VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos

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1 ", 41a410 (411`.'"' ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GAB. DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENE VIDES ACÓRDÃO APELAÇÃO CÍVEL N / Vara de Itabaiana RELATOR : Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides APELANTE : C. de L. R. G. de V., representada por sua genitora Paloma Regis Gondim de Vasconcelos ADVOGADO : halo Ricardo Amorim Nunes APELADO : Rodrigo Peixoto Melo ADVOGADO : Kadmo Wanderley Nunes APELAÇÃO Cá/EL AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS IMPROCEDÊNCIA EXAME DE DNA NEGATIVO IRRESIGNAÇÃO ARGUMENTAÇÃO ESCASSA CREDIB ILIDADE RECONHECIDA DO EXAME DE DNA MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DESPROVIMENTO DO APELO. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA NEGATIVO. AUSÊNCIA DE OUTRAS PROVAS. IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA. Se o exame de DNA realizado nos autos é conclusivo da exclusão da paternidade biológica, e não fui outras provas minimamente seguras quanto ao vinculo de parentesco, impõe-se a improcedência da demanda. Impugnações genéricas ao laudo pericial não autorizam a renovação da prova. Sentença mantida. NEGADO PROVIMENTO. 1JNÂNIME Maria Berenice Dias DATA DE JULGAMENTO: 07/11/2007. acima identificados. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos 411 ACORDAa Egrégia Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unanimidade, em desprover a apelação. RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta por C. de L. R. G. de V., representada por sua genitora Paloma Regis Gondim de Vasconcelos, contra a decisão de fls. 29/30, proferida pelo MM. Juiz de Direito da 2' Vara de Itabaiana nos autos da Ação de Investigação de Paternidade c/c Alimentos proposta em face de Rodrigo Peixoto Melo, que julgou improcedente o pleito formulado na petição inicial, deixando de declarar a paternidade atribuída ao promovido, em virtude do resultado negativo do exame de DNA. O apelante (fls. 83/87) requereu a reforma da sentença, alegando, em preliminar, a ausência de procuração, e, no mérito, o fato do exame de DNA ser passível de erros, não podendo ser considerado como única prova da negativa de paternidade.

2 1 Contra-razões apresentadas às fls. 48/54, pugnando pela manutenção da sentença. A Procuradoria de Justiça (fl ) manifestou-se pelo desprovimento do recurso, para que seja mantida, in toam a decisão atacada. É o relatório. VOTO: Inicialmente, convém esclarecer que não há o que ser reformado na decisão de primeira instância. O magistrado de I grau julgou improcedente a ação de investigação de paternidade, tendo em vista o resultado negativo do exame de DNA. Na oportunidade, asseverou o juiz: "A questão posta em análise não merece maiores esclarecimentos. Como se verifica dos autos, já consta exame de DNA, concluindo pela exclusão da paternidade atribuída ao promovido. Ressalte-se que as partes foram perfeitamente identificadas quando da realização do exame, tendo estas, inclusive. pr senciado a coleta do material genético da parte adversa. Relevante frisar que diante do esultado negativo do teste, foi efetivada a realização de novo exame com a contraprova, tendo esta confirmado a exclusão da paternidade". 4: Pois bem. Com relação à preliminar de ausência de procuração levantada, a questão já está devidamente esclarecida e solucionada, conforme se depreende da petição de fls. 71/72, restando a mesma prejudicada. No mérito, o apelante limitou-se a alegar o fato do exame de DNA ser passível de erros, motivo pelo qual não poderia ser o cínico fundamento a embasar a declaração da negativa de paternidade. No entanto, a credibilidade do exame de DNA já é matéria pacificada na doutrina e jurisprudência pátrias. Senão, vejamos comentários do Desembargador Monteiro Rocha do Tribunal de Justiça de Santa Catarina no julgamento da apelação cível n "Com a evolução da ciência, o exame DNA, face à irrefutabilidade prática do seu resultado, passou a ser prova técnica indispensável para as ações investigatórias de paternidade, constituindo elemento 'seguro para o reconhecimento ou exclusão da paternidade biológica. O exame DNA proporciona resultado seguro da paternidade, com índices de certeza superiores a 99,99%. Notadamente em caso de exclusão, a perícia genética mostra-se ainda mais conclusiva, pois que o resultado negativo propicia, com certeza absoluta, a conclusão de que o suposto pai não é o pai biológico do investigante." No mesmo sentido também é o entendimento doutrinário: Na prática, tomadas as devidas precauções no controle de qualidade do teste, este é um teste absolutamente preciso. Um resultado de exclusão significa com 100% de certeza que o suposto pai não é o pai biológico. Um resultado de inclusão vem acompanhado da probalidade que o suposto pai seja o pai biológico, que são números acima de 99,99%, resolvendo

3 inequivocamente todas as disputas? (Raskin, Salmo. Manual Prático do DNA para Investigação de Paternidade, Curitiba: Juruti, 1998, p. 37). Ademais, a respeito do resultado negativo de exame de DNA em ação de investigação de paternidade, já decidiu o Egrégio Tribunal de Justiça de Santa Catarina: AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C PETIÇÃO DE HERANÇA REALIZAÇÃO DO EXAME PERICIAL DO 'DNA- CONCLUSÃO PELA EXCLUSÃO DA ATRIBUIÇÃO DA PATERNIDADE AO INVESTIGADO SE1V1'ENÇA CONFIRMADA RECLAMO DESPROVIDO. O exame de determinadores genéticos de paternidade, constitui, atualmente, conforme a melhor doutrina e jurisprudência, a prova principal nas ações investigatórias de paternidade cujo resultado forma elemento de convicção definitivo de hereditariedade biológica. 2. Tendo o exame do DNA excluído o investigado da paternidade do autor, e estando tal resultado de acordo com as demais provas constantes do caderno processual, impõe-se a improcedência do pleito investigatório (AC n , Des. Orli Rodrigues). "AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM AUMENTOS REALIZAÇÃO DO EXAME PERICIAL DO DNA CONCLUSÃO PELA EXCLUSÃO DA PATERNIDADE ATRIBUIDA AO 410 INVESTIGADO PEDIDO IMPROCEDENTE RECURSO DESPROVIDO. O exame genético de DNA reveste-se de segurança e confiabilidade, sendo capaz de garantir uma probabilidade de 99,9999% em relação à confirmação ou exclusão da paternidade, com margem de segurança próxima ao absoluto, mostrando-se adequado a embasar o pedido investigatório, sem a necessidade da produção de outros meios de prova. Em tema de ação de investigação de paternidade, se o exame do DNA é categórico em excluir o investigado como pai biológico do autor, impõese a improcedência do pleito investigatório, em razão do alto grau de confiabilidade científica que possui esse meio probatório." (AC n , Des. Mazoni Ferreira) Dessa forma, conclui-se que, havendo resultado de exame de DNA negativo, sem apresentação de outras provas que possam de alguma forma comprovar o parentesco, é de se julgar improcedente a ação de investigação de paternidade. É o que se depreende da jurisprudência do Tribunal do Rio Grande do Sul: INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA NEGATIVO. AUSÊNCIA DE OUTRAS PROVAS. IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA. Se o exame de DNA realizado nos autos é conclusivo da exclusão da paternidade biológica, e não há outras provas minimamente seguras quanto ao vínculo de parentesco, impõe-se a improcedência da demanda. Impugnações genéricas ao laudo pericial não autorizam a renovação da prova. Sentença mantida. NEGADO PROVIMENTO. UNÂNIME Maria Berenice Dias DATA DE JULGAMENTO: 07/11/2007. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso de Apelação para manter a sentença vesgastada em todos os seus termos. É como voto.

4 Presidiu a Sessão o Exmo. Sr. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. Participaram do julgamento, o Eminente Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides, o Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho e o Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos. Presente ao julgamento o Exmo. Dr. Alcides Orlando de Moura Jansen, Procurador de Justiça. João Pessoa, 13 de maio de Des. Souto I I ques e Sá e Benevides Relator 410

5 4 TRIBUNAL DE JUSTIÇM Coordenadoria Judiciária Registrado en ~