Uma Visão Geral sobre Aplicativos de Computador Destinados à Utilização na Música
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- Anderson Fagundes Bacelar
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1 Uma Visão Geral sobre Aplicativos de Computador Destinados à Utilização na Música João Antonio Fogliatto 1 1 Curso de Ciência da Computação Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Santa Maria RS Brazil jaf@inf.ufsm.br Resumo. Este artigo traz aspectos gerais sobre os aplicativos de computador destinados às diversas utilizações na área de Música. Inclui um apanhado geral sobre as categorias principais de software empregado na Música, citando as características e propósitos básicos e exemplos típicos de aplicativos. 1. Introdução Desde que surgiram as primeiras ferramentas computacionais para utilização na área de Música, esse mercado tem cada vez mais evoluído e sido aprimorado. Atualmente existem disponíveis para uso milhares de aplicativos musicais na forma de software livre ou proprietário e para diversas plataformas. A Música é uma área que tem muitas das suas necessidades de facilidade ou de praticidade atendidas computacionalmente. De acordo com as funcionalidades de um software, ele pode ser categorizado e, dessa forma, tem se uma espécie de diferenciação entre os diversos aplicativos que fazem parte do conceito maior de software musical. Essa categorização vem a facilitar a escolha de um aplicativo musical pelo usuário, que tem um interesse específico e precisa de um aplicativo que atenda aos seus requerimentos. Seguindo essa linha de pensamento, serão apresentados, na seção que segue, as principais categorias de software musical, destacando se seus propósitos gerais, suas características básicas e exemplos de aplicativos. Como os aplicativos destinados ao uso na Música têm se mostrado cada vez mais robustos e ricos em funcionalidades, alguns se enquadram em mais de uma categoria, o que também poderá ser observado no que segue. 2. Categorias de Aplicativos Musicais Diante da vasta quantidade e variedade de aplicativos musicais disponíveis atualmente, é um pouco complicado para o usuário escolher um que melhor corresponda às suas expectativas. Com isso, a partir das funcionalidades dos aplicativos musicais, uma categorização deles torna se muito adequada. Tendo em mente os objetivos do trabalho musical a ser desenvolvido, o usuário de software, fazendo uso da categorização, pode realizar uma melhor escolha do software, com o qual seu trabalho provavelmente será mais bem sucedido.
2 2.1. Acompanhamento Musical O músico muitas vezes necessita de algo que lhe facilite a realização de composições e arranjos e a solução mais comum é o uso de um acompanhamento. Para isso, podem ser utilizados aplicativos para criação de acompanhamento musical, que funcionam similarmente aos teclados que proporcionam opção de acompanhamento automático via MIDI. Geralmente a criação de um acompanhamento pelo software, dá se a partir da passagem de determinados parâmetros para o mesmo, tais como, por exemplo, ritmo, tempo e número de compassos. Como exemplos, têm se os aplicativos Band in a box, Arranger s Tool, Jammin Keys e Winchime Instrução/Educação Musical Fazer uso do computador para aprendizado de Música também é possível. Existem algumas áreas da Música como teoria e percepção que podem ser exploradas com a utilização de software. Os aplicativos de percepção musical podem colaborar para o treinamento do ouvido para reconhecimento de notas e sons de um estudante de Música ou qualquer outro usuário com esse objetivo. Alguns exemplos de aplicativos para instrução musical: Elements of Music, Keyboard Intervals, Ear Master, Personal Ear Training (PET), Listen, Ear Training, Theory Training e Musique Edição de Partitura Com o surgimento da tecnologia digital, o trabalho de criação e edição de partituras foi facilitado. Deixou se de perder tempo fazendo, corrigindo e alterando todas as partituras manualmente e passou se a se fazer uso de aplicativos para esse fim. Os aplicativos editores de partitura permitem ao usuário criação e edição de partituras de forma muito prática e, usualmente, posterior impressão na formatação desejada. Essas funcionalidades são requisitos básicos para compositores e préprodutores e por isso tais aplicativos são bastante usados por estes. Os aplicativos para edição de partitura mais famosos e utilizados são o Encore, o Finale e o Sibelius Síntese Sonora A partir da Computação Musical, área em crescente desenvolvimento, foi possível a síntese de novos sons, inéditos, assim como a modificação de sons já existentes produzidos por instrumentos reais, que são feitos utilizando se aplicativos de síntese sonora, geralmente contendo linguagens de programação de alto nível próprias deles. Com a síntese sonora, montam se bancos de sons que podem ser reutilizados para diversos trabalhos. Exemplos desse tipo de aplicativo musical são o VAZ, o Csound, o Max/MSP e o Reaktor.
3 2.5. Gravação, Edição e Masterização Toda a indústria do áudio atualmente se utiliza da tecnologia digital. Os instrumentos são gravados, editados e a produção toda se dá através de aplicativos para gravação, edição e masterização (acabamento dos trabalhos). Existe uma quantidade imensa de aplicativos desta categoria, junto com os de seqüenciamento, a serem vistos na próxima subseção, são os mais utilizados no domínio musical. O processo de gravação acontece para que o áudio analógico, usualmente microfonado, seja convertido para áudio digital e salvo, em discos magnéticos de computadores. O processo de edição age sobre o áudio digital capturado na gravação e modifica aspectos do som usando de efeitos como, por exemplo, compressão, equalização, reverberação, ecos, afinação, etc. A masterização é basicamente uma edição sobre tudo que já foi editado, como forma de finalização dos trabalhos de produção de um conjunto de músicas. Os aplicativos para esse fim geralmente são dotados de muitos recursos e ferramentas para o melhor resultado possível ser atingido e também contam com o sistema multicanal, para trabalho com diversas faixas de sons ao mesmo tempo. Se o hardware permitir, é possível, inclusive, gravar diversas faixas de áudio ao mesmo tempo. Os principais exemplos dos aplicativos desta categoria são o Pro Tools, o Acoustica Mixcraft, o Adobe Audition, o Multitrack Studio, o Audacity, o Steinberg Cubase, o RML Labs SAWStudio e o Sony Sound Forge Seqüenciamento Musical Assim como se trabalha com gravação e edição de áudio digital, também é possível se trabalhar com gravação e edição de arquivos MIDI, que guardam informações sobre principalmente notas de um arranjo musical. A manipulação desses arquivos é extremamente utilizada e importante na área de composição, pré produção e produção final. Os arquivos MIDI podem ser gerados a partir de teclado ou controladores MIDI, assim como também de forma manual em editores de partitura. Já que os arquivos guardam informações sobre notas e, usualmente, outros aspectos relacionados a elas, como intensidade e dinâmica, e não o áudio em si, é possível tocar um arquivo MIDI utilizando instrumentos diferentes. A utilização desses instrumentos dá se por meio de VSTi s (Virtual Studio Tecnology Instruments), DXi s (DirectX Instruments) e SoundFont s. Alguns dos aplicativos mais comuns para este fim: Steinberg Cubase, Steinberg Nuendo, Sonar, Magic Score, FL Studio e Reason Processamento de Áudio em Tempo Real A Música faz se também presente em tempo real apresentações ao vivo. Apesar de mais exigência de processamento e otimização, existem ferramentas computacionais para manipulação de áudio em tempo real.
4 Algoritmos otimizados para aplicação em áudio são responsáveis por garantir um processamento praticamente instantâneo do áudio proveniente da captação imediata de, por exemplo, uma apresentação ao vivo. Dessa forma, o áudio capturado é ligeiramente editado e devolvido para execução. GuitarFX e Guitar Rig são os dois aplicativos mais famosos para processamento de áudio em tempo real. Foram feitos para guitarras, mas são usados também para contrabaixos e vozes VSTi s, DXi's e plug ins Além de aplicativos completos, que funcionam independentemente, existem também outros menores, servindo de complementos para aplicativos maiores, chamados de plugins. Também existem aplicativos ou plug ins que contêm amostra de áudio real na forma de banco de sons e que podem ser utilizados para timbragem de notas em arquivos MIDI, se aproximando da qualidade de instrumentos reais. Estes se dividem em dois tipos básicos: VSTi s (Virtual Studio Tecnology Instruments) e DXi s (DirectX Instruments). O uso de plug ins é um grande facilitador para os aplicativos musicais e datam desde o surgimento destes. Se os aplicativos fossem sempre bastante completos, demorariam muito para serem finalizados e poderiam ser muito estáticos. A instalação de um plug in dá uma nova funcionalidade para um aplicativo ou simplesmente oferece mais uma opção para uma funcionalidade já existente. Já o caso dos VSTi s e DXi s é mais atual, mas não menos importante e interessante. O crescente desenvolvimento de instrumentos virtuais tem proporcionado resultados finais de trabalhos que os utilizam cada vez melhores e com uma qualidade admirável. Em uma entrevista feita com Silvio Fortes, acadêmico de Música Licenciatura Plena na Universidade Federal de Santa Maria, foi colocada em questionamento a possibilidade de substituição de instrumentos reais por virtuais, a partir do qual concluiu se que isso é certamente impossível, já que a arte da Música compreende muito mais que uma simples execução, mas também interpretação e sentimento. Exemplos clássicos de instrumentos virtuais são Akoustik Piano, Miroslav Philharmonik, EZdrummer e Virtual Guitarrist. Dois exemplos de linhas de plug ins são a proprietária Sonic Foundry e a livre BlueLine. 3. Conclusão É notável a variedade de recursos computacionais à disposição da área de Música. Existem milhares de aplicativos destinados ao fim musical, podendo ser este fim o mais específico possível, dentro do domínio da Música. A classificação dos diversos aplicativos musicais torna se altamente adequada e útil ao ponto em que facilita a escolha do usuário por um aplicativo diante da diversidade existente. A gama de opções é imensa e o número tende a crescer muito mais, tendo em vista a também crescente indústria digital de áudio, além das necessidades oriundas do próprio meio musical.
5 4. Referências Bibliográficas Miletto, E. M., Costalonga, L. L., Flores, L. V., Fritsch, E. F., Pimenta, M. S. e Vicari, R. M. (2004) Minicurso: Introdução à Computação Musical, In: CBComp Congresso Brasileiro de Computação, 4.ed., Itajaí, Santa Catarina, Brasil. Miletto, E. M. (200?) CMP 523 SOFTWARE MUSICAL (Uma visão geral). Disponível em: Acesso em: 24 de setembro de Informações sobre Sound Fonts e Instrumentos DXis. Disponível em: Acesso em: 8 de outubro de Tudo sobre instrumentos virtuais, In: Gravação e Home Studio Fóruns Cifra Club. Disponível em: Acesso em: 25 de setembro de 2007.
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