Metodologias de identificação e caracterização de assentamentos precários
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- João Victor Custódio Batista
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1 Metodologias de identificação e caracterização de assentamentos precários Eduardo Marques CEM e DCP/USP
2 São várias as alternativas de método desenvolvidas recentemente para quantificação e caracterização de assentamentos precários, quando não se pode lançar mão de trabalho de campo intensivo. Essa apresentação tenta sistematizá-las, discutindo suas vantagens, pressupostos e limites. As principais estratégias são: 1. Cartográficas 2. Estatísticas 3. Amostrais 4. Usando imagens aéreas e orbitais
3 1. Cartográficas Nesse caso, se utilizam superposições de cartografias em Sistemas de Informações Geográficas, usualmente cartografias administrativas (usualmente das prefeituras) e censitárias (Ibge). Dois caminhos tem sido usados: a. Baseados em transposição de dados com superposição de cartografias. b. Baseados em densidades.
4 a. Baseados em transposição de dados entre cartografias (Overlay, tag e outras técnicas) Método: Utilização de dados de uma base em outra, através de ferramentas de SIG. Exemplo: Estratégia principal utilizada em 2005 pelo CEM e pela PMSP para estimar a população e o número de domicílios em favelas do Município de São Paulo para os anos de 1991, 1996 e Motivação: A polêmica numérica sobre o crescimento das favelas em São Paulo entre 1987 e 1993.
5 Pressuposto: Existência das cartografias e de capacitação em SIG Desafio conceitual: diferenças nas definições de setores subnormais e a administrativa (PMSP). Desafio técnico: Overlay e aderência dos polígonos. No polígonos pequenos, premissa de densidade uniforme.
6 Exemplo: Comparação preliminar 2000/ MSP Crescimento significativo da população em subnormais 3,5 % aa (crescimento total 0,7%aa). Mas crescimento grande do número de setores subnormais de 8% para 11,1%. Observação dos detalhes indica: Que o resultado oculta a estabilização ou a redução da população nos subnormais anteriores: - 0,7%aa. Estratégia do IBGE aproximou a sua delimitação da adotada pela PMSP, embora ainda haja discrepâncias.
7 Aderência dos polígonos (PMSP) e setores censitários, 2000 e 2010 (do IBGE)
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10 Comparação Subnormais 2000, 2010 e PMSP Total Subnormais Proporção subnormal (%) População ,5 N setores ,1 População ,7 N setores ,0 População 2010 dos subnormais ,5 População nas favelas PMSP só com subnormais 2010 (overlay) ,2 População nas favelas PMSP com todos os setores 2010 (overlay) ,9 Taxa de crescimento (% aa) 0,7 3,5 Taxa de crescimento considerando apenas os polígonos subnormais de 2000 (% aa) -0,7
11 População por localização nas classificações de subnormal de 2000 e 2010 População (em 2010) 2000 Não Sim Total Não Sim Total
12 b. Baseado em densidades demográficas Método: Densidades demográficas obtidas de algumas áreas são utilizados para outras áreas. Isso pode ser feito em SIG diretamente ou utilizando-se imagens de satélite. Exemplo: Estratégia usada no trabalho anterior para correção dos resultados em polígonos pequenos (em relação aos setores doadores), assim como em Bom Jr (utilizando imagens).
13 Premissa: Existência das cartografias, de capacitação em SIG e de imagens analisáveis. Problema conceitual: setores subnormais e definição administrativa (PMSP). Problema técnico: Grandes variações de densidade, em especial no conjunto da cidade e em favelas grandes (às vezes também entre densidades brutas e líquidas).
14 Problema dos polígonos pequenos e premissa de densidade uniforme Overlay inadequado Overlay adequado
15 2. Estatísticas Método: Tira-se proveito de regularidades nos dados de alguns assentamentos para estimar resultados de outros. Exemplo: Estudo CEM e Ministério das Cidades/SNH para a delimitação e estimativa de assentamentos precários (usando Análise de Discriminante por regiões).
16 Pressuposto: Existência de dados para todas as áreas a serem estudadas, assim como delimitação confiável e conceitualmente constante de assentamento (IBGE?). Desafio conceitual: As áreas definidas como assentamentos previamente devem estar corretas. O método também é sensível a diferenças no fenômeno (exemplo favelas diferentes por região). Desafio técnico: O método é dependente do desenho original dos polígonos que geraram as informações alfanuméricas. O uso de imagens de satélite de forma acessória pode ajudar.
17 Exemplo: Belém
18 3. Amostrais Método: Utilizam-se pesquisas por amostragem para a geração de estimativas a partir de densidades domiciliares e contagens de edificações. Imagens de satélite ou aéreas podem ser usadas de forma auxiliar. Exemplo: Estudo do Cities Alliance para atualização das informações sobre favelas para PMSP desenvolvido em anos recentes.
19 Premissa: Existência de bases cartográficas de assentamentos e conhecimento sobre a variação do fenômeno. Desafio conceitual: Diferença entre domicílios e edificações observados na contagem em imagem. Desafios técnicos: Processo sucessivo de amostragem (de favelas, depois de setores e depois de domicílios) faz crescer o risco de viés. Outro problema está na possível variação da densidade domiciliar usada para expandir a população. Por isso, os resultados tendem a ser robustos para os grandes números, mas não para desagregações.
20 4. Imagens Nesse caso a idéia é usar reconhecimento automático ou semiautomático de imagens de satélite para estimar assentamentos. Ainda não dispomos de metodologia apropriada para isso, mas essa é uma importante fronteira. Cooperação recente Inpe/CEM não conseguiu avançar muito nessa direção.
21 Distrito de Cidade Tiradentes
22 Obrigado
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