DIREITO PROCESSUAL PENAL III. AULA 26 de maio Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA
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1 DIREITO PROCESSUAL PENAL III AULA 26 de maio Docente: TIAGO CLEMENTE SOUZA
2 PROCEDIMENTO PROBATÓRIO 2.3. Produção das Provas a) Proposição: momento ou instante em que se realiza o pedido de produção da prova no processo. Em regra, as provas devem ser propostas com a peça acusatória e com a resposta à acusação. b) Admissão: ato processual específico e personalíssimo do juiz, que, ao examinar as provas propostas pelas partes e seu objeto, defere ou não a sua produção. c) Produção: conjunto de atos processuais que devem trazer a juízo os diferentes elementos de convicção oferecidos pelas partes.
3 d) valoração: nada mais é do que o juízo valorativo exercido pelo magistrado em relação às provas produzidas, emprestando-lhes a importância devida, de acordo com a sua convicção Sistema de apreciação das provas a) Sistema da prova legal, da certeza moral do legislador, da verdade legal, da verdade formal ou tarifado. b) Sistema da certeza moral do juiz ou da íntima convicção.
4 c) Sistema da livre (e não íntima) convicção, da verdade real, do livre convencimento ou da persuasão racional (art. 155, caput) 2.5. Classificação das provas Quanto ao objeto (fato cuja existência carece ser demonstrada): a) direta: quando, por si, demonstra um fato, ou seja, refere-se diretamente ao fato probando; b) indireta: quando alcança o fato principal por meio de um raciocínio lógico-dedutivo, levando-se em consideração outros fatos de natureza secundária, porém relacionados com o primeiro, como, por exemplo, no caso de um álibi.
5 Em razão de seu efeito ou valor: a) plena: trata-se de prova convincente ou necessária para a formação de um juízo de certeza no julgador, por exemplo, a exigida para a condenação; quando a prova não se mostrar inverossímil, prevalecerá o princípio do in dubio pro reo; b) não plena ou indiciária: trata-se de prova que traz consigo um juízo de mera probabilidade, vigorando nas fases processuais em que não se exige um juízo de certeza, como na sentença de pronúncia, em que vigora o princípio do in dubio pro societate.
6 Relativamente ao sujeito ou causa: a) real: são as provas consistentes em uma coisa externa e distinta da pessoa, e que atestam dada afirmação (ex.: o lugar, o cadáver, a arma etc.); b) pessoal: são aquelas que encontram a sua origem na pessoa humana, consistente em afirmações pessoais (ex.: interrogatório, depoimentos, conclusões periciais etc).
7 Quanto à forma ou aparência: a) testemunhal: resultante do depoimento prestado por sujeito estranho ao processo sobre fatos de seu conhecimento pertinentes ao litígio; b) documental: produzida por meio de documentos; c) material: obtida por meio químico, físico ou biológico (ex.: exames, vistorias, corpo de delito etc.)
8 PRISÃO Prisão significa a perda da liberdade decorrente de uma decisão judicial ou em caso de flagrante delito. No sistema brasileiro, em que pese o regime de liberdades individuais, a prisão não ocorre só na hipótese de uma sentença penal condenatória transitada em julgado, mas também, do flagrante delito, da pronúncia ou nos casos determinados pela lei, mas sempre decorrente de uma ordem judicial escrita, devidamente fundamentada e emitida pela autoridade judiciária competente, art. 5º, LXI, CF: ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei.
9 O Código Penal (art. 32) prevê as seguintes penas: a) privativas de liberdade, mediante reclusão, detenção ou prisão simples; b) restritivas de direito e c) multa. As penas privativas de liberdade podem ser cumpridas em regime fechado, semiaberto ou aberto (CP, art. 33). A prisão, quando não decorrer da prisão em flagrante, só poderá derivar de ordem expedida por autoridade judiciária, ou seja, o juiz e ninguém mais.
10 Essa ordem, que só pode ser escrita e devidamente fundamentada, é cumprida mediante o mandado de prisão onde deverá constar os requisitos constantes no art. 285, CPP. Art A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado. Parágrafo único. O mandado de prisão: a) será lavrado pelo escrivão e assinado pela autoridade; b) designará a pessoa, que tiver de ser presa, por seu nome, alcunha ou sinais característicos; c) mencionará a infração penal que motivar a prisão; d) declarará o valor da fiança arbitrada, quando afiançável a infração; e) será dirigido a quem tiver qualidade para darlhe execução.
11 A prisão pode ocorrer em qualquer dia e hora, (respeitada a inviolabilidade do domicílio art. 5º, XI, CF). Assim, a prisão durante a noite só poderá ocorrer se for hipótese de flagrante delito e se por mandado (com autorização do morador). Havendo a recusa, a autoridade que estiver para cumprir o mandado deverá aguardar até às seis horas, podendo, naturalmente, cercar a casa para que não ocorra a fuga. Se houver perseguição, a prisão poderá ser efetuada onde o sujeito for alcançado, respeitando-se os limites territoriais brasileiros e não tenha sido interrompida a perseguição (CPP, art. 290).
12 Prisão em Flagrante: A prisão em flagrante (CPP, arts. 301/310) ocorre sempre que o agente é surpreendido no momento em que comete o crime, ou seja, praticando ou que tenha acabado de praticá-lo, bem como, se o agente for preso logo após ou for encontrado, também logo após a ocorrência do mesmo, portando o(s) instrumento(s) utilizado(s) para a prática do delito ou em posse do produto do crime. Trata-se de prisão de natureza cautelar e processual, independente de ordem judicial, porquanto, ocorre no momento em que o agente é surpreendido praticando ou logo após tê-lo praticado.
13 O auto de prisão em flagrante deverá conter os seguintes requisitos, sob pena de se tornar imprestável, possibilitando o relaxamento do flagrante: I) a autoridade deverá ter atribuições para presidir a lavratura do auto; II) oitiva do condutor e duas testemunhas presenciais ou que tenham assistido a apresentação do conduzido; III) oitiva do conduzido, que deverá ser informado do direito constitucional de permanecer em silêncio (CF, art. 5º, LXIII); IV) o auto deverá ser assinado pela autoridade, pelo escrivão, defensor (se for o caso), condutor, testemunhas e pelo conduzido; V) a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao MP e à família do preso ou à pessoa por ele indicada (CPP, art. 306, caput redação dada pela Lei n /2011);
14 VI) em 24 horas o auto de prisão em flagrante será encaminhado ao juiz competente e ao advogado do autuado ou cópia integral para a Defensoria Pública, em caso de não indicação de defensor; VII) no mesmo prazo será entregue ao preso nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas;
15 Com as alterações promovidas pela Lei n de 2011, o magistrado ao receber os autos da prisão em flagrante deverá (I) relaxar a prisão; (II) converter em preventiva, diante do cumprimento dos requisitos do art. 312, e se forem insuficientes as medidas cautelares diversas de prisão; ou (III) conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. Com mencionada alteração não há mais a possibilidade de extensão ad eternum da prisão em flagrante. A partir de agora, recebido o auto de prisão em flagrante serão quatro as possibilidades do magistrado: (a) relaxar a prisão; (b) aplicar medida(s) cautelar(es) diversa(s) de prisão; (c) converter a prisão em preventiva; ou, ainda, (d) conceder liberdade provisória, com ou sem fiança, nos termos do art. 310, único.
16 A inobservância dos requisitos do flagrante e das garantias constitucionais permitirá que o juiz de ofício relaxe o flagrante, ou seja, atenda o pedido feito pelo seu defensor (CF, art. 5º, LXV). Além do relaxamento do flagrante é possível requerer a liberdade provisória com ou sem fiança e impetrar um habeas corpus.
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