Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso

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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Direito Trabalho de Conclusão de Curso CONSIDERAÇÕES SOBRE A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL REALIZADA POST MORTEM: OS ASPECTOS ÉTICOS E JURÍDICOS Autora: Rosiane Peres Ferreira Bomfim Orientadora: Profa. MSc. Maria de Fátima M. da S. dos Santos Brasília - DF 2012

2 ROSIANE PERES FERREIRA BOMFIM CONSIDERAÇÕES SOBRE A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL REALIZADA POST MORTEM: OS ASPECTOS ÉTICOS E JURÍDICOS Monografia apresentada ao curso de graduação em Direito da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Direito. Orientadora: Profª. MSc. Maria de Fátima Martins da Silva dos Santos Brasília 2012

3 Monografia de autoria de Rosiane Peres Ferreira Bomfim, intitulada CONSIDERAÇÕES SOBRE A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL REALIZADA APÓS A MORTE: OS ASPECTOS ÉTICOS E JURÍDICOS, apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito, da Universidade Católica de Brasília em, de junho de 2012, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada. Profa. MSc. Maria de Fátima Martins da Silva dos Santos Orientadora Prof. (a) Prof. (a) Brasília 2012

4 Dedico este trabalho a Deus, pela sua infinita bondade e força, na conquista de meus objetivos. Aos meus pais Itamar (in memorian) e Nilda pelo apoio e carinho prestados durante toda a vida. Ao meu amado esposo Wesley, pelo companheirismo, apoio e incentivo. Aos meus filhos Ana Luísa e João Pedro pela compreensão e paciência.

5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por me abençoar durante a trajetória deste curso. Ao meu esposo Wesley, pelo amor, companheirismo, apoio, incentivo, tanto econômico quanto moral para a realização deste sonho. Ao meu pai Itamar, que embora não esteja mais entre nós, sonhava em me ver concluir os estudos. A minha mãe Nilda, exemplo de força e perseverança, pela ajuda e apoio incondicional, na conclusão deste trabalho. A minha irmã Flaviana, pela amizade e carinho de todos esses anos. Aos meus cunhados Bárbara, Wanderson e Fabiana, pela ajuda prestada, para a conclusão deste trabalho. A professora MSc. Maria de Fátima Martins da Silva dos Santos pela fundamental orientação na conclusão da graduação. A todos, muito obrigada!

6 Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos Como sabê-lo? Se não os temos Que de consulta Quanto silêncio Como os queremos! [...] Bebe amoníaco Comeu botão Filhos? Filho Melhor não tê-los Noites de insônia [...] Mas se não os temos Como sabê-los? Como saber [...] Chupam gilete Bebem xampu Ateiam fogo No quarteirão Porém, que coisa Que coisa louca Que coisa linda Que os filhos são! MORAES, Vinícius de. Poema Enjoadinho.

7 RESUMO BOMFIM, Rosiane Peres Ferreira. Considerações Sobre a Inseminação Artificial Realizada Post Mortem: Os Aspectos Éticos e Jurídicos fls. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) Universidade Católica de Brasília, Este trabalho tem como escopo discorrer sobre os aspectos éticos e jurídicos da inseminação artificial realizada após a morte dos genitores. É um tema que gera inúmeras polêmicas, tanto no meio jurídico como no meio científico, tendo em vista a ausência de regulamentação clara e específica atinente ao tema em comento. O legislador pátrio ao redigir o Código Civil, dispôs sobre a possibilidade da ocorrência da inseminação artificial post mortem, porém não pensou nos efeitos jurídicos e nos problemas éticos que a referida prática pudesse ocasionar. Dentre as problemáticas mais questionáveis está a possibilidade de afronta aos princípios e garantias constitucionais da Igualdade entre os Filhos, Dignidade da Pessoa Humana, Planejamento Familiar, Presunção de Filiação, direito à herança, direito de filiação, dentre outros. Ademais, ante a ausência de regulamentação por parte do ordenamento pátrio, a doutrina e jurisprudência, quando provocada, vêm discutindo a matéria. Sendo certo que ante os avanços da biotecnologia, a sociedade, especialmente àqueles que necessitam da ajuda da ciência para concretizar o projeto parental, se deparam com a ausência de legislação específica, trazendo assim, insegurança jurídica para as famílias brasileiras. Palavras-chave: Inseminação; Artificial; Post Mortem; Sucessão; Direito Civil.

8 ABSTRACT This study discusses the ethical and legal aspects of artificial insemination performed after the death of the parents. In view of the lack of regulation, the topic under discussion has generated numerous controversies, both within the law as well as in science. The paternal legislature in drafting the Civil Code, provided for the possible occurrence of post-mortem insemination, but has failed to foresee the legal as well as ethical ramifications or problems that this practice may result to. Among the problems, the most questionable is the possibility of affront to the principles and constitutional guarantees of equality between the Children, Dignity of the Person, Family Planning, Presumption of Parentage, right to inheritance, right to membership, among others. Moreover, given the absence of regulation by the paternal order, doctrine and jurisprudence, when provoked, have been discussing the matter. Whilst before the advances of biotechnology, the society, especially those who need the help of science to realize the parental project come face to face with the absence of specific legislation, thus bringing legal uncertainty to the Brazilian family. Keywords: Insemination; Artificial; Post Mortem. Succession, Civil Law

9 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...11 CAPÍTULO I 1. A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL NO DIREITO BRASILEIRO Conceito de Inseminação Artificial Evolução Histórica da Inseminação Artificial A Inseminação Artificial no Direito Brasileiro Técnicas de Inseminação Inseminação Artificial (IA) Inseminação Artificial Homóloga Inseminação Homóloga Post Mortem Inseminação Artificial Heteróloga Fertilização In Vitro (FIV) Reprodução pelos Gametas (GIFT) Reprodução pelos Zigotos (ZIFT) As Mães de Substituição A Inseminação Heteróloga Conceito A Inseminação Homóloga Conceito...29 CAPÍTULO II 2. OS ASPECTOS LEGAIS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL A Inseminação Artificial Face aos Direitos e Garantias Constitucionais O Direito Fundamental à Identidade Genética O Princípio da Dignidade da Pessoa Humana...40

10 2.4. Outros Princípios Constitucionais O Direito Brasileiro Quanto à Investigação de Paternidade Efeitos Legais da Declaração de Paternidade A Imprescritibilidade da Ação de Investigação de Paternidade A Recusa do Requerido em Submeter-se ao Exame de DNA A Investigação de Paternidade no Caso de Inseminação Pós Morte Efeitos Jurídicos da Inseminação Assistida Heteróloga Efeitos Pessoais Não-Constituição dos Vínculos Paterno-Materno-Filiais Relativamente aos Doadores de Gametas Impedimentos Matrimoniais Direito ao Conhecimento de sua Identidade Genética Efeitos Patrimoniais Direito a Alimentos Direito à Sucessão Hereditária A Reprodução Assistida Heteróloga Sob a Ótica do Novo Código Civil Brasileiro Projetos de Lei em Tramitação no Congresso Nacional Questões Polêmicas Sobre a Inseminação Post Mortem O Caso Affair Parpalaix : Marco Inicial Reflexos no Direito Brasileiro Casos Julgados no Brasil (Jurisprudência)...64 CAPÍTULO III 3. OS ASPECTOS ÉTICOS DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL PÓS- MORTEM As Controvérsias Sobre a Ética das Técnicas de Reprodução Humana Assistida O Paradoxo entre o Status do Nascituro e do Embrião fora do Corpo...70

11 3.2. Critérios de Valoração Ética da Fecundação In Vitro As Consequências Éticas da Procriação Assistida Heteróloga e Homóloga As Questões Éticas e Jurídicas na Inseminação Heteróloga em Mulheres Solteiras Adoção de Embriões Controvérsias sobre o Congelamento de Embriões Controvérsias sobre o Descarte dos Embriões A Polêmica sobre a Inseminação Post Mortem A Corrente Favorável A Corrente Contrária Em que Medida e Extensão deve Ocorrer a Intervenção Legislativa Projetos de Lei sobre o Assunto O Direito Comparado (Internacional) Estados Unidos Alemanha Suécia O Posicionamento da Jurisprudência Brasileira Opinião de Profissionais que Atuam na Área de Família Advogada Dirce Tazuko Sayama O Papel da Sociedade O Papel da Igreja Perspectiva para o Futuro Importância do Estudo do Tema para a Sociedade Brasileira CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA ANEXOS...127

12 11 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem por tema As Considerações Sobre a Inseminação Artificial Realizada Post Mortem: Os Aspectos Éticos e Jurídicos, sua escolha se deve ao fato do nascimento recente da primeira criança brasileira concebida por fertilização in vitro oito meses depois da morte de seu genitor, fato raro no mundo devido às implicações éticas, filosóficas e jurídicas decorrentes de tal prática. O tema proposto se enquadra na predileção da autora por assuntos que integram medicina e direito, possibilitando, assim, a concatenação de ambas as ciências em uma pesquisa de alta relevância social e jurídica. A problemática proposta, alcançando qualidade necessária, poderá contribuir para o aperfeiçoamento da legislação brasileira no que tange às modernas técnicas de reprodução humana medicamente assistida. Tal certeza se baseia no crescente congelamento de gametas para sua posterior utilização, podendo esta ser feita após a morte de um dos genitores, o que terá impacto direto no direito sucessório, no direito de filiação, bem como em outros direitos atinentes à criança concebida mediante tal prática. A questão referente à inseminação artificial realizada após a morte merece especial atenção, tendo em vista o descompasso existente entre o ordenamento jurídico e a realidade social no que diz respeito à possibilidade de se realizar o almejado projeto parental por meio das modernas técnicas de reprodução humana. Tais técnicas alcançaram repercussão geral, não só no Brasil como também em outros países, onde as técnicas de inseminação artificial estão bem desenvolvidas, causando assim perplexidade em toda a população, por justamente não existir uma adequada e clara disciplinação legislativa em nosso país, que abarque o problema.

13 12 O objetivo geral do trabalho é analisar a problemática jurídica existente entre o direito à sucessão e outras questões de ordem ética de filhos concebidos através de inseminação artificial post mortem em relação àqueles nascidos por métodos naturais. Como objetivos específicos têm-se a possibilidade de caracterizar a violação do Princípio Constitucional da Igualdade de Filiação, demonstrar o impasse entre o ordenamento jurídico brasileiro e a realidade social no que tange aos avanços tecnológicos com relação à reprodução humana, bem como determinar a possibilidade de igualdade sucessória entre a prole concebida através de inseminação artificial após a morte de seu genitor e a concebida por métodos naturais com os pais vivos, quando do nascimento da criança. A única norma existente que contempla o tema em comento é a Resolução 1.597, do Conselho Federal de Medicina, que apenas trata de questões deontológicas referentes à prática da inseminação artificial, não tendo status de lei. O método utilizado para a realização do presente trabalho foi o dialético, procurando identificar os conflitos existentes na legislação e as contradições envolvidas no problema proposto, para então se tentar chegar a uma possível solução. A pesquisa será predominantemente bibliográfica, com base principalmente em livros, artigos, periódicos, materiais obtidos na internet, reportagens de revistas, jurisprudências, bem como em pesquisa de campo que se dará por meio de uma entrevista a ser realizada com um profissional atuante na área de família. Assim, para uma melhor organização do trabalho, dividiremos o assunto em três capítulos. No primeiro capítulo, será feita uma abordagem sobre a inseminação artificial no Direito Brasileiro, adentrando no conceito, evolução histórica, principais técnicas de inseminação, dando ênfase na inseminação heteróloga e homóloga. No segundo capítulo, serão abordados os aspectos legais da inseminação artificial, no que tange aos Direitos e Garantias Constitucionais, dentre eles o direito fundamental à identidade genética.

14 13 Será discorrido também sobre o Princípio Constitucional da Dignidade da Pessoa Humana e outros princípios igualmente importantes que protegem a família de uma forma geral. De igual forma, será abordada a investigação de paternidade no Direito Pátrio, quais os efeitos legais decorrentes da declaração de paternidade, a possibilidade de imprescritibilidade da ação de investigação de paternidade e igualmente da recusa do requeridos em se submeter ao exame de DNA, com ênfase na investigação de paternidade realizado após a morte do genitor. Ademais, serão debatidos os efeitos jurídicos da inseminação artificial heteróloga, incluindo seus efeitos pessoais, dentre eles a não constituição dos vínculos paterno-materno-filiais relativamente aos doadores de gametas, os impedimentos matrimoniais e o direito ao conhecimento da identidade genética da criança concebida através de tal prática. Outrossim, serão, mencionados os efeitos patrimoniais da inseminação heteróloga, dentre eles, o direito ao alimento, à sucessão hereditária e outros efeitos. Serão igualmente ponderados sobre a ótica do novo Código Civil em relação a reprodução assistida heteróloga e os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. Por fim, esse capítulo também tratará das questões polêmicas sobre a inseminação realizada após a morte, citando um importante caso que ficou conhecido mundialmente como o Caso Affair Papalaix, os reflexos no direito brasileiro e finalmente os casos julgados no Brasil, principalmente por se tratar do único julgamento sobre o tema ocorrido no direito brasileiro. No terceiro e último capítulo concluir-se-á o trabalho abordando os aspectos éticos da inseminação artificial post mortem, as controvérsias sobre a ética das técnicas de reprodução humana assistida e o paradoxo entre o status do nascituro e do embrião fora do corpo, os critérios de valoração ética da fecundação in vitro, e as consequências éticas da procriação assistida heteróloga e homóloga

15 14 Este capítulo abordará também as questões éticas e jurídicas da inseminação heteróloga em mulheres solteiras, a adoção de embriões, bem como as controvérsias sobre o congelamento e descarte de embriões. Será discorrido sobre a doutrina contrária e favorável com relação a inseminação post mortem e em que medida deve ocorrer a intervenção legislativa, mencionando os projetos de lei existentes sobre o assunto. Abordará, de forma sucinta, a legislação alienígena sobre o assunto, o posicionamento da doutrina e jurisprudência brasileira, com inserção de um tópico sobre a opinião de um profissional que atua na área, o papel da sociedade, da igreja, as perspectivas para o futuro e finalmente a importância do estudo do tema para a sociedade brasileira. O presente trabalho não tem a pretensão de esgotar o tema, mas tão somente instigar os operadores do direito para que deem início a uma discussão clara e objetiva sobre um assunto de suma importância para as famílias brasileiras, no intuito de regulamentar a matéria, para que sejam garantidos os direitos de procriação inerentes a todo ser humano de forma segura, trazendo assim, segurança jurídica para aqueles que sonham em realizar o projeto parental por meio da engenharia genética

16 15 CAPÍTULO I 1. A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL DO DIREITO BRASILEIRO 1.1. CONCEITO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL A técnica da inseminação artificial é espécie do gênero reprodução medicamente assistida O conceito de inseminação artificial será demonstrado pelo significado etimológico da palavra, apresentado pelo dicionário da língua portuguesa, pelo dicionário jurídico, bem como pela definição que alguns doutrinadores trazem sobre o tema. Aurélio Buarque de Holanda Ferreira 1 em seu dicionário da língua portuguesa, conceitua inseminação artificial como o processo de fecundação que consiste na introdução por meio de recursos artificiais de sêmen nas vias genitais femininas. Maria Helena Diniz 2 em seu dicionário jurídico, ensina que: [...] Inseminação artificial é a fecundação anômala do óvulo, mediante introdução do sêmen no útero, por meio de processo diverso da conjunção carnal ou pela junção do sêmen ao óvulo em proveta. É um processo mecânico de fecundação assexual mediante o uso de técnicas médicas. Na doutrina, o entendimento do conceito de inseminação artificial não traz grandes divergências, alguns doutrinadores se referem a tal técnica como reprodução humana assistida, pois a mesma, segundo Márcio Antônio Boscaro 3 engloba todas as hipóteses de fecundação. 1 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 4. ed. Curitiba: Positivo, 2009, p Verbete. 2 DINIZ, Maria Helena. Dicionário Jurídico. 3. ed. Rev. Atual. e Aum.. São Paulo: Saraiva, 2008, p Verbete. 3 BOSCARO, Márcio Antônio. Direito de Filiação. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 88.

17 16 De acordo com o referido autor inseminação artificial, consiste em fecundar o óvulo, ainda nas entranhas da mulher, pela introdução artificial de gametas masculinos, por método diverso da relação sexual. Nas lições de Juliane Fernandes Queiroz 4 a palavra inseminação tem origem na expressão latina inseminare, onde in significa dentro e sêmen significa semente. No entendimento de Sílvio de Salvo Venosa 5 a inseminação artificial permite fecundar uma mulher fora da relação sexual. O esperma é recolhido e, mantido ou não por tempo mais ou menos longo, o qual sendo introduzido no órgão sexual da mulher, fecunda-a. Consta no site da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva 6, que infertilidade é a falência em conceber após 1 ano de coito irregular e sem contracepção, tendo a técnica de inseminação artificial sido criada para possibilitar aos casais inférteis, a possibilidade de realizar o tão sonhado projeto parental, tonando-o possível, graças aos avanços da medicina. 4 QUEIROZ, Juliane Fernandes. Paternidade Aspectos Jurídicos e Técnicas de Inseminação Artificial Doutrina e Legislação. Belo Horizonte: Del Rey, 2001, p VENOSA, Sílvio de Salvo. A reprodução Assistida e seus Aspectos Legais. Disponível em: < Acesso em 02 fev SOCIEDADE AMERICANA DE MEDICINA REPRODUTIVA. Disponível em: < Acesso em 18 mar

18 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL Desde a antiguidade, o homem estuda a possibilidade de fecundação fora do ato sexual. De acordo com Andrea Aldrovandi e Danielle França 7 na mitologia existem diversos casos de mulheres que engravidaram fora do ato sexual, como exemplo, as referidas autoras citam: [...] Ates filho de Nana, filha do Rei Sangário, que teria colhido uma amêndoa e colocado no seu ventre (Grécia), Kwanyin deusa que possibilitava a fecundidade das mulheres que lhe prestassem culto (China); Vanijiin deusa da fertilidade, mulheres que se dirigiam sozinhas a seu templo retornavam grávidas (Japão), Maria mãe de Jesus (Bíblia); no Brasil é conhecida a lenda do boto que engravidava as mulheres que lhe dirigem o olhar. E continuam explicando que a técnica de inseminação artificial não é atual, acredita-se que teve início no século XIV, mais precisamente em 1332, quando ocorreu a fecundação em equinos, feita pelos árabes. Ivan Marcus Vanzin 8 afirma que em 1779, um monge italiano chamado Lázaro Spallanzani demonstrou que o embrião era resultado da junção de um espermatozoide e um óvulo. Ele retirou o sêmen de um cachorro e inseminou em uma cadela, que pariu três filhotes, essa técnica se propagou rapidamente para uso em animais. Nas lições do referido autor, foram os russos, encabeçados por Elie Ivanof que utilizaram uma técnica com equinos em Essa técnica revolucionou o campo da reprodução animal e seria utilizada em todo o mundo. 7 ALDROVANDI, Andrea; FRANÇA, Danielle Galvão de. A Reprodução Assistida e as Relações de Parentesco. Jus Navigandi, Teresina, ano 7, n. 58, 1 ago Disponível em: < Acesso em: 25 mar VANZIN, Ivan Marcus. Inseminação Artificial e Manejo Reprodutivo dos Bovinos. Disponível em: < Acesso em: 03 mai

19 18 De acordo com Marisa Moura, Maria Souza e Bruno Scheffer 9 o primeiro relato de inseminação artificial realizada em seres humanos ocorreu em 1790, por um médico inglês chamado John Hunter. Afirmam ainda que nos anos de 1970, a técnica de inseminação artificial foi muito utilizada, porém, com os avanços da tecnologia, ela passou a ser considerada arcaica, tendo sido temporariamente abandonada. Contudo, nos dias atuais tem sido bastante utilizada para ajudar os casais inférteis a procriar. E continuam ensinando que o ápice da reprodução assistida ocorreu em 25 de julho de 1978, quando veio ao mundo a inglesa Louise Brown. Foi o primeiro bebê nascido por meio de inseminação artificial in vitro, popularmente conhecido como bebê de proveta, gerando, assim, uma enorme expectativa para os casais inférteis. De acordo com os mesmos autores, na época do nascimento de Louise, as chances de se engravidar fora dos padrões, não passavam de 5%, do total de tentativas, hoje o número é de até 6 vezes maior. As técnicas de reprodução assistida são muitas e cada vez mais casais tanto de sexo diferente como homoafetivos desejam ter um filho biologicamente seu. Ainda, nos ensinamentos dos autores acima mencionados, a mesma técnica foi utilizada para trazer ao mundo a brasileira Anna Paula Caldeira, no dia 7 de outubro de E finalizam afirmando que Anna Paula, assim como Louise, é símbolo da esperança de se realizar o projeto parental. Conclui-se, pelo exposto, que as técnicas de inseminação artificial, progrediram muito até chegar nos dias atuais, logicamente, nem todas as tentativas tiveram sucesso, porém, a grande maioria conseguiu atingir a finalidade desejada, fazendo nascer, para aqueles que desejam realizar o projeto parental, uma luz no fim do túnel. 9 MOURA, Marisa Decat de; SOUZA, Maria do Carmo Borges de; SCHEFFER, Bruno Brum. Reprodução Assistida um Pouco de História. Disponível em: < Acesso em: 18 mar

20 A INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL NO DIREITO BRASILEIRO No Brasil, não existe legislação específica que regulamente a inseminação artificial, agravando a situação ante a ausência de jurisprudência firmada sobre o assunto. Atualmente, está em vigor o Código Civil de 2002, mais precisamente em seu artigo e incisos, que dispõe que se presumem concebidos na constância do casamento os filhos: Art [...] [...] III havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; IV havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; V havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido. Essas regras, segundo os doutrinadores são insuficientes para solucionar os diversos problemas que permeiam o tema. Além da previsão determinada no Código Civil, porém sem regulamentação, existem também normas deontológicas previstas na Resolução 1.957/2010 do Conselho Federal de Medicina, que revogou a Resolução 1.358/92, aplicadas aos profissionais médicos, sem previsão de qualquer penalidade para condutas em desacordo com tal resolução. Sílvio de Salvo Venosa 10 ao discorrer sobre o assunto assevera que o Código Civil de 2002 não autoriza nem regulamenta a reprodução assistida, mas apenas constata lacunosamente a existência da problemática e procura dar solução ao aspecto da paternidade. 10 VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil Direito de Família. São Paulo: Atlas, 2010, p. 226.

21 TÉCNICAS DE INSEMINAÇÃO De acordo com a Resolução 1.957/2010 do Conselho Federal de Medicina, as técnicas de reprodução humana têm o condão de auxiliar na resolução dos problemas de reprodução humana, facilitando o processo de procriação quando outras terapêuticas tenham se revelado ineficazes ou são consideradas inapropriadas. Essas técnicas variam conforme o tipo de problema do casal. No presente trabalho, trataremos de conceituar as mais utilizadas pela comunidade médica no tratamento de infertilidade masculina ou feminina. Segundo Karla Ferreira de Camargo Fisher 11 os métodos artificiais de reprodução humana mais comumente utilizados são a inseminação artificial, objeto de estudo do nosso trabalho e a fertilização in vitro Inseminação Artificial (IA) Consoante ensinamento de Juliane Fernandes Queiroz 12 essa técnica de fertilização artificial, por ser abrangente, será utilizada para designar as novas tecnologias reprodutivas conceptivas, independentemente da técnica específica que será utilizada. Jussara Maria Leal Meirelles 13 aduz que a inseminação artificial pode ser definida como a técnica científica mais antiga e consiste, basicamente, na introdução do esperma na cavidade uterina ou no canal cervical, por meio de uma cânula, no período em que o óvulo se encontra suficientemente maduro para ser fecundado. 11 FISHER, Karla Ferreira de Camargo. Inseminação Artificial Post Mortem e Seus Reflexos no Direito de Família e no Direito Sucessório. Disponível em: < Acesso em 08 set QUEIROZ, Juliane Fernandes. Op. Cit., p MEIRELLES, Jussara Maria Leal, 2000 apud. FISHER, Karla Ferreira de Camargo. Op. Cit.

22 21 Nos ensinamentos de Belmiro Pedro Welter 14 [...] A inseminação artificial é uma técnica de procriação humana medicamente assistida, em que o material genético é depositado diretamente na cavidade uterina da mulher, não por meio de um ato sexual, mas, sim, assexual (artificial), cuja técnica é dirigida ao casal fértil com dificuldade para fecundar naturalmente, em vista de deficiências físicas (impotenti coeundi), má formação congênita do aparelho genital externo, masculino ou feminino, diminuição do volume de espermatozoides [oligoespermia] ou de sua mobilidade [astenospermia], dentre outras, quer por força de perturbações psíquicas (infertilidade de origem psicogênica). Nesse mesmo sentido, Sílvio de Salvo Venosa 15 assegura que: A inseminação artificial permite fecundar uma mulher fora da relação sexual. O sêmen é recolhido e mantido ou não por tempo mais ou menos longo, o qual sendo introduzido no órgão sexual da mulher, a fecunda. Note-se que, conforme mencionado por Belmiro Pedro Welter 16 neste tipo de técnica o casal é fértil, porém têm dificuldade de procriar naturalmente, necessitando de uma ajuda da biotecnologia para procriar. Nesse sentido, não há que se falar em infertilidade, pois a procriação se dará com o óvulo da mulher e o sêmen do marido. De acordo com a doutrinadora Juliane Fernandes Queiroz 17 a inseminação artificial pode adotar duas modalidades distintas, em aspectos morais, filosóficos, sociais e jurídicos: a inseminação intraconjugal, homóloga ou homofecundação e a inseminação extraconjugal, heteróloga ou heterofecundação Inseminação Artificial Homóloga A inseminação artificial homóloga é aquela realizada com sêmen do próprio marido, onde o material genético é introduzido no ventre da mulher. Em tese, esse tipo de técnica não oferece maiores problemas no seio jurídico por não modificar a 14 WELTER, Belmiro Pedro. Igualdade Entre as Filiações Biológica e Socioafetiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p VENOSA, Sílvio de Salvo. Op. Cit., p WELTER, Belmiro Pedro. Op. Cit. 17 QUEIROZ, Juliane Fernandes. Op. Cit., p. 77.

23 22 hereditariedade biológica da criança concebida, pois não encontra intervenção de terceiros na intimidade do casal. No entanto, merece alguns questionamentos no que diz respeito à sua realização após a morte do marido, questão que será tratada oportunamente. A respeito do tema, nos ensina Demian Diniz da Costa 18 : Sílvio de Salvo Venosa 19 A inseminação artificial homóloga é aquela realizada com o sêmen do marido ou companheiro. A técnica consiste no recolhimento do sêmen do marido ou companheiro, sendo que através dos instrumentos adequados é feito o implante dos espermatozoides no corpo feminino. È possível, ainda, o congelamento do sêmen recolhido através das técnicas de crioconservação existentes na atualidade.. tem o mesmo entendimento, ao afirmar que homóloga é a inseminação proveniente do sêmen do marido ou companheiro. Neste caso, a inseminação homóloga, conforme supracitado, não traz consequências ou questionamentos no que tange à paternidade ou maternidade da criança. Pois essa técnica não utiliza sêmen ou óvulo doado de terceiros, mas tão somente do casal ansioso em construir uma família Inseminação Homóloga Post Mortem A fecundação post mortem é possível graças às modernas técnicas de criopreservação 20 do material genético. 18 COSTA, Demian Diniz da. Famílias Monoparentais Reconhecimento Jurídico. Rio de Janeiro: Aide, 2002, p VENOSA, Sílvio de Salvo. Op. Cit., p Criopreservação, também chamada de crioconservação ou criobiologia, é uma técnica aplicada no congelamento de material orgânico, células, tecidos e, não muito distante, sistemas mais complexos como um órgão, em baixa temperatura, em média de cento e noventa e seis graus Celsius negativos (-196º), muito usada nas clínicas de reprodução humana, com a finalidade de preservar o material coletado viável para a utilização posterior, sem perder as propriedades biológicas, estrutura e funcionalidade, após o descongelamento. Essa técnica já é usada há quase cinquenta anos pelas clínicas de reprodução humana assistida e na reprodução animal. SILVA, Michel Clei Farias; CAMPOS, Bruna Christiane Dantas. Aspectos Jurídicos da Criopreservação Extracorpórea de Células Embrionárias Humanas. Disponível em: < Acesso em: 21 mai

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