A dinâmica inovativa do subsistema de base mecânica, eletrônica e de materiais
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1 Ciências da Saúde / Saúde Coletiva / Saúde Pública A dinâmica inovativa do subsistema de base mecânica, eletrônica e de materiais Síntese O presente artigo apresenta e discute a dinâmica do subsistema de base mecânica, eletrônica e de materiais, considerando, frente à sua relevância econômica e a sua importância para o domínio de novas tecnologias em áreas estratégicas para o país, aspectos que condicionam o desenvolvimento deste segmento no Brasil e seus desafios. Utilizando a perspectiva sistêmica da economia política articula-se às dimensões econômicas e sociais ao caráter estratégico do subsistema, considerando, frente à sua relevância econômica e a sua importância para o domínio de novas tecnologias em áreas estratégicas para o país, aspectos que condicionam o desenvolvimento deste segmento no Brasil e seus desafios. Marcelo santo Grupo de Inovação em Saúde Fundação Oswaldo Cruz marcelo.santo@fiocruz.br José Maldonado - Grupo de Inovação em Saúde Fundação Oswaldo Cruz Jose.maldonado@ensp.fiocruz.br Carlos Gadelha - Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Ministério da Saúde Laís Costa Grupo de Inovação em Saúde Fundação Oswaldo Cruz Marco Vargas Grupo de Inovação em Saúde Fundação Oswaldo Cruz Introdução O subsistema de base mecânica, eletrônica e de materiais, reúne um conjunto bastante díspar de atividades de base física, mecânica, eletrônica e de materiais, agregadas à indústria de equipamentos e materiais médico-hospitalares e odontológicos. A despeito de sua heterogeneidade tecnológica, a base abre amplas perspectivas em termos de nichos competitivos, que se configuram em oportunidades para empresas de diversas especialidades e porte, culminando em uma concentração de mercado, com prevalência do internacional. Sobre esse quadro, Gadelha et al. 1 chama atenção para as transformações estruturais no que tange à dinâmica da base, devido às mudanças no padrão de competitividade dos países líderes em tecnologias, refletido, por sua vez, nas barreiras à novos entrantes, no
2 interesse explicito em mercados emergentes, e a nova conformação da base, dissociada dos demais subsistemas igualmente importantes do CEIS, como o de serviços. O presente artigo apresenta e discute a dinâmica do subsistema de base mecânica, eletrônica e de materiais, considerando, frente à sua relevância econômica e a sua importância para o domínio de novas tecnologias em áreas estratégicas para o país, aspectos que condicionam o desenvolvimento deste segmento no Brasil e seus desafios. Método Para percorrer o seu objetivo o artigo adota a perspectiva sistêmica da economia política para articular às dimensões econômicas e sociais ao caráter estratégico do subsistema de base mecânica, eletrônica. Busca assim, uma coerência entre o olhar sistêmico do CEIS, com os recursos e ferramentas disponibilizadas pela economia industrial. Para a análise da dinâmica do subsistema de base mecânica, eletrônica e de materiais, o artigo se estrutura em dois pilares metodológicos, que se complementam, a pesquisa bibliográfica e a abordagem documental. Os dados apresentados e discutidos foram gentilmente cedidos pelo Grupo de Inovação em Saúde (ENSP/FIOCRUZ) e constituem-se em sua grande maioria fonte primária. Resultado e Discussão Não obstante ao crescimento recente do subsistema no Brasil, alguns desafios, que impõem claros limites à sua consolidação competitiva, precisam ser superados. No país, os gastos em atividades internas de P&D em relação às vendas situam-se muito aquém dos percentuais internacionais, não conferindo à indústria local competitividade internacional 2. A perda de competitividade do subsistema também é evidente, quando se observa os dados relativos à balança comercial do CEIS. Dos U$ 10 bilhões do déficit do CEIS acumulado em 2011, 23% US 2,3 bilhões, foram lançados à conta do subsistema 3. Diante dessa fragilidade que municia a tensão permanente entre a lógica da indústria (econômica) e a sanitária (social), o grande desafio que emerge é como vincular o desempenho recente com estratégias mais agressivas de inovação, com vista a uma dinâmica mais virtuosa que diminua a vulnerabilidade do nosso sistema de saúde. No sentido de ampliar as vantagens competitivas da indústria nacional, o uso do poder de compra do Estado é uma condição primordial à não dependência de importações com gasto excessivo de divisas, sujeita às oscilações do mercado financeiro internacional e refém de estratégias competitivas completamente alheias ao interesse nacional. Referência 1. Gadelha, C.A.G.; Maldonado, J.M.S.V.; Vargas, M.; Barbosa, P.R. Sistema produtivo: Complexo Econômico- Industrial da Saúde. In: Gadelha (coord), Projeto Perspectiva de Investimento no Brasil (IE-UFRJ/IEUnicamp/ BNDES). Rio de Janeiro, 2009.
3 2. Gadelha, C.A.G; Costa, LS; Maldonado, JMSV; Vargas, M.A.; Quental, C. Desenvolvimento produtivo e complexo da saúde: a inserção do CEIS na política de desenvolvimento nacional, perspectivas para , PARTE 6. In: Saúde Brasil SAE-Fiocruz: 2011 (Mimeo). 3. Gadelha, C.A.G; Maldonado J.M.S.V; Vargas, M.A. & Barbosa, P. (2009a) Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Relatório Final do Projeto Projeto PIB: Perspectiva do Investimento no Brasil. IE - UFRJ/IE-Unicamp - BNDES. Disponível em < Acesso em abril de 2011.
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