Supremo Tribunal Federal

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1 Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 10 16/04/2015 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA DISTRITO FEDERAL RELATORA EMBTE.(S) ADV.(A/S) EMBDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. ROSA WEBER :THOMAZ THOMPSON FLORES NETO :THOMAZ THOMPSON FLORES NETO :SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS E M E N T A EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA. AGRAVO REGIMENTAL. ATOS JURISDICIONAIS PRATICADOS PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. NÃO CABIMENTO DO WRIT. CONFORMIDADE DOS ATOS IMPUGNADOS À JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE, DIANTE DO ABUSO NO EXERCÍCIO DO DIREITO DE RECORRER. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DA AMPLA DEFESA. OMISSÃO INOCORRENTE. CARÁTER INFRINGENTE. Não se prestam os embargos de declaração, não obstante sua vocação democrática e a finalidade precípua de aperfeiçoamento da prestação jurisdicional, para o reexame de questões de fato e de direito já apreciadas no acórdão embargado ou para a veiculação de teses inovadoras e argumentos superados pelas razões embasadoras do julgado. Ausência de omissão ao feitio legal, a teor do art. 535 do CPC, a evidenciar o caráter meramente infringente da insurgência. Embargos de declaração rejeitados. A C Ó R D Ã O Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do, em Sessão Plenária, sob a documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

2 Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 2 de 10 Presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, em rejeitar os embargos de declaração. Ausentes, neste julgamento, os Ministros Luiz Fux e Roberto Barroso. Brasília, 16 de abril de Ministra Rosa Weber Relatora 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

3 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 3 de 10 16/04/2015 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA DISTRITO FEDERAL RELATORA EMBTE.(S) ADV.(A/S) EMBDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. ROSA WEBER :THOMAZ THOMPSON FLORES NETO :THOMAZ THOMPSON FLORES NETO :SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL :SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS R E L A T Ó R I O A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Contra o acórdão (doc. 24) pelo qual este Pleno negou provimento, em , ao agravo regimental manejado contra decisão monocrática da minha lavra, em que não conheci do mandado de segurança impetrado, indeferindo a inicial, opõe embargos de declaração (doc. 27) Thomaz Thompson Flores Neto. Com amparo no art. 535 do CPC, reputa omisso o julgado. Assevera ter impugnado satisfatoriamente a jurisprudência que afasta o cabimento do mandado de segurança contra atos jurisdicionais quando ausente teratologia, em orientação consagradora de espécie de imunidade inaceitável embasada em precedentes que restringem o alcance da lei e, sobretudo, que violam garantia constitucional do cidadão (doc. 27, fl. 2), sem que o acórdão embargado tenha conferido o peso devido a esse argumento. Ausente, ainda, enfrentamento bastante da questão pertinente ao indevido exame do mérito da impetração por decisão monocrática, em usurpação de competência exclusiva do Colegiado, mormente porque eventual autorização legal para o exame da pretensão de forma isolada pelo Relator não poderia se sobrepor ao risco gerado pela possibilidade de que sua avaliação (...) possa estar equivocada (doc. 27, fl. 2). Invoca discrepância entre decisões proferidas nestes autos e emprocesso supostamente análogo, no tocante à manutenção ou não dos efeitos da suspensão processual decorrente de arguição de suspeição. Alega que, na presente hipótese, a simples decisão monocrática de negativa de seguimento da AS nº 68/RS, ajuizada contra o Ministro documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

4 Relatório Inteiro Teor do Acórdão - Página 4 de 10 Relator do RMS-AgR-ED-ED-ED-ED nº /RS e do AI-AgR-ED-ED- ED-EDv-AgR nº /RS, foi considerada suficiente para levantar a suspensão incidente sobre esses feitos, enquanto que, no outro caso, a suspensão teria perdurado enquanto pendentes recursos contra a decisão monocrática proferida na arguição de suspeição. Afirma ter sustentado, nas razões de agravo, ilegalidade da certificação de trânsito em julgado do AI-AgR-ED-ED-ED-EDv-AgR nº /RS quando em curso o prazo recursal, com enfrentamento, no acórdão embargado, apenas da questão relativa à determinação de baixa dos autos à origem, ponto não questionado nas razões correspondentes. Destaco cuidar-se de mandado de segurança impetrado contra atos jurisdicionais praticados pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal no julgamento do RMS-AgR-ED-ED-ED-ED nº /RS, e pelo Pleno desta Suprema Corte no julgamento do AI-AgR-ED-ED-ED-EDv- AgR nº /RS, ambos de relatoria do Ministro Teori Zavascki, que teria levado a julgamento o RMS-AgR-ED-ED-ED-ED nº /RS apesar de se encontrar pendente de julgamento definitivo a Arguição de Suspeição nº 68/DF, com comando, deste Pleno, de baixa imediata dos autos do AI-AgR-ED-ED-ED-EDv-AgR nº /RS, independentemente da publicação de acórdão, após reconhecimento de litigância de má-fé. É o relatório. 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

5 Voto - MIN. ROSA WEBER Inteiro Teor do Acórdão - Página 5 de 10 16/04/2015 PLENÁRIO EMB.DECL. NO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA DISTRITO FEDERAL V O T O A Senhora Ministra Rosa Weber (Relatora): Satisfeitos os pressupostos processuais extrínsecos, passo à análise do mérito dos embargos de declaração. O embargante reputa omisso o julgado por entender que o acórdão: (i) não abordou de modo suficiente sua alegação relativa à violação das garantias constitucionais do cidadão diante da jurisprudência que afasta o cabimento de mandado de segurança contra atos jurisdicionais, quando ausente hipótese de teratologia; (ii) igualmente, não deu o devido respaldo à tese de que indevido o julgamento monocrático na espécie; (iii) deixou de considerar a existência de caso em que não levantada a suspensão processual decorrente de Arguição de Suspeição contra Ministro Relator enquanto pendente recurso da decisão monocrática denegatória de seguimento a tal medida; e (iv) justificou a prática do comando de imediata baixa dos autos diante da litigância de má-fé declarada, mas não o de certificação imediata do trânsito em julgado, antes do efetivo decurso do prazo recursal. O acórdão embargado está assim ementado (doc. 24): AGRAVO REGIMENTAL EM MANDADO DE SEGURANÇA. ATOS JURISDICIONAIS PRATICADOS PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AUSÊNCIA DE TERATOLOGIA. NÃO CABIMENTO DO WRIT. CONFORMIDADE DOS ATOS IMPUGNADOS À JURISPRUDÊNCIA DESTA SUPREMA CORTE, DIANTE DO ABUSO NO EXERCÍCIO DO DIREITO DE RECORRER. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DA AMPLA DEFESA. Conforme pacífica jurisprudência desta Suprema Corte, o mandado de segurança não se consubstancia em uma nova via recursal para a reiteração da irresignação do interessado contra determinado ato jurisdicional. Por isso, exige-se a demonstração de documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

6 Voto - MIN. ROSA WEBER Inteiro Teor do Acórdão - Página 6 de 10 inequívoca teratologia, situação ausente na presente hipótese. As medidas adotadas encontram respaldo na lei processual e na jurisprudência. Agravo regimental conhecido e não provido. Não se fazem presentes as chamadas condições de embargabilidade. Em absoluto se ressente o acórdão embargado dos vícios da omissão ao feitio legal que se lhe imputam. Ao contrário, devidamente explicitadas as razões de decidir e enfrentadas as questões necessárias e suficientes ao deslinde da controvérsia, consabido não se encontrar o juízo, consoante entendimento jurisprudencial pacífico nesta Suprema Corte, jungido a responder a todos os argumentos veiculados pelos litigantes. Colho, por todos, o seguinte precedente: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDORES DO ESTADO DE SANTA CATARINA. GRATIFICAÇÃO COMPLEMENTAR DE VENCIMENTO. 6º DO ARTIGO 1º DA LEI ESTADUAL Nº 9.503/94. OMISSÃO INEXISTENTE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. Não padece de omissão o acórdão proferido de forma clara, precisa e suficientemente fundamentada, pois é cediço que o Juiz não está obrigado a responder, um a um, aos argumentos expendidos pelas partes. Matéria de fundo dirimida em conformidade com a jurisprudência do Plenário e de ambas as Turmas do STF. Precedentes: RE , AgR, AgR, AgR e AgR. Embargos de declaração rejeitados. (RE AgR-ED, Rel. Min. Carlos Britto, 1ª Turma, julgado em , DJ ) Os quatro pontos de suposta omissão invocados traduzem na verdade irresignações quanto ao mérito do decidido, expresso o julgado a respeito. A decisão embargada dedicou vinte e duas laudas à abordagem do necessário reconhecimento de teratologia no ato judicial coator como premissa ao conhecimento do mandado de segurança contra ele 2 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

7 Voto - MIN. ROSA WEBER Inteiro Teor do Acórdão - Página 7 de 10 impetrado, e consignou explicitamente não ostentarem, os atos jurisdicionais questionados, tal qualidade imprescindível à própria admissibilidade da impetração. Essa conclusão, por si só, consubstancia de forma mais que suficiente o embasamento necessário à rejeição das insurgências apresentadas. Não há, diante da firmeza com que se coloca o não cabimento do mandado de segurança contra ato jurisdicional não teratológico, qualquer necessidade de explicitar motivos individuais de rejeição a cada peculiaridade claramente alcançada e suficientemente respondida pela argumentação apresentada. Já a possibilidade de julgamento monocrático, inclusive de mérito, foi enfrentada não apenas em seu sentido material na medida em que o exame da essência do ato jurisdicional, nessas hipóteses, é indissociável do próprio cabimento do writ, conforme exposto mas também em sua perspectiva processual, com destaque ao disposto no art. 205 do Regimento Interno do e à jurisprudência relacionada à aplicação de tal dispositivo por esta Suprema Corte. Ressalto que o ponto relativo ao levantamento da suspensão processual incidente sobre o RMS-AgR-ED-ED-ED-ED nº /RS, em virtude da decisão do Ministro Presidente denegatória de seguimento à Arguição de Suspeição nº 68/RS, foi devidamente abordado tanto na decisão monocrática quanto no acórdão embargado. Naquela, consignei as seguintes razões: O art. 265, 4º, do CPC remete a disciplina da exceção ao Regimento Interno dos Tribunais e o RISTF, em seu art. 280, autoriza o Presidente desta Corte a arquivar de plano a petição manifestamente improcedente, como ocorreu no caso. Não se altera o quadro apenas pelo fato de que, em tese, cabível agravo regimental da decisão monocrática do Presidente, pois relevante é a preexistência do indeferimento liminar da exceção de suspeição em data anterior à retomada do julgamento do RMS-AgR-ED-ED-ED-ED nº /RS. No agravo, além da transcrição integral dos fundamentos da 3 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

8 Voto - MIN. ROSA WEBER Inteiro Teor do Acórdão - Página 8 de 10 decisão monocrática, trecho do Parecer do Ministério Público Federal foi colacionado a propósito: (...) a Procuradoria-Geral da República, no Parecer 729- PGR-RJMB, da lavra do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, nos autos da Arguição de Suspeição 68, reconhecendo a improcedência das imputações ao Ministro Teori Zavascki no exercício de sua jurisdição, exarou o entendimento resumido pela seguinte ementa: Arguição de suspeição. Incidente oposto com fundamento no teor jurídico das decisões proferidas pelo arguido e que traduz mero inconformismo da parte com o decidido em seu desfavor. Ausência de demonstração de qualquer parcialidade do arguido. Parecer pelo não acolhimento da arguição. Assim, percebe-se que as providências tomadas pelo Ministro arguido se alinharam à perfeição com as leis processuais e o Regimento Interno do STF, não havendo qualquer razoabilidade no reconhecimento de nulidades processuais decorrentes de sua conduta como magistrado (parecer, fls. 5-6). Nada existe de teratológico, portanto, em tal providência. Destaco, mais uma vez, que apenas a teratologia justificaria o cabimento do mandado de segurança contra ato jurisdicional. Esta não está presente no procedimento adotado, assim como não pode decorrer de ilações formadas a partir de comparações entre casos supostamente semelhantes. Por outro lado, parece óbvio que a declaração de trânsito em julgado é providência antecedente e indispensável ao comando de baixa dos autos à origem. Portanto, justificada a ordem de baixa pela práxis desta Suprema Corte em casos de declarada litigância de má-fé, necessariamente tem-se por compreendida nessa perspectiva a providência relacionada à certificação do trânsito. Enfim, não se prestam, os embargos de declaração, em qualquer hipótese, não obstante a vocação democrática que ostentam e presente 4 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

9 Voto - MIN. ROSA WEBER Inteiro Teor do Acórdão - Página 9 de 10 sua finalidade precípua de aperfeiçoamento da prestação jurisdicional, para o reexame de questões de fato e de direito já apreciadas ou para veiculação de teses inovadoras ou argumentos superados diante dos fundamentos embasadores da decisão, com evidente intuito infringente. Não configuradas, portanto, quaisquer das hipóteses elencadas no art. 535 do CPC, evidencia-se tão somente o inconformismo da parte com a decisão que lhe foi desfavorável. Rejeito, pois, os embargos declaratórios. É como voto. 5 documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número

10 Extrato de Ata - 16/04/2015 Inteiro Teor do Acórdão - Página 10 de 10 PLENÁRIO EXTRATO DE ATA EMB.DECL. NO AG.REG. EM MANDADO DE SEGURANÇA PROCED. : DISTRITO FEDERAL RELATORA : MIN. ROSA WEBER EMBTE.(S) : THOMAZ THOMPSON FLORES NETO ADV.(A/S) : THOMAZ THOMPSON FLORES NETO EMBDO.(A/S) : SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADV.(A/S) : SEM REPRESENTAÇÃO NOS AUTOS Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, rejeitou os embargos de declaração. Ausentes, neste julgamento, os Ministros Luiz Fux e Roberto Barroso. Presidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, Presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio, Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki e Roberto Barroso. Vice-Procurador-Geral Eleitoral da República, Dr. Eugênio José Guilherme de Aragão. p/ Fabiane Pereira de Oliveira Duarte Assessora-Chefe do Plenário Documento assinado digitalmente conforme MP n /2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico sob o número