As medidas anti abuso, os dividendos e o conceito de tributação efectiva
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- Arthur Castel-Branco Alves
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1 As medidas anti abuso, os dividendos e o conceito de tributação efectiva Jaime Carvalho Esteves Jaime Carvalho Esteves OROC, Janeiro de 2011
2 Agenda Introdução O Abuso Cláusula Geral e Cláusulas Específicas A tributação dos dividendos O conceito de tributação efectiva O futuro das normas anti abuso 2
3 Introdução Concorrência Fiscal Prejudicial (Década de 90) 11 de Setembro Crise Regulamentação Económica (recessão)»» 2007 Financeira (Dívida Soberana e Orçamental)»»
4 Introdução Forte pressão sobre política fiscal enquanto mecanismo de arrecadação de receita pública Pressão fiscal: ainda tolerável? l? já intolerável? 4
5 Introdução Os grupos económicos são essenciais na organização empresarial A tributação dos dividendos é fundamental na gestão fiscal dos grupos económicos Quer no planeamento doméstico Quer no planeamento em contexto internacional São pois um alvo evidente das medidas anti abuso (fiscal) São igualmente determinantes na competitividade fiscal de um País 5
6 Introdução O Abuso: Abuso fiscal e limites à iniciativa privada Concorrência fiscal prejudicial Abuso de fiscalidade e limites à carga fiscal e à luta anti abuso O episódio da distribuição de dividendos antecipados e/ou de lucros retidos o dever do gestor perante o accionista a liberdade de gestão patrimonial 6
7 Abuso Definição i de disposições i anti-abuso Código de Processo e Procedimento Tributário (CPPT) - Artigo 63º Consideram-se disposições anti-abuso,,para os efeitos do presente Código, quaisquer normas legais que consagrem a ineficácia perante a administração tributária de negócios ou actos jurídicos celebrados ou praticados com manifesto abuso das formas jurídicas de que resulte a eliminação ou redução dos tributos que de outro modo seriam devidos. 7
8 Abuso Medidas anti abuso: Cláusula Geral Anti-Abuso Abuso LGT artigo 38.º n.º2 São ineficazes. os actos jurídicos principalmente dirigidos, por meios artificiosos i ou fraudulentos e com abuso das formas jurídicas, à redução, eliminação ou diferimento temporal de impostos que seriam devidos em resultado de factos, actos ou negócios jurídicos de idêntico fim económico, ou à obtenção de vantagens fiscais que não seriam alcançadas, total ou parcialmente, sem utilização desses meios, efectuando-se então a tributação de acordo com as normas aplicáveis na sua ausência e não se produzindo as vantagens fiscais referidas. 8
9 Abuso Algumas cláusula específicas anti abuso: Preços de transferência CIRC Artigo 63.º - Transfer Pricing Pagamentos a entidades não residentes sujeitas a um regime fiscal privilegiado CIRC Artigo 65.º - Reversal of burden of proof provisions Imputação de lucros de sociedades não residentes sujeitas a um regime fiscal privilegiado CIRC Artigo 66.º - Controlled foreign companies CFC legislation Subcapitalização CIRC Artigo 67.º -Thin capitalization 9
10 Abuso Outras normas anti abuso: IRC Artigo 23.º n.º 3, 4 e 5 (Gastos) t Artigo 49.º (Instrumentos financeiros derivados) Artigo 51.º n.º 10 (Eliminação da dupla tributação económica de lucros distribuídos) ib Artigos 73.º a 78.º (Regime de Neutralidade Fiscal das fusões, cisões e entradas de activos) EBF Artigo 27.º (Mais-valias realizadas por não-residentes) Artigo 46.º n.º 10 (Prédios urbanos construídos, ampliados, melhorados ou adquiridos a título oneroso, destinados a habitação) Imposto do Selo Artigo 7.º n.º 1 alínea e)(outras isenções) 10
11 Abuso Outras normas anti abuso: IMT IMI IRS IVA LGT Artigo 17.º n.º 4 (Taxas) Artigo 112.º n.º 4 (Taxas) Artigo 16. º n. º 5 (Residência) Artigo 43.º n.º 5 (Mais-valias) Artigo 73.º n.º 6 (Taxas de tributação autónoma) Artigo 85. º n. º 4 e 5 (Encargos com imóveis e equipamentos novos de energias renováveis) Artigo 19.º n.º 3 e 4 (Direito à dedução) Artigo 80.º (Responsabilidade solidária do sujeitos passivos) Artigo 89. º A (Manifestações de fortuna) 11
12 Abuso O caso de Chipre: Consta da Portaria 150/2004 (13.02) Lista dos Paraísos Fiscais Aplicação das disposições anti abuso constantes da lei portuguesa relativas aos países, territórios ou regiões com um regime fiscal claramente mais favorável. 12
13 Abuso O caso de Chipre: Porém, Membro da União Europeia desde 2004 Tratado que institui a Comunidade Europeia - Proibição de disposições de carácter discriminatório (artigo 12.º) No âmbito de aplicação do presente Tratado, e sem prejuízo das suas disposições especiais, é proibida toda e qualquer discriminação em razão da nacionalidade. 13
14 Dividendos Dupla Tributação Económica: Regra CFC Neutralidade da organização empresarial e dos grupos económicos Competitividade internacional: dos Grupo e do País Imputação dos resultados Do exercício Não distribuídos Tributação dos dividendos auferidos se não sujeitos a tributação efectiva alargamento do requisito em consequência do OE
15 Imputação de lucros Imputação de lucros de sociedades não residentes sujeitas a um regime fiscal privilegiado (art. 66.º CIRC): Teste do controlo Se detida em pelo menos 25%, directa ou indirectamente Se detida em pelo menos 10%, e se a sociedade for detida em mais de 50% por sócios residentes em Portugal Teste da actividade Lucro de actividades id d comerciais i inferior i a 75% Actividades passivas Questões Sociedades com benefícios fiscais temporários Sociedades que utilizam reporte de prejuízos fiscais 15
16 Imputação de lucros (excepções) a) lucros provenham em, pelo menos,,75% do exercício de uma actividade agrícola ou industrial no território onde estão situadas ou do exercício de uma actividade comercial que não tenha como intervenientes residentes em território português ou, tendo-os, os, esteja dirigida predominantemente ao mercado do território em que se situa; b) Actividade principal da sociedade não residente não consista na realização das seguintes operações: actividade bancária, ou seguradora; partes de capital ou outros valores mobiliários, a direitos da propriedade intelectual ou industrial, à prestação de informações respeitantes a uma experiência adquirida no sector industrial, comercial ou científico ou à prestação de assistência técnica; locação de bens, excepto de bens imóveis situados no território de residência. 16
17 Imputação de lucros Mecanismo de tributação Imputação ou crédito de imposto - o lucro é tributado na primeira entidade sujeita e não isenta de IRC em Portugal O imposto retido na fonte pode ser deduzido ao imposto a pagar. É necessário contudo que exista colecta Isenção - o dividendo distribuído é deduzido para efeitos da determinação do imposto da entidade em Portugal à qual a imputação foi efectuada, i.e., os dividendos são excluídos da base tributável da entidade beneficiária do rendimento 17
18 A tributação dos lucros distribuídos OE (relatório) Regime de extrema generosidade Tributação: Isenção se superior a 10%; Detenção por 12 meses; Tributação (integral) ainda que: superior a 20M de Euros, SGPS. A considerar ainda: União Europeia PALOP s e Timor Leste Abolição da regra especial do RETGS 18
19 Conceito de tributação efectiva Excepção Ausência de tributação efectiva Consequência Tributação pela totalidade do dividendo 19
20 Conceito de tributação efectiva (intranquilidades) Nº1» Sujeição a IRC (ADT s e cláusula subject to tax ) Subsidiária directa / indirecta Mínimo de tributação (nominal / efectiva) CINM, PALOP s, CFC, Reg Autónomas Tributação autónoma Actividades mistas SGPS s e mais valias Cadeia de participações» identificação e prova Reservas (LIFO; FIFO; Pro rata) União Europeia Interpretação conforme nas normas decalcadas Mera inversão do ónus da prova e proporcionalidade? 20
21 Reacções Fusão Conjugação de actividades Redomiciliação Exit tax Discriminação / Liberdades fundamentais / Proporcionalidade Direcção efectiva Substância económica 21
22 Reacções Revogação Alteração (densificação) retrospectiva da lei Ofício Circulado Na participada directa Pro rata como juros nas SGPS s Na cadeia de participações 22
23 Combate ao abuso» a substância da actividade Direcção efectiva Códigos Civil e Societário» Direcção efectiva CIRC» Direcção efectiva Real exercício das funções relevantes na residência Meios materiais e humanos adequados Acórdão Cadbury Schweppes e Cadbury Schweppes Overseas 23
24 Conclusão Necessidade de manter neutralidade da tributação dos grupos considerar a competitividade internacional dos agentes do País valorizar dupla tributação económica racionalizar o combate ao planeamento fiscal e.g. por deslocalização de actividades Limitado às situações merecedoras de censura mera aparência de realidade económica 24
25 Debate p 2010 PricewaterhouseCoopers Assessoria de Gestão, Lda., All rights reserved. In this document, refers to PricewaterhouseCoopers Assessoria de Gestão, Lda., which is a member firm of PricewaterhouseCoopers International Limited, each member firm of which is a separate legal entity.
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