CAPÍTULO 11 INTERPRETAÇÃO DO LAUDO CITOLOGICO CERVICO VAGINAL. José Eleutério Junior Francisco das Chagas Medeiros Raquel Autran Coelho
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- Mikaela Bandeira Molinari
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1 CAPÍTULO 11 INTERPRETAÇÃO DO LAUDO CITOLOGICO CERVICO VAGINAL José Eleutério Junior Francisco das Chagas Medeiros Raquel Autran Coelho É através do laudo citológico que se sabe se vai haver necessidade de encaminhamento do caso para serviço de referência, ou se pode ser resolvido a nível primário. O Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Saúde criaram o SISCOLO, sistema de informação do Viva Mulher Programa Nacional de Controle de Câncer do Colo do Útero e de Mama. Assim, os exames colpocitológicos dos serviços públicos trazem uma terminologia uniforme baseada no Sistema Bethesda do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e que deve ser de conhecimento daqueles que interpretarão os resultados. O resultado citológico pode ser dado conforme se segue: Adequabilidade do Material Satisfatório Nos casos satisfatórios, pode haver limitações que devem ser citadas: Ausência de dados Clínicos; a. b. Áreas espessas; c. Dessecamento; d. Ausência de células Endocervicais; e. Outras causas. Condição que oferece elementos mínimos para adequada observação das células, tendo-se certeza de ter atingido a junção escamo-colunar da cérvice (JEC) na colheita. citológica por encobrirem as células, porém permitindo avaliação de 25 a 50% dos elementos celulares. A ausência de elementos de zona de transformação (células glandulares endocervicais e metaplásicas) também limita a avaliação, uma vez que sugere não ter sido a colheita feita na JEC. 91
2 Protocolos de Conduta Insatisfatório por: a. b. coincide com a do formulário; c. Material escasso; d. Hemorragia; e. Dessecamento; f. Áreas espessas; g. Purulento; h. i. Outras causas Isto ocorre quando o citologista não consegue visualizar mais de 25% dos purulento ou hemorrágico, ressecamento e outros artefatos. Ou quando há escassez de elementos celulares (< 10% do esfregaço coberto por células). Diagnóstico Descritivo Dentro dos limites da normalidade Alterações celulares benignas reativas ou reparativas Metaplasia escamosa Reparação Radiação Outros Microbiologia Lactobacilos, Cocos, Bacilos, Sugestivo de Chlamydia sp, Consistente com Actinomyces sp, Cândida sp, Trichomonas vaginalis, Vírus do grupo Herpes, Gardnerella vaginalis, Outros. Tratamento conforme a microbiologia Não requer tratamento como reparação é o princípio de uma metaplasia escamosa, portanto, os dois fenômenos são constituintes de um único processo). Pode requerer tratamento com estrogênio tópico em casos com limitação ou exame insatisfatório. Não requer tratamento Individualizar a conduta 92
3 Alterações celulares epiteliais Em células escamosas»» Atipias em que não se pode descartar HSIL (ASC H)» Lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL)» Lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL)» Carcinoma escamoso invasivo Em células glandulares»» Adenocarcinoma in situ (AIS)» Adenocarcinoma invasivo Outras neoplasias malignas Células endometriais presentes (em mulheres > 40 anos) ASC - US Opção 1. Teste de DNA-HPV (alto risco) Teste negativo Teste Positivo Controle Citológico Positiva Negativa Controle Opção 2. Controle Citológico Dois Controles negativos com intervalos de 6 meses entre eles Exame anual ASC ou maior em em pelo menos 01 de 2 controles com intervalo de 6 meses entre eles 93
4 Protocolos de Conduta Opção 3. Imediata Colpostocpia positiva negativa Controle e citológico Positiva Conduta conforme o Negativa Teste de DNA - HPV Positivo Negativo Dois controle negativos com intervalo de 6 meses Citologia de rotina Citologia de rotina Controle coloscópico e citológico Situações Especiais Estrogenização tópica (14 Dias) Repetição de teste citológico Negativo ASC ou mais Nova citologia com 4 a 6 meses Duas citologias negativas Citologia Imunodepressão imediata Grávida: Conduzida da mesma maneira que a não grávida 94
5 ASC-H Opção aceitável: Imediata Colpostocpia Positiva Negativa Revisão de citologia, colposcopia e biópsia Diagnóstico citológico mantido Controle citológico Teste de DNA - HPV Positivo Negativo Positivo Citologia anual Células glandulares atípicas (AGC) e adenocarcinoma in situ (AIS) adenocarcinoma endocervical in situ. Recomendações Avaliação inicial: todos os casos devem ser encaminhados para colposcopia e escovado endocervical, com exceção de casos de células endometriais atípicas, que devem ter endométrio avaliado. Seguimento Avaliação inicial negativa Avaliação inicial positiva Conização a frio Conduta conforme o diagnóstico 95
6 Protocolos de Conduta Lesão intra-epitelial escamosa de baixo grau (LSIL) Recomendações Satisfatória Positiva Conduta conforme a lesão Negativa Citologia Teste de DNA - HPV de alto risco Positivo Negativo LSIL em circunstâncias especiais: Mulher na pós-menopausa: Seguimento sem colposcopia inicial é aceitável usando controle citológico ou teste de DNA-HPV de alto risco. Um curso de estrogênio tópico e repetição da citologia são aceitáveis. Adolescentes: É aceitável seguimento citológico ou teste de DNA-HPV de alto risco antes de realizar a colposcopia. Grávidas: Veja HSIL em circunstâncias especiais. 96
7 Lesão intra-epitelial escamosa de alto grau (HSIL) Recomendações: com avaliação endocervical Satisfatória Insatisfatória / colposcopia negativa / colposcopia positiva Conduta conforme histopatologia Rever de citologia, colposcopia e biópsia Citologia positiva Procedimento excisional (cone) Circunstâncias especiais: Grávida É preferível que a avaliação colposcópica seja realizada por quem tem experiência no procedimento em grávidas. quando indicado. Curetagem endocervical não é recomendada. Satisfatória Insatisfatória Nova colposcopia com 6 a Segmento por colposcopia Conduta excisional é aceitável só de há suspeita de Citologia e colposcopia são recomendadas cerca de semanas 97
8 Protocolos de Conduta Mulher jovem em idade reprodutiva Observação colposcópica e citológica a cada seis meses Lesão colposcópica piora ou HSIL na citologia persiste Cone 98
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