UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ THAIS HELENA ADAM DE OLIVEIRA CONTROLE INTEGRADO DE ROEDORES SINANTRÓPICOS COMENSAIS NO COMÉRCIO DE ALIMENTOS
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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ THAIS HELENA ADAM DE OLIVEIRA CONTROLE INTEGRADO DE ROEDORES SINANTRÓPICOS COMENSAIS NO COMÉRCIO DE ALIMENTOS CURITIBA 2012
2 THAIS HELENA ADAM DE OLIVEIRA CONTROLE INTEGRADO DE ROEDORES SINANTRÓPICOS COMENSAIS NO COMÉRCIO DE ALIMENTOS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária. Orientadora: Profª Drª Anderlise Borsoi. CURITIBA 2012
3 Reitor Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitora Acadêmica Prof a Carmen Luiza da Silva Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Sr. Afonso Celso Rangel Santos Pró-Reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão Prof a Roberval Eloy Pereira Secretário Geral Prof. João Henrique Faryniuk Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária Prof a Ana Laura Angeli Coordenadora de Estágio Curricular do Curso de Medicina Veterinária Prof a Ana Laura Angeli Metodologia Cientifica Prof. Jair Mendes Marques CAMPUS: PROF. SYDNEI LIMA SANTOS (BARIGUI) Rua: Sydnei A. Rangel Santos, 238 Santo Inácio CEP: Curitiba - Paraná Fone:(41)
4 TERMO DE APROVOÇÃO THAIS HELENA ADAM DE OLIVEIRA CONTROLE INTEGRADO DE ROEDORES SINANTRÓPICOS COMENSAIS NO COMÉRCIO DE ALIMENTOS O presente Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado e aprovado para obtenção do título de Médica Veterinária no Curso de Graduação em Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, 05 de dezembro de Medicina Veterinária Universidade Tuiuti do Paraná Orientadora: Profª Doutora Anderlise Borsoi Universidade Tuiuti do Paraná Membros: Profª Doutora Silvana Krychak Furtado Universidade Tuiuti do Paraná Profª Cássima Garcia Laureano dos Santos Universidade Tuiuti do Paraná
5 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho ao meu Pai, meu Irmão, minha Dinda e minha família que acreditaram e incentivaram este sonho de vida inteira e que são os responsáveis pela minha orientação moral. Aos colegas de todos os períodos que estiveram comigo nesta caminhada, em especial, Rosana, Nani, Lisis, Virgula, Paola, Lola, Leila, Carol, Carolzinha, Maicon, que levemos nossa amizade para o resto da vida. Aos meus orientadores Anderlise Borsoi e Eduardo A. S. Lobato que contribuíram com seus conhecimentos em todos os sentidos de forma ampla e clara, ajuda na vida acadêmica e por sua amizade e confiança em mim depositados e aos demais professores da UTP que fizeram da universidade a extensão do meu lar, nesses anos todos.
6 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus e a minha Mãe por iluminar cada passo dado e me afastado de todo perigo, e ao meu Pai por me dar a oportunidade de chegar até aqui e me tornar uma Médica Veterinária.
7 RESUMO Os Roedores Sinantrópicos Comensais conhecidos popularmente por ratazanas, ratos de telhado e camundongos geram uma perda anual de cerca de 8% da produção mundial de alimentos (cerais e grãos principalmente). Além de causarem prejuízos econômicos, estão diretamente associados à Saúde Pública em decorrência de serem reservatórios de agentes de zoonoses. O Controle Integrado de Roedores ou de outras pragas num geral, tem como objetivo de impedir a instalação e proliferação desses animais indesejados no comércio, com a incorporação de medidas preventivas e corretivas no local, utilizando raticidas apenas quando estas medidas não são efetuadas com sucesso. Palavras chave: Roedores Sinantrópicos Comensais, Controle Integrado de Pragas, Zoonoses.
8 LISTA DE FIGURAS Figura 1 HIGIENIZAÇÃO CORRETA DAS MÃOS 18 Figura 1.1 HOMOGENEIZADOR 19 Figura HIGIENIZAÇÃO DO HOMOGENEIZADOR 20 Figura 1.3 EMBALAGENS EM PALETES DE PLÁSTICO 21 Figura 1.4 ESBOÇO DA PLANTA DO AÇOUGUE 21 Figura 2 PRODUTO DOM INDÍCIO DE RECONGELAMENTO 22 Figura 2.1- EXEMPLO DE PLANILHA DE HIGIENIZAÇÃO PRESENTE NOS SETORES, COM OBJETIVO DE CONTROLE DOS PROCEDIMENTOS DE HIGIENE 23 Figura 2.2- PEIXES COM COBERTURA DE GELO DENTRO DA CÂMARA DE REFRIAMENTO 23 Figura 2.3 ESBOÇO DA PLANTA DA PEIXARIA 24 Figura 3 ÁREA DE VENDAS 24 Figura 3.1 PARTE INTERNA DO MARACANÃ 25 Figura 3.2 ESBOÇO DA PLANTA DA SALSICHARIA 26 Figura 4 QUEIJO MUSSARELA PARA PRODUÇÃO DE CROASSAINT IDENTIFICADO 27 Figura 4.1 ÁREA DE MANIPULAÇÃO DA PADARIA 27 Figura 4.2 ESBOÇO DA PLANTA DA PADARIA 28 Figura 5 EXPOSITOR REFRIGERADO DE BOLOS 28 Figura 5.1 AFERIÇÃO DE TEMPERATURA DO LOCAL DE MANIPULAÇÃO 29 Figura 5.2 PRODUTO PRONTO, EMBALADO E IDENTIFICADO 29 Figura 6 ESBOÇO DA PLANTA DA CAFETERIA 30 Figura 7 MELANCIA FRACIONADA SEM IDENTIFICAÇÃO E MAMÃO FRACIONADO SEM DATA DE VALIDADE NA ÁREA REFRIGERADA 31 Figura 7.1 ESBOÇO DA PLANTA DO FLV 31 Figura 8 PRODUTOS EXCEDENDO O LIMITE DE ABASTECIMENTO 32 Figura 8.1 ESBOÇO DA PLANTA DO PAS 32
9 Figura 9 PRODUTOS DEVIDAMENTE ESTOCADOS 33 Figura 10 MORFOLOGIA COMPARATIVA DAS ESPÉCIES DE ROEDORES SINANTRÓPICOS 39 Figura 11 RATAZANA OU RATO DE ESGOTO 39 Figura 11.1 CARACTERÍSTICA DA RATAZANA 40 Figura 12 RATO DO TELHADO OU RATO PRETO 41 Figura 12.1 CARACTERÍSTICAS DO RATO DE TELHADO 42 Figura 13 CAMUNDONGO OU RATO CASEIRO 43 Figura 13.1 CARACTERÍSTICAS DO CAMUNDONGO 43 Figura 14 QUADRO DEMONSTRATIVO DO CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS 45 Figura 15 HIGIENIZAÇÃO DIÁRIA DO ESTABELECIMENTO 46 Figura 15.1 INSPEÇÃO DE VEÍCULOS E PRODUTOS RECEBIDOS 47 Figura 15.2 PRODUTO ARMAZENADO EM PALETE E PROTEGIDO 47 Figura 15.3 ACESSO PARA ROEDORES 48 Figura 15.4 PRESENÇA DE FEZES DE ROEDORES 48 Figura 15.5 PEGADAS DE ROEDORES 48 Figura 16 BUEIRO FECHADO 49 Figura 16.1 JANELA PROTEGIDA COM TELA 49 Figura 16.2 ARMADILHA COM COLA ADESIVA PARA ROEDORES 50 Figura 16.3 RATOEIRA 50 Figura 16.4 GAIOLA PARA CAPTURA DE ROEDORES 50 Figura 17 RATOL GRANULADO 53 Figura KLERAT BLOCO PARAFINADO 53
10 LISTA DE QUADROS Quadro 1 RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DE BIOLOGIA DOS ROEDORES SINANTRÓPICOS 44
11 LISTA DE ABREVIATURAS ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. FUNASA Fundação Nacional de Saúde POP Programa Operacional Padrão PAS Programa Alimento Seguro FLV Frutas Verduras e Legumes T C Temperatura em graus celsius N - Número
12 SUMÁRIO 1 APRESENTAÇÃO 14 2 OBJETIVO DO ESTÁGIO 15 3 LOCAL DA REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO 15 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS AÇOUGUE PEIXARIA SALSICHARIA PADARIA CONFEITARIA CAFETERIA FLV (Frutas, Legumes e Verduras) PAS RECEBIMENTO DEPÓSITO TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS CONTROLE DE PRAGAS 34 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ROEDORES SINANTRÓPICOS COMENSAIS CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS RATOS RATAZANA Rattus norvegicus RATO DO TELHADO Rattus rattus CAMUNDONGO Mus musculus CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS Medidas preventivas Medidas corretivas Controle químico Ratol granulado Klerat bloco parafinado 53 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 54
13 7 REFERÊNCIAS 55
14 14 1 APRESENTAÇÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C), apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná, pela graduanda Thais Helena Adam de Oliveira, como requisito parcial para a obtenção do grau de Médica Veterinária, é composta pela Revisão Bibliográfica de Controle Integrado de Roedores Sinantrópicos Comensais no comércio de alimentos e pelo Relatório de Estágio, no qual são descritas atividades realizadas durante o período de 03 de setembro a 30 de novembro de 2012 no Hipermercado Carrefour, localizado na cidade de Curitiba PR.
15 15 2 OBJETIVO DO ESTÁGIO O estágio obrigatório supervisionado foi realizado no Hipermercado Carrefour Comércio e Indústria Ltda Parolin, localizado em Curitiba-PR, tendo como objetivo acompanhar a rotina e a importância do Médico Veterinário na área de higiene e inspeção de produtos de origem animal e no controle de qualidade do mesmo, com função de verificar vencimento de produtos, higiene e organização de todos os setores, supervisão de reforma, presença de pragas, irregularidade na cadeia frio quente, irregularidade de identificação, irregularidade de rotulagem e principalmente orientação aos funcionários conforme o Manual de Boas Práticas de Fabricação exigido pela ANVISA, disposto na RDC 216 de 15 de Setembro de 2004 (ANVISA, 2004). 3 LOCAL DA REALIZAÇÃO DO ESTÁGIO O estágio obrigatório foi realizado na empresa Carrefour Comércio e Indústria Ltda, localizado na Avenida Marechal Floriano Peixoto, 3031, Rebouças, Curitiba- Paraná, cep Nos últimos 40 anos, o grupo Carrefour cresceu e se tornou um dos grupos mundiais líderes de distribuição, considerada a 2ª empresa varejista do mundo e a maior da Europa. O Carrefour foi criado em 1963 na cidade de Sainte Geneviève des Bois, perto de Paris na França, expandindo sua franquia em mais 32 países, atuando na Europa, Ásia e América Latina, sendo a primeira loja inaugurada no Brasil em 1975 (CARREFOUR, 2012). O estágio supervisionado transcorreu no período de 03 de setembro a 30 de novembro, tendo como orientador profissional o Médico Veterinário Eduardo Augusto Scardanzan Lobato e como professora orientadora a Médica Veterinária Dra. Anderlise Borsoi, com duração de 379,7 horas. Foi realizado também o internato na fazenda e na clínica veterinária da universidade, totalizando a carga horária exigida de 435,7 horas.
16 16 4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS O estagiário quando chega ao local de trabalho divide suas 6 horas diárias percorrendo 7 setores, fazendo em torno 40 minutos cada um, sendo que no final do dia faz-se um relatório de todas as atividades desenvolvidas e enviando para a matriz de São Paulo. O mesmo, ficava encarregado de verificar vencimento de produtos, higiene e organização de todos os setores, presença de reforma, presença de pragas, irregularidade na cadeia frio quente, irregularidade de identificação, irregularidade de rotulagem de acordo com a RDC 216 (ANVISA, 2004). Os procedimentos dos setores eram realizados conforme as diretrizes da RDC 216, que preconizava: HIGENIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS...A área de preparação do alimento deve ser higienizada quantas vezes for necessárias e imediatamente após o término do trabalho; os produtos saneantes utilizados devem estar regularizados pelo Ministério da Saúde.... CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBARNAS...A edificação, as instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios devem ser livres de vetores e pragas, deve existir um conjunto de ações eficazes e contínuas de controle, com objetivo de impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou proliferação dos mesmos; quando as medidas de prevenção adotadas não forem eficazes, o controle químico deve ser empregado com produtos regularizados pelo Ministério da Saúde.... ABASTECIMENTO DE ÁGUA...Deve ser utilizado somente água potável para manipulação de alimentos; o gelo utilizado em alimentos deve ser fabricado a partir da água potável... MANIPULAÇÃO:...Os funcionários devem apresentar-se, com uniformes compatíveis à atividade, conservados e limpos; devem lavar cuidadosamente as mãos; devem usar cabelos presos e protegidos por toucas, não sendo permitido o uso de barba, unhas devem estar curtas e sem esmalte, e durante a manipulação, devem ser retirados todos os objetos de adorno pessoal e maquiagem, os manipuladores devem ser capacitados....
17 17 MATÉRIAS PRIMAS, INGREDIENTES E EMBALAGENS:...A recepção destes itens deve ser realizada em área protegida e limpa; as embalagens primárias das matérias primas e dos ingredientes devem estar íntegras, a temperatura das matérias primas e ingredientes que necessitem de condições especiais de conservação deve ser verificada nas etapas de recepção e de armazenamento; o armazenamento deve ser feito em local limpo e organizado, sobre paletes, estrados e ou prateleiras de material liso, resistente, impermeável e lavável... PREPARAÇÃO DO ALIMENTO:...Matérias primas, ingredientes e as embalagens utilizadas para preparação do alimento devem estar em condições higiênicosanitárias adequadas e em conformidade com a legislação específica; durante a preparação devem ser adotadas medidas a fim de minimizar o risco de contaminação cruzada, entre elas evitar contato direto ou indireto de alimentos crus, semi-preparados e prontos para consumo; funcionários que manipulem devem realiza a lavagem e a anti-sepsia das mãos; produtos perecíveis devem ser expostos à temperatura ambiente somente pelo tempo mínimo necessário para preparação do alimento; matérias primas e os ingredientes não utilizados por completo, devem ser adequadamente acondicionados e identificados com data de fracionamento e prazo de validade após retirado da embalagem original e designação do produto; o tratamento térmico deve garantir que todas as partes do alimento atinjam a temperatura de, no mínimo, 70 C (setenta graus celsius); os óleos e gorduras utilizados devem ser aquecidos a temperatura não superior a 180 C; produtos congelados, antes do tratamento térmico, deve-se proceder ao descongelamento, a fim de garantir adequada penetração do calor; o descongelamento deve ser efetuado em condições de refrigeração à temperatura inferior a 5 C (cinco graus Celsius); produtos descongelados não devem ser recongelados; o prazo máximo de consumo do alimento preparado e conservado sob refrigeração a temperatura de 4 C (quatro graus Celsius) ou inferior deve ser de 5 (cinco) dias... Com base nas exigências acima descritas o estágio foi realizado nos setores de: açougue, peixaria, salsicharia, padaria, confeitaria, cafeteria, frutas verdura e legumes, produtos de auto serviço (PAS), recebimento, depósito de produtos perecíveis, treinamento dos funcionários e controle integrado de pragas.
18 AÇOUGUE O estagiário instrui-se a seguir os padrões de higiene contidos na Resolução 216 ANVISA, verificando-se os balcões de atendimento quanto à temperatura do mesmo e do produto, presença do selo do fornecedor nas peças expostas, higiene do balcão, se os produtos de diferentes espécies estão separados por divisórias para evitar contaminação cruzada, a utilização completa de uniformes limpos, higiene das mãos no momento do atendimento. A higienização das mãos era feita da seguinte maneira (Figura 1): Molhar as mãos; usar sabonete líquido; esfregar antebraço, mãos, unhas e dedos; Enxaguar; Secar com papel toalha branco não reciclado. A higienização das mãos era obrigatória: a cada troca de atividades; ao tossir, espirrar; ao tocar em sacarias e caixas; ao recolher lixo; ao interromper o trabalho; ao utilizar sanitários; ao usar produtos de limpeza e ao tocar em alimentos crus. Figura 1 HIGIENIZAÇÃO CORRETA DAS MÃOS Fonte: CARREFOUR, 2012 Nos expositores refrigerados e ilhas de congelamento eram aferidas as temperaturas quando necessário (a temperatura é aferida por um funcionário específico, o estagiário afere a temperatura somente em casos que sejam notadas irregularidades como: quando o produto apresenta-se descongelando, quando havia
19 19 problemas técnicos que possam danifica-lo de alguma forma), higiene dos mesmos, validade dos produtos, aspecto da embalagem e rotulagem e qualidade dos produtos expostos. Na área de manipulação era verificado quanto aos manipuladores utilizando toucas, uniformes completos e sem nenhum tipo de adorno no local, se o setor apresentava papel de mão, detergente e álcool para higiene pessoal, ocorria à verificação se os procedimentos estavam corretos na área de manipulação, se havia presença de embalagens primárias e caixas de papelão no local, organização no momento da manipulação se estava respeitando as mesas para cortes identificados (ex: frango, bovino, suíno) para evitar a contaminação cruzada e se a serra fita era higienizada após a mudança de espécie e/ou para mudança de lotes. Após a manipulação era verificado se o setor foi higienizado de maneira correta, sendo higienizado ralos, mesas, facas, serra fita, chão, embaladora, carrinho de inox, entre outros, conforme a planilha de higienização presente no setor. Câmara de moída Verificava-se se o homogeneizador (Figura 1.1) era higienizado a cada lote, quando havia presença de retalhos para moídas verifica-se se estavam identificadas com o nome do produto e data de manipulação/ validade, organização quanto ao armazenamento das bandejas dentro do armário suspenso. Aferição da temperatura da câmara. Figura HOMOGENEIZADOR Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
20 20 A higienização do homogeneizador (Figura 1.2) era feita da seguinte maneira: o aparelho é retirado da eletricidade; remover as peças móveis; lavar peça por peça com detergente neutro diluído na mangueira; enxaguar as peças em água corrente; aplicar sanitizante e deixar agir por 15 min; enxaguar em água corrente e deixar secar naturalmente. Lavar a máquina com detergente alcalino diluído na mangueira; esfregar com esponja sintética por dentro e por fora e enxaguar; aplicar sanitizante e deixar agir por 15 min; enxaguar novamente e deixar secar naturalmente. Figura HIGIENIZAÇÃO DO HOMOGENEIZADOR Fonte: CARREFOUR, Câmara de frango verificação da temperatura da câmara, organização no local, se os produtos estão armazenados longe das paredes, data de validade dos produtos estocados, em caso de bandejas prontas verificação da identificação de manipulação e validade do produto. Câmara de suínos Verificação da temperatura da câmara, organização e armazenagem correta dos produtos, carcaça com presença de selo do fornecedor e carimbo. Câmara de bovinos Verificação da organização do local, se as meias carcaças bovinas apresentavam selo do fornecedor e carimbo, se a temperatura estava correta.
21 21 Estoque de embalagens armazenadas em cima de paletes de plástico (Figura 1.3), longe de paredes e organizadas. Figura 1.3 EMBALAGENS EM PALETES DE PLÁSTICO Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012 Figura 1.4 ESBOÇO DA PLANTA DO AÇOUGUE Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
22 PEIXARIA Balcão de atendimento verificação da temperatura do balcão, se a camada de gelo estava devidamente posta e verificava-se ascaracterísticas organolépticas dos peixes expostos. Expositor e ilha de congelados aferição da temperatura dos produtos, verificação de possível presença de produto descongelado, verificação da validade, rotulagem e embalagem, verificação de presença de indícios de recongelamento (Figura 2). Figura 2 PRODUTO DOM INDÍCIO DE RECONGELAMENTO Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012 Manipulação verificação da higiene do local conforme a planilha de higienização presente no local (Figura 2.1), se a manipulação estava seguindo os manuais de boas práticas, se os funcionários estavam utilizando uniforme completo, com toucas e sem adornos, se não estava faltando produtos para higiene pessoal como papel, sabonete líquido e álcool em gel.
23 23 Figura 2.1 EXEMPLO DE PLANILHA DE HIGIENIZAÇÃO PRESENTE NOS SETORES, COM OBJETIVO DE CONTROLE DOS PROCEDIMENTOS DE HIGIENE Fonte: CARREFOUR, Câmara de resfriamento Verificação dos produtos quanto à presença de gelo como cobertura para peixes (Figura 2.2), qualidade do gelo, produtos armazenados longe das paredes e em paletes de plástico, validade dos produtos estocados, higiene do local. Figura 2.2: PEIXES COM COBERTURA DE GELO DENTRO DA CÂMARA DE REFRIAMENTO Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
24 24 Figura 2.3 ESBOÇO DA PLANTA DA PEIXARIA Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, SALSICHARIA Área de vendas (figura 3) verificação dos balcões e dos produtos quando necessário, avaliação da embalagem, verificação quanto à data de validade, rotulagem e limpeza do local. Figura 3 ÁREA DE VENDAS Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
25 25 Manipulação - Verificação da utilização de uniformes completos pelos funcionários, com utilização de touca e sem adornos, observação visual do procedimento de higienização das mãos antes da manipulação, verificação da higienização após a manipulação conforme a planilha de higienização, aferição da temperatura do local, se não estava faltando papel, sabonete e álcool em gel para higiene pessoal dos funcionários, se não havia produtos fora da temperatura adequada por tempo excessivo e se não estava havendo ocorrência de produtos reembalados. Câmara 1, 2 e 3 Aferição da temperatura, vistoria de produtos estocados longe das paredes, prazo de validade, qualidade do produto, embalagens sem danos, produtos manipulados identificados com data de manipulação/validade, higiene do local. Laboratório frango vistoria da limpeza e organização diária após manipulação e se as embalagens estão devidamente guardadas nas prateleiras. Maracanã (Figura 3.1) subdivisão da salsicharia, é o local onde será vendido produtos agranel como: presunto gordo e magro, peito de peru, mortadela, salame, queijos, entre outro produtos, que são expostos em balcão fechado refrigerado até 7 C. Após a manipulação no local, era verificada a higienização de equipamentos, mesas e chão, conforme a planilha de higienização presente no local, se os produtos prontos estavam devidamente identificados com data de manipulação/validade. Figura 3.1 PARTE INTERNA DO MARACANÃ Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
26 26 Figura 3.2 ESBOÇO DA PLANTA DA SALSICHARIA Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, PADARIA Área de vendas verificação de produtos vencidos, identificações e rotulagens incorretas e se os produtos estavam sendo expostos de maneira correta. Estoque seco - verificação de sacos de farinha ou outros produtos encostados na parede, higiene do local, validade dos produtos presentes, produtos abertos identificados com data de manipulação/validade. Sala de carrinhos de pães - vistoria da higiene do local e dos carrinhos de pães. Câmara aferição da temperatura; verificação se os produtos estavam identificados com data de manipulação/validade (Figura 4), higiene do local, validade dos produtos fechados e se estavam armazenados longe das paredes.
27 27 Figura 4 QUEIJO MUSSARELA PARA PRODUÇÃO DE CROASSAINT IDENTIFICADO Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012 Manipulação (Figura 4.1) vistoria da utilização de uniformes completos pelos funcionários com utilização de touca e sem adornos, se os produtos estavam corretamente identificados e embalados, se os procedimentos de manipulação seguiam o manual de boas práticas, verificação se não havia falta de papel, sabonete e álcool em gel para higienização pessoal e se o local estava organizado durante a manipulação. Após manipulação era verificado a higienização conforme a planilha de higienização presente no local. Figura 4.1 ÁREA DE MANIPULAÇÃO DA PADARIA Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
28 28 Figura 4.2 ESBOÇO DA PLANTA DA PADARIA Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, CONFEITARIA Área de vendas (figura 5) aferição da temperatura do expositor refrigerado, verificação de datas de validade, qualidade das embalagens e produtos expostos, e verificação de irregularidade de identificação ou rotulagem do produto. Figura 5 EXPOSITOR REFRIGERADO DE BOLOS Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012 Manipulação verificação da utilização de uniformes completos, com touca e sem adornos pelas funcionárias, da higiene do local conforme a planilha de
29 29 higienização presente no setor, se os produtos estavam acondicionados de maneira correta e identificados quando necessários, observação da organização e higiene pessoal das funcionárias no momento da manipulação e aferição da temperatura do local quando necessário. Câmara Aferição da temperatura (Figura 5.1) somente quando alguma irregularidade aparente, como danos no motor que refrigera o local, se produtos prontos estavam embalados e identificados individualmente com data de manipulação/validade (Figura 5.2) e se os produtos estavam acondicionados de maneira correta longe das paredes. Figura 5.1 AFERIÇÃO DE TEMPERATURA DO LOCAL DE MANIPULAÇÃO Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012 Figura 5.2 PRODUTO PRONTO, EMBALADO E IDENTIFICADO Fonte: CARREFOUR, 2012.
30 CAFETERIA Área de atendimento aferição das temperaturas dos balcões quando necessário, vistoria da data de manipulação e validade presente em cada expositor, se os produtos manipulados estavam devidamente identificados com data de manipulação/validade, verificação do procedimento de higiene pessoal das funcionárias, higiene e organização do local. Manipulação Verificação da utilização de uniforme completo, com touca e sem adornos, data de validade dos produtos, se os produtos manipulados estavam devidamente identificados, higiene pessoal da manipuladora e higiene e organização do local. Figura 6 ESBOÇO DA PLANTA DA CAFETERIA Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, FLV (Frutas, Legumes e Verduras) Área de vendas verificação de data de validade, qualidade dos produtos, produtos refrigerados nas geladeiras, se os produtos fracionados estavam sendo identificados e colocados na refrigeração (Figura 7), se estava sendo feita a higiene dos expositores e se havia presença de vetores.
31 31 Figura 7 MELANCIA FRACIONADA SEM IDENTIFICAÇÃO E MAMÃO FRACIONADO SEM DATA DE VALIDADE NA ÁREA REFRIGERADA Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012 Manipulação verificação da limpeza conforme a planilha de higienização do setor e se produtos fracionados estavam sendo devidamente colocados em área refrigerada. Estoque climatizado Vistoria quanto a produtos encostados nas paredes, se os produtos de devolução estavam sendo sinalizados corretamente e se os produtos estavam com qualidade para ir para área de vendas. Figura 7.1 ESBOÇO DA PLANTA DO FLV Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
32 PAS Área de vendas aferição da temperatura quando necessário, verificação se havia produtos descongelados no local, verificação de validade, rotulagem e embalagem, se os produtos não estavam excedendo o limite de abastecimento (Figura 8), limpeza das prateleiras e ilhas conforme a planilha de higienização presente no setor. Figura 8 PRODUTOS EXCEDENDO O LIMITE DE ABASTECIMENTO Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012 Câmara 1 e 2 Verificação se os produtos não estavam próximos das paredes, se o local estava limpo, se não havia excesso de empilhamento, se os produtos estavam sobre paletes de plástico ou em prateleiras, se a área de quebra estava sinalizada e aferição do local quando necessário. Figura 8.1 ESBOÇO DA PLANTA DO PAS Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
33 RECEBIMENTO Fazia-se a aferição da temperatura da parte interna dos caminhões e dos produtos recebidos, verificava-se datas de validade, qualidade dos produtos entregues, problemas de irregularidade da rotulagem e embalagem, se não havia existência de vetores nas mercadorias e tempo de exposição da chegada até a estocagem do produto DEPÓSITO Verificação dos produtos estocados quanto a higiene do local e organização, se o produto esta devidamente protegido com uma película plástica, sobre paletes ou prateleiras, longe das paredes, tentando não exceder o limite de empilhamento. Figura 9 PRODUTOS DEVIDAMENTE ESTOCADOS Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS O treinamento era feito pelo responsável técnico RT da loja a cada 15 dias, tentando nesses dias dar palestras ao máximo de funcionários disponíveis pelos
34 34 gerentes no dia. As palestras eram oferecidas para todos os funcionários dos perecíveis e nela era abordado os Manuais de Boas Práticas, enfatizando higienização, modos corretos de manipulação, armazenamento, temperatura dos produtos, higiene pessoal e recebimento de produtos CONTROLE DE PRAGAS Era acompanhado a cada 7 dias o técnico de controle de pragas da empresa Ambiente, verificando as armadilhas postas, se havia indícios de presença de pragas e supostos abrigos para elas, acompanhamento na colocação de produtos químicos quando havia infestação de pragas em algum local e troca de fitas adesivas utilizadas para captura de moscas. Como medidas preventivas e de controle, a empresa oferece treinamentos aos funcionários enfatizando o Manual de Boas Práticas, que instrui o funcionário a tomar precauções, entre elas à higienização e armazenagem corretas de alimentos que tem como finalidade evitar oportunidades para a instalação de pragas no local. Era acionado quando necessário, o departamento de manutenção para arrumar como, por exemplo, portas de contenção, telas de janelas, vazamento de água, orifícios em paredes, problemas de iluminação entre outros. Eram empregadas também, caso havia presença de pragas, armadilhas com fita adesiva, gaiola para captura e inseticidas e raticidas registrados no Ministério da Saúde. A empresa Ambiente responsável pelo controle de pragas, tem autorização de utilizar os seguintes inseticidas e raticidas registrados pelo Ministério da Saúde e permitidos na utilização em mercados: inseticidas DEMAND 2,5 CS, DDVP-DICLORVOS, ALFATEK SC e BLATUM GEL F, e como raticidas RATOL GRANULADO e KLERAT BLOCO PARAFINADO. Nas publicações das Portarias 326/1997 ANVISA (ANVISA, 1997) e 368/1997 MAPA (MAPA, 1997), o Responsável Técnico era responsável pelo controle de pragas urbanas, mas após a publicação da Resolução 275/2002 ANVISA (ANVISA, 2002), o Responsável técnico deixou de responder pelo controle, direcionando estas ações para empresas prestadoras de serviço especializada, porem cabe a ele a responsabilidade do acompanhamento das ações feitas pela empresa especializada.
35 35 O objetivo do presente texto foi realizar a revisão bibliográfica sobre Controle Integrado de Pragas, abordando Roedores Sinantrópicos Comensais no comércio de alimento, visto que, esta praga representa problemas econômicos e sanitários de relevância ao homem.
36 36 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A qualidade do alimento oferecido à população sempre foi uma preocupação do Governo Federal, observada com a publicação, em 27 de fevereiro de 1967, do Decreto Lei 209 que institui o Código Brasileiro de Alimentos o qual em seu Art. 1 diz: a defesa e a proteção da saúde individual e coletiva, no tocante a alimentos, desde a sua obtenção até o seu consumo, serão reguladas, em todo o território brasileiro, pelas disposições deste Código (SENADO FEDERAL, 1967; MATIAS, 2007) Em 21 de outubro de 2002, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), estabeleceu em normas legais, o Procedimento Operacional Padrão (POP) com a formulação da RDC 275. Este tem como objetivo instruir sequências para realização de operações rotineiras e específicas, sendo estabelecido em 8 pontos principais, entre eles: Higienização das instalações, equipamentos, móveis e utensílios; Controle de potabilidade da água; Higiene e saúde dos manipuladores; Manejo de resíduos; Manutenção preventiva e calibração de equipamentos; Controle Integrado de Vetores e Pragas Urbanas; Seleção das matérias primas, ingredientes e embalagens e Programa de recolhimento de alimentos (ANVISA, 2002; MATIAS, 2007). Os POPs referentes ao controle integrado de vetores e pragas urbanas devem contemplar as medidas preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e ou a proliferação de vetores e pragas urbanas (ANVISA, 2002; MATIAS, 2007, SOUZA, 2011). O Controle Integrado de Pragas tem como objetivo evitar que as pragas se instalem no estabelecimento, visando métodos preventivos como a implantação de Boas Práticas de Fabricação e métodos corretivos com a adoção de manutenção das instalações e colocação de armadilhas para controle, e caso não haja resultado a utilização de produtos químicos (GIORDANO, 2004). 5.1 ROEDORES SINANTRÓPICOS COMENSAIS São considerados roedores sinantrópicos comensais ratos e camundongos que dependem unicamente do homem para sua sobrevivência, em virtude de terem seus ambientes naturais prejudicados pelo próprio homem, entre as espécies comensais
37 37 encontramos a ratazana (Rattus norvegicus), o rato do telhado (Rattus rattus) e o camundongo (Mus musculus) (FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008). Estes animais competem diretamente com o homem por alimentos, estima-se uma perda anual de até 8% da produção mundial de cereais e raízes, a perda pode ser maior se for considerado contaminação dos alimentos, farelos e rações para animais, por urina e fezes e o desperdício pelo rompimento de sacarias e outras embalagens (ZUBEN, 2006; NAGANO, 2011). Além de causarem prejuízos econômicos, estão diretamente associados à Saúde Pública em decorrência de serem reservatórios para agentes de zoonoses (doenças transmitidas do animal para homem), entre elas: Coriomeningingite Linfocitária, Hantavirose, Leptospirose, Tifo Murino, Salmonelose, Peste, Raiva, Triquinelose e toxoplasmose (ZUBEN, 2006; ISHIZUKA, 2008; NAGANO, 2011). Rato é o nome comum dado a diferentes espécies de mamíferos da ordem dos Roedores (PUZZI, 1986). Existem cerca de espécies de roedores no mundo, representando em torno de 40% de todas as espécies de mamíferos existentes (FUNASA, 2002). Vivem em qualquer ambiente terrestre que lhes dê condições de sobrevivência (FUNASA, 2002). Possuem extraordinária variedade de adaptação ecológica, suportando os climas mais frios e os mais quentes, suportam grandes altitudes, em cada região podem mostrar um grande número de adaptações fisiológicas, são habilidosos e resistentes, devido a estas adaptações, o controle desta praga requer o conhecimento de sua biologia e de seu comportamento. (PUZZI, 1986; FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008). 5.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS RATOS Os ratos são animais que possuem grande capacidade de reprodução. Regra geral, uma fêmea produz cerca de 3 a 7 ninhadas por ano, com um período de gestação de 25 dias, nascendo 6 a 14 filhotes, que por sua vez alcançam a fase de reprodução após um período de 3 a 4 meses de idade. (PUZZI, 1986). Para compensar a má visão, os ratos possuem excelente olfato, audição e tato (localizado nos seus longos bigodes e em pelo maiores distribuídos em toda extensão do corpo). Possuem também, dentes incisivos, que crescem até 3 milímetros por semana, que os permitem roer e abrir orifícios em madeira, sacarias,
38 38 tijolos, tubos de cobre e romper fios de condução elétrica, afim de desgastar os dentes; possuem grande agilidade podendo passar de um local ao outro por cordas e até mesmo saltar; podem cavar extensivos túneis horizontais e buracos; apresentam facilidade em nadar desde o segundo mês de vida, podendo nadar de 500 a 800 metros contra corrente em redes de esgoto. (PUZZI, 1986; ZUBEN, 2006; NAGANO, 2011; ENCOPPRAGAS, 2012). Vivem em colônias, onde acumulam comida recolhida nos locais, migram em massa por motivo de inundações, incêndios, falta de alimentos disponíveis, além da migração sazonal (PUZZI, 1986). São ativos durante a noite, porém se o nível populacional está muito elevado ou o alimento disponível é insuficiente para a colônia, eles saem de seus abrigos durante o dia (PUZZI, 1986; ZUBEN, 2006). Os ratos podem fazer comunicação química através de uma substância secretada pelo próprio organismo, que influenciam no comportamento de outro da mesma espécie, chamada de feromônios. Os feromônios podem envolver diversas mensagens específicas, quase sempre relacionadas com a preservação da espécie (PUZZI, 1986), como por exemplo, o Efeito Bumerangue. Podemos exemplificar como efeito bumerangue, quando ocorre excesso de indivíduos numa colônia e a oferta de alimento é escassa, os animais começam a apresentar mecanismos biológicos ocasionando baixa fecundidade e baixa fertilidade, diminuição ou supressão dos cios e, principalmente canibalismo dos recém-nascidos, como objetivo de auto regulação da colônia a níveis populacionais compatíveis com a própria sobrevivência. Suponha que uma colônia apresente 10 ratos e que 4 desses ratos tenham sido eliminados restando apenas 6 adultos, começará a haver sobra de alimento devido a falta dos 4 ratos, neste momento irá desencadear uma série de mecanismos biológicos inversos aos que vinham limitando o crescimento excessivo da colônia, entre os quais as fêmeas entrarão no cio, voltarão a ser férteis e os recém-nascidos não serão canibalizados, com o objetivo de preservar a espécie (FUNASA, 2002; NAGANO, 2011).
39 39 Figura 10 MORFOLOGIA COMPARATIVA DAS ESPÉCIES DE ROEDORES SINANTRÓPICOS Fonte: ISHIZUKA, RATAZANA Rattus norvegicus Conhecida também como rato de esgoto (Figura 11) é a espécie mais comum na faixa litorânea brasileira, dos ratos comensais a ratazana é considerada a maior e mais pesada. Apresenta coxas robustas, orelhas pequenas, cauda menor que o corpo, podendo pesar 150 a 600 gramas, com um comprimento podendo chegar a 22 centímetros (Figura 11.1) (PUZZI, 1986; FUNASA, 2002). Figura 11 RATAZANA OU RATO DE ESGOTO Fonte: FUNASA, 2002.
40 40 Figura 11.1 CARACTERÍSTICA DA RATAZANA Fonte: ISHIZUKA, É uma espécie de hábito fossorial (hábito de cavar) (FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008). Abrigando-se abaixo do solo, as ratazanas são encontradas em galerias de esgoto ou pluviais, caixas subterrâneas de telefone, margens de córregos e interior de instalações (ZUBEN, 2006). O território ou raio de ação raramente ultrapassa 50 metros, este é ativamente defendido de intrusos, que são expulsos pelos indivíduos dominantes da colônia (FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008). A ratazana possui vida média de 24 meses, chegando a sua maturidade sexual entre 60 a 90 dias de idade, quando fertilizada, a fêmea tem sua gestação em média de 22 a 24 dias, podendo dar uma ninhada entre 7 a 12 filhotes (FUNASA, 2002; NAGANO, 2011). Apresentam neofobia marcante, caracterizada pela desconfiança por objetos e/ou alimentos novos colocados no seu território, embora este comportamento apresente variação individual e ou populacional, sendo mais acentuado nos locais de pouco movimento de pessoas e objetos. Assim sendo, as medidas de controle são de difícil aplicação e os resultados são obtidos a longo prazo, em decorrência da natural aversão inicial por iscas, porta-iscas e armadilhas colocadas no ambiente. Em locais de movimento contínuo de pessoas, objetos e mercadorias, a neofobia é menos acentuada ou inexistente e os novos alimentos (iscas) e objetos (armadilhas)
41 41 despertam imediata atenção, facilitando o controle (FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008). A dispersão das ratazanas ocorre por razões diversas e atribui-se, principalmente, à redução da disponibilidade de alimento e de abrigo por alterações ambientais, mas também podendo ocorrer passivamente, sendo transportadas em caminhões, navios, trens e containers. A urbanização desenfreada e sem planejamento como as expansões de favelas e loteamentos clandestinos tem favorecido o crescimento da população e dispersão da ratazana (FUNASA, 2002; ZUBEN, 2006; ISHIZUKA, 2008). 5.4 RATO DO TELHADO Rattus rattus Conhecido também como rato preto e rato do silo (Figura 12) é predominante na maior parte do Brasil, sendo comum nas propriedades rurais e pequenas e médias cidades do interior (ISHIZUKA, 2008). Apresenta coxa delgada, pele dura, orelhas grandes e cauda mais comprida que o corpo, podendo pesar 100 a 350 gramas, com um comprimento podendo chegar a 20 centímetros (Figura 12.1) (PUZZI, 1986; FUNASA, 2002). Figura 12 RATO DO TELHADO OU RATO PRETO Fonte: FUNASA, 2002.
42 42 Figura 12.1 CARACTERÍSTICAS DO RATO DE TELHADO Fonte: ISHIZUKA, É uma espécie de hábitos elevados, vivendo em forros, telhados e sótãos, onde constroem ninhos e descem ao solo somente para buscar alimentos e água (FUNASA, 2002; ZUBEN, 2006; ISHIZUKA, 2008). Seu raio de ação tende a ser maior que o da ratazana, devido à sua habilidade em escalar superfícies verticais e à facilidade com que anda sobre fios, podendo atingir a um raio de 60 metros. (FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008). O rato de telhado possui vida média de 18 meses, chegando a sua maturidade sexual entre 60 a 75 dias de idade, e quando fertilizada, a fêmea tem sua gestação em média de 20 a 22 dias, podendo dar uma ninhada entre 7 a 12 filhotes (FUNASA, 2002; NAGANO, 2011). A dispersão do rato de telhado em zonas urbanas tem sido facilitada pelas características de verticalização das grandes cidades aliadas aos modelos de construção e decoração dos modernos prédios de escritório: forros falsos e galerias técnicas para passagem de fios e cabos, permitem o abrigo e a movimentação vertical e horizontal desta espécie (FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008).
43 CAMUNDONGO Mus musculus Conhecido também como mondongo, rato de gaveta e rato caseiro (Figura 13), é a espécie que atinge maior nível de dispersão, sendo encontrado praticamente em todas as regiões (FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008). São roedores de pele macia, orelhas grandes, comparadas com seu porte pequeno, o comprimento de sua cauda é igual ao do seu corpo, podendo pesar 10 a 30 gramas, com um comprimento podendo chegar a 8 centímetros (Figura 13.1) (PUZZI, 1986, FUNASA, 2002). Figura 13 CAMUNDONGO OU RATO CASEIRO Fonte: FUNASA, Figura 13.1 CARACTERÍSTICAS DO CAMUNDONGO Fonte: ISHIZUKA, 2008.
44 44 Seu raio de ação é pequeno podendo chegar até 5 metros seu território, fazem seu ninhos no interior de gavetas, estufas e podem também cavar pequenos ninhos no solo, semelhante aos das ratazanas (FUNASA, 2002; ISHIZUKA, 2008). O camundongo possui vida média de 12 meses, chegando a sua maturidade sexual entre 42 a 45 dias de idade, quando fertilizada, a fêmea tem sua gestação em média de 19 a 21 dias, podendo dar uma ninhada entre 3 a 8 filhotes (FUNASA, 2002; NAGANO, 2011). Quadro 1 RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS DE BIOLOGIA DOS ROEDORES SINANTRÓPICOS Caracteristicas Rattus norvegicus Rattus rattus Mus musculus Peso 150g a 600g 100g a 350g 10g a 21g Comprimento 22 cm 20 cm 9 cm Habitat tocas galerias no subsolo, Forros, sótons, paióis, silos interior de moveis, dispenbeira de córregos, lixões, e armazéns; podem viver sas, armários. Interior de instalações. Em arvores. Raio de ação 50 m 60 m 3 a 5 m Habilidades nadador, cava tocas escalador, raramente cava escalador, pode cavar Gestação 22 a 24 dias 20 a 22 dias 19 a 21 dias ninhadas/ano 8 a 12 4 a 8 5 a 6 Filhotes/ ninhada 7 a 12 7 a 12 3 a 8 maturidade sexual 60 a 90 dias 60 a 75 dias 42 a 45 dias vida média 24 meses 18 meses 12 meses Fonte: FUNASA, 2002; NAGANO, 2011.
45 45 São considerados animais curiosos, isto é, não apresenta comportamento de neofobia, característico das ratazanas e ratos de telhado. Podem penetrar em 20 a 30 locais por noite em busca de alimento, podendo trazer sérios problemas de contaminação de alimentos em dispensas e depósitos em geral, além de dificultar o seu controle por raticidas (FUNASA, 2002). 5.6 CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS O controle integrado de pragas foi um conceito originalmente criado para combater pragas na agricultura e adaptou-se perfeitamente ao combate de pragas urbanas (BIOMAX, 2012). Pode-se dizer que o controle integrado divide-se em 3 partes: as medidas preventivas que tem como intuito principal de treinar e aplicar as boas práticas de fabricação para os funcionários da empresa, as medidas corretivas que engloba toda parte de manutenção do local e colocação de armadilhas, e por fim, o controle químico que entra apenas quando as medidas preventivas e medidas corretivas não são efetivas (Figura 14) (VIEIRA, 2003; GIORDANO, 2004; MATIAS, 2007). Figura 14 QUADRO DEMONSTRATIVO DO CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS Fonte: O PRÓPRIO AUTOR, 2012
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