REVISTA DO CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN CAMPUS PORTO ALEGRE ESIGN AÇÃO < 2015 >

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1 REVISTA DO CURSO DE BACHARELADO EM DESIGN CAMPUS PORTO ALEGRE ESIGN EM < 2015 > AÇÃO

2 ESIGN EM < 2015 > AÇÃO EXPEDIENTE Pró-Reitor Acadêmico: Pe. Pedro Gilberto Gomes Pró-Reitor de Administração: Reitor: Pe. Marcelo Fernandes de Aquino Vice-Reitor: Pe. José Ivo Follman João Zani Diretor da UAGRAD: Gustavo Severo de Borba Decana da Escola da Indústria Criativa Ana Maria Guimarães Colaboradores: Catharina Maciel Gerente Acadêmico de Bacharelados: Vinicius Costa de Souza Coordenação do Bach. em Design: Fabrício Tarouco e Leandro Tonetto Jaqueline Moraes Lúcia Gea Cybeli Moraes Karla Oliveira Simoni Rohden Edição: Leandro Tonetto e Fabrício Tarouco Projeto gráfico e Diagramação: Vanessa Cardoso BACHARELADO EM DESIGN UNISINOS Av. Luiz Manoel Gonzaga, Três Figueiras - Porto Alegre - RS Tel.: (51) s: ftarouco@unisinos.br - ltonetto@unisinos.br Alunos colaboradores - trabalhos produzidos nos programas de aprendizagem e workshops: pg.13: Eric Guterres, Fernanda Hanauer, Luiza de Araujo e Raíssa Tavares; pgs.14 e 15: Matheus Sasso, Andressa Garcia, Bruno Petersen, Caetano Daudt, Fernanda Hanauer, Gabriela Orth, Giovana Palma, Helena Inhoqui, Júlia Lopes, Luísa Siliprandi, Luiza de Araujo, Muriel Zanatta, Nicole Orlandin, Paula Pizzato, Raíssa Tavares, Raíssa Fontoura, Renata Chies, Thaynan Corrêa e Carolina Zorzetti; pgs.16 e 17: Andressa Garcia, Bruno Petersen, Diogo Soares, Eric Guterres, Fernanda Hanauer, Helena Inhoqui, Louise dos Santos, Luiza de Araujo, Nathalia Ferrari, Nicole Orlandin, Thaynan Corrêa, Tiago Vicente da Silva pg.22: Barbara Krein, Karine de Oliveira, Helena Inhoqui, Julia Becker, Joseane Machado e Priscila Cramer; pg.23: Ana Maria Maccagnan, Fernanda Sacks, Cláudia Schneider, Alexander Bielefeld, Daniel Beckel, Diogo Soares, Nathalia de Paula Ferrari, Felipe Cavedon, Marcella Riedi, Laura Derlam e Catharina Maciel; pg.24 e 25: Gabriel Bertol, Ingrid Krindges, Luísa Carneiro, Pietro Ventura, Rodrigo Cavalheiro, Vitória Haag; pg.27: Alethea Varella, Ana Maria Maccagnan e Manuela Noschang; pg.30 e 31: Victoria Boneti, Vitória Haag, Anastasia Petrova e Audrey Nacul; pg.35: Giovana Perottoni, Laura Toledo, Rafael Körbes, Lisi Kiewel, Luíza Brocco, Luiza Rossetto, Ana Berger, Verónica Beltrame, Sophia Karpouzas, Ana Cláudia Schroeder pg.38, 39, 40 e 41: Alecsander Freire e Eduardo Soster.

3 16 8 apresentação representação 22conexão com o mercado TABELA PERIÓDICA DO DESIGN46 intercâmbios entrevista 48 destaques no mercado trabalhos de conclusão

4 O BACHARELADO EM POR LEANDRO TONETTO E FABRÍCIO TAROUCO 2 - REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

5 O designer, na atualidade, desenvolve seus projetos pensando não exclusivamente na forma e na função do objeto. É essencial que o profissional entenda seu projeto em uma lógica ampliada, como um sistema, observando o conjunto de produto, serviço agregado a ele, sua comunicação e distribuição, entre outros. A visão de sistema fica clara quando se pensa, por exemplo, na marca Apple. Você pode ter um iphone e um ipad, utilizar aplicativos comercializados pela Apple Store, além de adquirir suas músicas favoritas pelo itunes. A lista não para nesses poucos itens. Produtos e serviços são combinados em um grande sistema, que entrega uma experiência tecnológica complexa para o cliente. Este entendimento da atividade de design conduz ao pressuposto essencial do curso. O design passa a ser visto como uma atividade estratégica dentro de uma organização. É só a partir daí que o designer dá forma a um sistema integrado de produtos, serviços, comunicação e experiências projetadas para os consumidores. Esta visão de Design Estratégico define a especificidade do curso e forma designers que sabem atuar neste contexto complexo. O Curso de Design da Unisinos está fundamentado em três pressupostos que fornecem o diferencial de qualidade em uma visão estratégica de design: integração (ligação entre universidade e empresa), internacionalização (favorecimento de trocas de experiências entre professores visitantes estrangeiros e alunos por meio de viagens de estudo curriculares, programas de intercâmbio) e inovação (design como agente capaz de fornecer novas respostas à sociedade, ligados a produção de valor e criação de vanguarda através de ações éticas e socialmente justas). 3

6 Quais serão as COMPETÊNCIAS do designer formado O designer formado pela Unisinos é um profissional com sólida formação técnica e humana para ocupar espaços organizacionais em atividades de design, especialmente na perspectiva do design estratégico. Deverá, portanto, desenvolver as seguintes competências: inovar e empreender mudanças sobre o mercado; propor soluções criativas e inovadoras nas diversas áreas do design (produto, digital, sustentável, comunicação, design thinking, serviços, ambientes, social, moda e território); trabalhar em equipe e interagir com especialistas de outras áreas; ser flexível, empreendedor e ter uma visão ampla (sistêmica) que permita interagir com as diferentes áreas da organização e segmentos da sociedade, considerando uma postura ética e uma perspectiva socialmente responsável; saber conceituar, expressar graficamente e desenvolver um projeto, a partir da combinação adequada de diversos componentes e processos de fabricação, compreendendo seus aspectos econômicos, mercadológicos, tecnológicos, ambientais, psicológicos e sociológicos; trabalhar com os diversos tipos de modelos que podem participar do processo de projeto; compreender o conceito de design estratégico e aplicá-lo em processos de design; desenvolver uma visão histórica e de tendências da área; desenvolver e demonstrar proficiência em inglês em nível intermediário. 4 - REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

7 O que o aluno ESTUDARÁ no curso A carga-horária total do Bacharelado em Design da Unisinos é de 3340 horas-aula (2783 horas), distribuídas em, no mínimo, 3 anos e meio de duração. Com uma proposta pedagógica diferenciada, as atividades curriculares e avaliações de cada semestre são integradas em programas de aprendizagem (PAs). Além destas atividades, devem ser computadas na formação do aluno mais 120 horas de atividades complementares, que ele deverá realizar durante o período em que estiver matriculado no curso. 5

8 CONTEÚDOS estudados em cada semestre REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

9 ESTRUTURA / INSTALAÇÕES 7

10 Experiência INTERNACIONAL O Bacharelado em Design conta com duas atividades acadêmicas curriculares de intercâmbio internacional. No 3º e no 5º semestres do curso, acompanhados por professores, os alunos desenvolvem uma série de atividades no exterior, em regime intensivo de uma semana, como participação em eventos, visitas técnicas a empresas e programações culturais ligadas ao universo do design. Nos últimos anos, essas viagens tiveram como destinos as cidades de Buenos Aires e Milão. Intercambistas Para aqueles que tiverem interesse, o Bacharelado em Design tem uma série de parcerias internacionais que permitem que o aluno curse design no período de até um ano fora do Brasil. Nos últimos anos, nossos alunos fizeram intercâmbios desse tipo em países como Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Coréia do Sul. 8 - REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

11 Turma de PA Em Buenos Aires, os alunos participaram do Encuentro Latinoamericano de Diseño, o mais importante evento de design da América Latina, e visitaram uma série de empresas. Em Milão, estiveram no Salão do Móvel, evento que reúne anualmente o melhor do design mundial. A programação foi complementada com uma intensa agenda cultural e de visitas a empresas. Turma de PA

12 @SeuElevador SeuElevador /ThyssenKruppElevadores SIC: REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

13 EMPHASIS INOVAR É ESSENCIAL E nós somos o parceiro ideal para o seu projeto de modernização. Uma maneira simples de transformar seu elevador, efetuando a troca de peças como espelhos, réguas de segurança, painéis e botoeiras. Você pode, ainda, realizar transformações maiores substituindo quadro de comando, cabina, máquinas de tração e motor. Confira alguns benefícios: SEGURANÇA ECONOMIA DE ENERGIA CONFORTO PERFORMANCE ESTÉTICA VALORIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO Outras marcas também podem receber os serviços de Modernização ThyssenKrupp Elevadores. Contate-nos! 11

14 DESIGN RE PRE SEN TAÇÃO 12 - REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

15 ACHYLLES COSTA NETO E VANESSA CARDOSO DESENHO As atividades de desenho, nos seus três módulos, trabalham com a representação através da linguagem do croqui, que busca a expressão intuitiva do desenho de esboço e rascunho como instrumento nas fases de investigação da forma, geração de alternativas e comunicação de projeto. Essa linguagem é desenvolvida por meio de exercícios de desbloqueio, desenhos de observação, reprodução fotográfica, métodos de perspectiva, storyboards, estudo de luz e sombra, texturas, tramas e hachuras. Ao longo dos módulos, os alunos exploram técnicas analógicas grafite, nanquim, lápis de cor e marcadores e recursos digitais tais como mesas de desenho digitais e aplicativos gráficos de última geração na criação de desenhos híbridos. Os planos de aprendizado objetivam estimular a criatividade e a expressão, desenvolver o pensamento por imagens e a capacidade de comunicar ideias de projetos em design. 13 Raíssa Bartelle Tavares Scketchs Hibridos Estudos da forma Raís

16 REPRESENTAÇÃO LUIS FERNANDO DA LUZ OFICINA DE CRIATIVIDADE A disciplina tem como objetivo desenvolver uma das potencialidades inerentes ao ser humano: a criatividade. Nela, o aluno trabalha com diferentes processos criativos como modelagem, colagem e reciclagem. As atividades incluem moldar miniaturas a partir da percepção de objetos de design com massa de modelar; criar um boneco personagem estabelecendo relações com a personalidade do aluno; criar um sofá para o atelier de um estilista da moda usando papelão reciclado, entre outras. Como resultado, o aluno deve compreender o papel da criatividade no processo de projeto e formação profissional do designer REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

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18 REPRESENTAÇÃO MARIA DO CARMO DISCHINGER OFICINA DE MODELOS& PROTÓTIPOS As atividades acadêmicas Oficina de Modelos e Oficina de Protótipos têm como objetivo instrumentalizar o aluno do curso de Bacharelado em Design com diferentes técnicas de representação tridimensional. Através de exercícios práticos desenvolvidos no ambiente do Laboratório de Modelos, os alunos experimentam diversos materiais como papel Paraná, isopor, resina de poliuretano expandida, clay, MDF, silicone, resina poliéster, etc. e descobrem como eles podem auxiliar o designer em seu processo projetual. O objetivo é familiarizar os alunos com as ferramentas e materiais de forma que eles se sintam confortáveis no momento em que a criação precisa ser materializada REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

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22 CONEXÃO COM O MERCADO CELSO SCALETSKY GUILHERME MEYER O Curso de Bacharelado em Design da Unisinos tem nos ateliês de projeto e nos workshops de design dois pilares da formação do estudante. O Ateliê de Projeto é o centro do aprendizado do aluno, sendo que todas as demais atividades acadêmicas colaboram com esse espaço. O workshop de design é um exercício de projeto intensivo que sempre acontece no meio do semestre letivo durante o período de uma semana. Todas as demais atividades acadêmicas são interrompidas e os alunos são chamados a desenvolver um novo projeto de design. Dessa maneira, nossos alunos passam, a cada semestre, pelo exercício de dois projetos de design, um no ateliê de projeto, outro no workshop. Uma peculiaridade destas duas atividades essenciais em nosso curso é que seus temas sempre terão relação com casos reais de projeto. A Coordenação do Curso, os Coordenadores dos Programas de Aprendizagem e mesmo os Professores de Ateliê, a cada semestre, identificam organizações dispostas a trabalhar em parceria. O conceito essencial da proposta é fornecer ao aluno experiências de projeto conectadas com o mercado. Diretores de organizações e seus gerentes vêm ao Curso e dialogam com professores e alunos. Assim, os alunos percebem que o papel do design hoje não se restringe simplesmente ao desenvolvimento de um produto. Além disso, deve saber dialogar com outros níveis das organizações, onde qualquer inovação pode contribuir na construção de uma sociedade mais fértil, equilibrada e melhor. Não é desconhecido que o design vem se tornando um poderoso meio para alcançar tais objetivos. Um dos motivos que possivelmente colocam o design como fator essencial de sucesso econômico de uma organização é o fato de ele se desenvolver e se transformar sistematicamente, em função das novas dinâmicas de mercado. O design oferece a essas organizações uma melhor compreensão de seus públicos, ajuda-as na difícil tarefa de diferenciação e, essencialmente, modifica a forma como seus produtos e serviços são desenvolvidos e apresentados ao mercado. Iniciativas como essa que adotamos é um meio de reduzir um distanciamento inconveniente que parece existir entre o mercado e as escolas de Design. É, também, uma maneira de avançar, junto com as organizações, na compreensão das virtudes do Design para auxiliá-las a inovar. Assim, não somente nossos alunos aprendem a dialogar com o mundo dos negócios e das organizações como uma nova cultura do Design começa a ser difundida. Hoje, entendemos que o designer não 20 - REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

23 pode mais estar restrito ao seu departamento ou a sua agência: ele deve estar capacitado a pensar estrategicamente com outros setores da sociedade. Diversas experiências bem sucedidas poderiam ser aqui relatadas. Em alguns casos, as organizações ficam tão satisfeitas com os resultados alcançados nos projetos desenvolvidos na Universidade que convidam nossos alunos a estagiar na empresa para dar encaminhamento ao projeto desenvolvido, ou, ainda, inserem o design em meio aos seus contextos. É o caso da lixeira Romeu e Julieta, que foi produzida pela Coza, ou do calçado Sentidos, fabricado pela Grendene, e que será abordado em detalhe em outra seção desta revista. Como vemos, não são raros os casos de alunos que acabam por ser contratados após o período de parceria entre escola e organização, e passam a atuar ativamente no processo de inovação dos produtos e serviços desenvolvidos pela empresa. de cada semestre, são sempre pensadas entre o grupo formado por acadêmicos e representantes das organizações parceiras. Durante as reuniões que antecedem o semestre, são discutidas e identificadas as tantas frentes que podem ser exploradas nos ateliês de projeto ou nos workshops de design. Entre algumas das temáticas de projeto já elaboradas, podemos citar projetos relacionados ao desenvolvimento de todo o sistema de coleção de cadernos desenvolvido para a empresa Credeal, uma das maiores produtoras de cadernos do Brasil; ou ainda os projetos desenvolvidos para a empresa Xalingo, no ramo de brinquedos infantis. O mais importante, no entanto, não são os casos pontuais de sucesso e contratação dos projetos desenvolvidos pelos alunos, mas a certeza de que estamos formando um profissional que não se encontra de costas para o mercado, mas a ele está intimamente ligado. Desde o lançamento do curso de Design, muitas parcerias já foram construídas com o mercado. Algumas das organizações que se envolveram com o nosso curso foram: Casa Rima, Favorita, Melissa/Grendene, SEBRAE, Itati, Origin, Coza, Bienal do Mercosul, Jomo, Duocasa Madesa, Lifemed, Gasômetro e Cave Geisse. As temáticas de projeto, que configuravam o briefing lixeira Romeu e Julieta 21

24 CONEXÃO COM O MERCADO CELSO SCALETSKY GUILHERME MEYER LÁ FORA BRINQUEDOS PARA OS AMBIENTES EXTERNOS O objetivo do Atelier II (2013), realizado em parceria com a Xalingo, foi a concepção de um playground para exteriores, que deveria ser destinado para crianças em uma faixa etária pré-escolar ou escolar, de forma a estimular o desenvolvimento motor e social. A concepção do projeto devia considerar o sistema de produção da empresa privilegiando a rotomoldagem como processo de fabricação do brinquedo; o sistema de comercialização - direcionando-se ao mercado nacional à venda por meio de representantes comerciais; e o sistema de distribuição prestando atenção aos aspectos dimensionais das peças que compõem o playground e a sua montagem. Por fim, os alunos deveriam apreender a estética da empresa parceira, compreendendo seus traços peculiares, para propor novas linguagens e promover evoluções originais na identidade da marca REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

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26 CONEXÃO COM O MERCADO CELSO SCALETSKY GUILHERME MEYER A FORMA DA ÁGUA O objetivo do Atelier II (2012) foi a concepção de uma linha de embalagens para a empresa de águas minerais Itati. A empresa distribuía suas águas por meio de galões de 20 litros e buscava entrar no mercado de supermercados, bares e restaurantes, com uma gama de embalagens de 0,33, 0,5, 1,0, 1,5 e/ou 2,0 litros. O projeto da linha comportou uma reflexão sobre a identidade da empresa e sua comunicação, podendo envolver mudanças na identidade visual já consolidada REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

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28 CONEXÃO COM O MERCADO CELSO SCALETSKY GUILHERME MEYER ABRACCIO DESIGN ESTRATÉGICO PARA O MERCADO MOVELEIRO O projeto em parceria com a empresa Abraccio deveria explorar a possibilidade de incremento de novos produtos ligados ao mercado moveleiro, com um processo de inovação orientado pelo design, apresentando um processo de desenvolvimento de sistema-produto-serviço de mobiliário para a casa, através da leitura da ressignificação do estar. PRINCIPAIS OBJETIVOS Avaliação dos processos orientados pelo setor de design da empresa e foco no desenvolvimento de produto para o setor moveleiro; Estudo do know-how tecnológico possuído pela empresa e pelos artesãos brasileiros e dos materiais comumente utilizados por eles; Estudo do Sistema-Produto da empresa e suas interfaces; Procura de estímulos para agregar criatividade e inovação à atividade projetual; 26 - REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades Aplicação das noções derivadas no desenvolvimento de novos cenários, visions e concepts de novos produtos, incluindo a indicação de caminhos possíveis para o desenvolvimento de novos produtos.

29 comunicação gráfica 27

30 CONEXÃO COM O MERCADO GUILHERME MEYER VANESSA CARDOSO CREDEAL DESIGN PARA REGISTRAR E COMPARTILHAR CONHECIMENTO O problema apresentado pela empresa Credeal para o trabalho do segundo semestre de 2013, em princípio, tratava da criação de uma linha de capas para cadernos com abrangência nacional que preferencialmente atendesse ao público infantil. Esse relacionamento deveria envolver experiências de consumo que fossem agradáveis e consistentes a ponto de gerar fidelidade do cliente com os conceitos da empresa. A partir desse briefing inicial, foram organizadas as etapas de pesquisa que levaram a turma a uma proposta muito mais abrangente, envolvendo, tanto o produto gráfico e a comunicação da marca, como o posicionamento da empresa em um conceito mais amplo de identidade inserida na ideia de educação. As pesquisas foram intercaladas com momentos dentro e fora da sala de aula com o objetivo de traçar o cenário no qual os projetos seriam desenvolvidos. Essas etapas envolveram pesquisas de campo nas principais livrarias nacionais, a fim de traçar um panorama da oferta da concorrência e o caminho da indústria até o consumidor final para se chegar a uma visão do mercado. Paralelamente à cadeia de produção e distribuição, os alunos buscaram identificar padrões de comportamento e tendências na área da educação e do público alvo REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

31 Depois de reunir informações essenciais ao projeto, foi realizado um grande brainstorm de maneira dinâmica e interativa. Foram separados três grupos para lançar ideias sobre cada conceito envolvido. Esses grupos passaram pelos temas propostos, ampliando o panorama anterior até esgotar o exercício dentro de um tempo estabelecido. O resultado mostrou uma gama de possibilidades bastante ampla, com as quais os alunos foram desafiados a gerar uma cadeia de analogias dentre os conceitos lançados. Os processos de construção de conhecimento e geração de pesquisas, bem como os resultados de projeto, dependem do desenvolvimento da autonomia na busca e associação dos saberes adquiridos ao longo do curso, contando também com a orientação dos professores. Essa autonomia norteia a geração de soluções criativas que depende 29

32 CONEXÃO COM O MERCADO GUILHERME MEYER VANESSA CARDOSO tanto das pesquisas como das referências e da bagagem de cada aluno. Essa bagagem e vivência também auxiliam no direcionamento da fase de desenvolvimento individual de projeto. A segunda etapa do semestre foi direcionada ao desenvolvimento do projeto gráfico e de comunicação ligados aos conceitos gerados nas etapas de metaprojeto. Nesse processo, os alunos foram assessorados individualmente no que dizia respeito aos primeiros esboços dos projetos, tanto em seus aspectos de adequação com o conceito quanto com o desenvolvimento técnico que permitissem a comunicação e compreensão dos concepts gerados. Esse trabalho envolveu ampla cooperação do parceiro no compartilhamento de especificações e padrões da indústria para a criação de produtos na área de cadernos, sendo que os alunos foram muito além da criação de uma linha de caderno e do desenvolvimento de capas e miolos que compunham essa linha. Os resultados apresentados demonstraram potencial para a produção imediata em escala industrial e algumas ideias futuras de relacionamento com os stakeholders que aguçaram o interesse dos parceiros, mas necessitavam de um tempo maior de implantação. O retorno em relação ao processo do semestre foi, de forma geral, bastante positivo. Esses retornos apontam para a consolidação dos conhecimentos adquiridos até a primeira metade do curso com vistas aos novos desafios a serem desenvolvidos nas etapas subsequentes REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

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34 CONEXÃO COM O MERCADO PAULA VISONÁ GRENDENE MELISSA ACADEMY No ano de 2010, foi lançado pela empresa Grendene o projeto Melissa Academy, que se caracteriza como uma plataforma projetual colaborativa, visando estimular o interesse e a criatividade dos futuros profissionais em design no mundo. O objetivo do projeto é fomentar o desenvolvimento de novas formas de pensar, trabalhar e criar com o plástico, além de desenvolver uma curadoria de design para aproximar o grande público das novidades que estão sendo lançadas na área. O Melissa Academy busca cumprir esse objetivo através do desenvolvimento de parcerias entre a marca, escolas e universidades de design e moda. A primeira parceria efetivada pela Grendene foi com a renomada Escola Superior de Arte e Design de Genebra (Haute Ecole D art Et Design), a Head Gèneve. Dentre as propostas apresentadas pelos alunos dessa escola, foram eleitos três projetos, que foram lançados no mercado em edições limitadas e incorporados à coleção de produtos apresentados pela Melissa em janeiro de 2011, no evento Fashion Rio, na cidade do Rio de Janeiro. Ainda em 2010, a marca começou um processo de aproximação com a área de Design Unisinos, mais especificamente, com o curso de Bacharelado em Design. Édson Matsuo e Fernando Mascaro (consultor de projetos especiais da empresa) foram os articuladores dessa aproximação que, em princípio, visava a cumprir o mesmo objetivo proposto à Head Gèneve. Entretanto, à medida que os encontros entre os coordenadores do projeto Melissa Academy e os professores do curso se realizaram, outros objetivos foram sendo alinhados REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

35 Esses objetivos se alinhavam às práticas de workshops projetuais, já comuns nos cursos de Design da Unisinos, embora desconhecidos da empresa. Compreendendo, então, a importância tanto de pensar novos produtos para a marca, como de revisar processos projetuais, os coordenadores do Melissa Academy observaram a importância de alinhar o projeto a essa prática, que é tanto didática, quanto criativa. Além disso, entenderam a importância de observar as atividades desenvolvidas para constituírem o Workshop do projeto Melissa Academy na Escola de Design Unisinos, pois esse se configuraria não só como um espaço de revisão de práticas incorporadas ao Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento (DPD) da empresa, mas, também, como ambiente de estabelecimento de trocas de conhecimento. Após algumas reuniões com os coordenadores do Projeto Melis- 33

36 CONEXÃO COM O MERCADO PAULA VISONÁ sa Academy, destacou-se a importância de possuir não apenas um briefing, mas, também, uma temática guia para os projetos. Nesse sentido, definiu-se que o briefing do workshop deveria estar relacionado ao objetivo fundamental do Projeto Melissa Academy, e que a temática direcionasse os assuntos, metodologias, ferramentas e caminhos a ser desenvolvidos. Foram definidos os conteúdos, as competências e as ferramentas que seriam desdobradas ao longo do primeiro workshop. Com relação aos conteúdos, despontaram dois direcionamentos principais: BRIEFING Novas formas de pensar, trabalhar e criar com o plástico. TEMÁTICA Do Ordinário ao Extraordinário. Subversão e transgressão da forma para geração de novos sentidos; Geração de sentido através do design. A partir dessas resoluções, iniciaram-se discussões entre professores e projetistas da empresa no sentido de compreender como seriam trabalhados os direcionamentos, ou seja, Ordinário e Extraordinário. Nesse contexto, compreendeu-se que Ordinário se relacionaria à questão calçado de plástico como objeto que promove a mobilidade; já Extraordinário, ao teor simbólico que poderia ser desenvolvido a partir de cada concept de produto. Nesse ínterim, a temática do workshop concentrou duas dimensões amplamente abordadas nos workshops de design realizados na Unisinos: tangível e intangível. Já com relação a metodologias e ferramentas, optou-se por trabalhar com: Pesquisa Blue Sky; Observação e coleta de dados em campo; Brainstorm coletivo; Mapa de polaridades; Geração de cenários e de concepts REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

37 WORKSHOP DO ORDINÁRIO AO EXTRAORDINÁRIO FRANZATO, C. O processo de criação conceitual no design. Explorando o potencial reflexivo e dialético do projeto. In Tessituras & Criação. Rio de Janeiro, Durante três dias, cinco equipes de projeto, formadas por alunos e projetistas da marca Melissa, se debruçaram sobre briefing e temática. Ao final do workshop, cinco concepts foram apresentados aos coordenadores do Projeto Melissa Academy. Após a realização workshop, esses concepts foram levados para o DPD da Grendene, onde foram reinterpretados por designers e engenheiros. É importante compreender o entendimento de concept desdobrado no workshop Do Ordinário ao Extraordinário. Segundo Franzato (2011), um concept de projeto se caracteriza como a resultante de um exercício de projetação que visa a extrapolar os limites, sejam formais, estéticos, mercadológicos, e, muitas vezes, tecnológicos, no intuito de gerar novos rumos a marcas e empresas. Ou seja, as ideias, articuladas pelas equipes através dos processos constituintes do workshop Do Ordinário ao Extraordinário, permitiram novos alinhamentos, visando à sintonia entre os objetivos do briefing, as demandas de mercado e o know-how da empresa. Extraordinário Base com peças intercambiáveis Ankle boot que pode ser derretida Móvel Concepts Imóvel Sapatilha que muda de cor conforme a temperatura da água Ordinário Prótese realista 35

38 CONEXÃO COM O MERCADO PAULA VISONÁ A equipe de projetistas da marca Melissa enalteceu a relação entre alguns aspectos que permearam discussões e práticas ao longo do Workshop. A materialização dessa interconexão se traduziu através de dois pontos específicos: o coração, vinculado ao produto como um acessório; e as veias, que fazem o coração pulsar, caracterizadas na palmilha do calçado. A intenção das veias também foi de promover uma sensação de conforto, por meio do estímulo massageador que a textura promove ao caminhar. Certo. Mas, como proporcionar uma relação ampliada dessas características aos usuários da marca? Essa pergunta acabou por levar a novas possibilidades, envolvendo momentos de trocas de ideias entre alunos e professores do Design Unisinos REVISTA DESIGN EM AÇÃO Somos infinitas possibilidades

39 A partir de debates, outros rumos foram pensados, e uma nova fase de interpretações se iniciou para os projetistas da Melissa. O resultado dessa fase foi a criação de uma relação entre caminhos para despertar emoções. Entendeu-se que cada um possui seus próprios caminhos sensíveis, que são acessados por meio da utilização de chaves que levam a novas possibilidades e sensações. A Melissa, então, proporciona a chave para as emoções de cada um, percorrendo, junto às fãs da marca, o caminho que acessará o seu coração. Assim, foi acordado que o coração teria uma pequena chave interna, representando esse pensamento como uma metáfora objetual. Por fim, foram decididas as características cor e beneficiamento final do produto, que foi incrementado pela utilização de uma película metalizada, o que concedeu à Melissa um ar futurista. A cor um degradê que parte do bordô escuro, para chegar a um vermelho vivo é outra característica que busca traduzir a relação emoções/sensações/veias/coração. O resultado do projeto, que pode ser conferido ao lado, foi apresentado ao mercado em outubro de 2012, configurando-se como um exitoso caso de relação academia/empresa/mercado, seja pela ampla aceitação que o produto obteve, seja pela aproximação entre essas instâncias iniciativa ainda um tanto inédita no Brasil. 37