Manual de Fiscalização da Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A CVA e Itens Financeiros - IF

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1 Manual de Fiscalização da Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A CVA e Itens Financeiros - IF Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF Versão 01/2016

2 ÍNDICE 1. APRESENTAÇÃO COMPONENTES DAS TARIFAS FLUXO DO PROCESSO DE REAJUSTE TARIFÁRIO DOCUMENTOS A SEREM PROTOCOLADOS PELAS CONCESSIONÁRIAS PROCEDIMENTOS DE FISCALIZAÇÃO CONTA DE DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO CDE... 5 CONTA DE CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS CCC... 5 PROGRAMA DE INCENTIVOS ÀS FONTES ALTERNATIVAS PROINFA... 5 COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - CFURH TARIFA DE TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA PROVENIENTE DE ITAIPU BINACIONAL TI TARIFA DE USO DAS INSTALAÇÕES DE TRANSMISSÃO INTEGRANTE DA REDE BÁSICA - RB ENCARGOS DE SERVIÇOS DE SISTESMAS ESS... 6 ENCARGOS DE ENERGIA DE RESERVA - EER CUSTO DE AQUISIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GARANTIAS FINANCEIRAS (IF)... 8 ANEXO I... 9 Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF 2

3 1. APRESENTAÇÃO Este Manual, elaborado pela Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira da ANEEL SFF, reúne os procedimentos que norteiam as atividades de fiscalização da Conta de Compensação de Variação dos Valores de Itens da Parcela A CVA e Financeiros - IF, os quais compreendem o exame e a adequação dos valores apresentados, e que deverão ser observados pelas Concessionárias em decorrência do processo de revisão/reajuste tarifário. O objetivo deste Manual é orientar os procedimentos de fiscalização a serem observados pelos técnicos da SFF e das agências reguladoras dos Estados conveniados, com vistas à obtenção de padronização, aderência com os normativos, celeridade e objetividade dos trabalhos, além de proporcionar condições para que as Concessionárias procedam a uma elaboração confiável dos custos e despesas incorridas no processo tarifário analisado. Impende ressaltar que as disposições deste Manual tratam de procedimentos de caráter orientativo para a fiscalização, não tendo o condão exaustivo ou que possam restringi-la. No caso de situações não previstas, as práticas reiteradamente observadas pela fiscalização também são normas complementares às disposições deste Manual e, quando em conflito, prevalecem sobre este. 2. COMPONENTES DAS TARIFAS A receita anual requerida da concessionária de distribuição se compõe de duas parcelas: Parcela A (custos não-gerenciáveis) e Parcela B (custos gerenciáveis). Para os itens da Parcela A foi criada uma conta contábil específica, denominada Conta de Compensação de Variação de Valores de Itens da Parcela A CVA e subcontas a ela relacionadas, para efeito de controle, registro dos respectivos valores, suporte dos cálculos do reajuste da tarifa de fornecimento de energia elétrica, cuja variação não foi contemplada na tarifa. A parcela B não será objeto de análise no momento do reajuste tarifário. Os itens que compõem a conta CVA são os seguintes: a. Quota de recolhimento à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE); b. Quota de recolhimento à Conta de Consumo de Combustíveis (CCC); c. Quotas de energia e custeio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (PROINFA); d. Tarifa de Transporte de Energia Proveniente de Itaipu (TI); e. Tarifa de Uso das Instalações de Transmissão Integrantes da Rede Básica (RB); f. Conta de Compensação de Variações de Valores de Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH); g. Encargo do Serviço de Sistema (ESS); h. Encargo de Energia de Reserva (EER); Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF 3

4 i. Custo de Aquisição de Energia Elétrica (ENERG); Os Itens Financeiros são os seguintes: a. RTE Recomposição Tarifária Extraordinária Saldo a Compensar; b. Garantias Financeiras na contratação regulada de energia. 3. FLUXO DO PROCESSO DE REAJUSTE TARIFÁRIO Conforme Ofício Circular nº 14/2014-SRE-SFF/ANEEL, de 14 de maio de 2014, o saldo da CVA é apurado a partir de dados fornecidos diretamente pela Concessionária à Superintendência de Gestão Tarifária SGT, encaminhados até o trigésimo dia anterior à data de aniversário contratual, de acordo com o PRORET. Após a análise das informações e realização de eventuais ajustes pela SGT, os resultados são considerados no processo tarifário, o qual é submetido à deliberação da Diretoria Colegiada da Aneel. Após a homologação do reajuste tarifário, as planilhas com os valores considerados são encaminhadas à SFF para fins de fiscalização, cabendo a esta confirmar os dados utilizados no cálculo ou proceder a eventuais ajustes. Os valores ajustados decorrentes do resultado da fiscalização serão incorporados ao processo tarifário subsequente, devidamente atualizados pela Taxa Selic. A fiscalização dos Itens Financeiros RTE Recomposição Tarifária Extraordinária Saldo a Compensar e Garantias Financeiras, quando houver, permanece prévia ao reajuste tarifário. 4. DOCUMENTOS A SEREM PROTOCOLADOS PELAS CONCESSIONÁRIAS Para fins de fiscalização da CVA, a Concessionária deverá, na mesma data da apresentação dos dados à SGT, protocolar na Aneel, destinado à SFF, o pleito do reajuste tarifário acompanhado dos seguintes documentos e arquivos eletrônicos em mídia digital: a. Faturas e comprovantes de pagamentos de todas as parcelas da CDE, CCC, Proinfa, Transporte de Itaipu e CFURH; b. Arquivos contendo os Avisos de Débitos - AVDs disponibilizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS e memória de cálculo da ultrapassagem (Ponta e Fora Ponta) em excel; c. Planilha de Apuração do ESS e suas recontabilizações, conforme modelo disponibilizado pela SFF, devidamente validada pelo Controle Interno da Concessionária; d. Notas de liquidação mensal do SUM001 e da Energia de Reserva (quando houver); e. Relatórios CCEE (em formato excel): SUM001, CTO001, RES005, CSR001, ENC002, LFMCSD004, LFRCGF001, ARCGF002 e ARVEN003; Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF 4

5 f. Planilha de Apuração da Energia, conforme modelo disponibilizado pela SFF, devidamente validada pelo Controle Interno da Concessionária, evidenciando as justificativas para as diferenças; g. Razão contábil do período referente ao IRT anterior e memória de cálculo dos valores ajustados pela SFF e homologados pela Diretoria. Para fins de fiscalização das Garantias Financeiras (IF), a Concessionária deverá, até o 60º dia anterior à data de reajuste tarifário, protocolar na Aneel, destinado à SFF, planilha contendo os valores pleiteados, acompanhada dos seguintes documentos em mídia digital: a. Comprovantes de pagamentos; b. Contratos firmados com a instituição financeira gestora. Se julgados necessários e a critério do técnico responsável pela fiscalização, outros documentos/relatórios/comprovantes poderão ser solicitados. 5. PROCEDIMENTOS DE FISCALIZAÇÃO 5.1 CONTA DE DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICO CDE CONTA DE CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS CCC PROGRAMA DE INCENTIVOS ÀS FONTES ALTERNATIVAS PROINFA COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELA UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS - CFURH Verificar ainda, a última competência de pagamento considerada no IRT anterior, a fim de evitar possível duplicidade. Para o PROINFA, atentar para o fato de que os pagamentos serão sempre efetuados no mês anterior ao da respectiva competência. 5.2 TARIFA DE TRANSPORTE DE ENERGIA ELÉTRICA PROVENIENTE DE ITAIPU BINACIONAL TI Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF 5

6 Verificar a última competência considerada no IRT anterior, a fim de evitar possível duplicidade. Verificar, ainda, se ao valor da tarifa mensal foi acrescido o percentual de PIS/COFINS. 5.3 TARIFA DE USO DAS INSTALAÇÕES DE TRANSMISSÃO INTEGRANTE DA REDE BÁSICA - RB O valor informado na planilha deverá ser segregado em Ponta e Fora Ponta, conforme os Avisos de Débito AVD emitidos pelo ONS. O valor de Ponta é composto pelas parcelas EUST RB e RF, Parcela Itaipu, TUSDg-T, TUSDg-ONS, Parcela de Ajuste Fronteira, Parcela Variável RB e RF e PIS/PASEP e COFINS proporcionais. O valor de Fora Ponta é composto pelas parcelas EUST RB e RF e PIS/PASEP e COFINS proporcional. Para a seleção de amostra de faturas e comprovantes de pagamentos deverá ser observada a metodologia constante do Anexo I. Verificar a última competência considerada no IRT anterior, a fim de evitar possível duplicidade. 5.4 ENCARGOS DE SERVIÇOS DE SISTESMAS ESS ENCARGOS DE ENERGIA DE RESERVA - EER Quanto ao ESS, confrontar os valores homologados no reajuste tarifário com os quadros 1.1 e 1.3 do Relatório SUMÁRIO, emitido pela CCEE. Os acrônimos correspondem aos efeitos de ajustes esporádicos que a CCEE promove na contabilização em decorrência de atos legais, como Liminares, Despachos, Resoluções, entre outros, passíveis de reconhecimento como ESS e incluídos através do Mecanismo Auxiliar de Contabilização MAC. Nas recontabilizações de competências anteriores deverão ser apuradas somente as diferenças entre o efetivamente pago à época vigente e os novos valores divulgados pela CCEE, atentando para a respectiva competência. Conforme disposto na letra c) do Item 4, a Concessionária sob fiscalização deverá protocolar a Planilha de Apuração do ESS, adaptada à sua realidade operacional, devidamente validada pelo Controle Interno. Tal ferramenta tem por objetivo otimizar o procedimento fiscalizatório, Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF 6

7 propiciando que a Concessionária identifique previamente possíveis inconsistências, mantenha controle sobre os acrônimos que a afetam e, por consequência, registros contábeis adequados. Caso o Relatório SUMÁRIO contenha novos acrônimos, a Concessionária é a responsável por solicitar orientação à equipe técnica da SGT quanto à classificação e proceder à inclusão tempestiva na sua respectiva planilha. Caso o acrônimo possua apenas variação na sua nomenclatura, a Concessionária deverá efetuar sua inclusão na respectiva planilha conforme classificação pretérita. Quanto ao EER, confrontar os valores das Notas de Liquidação do Encargo de Energia de Reserva e Relatório RES05, ambos emitidos pela CCEE, com os respectivos comprovantes de pagamento. 5.5 CUSTO DE AQUISIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA Para os contratos por disponibilidade, montantes (MWh), efeitos da contratação (por Disponibilidade, cotas de Garantia Física, comercialização de Energia Nuclear e CCEAR Quantidade de Usinas Aptas), Cotas de Garantia Física e Energia Nuclear e Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits, confrontar com os relatórios específicos emitidos pela CCEE. Conforme disposto na letra g) do Item 4, a Concessionária sob fiscalização deverá protocolar a Planilha de Apuração da Energia, adaptada à sua realidade operacional, devidamente validada pelo Controle Interno. Tal ferramenta tem por objetivo otimizar o procedimento fiscalizatório, propiciando que a Concessionária identifique previamente possíveis inconsistências, mantenha controle sobre os pagamentos efetuados, ressarcimentos, montantes e demais itens relacionados e, por consequência, registros contábeis adequados. Para cada inconsistência em relação aos relatórios da CCEE, a Concessionária deverá providenciar o devido ajuste ou apresentar a respectiva justificativa. Durante o procedimento fiscalizatório será verificado o preenchimento da referida planilha, bem como os ajustes e eventuais justificativas. Para os contratos por disponibilidade, observar os valores apurados por meio do Relatório Receita de Vendas RRV, evidenciando os ressarcimentos a serem deduzidos. Para os montantes, observar a quantidade (MWh) apurada por meio do Relatório CTO Para os efeitos, observar os valores apurados por meio dos Relatórios SUM001.1 e CSR Para as cotas, CCGF e CCEN, observar os valores apurados por meio dos Relatórios ARCGF002.2 e ARVEN003.2, respectivamente. Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF 7

8 Para o MCSD, observar os valores apurados por meio do Relatório LFMCSD Para os acrônimos que afetam a Energia, já identificados na Planilha de Apuração do ESS (aba Energia), observar os valores apurados por meio do Relatório SUMÁRIO. Observar ainda, eventual alteração ou substituição dos relatórios supracitados. Para a seleção de amostra de faturas e comprovantes de pagamentos deverá ser observada a metodologia constante do Anexo I. 5.6 GARANTIAS FINANCEIRAS (IF) Verificar ainda, se os valores pleiteados estão em conformidade com os contratos firmados com a instituição financeira gestora. Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF 8

9 ANEXO I TABELA PARA DETERMINAÇÃO DO TAMANHO DA AMOSTRA Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira SFF 9