Comportamento macroeconômico do Brasil após a crise financeira internacional
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- Nathan Câmara de Oliveira
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1 Comportamento macroeconômico do Brasil após a crise financeira internacional Brunna Barros Pugim 1 Marcelo Balloti Monteiro 2 Ricardo Lerche Eleutério 3 Resumo: A partir de um breve histórico da crise econômico-financeira originada em 2007 no mercado imobiliário dos Estados Unidos, chamado subprime, leva a quebra do Banco Lehman Brothers com o estouro da bolha em 2008 atingindo o mercado internacional. No Brasil, o reflexo desta crise começa a surgir em meados de 2008 trazendo ao país um aumento na taxa de desemprego e a redução do consumo da população. Com base em levantamentos bibliográficos da crise global e dos indicadores econômicos brasileiros, analisamos a relação desta crise no Brasil nos anos de 2008 até Com políticas econômicas, o estado brasileiro intervém no mercado a fim de retomar o crescimento econômico do nosso país. Palavras-chave: crise econômico-financeira, Brasil, indicadores econômicos mercado, políticas econômicas. Abstract: From a brief history of the economic and financial crisis originated in 2007 in the real estate market in the United States, named subprime, leads to breakdown of Lehman Brothers with the bubble burst in 2008 reaching the international market. In Brazil, the impact of this crisis begins to emerge in mid bringing the country to a rise in the unemployment rate and the reduction of public consumption. Based on literature surveys of the global crisis and the Brazilian economic indicators, analyze the relationship of this crisis in Brazil in the years 2008 to With economic policies, the Brazilian state intervenes in the market to resume economic growth of our country. Keywords: economic and financial crisis, Brazil, economic indicators, market, economic policy. 1 Formada em Ciências Econômicas pela FMU Faculdades Metropolitanas Unidas 2 Mestre em Economia pela PUC/SP, é Professor da FMU Faculdades Metropolitanas Unidas 3 Mestrando em Administração UNIP Universidade Paulista, é Professor da FMU Faculdades Metropolitanas Unidas
2 INTRODUÇÃO A crise do chamado subprime, que estourou em 2008 com a quebra do Banco Lehman Brothes nos Estados Unidos, atingiu os países em desenvolvimento e os desenvolvidos, que buscam o crescimento com o aumento do comércio internacional. As medidas protecionistas dos países atingidos pela crise buscavam o fortalecimento de suas economias e de outros países com relações comerciais. Um breve histórico da considerada maior crise financeira desde a Grande Depressão de 1929, apresenta o início em 2007 com a compra de bancos por outras instituições, o descrédito do mercado, a intervenção do estado norteamericano no mercado, com a nacionalização de companhias do mercado financeiro até a volatilidade dos preços das ações. A desconfiança do mercado financeiro, no início, foi considerada falta de liquidez no sistema norteamericano, o que não foi considerado posteriormente, pois, tanto o governo norte-americano, como de outros países tomaram medidas protecionistas e de incentivo à economia para fugir da recessão que estava se concretizando. O impacto inicial dessa crise no Brasil foi a diminuição das exportações, devido ao problema de liquidez no sistema financeiro mundial e o aumento da taxa de desemprego. O governo brasileiro adota medidas macroeconômicas para diminuir o impacto para a população e tentar manter o maior número de pessoas empregadas possíveis. A manutenção do emprego da população brasileira é importante para a política econômica brasileira adotada pelo governo federal, pois buscava o crescimento do país no consumo de produtos, e não na produção dos mesmos, que podiam ser importados, ou não. Algumas medidas adotadas pela área econômica brasileira foram o incentivo ao consumo, ao crédito, que estava escasso no mundo e o governo utilizou os bancos federais para isso. Sendo assim, o presente artigo visando a discussão sobre a crise econômica de 2008 ocorrida nos Estados Unidos, busca analisar suas origens levando em conta as consequências que trouxe para todo o mercado financeiro
3 internacional, além de ressaltar as políticas adotadas pelo governo brasileiro a fim de contornar o cenário externo. O trabalho será divido em seis partes, sendo na primeira parte um breve histórico da crise norte-americana de Na segunda parte análise dos dados econômicos brasileiros no período de 2008, na próxima parte a análise dos dados de 2009, na quarta parte a análise de 2010, na quinta parte a análise de 2011 e por último a conclusão do trabalho. ARTIGO Considerada como a maior crise financeira desde a Grande Depressão de 1929, a crise no mercado hipotecário subprime dos Estados Unidos de 2007 atingiu países desenvolvidos e países em desenvolvimento de maneira assimétrica. A intensidade com que a crise financeira atingiu os países ao redor do mundo e a velocidade com que ela se dissipou pode encontrar explicação em dois fatos que são apontados por Terrones, Köse e Claessens (2010, p.2): inovações tecnológicas, principalmente no mundo financeiro e liberalização das finanças mundiais com a sua desregulamentação. A liberalização das finanças mundiais não veio acompanhada de um aparato regulatório capaz de domesticar os impulsos gananciosos dos gestores da alta finança mundial. Desta vontade desenfreada de auferir os maiores lucros possível, surgiram novos produtos no mercado financeiro e muitas instituições ampliaram seus tentáculos na sociedade atuando no mercado à margem do sistema legal, o chamado shadow banking system. (FURCERI e MOUROUGANE, 2009, p.12) Ademais, a desregulamentação financeira provoca assimetria de informações na concessão de créditos. Enquanto a economia possui sólidos indicadores de crescimento econômico, a chance de ocorrer inadimplência é reduzida; isto, por si só, aumenta o desejo dos gestores de carteiras de ampliar
4 o número de clientes e como consequência aumentar os seus lucros. A busca por novos clientes e a reduzida probabilidade de default faz com que diminua as exigências e quantidade de informações para novos empréstimos, aonde começa a aumentar as chances de calote. Conforme o BIS (2009), a crise do subprime, pode ser dividida em cinco etapas distintas conforme os acontecimentos iam acontecendo. Entre junho de 2007 e março de 2008, quando o banco de investimentos Bear Stearns foi comprado pelo J.P.Morgan, chamamos de primeira fase; a segunda etapa está compreendida entre meados de março e meados de setembro de 2008, é marcada pela generalização das dificuldades do mercado hipotecário para o sistema financeiro; a terceira fase e talvez a pior de todas elas foi a falência do banco Lehman Brothers em 15 de setembro de 2008, quando a confiança minguada dos agentes financeiros praticamente acabou e o Estado teve que atuar na economia. Tais intervenções em quase nada contribuíram para a recuperação da confiança e o pessimismo era cada vez maior; essa é a chamada quarta etapa da crise e durou de outubro de 2008 a março de A quinta é última fase é, após março de 2009, quando alguns indicadores apresentar razoável melhora. (BIS, 2009, p.16-17) A primeira etapa da crise pode ser considerada uma fase norte-americana dado que as perdas no mercado hipotecário subprime, aconteceram preponderantemente na maior economia do mundo. Nesse momento, o mercado interbancário reduz sensivelmente a concessão de empréstimos na tentativa de reduzir as perdas, que já se encontravam em patamares bastante elevados. (BIS, 2009, p.17) Esta etapa encerra-se com a falência do banco de investimento Bear Stearns e o aumento dos temores de que outras instituições importantes poderiam estar com problemas de solvência como já havia acontecido com bancos no Reino Unido e na Islândia. Naquele momento, nenhuma autoridade econômica acreditava que uma crise sistêmica estava sendo gestada no coração do capitalismo. (BIS, 2009, p.17) A segunda etapa da crise é marcada por um rápido momento de tranquilidade no mercado financeiro que foi contrastado pela percepção
5 generalizada que a atividade econômica sofreria uma queda não só nos Estados Unidos como nas principais economias mundiais. Isto lançaria mais pressão nos balanços das instituições financeiras e aumentava-se o temor de que os planos de recapitalização antevistos não seriam suficientes. (BIS, 2009, p.19) A desconfiança que aumentava paulatinamente tomou contornos dramáticos quando as agências hipotecárias Fannie Mae e Freddiy Mac apresentaram resultados trimestrais muito abaixo do que estava sendo previsto no mercado. A falência destas agências do mercado secundário de hipotecas no mercado dos Estados Unidos era dada como única solução, quando o governo do país assumiu, ambas, no dia 7 de setembro de (BIS, 2009, p.21-22) A terceira etapa e talvez a mais delicada da crise aconteceu uma semana após o governo dos Estados Unidos assumirem as duas agências hipotecárias. No dia 15 de setembro de 2008, o banco de investimento Lehman Brothers entrou com um pedido de proteção contra falência. Neste momento, o pânico se disseminou pelo mundo todo e what many had hoped would be merely a year of manageable Market turmoil the escalated into a full-fledged global crisis. (BIS, 2009, p.23) A crise financeira, que parecia apenas uma crise de liquidez, reservada ao sistema financeiro começou a fazer vítimas em outros segmentos da economia. Dois dias após a falência do Lehman Brothers, uma das maiores companhias de seguros do mundo, AIG, foi nacionalizada pelo valor de US$ 87 bilhões. O mês de outubro ficou marcado pelas intervenções dos governos pelo mundo afora no sistema financeiro na tentativa de garantir liquidez para que a atividade econômica não cessasse. Ademais uma ação conjunta orquestrada pelos bancos centrais dos Estados Unidos, União Europeia e Inglaterra, reduziu sensivelmente as taxas de juros na intenção de garantir o que fosse preciso ser feito para salvar o sistema financeiro, isso seria feito. (BIS, 2009, p.30) A quarta etapa da crise que tem início em meados de outubro e durou até março de 2009 foi marcada por forte apreensão das autoridades e do sistema financeiro em geral, que previam um mergulho da atividade econômica e quiçá
6 até mesmo uma recessão mundial. O início de 2009 não apresentou qualquer melhora nos indicadores econômicos, pelo contrário: os números do final de 2008 foram sofríveis, o que aumentava a expectativa de que a economia caminhava para algo muito semelhante ao Crash de (BIS, 2009, p.31-32) A última etapa da crise pode ser sintetizada pelo pequeno aumento dos preços dos ativos da economia e uma redução marginal na volatilidade das bolsas de valores. No entanto, essa pequena dose de otimismo do mercado financeiro era contrabalanceada pela economia real pois: [...], signs of dysfunction and related distortions remained, suggesting that the combined efforts of governments and central banks had not yet fully restored confidence in the global financial system. Thus, the process of normalisation seemed likely to be protracted and subject to considerable risks. (BIS, 2009, p.34) Tabela 1: Informações da economia brasileira de 2008 até PIB (%) 5,08-0,30 7,50 2,70 Consumo Total (%) 5,40 4,00 6,20 4,10 Exportação (%) -0,60-10,30 11,50 4,80 Importação (%) 18,50-11,40 35,80 11,00 Saldo de Transações Correntes (US$ , , , ,00 Milhões) Metas de Inflação (%) 4,50 4,50 4,50 4,50 IPCA - Inflação (%) 5,90 4,31 5,91 6,50 IGPM - Inflação (%) 9,80-1,72 11,32 5,10 Câmbio (R$ por US$) 1,83 2,00 1,76 1,67 Taxa de Desemprego (%) 7,90 8,10 6,70 6,00 Taxa Selic (%) 13,75 8,75 10,75 11,00 Elaborado pelos autores, fontes: Bacen, IPEA, TCU, IBGE
7 Os efeitos da crise financeira do mercado imobiliário norte-americano no Brasil serão apresentados, dos anos de 2008 até 2011, e quais foram as medidas adotas pelo governo federal para reduzir esses efeitos no nosso país. Serão analisados dados econômicos, como: (i) PIB (produto interno bruto); (ii) índices de inflação IPCA (índice nacional de preços ao consumidor amplo) e IGP-M (índice geral de preços do mercado), (iii) taxa de câmbio, (iv) taxa de desemprego, (v) a taxa básica de juros taxa Selic, (vi) meta da inflação, entre outros. No ano de 2008 a balança comercial teve uma redução de 38% em relação ao ano anterior, ocasionado pela taxa de câmbio desvantajoso (TCU, 2009), já o PIB da economia brasileira aumentou 5,08%, em relação ao ano de 2007, mesmo com uma variação negativa de 3,6% no último trimestre, sendo o principal fator de crescimento da economia brasileira, o consumo das famílias, que representou 60,7% do PIB nacional, o consumo total aumento 5,4% de 2007 para Em contrapartida, o setor de indústria recuou 2,1% no mesmo período, a contribuição da indústria no PIB, que estava crescendo nesse ano, 1,1% no segundo trimestre e 2,83% no terceiro trimestre, teve uma redução e cresceu somente 0,25% no quarto trimestre, já com o impacto da crise. (IPEA, 2009). O processo de inclusão social e de melhora na distribuição de renda, algo consolidado macroeconomicamente em economias emergentes, mesmo aquelas que sofreram com a crise global (BARROS; GIAMBIAGI, 2009). Em razão da crise, o mercado externo também foi afetado com reduções da demanda e aumento das taxas de desemprego. O dólar ficou valorizado no Brasil por conta das remessas em moeda estrangeira. (IPEA, 2009) Considerando as políticas macroeconômicas adotadas, como, a política fiscal aumentou a arrecadação federal, mesmo com estímulos à economia, como a redução da alíquota do IRPF 2009, redução do IPI (imposto sobre produtos industrializados) para automóveis até março de 2009, a desoneração do IOF (imposto sobre operações financeiras) para empréstimos ao consumidor, buscando melhora do crédito privado (PIRES, 2009), mantendo uma política expansiva com o aumento dos gastos do governo.
8 Já a política monetária foi contracionista em relação a taxa de juros, o aumento da taxa Selic meta de 11,25% a.a. no início de 2008 para 13,75% a.a. em dezembro de 2008, a redução dos depósitos compulsórios de 45% para 42% nos depósitos à vista em outubro de Os juros mais altos não impediram o aumento do crédito que elevou sua oferta ao longo de Somente em 2009, a crise afetou o canal comercial, com a queda nas exportações (NAKANO, 2012). Resultado, o PIB foi negativo, mas do lado da demanda houve um crescimento no consumo das famílias de 4,1%. Por conta de uma baixa demanda internacional as exportações diminuíram 10,3% e as importações 11,4%, conforme aponta o TCU (2009). A taxa de desemprego não se alterou em relação ao ano anterior, mantendo-se em 6,8%. Neste período o governo aumentou de cinco para seis meses o período de recebimento do seguro desemprego. As principais políticas macroeconômicas monetárias aplicadas foram a redução dos depósitos compulsórios 4, o aumento do crédito por intermédio dos bancos públicos e a redução da taxa Selic. Com essas medidas, o governo conseguiu estimular o investimento, aumentar o consumo doméstico com taxas baixas de juros e maior oferta de crédito. Estas medidas monetárias aumentaram a liquidez na economia. O Governo Federal liberou linha de crédito ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o setor produtivo no curto prazo, esse setor com problemas de liquidez. (TCU, 2010). A política econômica fiscal adotada teve por objetivo reduzir algumas alíquotas de impostos, alterar datas de pagamentos e também a diminuição do superávit primário. Do ponto de vista do nível de emprego e da demanda agregada, essa política teve um regime expansionista. A expectativa do governo era que essas mudanças gerassem um alívio de R$ 21 bilhões aos caixas das empresas brasileiras. (TCU, 2010). O Governo Federal, através da CEF (Caixa Econômica Federal) disponibilizou R$ 2 bilhões para serem utilizados no consumo por pessoas físicas para a aquisição de eletrodomésticos, móveis e materiais de construção. Em 4 Maneira com que o Banco Central garante o poder de compra da moeda nacional.
9 abril de 2009, o governo federal reduziu as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de fogões, geladeiras, lavadoras e tanques. (TCU, 2010, pg. 17). No mesmo período a Caixa Econômica Federal aumentou o limite de crédito para aquisição de materiais de construção para R$ , antes R$ Já o BNDES disponibilizou US$ 6,9 bilhões para as empresas do setor automotivo. Em 11 de Novembro, o governo estadual de São Paulo, aprovou uma linha de crédito em conjunto com a Nossa Caixa no valor de R$ 4 bilhões para o mesmo setor. O governo federal põe em prática uma medida fiscal contracionista isentando o IPI em veículos de motor 1.0, além dos cortes tributários. Em 2010 o PIB teve uma recuperação de 6,5% e um aumento na produção de bens e serviços nacionais. Segundo o TCU (2011), o Brasil ficou em 5 lugar no crescimento do PIB em comparação aos demais membros do G20 5, ficando atrás da China, Índia, Argentina e Turquia. Com a evolução do PIB podemos observar que o país conseguiu superar a crise internacional financeira desenvolvida em As operações de crédito nacional cresceram 20,5% o que corresponde a um total de R$ 1,7 trilhão, conforme o TCU (2011), as exportações cresceram uma média de 32%. Para a China houve crescimento de 46%, para a Argentina 44,3%, para o Mercosul 42,2% e o bloco asiático 39,3%, (TCU, 2011) O nível de desemprego diminuiu e houve um amento na renda média recebida pelo trabalhador. Conforme explica o TCU (2011), a taxa de desocupação vem diminuindo ao longo dos anos e conta com um aumento médio na renda do trabalhador desde O emprego formal acompanha os índices de evolução. Em 2010 o governo adotou uma política fiscal ainda mais expansionista, conforme aponta o TCU (2011), a receita primária chegou a um montante R$ 779,1 bilhões enquanto a despesa primária R$ 700,1 bilhões, já a política 5 Foi criado nos anos 90. É formado por 19 países mais a União Europeia e tem por objetivo promover debates entre os países envolvidos com o interesse de manter uma estabilidade econômica mundial.
10 monetária neste período foi contracionista, aumentando o IOF e os depósitos compulsórios. O Banco Central do Brasil passou a remover os estímulos monetários expansionistas adotados em 2009, aumentando, gradualmente, as alíquotas dos depósitos compulsórios sobre recursos a prazo. (TCU, 2011, pg. 34). Nos anos de 2009 até 2011, observamos o aumento da inflação calculada pelo IPCA saindo dos 4,31%, em 2009, chegando ao teto da meta de inflação de 6,50% em 2011, sendo o aumento dos juros, frequentemente usado como instrumento de combate à inflação (ROSSI, 2011), a taxa Selic passou de 8,75% a.a., em 2009, para 11% a.a., em O PIB de 2009 apresentou um resultado negativo de 0,30%, passando para 7,50% em 2010 e voltando ao patamar de 2,70% em 2011, sendo o crescimento do consumo de 2009 de 4,00% para 6,20% em 2010 e 4,10% em CONCLUSÃO / CONSIDERAÇÕES FINAIS Entre junho de 2007 e março de 2009, a crise de subprime foi dividida em cinco etapas (BIS). Com a quebra do Lehman Brothers, um dos maiores bancos americanos, a crise financeira foi desencadeada por uma crise imobiliária que se intensificou com a falência de vários outros bancos, financeiras e seguradoras. A concessão de empréstimos hipotecários de forma irregular foi a causa direta da crise, emprestavam para quem não tinham capacidade de pagar ou de se responsabilizar com o ônus das taxas mais altas. Com a falta de confiança, o crédito começa a diminuir, o desemprego cresce e o crescimento econômico fica comprometido. Os dados demonstrados neste artigo deixam claro que a crise que estourou em 2008, só apresentou impacto econômico no final do mesmo ano e no primeiro semestre de Considerando o crescimento no segundo semestre, a melhoria de alguns indicadores financeiros e comerciais, levou ao ufanismo de empresários e de alguns economistas apressados, com o apoio da mídia, de que a fase crítica da crise tinha passado (CARVALHO, 2010).
11 As taxas de desemprego diminuíram de 8,10% em 2009 para 6,70% em O consumo voltou a ser positivo, gerando impacto na inflação (IPCA), que chegou ao teto da meta. As exportações diminuíram principalmente pela valorização da nossa moeda e por consequência, as importações mantiveramse em alta, causando o aumento do déficit na conta de transações correntes no ano de Fica evidente que o governo brasileiro a fim de conter os efeitos da crise financeira no país colocou em prática medidas de incentivo econômico. Observamos também que as medidas políticas adotadas pelo governo, foram de extrema importância para a recuperação da economia nacional. REFERÊNCIAS BANCO CENTRAL DO BRASIL. (BACEN) Histórico das Taxas de Juros fixadas pelo Copom e evolução da taxa selic Disponível em: < Acesso em: 15 set Disponível em: < Acesso em 15 mar Metas para Inflação. Disponível em: < Acesso em: 15 set BANK FOR INTERNATIONAL SETTLEMENTS (BIS). 79 th annual report. Basiléia: BIS, Disponível em: < Acesso em 23 de março de BARROS, O de; GIAMBIAGI, F, Brasil pós-crise: seremos capazes de dar um salto? In: GIAMBIAGI, F; BARROS, O de, Brasil pós-crise: agenda para a próxima década. Rio de Janeiro, 2ª Reimpressão, CARVALHO, David Ferreira. A crise financeira dos EUA e suas prováveis repercussões na economia global e na América Latina: uma abordagem pósminksyana. ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO KEYNESIANA BRASILEIRA, v. 3, FURCERI, D; MOUROUGANE, A. Financial crisis: past lessons and policy implications. Disponível em: < Acesso em: 22 de março de INSTITUTO BRASILERIO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Produto Interno Bruto Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Rio de Janeiro, Disponível em:
12 < bmunic2004_2008.pdf>. Acesso em: 15 mar Produto Interno Bruto Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Contas Nacionais. Rio de Janeiro, Disponível em: < sregionais2009.pdf >. Acesso em: 15 mar Produto Interno Bruto Sistema de Contas Nacionais Trimestrais e Acumulados. Disponível em: < Acesso em 15 mar Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo IPCA. Disponível em: < pc.shtm>. Acesso em 15 mar INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Carta de Conjuntura, Diretoria de Estudos Macroeconômicos. Governo Federal, n. 5, Dez Disponível em: < pdf>. Acesso em 17 mar Carta de Conjuntura, Diretoria de Estudos Macroeconômicos. Governo Federal, n. 8, Set Disponível em: < pdfacesso em 17 mar Carta de Conjuntura, Diretoria de Estudos Macroeconômicos. Governo Federal, n. 11, Out Disponível em: < _pdf_final_ pdf>. Acesso em 17 mar Carta de Conjuntura, Diretoria de Estudos Macroeconômicos. Governo Federal, n. 15, Dez Disponível em: < _final2.pdf>. Acesso em 17 mar Carta de Conjuntura, Diretoria de Estudos Macroeconômicos. Governo Federal, n. 17, Dez Disponível em: < pdf>. Acesso em 17 mar MARTINS, Diogo. Desemprego médio em 2012 é o mais baixo desde 2003, diz IBGE. Revista Valor Econômico, Rio de Janeiro, jan NAKANO, Y. A grande recessão: oportunidade para o brasil alcançar os países desenvolvidos. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 52, n. 2, março-abril, 2012.
13 PIRES, M. C. C., Multiplicadores Fiscais: Uma contribuição ao debate sobre políticas fiscais anticíclicas. In: Anpec 2009, Foz do Iguaçu. Anpec. PORTAL DE FINANÇAS. Disponível em: < Acesso em 16 mar TERRONES, M.E; KÖSE, M.A; CLAESSENS, S. The global financial crisis: how similar? How different? How costly? Disponível em: < Acesso em: 23 de março de TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TCU. Política Fiscal e Monetária. Desempenho da Economia Brasileira em Disponível em < Acesso em: 20 out Relatório e Pareceres Prévios Sobre as Contas do Governo da República, Exercício de Brasília, Disponível em: < overno/contas_08/textos/cg_2008_relatorio_completo.pdf>. Acesso em: 20 out Relatório e Pareceres Prévios Sobre as Contas do Governo da República, Exercício de Brasília, Disponível em: < overno/contas_09/textos/cg%202009%20relat%c3%b3rio.pdf>. Acesso em: 20 out Relatório e Pareceres Prévios Sobre as Contas do Governo da República, Exercício de Brasília, Disponível em: < overno/contas_10/cg%202010%20relat%c3%b3rio.pdf>. Acesso em: 20 out
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