No ano passado, o sucesso do seminário

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1 Notícias Evento Em sua segunda edição no Brasil, o evento se propôs a abandonar a retórica e mostrar o lado prático de diversas implementações de soluções livres e de código aberto realizadas no mercado corporativo. Além disso, trouxe dois palestrantes com vasta experiência e vivência no mercado de TI para ilustrar a viabilidade desse tipo de solução e a necessidade de uma abordagem profissional. por Rafael Peregrino da Silva No ano passado, o sucesso do seminário LinuxPark'05, cujo tema foi O Impacto da Escolha de Tecnologias Abertas nos Negócios Corporativos criou uma expectativa positiva nos participantes quanto à realização de uma segunda edição. Neste ano, o primeiro de uma série de três seminários planejados pretendeu trazer um aspecto mais prático à sua audiência. Além de mostrar as vantagens do uso desse tipo de tecnologia, os estudos de caso de implementação apresentados trouxeram números e experiências práticas na bagagem, indicando o caminho das pedras para o decisor na área de TI. Entre os participantes, estavam: Aços Villares, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, C&A Modas, Centrais Elétricas de Santa Catarina, EDS Brasil, FASP, Granero, Internetmídia, Lojas Marabraz, Marisa Lojas Varejistas, Pfizer, Serasa, TECUMSEH do Brasil, Unibanco, Unidas Rent-a-Car, Vigor, e muitas outras. Seus representantes passaram o dia entendendo como a combinação de plataformas abertas e Software Livre, associados à prestação de serviços profissionais, podem contribuir de maneira decisiva para a redução de custos com TI e, concomitantemente, aumentar sobremaneira o desempenho de sua estrutura de informática. Assim, no dia 15 de março, mais de 100 pessoas circulavam interessadas pelo recinto do Centro de Convenções Millenium, em São Paulo, visitando os estandes dos patrocinadores, conhecendo suas últimas novidades em tecnologias abertas, além, claro, de participar do ciclo de palestras e apresentações de cases de sucesso de adoção de sistemas baseados em Software Livre e de Código Aberto (SL/CA). Patrocinadores Mais uma vez, o mercado corporativo nacional se fez presente, apoiando a Linux New Media do Brasil com o suporte financeiro necessário. Foi mantida a fórmula do evento anterior, que aposta em um esquema cliente-cliente de troca de experiências, no qual aqueles que já realizaram uma implementação bem sucedida baseada em SL/CA relatam aos interessados na audiência as decisões e medidas práticas que foram necessárias. Novamente, gigantes do mercado de TI nacional e internacional, como Itautec e IBM, mas também empresas de serviço e desenvolvimento de software nacional como ifractal e Simples Consultoria, tornaram o LinuxPark possível através do seu patrocínio e apoio. A Itautec ofereceu adicionalmente um almoço aos participantes. Palestrantes Em sua segunda edição, a distribuição de palestras e apresentações de estudos de caso de implementação diferiu da edição do ano anterior: as palestras (keynotes) abriram e fecharam o evento. Encerrado o café da manhã e o credenciamento dos participantes, Claudio Bazzoli, Diretor Comercial da Linux New Media do Brasil, deu as boas-vindas ao público apresentando a editora, seus produtos de mídia impressa, web e seu calendário de eventos para 2006, introduzindo o primeiro palestrante do dia. Cezar Taurion, Gerente de Novas Tecnologias Aplicadas da IBM do Brasil e autor de diversos livros como Software Livre: Potencialidade e Modelos de Negócio, Internet Móvel: Tecnologias, Aplicações e Modelos, Grid Computing: um Novo Paradigma Computacional e Software Embarcado: a Nova Onda da Informática, abordou em sua palestra as estratégias de ação para levar o Linux e o SL/CA para dentro do ambiente corporativo. Durante uma hora, Taurion discorreu sobre as vantagens da utilização de tecnologias abertas nas empresas, enriquecendo sua apresentação com estatísticas e pesquisas de mercado (de instituições como o IDC, Forrester Research, InfoWorld etc.), ilustrando tendências e mostrando que essas 14 maio 2006 edição 19

2 Evento Notícias tecnologias já estão presentes em quase 90% das instituições. Além disso, falou detalhadamente sobre os motivos que estão estimulando a adoção de soluções abertas, como: qualidade do código, segurança, escalabilidade, flexibilidade, custo total de propriedade (TCO), desempenho, estabilidade, continuidade, independência de uma única fonte, liberdade de escolha, inovação, uso de padrões abertos, melhor gerenciamento de ambiente a um custo menor etc. A segunda palestra ocorreu no final da tarde e tratou de um tema cada vez mais importante: a questão da certificação dos profissionais de consultoria e suporte. Essa apresentação ficou a cargo de José Carlos Gouveia, ex-presidente da Silicon Graphics para a América Latina, ex-presidente da Novell, da PeopleSoft e da JDEdwards e exdiretor da Accenture no Brasil, atualmente atuando como Area Regional Manager do Linux Professional Institute (LPI) para a América Latina. Gouveia forneceu um panorama geral das certificações disponíveis para o profissional de Linux, indicando o foco e o mercado de cada uma delas, suas vantagens, discorrendo extensamente sobre a sua necessidade em uma indústria de TI madura. Uma indicação disso, atualmente, seria o fato de que apenas um pequeno número de profissionais Linux já estão certificados no Brasil: de um total de profissionais certificados pelo LPI no mundo todo, apenas 750 são brasileiros. Só para ilustrar, em torno de 50% dos profissionais certificados pelo LPI no mundo se encontram no Japão. Transportes O primeiro case a ser apresentado foi o do uso de Linux e SL/CA como plataforma para aplicativos de missão crítica no Expresso Araçatuba, empresa líder no transporte rodoviário e aéreo de cargas nas regiões Centro-Oeste, Norte e para a América do Sul. O estudo de caso foi apresentado pelo Gerente de Tecnologia de Informação da empresa, Ariovaldo Simielli Branco, que foi acompanhado por Wilson Godoy, vice-presidente de Tecnologia e Sistemas da TOTVS/Microsiga, fornecedor da solução de gerenciamento de transporte (TMS Transportation Management System) da empresa um sistema exclusivo de ferramentas informatizadas que proporcionam integração de todas as áreas da transportadora. O Expresso Araçatuba, que já acumula mais de 50 anos de experiência no mercado de transportes, movimenta mais de 210 mil toneladas por quase 100 milhões de quilômetros rodados, anualmente. O transporte de mercadorias parte de 756 cidades, localizadas nos principais pólos industriais do Brasil, com destino a outras 1090 cidades. Além disso, a companhia também opera na Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Peru, Venezuela e Uruguai. Nesse contexto, o acesso à informação é tão importante quanto a entrega da mercadoria no prazo correto. Com o sistema desenvolvido em parceria com o fornecedor de soluções, todos os dados relativos à movimentação das mercadorias são recebidos, processados e transmitidos praticamente sem atraso, possibilitando o acompanhamento da carga desde a sua entrada nos terminais. Além disso, através do recurso Radar II, incorporado à página web da empresa ( o cliente acessa todas as informações sobre suas mercadorias, que também podem ser obtidas por linha telefônica 0800 ou pelo sistema E.D.I (Eletronic Data Interchange). A solução, baseada no sistema ERP/CRM e TMS Protheus 8, roda inteiramente sobre plataforma Linux, tanto em servidores como nas estações dos funcionários da empresa. Do lado dos servidores, a infraestrutura de TI dispõe de um IBM eserver xseries 455, dotado de 4 processadores Intel Itanium 2 de 64 bits, 16 GB de memória RAM, sistema de armazenamento de dados IBM TotalStorage DS4300 (FAStT600), rodando SUSE Linux Enterprise Server 9 para Intel EM64T, banco de dados Oracle 10g com uma base de dados de 110 GB. Adicionalmente, há 11 servidores Estudos de Caso Quatro cases de sucesso foram apresentados, dois de manhã e dois à tarde, após o almoço. Cada um deles contou com um tempo de trinta minutos, com quinze minutos adicionais para perguntas. A idéia foi abordar casos de migração abrangendo diferentes áreas do mercado nessa edição do evento, especificamente, tivemos: transportes, indústria, rádio e televisão e serviços. Figura 1: Cezar Taurion (à esquerda) discorreu sobre as vantagens do uso de Linux e SL/CA no ambiente empresarial; José Carlos Gouveia (à direita) falou sobre a necessidade de certificação. maio 2006 edição 19 15

3 Notícias Evento de aplicação Intel Pentium 4, com 2 GB de RAM, rodando SUSE Linux Enterprise Server 8 e 9, 2 servidores de aplicação Intel Pentium Xeon com 4 GB de RAM, rodando SUSE Linux Enterprise Server 9. Do lado das estações de trabalho, há 230 estações remotas e 120 estações locais operando o novo sistema, todas rodando Linux (Conectiva ou Slackware, este último customizado de acordo com as necessidades da empresa e disponível em um CD de instalação único). Todo esse aparato tecnológico permite o acesso remoto ao sistema pelos operadores de 35 filiais, proporcionando aos clientes uma nova ferramenta para bancos de dados com alto volume de transações e cargas de trabalho de aplicativos ERP, com uma média de conhecimentos de frete por mês. A implementação do novo sistema consumiu recursos da ordem de R$ 2 milhões, e foi iniciada em março de 2004, levando cerca de um ano para ser finalizada. Entre as vantagens do novo sistema, foram citadas: P Maior controle do fluxo de documentos. P Redução de custo fixo (menos funcionários / conhecimento de frete emitido). P Possibilidade de gestão de volumes transacionais maiores. P Sistema centralizado, online e confiável. P Possibilidade de simulações. P Criação de indicadores financeiros e de desempenho mais apurados. P Integração nativa com o ERP. Os ganhos de investimento em TI com a adoção do sistema foram de R$ 500 mil e possibilitaram uma melhor aplicação dos recursos da empresa. Figura 2: Público altamente selecionado. Indústria O case de indústria apresentado foi o da Copagaz, empresa de engarrafamento e distribuição de gás liqüefeito de petróleo (GLP), com 50 anos de mercado e faturamento anual de R$ 1,3 bilhão, que começou suas atividades distribuindo uma tonelada de GLP por dia nos Estados de São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Hoje, a empresa distribui gás em 19 Estados brasileiros e no Distrito Federal, e está entre as 6 maiores distribuidoras do país. A Copagaz possui 13 engarrafadoras e distribui cerca de toneladas por mês de GLP para milhões de lares, indústrias e estabelecimentos comerciais. A apresentação do estudo de caso de sucesso de migração da Copagaz foi realizada por Reinaldo Gonçalves Melero, Gerente de Informática da companhia, que, após uma breve introdução institucional, foi direto ao assunto, explicando qual é a estrutura de TI da empresa e relatando qual a situação em que ela se encontrava antes da migração. Por volta do ano 2000, a área de informática da empresa vivia uma necessidade de crescimento e expansão, mas esbarrava em um problema de escalabilidade e no custo do modelo tradicional de aquisição de licenças de software e serviços. A empresa havia montado sua estrutura de informática com base em diferentes versões do NetWare, sistema operacional para servidores de arquivos, desenvolvido pela Novell. O ambiente de produção NetWare tinha versões para as quais a fabricante não oferecia mais suporte. Havia máquinas rodando NetWare 3.12, NetWare 5 e Microsoft Windows NT que, devido à defasagem tecnológica e à diversidade de versões do sistema operacional, travavam constantemente. O sistema de gestão empresarial da Copagaz era baseado em uma combinação de Clipper e Advantage Database Server (ADS, recentemente adquirido pela Sybase na compra da Extended Systems, em outubro de 2005). A estrutura de serviços de TI da empresa compreendia ainda os sistemas de fax (FAXserve), (MS Mail), backup (ARCserve) e anti-vírus (McAfee). Somente o custo com a atualização das versões e do número de usuários do Net- Ware beirava os R$ 100 mil. Uma migração para Linux, que acabaria inclusive com a limitação do número de usuários do sistema e que compreenderia também custos com consultoria e treinamento, teria um custo total de R$ 60 mil, que poderia ser diluído no andamento do projeto. Além disso, a migração implicaria em um enorme aumento de desempenho dos sistemas da companhia, como se verificou na prática. Como o Linux já havia apresentado bons resultados no projeto de um proxy de acesso à Internet, a empresa resolveu arriscar. Após uma análise inicial e consulta a prestadores de serviço especializados em SL/CA, um plano de migração detalhado foi elaborado e apresentado à diretoria da Copagaz. O processo de migração teve início na sede da empresa em São Paulo e se estendeu posteriormente às suas 16 filiais, depois que a primeira fase na matriz foi concluída com sucesso. Os sistemas NetWare foram substituídos por sistemas Conectiva Linux 8, configurados como servidores Samba (com ACLs, Access Control Lists). O ERP permaneceu em Clipper, rodando agora em Linux via FlagShip. As soluções de fax e foram trocadas por soluções de código aberto (Hylafax e qmail, respectivamente) e os sistemas de backup e anti-vírus foram mantidos. Uma vez que a plataforma Linux estava disponível, diversos serviços novos foram disponibilizados, tais como a Intranet (utilizando o servidor web Apache), um sistema anti-spam (usando o Spamassassin), agendamento de tarefas (com o cron), além de alta-disponibilidade (utilizando Heartbeat e DRBD). Segundo Melero, durante a migração, os benefícios foram ficando cada vez mais evidentes. O processo de fechamento de estoque para cada filial, que levava de 40 minutos a uma hora, passou a levar no máximo 3 minutos! Tornou-se possível 16 maio 2006 edição 19

4 Banco de Dados Oracle 10g Agora O Banco de Dados número 1 do mundo também para pequenas e médias empresas A partir R$ 327,00 por usuário Banco de Dados Oracle 10g Fácil de usar. Fácil de gerenciar. oracle.com/standardedition ou ligue para As seguintes condições e restrições são aplicáveis: o Banco de Dados Oracle 10g Standard Edition One está disponível para licenciamento em duas modalidades: Named User Plus a R$ 327,00 por usuário com um licenciamento mínimo de cinco usuários e Processor a R$ ,00 por processador. O licenciamento do Banco de Dados Oracle 10g Standard Edition One é permitido em servidores que tenham capacidade máxima de 2 CPUs por servidor. Aos valores acima serão acrescidos os tributos aplicáveis. Oferta válida até 31/05/2006. Para mais informações, visite Copyright 2006, Oracle. Todos os direitos reservados. Oracle, JD Edwards e PeopleSoft são marcas registradas da Oracle Corporation e/ou de suas afiliadas. Outros nomes podem ser marcas comerciais de seus respectivos proprietários.

5 Notícias Evento Figura 3: Participação do público durante a apresentação dos casos de sucesso. acessar remotamente o ERP da empresa, o acesso à Internet foi centralizado, o serviço de pôde ser finalmente estendido a todos os funcionários da companhia, o sistema anti-vírus passou a ser atualizado automaticamente etc. Segundo o gerente de TI da Copagaz, na agenda de novos projetos com SL/CA da empresa estão a atualização do Conectiva Linux 8 para o Mandriva Linux, a implementação de um sistema LDAP de autenticação centralizado e a adoção de certificados digitais para acesso à Intranet e à Internet. Estão também em estudo o uso de tecnologia thin client onde for conveniente, a migração do ERP da empresa de Clipper para Java, bem como do FlagShip para MySQL ou PostgreSQL. Rádio e Televisão Após a pausa para o almoço, Gisele Moreira Caetano e Paulo Roberto P. dos Santos, respectivamente Gerente de Informática e Coordenador da Área de Administração de Redes e Suporte a Servidores do Grupo Bandeirantes de Comunicação, iniciaram a apresentação do caso de sucesso de migração para Software Livre do sistema de acesso à Internet da empresa. Nessa área, especificamente, havia pelo menos cinco necessidades básicas dentro da estrutura de TI da Band que não estavam sendo atendidas de modo satisfatório: suprir o acesso à Internet para usuários (24 7), disponibilizar uma estrutura de segurança flexível para atender ao setor de jornalismo da empresa, reservar banda de Internet para tráfego de conteúdo jornalístico de correspondentes internacionais e colaboradores, prover acesso à Internet redundante a falhas e atender à alta carga de s de toda a emissora. No início de 2002, a estrutura de TI para acesso à Internet era baseada em 3 servidores rodando Microsoft Internet Security and Acceleration (ISA) Server 2000, e um firewall rodando Check Point Firewall-1, a uma banda de 3 Mbps. Segundo Paulo Santos, as dores de cabeça com essa infraestrutura começaram a se tornar intratáveis a partir dos 900 usuários. Os problemas eram muitos: dificuldade para bloqueio de conteúdo indevido, para se trabalhar com distribuição de banda (QoS) e em prover acesso para usuários usando Macintosh, relatórios de consumo de banda e de acesso incompletos, servidores operando com carga média de 70%, sistema de proteção contra ataques (IDS/IPS) com poucos níveis de resposta a ataques, pouca flexibilidade para criação de regras de firewall (que era gerenciado externamente), além de lentidão nos serviços de notícias e tráfego de informações e no acesso à Internet. O resultado disso tudo era um Help Desk sobrecarregado. O custo anual para manter essa solução era da ordem de R$ 360 mil. Uma atualização que pudesse resolver todos os problemas da empresa, em se mantendo o mesmo tipo de solução, elevaria esse custo para aproximadamente R$ 450 mil por ano. A migração para Linux e SL/CA, associados à prestação de serviços de consultoria e suporte de qualidade, fornecidos pela Snap IT, vieram pôr um fim a esses problemas. Com melhor relação custo/benefício, redução de custos e economia na contratação de serviços de manutenção, foi possível ainda investir na aquisição de 5 servidores novos, aumentar a banda da Internet de 3 Mbps para 8 Mbps e modernizar o parque tecnológico da área. Tudo isso, a um custo de R$ 200 mil/ano! Com a migração para Linux, atualmente 95% do conteúdo acessado é cacheado, há várias funcionalidades de segurança em uma única solução, com o uso de diversos tipos de bloqueio, resposta eficiente a ataques (a base de conhecimento do IDS/IPS é atualizada constantemente) e possibilidade de criação de vários níveis de acesso. Os serviços de Internet passaram a desfrutar de QoS com alta performance no acesso e relatórios de acesso e consumo de banda detalhados, alta velocidade no tráfego de notícias e integração com diversos tipos de sistemas operacionais. Tudo isso com os servidores Linux dois como proxy (rodando Squid 3.0 em paralelo), um como firewall (rodando Iptables), um como IDS/ IPS (rodando Snort) e um como backup para as 3 soluções anteriores operando a uma carga variando entre 1% e 15%. A migração resultou em um ambiente de TI mais flexível e estável, levando a uma queda de 40% dos chamados do Help Desk, além de possibilitar a criação de novos serviços agregados. O processo de migração foi tranqüilo, uma vez que um levantamento dos serviços das áreas afetadas foi realizado e um planejamento detalhado foi seguido, que consistiu na criação de um ambiente de testes com a equipe de TI e, posteriormente, com usuários previamente escolhidos. Todas as áreas da emissora foram avisadas das mudanças que iriam acontecer antecipadamente. O leitor pode ter mais detalhes a respeito desse caso de sucesso de migração na entrevista à página 10 desta edição, realizada pela Linux Magazine com os responsáveis por TI da Band, citados acima. Serviços O último case de sucesso apresentado nessa edição do LinuxPark foi o do Habib's. Eduardo Perline, Gerente de TI da maior rede de comida árabe do mundo, iniciou sua palestra mostrando um vídeo institucional da empresa e os números são impressionantes: são 15 centrais de produção, 260 lojas Habib s, 600 milhões de Bib'sfihas, 20 milhões de 18 maio 2006 edição 19

6 MELHOR NEGÓCIO A LONGO PRAZO O SUPORTE INCLUSO VALORIZA O INVESTIMENTO REDUÇÃO DO CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE LINUX OU WINDOWS SERVER VEJA OS FATOS. A TV CULTURA MIGROU DO LINUX PARA O WINDOWS SERVER. O CUSTO TOTAL DE PROPRIEDADE CAIU E O AMBIENTE DE REDE FICOU MAIS SEGURO. O custo total de propriedade existe sim, mas não pode ser resumido em números. Afinal, como medir o custo da falta de segurança em uma rede corporativa? O sistema Linux era totalmente vulnerável, sem o menor controle. Praticamente, partimos do zero. Com funcionários, tínhamos o desafio de implementar um servidor de rede e com segurança e baixo TCO. Por isso escolhemos a plataforma Microsoft. Paulo Spaccaquerche, Gerente de TI, TV Cultura. Para obter o estudo completo do caso e outras conclusões de terceiros, visite microsoft.com/brasil/fatos 2006 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados. Microsoft, o logotipo do Windows, Windows Server e Windows Server System são marcas registradas ou marcas da Microsoft Corporation nos Estados Unidos e/ou outros países. Os nomes das empresas e produtos reais mencionados aqui podem ser marcas comerciais de seus respectivos detentores.

7 Notícias Evento Figura 4: Da esquerda para a direita, de cima para baixo: Ariovaldo Branco, do Expresso Araçatuba, Reinaldo Melero, da Copagaz, Paulo Santos, da Band e Eduardo Perline, do Habib s. quibes, 10 milhões de beirutes e 10 milhões de pratos árabes consumidos anualmente por 120 milhões de clientes e servidos por 14 mil funcionários diretos! Segundo Perline, o envolvimento do Habib's com TI teve início em 1997, quando o seu primeiro servidor de acesso à Internet, à época um IBM Netfinity 3000 rodando Windows NT, entrou em operação. Já naquele ano, a empresa faria o seu primeiro contato com o Linux, através da fornecedora de serviços Internetmídia, responsável pelo desenvolvimento do Pedidonet, sistema que funciona entre as lojas do Habib's e as 15 centrais de produção, e que é responsável por coordenar todos os pedidos diários de materiais e produtos, possibilitando à direção da empresa realizar o acompanhamento em tempo real dessas operações. No princípio, o sistema de pedidos era realizado por fax, com todos os problemas inerentes a esse tipo de operação, muito mais demorada e burocrática. Perline conta que a central de produção dispunha de 5 aparelhos de fax para realização dos pedidos, em média 250 por dia. Como cada fax enviado precisava ser copiado para gerar uma via de segurança, a quantidade de papel diária utilizada pela empresa beirava as 500 páginas. O conteúdo dessas páginas ainda tinha que ser digitado para gerar a nota fiscal e a guia de cobrança de cada pedido. Para resolver esses problemas, a Internetmídia desenvolveu uma primeira versão do Pedidonet, que usava bases de dados em formato TXT (entre outras coisas) e exigia integrações avançadas em Clipper. Esse sistema já possibilitava a realização de pedidos via Internet e um certo nível de integração dos sistemas, mas requeria a digitação dos pedidos, sua conferência e confirmação, além da geração de um protocolo para cada operação. As vantagens eram a recepção automática dos pedidos e a geração das notas fiscais e das guias de cobrança. Os dados passaram a ser invioláveis com o sistema. Com o crescimento da empresa, essa solução começou, entretanto, a apresentar problemas de escalabilidade. Havia uma constante demanda para atualização e para crescimento da capacidade de armazenamento e processamento, barradas pelo aumento de custo com licenças de aplicativos e pelo crescimento constante dos custos externos (estrutura de , manutenção). A estratégia para resolver esses problemas foi buscar uma melhoria na relação custo-benefício da infraestrutura de TI, internalizando (verticalizando) serviços, além de buscar maior confiabilidade e estabilidade dos serviços de informática a longo prazo. A execução dessa estratégia foi realizada através da combinação de duas tecnologias básicas: Linux e servidores potentes (IBM). Foram realizados investimentos em consultoria em SL/CA, uma vez que a equipe de TI da empresa tinha pouco conhecimento dessas tecnologias. A parceria com a Internetmídia foi fundamental para a implementação e migração dos sistemas e para a transferência de know-how na solução Linux. A 4Linux forneceu treinamento e certificação para a equipe, capacitada assim a realizar o gerenciamento da mudança de sistemas. Também foi fundamental o envolvimento direto da diretoria em todo o projeto. A especificação técnica do projeto foi então realizada, tendo sido usada a distribuição Red Hat Enterprise Linux nos servidores: 1 servidor de arquivo (Samba), 1 servidor de Internet rodando DNS próprio, 2 sistemas de segurança (Iptables), 1 servidor de (Postfix) e 1 servidor de aplicação (LAMP). Além da mudança da plataforma operacional em torno do sistema Pedidonet, aproveitou-se a oportunidade para criar a infraestrutura da Voxline, empresa também pertencente ao Grupo Alsaraiva, responsável pelo atendimento dos serviços Delivery 28 Minutos e Alô Tia Eda, com 700 posições de atendimento, Frame Relay com as lojas da rede e uma infraestrutura com 18 servidores rodando Red Hat Entreprise Linux e 120 PCs funcionando com o conjunto de aplicativos para escritório OpenOffice.org. Todo o projeto, após a especificação e a análise, teve um tempo de implementação de 3 meses e consumiu investimentos da ordem de R$300 mil (em equipamentos, treinamento e serviços), trazendo um retorno de investimento (ROI) de 40% nos custos operacionais, com aumento de produtividade através do uso de s. 20 maio 2006 edição 19

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