APROVEITAMENTO DE CRÉDITO DE ICMS: BEM DE INSUMO & BEM DE USO E CONSUMO
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- Ian Pedroso Pinto
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1 I SEMINÁRIO NACIONAL DO CONTENCIOSO ADMINISTRIVO FISCAL DE 2ª INSTÂNCIA ESTADUAL SENACOF APROVEITAMENTO DE CRÉDITO DE ICMS: BEM DE INSUMO & BEM DE USO E CONSUMO RUDSON DOMINGOS BUENO
2 CERNE DA QUESTÃO Controvérsias 1 - Correto ou não o aproveitamento de crédito fiscal de ICMS na aquisição de mercadoria de uso ou consumo por parte de algumas indústrias cimenteiras e de bebidas? 2 - óleo combustível, tela de aço, explosivos podem ser considerados insumos no processo de produção de cimento?
3 O QUE CONSTA NA LEI COMPLEMENTAR Nº 87/96 Direito ao aproveitamento de crédito nas aquisições de mercadorias destinadas ao uso ou consumo art. 33, I, da LC 87/96. Art. 33. Na aplicação do art. 20 observar-se-á o seguinte: I somente darão direito ao crédito as mercadorias destinadas ao uso ou consumo do estabelecimento, nele entradas a partir de 1º de janeiro de 1998; Esta foi a primeira redação.
4 AS SUCESSIVAS PRORROGAÇÕES Lei Complementar nº 92 (1º ) Lei Complementar nº 99 (1º ) Lei Complementar nº 114 (1º ) Lei Complementar nº 122 (1º ) Lei Complementar nº 138 (1º/01/2020)
5 JUSTIFICAÇÃO PARA AS PRORROGAÇÕES Senado Federal - Lei Complementar nº 122/2006 Minimizar, para os Estados e o DF, em parte, os prejuízos tributários que lhes foram impostos pelas desonerações do ICMS e ampliações das possibilidades de apropriação de créditos de ICMS previstas pela Lei Complementar 87/96
6 Apelos dos estados federados por não poderem prescindir de importante fonte de recursos advindos do não creditamento por todos os segmentos econômicos que compõem a cadeia de circulação de mercadorias que integram a base tributária do ICMS
7 Segmentos industriais, prestadores de serviço de comunicação e exportadores já têm assegurado a apropriação do crédito correspondente à utilização da energia elétrica e à prestação do serviço de comunicação
8 Garantia de receitas importantes para os entes federados, inclusive os municipais, das quais não podem abrir mão devido à escassez de recursos para atender demandas cada vez maiores, seja de cunho social, seja de investimentos em infraestrutura
9 ARGUMENTOS DAS INDÚSTRIAS CIMENTEIRAS/BEBIDAS E DA SECRETARIA DE FAZENDA SOBRE O APROVEITAMENTO DE CRÉDITO Argumentos das indústrias Indústria cimenteira - produção/industrialização de cimento => utilização de produtos intermediários, materiais de embalagem, combustíveis e lubrificantes, que são consumidos durante o processo de industrialização. - óleo combustível => integra o processo produtivo do cimento, pois é sempre aplicado como forma de energia, sendo essencial e se incorpora ao produto final.
10 - explosivos, refratários, bolas de aço, placas de revestimento, paletes de madeira, roletes e pneus são produtos intermediários consumidos durante o processo produtivo, não sendo classificados como bens do ativo permanente e sim como custo do produto
11 Indústria de bebidas gás e combustível não são materiais de uso e consumo da empresa, e sim, mercadorias diretamente relacionadas à atividade do estabelecimento. gás => utilizado nas empilhadeiras e o combustível nos veículos empregados nas vendas dos produtos comercializados.
12 Argumentos da SEF/DF e do TARF - indevido o aproveitamento de crédito fiscal do ICMS, pois o óleo combustível é material de uso e consumido no processo produtivo do cimento. - os conceitos de matéria-prima e insumo são claros, sendo aqueles materiais que se agregam ao produto final fazendo dele parte. - no caso do cimento, um dos insumos empregados na sua fabricação é a argila.
13 - Argila e calcário (matérias-primas) => presentes na composição do cimento pronto. - Não é o caso do óleo diesel, de bolas de aço e de explosivos => não estão presentes no produto final cimento, pois se extinguem no processo produtivo. - o gás e o óleo combustível empregados na indústria de bebidas não podem ser considerados insumos do produto final bebida => dele não fazem parte.
14 - o fato de determinada mercadoria participar direta ou indiretamente na preparação de matérias-primas, materiais intermediários, suporte físico ou no processo fabril não garante o direito ao aproveitamento do crédito do ICMS pela sua entrada, mas condiciona-se a ter uma nova saída tributada. Uma simples relação de mercadorias indicando sua utilização no suporte físico ou no processo industrial não é suficiente para ter direito ao crédito => é indispensável que haja nova e efetiva saída tributada para possibilitar a compensação do ICMS.
15 PARECER DE INADMISSIBILIDADE Nº: 059/2007 NUESC/GELEG/DITRI combustível adquirido para o transporte das rações animais que fabrica é material de uso e consumo => não é produto intermediário. STJ => a compensação do ICMS, somente é permitida quanto aos produtos classificados como bens de insumo, que são as matérias-primas ou os produtos intermediários que, empregados no processo de industrialização, se agregam de alguma forma no produto final => quando da comercialização destes são repassados ao consumidor.
16 Resp /SC, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJU de 8/6/2006; e Resp /PR, Rel. Min. Francisco Falcão, DJU de 15/3/2004). REsp /SC. O produto intermediário deve de alguma forma agregar-se ao produto final. No caso, trata-se de material de uso e consumo.
17 JURISPRUDÊNCIA STJ AgRg no AREsp / PR AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 2014/ Relator(a) Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) Órgão Julgador T2 - SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 14/10/2014 Data da Publicação/Fonte DJe 24/10/2014
18 Ementa TRIBUTÁRIO. ICMS. ATIVO PERMANENTE. CREDITAMENTO. LIMITAÇÃO TEMPORAL. LEGALIDADE. SÚMULA 83/STJ. MATERIAIS QUE NÃO FAZEM PARTE DO PROCESSO PRODUTIVO. SÚMULA 7/STJ. 1. Ao apreciar a controvérsia acerca da possibilidade de creditamento de ICMS sobre produtos adquiridos pela empresa recorrida, integrantes de seu processo produtivo, o Tribunal de origem manifestou-se em consonância com a jurisprudência desta Corte Superior, no sentido de que são legítimas as restrições impostas pela Lei Complementar n. 87/96, inclusive a limitação temporal prevista em seu art. 33 para o aproveitamento dos créditos de ICMS em relação à aquisição de bens destinados ao uso e consumo, ou ao ativo permanente do estabelecimento contribuinte. 2. A Corte de origem concluiu que os materiais em discussão, quais sejam, a) Correia e Esponja Massageadora de Rótulos, b) Materiais de Segurança (EPIs), e c) Serviços de Telecomunicações estão compreendidos no conceito de mercadorias de uso ou consumo do estabelecimento, para o fim de impedir o imediato creditamento de ICMS em relação à aquisição desses itens. 3. De fato, de acordo com o contexto fático probatório delineado pelo Tribunal de origem, vêse que os referidos materiais adquiridos pela recorrente não são integralmente consumidos no processo de industrialização, não estando intrinsecamente ligados, de maneira indissociável, à essa cadeia produtiva. 4. Nesse contexto, entender que tais materiais dizem respeito ao uso e consumo do estabelecimento e, por isso, o creditamento de ICMS em razão dessas entradas não está sujeito à postergação de que trata o art. 33, I, da LC 87/96, demandaria a incursão no contexto fático dos autos, impossível nesta Corte ante o óbice da Súmula 7/STJ. Agravo regimental improvido.
19 MUITO OBRIGADO
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