos e provas, bem como análise da legislação infraconstitucional. 2. Agravo regimental a que se nega provimento. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Primeira Turma do, sob a Presidência do Senhor Ministro Luís Roberto Barroso, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos, em documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

2 Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 9 negar provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Brasília, 15 de março de Ministro EDSON FACHIN Relator 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

3 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 9 15/03/2016 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) :ATENTO BRASIL S/A ADV.(A/S) :LUIZ CARLOS AMORIM ROBORTELLA E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) :SINTRATEL - SINDICATO DOS TRBALHADORES EM TELEMARKETING E EMPREGADOS EM EMPRESAS DE TELEMARKETING DE SÃO PAULO E GRANDE SÃO PAULO ADV.(A/S) :SÔNIA MASCARO NASCIMENTO AGDO.(A/S) :SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS ADV.(A/S) DE TELECOMUNICAÇÕES E OPERADORES DE MESAS TELEFÔNICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO - SINTETEL :ROBSON FREITAS MELO R E L A T Ó R I O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Trata-se de agravo regimental interposto em face de decisão monocrática proferida pelo Ministro Ricardo Lewandowski, meu antecessor na relatoria desse feito, que negou seguimento a recurso extraordinário, nos seguintes termos: Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão proferido pela Seção de Dissídios Coletivos do Tribunal Superior do Trabalho. A recorrente aduz ter sido violado o direito de greve bem assim a garantia da liberdade sindical, na medida em que o Tribunal a quo inobservou o acordo firmado entre os empregados da empresa ATENTO BRASIL S.A e o sindicato SINTETEL, e admitiu a instauração de dissídio coletivo de greve ajuizado pelo outro sindicato, o SINTRATEL, o suscitante, documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

4 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 9 decidindo, in verbis (fl ): Recurso ordinário em Dissídio Coletivo de Greve. Nãoabusividade do movimento paredista. Suspensão do contrato de trabalho. Regra Geral. A douta maioria da SDC entendeu que, na hipótese vertente, deve ser observada a regra geral de tratar a duração do movimento paredista como suspensão do contrato de trabalho (art. 7º, Lei 7.783/89). Isso significa que os dias parados não são pagos, não se computando para fins contratuais o mesmo período. Recurso ordinário parcialmente provido. No recurso extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, III, a, da Constituição Federal, alegou-se ofensa aos arts. 7º, XXXV; 8º, II e III; 93, IX; e 114, II, da mesma Carta. O recurso não tem condições de êxito. Preliminarmente, anoto não estar em debate o que se contém no 2º do art. 114 da Constituição Federal, cuja constitucionalidade está em discussão nesta Corte nos autos das ADIs 3.392/DF, 3.423/DF, 3.421/DF e 3.540/DF, distribuídas ao Ministro Gilmar Mendes. Nestes autos não se controverte sobre a possibilidade de, recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, ter o ajuizamento, de comum acordo entre as partes, de dissídio coletivo de natureza econômica. Ainda que assim não fosse, verifica-se que não houve deferimento de medida liminar nas referidas ações, suspendendo a eficácia da norma. Portanto, subsiste a presunção de constitucionalidade da norma. Estabelecidas essas premissas, registro que a lide está circunscrita à legitimidade do SINTRATEL para ajuizar o dissídio coletivo, como se infere do voto proferido, às fls v, no julgamento do recurso ordinário em dissídio coletivo, in verbis : Em pese as alegações da recorrente, não há o que ser reformado na sentença normativa no que toca à legitimidade do suscitante, porquanto a Corte Regional apenas observou as decisões emanadas de duas instâncias judiciais (Juízo Cível e Vara da Justiça do Trabalho) por meio das quais foi reconhecida a legitimidade do SINTRATEL 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

5 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 9 para representar a categoria dos trabalhadores em empresas de telemarketing. O Tribunal a quo assentou-se, então, a legitimidade do SINTRATEL para representar a categoria dos trabalhadores em telemarketing nos seguintes termos: (...) frustrada a negociação coletiva trabalhista, e não realizada a arbitragem privada, e não escolhendo as partes coletivas trabalhistas em consenso mútuo ajuizar o dissídio coletivo para arbitragem judicial, surge a possibilidade jurídica da instauração pela parte coletiva que teve frustrada a busca da negociação e da arbitragem a pertinente figura do dissídio coletivo clássico, a se reger pelas regras do Capitulo IV do Título X da CLT, compatibilizadas com as diretrizes dos 2º e 3º do artigo 114 da Constituição da República. Conforme se depreende, a controvérsia foi dirimida a partir do conjunto fático probatório e à luz da legislação ordinária, o que não autoriza a admissão do recurso extraordinário. Nesse sentido é a jurisprudência assente na Corte: Na admissibilidade do recurso extraordinário, exige-se, também, haja ofensa direta, pela decisão recorrida, à norma constitucional, não podendo essa vulneração verificar-se, por via oblíqua, ou em decorrência de violação a norma infraconstitucional. Não é bastante fundamentar o apelo extremo em alegação de ofensa a preceito constitucional, como consequência de contrariedade à lei ordinária. Se para demonstrar violência à Constituição é mister, por primeiro, ver reconhecida violação a norma ordinária, é esta última o que conta, não se cuidando, pois, de contrariedade direta e imediata à Lei Magna, qual deve ocorrer com vistas a admitir recurso extraordinário, ut art. 102, III, do Estatuto Supremo (AI /SP, Rel. Min. Néri da Silveira). É importante anotar que o extraordinário é recurso de fundamentação vinculada, uma vez que apto a veicular apenas os temas taxativamente previstos no art. 102, III, da Constituição Federal. Assim, não se inserem no seu âmbito de arguição as questões jurídicas relacionadas à boa ou à má interpretação de legislação ordinária. Noutro passo, na via do 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

6 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 9 controle direto de constitucionalidade, impõe-se necessariamente o confronto da lei ou do ato normativo com os preceitos constitucionais. Isso posto, nego seguimento ao recurso (CPC, art. 557, caput ). Nas razões recursais, sustenta a ora agravante que não houve apreciação da alegada coisa julgada superveniente, e insiste na alegada ofensa aos arts. 7º, XXXV; 8º, II e III; 93, IX; e 114, II, da Constituição Federal. Dispenso a remessa à Procuradoria-Geral da República (art. 52, parágrafo único, do RISTF), por entender que o processo está suficientemente instruído e em condições de julgamento. É o relatório. 4 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

7 Voto - MIN. EDSON FACHIN Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 9 15/03/2016 PRIMEIRA TURMA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO SÃO PAULO V O T O O SENHOR MINISTRO EDSON FACHIN (RELATOR): Não assiste razão à parte ora agravante. Compulsando os autos, verifico que o agravante não trouxe argumentos novos suficientes a ensejar a reforma da decisão. Conforme já posto na decisão recorrida, a controvérsia foi dirimida a partir do conjunto fático probatório e à luz da legislação ordinária, o que não autoriza a admissão do recurso extraordinário. Nesse sentido é a jurisprudência assente na Corte: Na admissibilidade do recurso extraordinário, exige-se, também, haja ofensa direta, pela decisão recorrida, à norma constitucional, não podendo essa vulneração verificar-se, por via oblíqua, ou em decorrência de violação a norma infraconstitucional. Não é bastante fundamentar o apelo extremo em alegação de ofensa a preceito constitucional, como consequência de contrariedade à lei ordinária. Se para demonstrar violência à Constituição é mister, por primeiro, ver reconhecida violação a norma ordinária, é esta última o que conta, não se cuidando, pois, de contrariedade direta e imediata à Lei Magna, qual deve ocorrer com vistas a admitir recurso extraordinário, ut art. 102, III, do Estatuto Supremo (AI /SP, Rel. Min. Néri da Silveira). É importante anotar que o extraordinário é recurso de fundamentação vinculada, uma vez que apto a veicular apenas os temas taxativamente previstos no art. 102, III, da Constituição Federal, não estando em seu âmbito de arguição as questões jurídicas relacionadas à boa ou à má interpretação de legislação ordinária. Assim sendo, os argumentos expendidos no presente agravo, insuficientes para modificar a decisão agravada, manifestam apenas inconformismo e resistência em por termo ao processo, retardando o documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

8 Voto - MIN. EDSON FACHIN Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 9 desfecho da prestação jurisdicional. Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

9 Extrato de Ata - 15/03/2016 Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 9 PRIMEIRA TURMA EXTRATO DE ATA AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROCED. : SÃO PAULO RELATOR : MIN. EDSON FACHIN AGTE.(S) : ATENTO BRASIL S/A ADV.(A/S) : LUIZ CARLOS AMORIM ROBORTELLA (025027/SP) E OUTRO(A/S) AGDO.(A/S) : SINTRATEL - SINDICATO DOS TRBALHADORES EM TELEMARKETING E EMPREGADOS EM EMPRESAS DE TELEMARKETING DE SÃO PAULO E GRANDE SÃO PAULO ADV.(A/S) : SÔNIA MASCARO NASCIMENTO (92936/SP) AGDO.(A/S) : SINDICATO DOS TRABALHADORES EM EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES E OPERADORES DE MESAS TELEFÔNICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO - SINTETEL ADV.(A/S) : ROBSON FREITAS MELO (01982/DF) Decisão: A Turma negou provimento ao agravo regimental, nos termos do voto do Relator. Unânime. Presidência do Senhor Ministro Luís Roberto Barroso. 1ª Turma, Presidência do Senhor Ministro Luís Roberto Barroso. Presentes à Sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Edson Fachin. Subprocuradora-Geral da República, Dra. Deborah Duprat. Carmen Lilian Oliveira de Souza Secretária da Primeira Turma Documento assinado digitalmente conforme MP n /2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número