INTER-RELAÇÕES ENTRE PRODUÇÃO E DEMANDA DA SOJA E DE PROTEÍNA ANIMAL JOSÉ FABIANO DA SILVA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "INTER-RELAÇÕES ENTRE PRODUÇÃO E DEMANDA DA SOJA E DE PROTEÍNA ANIMAL JOSÉ FABIANO DA SILVA"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DACEC DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO MBA GESTÃO EMPRESARIAL INTER-RELAÇÕES ENTRE PRODUÇÃO E DEMANDA DA SOJA E DE PROTEÍNA ANIMAL JOSÉ FABIANO DA SILVA Orientador: Luciano Zamberlan Resumo Este artigo analisa a produção e demanda mundial da soja e de proteína animal, verificando seu comportamento e suas inter-relações entre esses dois segmentos, com ênfase na produção, na demanda, no mercado e seus efeitos na dinâmica global do agronegócio. Tem como objetivo buscar melhor entendimento na relação de causa e efeito entre demanda por proteína animal e produção de soja. Aborda histórico de produção de carnes traçando um paralelo com a produção mundial da soja, trata dos fatores os quais estimularam o aumento do consumo de carnes na última década e perspectivas futuras para esse mercado. Partindo da premissa que a demanda mundial por proteína animal é o fator de impulso para a produção da soja, o estudo aborda os aspectos comportamentais de consumo de proteína no mundo. Os procedimentos metodológicos para montagem do estudo exploratório foram usadas fontes de dados como sites especializados, bibliografias sobre o tema, pesquisas documentais e entrevistas com especialistas de mercado. Com a investigação realizada nos mercados de soja e proteína animal foi possível constatar um cenário com certo equilíbrio para o médio e longo prazo, tendo uma demanda crescente por proteína animal e também condições factíveis para expansão da área agrícola e aumento proporcional na produção de soja. É de extrema importância autoridades governamentais entenderem o dinamismo desses dois mercados pela relevância que tem principalmente para as economias emergentes e pela necessidade de politicas ambientais sustentáveis. Palavras-chave: Mercado produção oferta demanda global soja proteína. Abstract This article analyze the global production and demand about soy and animal protein, Verifying its behavior and relation between both markets. Emphasis in market, production and the effect on the global agribusiness dynamic. The objective is seek a best comprehension in causes and effect relation between global animal protein demand and soy production. Discuss a historic meat production drawing a parallel with global production of soybean, discusses factors which boosted an increase in meat consumption last decade and feature s outlook of this market. Understanding the protein global demand such a boost factor in soy production, this work discuss the global consumption s behavior. The methodological process to build this exploratory study, websites, interview with market specialist, bibliographies and documental explore was used. The investigation applied in the protein and soy market, was

2 possible identify certain balance in the medium and long term, with an increasingly demand for animal protein and absolute conditions to expand agriculture area with the same proportion. It s of absolute importance the understanding from the governmental authorities about de dynamism between both markets, the relevant and the importance principally for emerging markets for the sustainable environmental politics. Keywords: Market production supply demand global soy protein. 1. Introdução Com a evolução da produção mundial da soja estimulada principalmente pela demanda mundial por proteína animal, torna essa commodity o core-business das exportações brasileiras no contexto do agronegócio e tem estimativa para colocar pela primeira vez em 2012 o Brasil em primeiro lugar na produção mundial, ultrapassando os Estados Unidos que sempre foi o maior produtor. Os três principais produtores mundiais da oleaginosa no Brasil, EUA e Argentina produzem juntos mais de 80% do total da produção global e são esses três países que fornecem os principais fundamentos para as análises de mercado em termos de oferta e demanda global do grão. A soja é a principal e quase insubstituível fonte de proteína para o mercado de nutrição animal, tendo uma relação direta de sua produção com a produção de carnes no mercado mundial. A pesar da relevada importância da soja e seus derivados para a economia doméstica e para a balança comercial brasileira e sua amplitude no contexto do agronegócio no Brasil, pouco se sabe ou de maneira muito vaga é conhecida a dinâmica do comportamento histórico de preço dessa commodity e seus derivados assim como também são pouco conhecidas a série de variáveis que podem no longo prazo influenciar de maneira muito significativa o seu preço no mercado mundial. A abordagem desse estudo visa esclarecer a complexa relação de sustentabilidade da cadeia da soja através da principal variável econômica envolvida, ou seja, o principal fenômeno que contribui para a sustentabilidade e a escalada de produção e preço dessa commodity nos últimos anos, o setor de proteína animal. Com o passar do tempo cada vez mais fatores e variáveis passam a influenciar o sentimento dos investidores e analistas de mercado no mundo todo tornando o mecanismo de preços das commodities cada vez mais complexo e desafiador para os players desse mercado. Quanto ao comportamento de longo prazo, a demanda mundial por proteína animal é que cumpre o papel fundamental na sustentabilidade de preço e na pressão por aumento de área de cultivo assim como também estimula o desenvolvimento e o emprego de alta tecnologia para melhoramento genético e obtenção de maior produtividade da oleaginosa. Segundo Gonçalves (S.d., p 64), o mecanismo de formação de preços, nos sistemas econômicos que admitem mercado, é complexo e não pode ser reduzido se não por simplificação, a uma simples preposição ou lei geral, sem nexo de causalidade e traduzindo tão somente a tendência dos fenômenos. Com efeito o mecanismo do mercado não se reduz a três elementos simples, como a oferta, demanda e preços. O presente estudo tem como objetivo esclarecer a dinâmica da demanda mundial por proteína animal e seu respectivo impacto na produção e no preço da soja. Aborda o comportamento da demanda mundial por proteína animal na última década e as perspectivas para o longo prazo. Busca estabelecer relação de produção da soja versus necessidade na produção mundial de carnes. Especificamente estaremos explorando esse conhecimento através de três canais de abordagem, ou seja, explorar fatores de estímulo à produção e demanda global de carnes,

3 fazer uma abordagem na produção e demanda global da soja e abordar a formação de preço da soja no mercado internacional. A soja assim como seus derivados possui alta volatilidade de preços nos mercados internacionais, fator que justifica maior conhecimento dos mecanismos de formação de preço e também ter entendimento para qual rumo está direcionado esse mercado, sobretudo buscar clareza do dinamismo da demanda mundial por proteína animal, principal propulsora de produção e valorização da commodity soja. A soja é a principal oleaginosa produzida e consumida no mundo. Sua importância reside no fato de, ao ser triturado, resulta em farelo e óleo. O primeiro subproduto, por ser rico em proteína e a principal fonte de proteína para nutrição animal, é destinado ao consumo animal através de rações elaboradas. O segundo subproduto, o óleo, se destina especialmente ao consumo humano. A estrutura desse trabalho está composta em cinco capítulos, sendo no primeiro a introdução, que mostra o cenário que está em estudo assim como a justificativa e os principais objetivos a serem buscados. No segundo capitulo está o referencial teórico, mostrando através de pesquisas bibliográficas a opinião de autores sobre o cenário que está sendo abordado, após as descrições teóricas e conceituais de alguns autores, a terceira parte mostra quais os procedimentos metodológicos estão empregados no estudo e como serão coletados e analisados os dados, a quarta parte do artigo, na análise e apresentação de resultados aprofunda o estudo através de dados e figuras gráficas fazendo correlações e comparativos entre o cenário de proteína animal e proteína vegetal da soja, como ambos se relacionam se comportam no cenário global. Por fim a quinta parte apresenta as conclusões sobre o estudo, relatando sobre a convergência encontrada nos dois cenários em estudo. 2 Referencial Teórico 2.1 Formação de preço da soja A cotação da soja com maior referencial no mundo se dá na Chicago Board of Trade (CBOT), na Bolsa de Chicago onde ocorrem negociações de contratos de várias outras commodities. A oferta e demanda desses contratos tanto no mercado spot (disponível) como no mercado futuro através do pregão da CBOT é que determina as cotações diárias da soja em todo o mundo. A cotação dos contratos de soja na CBOT é determinado em US$/bushel (27,2kg), sendo o bushel uma unidade de medida americana. Com menor liquidez essas mesmas cotações de preço da soja também ocorrem na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) em São Paulo, porém a Chicago Board of Trade é que é a bolsa de valores a qual dá referência de preço para negociações de exportações e importações no mercado internacional. Para Brum (2002) a formação do preço dos produtos do complexo soja dá-se em função de muitos agregados, ou seja, o preço é uma variável dependente de muitos fatores. Todos os analistas e estudiosos destacam que, entre as principais variáveis, a cotação do produto na Bolsa de Cereais de Chicago dita as tendências do mercado. Destaca-se pelo volume de negócios e caracteriza-se pela essência do livre mercado, negociando não apenas as mercadorias, mas também as expectativas em relação a ela (mercado de opções). A praça de referência na formação de preço da soja no Brasil são os portos, a partir desta praça o desconto no preço da commodity se dá na medida em que sua localização avança para o interior, sendo este um deságio do custo de frete para escoar o produto até o porto. São três parâmetros que determinam a cotação da soja em R$/saca nos portos brasileiros, a cotação do produto em Chicago, o prêmio e a cotação do dólar. Sobre a cotação da soja em Chicago tem o prêmio que é o spread, que pode ser um ágio ou deságio sobre essa

4 cotação na CBOT, sendo este determinado pela pressão de oferta e demanda do produto no mercado. Margarido et al. (2002) sinaliza, a partir de testes de raiz unitária de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e testes de co-integração de Johansen, a elasticidade da transmissão dos preços da soja entre o porto de Rotterdam e o Brasil no período de julho de 1994 a setembro de 2001 confirmando a Lei do Preço Único, com as variações em Rotterdam sendo transmitidas integralmente para os preços no Brasil, no longo prazo. Neste sentido Moraes (2002) esclarece que os preços domésticos são determinados em função de uma série de variáveis, como cotações internacionais, prêmios de exportação, custo de transporte, despesas portuárias, armazenamento, carga tributária entre outros. Dá ênfase ao prêmio de exportação, observando que é uma variável pouco conhecida, mas de alta significância, uma vez que pode reduzir o preço FOB recebido pelo exportador em mais de 5% e aumenta-lo em mais de 20%, possuindo um caráter sazonal, com os maiores valores observados nos períodos de entressafra e os menores no período de safra e exportação relata que as variáveis ligadas a disponibilidade do produto e as alternativas de comercialização possuem grande capacidade em explicar o comportamento do prêmio. Conclui que os estoques de soja dos principais produtores mundiais alteram significativamente o valor do prêmio e, consequentemente o valor pago ao produtor nacional. Ressaltada por Lazzarotto e Figueiredo (2006) em trabalho onde incluiu no modelo o variável preço da soja no mercado externo, taxa de câmbio, prêmio de exportação e despesas líquidas de exportação, tendo concluído, ao final do estudo, pela influência de todas as variáveis explicativas, com destaque para a taxa de câmbio e o preço externo, a partir de testes de estacionaridade, de co-integração e da utilização do mecanismo de correção de erros aplicados a séries de preços pagos aos produtores de soja de estados selecionados (Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, no período de setembro de 1999 a outubro de 2005). Fernandes (2003) em trabalho que analisou a relação entre o câmbio real e o preço de commodities em países tidos como exportadores de commodities: Nova Zelândia, Canadá, Austrália e Brasil, no período de março de 1995 a abril de 2002, constatou que, a despeito de ser o Brasil um grande produtor das principais commodities presentes em sua pauta de exportação (minério de ferro, complexo soja, café, celulose suco de laranja e açúcar) não ficou evidenciado poder de mercado no sentido de a variação em sua taxa de câmbio real determinar variações nos preços internacionais dessas commodities. Como diz Brum (2002, p. 17), no que tange a formação dos preços da soja um dos fatores mais importantes é o rateio do preço da soja em relação ao milho e o rateio dos preços dos diferentes farelos e óleos (em particular soja/palma) entre eles. Ao contrário, a evolução do rateio dos preços óleo/farelo é muito mais incerta, pois ele faz intervir um diferencial entre as velocidades de crescimento da oferta e da demanda sobre mercados diferentes: o humano e o animal. 2.2 Soja no contexto do Agribusiness O conceito de agronegócio que se pretende abordar foi iniciado pela Universidade de Harvard por Davis & Goldberg1 (1957) ao final da década de Seu diferencial em relação aos tradicionais é a compreensão do sistema de produção desde o campo até o consumidor final. Giordano (1999) destaca que esta forma de análise apresenta vantagens em relação às outras existentes, uma vez que tenta compreender o encadeamento, ou seja, o processo dinâmico no qual todas as partes do sistema estão interligadas. Conforme este conceito, o somatório de todas as operações envolvidas na produção e distribuição de bens agrícolas, antes, dentro e depois da porteira, corresponde ao Sistema Agroindustrial.

5 A busca por uma agricultura competitiva tem gerado uma sofisticação, à custa de grandes investimentos do Estado, dos circuitos espaciais e dos círculos de cooperação entre as grandes empresas das cadeias produtivas e de distribuição; enclaves de modernização; surgimento de empresas de consultoria especializadas em produção; logística e transporte agrícola; grande demanda por bens científicos; novo perfil do trabalho no campo, e informacionalização da produção agrícola (agricultura de precisão, monitoramento agrícola por sensoriamento remoto orbital), o que estimula o desenvolvimento de outras atividades (CASTILHO; VENCOVSKY, 2004, p. 01). Este é um conceito cada vez mais presente nos estudos de economia agrícola. Para Araujo, (...)desponta o fato de que a visão moderna que se deve ter a agricultura ultrapassa o enfoque eminentemente de produção prevalecente no passado, que se limitava as fronteiras internas da unidade produtiva rural. Administradores públicos e privados devem ter agora em mente o conceito do agribusiness, por incorporar i visão interativa das cadeias de alimentos, fibras e biomassa, que mais adequada para o entendimento da complexidade do mundo econômico deste final de século. Dentro do enfoque do agribusiness, é necessário entender o processo sistêmico de adição de valor na cadeia produtiva que une as atividades a montante e a jusante das fazendas. (Pinazza; Araújo, 1993, p.20). O cenário agrícola internacional dos últimos quinze anos tem sido caracterizado pela ocorrência de acentuadas mudanças nas políticas agrícolas e macroeconômicas no Brasil e nos demais países emergentes (RODRIGUES, 2005, p. 3), as quais visam obter ganhos de eficiência, aumento da produção e crescimento da renda nos países, e provocar uma melhoria no comércio agrícola mundial. O complexo soja ao longo dos tempos foi se tornando o principal item da pauta de exportações brasileiras. A soja sendo uma commodity, produto de consumo mundial, seu preço no Brasil reflete as tendências do mercado internacional, que, em grande parte, são influenciados pelos indicadores de oferta e demanda. Também é influenciado pela variação cambial, uma vez que os preços internacionais são determinados, na maior parte dos casos, em dólares americanos e logo após convertidos para reais. Sendo assim, visualiza-se relações de oferta, demanda, taxa de câmbio, prêmios/descontos, custos de frete, despesas portuárias, taxas e comissões, corretagem de câmbio como determinantes do preço pago ao produtor de cada região brasileira. Dessa forma o cultivo da soja está povoando grande parte do território brasileiro e as estatísticas corroboram que o complexo soja apresenta-se como um dos mais importantes componentes para a formação de superávit comercial. Para Brum (2002, p. 15), os farelos representam um elemento essencial da rentabilidade das oleaginosas: 30 a 40% do valor dos grãos ricos em óleo como a colza e o girassol, 60 a 80% para a soja. Os farelos de oleaginosas são utilizados para ração animal e incorporados na forma de alimentos como matérias ricas em proteínas. O autor continua afirmando que nos últimos 50 anos, paralelamente à evolução das técnicas de criação animal e do recurso cada vez mais importante a rações concentradas fornecidas pela indústria, uma demanda específica de matérias-primas com alto teor em proteínas se desenvolveu.

6 Dentro desse contexto, no caso agroindustrial brasileiro, que trata especialmente do complexo soja, percebe-se que os acordos comerciais podem representar ganhos para a nação, constituindo-se como um importante meio para alavancar o crescimento econômico do país, uma vez que a classe produtiva goza de uma situação de produção e remuneração dos fatores de produção e as contas nacionais passam a contar com as quantidades vultosas de moeda estrangeira que ajudam na composição das reservas cambiais. O que pode ser observado são os desequilíbrios do mercado mundial de proteínas devem se acentuar no futuro se nenhuma mudança de grande amplitude não se produzir. Eles são segundo o autor, devido ao crescimento demográfico, ao desengajamento de certos Estados, às pressões internacionais para se obter uma abertura nos diferentes mercados, e o aceite geral de uma certa dependência em relação as ofertas internacionais para a alimentação. Neste cenário, o agronegócio, liderado pela soja tornou-se um componente capaz de gerar crescimento e desenvolvimento econômico nas regiões em que está inserido. Figura 1:Evolução da balança comercial brasileira e do agronegócio 1989 a 2012 (em US$ bilhões). Fonte: AgroStat Brasil, a partir de dados da SECEX/MDIC, A figura 1 mostra claramente o saldo positivo que o agronegócio proporciona para a balança comercial brasileira, dentro do contexto das exportações do agronegócio, a soja tem representatividade de 34% do total do volume exportado. Enquanto as importações de produtos manufaturados dos demais segmentos da economia causam um impacto significativo sobre os volumes que o Brasil exporta desses mesmos segmentos, o Agronegócio importa um volume não superior a 15% / 18% sobre o total exportado, gerando um saldo expressivo na balança comercial, podendo representar quase dois terços do saldo total. 2.3 Crescimento da produção e demanda global de carnes Impulsionado exclusivamente por ganhos de produção de aves e suíno, a produção mundial de carnes em 2012 foi de aproximadamente 244 milhões de toneladas, somadas a carne bovina, suína e de frango. O crescimento do setor se origina dos países em desenvolvimento, principalmente ocasionado pelo fenômeno mundial da urbanização de países como a China, esse fenômeno afetou de forma positiva os níveis de renda da população, permitindo desta forma uma ascensão das classes para um nível de qualidade de vida mais elevado.

7 De acordo com Martinelli, a evolução do mercado de alimentos no último século divide-se em dois períodos. O primeiro se estendeu pelo século XX até os anos 70, caracterizado pelo fenômeno da urbanização e crescimento das atividades industriais e de serviços. O crescimento da demanda urbana favoreceu a especialização de funções, estruturando grandes empresas e cadeias produtivas e criando um grande mercado consumidor. Este período foi marcado por inovações de produtos congelados, desidratados, enlatados, empacotados em embalagens de diferentes tamanhos, favorecendo o estoque e o consumo em qualquer época do ano e maiores distâncias da área de produção agrícola. Criaram-se grandes lojas de varejo, supermercados aumento o consumo desses produtos. De acordo com a Agroanalysis os quatro maiores consumidores de carne do mundo (China, UE, EUA e Brasil) foram responsáveis por 56,7% de toda a demanda de proteína animal a ser consumida em 2010, sendo que apenas Brasil e China continuaram com taxas de crescimento mais significativas no consumo dessas proteínas. No período compreendido entre 2005 e 2010, a demanda por proteína animal desses dois países cresceu 9%, enquanto a demanda europeia cresceu 2%, e a dos EUA se retraiu em 3%. Para os próximos anos, é esperado um maior crescimento em novos mercados, como o consumo da Ásia (oriental e sudeste), América Latina, do Oriente Médio e norte da África. A Agroanalysis em essa mesma análise aponta para o advento do crescimento da produção de carne em países consumidor, como o caso da Rússia, apesar de ser o maior importador mundial de carne de frango, a produção da Rússia cresce em um ritmo acelerado, com redução nas importações. Em 2006, a produção local era suficiente para atender apenas a 50% da demanda interna; já em 2010, a produção deverá atender a 70% do mercado. Entre os mercados que merecem atenção dos exportadores pelo crescimento na demanda interna estão os grandes produtores de petróleo do Oriente Médio e da América Latina. Juntos, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Venezuela e México devem importar dois milhões toneladas de carne de frango em 2010, volume superior ao importado pela Rússia e 35% superior ao importado pelos mesmos países em Além deles, a Índia também se torna um mercado extremamente atrativo para as indústrias que atuam no setor de frangos, com crescimento da demanda de 10% ao ano. Na nota de avaliação sobre a tendência mundial de consumo de proteína animal os autores chamam atenção para o comportamento do consumo da carne bovina. Dos quatro maiores consumidores de carne bovina do mundo, o Brasil foi o único a apresentar um crescimento de demanda nos últimos cinco anos. Mesmo a China, que registrava crescimento no consumo de carne bovina, apresentou uma leve queda em Enquanto os EUA e a UE reduziram sua demanda em 5% desde 2006, o Brasil teve um crescimento de 6%, apontando um consumo de 7,3 milhões de toneladas. A queda na demanda de carne bovina, por parte dos EUA e dos países da UE, está atrelada a uma série de fatores. As variáveis associadas ao envelhecimento da população e a busca por melhor qualidade de vida podem também levar ao entendimento de que o mercado de proteína animal (principalmente de carne bovina), da forma como se encontra hoje, está chegando a um ponto de saturação nesses mercados. O segundo período compreende as últimas décadas e os dias atuais, caracterizado por um consumidor com maior renda, que quer gastar menos tempo no preparo de alimentos e estão crescentemente mais informado e preocupado com aspectos de nutrição, qualidade e gosto. Frente a isso, essa nova tendência, os alimentos tem sido reestruturados pela indústria ou preparados pelas unidades de serviço de alimentação com vistas a adaptar a oferta de alimentos às diferentes situações em que estes são consumidos ((Statistical Abstract of the US, apud Martinelli Júnior, 1999, p. 45).

8 A figura 2 mostra o crescimento da produção mundial de carne de gado, suíno e frango em milhões de toneladas. Figura 2:Produção mundial de carnes. Fonte: Agrinvet Consultoria Pode-se perceber como a produção da carne bovina se manteve estagnada, enquanto cresceu significativamente a produção de suíno e com crescimento mais acentuado por sua vez vem a carne de frango. Numa avaliação de crescimento médio anual, a carne bovina cresceu em média 0,29% ao ano, a carne suína 1,33% e carne de frango crescimento médio de 3,54% ao ano. 3 Procedimentos Metodológicos A metodologia do presente trabalho, bem como a definição das técnicas de pesquisa, foi elaborada de acordo com a conceituação proposta por Gil (1999). Como a abordagem desse estudo se deu em um cenário de mercado em franca expansão (agronegócio) e com significativa evolução e mudanças em suas teorias e conceitos, pouco bibliografia se tem com referência direta do problema, desta forma as pesquisas documentais são as fontes de conhecimento para a exploração mais aprofundada deste assunto. A análise documental constitui uma técnica importante na pesquisa qualitativa, seja complementando informações obtidas por outras técnicas, seja desvelando aspectos novos de um tema ou problema (LUDKE e ANDRÉ, 1986). Este estudo tem cunho exploratório, com intuito de explorar um cenário de mercado e promover critérios de compreensão, formulando um problema para defini-lo com maior precisão, dando ao leitor maior clareza das variáveis relacionadas ao assunto abordado. As pesquisas exploratórias, segundo Gil (1999, p. 43) visa proporcionar uma visão geral de um determinado fato, do tipo aproximativo. O trabalho explora a demanda mundial do mercado de proteína animal, a trajetória da última década, cenário atual e as perspectiva de cresimento para os próximos anos, assim como o respectivo impacto na produção mundial da soja e na sustentabilidade do preço desssa commmodity. O objetivo de uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido, pouco explorado. Ao final de uma pesquisa exploratória, você conhecerá mais sobre aquele assunto, e estará apto a construir hipóteses. Como qualquer exploração, a

9 pesquisa exploratória depende da intuição do explorador (neste caso, da intuição do pesquisador). Por ser um tipo de pesquisa muito específica, quase sempre ela assume a forma de um estudo de caso (GIL, 2008). A pesquisa exploratória através de meios documentais buscou informações e dados através da internet, em livros, e em sites de órgãos relacionados assim como em outros artigos relacionados ao tema. Os dados buscados se tratam de números e taxas de consumo de carne no mundo, suas tendências para os próximos anos, também se levantou dados sobre o comportamento do mercado da soja nesse mesmo período, sua produção, consumo e preços. Esses instrumentos como geradores de dados dão subsidio para converter os mesmos em informação e posteriormente em conhecimento mais aprofundado sobre esses dois setores e a correlação entre ambos dentro do cenário econômico mundial. Alguns dados coletados também em entrevistas com especialistas e analistas de mercado proporcionando além de dados, análises mais complexas sobre o problema abordado. A análise tem como objetivo organizar e sumariar os dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto. A interpretação fundamentase num sentido mais amplo em que as respostas se relacionam com outros acontecimentos anteriormente obtidos. Os dados obtidos por meio empírico ou teórico referentes à demanda global por proteína animal e o aumento na demanda por soja foram analisados a luz do conhecimento dos principais analistas e agentes do mercado do agronegócio. Dados e informações obtidas de sites especializados no monitoramento e avaliação do comportamento do mercado mundial do agronegócio foram utilizados para fins de prover critérios e fundamentos necessários para observar a relação comportamental da produção de soja com o movimento na demanda mundial por proteína animal. Os dados levantados foram submetidos a análise de correlações entre produção de carne e produção soja, as respectivas tendências do mercado de carne e reais possibilidades de suporte na produção da soja, levantado também as hipóteses de alavancagem de produção da soja para dar esse suporte para a demanda de proteína animal, sendo pelo aumento de produtividade via recursos tecnológicos ou por expansão de áreas de produção, atualmente já um tanto limitada em países produtores. 4 Apresentação e Análise dos Resultados A partir de dados, informações avaliações das teorias e literaturas consultadas acerca da abordagem desse trabalho estabelecem-se neste capitulo conclusões e resultados sobre o tema abordado. Todas as teorias, literaturas e documentos consultados estão direcionados para itens que tangem o consumo global de proteína animal e respectiva correlação com a produção global da soja como fonte de proteína para a nutrição animal. Avaliado aspectos de produção e demanda de ambas as commodities, histórico de consumo da carne no mundo e de produção de soja, assim como perspectivas de produção para os próximos anos, respectivas fontes de fomento a demanda e suas limitações. Consiste em verificar quais os aspectos dentro do contexto global do consumo de proteína animal venham garantir a sustentabilidade da produção da soja e respectivamente a sustentabilidade em patamares rentáveis de preço. A resposta ao problema estabelecido consiste em analisar os principais movimentos que aconteceram nas cadeias de carnes nos últimos anos e os possíveis efeitos para o longo prazo, estabelecendo desta forma uma relação paralela com a análise do mercado produtor de soja, o qual sustenta a cadeia produtiva das três principais carnes consumidas no mundo, buscando constatação de possíveis gargalos em oferta ou demanda dessa commodity.

10 A título de exemplo e para fundamentação das constatações observadas no trabalho de investigação do mercado de proteína animal e soja vamos usar dados dos últimos 9 anos, Ilustrando os movimentos de convergência na produção e consumo de proteína animal e soja. 4.1 Aumento do consumo de carne através do fast food A princípio, parece contraditório: a Índia, o país dos vegetarianos, registra um rápido aumento do consumo de carne. Estatísticas afirmam que 40% dos indianos não comem carne. Em nenhum outro país a parcela de vegetarianos é tão alta quanto na Índia. No entanto, nos últimos dez anos, o consumo de carne no país duplicou. Em 2009, a média era de 5,5 quilos por pessoa, segundo a Organização Mundial da Saúde. Um índice ainda baixo se comparado com o da Alemanha, de 61 quilos de carne bovina, porco e aves ingeridas por cada cidadão por ano, de acordo com dados do Departamento Federal de Estatísticas. As cadeias de fast food se espalham rapidamente por todas as cidades da Índia. Elas atraem principalmente a clientela mais jovem e ficam lotadas, sobretudo, nos fins de semana. Nas grandes cidades, como Déli, Mumbai, Chennai ou Kolkata (a antiga Calcutá), famílias passam o tempo livre em encontros regados a refrigerantes, batatas fritas e hambúrgueres em lanchonetes do McDonalds ou consomem frangos empanados fritos na rede Kentucky Fried Chicken. 4.2 Evolução e perspectivas do consumo de carne no mundo O consumo mundial de carnes continua crescendo e estimulando a produção das principais commodities agrícolas. O crescimento nos países em desenvolvimento capturará 82% do consumo global durante o período projetado. O consumo per capita aumentará em 3,2 quilos por ano, com a carne de frango representando 70% desse aumento. Até 2021, os consumidores nos países desenvolvidos comerão 3,6 quilos de carne a mais per capita com relação ao período base, o que também será principalmente para carne de frango, exceto no Leste Europeu, onde o consumo de carnes vermelhas ainda tem um substancial potencial de crescimento. Figura 3:Evolução e projeção da demanda mundial de carnes (em milhões de tonaledas). Fonte: COGO, Carlos Cogo. Consultoria em Agribusiness, 2012.

11 Apesar dos fortes preços das carnes durante a projeção, as importações de carnes em países em desenvolvimento deverão aumentar direcionadas por um crescimento na população e na renda e na alta elasticidade da renda da demanda. Da mesma maneira, os fortes preços resultarão em lucros de exportação sustentados, que encorajarão os grandes países exportadores de carne a investir nos mercados internacionais de carne, apesar da alta incidência prevalente de barreiras de importação relacionadas a questões sanitárias e de segurança alimentar. Figura 4: Consumo mundial de carnes nos últimos 50 anos em milhões de toneladas Fonte: USDA Disponível no site: No contexto global do mercado de proteína animal pode-se notar uma particularidade quanto ao perfil de consumo das proteínas, a alavancagem do consumo está potencialmente na carne de frango e em segundo lugar na carne suína, isso obviamente pelo fator custo, sendo a carne de frango a proteína animal de produção em escala mais barata que o mercado pode oferecer, a carne suína que é a proteína mais consumida atualmente no mundo concentra 50% do seu consumo na China, sendo esse perfil de consumo chinês o que eleva a média e põe a carne suína como proteína mais consumida no mundo, tendo um crescimento expressivo também no Brasil o qual por fatores culturais tem taxa de consumo de carne suína bastante baixo comparado a países como EUA e Argentina, praticamente 50% do consumo médio per capita destes países. A carne bovina se mostra com crescimento estagnado principalmente pelas perdas de áreas de pastagem no mundo para a produção agrícola e consequentemente um encarecimento na produção que tende a se concentrar no sistema de engorda por confinamento. Com essa tendência de produção confinada aliada a novos patamares de preços das commodities agrícolas fará com que a carne bovina seja uma fonte de proteína cada vez mais cara para o consumo de escala. O maior fenômeno na atualidade que está ocorrendo na cadeia produtiva de carnes é a concentração da produção em poder de poucos grupos empresariais, de certa forma isso permitiu com que aumentasse a eficiência produtiva através da produção de escala, é o caso de empresas como Brasil Foods, Marfrig, JBS, Minerva, Tyson Foods, empresas que tem abrangencia global na produção de carnes. A perda de competitividade na venda de carne no mercado internacional, principalmente na carne de frango e carne suína na qual o Brasil é exportador fez com que o setor ficasse concentrado na mão de grandes grupos focando tecnologia e larga escala de produção para competir com a produtividade americana no mesmo setor. A dependência de mão de obra no setor produtivo de carnes é o principal fator

12 de competitividade, e nesse aspecto o Brasil tem visto suas margens apertarem nos últimos anos pelo aumento de renda dos trabalhadores e a dificuldade de contratação de mão de obra para setores opercionais de suas indústrias frigoríficas. 4.3 Comportamento da produção na China Como pode ser observado na figura 5, a China é o exemplo do aumento do consumo de carnes. Em 1980, cada chinês consumia por ano 20 quilos de carnes. Atualmente a média per capita está acima de 50 quilos, significa que teve um grande aumento no consumo da carne. O volume por pessoa não é alto, mas faz diferença assim como a Índia devido ao tamanho de sua população. Já os Estados Unidos é o maior consumidor per capita de carne do mundo, o volume total é mais do que o dobro. Figura 5: Comportamento da produção na China. Fonte: Agrinvest Consultoria. Dados divulgados pela FAO, em 2007, diz que a China consumiu 85 milhões de toneladas de carne, enquanto que os Estados Unidos consumiram 38 milhões e o Brasil 16,7 milhões. O aumento do consumo de carne também se reflete no aumento do consumo de grãos, segundo a média mundial, a produção de um quilo de carne suína, que é a mais consumida na China, demanda pelo menos quatro quilos de grãos, segundo a FAO, até 70% da ração dos suínos criados na China é composta de milho, a soja entra nessa formulação em torno de 25% sendo esta a fonte de proteína. Outro fator, que leva a um consumo maior de carne é o enriquecimento da classe média emergente, onde a demanda cresce rapidamente. Segundo a FAO o efeito na importação de soja que a demanda por ração animal causará até 2022, praticamente dobrará a necessidade de importação demandado pelo setor de carnes, o qual vem num efeito crescente bastante acentuado na última década. Na figura 6 pode-se observar essa projeção de importação pela China até o ano de 2022.

13 Figura 6: CHINA: Pojeção das importações de soja até 2022 (milhões de toneladas). Fonte: COGO, Carlos. Consultoria Dez O efeito na importação de soja que a demanda por ração animal causará até 2022, praticamente dobrará a necessidade de importação demandado pelo setor de carnes, o qual vem num efeito crescente bastante acentuado na última década. Embora os estudos tenham sido efetuados antes de o mundo perceber o dramático impacto na inclusão social gerada pelo abandono das teses comunistas e a adesão ao capitalismo pelo governo chinês, as previsões efetuadas pelo IFPRI (International Food Policy Research Institute) já apontavam para uma demanda acelerada de alimentos, no período, conforme pode ser observada. A figura 7 mostra o comportamento de consumo dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, ficando claro o impacto da ascensão social e melhora da qualidade de vida e da alimentação nos países em desenvolvimento no consumo de cereais. Figura 7: Consumo de proteína animal em países desenvolvidos e em desenvolvimento Fonte: IFRI, Efeitos que impactam diretamente no consumo A figura 8 e 9 dão uma clara noção do cresimento mundial no consumo de proteína animal assim como mostra também o fenômeno da urbanização, sendo este o principal causador no aumento de consumo no mundo. Com a população se deslocando para as áreas urbanas há uma geração maior de renda, provocando uma ascensão social das classes em

14 países emergentes e em desenvolvimento, tendo como efeito a melhora da alimentação e qualidade de vida, ou seja, mais proteina na mesa. Figura 8: Movimento de urbanização no mundo e na China. Fonte: Carlos Cogo Consultoria em Agribusiness, A figura 9 mostra o aumento no consumo de carne na China na ultima década, somada as três fontes de proteína, bovina, suína e frango. Figura 9: Consumo per capita de carne no mundo e na China. Fonte: Carlos Cogo Consultoria em Agribusiness, Produção e principais importadores de soja Neste item está exposto o comportamento dos principais produtores de soja nos últimos cinco anos e respectivo comportamento dos principais importadores. Pode-se observar a dependência de importação de cereais para a produção de proteína animal como o caso da China, o bloco da união europeia não mostra numero expressivos de importações devido a opção dos principais países do bloco na importação do produto acabado, ou seja, importam o farelo de soja já industrializado. A China é o maior drive na importação de grão in natura, como conta com custos de industrialização menores é viável que importe o grão e processe internamente. Um comportamento que está sendo adotado pelo governo Chinês nos últimos anos vem sendo o acumulo de estoque, a cada ano a China aumenta seus estoques interno, podendo ter desta forma menos dependência da matéria prima de fora no mercado disponível.

15 Figura 10: Principais países produtores de soja e histórico dos últimos 5 anos. Fonte:USDA, (outubro de 2011). Figura 11:Principais Importadores de soja. Fonte: USDA, disponível no site: Nas figuras 10 e 11 podemos notar um grande salto recente na produção da soja, produção a qual foi absorvida principalmente pelo aumento significativo das importações chinesas. É muito clara nas informações a relevância que a China teve nos últimos anos como sustentador de preços para a soja com seu crescente consumo de carnes impactando diretamente na soja como fonte de suprimento para nutrição animal. 4.6 Aspectos críticos no incremento de produção A expansão da produção de soja para atender à crescente demanda pelo produto tende a acontecer em maior medida por meio de expansão em área do que de produtividade. A expansão da soja, bem como de outros produtos agrícolas, tem sido alvo de críticas principalmente relacionadas à sua conexão com desmatamento e consequentes impactos ambientais como emissão de gases de efeito estufa e perda de biodiversidade. Tanto no Brasil, quanto na Argentina, há uma forte preocupação para que a expansão da soja aconteça de forma responsável e conforme as leis nacionais. Para a obtenção de ganhos de produtividade, sem a derrubada adicional de florestas e sem depleção maior do capital natural do mundo, é indispensável o auxílio de processos modernos e sustentáveis de produção. Desta forma é possível aumentar a oferta de alimentos,

16 fibras e serviços ambientais sem comprometimento maior do meio ambiente, preservando novos ecossistemas da destruição. As necessidades de produção de cereais são de 3,14 bilhões de t, o que significa uma produção adicional de 921 milhões de t (aumento de 41,5%). Se não houver acréscimos na produtividade atual de 3,255 t/ha será necessário colocar em produção mais 282,9 milhões de hectares, em um prazo de vinte anos, elevando a área mundial a ser colhida para 964,8 milhões de hectares, muito acima da área máxima colhida em 1985 de 765,8 milhões de hectares. Percebe-se que a demanda por carnes apresenta uma taxa de incremento alta, o que significa também maior consumo de cereais. Qualquer agrônomo bem informado sabe que, em média, a produção de um quilo de carne nos sistemas confinados exige o consumo de 7 kg de grãos. Logo, comer mais e melhor significa que a agricultura terá que aumentar em muito sua produtividade e, até certo ponto, a área ocupada; caso contrário, os ganhos de renda per capita, nos países pobres, terão sido em vão, porque os alimentos vão subir acima dos demais preços da economia. 4.7 Síntese de dados Figura 15: Produção mundial de carnes em milhões de toneladas (gado, suíno e frango). Fonte: Agrinvest Consultoria A produção mundial de carnes teve incremento de 15%, crescimento médio anual de tem sido na ordem de 1,7%, reflexo da crescente demanda mundial conforme exemplificado em comentários anteriores.

17 8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 6,4 6,5 6,6 6,7 6,8 6,8 6,9 7,0 7,1 Figura 16: Crescimento da população mundial em bilhões de pessoas. Fonte: Agrinvest Consultoria A população mundial aumentou 600 milhões de pessoas nos últimos 9 anos, crescimento de 9,5%, com um crescimento médio anual de 1,14% ,08 263, ,44 238,73 215,75 221,21 220,44 211, Figura 17: Produção mundial de soja em milhões de toneladas Fonte: Agrinvest Consultoria O Crescimento da produção mundial de soja nos últimos 9 anos teve incremento de 52 milhões de toneladas, ou seja, 24% de aumento, representando um crescimento médio anual de 3,4% ao ano. Deve esse incremento a expansão de área de produção e também a produtividade que tem melhorado muito pelos avanços da tecnologia genética. O crescimento da produção global da soja segundo avaliações tem crescido em ritmo mais acelerado que o mercado de carnes, o crescimento médio anual nos últimos 9 anos tem sido na ordem de 3,4% ao ano enquanto no mercado de proteína animal foi somente a metade, na ordem de 1,7% ao ano. A diferença de incremento na oferta de soja em relação a produção mundial de carnes não impactou em excedente por três aspectos cruciais, um deles é que a produção de carne bovina permaneceu estagnada nos últimos anos, tendo crescimento de apenas 0,3% ao ano, já a carne suína 1,33% e carne de frango 3,54%, como a produção de carne bovina tem consumo mínimo de proteína de soja, isso gerou uma distorção na média final de consumo, considerando somente carne suína e de frango o ritmo de crescimento aumenta para 2,4%. Outro aspecto é a mudança na dieta alimentar para a nutrição animal, migrando para a formulação uma inclusão maior de proteína oriunda da soja e menos de

18 outras fontes como canola, girassol e outras fontes dos próprios subprodutos da carne. O terceiro aspecto importante é o aumento do armazenamento a nível global, principalmente a postura do governo Chinês que passou a ter um estoque interno de passagem muito maior e vem aumentando essa reserva a cada ano assim como as importações. O aumento acumulado dos estoques mundiais de passagem foram de 24% no mesmo período de 9 anos, esse aumento é de 123% se estendermos a avaliação para um período de 15 anos. 5 Conclusão Todos os aspectos avaliados com relação à produção e demanda mundial por proteína animal indicam para uma sustentabilidade no consumo no médio e longo prazo, os abalos econômicos de ordem global e principalmente em países ricos não tem impactado significativamente o consumo e ritmo de crescimento do segmento na última década. Todas as variáveis econômicas com relevância para o segmento foram avaliadas, tais como crescimento populacional, urbanização, dieta alimentar, aspectos culturais, renda e a pujança econômica dos países emergentes, isso permite afirmar que o crescimento do consumo será sustentável a ritmo ainda maior para os próximos anos. De acordo com o estudo pode-se afirmar dentro de uma perspectiva futura que o mercado de proteína animal continuará pujante, com crescimento significativo para as próximas décadas, estimulando desta forma o crescimento da produção mundial da soja, o aumento de produção do grão poderá acontecer dentro de duas perspectivas, do avanço da tecnologia genética, criando espécies de plantas mais imunes a intempéries climáticas e pragas assim como mais produtivas, pode se dar também pelo rompimento da fronteira agrícola, aumentando a área de plantio, condição a qual países como Brasil e Argentina estão aptos a fazer, convertendo mais campos de pastagens em lavouras. Deste modo o estudo contribuiu para a busca do principal objetivo previamente relacionado na introdução do trabalho que é elencar e mapear todas as condições da cadeia produtiva de proteína animal e quais suas perspectivas para a sustentabilidade da produção e dos patamares de preço para a cadeia da soja. Pode-se afirmar desta forma que a cadeia produtiva de proteína animal dentro das perspectivas avaliadas deverá dar suporte para que a produção de soja aumente ainda mais e também se mantenha com níveis de preço como se vê atualmente, em patamares muito diferentes da década de noventa ou de décadas anteriores, proporcionando rentabilidade diferenciada. É importante ressaltar que a inter-relação econômica que existe entre ambas as cadeias não se reflete em preços em tempo real ou em curto prazo, mas sim pode estimular que os preços se mantenham em patamares superiores considerando médias de preços em médio e longo prazo, impactos econômicos na cadeia de carnes não são refletidos imediatamente em preços de commodities agrícolas se outros fatores econômicos estão interferindo para que os preços sigam outra direção. O fato bastante relevante constatado em relação a produção de soja e proteína animal é a proporção que a produção da soja cresceu na última década em relação a produção de proteína animal, 1,7% de crescimento anual da produção de proteína animal contra 3,4% de crescimento anual da produção da oleaginosa. A investigação contribuiu muito para o fato de direcionar investidores da cadeia agrícola e de carnes para uma realidade mais palpável com relação a oferta e demanda desses dois setores da economia mundial, fomentando com dados históricos de produção e demanda e principalmente alertando sobre as tendências dos mercados. Estudos complementares podem ser desenvolvidos dentro de um contexto mais restrito para que se possa obter mais profundidade nas análises e obter mais precisão nos reais

19 reflexos que os movimentos de produção e demanda poderão causar no ambiente econômico interno ou para a economia doméstica, pode-se elencar estudos individualmente direcionados para cada segmento de proteína animal, buscar mais acurácia na avaliação que cada segmento pode refletir para o mercado da soja. Da mesma forma os estudos voltados para a produção agrícola da soja podem ser estendidos para varias áreas relacionadas a esta, como os reais impactos ambientais que o crescimento da produção deverá causar, o mapeamento das potencialidades de desenvolvimento agrícola no mundo, onde se encontram condições de crescimento com menores impactos ambientais e quais os limites de produção. 6 Referências FAO (2013). Statistical databases. Disponível na internet. USDA (2013). Disponível em: vbr. Acesso em: mar Secretaria Agric. Estado PR (2013). Disponível em: Food and Agriculture Organization(2013). Disponível em PINAZZA, Luiz Antonio;ARAUJO, Ney Bittencourt de. A agricultura na virada do século XX: visão de agribusiness. São Paulo: Globo, GIL, A. C.; Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Atlas, Moraes, M. Prêmio de exportação da soja brasileira. Piracicaba, SP: Universidade de São Paulo, p. GONÇALVES, Reynaldo de Souza. Formação e politica dos preços. Gráfica Record Editora Ltda. Rio de Janeiro, (SD) GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008 SANTOS, Antonio Raimundo dos. Metodologia Científica: a construção do conhecimento. 3. ed.rio de Janeiro: DP&A, LÜDKE, M.; ANDRÉ, M.E.D.A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo, EPU, MARGARIDO, M. A.; FERNANDES, J. M. ; TUROLLA, F. A. Análise da Formação de Preços no Mercado Internacional de Soja: o caso do Brasil. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v. 49, n.2, p.71-85, 2002 MORAES, M. Prêmio de Exportação da Soja Brasileira. Piracicaba, p. Dissertação (Mestrado em Economia Aplicada ) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2002.

20 FERNANDES, C. Y.H. Câmbio Real e Preços de Commodities: Relação Identificada através de Mudança de Regime Cambial. Rio de Janeiro, p. Dissertação (Mestrado em Economia) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, LAZZAROTTO, J. J. ; FIGUEIREDO, A. M.. Análise da Formação dos Preços Recebidos pelos Sojicultores dos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. In: XVIV CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 2006, Fortaleza - CE. Anais...XVIV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural. Brasília - DF : SOBER, MARTINELLI JÚNIOR, O. (1999). A globalização e a indústria alimentar: um estudo a partir das grandes empresas. São Paulo : FAPESP. 198p. CASTILLO, R.; VENCOVSKY, V. P., A soja nos cerrados brasileiros: novas regiões, novo sistema de movimentos, 2004, p Disponível em: < Acesso em: 27 set

Milho Período: 11 a 15/05/2015

Milho Período: 11 a 15/05/2015 Milho Período: 11 a 15/05/2015 Câmbio: Média da semana: U$ 1,00 = R$ 3,0203 Nota: A paridade de exportação refere-se ao valor/sc desestivado sobre rodas, o que é abaixo do valor FOB Paranaguá. *Os preços

Leia mais

A visão de longo prazo contempla: Produção Exportações líquidas Estoques. Área plantada Produtividade Consumo doméstico (total e per capita)

A visão de longo prazo contempla: Produção Exportações líquidas Estoques. Área plantada Produtividade Consumo doméstico (total e per capita) Fornecer aos agentes envolvidos no agronegócio, notadamente as indústrias de insumos agropecuários e de alimentos, além dos produtores, Governo e academia, informações estratégicas sobre a dinâmica futura

Leia mais

O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO E O SETOR DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS TENDÊNCIAS DOS MERCADOS PARA 2012/2013 E OS CENÁRIOS DE LONGO PRAZO Carlos Cogo Agosto/2012 LA NIÑA PROVOCA FORTES QUEBRAS EM SAFRAS DE GRÃOS O

Leia mais

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os

Desempenho da Agroindústria em 2004. histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003), os Desempenho da Agroindústria em 2004 Em 2004, a agroindústria obteve crescimento de 5,3%, marca mais elevada da série histórica iniciada em 1992. Como tem sido freqüente nos últimos anos (exceto em 2003),

Leia mais

Exportação de Serviços

Exportação de Serviços Exportação de Serviços 1. Ementa O objetivo deste trabalho é dar uma maior visibilidade do setor a partir da apresentação de algumas informações sobre o comércio exterior de serviços brasileiro. 2. Introdução

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

MERCADO DE TRIGO CONJUNTURA E CENÁRIO NO BRASIL E NO MUNDO

MERCADO DE TRIGO CONJUNTURA E CENÁRIO NO BRASIL E NO MUNDO MERCADO DE TRIGO CONJUNTURA E CENÁRIO NO BRASIL E NO MUNDO Paulo Magno Rabelo (1) A análise de desempenho da produção de trigo no mundo desperta apreensões fundamentadas quanto aos indicadores de área

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Março 2013 As exportações em março apresentaram aumento de +27,85% em relação a fevereiro. O valor exportado superou novamente a marca de US$ 1 bilhão, atingindo

Leia mais

14º CONGRESSO BRASILEIRO DO AGRONEGÓCIO FÓRUM ALIMENTOS. Vamos tornar o Brasil o primeiro produtor de Alimentos do Mundo?

14º CONGRESSO BRASILEIRO DO AGRONEGÓCIO FÓRUM ALIMENTOS. Vamos tornar o Brasil o primeiro produtor de Alimentos do Mundo? 14º CONGRESSO BRASILEIRO DO AGRONEGÓCIO FÓRUM ALIMENTOS Vamos tornar o Brasil o primeiro produtor de Alimentos do Mundo? ALAN BOJANIC Ph.D. REPRESENTANTE DA FAO NO BRASIL ALIMENTAR O MUNDO EM 2050 As novas

Leia mais

PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO Brasil 2009/10 a 2019/20

PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO Brasil 2009/10 a 2019/20 PROJEÇÕES DO AGRONEGÓCIO Brasil 2009/10 a 2019/20 AGE - ASSESSORIA DE GESTÃO ESTRATÉGICA Chefe da AGE: Derli Dossa. E-mail: derli.dossa@agricultura.gov.br Equipe Técnica: José Garcia Gasques. E-mail: jose.gasques@agricultura.gov.br

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

2 Contratos Futuros Agropecuários no Brasil

2 Contratos Futuros Agropecuários no Brasil 2 Contratos Futuros Agropecuários no Brasil A presente seção apresenta as commodities agrícolas negociadas no mercado futuro brasileiro. Além disso, revela a estrutura básica dos contratos futuros e traça

Leia mais

Milho Período: 16 a 20/03/2015

Milho Período: 16 a 20/03/2015 Milho Período: 16 a 20/03/2015 Câmbio: Média da semana: U$ 1,00 = R$ 3,2434 Nota: A paridade de exportação refere-se ao valor/sc desestivado sobre rodas, o que é abaixo do valor FOB Paranaguá. *Os preços

Leia mais

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010 OTIMIZAÇÃO DA EFETIVIDADE DE HEDGE NA COMPRA DE MILHO POR MEIO DE CONTRATOS FUTUROS PARA PRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE RESUMO GUSTAVO DE SOUZA CAMPOS BADARÓ 1, RENATO ELIAS FONTES 2 ; TARCISIO GONÇALVES

Leia mais

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados

Análise Setorial. Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Análise Setorial Fabricação de artefatos de borracha Reforma de pneumáticos usados Fevereiro de 2015 Sumário 1. Perspectivas do Cenário Econômico em 2015... 3 2. Balança Comercial de Fevereiro de 2015...

Leia mais

Um novo paradigma para o mercado de óleo de soja

Um novo paradigma para o mercado de óleo de soja Um novo paradigma para o mercado de óleo de soja A determinaça o dos preços do o leo de soja e as mudanças recentes no contexto mundial de oferta e demanda Natalia Orlovicin Analista de Mercado natalia.orlovicin@intlfcstone.com

Leia mais

Índice de Confiança do Agronegócio

Índice de Confiança do Agronegócio Índice de Confiança do Agronegócio Terceiro Trimestre 2014 Principais Resultados:» Índice de Confiança do Agronegócio» Índice da Indústria (antes e depois da porteira)» Índice do Produtor Agropecuário

Leia mais

Tabela 01 Mundo Soja Área, produção e produtividade Safra 2009/10 a 2013/14

Tabela 01 Mundo Soja Área, produção e produtividade Safra 2009/10 a 2013/14 Soja Análise da Conjuntura Agropecuária Novembro de 2013 MUNDO A economia mundial cada vez mais globalizada tem sido o principal propulsor responsável pelo aumento da produção de soja. Com o aumento do

Leia mais

Paraná Cooperativo EDIÇÃO ESPECIAL EXPORTAÇÕES Informe Diário nº 2.092 Sexta-feira, 08 de maio de 2009 Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR

Paraná Cooperativo EDIÇÃO ESPECIAL EXPORTAÇÕES Informe Diário nº 2.092 Sexta-feira, 08 de maio de 2009 Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR Paraná Cooperativo EDIÇÃO ESPECIAL EXPORTAÇÕES Informe Diário nº 2.092 Sexta-feira, 08 de maio de 2009 Assessoria de Imprensa da Ocepar/Sescoop-PR EXPORTAÇÕES DAS COOPERATIVAS NO AGRONEGÓCIO EM 1. RESULTADO

Leia mais

ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES Janeiro a Dezembro / 2007

ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES Janeiro a Dezembro / 2007 ANÁLISE DAS EXPORTAÇÕES MATO-GROSSENSES / 2007 1- Balança Comercial Mato Grosso continua tendo superávit na Balança Comercial registrando em 2007 um expressivo saldo de US$ 4,38 bilhões valor que representa

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

1. Introdução. 1.1 Apresentação

1. Introdução. 1.1 Apresentação 1. Introdução 1.1 Apresentação Empresas que têm o objetivo de melhorar sua posição competitiva diante do mercado e, por consequência tornar-se cada vez mais rentável, necessitam ter uma preocupação contínua

Leia mais

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO

TRIBUNAL DE CONTAS DO DISTRITO FEDERAL II RELATÓRIO ANALÍTICO II RELATÓRIO ANALÍTICO 15 1 CONTEXTO ECONÔMICO A quantidade e a qualidade dos serviços públicos prestados por um governo aos seus cidadãos são fortemente influenciadas pelo contexto econômico local, mas

Leia mais

Participação da agropecuária nas exportações totais (IPEA)

Participação da agropecuária nas exportações totais (IPEA) Alicia Ruiz Olalde Participação da agropecuária nas exportações totais (IPEA) Exportações Agronegócio (CEPEA) Em 2012, a receita das exportações do agronegócio brasileiro alcançou US$ 97 bilhões. Em 2014,

Leia mais

Desempenho Recente e Perspectivas para a Agricultura

Desempenho Recente e Perspectivas para a Agricultura Desempenho Recente e Perspectivas para a Agricultura A safra de grãos do país totalizou 133,8 milhões de toneladas em 2009, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de dezembro,

Leia mais

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região.

Ano I Boletim II Outubro/2015. Primeira quinzena. são específicos aos segmentos industriais de Sertãozinho e região. O presente boletim analisa algumas variáveis chaves na atual conjuntura da economia sertanezina, apontando algumas tendências possíveis. Como destacado no boletim anterior, a indústria é o carro chefe

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Novembro 2012 As exportações em novembro apresentaram diminuição de 27,64% em relação a outubro. Continuam a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela vigésima-segunda

Leia mais

Universidade do Pampa campus Dom Pedrito Seminários Prof. Alicia Ruiz. Soja. Acadêmicos:Quelem Martins, Ricardo Carneiro, Renan Régio

Universidade do Pampa campus Dom Pedrito Seminários Prof. Alicia Ruiz. Soja. Acadêmicos:Quelem Martins, Ricardo Carneiro, Renan Régio Universidade do Pampa campus Dom Pedrito Seminários Prof. Alicia Ruiz Soja Acadêmicos:Quelem Martins, Ricardo Carneiro, Renan Régio A soja (Glycine max (L.) Merrill) que hoje é cultivada mundo afora, é

Leia mais

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado Mês de referência: MARÇO/2011 CEPEA - SOJA I - Análise Conjuntural II - Séries Estatísticas 1. Diferenciais de preços 2. Estimativa do valor das alternativas

Leia mais

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Junho/2012

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Junho/2012 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio Balança Comercial do Agronegócio Junho/2012 I - Resultados do mês Em junho de 2012 as exportações

Leia mais

O MERCADO DE SOJA 1. INTRODUÇÃO

O MERCADO DE SOJA 1. INTRODUÇÃO O MERCADO DE SOJA 1. INTRODUÇÃO A soja é a commodity mais importante do Brasil, pelo valor da produção obtida de grão, óleo e farelo, significativa parcela na receita cambial, área plantada, consumo de

Leia mais

redução dos preços internacionais de algumas commodities agrícolas; aumento dos custos de

redução dos preços internacionais de algumas commodities agrícolas; aumento dos custos de Desempenho da Agroindústria No fechamento do primeiro semestre de 2005, a agroindústria registrou crescimento de 0,3%, taxa bastante inferior à assinalada pela média da indústria brasileira (5,0%) no mesmo

Leia mais

Conjuntura e perspectivas. Panorama do mercado de extração de óleos

Conjuntura e perspectivas. Panorama do mercado de extração de óleos Conjuntura e perspectivas Panorama do mercado de extração de óleos I Simpósio Tecnológico PBIO de Extração de Óleos Vegetais Daniel Furlan Amaral Economista Rio de Janeiro - RJ 03 Dezembro 2009 Roteiro

Leia mais

Milho: preços elevados mesmo com super-safra norte-americana

Milho: preços elevados mesmo com super-safra norte-americana Milho: preços elevados mesmo com super-safra norte-americana Super-safra norte-americana Em seu boletim de oferta e demanda mundial de setembro o Usda reestimou para cima suas projeções para a safra 2007/08.

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010 Depenho do Comércio Exterior Paranaense Junho 2010 As exportações em junho apresentaram redução de 8,57% sobre maio após expansão por quatro meses consecutivos. Desta forma, supera a marca de US$ 1 bilhão

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA 553 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Irene Caires da Silva 1, Tamires Fernanda Costa de Jesus, Tiago Pinheiro 1 Docente da Universidade do Oeste Paulista UNOESTE. 2 Discente

Leia mais

Conjuntura Macroeconômica e Setorial

Conjuntura Macroeconômica e Setorial Conjuntura Macroeconômica e Setorial O ano de 2012 foi um ano desafiador para a indústria mundial de carnes. Apesar de uma crescente demanda por alimentos impulsionada pela contínua expansão da renda em

Leia mais

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado

AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado AGROMENSAL CEPEA/ESALQ Informações de Mercado Mês de referência: JULHO/2011 CEPEA - SOJA I - Análise Conjuntural II - Séries Estatísticas 1. Diferenciais de preços 2. Estimativa do valor das alternativas

Leia mais

TRIGO Período de 02 a 06/11/2015

TRIGO Período de 02 a 06/11/2015 TRIGO Período de 02 a 06//205 Tabela I - PREÇO PAGO AO PRODUTOR (em R$/60 kg) Centro de Produção Unid. 2 meses Períodos anteriores mês (*) semana Preço Atual PR 60 kg 29,56 35,87 36,75 36,96 Semana Atual

Leia mais

A CRISE DOS ALIMENTOS EM 2007 E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O MERCADO INTERNACIONAL WALDÊNIA JANINE FERREIRA SILVA

A CRISE DOS ALIMENTOS EM 2007 E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O MERCADO INTERNACIONAL WALDÊNIA JANINE FERREIRA SILVA 1 A CRISE DOS ALIMENTOS EM 2007 E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O MERCADO INTERNACIONAL WALDÊNIA JANINE FERREIRA SILVA INTRODUÇÃO As recentes altas dos preços dos alimentos remetem a vários questionamentos de

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio Balança Comercial do Agronegócio Outubro/2015 I Resultados do mês (comparativo Outubro/2015 Outubro/2014)

Leia mais

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil

10º FÓRUM DE ECONOMIA. Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil 10º FÓRUM DE ECONOMIA Política Cambial, Estrutura Produtiva e Crescimento Econômico: fundamentos teóricos e evidências empíricas para o Brasil Eliane Araújo São Paulo, 01 de outubro de2013 Objetivos Geral:

Leia mais

MARKETING. Marketing # Vendas MARKETING. Vendas. Marketing 26/02/2013 MARKETING ESTRATÉGICO MARKETING OPERACIONAL.

MARKETING. Marketing # Vendas MARKETING. Vendas. Marketing 26/02/2013 MARKETING ESTRATÉGICO MARKETING OPERACIONAL. Material Didático Disciplina: Comercialização Agroindustrial # Vendas Prof. responsável: José Matheus Yalenti Perosa Vendas Objeto Produtos Necessidade dos consumidores Atividade humana ou processo social,

Leia mais

Panorama Geral da Ovinocultura no Mundo e no Brasil

Panorama Geral da Ovinocultura no Mundo e no Brasil Revista Ovinos, Ano 4, N 12, Porto Alegre, Março de 2008. Panorama Geral da Ovinocultura no Mundo e no Brasil João Garibaldi Almeida Viana 1 Os ovinos foram uma das primeiras espécies de animais domesticadas

Leia mais

Informe 05/2011 AS RELAÇÕES COMERCIAIS BRASIL- CHINA NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO

Informe 05/2011 AS RELAÇÕES COMERCIAIS BRASIL- CHINA NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO Informe 05/2011 AS RELAÇÕES COMERCIAIS BRASIL- CHINA NO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS E DE REVESTIMENTO: SITUAÇÃO ATUAL E PERSPECTIVAS DE EVOLUÇÃO Associação Brasileira da Indústria de Rochas Ornamentais

Leia mais

A Indústria de Alimentação

A Indústria de Alimentação A Indústria de Alimentação 61 A indústria brasileira de alimentação está inserida na cadeia do agronegócio e representa parte significativa do PIB. O texto aponta as características do setor, seu desempenho

Leia mais

Gestão de Múltiplos Segmentos e os Desafios para Distribuidores de Insumos

Gestão de Múltiplos Segmentos e os Desafios para Distribuidores de Insumos Gestão de Múltiplos Segmentos e os Desafios para Distribuidores de Insumos Matheus Alberto Cônsoli* Lucas Sciencia do Prado* (Participação Markestrat no REMF Fórum Executivo de Gestão de Distribuidores

Leia mais

MERCADO DE TRABALHO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO E SOJA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA

MERCADO DE TRABALHO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO E SOJA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA MERCADO DE TRABALHO NA PRODUÇÃO DE ALGODÃO E SOJA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA Alexandre Nunes de Almeida 1 ; Augusto Hauber Gameiro 2. (1) Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, CEPEA/ESALQ/USP,

Leia mais

Índice de Confiança do Agronegócio

Índice de Confiança do Agronegócio Índice de Confiança do Agronegócio Primeiro Trimestre 2015 Principais Resultados:» Índice de Confiança do Agronegócio» Índice da Indústria (antes e depois da porteira)» Índice do Produtor Agropecuário

Leia mais

USDA REAFIRMA DÉFICIT INTERNACIONAL EM 2015/16 - MERCADO REAGE TIMIDAMENTE

USDA REAFIRMA DÉFICIT INTERNACIONAL EM 2015/16 - MERCADO REAGE TIMIDAMENTE Boletim Semanal sobre Tendências de Mercados Ano XVII 30/novembro/2015 n. 603 USDA REAFIRMA DÉFICIT INTERNACIONAL EM 2015/16 - MERCADO REAGE TIMIDAMENTE Com o título já enfático sobre o futuro dos preços

Leia mais

Fusões e Aquisições no Setor Sucroalcooleiro e a Promoção da Bioeletricidade

Fusões e Aquisições no Setor Sucroalcooleiro e a Promoção da Bioeletricidade Fusões e Aquisições no Setor Sucroalcooleiro e a Promoção da Bioeletricidade Nivalde J. de Castro 1 Guilherme de A. Dantas 2 A indústria sucroalcooleira brasileira passa por um intenso processo de fusões

Leia mais

Preços de alimentos básicos continuam em alta

Preços de alimentos básicos continuam em alta 1 São Paulo, 2 de junho de 2008. NOTA À IMPRENSA Preços de alimentos básicos continuam em alta Apenas duas, das 16 capitais onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

Leia mais

Indústria avícola paranaense

Indústria avícola paranaense Indústria avícola paranaense Evoluçã o do consumo de fãrelo de sojã e milho pãrã criãçã o de frãngos no Pãrãnã Ana Luiza Lodi analuiza.lodi@intlfcstone.com Thadeu Silva thadeu.silva@intlfcstone.com Natália

Leia mais

MENSAGEM DA ADMINISTRAÇÃO A QGEP Participações iniciou o ano de 2011 com uma sólida posição financeira. Concluímos com sucesso a nossa oferta pública inicial de ações em fevereiro, com uma captação líquida

Leia mais

Produção de grãos na Bahia cresce 14,64%, apesar dos severos efeitos da seca no Estado

Produção de grãos na Bahia cresce 14,64%, apesar dos severos efeitos da seca no Estado AGROSSÍNTESE Produção de grãos na Bahia cresce 14,64%, apesar dos severos efeitos da seca no Estado Edilson de Oliveira Santos 1 1 Mestre em Economia, Gestor Governamental da SEAGRI; e-mail: edilsonsantos@seagri.ba.gov.br

Leia mais

CENÁRIO GLOBAL DE CARNES (FRANGO E SUÍNO) E MILHO

CENÁRIO GLOBAL DE CARNES (FRANGO E SUÍNO) E MILHO CENÁRIO GLOBAL DE CARNES (FRANGO E SUÍNO) E MILHO Leonardo Sologuren Céleres Junho de 2008 Cresce o consumo de proteína animal no BRIC BRASIL RÚSSIA 108 4,000 60 3.000 kg/habitante/ano 90 72 54 36 18 3,800

Leia mais

1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados.

1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados. Brasil e Commodities 1. (FGV 2014) A questão está relacionada ao gráfico e ao texto apresentados. Desde 2007, os produtos básicos sinalizam uma estabilização no quantum importado, apresentando pequena

Leia mais

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Agosto/2015

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio. Balança Comercial do Agronegócio Agosto/2015 MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio Balança Comercial do Agronegócio Agosto/2015 I Resultados do mês (comparativo Agosto/2015 Agosto/2014)

Leia mais

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012 Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Maio 2012 As exportações em maio apresentaram aumento de +39,13% em relação a abril, continuando a superar a marca de US$ 1 bilhão, agora pela décima-sexta vez

Leia mais

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS - FAN CEUNSP SALTO /SP CURSO DE TECNOLOGIA EM MARKETING TRABALHO INTERDISCIPLINAR

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E NEGÓCIOS - FAN CEUNSP SALTO /SP CURSO DE TECNOLOGIA EM MARKETING TRABALHO INTERDISCIPLINAR APRESENTAÇÃO DO TI O Trabalho Interdisciplinar é um projeto desenvolvido ao longo dos dois primeiros bimestres do curso. Os alunos tem a oportunidade de visualizar a unidade da estrutura curricular do

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº 93 15 abr 2011. no comércio internacional

Visão. O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento. do Desenvolvimento. nº 93 15 abr 2011. no comércio internacional Visão do Desenvolvimento nº 93 15 abr 2011 O comércio entre os BRICS e suas oportunidades de crescimento Por Fernando Puga e Filipe Lage de Sousa Economistas da APE Países têm grande potencial de aprofundar

Leia mais

Ser grande não significa ser mais rico, e ter relevância em um dos indicadores não confere a cada país primazia em comparação a outro.

Ser grande não significa ser mais rico, e ter relevância em um dos indicadores não confere a cada país primazia em comparação a outro. ASSUNTO em pauta O BRIC em números P o r Sérgio Pio Bernardes Ser grande não significa ser mais rico, e ter relevância em um dos indicadores não confere a cada país primazia em comparação a outro. É Smuito

Leia mais

Produção Responsável no Agronegócio Soja no Brasil

Produção Responsável no Agronegócio Soja no Brasil Produção Responsável no Agronegócio Soja no Brasil Fabio Trigueirinho Secretário Geral - Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais Compromissos Socioambientais na Agricultura Conferência Internacional

Leia mais

O espaço rural brasileiro 7ºano PROF. FRANCO AUGUSTO

O espaço rural brasileiro 7ºano PROF. FRANCO AUGUSTO O espaço rural brasileiro 7ºano PROF. FRANCO AUGUSTO Agropecuária É o termo utilizado para designar as atividades da agricultura e da pecuária A agropecuária é uma das atividades mais antigas econômicas

Leia mais

IT-1101 - AGRICULTURA IRRIGADA. (parte 1)

IT-1101 - AGRICULTURA IRRIGADA. (parte 1) 6 Sistemas de irrigação (parte 1) 6.1 Considerações iniciais Aplicação artificial de água ao solo, em quantidades adequadas, visando proporcionar a umidade necessária ao desenvolvimento das plantas nele

Leia mais

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios

FATEC Cruzeiro José da Silva. Ferramenta CRM como estratégia de negócios FATEC Cruzeiro José da Silva Ferramenta CRM como estratégia de negócios Cruzeiro SP 2008 FATEC Cruzeiro José da Silva Ferramenta CRM como estratégia de negócios Projeto de trabalho de formatura como requisito

Leia mais

Revisando... Segmentos antes da porteira: Insumos agropecuários Serviços agropecuários

Revisando... Segmentos antes da porteira: Insumos agropecuários Serviços agropecuários Revisando... Segmentos antes da porteira: Insumos agropecuários Serviços agropecuários Segmentos dentro da porteira: Produção agrícola Produção pecuária Segmentos depois da porteira: Agroindústria Canais

Leia mais

Pressão sobre os recursos nos mercados globais de commodities afeta economia global

Pressão sobre os recursos nos mercados globais de commodities afeta economia global Pressão sobre os recursos nos mercados globais de commodities afeta economia global Conclusão é do novo relatório do Earth Security Group, lançado hoje em São Paulo na sede da Cargill São Paulo, 23 de

Leia mais

Guilherme Leite da Silva Dias, FEA/USP

Guilherme Leite da Silva Dias, FEA/USP Seminário Risco e Gestão do Seguro Rural no Brasil Mesa Redonda III Aquecimento global e impactos sobre o seguro agrícola Palestra: Aquecimento global e possíveis impactos econômicos sobre a agricultura

Leia mais

Produção de Commodities e Desenvolvimento Econômico O Esforço Empresarial Brasileiro Instituto de Economia UNICAMP 29 de março de 2010

Produção de Commodities e Desenvolvimento Econômico O Esforço Empresarial Brasileiro Instituto de Economia UNICAMP 29 de março de 2010 Produção de Commodities e Desenvolvimento Econômico O Esforço Empresarial Brasileiro Instituto de Economia UNICAMP 29 de março de 2010 A produção de commodities e a transformação econômica do Brasil João

Leia mais

Milho Período: 13 a 17/07/2015

Milho Período: 13 a 17/07/2015 Milho Período: 13 a 17/07/2015 Câmbio: Média da semana: U$ 1,00 = R$ 3,1507 Nota: A paridade de exportação refere-se ao valor/sc desestivado sobre rodas, o que é abaixo do valor FOB Paranaguá. *Os preços

Leia mais

ÁREA DE MILHO CRESCEU 4,9% NA SAFRA 2012/2013, A MAIOR DESDE 1937, INDICANDO QUE O PAÍS COLHERIA UMA SAFRA RECORDE ESTE ANO

ÁREA DE MILHO CRESCEU 4,9% NA SAFRA 2012/2013, A MAIOR DESDE 1937, INDICANDO QUE O PAÍS COLHERIA UMA SAFRA RECORDE ESTE ANO GRÃOS: SOJA, MILHO, TRIGO e ARROZ TENDÊNCIAS DOS MERCADOS PARA 2012/2013 NO BRASIL E NO MUNDO Carlos Cogo Setembro/2012 PRODUÇÃO MUNDIAL DEVE RECUAR 4,1% NA SAFRA 2012/2013 ESTOQUES FINAIS MUNDIAIS DEVEM

Leia mais

Figura 01 - Evolução das exportações de suínos de Santa Catarina no período de 2010 a 2014 - US$ Milhões.

Figura 01 - Evolução das exportações de suínos de Santa Catarina no período de 2010 a 2014 - US$ Milhões. Crise na Ucrânia: dificuldades e potencialidades para o setor de carne suína e milho em Santa Catarina Glaucia Padrão, Dr.ª Analista de Economia, Epagri/Cepa Reney Dorow, Msc. Analista de Mercado, Epagri/Cepa

Leia mais

O PAPEL DA AGRICULTURA. Affonso Celso Pastore

O PAPEL DA AGRICULTURA. Affonso Celso Pastore O PAPEL DA AGRICULTURA Affonso Celso Pastore 1 1 Uma fotografia do setor agrícola tirada em torno de 195/196 Entre 195 e 196 o Brasil era um exportador de produtos agrícolas com concentração em algumas

Leia mais

EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS

EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS EDUCAÇÃO SUPERIOR, INOVAÇÃO E PARQUES TECNOLÓGICOS Jorge Luis Nicolas Audy * A Universidade vem sendo desafiada pela Sociedade em termos de uma maior aproximação e alinhamento com as demandas geradas pelo

Leia mais

em números Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento

em números Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento agronegócio brasileiro em números Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 2010 ranking Ranking Brasileiro da Produção e Exportação Fonte: USDA e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Leia mais

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 CAP. 02 A Dinâmica dos espaços da Globalização. (9º ano) *Estudaremos a difusão do modo capitalista de produção, ou seja, do modo de produzir bens e

Leia mais

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I)

A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I) www.brasil-economia-governo.org.br A desigualdade de renda parou de cair? (Parte I) Marcos Mendes 1 O governo tem comemorado, ano após ano, a redução da desigualdade de renda no país. O Índice de Gini,

Leia mais

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. Uma arma verdadeiramente competitiva Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos "Uma arma verdadeiramente competitiva" Pequeno Histórico No período do pós-guerra até a década de 70, num mercado em franca expansão, as empresas se voltaram

Leia mais

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso

7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso 7 etapas para construir um Projeto Integrado de Negócios Sustentáveis de sucesso Saiba como colocar o PINS em prática no agronegócio e explore suas melhores opções de atuação em rede. Quando uma empresa

Leia mais

- 300. Saldo BC Importações Importações s/gás Exportações

- 300. Saldo BC Importações Importações s/gás Exportações Carta de Conjuntura nº2 Dezembro de 2015 Setor Externo As cotações do dólar recuaram em relação aos últimos meses, chegando a taxa média em novembro a ficar em R$ 3,77, cerca de 2,77% abaixo da taxa média

Leia mais

Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: 1984-8501 boletimgoianogeo@yahoo.com.br Universidade Federal de Goiás Brasil

Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: 1984-8501 boletimgoianogeo@yahoo.com.br Universidade Federal de Goiás Brasil Boletim Goiano de Geografia E-ISSN: 1984-8501 boletimgoianogeo@yahoo.com.br Universidade Federal de Goiás Brasil Figueiredo Lima, Adriana; Gomes Godinho, Rangel Rastreamento da Cadeia Hortifrutigranjeira

Leia mais

Problemas Ambientais e Globalização

Problemas Ambientais e Globalização Problemas Ambientais e Globalização 1. (UFES 2014) O mapa acima ilustra as ameaças ambientais no Brasil decorrentes da ocupação do solo. a) Cite duas finalidades para o desflorestamento na região do "Arco

Leia mais

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio

NOTAS ECONÔMICAS. Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio NOTAS ECONÔMICAS Informativo da Confederação Nacional da Indústria Ano 11 Número 2 12 de julho de 2010 www.cni.org.br Regimes cambiais dos BRICs revelam diferentes graus de intervenção no câmbio Brasil

Leia mais

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos FEIJÃO OUTUBRO DE 2015

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos FEIJÃO OUTUBRO DE 2015 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos FEIJÃO OUTUBRO DE 2015 CALENDÁRIO AGRÍCOLA - FEIJÃO Safra 1ª - Safra das Águas 2ª - Safra da Seca 3ª - Safra de Inverno Principais Regiões Sul, Sudeste,

Leia mais

Agronegócios: conceitos e dimensões. Prof. Paulo Medeiros

Agronegócios: conceitos e dimensões. Prof. Paulo Medeiros Agronegócios: conceitos e dimensões Prof. Paulo Medeiros Agricultura e Agronegócios Durante milhares de anos, as atividades agropecuárias sobreviveram de forma muito extrativista, retirando o que natureza

Leia mais

A atividade agrícola e o espaço agrário. Prof. Bruno Batista

A atividade agrícola e o espaço agrário. Prof. Bruno Batista A atividade agrícola e o espaço agrário Prof. Bruno Batista A agropecuária É uma atividade primária; É obtida de forma muito heterogênea no mundo países desenvolvidos com agricultura moderna, e países

Leia mais

Moacyr Bernardino Dias-Filho Embrapa Amazônia Oriental www.diasfilho.com.br Importância das pastagens na pecuária brasileira A maioria (> 90%) do rebanho é criado a pasto Pastagem é a forma mais econômica

Leia mais

PALAVRAS-CHAVE Indicadores sócio-econômicos. Campos Gerais. Paraná.

PALAVRAS-CHAVE Indicadores sócio-econômicos. Campos Gerais. Paraná. 12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( x ) TRABALHO

Leia mais

A nova classe média vai às compras

A nova classe média vai às compras A nova classe média vai às compras 18 KPMG Business Magazine Cenário é positivo para o varejo, mas empresas precisam entender o perfil do novo consumidor Nos últimos anos o mercado consumidor brasileiro

Leia mais

Panorama do Setor Exportador Brasileiro de Sementes Forrageiras: um Estudo Exploratório

Panorama do Setor Exportador Brasileiro de Sementes Forrageiras: um Estudo Exploratório Panorama do Setor Exportador Brasileiro de Sementes Forrageiras: um Estudo Exploratório Juliano Merlotto Mestre em Administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade

Leia mais

Soja - Análise da Conjuntura Agropecuária. Novembro 2015 PARANÁ

Soja - Análise da Conjuntura Agropecuária. Novembro 2015 PARANÁ Soja - Análise da Conjuntura Agropecuária Novembro 2015 PARANÁ A estimativa de área para a safra 2015/16 de soja é recorde no Paraná. Segundo os técnicos de campo serão semeados 5,24 milhões de hectares,

Leia mais

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL Renara Tavares da Silva* RESUMO: Trata-se de maneira ampla da vitalidade da empresa fazer referência ao Capital de Giro, pois é através deste que a mesma pode

Leia mais

Disciplina: Suprimentos e Logística II 2014-02 Professor: Roberto Cézar Datrino Atividade 3: Transportes e Armazenagem

Disciplina: Suprimentos e Logística II 2014-02 Professor: Roberto Cézar Datrino Atividade 3: Transportes e Armazenagem Disciplina: Suprimentos e Logística II 2014-02 Professor: Roberto Cézar Datrino Atividade 3: Transportes e Armazenagem Caros alunos, Essa terceira atividade da nossa disciplina de Suprimentos e Logística

Leia mais

Soja: elevação dos preços da convencional/transgênica deve dificultar incremento da orgânica

Soja: elevação dos preços da convencional/transgênica deve dificultar incremento da orgânica Soja: elevação dos preços da convencional/transgênica deve dificultar incremento da orgânica Produção mundial deve recuar em 2007/08 Segundo o relatório de oferta e demanda divulgado pelo Usda em setembro

Leia mais

Giuliana Aparecida Santini, Leonardo de Barros Pinto. Universidade Estadual Paulista/ Campus Experimental de Tupã, São Paulo.

Giuliana Aparecida Santini, Leonardo de Barros Pinto. Universidade Estadual Paulista/ Campus Experimental de Tupã, São Paulo. Entraves à consolidação do Brasil na produção de energias limpas e renováveis Giuliana Aparecida Santini, Leonardo de Barros Pinto Universidade Estadual Paulista/ Campus Experimental de Tupã, São Paulo

Leia mais

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia

Avaliação de Conhecimentos. Macroeconomia Workshop de Macroeconomia Avaliação de Conhecimentos Específicos sobre Macroeconomia Workshop - Macroeconomia 1. Como as oscilações na bolsa de valores impactam no mercado imobiliário? 2. OquemoveoMercadoImobiliário?

Leia mais