AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS
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- Margarida Conceição Aveiro
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1 AVALIAÇÃO EXTERNA DAS ESCOLAS Relatório Escola Secundária Augusto Gomes MATOSINHOS Área Territorial de Inspeção do Norte
2 1 INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a autoavaliação e para a avaliação externa. Neste âmbito, foi desenvolvido, desde 2006, um programa nacional de avaliação dos jardins de infância e das escolas básicas e secundárias públicas, tendo-se cumprido o primeiro ciclo de avaliação em junho de A então Inspeção-Geral da Educação foi incumbida de dar continuidade ao programa de avaliação externa das escolas, na sequência da proposta de modelo para um novo ciclo de avaliação externa, apresentada pelo Grupo de Trabalho (Despacho n.º 4150/2011, de 4 de março). Assim, apoiando-se no modelo construído e na experimentação realizada em doze escolas e agrupamentos de escolas, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) está a desenvolver esta atividade consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 15/2012, de 27 de janeiro. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa da Escola Secundária Augusto Gomes Matosinhos, realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efetuada entre 7 e 9 de janeiro de As conclusões decorrem da análise dos documentos fundamentais da Escola, em especial da sua autoavaliação, dos indicadores de sucesso académico dos alunos, das respostas aos questionários de satisfação da comunidade e da realização de entrevistas. ESCALA DE AVALIAÇÃO Níveis de classificação dos três domínios EXCELENTE A ação da escola tem produzido um impacto consistente e muito acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais consolidadas, generalizadas e eficazes. A escola distingue-se pelas práticas exemplares em campos relevantes. MUITO BOM A ação da escola tem produzido um impacto consistente e acima dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais generalizadas e eficazes. BOM A ação da escola tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente e consolide a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para a Escola, constituindo este documento um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e áreas de melhoria, este relatório oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de ação para a melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. SUFICIENTE A ação da escola tem produzido um impacto aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. As ações de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. INSUFICIENTE A ação da escola tem produzido um impacto muito aquém dos valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes na generalidade dos campos em análise. A escola não revela uma prática coerente, positiva e coesa. A equipa regista a atitude de empenhamento e de mobilização da Escola, bem como a colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O relatório da Escola e o eventual contraditório apresentado(s) no âmbito da Avaliação Externa das Escolas serão disponibilizados na página da IGEC. 1
3 2 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA A Escola Secundária Augusto Gomes, antigo Liceu Nacional, situa-se na cidade de Matosinhos. No âmbito do Programa de Modernização das Escolas do Ensino Secundário encontra-se em processo de requalificação desde 2010, obras actualmente suspensas sem data prevista de conclusão. A população escolar, constituída por 1331 alunos (49 turmas), é assim distribuída: 304 (12 turmas) do 3.º ciclo do ensino básico; 856 alunos (29 turmas) dos cursos científico-humanísticos do ensino secundário; 152 alunos (sete turmas) dos cursos profissionais; 19 alunos/formandos (uma turma) do curso de educação e formação de adultos (EFA de dupla certificação). Um número significativo de alunos (23,9%) beneficia da ação social escolar, sendo que, destes, 63,3% integram o escalão A e 36,7% o escalão B. A Escola é frequentada por alunos de outras nacionalidades, embora sem grande expressão estatística (2,5%). De acordo com os dados do perfil de escola, 59% dos alunos do ensino básico e 37% do ensino secundário têm computador com ligação à Internet em casa. A análise das habilitações académicas revela que a percentagem de pais e encarregados de educação dos alunos do ensino básico e do ensino secundário com formação superior é, respetivamente, de 17% e 11% e com formação secundária e superior de 34% e 30%, respetivamente. No que respeita às profissões, a sua distribuição mostra que 21,5% dos pais e encarregados de educação dos alunos do ensino básico e 22% do ensino secundário têm profissões ao nível de técnico superior e intermédio. Exercem funções na Escola 122 docentes, a grande maioria pertencente aos quadros. O pessoal não docente é constituído por 34 elementos (22 assistentes operacionais, um encarregado operacional, oito assistentes técnicos, um chefe dos serviços de administração escolar e dois técnicos superior (entre os quais, um psicólogo com horário incompleto). Em e , anos para os quais existem referentes calculados, os valores das variáveis de contexto da Escola, disponibilizados pela Direção-Geral de Estatística da Educação e Ciência, quando comparados com os de outros estabelecimentos de ensino com características semelhantes, situam-se, globalmente, próximos da mediana relativamente à percentagem de alunos que não beneficiam de auxílios económicos no âmbito da ação social escolar e à formação académica dos pais e acima deste valor mediano em relação à percentagem de docentes do quadro. Quando comparada com as outras escolas do mesmo grupo de referência, a Escola apresenta, em , variáveis de contexto favoráveis. 3 AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO Considerando os campos de análise dos três domínios do quadro de referência da avaliação externa e tendo por base as entrevistas e a análise documental e estatística realizada, a equipa de avaliação formula as seguintes apreciações: 3.1 RESULTADOS RESULTADOS ACADÉMICOS Em e , os valores observados na Escola situam-se, na maioria dos indicadores, próximos da mediana dos valores das escolas/agrupamentos do mesmo grupo de referência (cluster), quer no ensino básico quer no ensino secundário. 2
4 Porém, quando comparada com as restantes escolas/agrupamentos do mesmo grupo de referência com variáveis de contexto análogas, a Escola apresenta no 9.º ano, na maioria dos indicadores, resultados académicos acima dos valores esperados. Ainda assim, quer a percentagem de alunos que concluíram o 9.º ano em , quer as percentagens de positivas e de médias obtidas na disciplina de Matemática, em , ficaram aquém desses valores. Neste período, importa ainda destacar, pela positiva, o facto de o valor observado na taxa de conclusão do 9.º ano melhorar, passando de aquém do esperado para acima do esperado, ao invés da verificada relativamente à percentagem de positivas na prova final de matemática do 9.º ano. No ensino secundário, a tendência é semelhante. Nos mesmos anos letivos, quando comparada com as escolas com variáveis de contexto análogas, os valores observados na maioria dos indicadores situam-se acima do valor esperado. Contrariaram esta tendência, as médias observadas nos exames nacionais do 12.º ano, em , nas disciplinas de Português (em linha com o valor esperado) e de História A (aquém do valor esperado). Decorrente da comparação dos resultados da Escola, quer com as escolas/agrupamentos do mesmo grupo de referência e com valores análogos nas variáveis de contexto, quer com os das escolas/agrupamentos integradas no mesmo grupo de referência, conclui-se que, globalmente, a Escola apresenta resultados em linha com o esperado. Relativamente aos cursos profissionais, no triénio a , as taxas de conclusão (3.º ano) apresentam valores relativamente próximos, variando entre 81,3 e 84,2%, o que traduz a consolidação destes resultados. Ainda assim, numa análise mais alargada, constata-se que a taxa de sucesso nestes cursos (alunos que concluíram o curso no ciclo formativo de três anos) é mais baixa, situando-se em 63,7%. A Escola procede, de forma regular e sistemática, à monitorização dos resultados académicos de modo a permitir a sua diagnose e projetar os necessários planos de ação de melhoria. Neste âmbito, o actual plano de ação contempla, de entre outros objetivos, melhorar as taxas de transição por ano de escolaridade (sobretudo no 10.º ano), aumentar a percentagem de alunos com sucesso pleno (a qualidade do sucesso é menor no 10.º ano) e melhorar as classificações externas (sobretudo nas disciplinas com menor sucesso). Atentos os resultados e o respectivo plano de ação, resulta claro que a Escola ainda não superou a fragilidade dos resultados académicos no 10.º ano, já reconhecida na avaliação externa realizada em 2008, facto que aponta para que a consistência do planeamento estratégico, focado nas disciplinas em que os alunos sentem maiores dificuldades, constitua uma área de melhoria a monitorizar. No último triénio, a Escola apresenta, globalmente, baixas taxas de abandono. Em , foi nula no ensino básico e de 2% no ensino secundário. RESULTADOS SOCIAIS A Escola assegura a presença dos alunos nos órgãos/estruturas onde têm assento. Porém, o apelo à participação não se esgota neste domínio, dado que se procura potenciar o desenvolvimento integral dos alunos, enquanto cidadãos responsáveis, autónomos e solidários. Assim, são múltiplas as atividades promovidas e orientadas para este fim, algumas das quais da iniciativa dos próprios alunos, através da associação de estudantes, outras decorrentes dos processos de auscultação em sede de assembleia de delegados de turma e de projetos intencionalmente desenhados e destinados à sua formação pessoal e social. A Tutoria J e o Voluntariado Interno são exemplos desses projetos. Na Tutoria J, os alunos mais velhos são convidados a assumir a tutoria de colegas mais novos promovendo processos de integração e de 3
5 inclusão e, por vezes, de apoio ao estudo. No Voluntariado Interno, como estratégia de valorização do trabalho, os alunos apoiam diversos sectores da Escola, coadjuvando o pessoal não docente no desempenho de tarefas na biblioteca/centro de recursos, bufete, laboratórios e salas de aula. A estas iniciativas, acrescem outras, sendo de realçar a responsabilização dos alunos em diferentes atividades levadas a efeito nos Dias de Encontro, anualmente promovidos e destinados a valorizar a sua capacidade realizadora, bem como a organização de ações de solidariedade destinadas à recolha de bens essenciais, algumas das quais em articulação com associações locais, designadamente com a Associação de Matosinhos do passado ao futuro. Os alunos conhecem e, de uma maneira geral, respeitam as normas e o código de conduta. Pese embora o aumento verificado, no último ano letivo, do número de ocorrências de natureza disciplinar (ano letivo em que se verificou o aumento do número de alunos do ensino básico), é consensual o reconhecimento interno quanto à existência de um clima de escola promotor de um ambiente educativo favorável às aprendizagens. Nesta vertente, importa destacar o trabalho dos diretores de turma e, também, do gabinete do aluno, dado assumirem papéis de relevo na prevenção e tratamento das situações de indisciplina. Refira-se, ainda, a importância dada pela direção aos processos de acolhimento e integração programados para os inícios dos anos letivos, com especial enfoque nos alunos que frequentam a Escola pela primeira vez. É genericamente reconhecido o impacto da escolaridade no percurso dos alunos. Um número significativo daqueles que concluem o 12.º ano, prossegue estudos superiores. No ano letivo , 49% destes alunos apresentaram a respetiva candidatura, sendo que, destes, 55% ficaram colocadas na primeira opção. Quanto aos cursos profissionais, preferencialmente vocacionados para uma mais célere inserção no mercado de emprego, há indícios de boa aceitação dos ex-alunos/formandos por parte do tecido empresarial local. Ainda assim, é internamente reconhecida a necessidade da implementação de processos de monitorização fiáveis das respectivas taxas de empregabilidade. RECONHECIMENTO DA COMUNIDADE É claramente notório o reconhecimento dos diferentes sectores da comunidade escolar quanto à qualidade do serviço educativo/formativo prestado pela Escola. Os resultados dos questionários realizados no âmbito desta avaliação externa junto de alunos, encarregados de educação e pessoal docente e não docente manifestam, de forma generalizada e transversal este sentir. Este reconhecimento, alicerçado no tempo do Liceu e consolidado ao longo dos tempos, reflete-se, também, na capacidade de atração de novos alunos e no elevado sentido de pertença daqueles que a frequentam. A Escola leva a efeito diversas iniciativas tendentes à valorização dos sucessos dos alunos. Disso são exemplo as exposições e a divulgação de trabalhos, a adesão a concursos/projetos e a criação de espaços Web destinados à publicação de textos (Encontros em Rede - blog). Porém, a valorização dos sucessos dos alunos, que não incide apenas nos resultados académicos, mas também nos resultados sociais, tem o seu ponto mais alto na atribuição anual do Título de Mérito, que se destina a destacar aqueles que se evidenciem nas diferentes áreas da vida escolar, quer pela qualidade das aprendizagens, quer pela forma como contribuem para a valorização das interações no seio da comunidade escolar. A Escola, através de processos de diagnose internos e da interação com os seus parceiros locais, com particular relevo a autarquia, tem conhecimento da realidade social local, dos seus problemas e das suas necessidades. Neste sentido, tem vindo a valorizar uma intervenção educativa e formativa que permite ir ao encontro das expectativas dos jovens e das famílias e, simultaneamente, potenciar o desenvolvimento local através da formação de recursos humanos qualificados. Em conclusão: A ação da Escola tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens dos alunos e nos respectivos percursos escolares. A Escola apresenta uma 4
6 maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes. Tais fundamentos justificam a atribuição da classificação de BOM no domínio Resultados. 3.2 PRESTAÇÃO DO SERVIÇO EDUCATIVO PLANEAMENTO E ARTICULAÇÃO Com o objetivo de dar resposta a um dos aspetos referenciados no relatório da avaliação externa de novembro de 2008, que se prendia com a resistência dos coordenadores de departamento ao exercício das suas competências, a Escola procedeu a uma reorganização interna, a nível destas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, destinada a introduzir novas dinâmicas nos processos de reflexão, discussão e decisão. Para intensificar o trabalho colaborativo entre docentes, outras melhorias foram também introduzidas desde a última avaliação externa, designadamente a constituição de equipas pedagógicas que, no 3.º ciclo, são constituídas por docentes de duas turmas e no ensino secundário por docentes do mesmo grupo de recrutamento a lecionar o mesmo ano. Aliás, é ao nível do 3.º ciclo e decorrente do trabalho reflexivo que surge o projeto Como na Vida destinado a promover o desenvolvimento integral do aluno e o seu efetivo sucesso escolar. Este projeto organiza as aprendizagens numa lógica de ciclo (três anos) e utiliza metodologias de resolução de problemas e de projeto, num ambiente interdisciplinar e com o envolvimento ativo dos alunos na sua aprendizagem. Evidencia-se, ainda, o trabalho colaborativo desenvolvido nos grupos de recrutamento, contemplando a planificação conjunta das atividades letivas, a partilha de práticas científico-pedagógica e a adequação das metodologias de ensino. A articulação curricular nas vertentes horizontal e vertical constitui uma área em que se verificou evolução significativa desde a anterior avaliação externa. É ao nível dos cursos profissionais que a interdisciplinaridade é mais evidente e sistemática, em resultado do trabalho realizado por parte da coordenadora de curso. O desenvolvimento e a contextualização do currículo nos cursos profissionais são fomentados através da ligação ao tecido empresarial, no âmbito da formação em contexto de trabalho. A Escola não recolhe informação sobre os alunos que recebe de outras escolas, para além do que está formalizado, o que justifica que não tenha ainda encetado práticas de articulação vertical com essas escolas, porquanto considera que a avaliação diagnóstica que é generalizada em todas as disciplinas, sobretudo nos 7.º e 10.º anos, tem sido suficiente para assegurar a adequação das opções de gestão curricular. Contudo, a contextualização do currículo desenvolve-se num quadro de ligação às raízes e cultura da região, nomeadamente a Educação pela Arte e as atividades desenvolvidas nos vários projetos, designadamente Todos lêem todos escrevem e o Prémio de Pintura Juvenil Augusto Gomes. Perscruta-se no plano anual de atividades apenas um elencar de propostas oriundas dos grupos de recrutamento, muito embora, não conflituantes com os desideratos presentes no projeto educativo. A definição de critérios gerais e específicos de avaliação, os quais são do conhecimento dos alunos e encarregados de educação que os consideram justos, associado ao facto de cada docente em conselho de turma facultar ao diretor de turma uma ficha por aluno da avaliação atribuída, constituem procedimentos para garantir coerência entre ensino e avaliação. PRÁTICAS DE ENSINO Decorrente de práticas reflexivas levadas a efeito nas estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica, as atividades letivas e formativas são adaptadas às necessidades dos alunos. São exemplos, as aulas de preparação para exame, os apoios educativos incluídos nos horários dos alunos, a utilização 5
7 das atividades dos vários projetos adequadamente inseridas em processos articulados com os departamentos e o fomento do trabalho autónomo recorrendo à metodologia de projeto. A oferta educativa/formativa é diversificada e tem revelado ser adequada às expetativas dos alunos, motivando-os para o prosseguimento de estudos. São organizadas e implementadas diversas medidas de promoção do sucesso escolar, com maior incidência nas disciplinas sujeitas a provas finais. A preparação dos alunos motivou, ainda, a adesão aos testes intermédios. Para os alunos com maiores dificuldades, a Escola organizou tempos de apoio pedagógico acrescido na sala do Gabinete do Aluno, onde se encontram docentes com horas destinadas a esse fim. Para os alunos com necessidades educativas especiais é elaborado um programa educativo individual que contempla as medidas educativas que integram a adequação do processo de ensino e de aprendizagem. A docente de educação especial trabalha em articulação com os serviços de psicologia e orientação (uma psicóloga a meio tempo) e com uma técnica de saúde da Unidade de Saúde Local de Matosinhos. As potencialidades dos alunos são estimuladas e valorizadas através de várias iniciativas de que são exemplo o incentivo à participação em concursos como forma de dar visibilidade aos seus trabalhos e projetos. São realizadas aulas laboratoriais e práticas experimentais que fomentam o espírito crítico e despertam a curiosidade científica dos alunos. A dimensão artística é valorizada, quer no ensino regular, quer no profissional, tendo impacto no desenvolvimento da criatividade dos alunos. As artes visuais estão muito presentes, através da exposição permanente de trabalhos dos alunos nas instalações escolares e das mostras sistemáticas em que a Escola se envolve. A valorização da dimensão artística está, ainda, presente na manutenção e promoção do Prémio Pintura Juvenil Augusto Gomes, que, desde o ano de 1980, é uma marca identitária na Escola e também uma estratégia de abertura à comunidade. A exemplo do que já sucedia aquando da anterior avaliação externa, a atividade letiva continua a ser acompanhada pelos coordenadores de departamento curricular e pelos conselhos de turma, aquando do balanço do cumprimento dos programa, efetuado de modo sistemático. Continua a não existir um procedimento organizacional de monitorização e supervisão da prática letiva em sala de aula, pese embora a estratégia pontual de coadjuvância em algumas disciplinas, potenciador da reflexão conjunta com enfoque nas questões pedagógicas centradas na sala de aula e do desenvolvimento profissional. MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO DO ENSINO E DAS APRENDIZAGENS A pluralidade de práticas e instrumentos de avaliação utilizados é comum aos diversos cursos e ciclos de ensino. A diversificação compreende as várias modalidades de avaliação, com recurso a registos em função de objetivos previamente determinados e da especificidade da turma ou do curso. Utilizam-se diversos instrumentos de avaliação das aprendizagens e a generalidade dos docentes elabora-os em conjunto, de acordo com as especificidades das disciplinas e as dinâmicas das equipas pedagógicas. Como forma de reforçar a preparação dos alunos para as provas finais, a Escola aderiu aos testes intermédios. A diferença existente, na maioria das disciplinas, entre a classificação interna final e a classificação de exame tem vindo a merecer uma reflexão interna tendente a introduzir os necessários ajustamentos nos critérios de avaliação É corrente a distribuição da informação de retorno na relação pedagógica, em sede de reuniões dos conselhos de turma, com a consequente adoção de medidas de diferenciação. A monitorização do desenvolvimento do currículo encontra nas reuniões de conselho de turma o seu espaço privilegiado de 6
8 ação, procedendo-se à reformulação e adequação das planificações em função da avaliação dos planos de trabalho das turmas. A monitorização interna do desenvolvimento do currículo realiza-se nas reuniões das equipas pedagógicas, grupos de recrutamento/departamentos e conselhos de turma. As situações de desistência e abandono são relativamente baixas (2%), contribuindo para esse facto a diversificação da oferta formativa e a ação articulada e célere dos diretores de turma. Em conclusão, a ação da Escola tem produzido um impacto em linha com os valores esperados na melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos e nos respetivos percursos escolares. A Escola apresenta uma maioria de pontos fortes nos campos em análise, em resultado de práticas organizacionais eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de BOM no domínio Prestação do Serviço Educativo. 3.3 LIDERANÇA E GESTÃO LIDERANÇA O projeto educativo define com clareza os objetivos estratégicos e as metas quantificadas de sucesso, o que permite a constante monitorização da almejada melhoria contínua da qualidade do processo de ensino e de aprendizagem. Efetivamente, o planeamento da atividade, claramente expresso nos principais documentos estruturantes, revela a existência de uma visão estratégica organizacional que passa sobretudo pela aposta no reforço da identidade da Escola, traduzida na elaboração do plano anual de atividades com iniciativas e projetos definidos em cada grupo de recrutamento e organizados em torno de três grandes áreas de intervenção (Apoio Pedagógico; Saber Mais e Gestão). Sendo enumerados os princípios orientadores e os objetivos gerais e operacionais, com estabelecimento de metas mensuráveis, é clara a aposta na melhoria do sucesso escolar e na centralidade do aluno e no reforço do trabalho colaborativo entre pares com definição de estratégias conducentes à prossecução destes objetivos. Este aspeto revela uma clara evolução da Escola desde a última avaliação externa onde era apontada a resistência à definição de metas avaliáveis e/ou mensuráveis. O diretor protagoniza uma liderança forte e motivadora e é apoiado por uma equipa coesa, empenhada e dinâmica que revela, manifestamente, uma liderança determinada e aberta a novos desafios. Nessa perspetiva, tem estimulado e apoiado diversas oportunidades que permitem reforçar e/ou melhorar a ação educativa, mobilizando, de forma sistemática, os diferentes órgãos de direção, administração e gestão a tomar decisões em áreas próprias, evidenciando uma clara partilha de responsabilidades, numa linha indutora de procedimentos de melhoria organizacional. É evidente a melhoria do desempenho das lideranças intermédias que, na anterior avaliação externa, apresentavam fragilidades na assunção das suas competências. Atualmente desenvolvem o seu trabalho de forma responsável, assumindo as competências que lhes são inerentes. É visível a motivação e o empenho dos diferentes profissionais no exercício das respetivas funções, desenvolvidas num clima de relações interpessoais bastante positivo, mas reflexivo. É notável o sentido de pertença e identificação com a Escola por parte da comunidade educativa, patente ainda na capacidade de mobilização dos pais e encarregados de educação, no papel ativo e colaborativo da associação de pais e na participação nas reuniões e atividades realizadas. A direção demonstra capacidade de concretização de parcerias e protocolos com diversas instituições da comunidade, com repercussões positivas na prestação do serviço educativo. Destacam-se: a colaboração 7
9 ativa de diversas empresas do meio, nomeadamente no estabelecimento de protocolos para a formação em contexto de trabalho dos alunos dos cursos profissionais; a parceria com o Centro de Formação de Associação de Escolas de Matosinhos (que funciona nas instalações da Escola), no âmbito da realização de programas de formação para os profissionais e a boa articulação com a Câmara Municipal de Matosinhos. GESTÃO A gestão dos recursos humanos é feita tendo em consideração as pessoas e o seu bem-estar, definindo-se critérios de afetação de recursos que se articulam, quer com as necessidades básicas de funcionamento quer com a concretização das iniciativas previstas no plano anual de atividades. A designação dos diretores de turma/curso e coordenadores de departamento obedece a regras explicitadas no regulamento interno, que visam a adequação do perfil do docente ao cargo a desempenhar, respeitando, sempre que possível e benéfico, a continuidade das equipas pedagógicas. Os critérios de constituição dos grupos e das turmas, bem como os de elaboração de horários, são definidos e orientados pelas diretrizes de natureza pedagógica emanadas pelo conselho pedagógico, respeitando os princípios da inclusão e da heterogeneidade. A gestão das competências dos trabalhadores é realizada com base na avaliação do seu desempenho e, conjuntamente com outras iniciativas de acompanhamento das atividades desenvolvidas pelos docentes e não docentes, determina a afetação das pessoas aos cargos a desempenhar. O desenvolvimento profissional é promovido através de ações de formação e atualização para docentes e não docentes, as quais se desenvolvem, quer recorrendo ao Centro de Formação de Associação de Escolas de Matosinhos, quer pelo recurso a formadores internos. Importa, no entanto, salientar algum défice de formação orientada ao pessoal não docente. Têm sido desenvolvidos circuitos de comunicação, internos e externos, permitindo o acesso à informação útil por parte da comunidade educativa. Merece referência, neste âmbito, a implementação do correio eletrónico institucional para cada um dos profissionais, mas também para cada um dos alunos. De salientar ainda um conjunto de recursos importantes que têm sido desenvolvidos, facilitadores da fluidez da informação na comunidade e promotores da boa divulgação da atividade desenvolvida: a página Web da Escola com informação pertinente e com links para outras páginas específicas de diversas atividades e projetos desenvolvidos na Escola. AUTOAVALIAÇÃO E MELHORIA As práticas de avaliação interna são parte da cultura da Escola, que as desenvolve desde há vários anos ( ), ainda que inicialmente se desenrolassem de forma pouco sustentada. No entanto, a partir do ano letivo a Escola integrou o Projeto de Avaliação em Rede, passando a desenvolver a referencialização como metodologia de autoavaliação e iniciando um processo de maior rigor e sustentabilidade na prática da avaliação interna. No seguimento deste processo, depois de auscultado o conselho pedagógico, a equipa definiu o contexto curricular, especificamente a sala de aula, como área prioritária a avaliar. A recolha e tratamento de dados foram bastante abrangentes, contemplando a análise documental, a análise estatística dos resultados académicos e a aplicação de questionários de satisfação a toda a comunidade educativa, donde resultou um relatório de avaliação interna bastante exaustivo. No entanto, a extensa apresentação de dados dificulta uma visão geral clara do desenvolvimento da Escola, dificultando a identificação dos pontos ou áreas-chave a intervir. Todo este trabalho tem sido desenvolvido por uma equipa de autoavaliação que é ainda muito restrita, não abrangendo representantes de toda a comunidade educativa, e que revelou à equipa de avaliação externa necessidade de formação na área da autoavaliação de escolas. Apesar de existir um grupo de 8
10 focagem constituído por representantes da comunidade educativa (também este restrito, com apenas 12 elementos), com a missão de análise dos dados e emissão de parecer, apenas o pessoal docente tem representação na equipa de autoavaliação, não havendo lugar à representação dos restantes sectores da comunidade educativa. Em síntese: tendo em conta os juízos avaliativos formulados neste domínio, os pontos fortes predominam na totalidade dos campos em análise, em resultado de práticas organizacinais generalizadas e eficazes, o que justifica a atribuição da classificação de MUITO BOM no domínio Liderança e Gestão. 4 PONTOS FORTES E ÁREAS DE MELHORIA A equipa de avaliação realça os seguintes pontos fortes no desempenho da Escola: O clima de Escola, promotor de um ambiente educativo favorável às aprendizagens. A capacidade de atração de novos alunos, em resultado do reconhecimento da comunidade local relativamente à qualidade do serviço educativo/formativo prestado. A valorização da dimensão artística, tendo em vista uma oferta educativa promotora da formação integral dos seus alunos. A definição clara dos objetivos estratégicos e das metas quantificadas, que permitem a constante monitorização dos processos da melhoria. A liderança da direção, aberta, coesa e empenhada, mobilizadora das estruturas de gestão intermédia e indutora de processos de melhoria da qualidade. A equipa de avaliação entende que as áreas onde a Escola deve incidir prioritariamente os seus esforços para a melhoria são as seguintes: O planeamento estratégico, focado nas disciplinas e nos alunos que sentem maiores dificuldades, por forma a melhorar os resultados, particularmente as taxas de transição no 10.º ano de escolaridade. A monitorização sistemática dos resultados das medidas educativas e de promoção do sucesso escolar implementadas, permitindo a avaliação da sua eficácia, com vista à melhoria das aprendizagens e dos resultados dos alunos. A supervisão da prática lectiva em contexto de sala de aula, como forma de desenvolvimento profissional dos docentes. O aprofundamento do processo de autoavaliação através da identificação dos pontos-chave de intervenção, assim como da integração e envolvimento de todos os setores da comunidade educativa, de forma a potenciar o impacto do processo na melhoria da qualidade do serviço prestado A Equipa de Avaliação Externa: Acácio de Brito; Elisabete Gonçalves; João Pereira da Silva 9
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