Ordem dos Enfermeiros 10 Anos pela Qualidade da Saúde: do percurso feito ao futuro
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- Regina Amaral Pinheiro
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1 Editorial Jornal da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros Abril de 2008 ANO 6 Nº ORDEM DoS ENFERMEIRoS 10 ANoS PELa QUaLIDaDE Da SaÚDE:Do PERCURSo FEITo ao FUTURo 3...a DoENÇa DE ALZHEIMER 5...SoU FILHo DE UMa DoENTE CoM ALZHEIMER Editorial Ordem dos Enfermeiros 10 Anos pela Qualidade da Saúde: do percurso feito ao futuro 6 AS alterações CLIMÁTICaS E A SaÚDE 7 ADoECEMoS a TERRa 8 7 DE ABRIL DIa MUNDIaL Da SaÚDE 9 12 DE MaIo DIa INTERNaCIoNaL Do ENFERMEIRo 10 O ENVELHECIMENTo SaUDÁVEL 12 ESTILoS DE VIDa E RISCo DE AVC 14 ALZHEIMER PoRTUGaL 15 AGENDa 16 AqUECIMENTo GLoBaL PoDE aumentar CaSoS DE DoENÇaS alérgicas Foi há 10 anos, a 21 de Abril de 1998, com a publicação do Decreto-Lei nº 104/98, que nasceu a Ordem dos Enfermeiros (OE). O Estado reconheceu então que os enfermeiros, no estádio actual do desenvolvimento da enfermagem e com a plena consciência do relevante papel que desempenham no sistema de saúde, constituem um corpo institucional idóneo para assumir a devolução dos poderes que ao Estado competem no que concerne à regulamentação e controlo do exercício profissional, designadamente nos seus aspectos deontológicos e disciplinares. 1 Este momento foi o culminar de um percurso iniciado por enfermeiros visionários e determinados - a quem prestamos o nosso tributo - que ao longo de décadas promoveram continuamente o desenvolvimento profissional, sustentado num corpo de saberes próprios decorrentes da investigação que foram produzindo e, num modelo de formação e de prestação clínica de rigor e exigência, que conduziram à plena afirmação da autonomia profissional dos enfermeiros e da sua auto-regulação. Nestes 10 anos muitos foram os que dedicadamente ajudaram a edificar esta organização de reconhecido mérito, que muito nos orgulha e que procuraremos continuar a prestigiar com empenho, trabalho e inovação, em prol do respeito 1 Decreto-lei n.º 104/1998 de 21 de Abril pela dignidade profissional e defesa da qualidade dos cuidados que prestamos aos nossos concidadãos. Revisitar o passado é importante para, com a aprendizagem decorrente dos erros e sucessos, melhor concretizarmos o presente e projectarmos o futuro. Embora as comemorações deste 10º Aniversário se desenvolvam em várias iniciativas formais, nacionais e regionais ao longo de todo o ano, o que nos importa sublinhar é que todos os dias e em cada momento do nosso desempenho, encontraremos na relação com as pessoas de quem cuidamos a melhor forma de assinalar esta efeméride. Citando a nossa Digníssima Bastonária, Enf.ª Maria Augusta de Sousa, convictos de que, não há melhor saúde sem melhor Enfermagem, queremos que 2008, pela participação de todos, seja o ano «Pela qualidade da saúde», no qual todos somos convidados a participar enfermeiros e cidadãos. Neste momento não podemos deixar de felicitar todos os enfermeiros portu- Enfermagem e o Cidadão
2 Editorial SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO gueses e em particular os da área de jurisdição da SRC, reiterando o nosso compromisso de trabalhar para a melhoria contínua da qualidade dos cuidados de enfermagem e para um futuro de maior reconhecimento social e valorização do papel imprescindível que temos no âmbito da prestação de cuidados de saúde. Sendo este o primeiro editorial deste espaço de informação da actual equipa dos órgãos sociais da Secção Regional do Centro da OE para o mandato , não podemos deixar de referir que, convictos da importância do nosso contributo para o processo de prestação de cuidados de saúde, queremos em proximidade e articulação permanente com todos, enfermeiros e cidadãos, associações de profissionais, culturais e outras, nacionais e internacionais, doentes e estudantes, trilhar o caminho que conduza a uma sociedade mais saudável, na certeza de que esta é uma condição fundamental para a nossa felicidade pessoal e profissional. Acreditamos poder, em complementaridade e reciprocidade, cumprir o desígnio fundamental da Ordem dos Enfermeiros, promover a defesa da qualidade dos cuidados de enfermagem prestados à população, bem como o desenvolvimento, a regulamentação e o controlo do exercício da profissão de enfermeiro, assegurando a observância das regras de ética e deontologia profissional, que evocamos como missão. Durante o mandato estaremos particularmente atentos às envolventes contextuais, tais como as reformas do sistema de saúde e as consequências para a profissão, a contenção na admissão de novos enfermeiros e insegurança laboral - o que conduz a elevados níveis de desemprego - o sentimento de desvalorização do papel dos enfermeiros nas políticas de gestão da saúde no país, alterações no sistema de ensino superior decorrentes da adequação dos cursos ao processo de Bolonha, o modelo de desenvolvimento profissional aprovado e implicações futuras para o exercício profissional. Na afirmação da sua cidadania, exortamo-lo a colaborar connosco consultando neste jornal o que de mais relevante vai acontecendo e fazendo-nos chegar os seus comentários, contributos e sugestões, na perspectiva de que as encararemos sempre como uma oportunidade de melhoria contínua do nosso desempenho. Assim, cooperaremos para alcançar melhores padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem prestados ao indivíduo, família e comunidade, ao longo de todo o seu ciclo de vida, tendo como meta mais e melhor saúde para todos. Contamos, CONSIGO, pela Enfermagem No Centro da qualidade. Manuel Oliveira Ficha Técnica Distribuição Gratuita Jornal da Secção Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros; Av. Bissaya Barreto, 191 CV; COIMBRA; Tel.: ; Fax: ; srcentro@ordemenfermeiros.pt Director Manuel Oliveira Coordenação Editorial Filipe Marcelino; Manuela Coimbra Conselho Editorial Fernanda Pereira; Fernando Seabra; Isabel Sampaio; Fernando Júlio; Rosa Meneses; Tânia Morgado; Elisabete Santos; Hélder Araújo Conselho Científico Manuela Coimbra; Manuel Oliveira; Cristina P. Carmona; Conceição Martins; José Manuel Cavalete Colaboradores Especiais Maria Rodriges; Antero F; Ana Luísa Forte; Berta Augusto; Pedro Parreira; Marina Costa; Carla Pereira Revisão Editorial Tânia Morgado; M.ª João Henriques Fotografia Vitor Garcia Secretariado Rute Dias da Silva; João Pedro Pinto; Elizabete Figueira; Liliana Reis Maquetização, Produção PMP COIMBRA Tiragem exemplares Depósito Legal /02 Impressão PMP 2 Enfermagem e o Cidadão
3 Falando Sobre......a Doença de Alzheimer Fernanda Pereira e Maria Rodrigues Enfermeiras Especialistas em Saúde Mental e Psiquiátrica A Doença de Alzheimer é uma forma lenta e irreversível de doença em que por morte das células do cérebro, num processo que chamamos de demência, as capacidades mentais da pessoa (memória, consciência, pensamento, sentimento, vontade) se vão perdendo gradualmente. A memória é a primeira das funções a ser afectada, de uma maneira discreta no início mas progressiva e, em consequência, todas as outras funções se perdem. A memória é o local onde se registam os acontecimentos que se deram ao longo da vida, todos os ensinamentos e aprendizagens por que passámos. Com a idade, isto é, à medida que vamos envelhecendo começam a surgir algumas falhas. É natural que a partir dos 50 anos as pessoas se apercebam que perderam alguma da capacidade de fixar coisas - sobretudo nomes de pessoas, tal como perdem a capacidade de ouvir (audição) ou ver bem (visão). Estes são processos fisiológicos normais, decorrentes do envelhecimento que permitem uma vida normal, mantendo a qualidade de vida e a integração no trabalho e na sociedade. Uma boa maneira de diminuir estas dificuldades das perdas de memória decorrentes do envelhecimento é manter a actividade mental, lendo, escrevendo, fazendo contas ou mesmo jogos de cartas, charadas ou palavras cruzadas. A actividade do dia-a-dia deve ser mantida, aí se incluindo as idas ao banco, as pequenas compras, os telefonemas que mantêm o funcionamento cerebral e evitam o isolamento que surge após a reforma da vida activa. Foi um psiquiatra alemão, Alois Alzheimer que, em 1906, descreveu os sintomas desta doença, que afecta cerca de pessoas em Portugal. O diagnóstico é difícil de fazer e não existe cura, nem se conhece forma segura de evitar o seu aparecimento. A duração da doença, após o diagnóstico é de 2 a 15 anos. No início a pessoa sofre com a consciência das suas dificuldades, e pode mesmo tentar disfarçar a crescente incapacidade para enfrentar as situações diárias mudando a sua maneira de ser ou tornando-se mais triste e reservada. Seguem-se outras alterações como momentos de confusão, agitação, de agressividade em que a pessoa não é capaz de reconhecer os seus familiares nem o ambiente que o rodeia. Pode sair de casa e perder-se, não sabendo onde mora, nem reconhecendo o sítio onde sempre viveu. Progressivamente torna-se mais dependente da ajuda dos outros, mesmo nos aspectos mais comuns como lavar-se, vestir-se ou alimentar-se. Os cuidados que as pessoas com doença de Alzheimer necessitam, à medida que a doença Enfermagem e o Cidadão
4 Falando Sobre... SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO evolui, tornam-se cada vez mais específicos, sendo necessária ajuda qualificada, designadamente de enfermeiros, em aspectos como alimentação adequada, tipo de roupa, cuidados de higiene pessoal e segurança do meio em redor. A desnutrição, desidratação, ingestão de objectos, deixar de saber comer, dificuldades em engolir, agitação, confusão, incapacidade de falar ou comunicar, dificuldade em se mover ou andar, incapacidade em fazer as suas necessidades, são algumas das alterações que vão surgindo com o evoluir da doença. Isto resulta na crescente sobrecarga da família que assiste à perda da autonomia e identidade do seu familiar que não reconhece ter a doença. Os sinais de alerta para esta doença foram resumidos pela Associação Portuguesa de Familiares e Amigos de Doentes de Alzheimer (APFADA): A Perda de memória, não já o esquecer ocasionalmente reuniões, nomes de colegas de trabalho, números de telefone de amigos, e lembrar-se deles mais tarde. Uma pessoa com a Doença de Alzheimer esquece-se mais das coisas e não se lembra delas mais tarde, em especial dos acontecimentos mais recentes. A Dificuldade em executar as tarefas domésticas, deixa de ser característico das pessoas muito ocupadas, pois podem temporariamente ficar tão distraídas que se esquecem de servir as batatas no forno, só se lembrando depois da refeição. O doente com Alzheimer torna-se incapaz de preparar qualquer parte de uma refeição, ou esquece-se de que já comeu. Problemas de linguagem são vulgares e todos podemos sentir por vezes dificuldade em encontrar a palavra certa. Porém, um doente com Alzheimer pode esquecer mesmo as palavras mais simples ou substituí-las por palavras desajustadas, tornando as suas frases de difícil compreensão. Perda da noção do tempo e desorientação que pode suceder a todos, em que, por um breve instante, perdemos a noção do dia da semana ou esquecemos o sítio para onde vamos. Porém, uma pessoa com a Doença de Alzheimer pode perder-se na sua própria rua, ignorando como foi dar ali ou como voltar para casa. Discernimento fraco ou diminuído, podemos não ir logo ao médico por termos febre, mas acabamos por recorrer aos cuidados de saúde se não tivermos melhoras. Um doente de Alzheimer poderá não reconhecer que tem febre ou uma infecção que deve tratar, e continuar a vestir-se desadequadamente, por exemplo, usando roupa quente num dia de Verão. Problemas relacionados com o pensamento abstracto, por vezes as pessoas podem achar que é difícil fazer as contas das despesas de casa, mas alguém com a Doença de Alzheimer pode esquecer completamente o que são os números e o que tem de ser feito com eles. Podemos esquecer a data de um aniversário, mas o doente de Alzheimer pode não compreender sequer o que é um aniversário. Trocar o lugar das coisas, sucede a qualquer pessoa não arrumar correctamente a carteira ou as chaves. Um doente de Alzheimer pode arrumar as coisas num lugar desajustado: um ferro de engomar no frigorífico ou um relógio de pulso no açucareiro. Alterações de humor ou comportamento são normais, podendo as pessoas sentirem-se tristes ou mal-humoradas de vez em quando. Alguém com a Doença de Alzheimer pode apresentar súbitas alterações de humor da serenidade ao choro ou à angústia sem que haja qualquer razão para tal facto. Alterações na personalidade que não são o acentuar de características da pessoa ou uma variação pela mudança de hábitos com a idade. Num doente com Alzheimer a personalidade pode mudar totalmente, tornandose extremamente confuso, desconfiado ou calado. As alterações podem incluir também apatia, medo ou um comportamento inadequado. Perda de iniciativa, é normal, por exemplo ficar cansado com o trabalho doméstico, as actividades profissionais do dia-a-dia, ou as obrigações sociais; porém, a maioria das pessoas recupera a capacidade de iniciativa. Um doente com Alzheimer pode tornar-se muito passivo e necessitar de estímulos e incitamento para participar. Em resumo, diremos que a Doença de Alzheimer é a forma de demência mais comum em Portugal, distingue-se do envelhecimento normal e devemos conhecer os seus sinais de alerta. Trata-se de uma doença progressiva, sem tratamento, em que a pessoa altera profundamente a sua consciência e comportamento, sem se aperceber do seu estado e com a qual é difícil lidar. Algumas estratégias podem servir para ajudar aqueles que convivem com ela, em especial os familiares e cuidadores directos, a manter qualidade de vida e preservando a dignidade da pessoa doente. 4 Enfermagem e o Cidadão
5 Tem a Palavra...sou filho de uma doente com Alzheimer Antero F. Chamo-me Antero F. e sou filho de uma doente com Alzheimer. A minha mãe tem agora 76 anos e o meu pai tem 78. Tenho mais três irmãos. Podia ser qualquer um dos meus irmãos a dar este testemunho porque todos têm colaborado no cuidar da minha mãe mas como vivo mesmo ao lado dos meus pais, tenho sido eu a acompanhar mais de perto a sua doença. A doença da minha mãe foi diagnosticada há cerca de 6 anos. Na altura ela era ainda muito activa. Os meus pais sempre viveram da agricultura e com cerca de 70 anos ainda trabalhavam os dois. Não foi muito fácil saber exactamente o que tinha a minha mãe. Começou por ter perdas de memória cada vez mais frequentes, mas como já tinha alguma idade pensámos que era normal. Como a situação se foi agravando e a minha mãe estava frequentemente deprimida, o primeiro passo foi recorrer ao médico de família, que numa primeira fase medicou a minha mãe para uma depressão. Mas não houve melhoras significativas e ela começou a ter alterações de humor, parecia por vezes que a personalidade não era a mesma. Respondia de forma agressiva, o que não era nada habitual nela. Fomos depois encaminhados para um neurologista e após realizar alguns exames, foi-lhe diagnosticada esta doença. Os meses que se seguiram foram muito difíceis, por um lado porque a minha mãe tinha a noção do que lhe estava a acontecer, embora não soubesse exactamente a doença que tinha, e por outro porque toda a família também sofria. O meu pai, como estava com ela 24 horas por dia, passou por tudo. À medida que o tempo passou, começou a tornar-se mais dependente, deixando de ter a capacidade de fazer as tarefas da casa. Nesta fase, solicitámos o apoio domiciliário da Casa do Povo da freguesia porque como todos os filhos trabalhavam era impossível outra solução. De início vinham trazer as refeições e fazer a limpeza da casa. Mais tarde, os meus pais passaram a frequentar os dois o centro de dia porque era necessário estar constantemente a vigiar a minha mãe. Devido à confusão teve algumas quedas, que felizmente nunca resultaram em nada de grave, mas que muito nos assustaram. De noite, nós dávamos o apoio necessário porque vivíamos mesmo ao lado. No entanto, a situação foi piorando. A minha mãe deixou de andar, e até de falar. Ficou totalmente dependente e o meu pai já não tinha idade nem capacidade para cuidar dela. Esta nova situação motivou uma reunião familiar, onde (com muito custo) decidimos que a melhor solução seria internar a minha mãe num lar. Decisão difícil principalmente porque o meu pai nunca se tinha separado dela. Mas notávamos que ele estava exausto com a sobrecarga de trabalhos e cuidados. É também verdade que um lar é financeiramente difícil de suportar mas contornámos a situação recorrendo à reforma de velhice e à ajuda de todos os filhos. De resto, a união familiar foi muito importante para ajudar a ultrapassar esta situação. Presentemente a minha mãe vive neste lar, a cerca de 7 km da nossa residência, o que nos permite visitá-la com bastante frequência. A verdade é que é bem tratada. Nota-se que está bem cuidada. Agora estamos mais tranquilos porque ela pelo menos não aparenta sofrimento. Já não tem a noção do seu estado. E o meu pai, embora muito afectado por tudo isto, tem agora um pouco mais de qualidade de vida. Enfermagem e o Cidadão
6 Todos os Dias são Dias SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO As alterações climáticas e a saúde Fernando Júlio B. Pinto Enfermeiro Especialista em Saúde Comunitária As alterações climáticas são uma ameaça emergente e significativa para a saúde pública e altera a forma como devemos olhar para a protecção de populações vulneráveis. Os relatórios mais recentes do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas confirmam a existência de fortes evidências que corroboram a possibilidade de ocorrência de um leque variado de implicações para a saúde humana. A variabilidade e alterações climáticas podem ser causa de morte e/ou doenças devido a desastres naturais como ondas de calor, inundações e secas. Para além disso, muitas doenças importantes são altamente sensíveis às alterações de temperatura e pluviosidade. Entre estas incluemse doenças causadas por vectores tais como a malária e o dengue e ainda doenças causadoras de grande mortalidade como sejam a malnutrição e diarreia. As alterações climáticas têm vindo a contribuir para o aumento de doenças a nível global, esperando-se que esta contribuição venha a crescer com o tempo. Os impactos das alterações climáticas na saúde humana não serão iguais em todo o mundo. Países em desenvolvimento, particularmente pequenas ilhas, zonas áridas ou de montanha e áreas costeiras densamente povoadas são considerados particularmente vulneráveis. Felizmente, muito do risco para a saúde poderá ser evitado pela existência de programas de saúde e intervenção. Acções concertadas para fortalecer características chave dos sistemas de saúde e promover escolhas de desenvolvimento saudáveis poderão melhorar a saúde pública e reduzir a vulnerabilidade relativamente às futuras alterações climáticas. A Organização Mundial de Saúde (OMS) apoia os estados membros na protecção da saúde pública face aos impactos das alterações climáticas e fornece ao sector da saúde voz dentro da resposta da ONU a este desafio global. 11 Este comunicado da OMS reflecte a necessidade de uma tomada de posição global face a um problema que se faz sentir também à escala global. Apenas com programas de cooperação internacional se poderá minimizar a magnitude das alterações climáticas e/ou as suas consequências para a população humana. Isto não invalida no entanto que cada um de nós não deva ser um vector de mudança de atitudes em casa, no trabalho e na sociedade em geral. Comportamentos tão simples como o desligar um interruptor, utilizar os transportes públicos, ou rentabilizar um transporte entre várias pessoas, associados a Texto traduzido do sítio hábitos de reutilização e separação dos resíduos, poderão contribuir de forma significativa para evitar a evolução do fenómeno climático. Neste cenário de incertezas relativamente ao desenrolar das alterações climáticas, os Sistemas de Saúde deverão estar preparados, direccionando as suas acções para a prevenção das situações de doença provocadas pela alteração climática, através de uma correcta intervenção de educação sanitária que deverá envolver as escolas, as instituições e as populações. Os Enfermeiros possuem neste âmbito um papel preponderante, actuando aos três níveis de prevenção: preparando as comunidades para enfrentar os efeitos das alterações climáticas e evitar as doenças por estas provocadas; cuidando das populações afectadas e minimizando as sequelas decorrentes de situações de doença instalada. Sendo detentores de conhecimentos que lhes permitem, realizar diagnósticos de situação, definir estratégias de actuação, interagir com profissionais de outras áreas e estando ao mesmo tempo mais perto da comunidade, têm os Enfermeiros uma responsabilidade acrescida, tendo uma acção preponderante na mudança de comportamentos. A realização de acções de prevenção dos efeitos nocivos das alterações climáticas junto às comunidades escolares, comunidades mais desfavorecidas ou com índices culturais mais baixos preparando-as para a assunção de comportamentos adequados à problemática, associadas a um trabalho continuado junto aos grupos populacionais mais vulneráveis (crianças e idosos) de forma a prevenir situações de morbi- mortalidade, assim como a colaboração em planos nacionais e internacionais de combate às doenças causadas directa ou indirectamente pelas alterações do clima, poderão constituir algumas das acções a desenvolver pelos Enfermeiros onde a necessidade em cuidados é maior Junto das populações. 6 Enfermagem e o Cidadão
7 Todos os Dias são Dias Adoecemos a Terra Ana Luísa Forte Engenheira do Ambiente CO2;CH4; N2O; HFC; SF6; PFC não são siglas imaginárias nem nomes de heróis, ou antiheróis, de galáxias próximas ou imaginárias. Responsáveis pelo efeito de estufa e pelas alterações climáticas, não são fruto de prosas mais ou menos romanescas ou ficcionárias, são na sua maioria resultado da actividade e acção humana. Como num desenho animado ou numa BD, os desejos e acções dos humanos desenvolvem-se a um ritmo muito rápido, às vezes mais rápido que a sua própria sombra e o eco, ou a consequência, deste caminho insustentado gera respostas ambientalmente surpreendentes. Surpreendente não será o termo correcto pois existem modelos e previsões e estudos que indicam e avisam sobre a ameaça sobre o ar, a água e a biodiversidade. Hoje a mais séria ameaça não é ficção. As constantes emissões de gases com efeito de estufa (GEE) provocaram um aumento do aquecimento da superfície da Terra, as alterações climáticas começam a ser apontadas como responsáveis dos estranhos (mas previsíveis) fenómenos meteorológicos que ocorrem, para o calor que não esperávamos em determinada estação do ano, para as cheias e inundações, para os anos de seca, para as precipitações irregulares, ciclones, tufões... Alteramos o ciclo do carbono, tentamos quebrar o ciclo da água, imaginamos novos ecossistemas. As nossas pegadas ecológicas são demasiadamente grandes e pesadas. Adoecemos a Terra e adoecemos com a Terra: asma, alergias, salmoneloses, malária, febre do Nilo Ocidental, doença de Lyme, leichmaniose... Também com as actividades e acções humanas se pode contar para vencer o desafio ambiental dos nossos dias. Para além da alteração de padrões comportamentais adoptando os ambientalmente mais correctos, papel que facilmente pode ser desempenhado por qualquer cidadão, o papel das nações é incontornavelmente decisivo devendo todos os domínios das actividades humanas adoptarem práticas e iniciativas para redução do aquecimento global do planeta. É possível (obrigatório) internalizar iniciativas em todos os sectores de actividade sector energético, sector agrícola, sector serviços, sector construção e dos transportes. Algumas datas, iniciativas e objectivos importantes: assinatura da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas; assinado protocolo de Quioto; criação do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas; - Março de 2000 é lançado o Programa Europeu para as Alterações Climáticas (ECCP. Comissão); é iniciado o Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), programa nacional que objectiva o controlo e redução das emissões de Gases com Efeito de Estufa. Dever-se-ão reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 8% no período entre 2008 e 2012; - Directiva 2003/87/CE cria o mecanismo de Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE); - Decreto-lei n.º 233/2004, alterado pelo Decreto-lei n.º 243-A/2004. Enfermagem e o Cidadão
8 Todos os Dias são Dias SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO 7 de Abril Dia Mundial da Saúde Proteger a saúde face às alterações climáticas Isabel Sampaio Enf. Especialista em Saúde Materna e Obstétrica O dia Mundial da Saúde que se comemora a 7 de Abril, marca a fundação da Organização Mundial de Saúde, e é uma ocasião importante em todo o mundo, que permite tomar consciência sobre os aspectos chave da saúde mundial. Desde 1948 que todos os anos é celebrado nesta data, para sensibilizar os cidadãos sobre os problemas da saúde. Este ano de 2008 teve como tema central a necessidade de proteger a saúde dos efeitos adversos das mudanças climáticas. A OMS seleccionou este tema considerando as crescentes ameaças que as mudanças climáticas têm vindo a causar à segurança da Saúde Pública Mundial, com a finalidade de sensibilizar todos os governos e cidadãos em geral. Assim todos somos chamados a intervir na promoção da saúde ambiental. O clima sempre foi variando ao longo dos tempos devido a causas naturais, mas hoje não podemos ignorar as alterações climáticas e ambientais resultantes da acção do homem: a elevada emissão de gases continua a provocar o já tão conhecido efeito de estufa, que muito tem contribuído para o aquecimento global, tendo como consequência profundos desequilíbrios do ecossistema. O ser humano não está naturalmente imune, e daí o claro aumento das doenças respiratórias, alérgicas e outras que atingem as populações mais vulneráveis como as crianças e idosos. Neste dia de celebração é também um momento para pensarmos no contributo e responsabilidade dos cidadãos na melhoria da saúde individual e colectiva. Está nas mãos de cada um de nós impedir que o meio que nos acolhe se transforme ainda mais numa agressão para a saúde. TODOS somos chamados a intervir na promoção da saúde ambiental. ALGUMAS DICAS PARA O SEU DIA A DIA: Esqueça-se do elevador e use mais a escada. Opte por andar em transportes colectivos, a pé ou de bicicleta. Viva o seu dia com luz natural. Abra janelas, cortinas, persianas, deixe o sol entrar e iluminar a sua casa em vez de acender lâmpadas. Opte por tomar duche em vez dos banhos de imersão. Pode poupar até 150 litros de água! Verifique todo o seu lixo e recicle o máximo que puder. Ajuda a proteger o ambiente e as florestas. Despreze os produtos descartáveis. Escolha os feitos para serem duráveis, como era nos tempos de nossos avós. Não coloque as pilhas e baterias velhas no lixo. Prefira o papel reciclado. Participe na sua comunidade, seja voluntário de uma instituição próxima da sua casa ou do trabalho. Doe um pouquinho do seu tempo para quem precisa. 8 Enfermagem e o Cidadão
9 Acontece 12 De Maio Dia Internacional do Enfermeiro Esta efeméride comemora o aniversário da fundadora da Enfermagem Moderna Florense Nightingale. Foi instituída pelo Conselho Internacional dos Enfermeiros (ICN), pretendendo sensibilizar a opinião pública para os desafios que a Enfermagem Mundial atravessa e homenagear o trabalho desenvolvido. Florense Nightingale foi uma enfermeira britânica, de ascendência italiana que se destacou na guerra da Crimeia (1854) ao transformar o modo de funcionamento do Hospital Militar do exército Inglês na Turquia. Introduziu mudanças significativas na prestação dos cuidados de saúde, melhorando as condições higieno-sanitárias na qualidade de vida dos soldados. Com estas medidas conseguiu reduzir a taxa de mortalidade do hospital de 40% para 2%, evidenciando o valor da profissão. Para o ano de 2008 as comemorações têm como lema: Servir a Comunidade e assegurar a qualidade: Os Enfermeiros à frente dos Cuidados Primários de Saúde Semanas Distritais Na sequência do compromisso assumido em campanha eleitoral para a Ordem dos Enfermeiros de desenvolver um trabalho de proximidade para o conhecimento mais objectivo das virtudes e constrangimentos do Sistema de Saúde nos contestos de trabalho, vão realizar-se, na região centro, programas com actividades dedicadas a cada distrito. - Semana distrital de Viseu - 26 a 31 de Maio. - Semana distrital da Guarda - 24 a 28 de Junho com a presença da Sra. Bastonária. Cultura e Lazer Divirta se e recorde. ADIVINHAS 1- Ave sou e não voo, Tenho lã e não sou carneiro Nestas duas palavras Disse o meu nome inteiro 2 - Sou um nobre muito rico Feito por subtil engenho Dou tudo quanto tenho Com quanto tenho me fico. LABIRINTO PALAVRAS CRUZADAS Soluções: Adivinhas 1 - Avelã; 2 - O livro Palavras Cruzadas Horizontais 1- Lugar, 5- Remar, 6-AV, 8- SR, 9-LIS, 10- Artista, 12- Ias, 13- Uso, 15- Marcar, 17- AC, 18- Ataca, 20- Hora, 21-AO,22- Rim Verticais 1- Leoa, 2- Um, 3- Gastar, 4- Arriscar, 6- Altura, 7- Vias, 11- Riacho, 14- Oca, 15- Ma, 16- Atar, 19- Cem HORIZONTAIS 1-Sítio 5- Mover os remos 6- Abreviatura de avenida 8- Abreviatura de senhor 9- Rio que banha a cidade de Leiria 10- Pessoa que exerce uma arte 12- Caminhavas para lá 13- Costume 15- Assinalar 17- Antes de Cristo (abrev.) 18- Antónimo de Defende 20- Espaço de 60 minutos 21- Vogais da palavra gato 22- Víscera dupla VERTICAIS 1-Fêmea do leão 2- A unidade 3- Usar 4- Pôr em risco 6- Dimensão de um corpo, a partir da base até à sua extremidade superior 7- Observavas 11- Rio pequeno 14- Vazia 15- Segunda sílaba da palavra cama 16- Apertar com nó ou laçada 19- Dez vezes dez Enfermagem e o Cidadão
10 Consigo pela Sua Saúde SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO O envelhecimento saudável Marina Costa Enf. Especialista em Saúde Infantil e Pediátrica Envelhecimento é um processo de diminuição orgânica e funcional, não decorrente de acidente ou doença, e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo. É uma característica inevitável para qualquer ser vivo. À medida que os anos passam as capacidades de reserva dos nossos órgãos - coração, pulmões, rins, etc. - diminuem e a capacidade de suportar esforços, consequentemente, também diminui. Aqueles que, ao longo dos anos, adoptam um estilo de vida saudável estão indubitavelmente em melhores condições para manter o equilíbrio no processo de envelhecimento nos planos físico, intelectual e social. Como nos é referido pelo Ministério da Saúde: uma população saudável é a chave para o crescimento económico e para a prosperidade na Europa, na medida em que limita o constrangimento dos sistemas de saúde e da segurança social e permite que as pessoas se mantenham por mais tempo na vida activa. Ainda que envelhecer seja uma fatalidade, é possível manter a qualidade de vida na terceira idade. Falamos de qualidade de vida não no sentido económico, mas sim de saúde e bemestar, enquanto capacidade de interacção social, promotora da autodeterminação e realização pessoal. Neste pressuposto a qualidade do envelhecimento pode ser, em parte, influenciada por cada um de nós. E porque o envelhecimento é um processo gradual (não se envelhece de uma só vez ), influenciado por inúmeros factores tais como: os estilos de vida, agressões físicas e psicológicas, nutrição e sedentarismo; julgamos interessante e adequado a qualquer idade a aplicação das recomendações da Sociedade Portuguesa de Cardiologia: Uma alimentação equilibrada tem muita influência na manutenção da nossa saúde, energia e vitalidade e diminui os riscos de aterosclerose, doenças cardiovasculares e cancro. Faça uma alimentação rica em frutas, vegetais e cereais. Use as gorduras com moderação e não abuse dos doces nem do sal. Beba água e não esteja muitas horas sem comer. Proteja os seus ossos da osteoporose.tenha uma alimentação rica em cálcio - o leite, o queijo e o peixe são bons exemplos. Faça passeios ao ar livre. Apanhe sol, mas proteja-se dos excessos. 10 Enfermagem e o Cidadão
11 Consigo pela Sua Saúde Previna os acidentes e quedas. Ande regularmente a pé e mantenha a actividade física. Utilize calçado que não escorregue e procure ter boa alimentação em casa. Construa todos os dias a sua autonomia. Continue a cuidar de si próprio (a) sozinho (a) enquanto puder. Cuidar de si ajuda a pessoa a manter-se mais saudável, equilibrada, autónoma e feliz. O treino é muito importante para manter todas as nossas funções. Faça planos para o dia-a-dia, organize as suas tarefas. Não se isole do contacto com os outros. Treine a sua memória. A atenção e a repetição são factores importantes para fixar. Contar as suas recordações, falar com outras pessoas, conviver e estar a par das notícias, são estímulos importantes para manter ou melhorar as suas capacidades. Não mude as coisas dos sítios habituais, é mais fácil encontrá-las quando as procura. Envelhecer saudável - prevenção é palavra de ordem. Faça controlos médicos regulares, incluindo a observação dos seus olhos, dos seus ouvidos, dos dentes e próteses dentárias. Controle regularmente a sua tensão arterial. Envelhecer no feminino e no masculino. As mulheres têm responsabilidade nos cuidados com a sua saúde em geral e em particular com o exame periódico dos seios e do útero. Os homens depois dos 45 anos têm responsabilidade nos cuidados com a sua saúde em geral e em particular com o exame periódico da próstata. Mantenha a comunicação com o mundo que o rodeia. A actividade física e intelectual reforçam a agilidade do espírito. Os órgãos dos sentidos são essenciais para comunicar. Melhorar a visão e a audição podem ajudá-lo a melhorar a sua qualidade de vida. É preciso contrariar o isolamento e a dependência.o isolamento é muitas vezes causa de sofrimento e de depressão. Mantenha um bom relacionamento com os seus familiares e vizinhos. Informe-se sobre os serviços mais próximos (centro de saúde, posto de enfermagem, farmácia) e ajudas úteis (tapetes antiderrapantes, apoios para a banheira ou para o chuveiro, ajudas telefónicas). Para quem presta cuidados a pessoas idosas. A formação e a informação das pessoas sobre a melhor forma de cuidar, ajuda quem cuida e quem é cuidado. Os familiares que cuidam dos seus idosos devem poder dispor de tempo para ter cuidados consigo próprios. Pense antecipadamente nalgumas situações que podem ocorrer e como seria possível organizar-se para as resolver Enfermagem e o Cidadão 11
12 Consigo pela Sua Saúde SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO Estilos de vida e risco de AVC Berta Augusto Enfª Especialista em Enfermagem de Reabilitação Pedro Parreira Enfº Especialista em Enfermagem de Reabilitação O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade em Portugal, sendo que por cada 5 minutos morre uma pessoa com AVC (Direcção Geral de Saúde). Só em 2005 surgiram novos casos (Instituto Nacional de Estatística, 2005). Os AVCs são distúrbios neurológicos vulgarmente conhecidos por trombose que podem ser divididos em duas categorias: os AVCs isquémicos e os AVCs hemorrágicos. Mas, o que queremos dizer quando falamos de AVC? Compare o seu cérebro a um jardim. Tal como o seu jardim precisa de ser regado para dar flores e frutos, também o seu cérebro precisa de ser irrigado para funcionar bem. Para regar o seu jardim, a água passa por canos ou mangueiras, que com o tempo se desgastam, entopem ou rebentam. Quando os canos entopem, a água deixa de chegar ao jardim e às flores, levando a que estas morram. Mas quando os canos rebentam, há uma inundação, que da mesma forma as vai prejudicar ou matar, se o terreno não tiver escoamento. À semelhança com o seu jardim, para irrigar o seu cérebro, o sangue passa por veias e artérias que também se desgastam, entopem ou rebentam. Quando uma destas veias ou artérias entope, uma parte do seu cérebro deixa de ser irrigado porque o sangue não passa em quantidade suficiente, resultando daí sofrimento ou morte dessa zona do cérebro. As figuras aqui apresentadas, mostram de um modo simples como uma veia ou artéria pode entupir (por exemplo com uma placa de gordura) ou mesmo rebentar, causando uma hemorragia. Trombose AVC isquémico Hemorragia AVC Hemorrágico Quando isto acontece as pessoas ficam incapacitadas, com fraqueza ou adormecimento de um lado do corpo e com dificuldade em se movimentar, impossibilitando-as de se vestir, alimentar, lavar e andar. Da mesma forma podem não conseguir engolir, ver, escrever, falar ou entender o que os outros lhe dizem. Estas situações que deixam graves sequelas de incapacidade e apresentam repercussões importantes na vida familiar, podem no entanto ser prevenidas, pelo que conhecer os factores de risco e intervir nos mesmos, se assume como estratégia importante. São factores de risco do AVC: a hipertensão arterial, a diabetes, o consumo de álcool, o tabagismo, o consumo de drogas, as doenças cardiovasculares, o colesterol alto, a obesidade, os hábitos alimentares pouco saudáveis e o sedentarismo. A Diabetes Mellitus é uma doença causada por um distúrbio do metabolismo dos açúcares e manifesta-se pelo excesso de açúcar no sangue e tem consequências graves para a saúde do indivíduo. Pessoas com diabetes apresentam um risco 3 vezes superior de ter um AVC relativamente a indivíduos sem diabetes. A Hipertensão acelera o processo de arteriosclerose (envelhecimento das artérias) e pode levar à ruptura de um vaso sanguíneo. É importante estar atento a alguns sintomas como dores de cabeça e/ou de peito, cansaço, tonturas, hemorragia nasal, vertigens, etc O colesterol é uma substância que existe no organismo, metabolizada pelo fígado e vital para o corpo. O excesso de gordura no sangue (hipercolesterolémia) leva à sua acumulação nos vasos sanguíneos, limitando a passagem de sangue nos mesmos. O sedentarismo aumenta o risco de AVC. A falta de actividade física pode levar à obesidade, que por sua vez, aumenta o risco de diabetes, hipertensão arterial e arteriosclerose, aumentando indirectamente o risco de AVC. O fumo do tabaco é também considerado um factor de risco, pois duplica a probabilidade de ocorrência de AVC isquémico. Isto acontece porque fumar promove a arteriosclerose e aumenta os níveis de factores de coagulação do sangue. Este mau hábito agrava também os danos provocados pelo AVC pois enfraquece a parede do sistema vascular do cérebro. O risco de AVC diminui imediatamente depois de deixar de fumar, mas a maior redução dá-se entre 2 a 4 anos após. O consumo excessivo de álcool aumenta a pressão do sangue, o que faz aumentar o risco de AVC, além de toda a deterioração física e mental que provoca. 12 Enfermagem e o Cidadão
13 Consigo pela Sua Saúde O referido evento, teve a participação de enfermeiros e médicos do Serviço de Neurologia, aos quais se aliaram enfermeiros do Serviço de Pneumologia, alunos da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra e alunos da Faculdade de Medicina de Coimbra, tendo tido uma grande adesão por parte dos cidadãos. No decorrer desta iniciativa foram recolhidos alguns dados relativos aos factores de risco associados ao Acidente Vascular Cerebral: glicémia (açúcar no sangue), colesterol, tensão arterial, peso, altura e consumo de tabaco (avaliação do monóxido de carbono), bem como dados sócio-demográficos que visaram caracterizar a amostra recolhida. A PREVENÇÃO É POSSÍVEL? Claro que sim, até porque a grande maioria dos factores de risco são MODIFICÁVEIS, isto é, podemos transformá-los em algo que deixa de ser um risco para a saúde. Sugerem-se algumas medidas de prevenção: Não fume Modere o consumo de bebidas alcoólicas Controle os níveis de açúcar no sangue (< 126mg/dl em jejum) Controle o nível de gordura no sangue (colesterol abaixo dos 200mg/100ml) Faça uma alimentação saudável com redução do consumo de gorduras, doces e aumento da ingestão de vegetais Controle o seu peso (IMC entre 20-24,9) Kg/m 2 Controle a Tensão Arterial Procure resolver os seus problemas com calma Cumpra a medicação prescrita pelo seu médico Faça exercício físico regularmente evitando uma vida sedentária Procure regularmente os serviços de saúde A alimentação é um factor a ter em atenção, devendo-se implementar uma dieta equilibrada rica em fruta, vegetais, cereais, leite ou iogurte magro, peixe, fibras, gorduras insaturadas (azeite, etc.) e pobre em sal, açúcar, álcool, carnes vermelhas e pobre em gorduras saturadas. O risco é uma realidade, cabe a si minimizá-lo! Proteja a sua saúde, não corra riscos desnecessários! Intervenha nos factores MODIFICÁVEIS pois a decisão está ao seu alcance. Foi precisamente para efectuar o rastreio de despiste dos factores de risco do AVC, que no dia 30 e 31 de Março, integrado nas Comemorações do Dia Nacional do doente com AVC, o Serviço de Neurologia do Centro Hospitalar de Coimbra-EPE, em parceria com a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, presentearam a cidade de Coimbra com um evento que decorreu no Retail Parque em Taveiro. Resultados do rastreio Dos 577 cidadãos que voluntariamente fizeram parte da amostra recolhida, 58,50% eram do sexo feminino e 50,7% representaram o grupo etário dos anos. Relativamente à avaliação do colesterol total, verificámos que 51,8% apresentavam valores iguais ou superiores a 200mg/ 100ml. No que diz respeito à avaliação da Tensão Arterial, os resultados obtidos na nossa amostra mostram que 44,8% (249) apresentavam valores normais e 16,5% (92) apresentam valores considerados normal alto. Situações de hipertensão foram identificadas em 38,7% (215) da amostra, 25,9% (144) em estádio 1 e 12,8% (71) em estádio mais severo. Para identificar o grau de obesidade, recorreu-se ao Índice de Massa Corporal (IMC), medida internacional que nos permite classificar os indivíduos em graus de gravidade no excesso de peso. Os resultados mostraram que em 66,9% dos indivíduos apresentavam excesso de peso. Relativamente aos valores do açúcar no sangue, foram determinados através da picada no dedo. Para cidadãos que não estejam em jejum, valores superiores a 200 mg/dl indicam existência de uma anomalia na regulação do açúcar, podendo traduzir-se numa diabetes. A nossa amostra apresentava em 2,6% dos cidadãos, valores superiores a 200 mg/dl. Também foram encontrados 7,2% da amostra com valores superiores a 140 mg/dl. Os resultados obtidos são realmente preocupantes. Mais de metade da amostra apresenta valores de colesterol acima dos parâmetros normais, Tensão Arterial elevada em 55,2% da amostra e Índices de Massa Corporal a revelarem excesso de peso em 66,9% dos cidadãos rastreados. Se cada um dos valores individualmente apresentados, já por si só é preocupante, a apresentação de vários factores de risco associados, funcionam como um cocktail explosivo para a ocorrência do AVC. Imagine a tal canalização de rega do jardim preenchida com gordura a entupir o circuito de rega, associada a pressão aumentada no sistema em mais de metade dos jardins analisados, agravado ainda pela grande dificuldade do jardineiro em cuidar desse jardim devido ao excesso de peso, limitando-lhe os movimentos. Afinal o jardineiro é você, cabendo-lhe interferir nessa situação, cuidando desse jardim. Não coloque em risco a harmonia do seu jardim, pois além da sua flor murchar, também as outras famílias de flores irão sofrer, cabendo-lhes a elas cuidar dum jardim desestruturado por um jardineiro despreocupado. Contribua para reverter esta situação interferindo positivamente nos factores de risco. Enfermagem e o Cidadão 13
14 Espaço Cidadania SECÇÃO REGIONAL DO CENTRO Alzheimer Portugal Delegação Centro Carla Pereira Assistente Social A Doença de Alzheimer (DA) é uma doença degenerativa que, lenta e progressivamente, destrói as células cerebrais, afecta a memória e o funcionamento mental. É uma doença incapacitante, com repercussões directas no comportamento do individuo afectando com gravidade o desempenho da sua actividade profissional, o relacionamento social e Familiar, e que conduz frequentemente a situações de isolamento e exclusão social do doente e família. Para apoiar e minimizar os problemas das pessoas com Doença de Alzheimer, e dos seus familiares, nasce, em 1988, a Associação Alzheimer Portugal. A Alzheimer Portugal é uma Instituição Particular de Solidariedade Social com sede na Avenida de Ceuta, em Lisboa, e conta com delegações no Centro (Pombal), no Norte (Porto) e na Região Autónoma da Madeira (Funchal). ALZHEIMER PORTUGAL Delegação Centro A Alzheimer Portugal Delegação Centro abrange os distritos de Aveiro, Guarda, Castelo Branco, Viseu, Coimbra e Leiria, e encontra-se sedeada na cidade de Pombal, desde Março de 2003, onde ocupa um espaço físico no Centro de Saúde de Pombal, com o qual mantém um Protocolo de Parceria. Deste Protocolo resultou uma maior aproximação dos responsáveis Técnicos da Saúde do Concelho e uma maior sinergia de Recursos Humanos. A Alzheimer Portugal Delegação Centro, na sua área de intervenção constituiu uma equipa técnica multidisciplinar, com recurso aos seus próprios meios e a uma bolsa de voluntariado, que presta cuidados Médicos, de Enfermagem, de Fisioterapia, de Terapia Ocupacional, de Psicologia e de Apoio Social aos familiares e cuidadores. Apoio psicológico/psicoterapia de apoio aos familiares dos doentes de Alzheimer no sentido de compreender, acompanhar e promover o empowerment individual e relacional. Terapia Ocupacional Orientação terapêutica ao doente, familiares e outro; Tornar a pessoa com demência o mais autónoma possível na realização das suas actividades do dia-a-dia (higiene e cuidados pessoais, relacionamento com os outros, trabalho/escola e lazer); Intervir no meio familiar, social ou profissional da pessoa, aconselhando os familiares ou cuidadores e adaptando a habitação, de modo a eliminar as barreiras arquitectónicas e moldar o espaço às necessidades do indivíduo; Habilitar a pessoa com demência de Alzheimer tornandoa, tanto quanto possível, independente nas áreas pessoais e sociais contribuindo assim para uma melhoria da sua qualidade de vida. Fisioterapia Avaliação/Aconselhamento e treino de Ajudas Técnicas para doentes dependentes ou acamados; Classes de movimento Este serviço é uma parceria com o Centro de Saúde de Pombal Actividades Grupos de Auto-Ajuda são um espaço para troca de experiências onde os familiares/cuidadores de doentes de Alzheimer podem obter informações e encontrar interlocutores com as mesmas vivências. Funcionam 1 vez por mês na sala de Formação do Centro de Saúde Pombal, das Horas às Horas, e os participantes vêm através de convocatória da Alzheimer Portugal Delegação Centro. Este grupos podem proporcionar aos seus elementos apoio emocional ao familiar ou cuidador, para superar a angustia e o isolamento, através do contacto com outras pessoas e da troca de experiências, informação e aconselhamento sobre como lidar com os diversos aspectos da doença a nível familiar e a nível individual. Estes grupos têm como mediadores a Assistente Social e a Psicóloga da Alzheimer Portugal Delegação Centro. Serviços Serviço Social Atendimento, acolhimento e prestação de apoio às famílias/cuidadores dos DA, que tem como objectivo a informação e esclarecimento sobre a doença e forma de lidar com ela. Informação ao familiar/cuidador sobre os direitos do doente (como requerer a pensão de invalidez, reforma, taxas moderadoras, ajudas técnicas, etc.). Intervenção sócio-familiar e social tendo em vista a promoção dos conhecimentos da doença, de modo a elevar a autoconfiança e estabilidade. Apoio Psicológico Acompanhamento Psicológico aos familiares dos doentes de Alzheimer Avaliação psicológica Acompanhamento no estado depressivo e ansioso dos familiares Sessões de Esclarecimento Efectuadas pela equipa técnica, têm como objectivo informar a comunidade em geral sobre a doença de Alzheimer numa perspectiva médica, social, de enfermagem e de fisioterapia e numa abordagem de cuidador familiar. Estas sessões são frequentemente solicitadas por IPSS s ligadas à área dos idosos, Hospitais, Centros de Saúde e Câmaras Municipais. Banco de Ajudas Técnicas São cedidas ajudas técnicas adquiridas pela Alzheimer Portugal Delegação Centro, mediante estudo socio-económico do agregado familiar. Outras situações são encaminhadas para os Serviços da Segurança Social ou para o Banco de Ajudas Técnicas do Centro de Saúde de Pombal Contactos: Alzheimer Portugal Delegação Centro. Centro de Saúde de Pombal, Av. Heróis do Ultramar 3100 Pombal Tel / Fax Linha Verde : Enfermagem e o Cidadão
15 Agenda Agenda IV CONVIVIO DE OSTOMIZADOS Os enfermeiros da consulta de estomaterapia do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha e a Liga de Amigos do Centro Hospitalar da Caldas da Rainha vão organizar o IV Convívio de Pessoas Ostomizadas no dia 24 de Maio de 2008, na EXPOESTE, Caldas da Rainha, com a participação de utentes da Consulta de Estomaterapia do Centro de Saúde e Hospital de Torres Vedras e da Consulta de Estomaterapia do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha. A participação é gratuita e o ostomizado pode trazer consigo um acompanhante. Os participantes devem confirmar a sua presença até ao dia 16 de Maio de 2008 para os seguintes números de telefone: (secretariado do serviço cirurgia - dias úteis das 8h30 às 17 horas) (secretariado do serviço social dias úteis das 9h às 17 horas) Podem ainda confirmar a sua presença na Consulta de Estomaterapia. com destaque para a participação da Juventude é o tema central desta iniciativa, ao qual junta ainda a celebração do 50º Aniversário do IPS. O local escolhido para o Evento, Campo Santa Clara á Velha, em Coimbra fica nas margens do Rio Mondego e é ideal para um dia diferente e inesquecível. Haverá um espaço dedicado à Colheita de Unidades de Sangue, através das Unidades Móveis do IPS onde se promoverá uma iniciativa paralela com o apoio dos media A Gala do Sangue. A cidade deverá juntar-se à festa, a organização espera receber mais de pessoas num recinto com todas as infra-estruturas necessárias para a implantação das diversas actividades programadas e espaços dedicados à Juventude e Doação de Sangue. ACTIVIDADES DA LIGA DOS AMIGOS DOS HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA LAHUC 1. Curso de Voluntariado da LAHUC - Inscrições abertas (permanentemente!!) 2. Curso de Informática e Tecnologias da Informação (Inscrições abertas) Destinatários: Pessoas portadoras de deficiência / Doença Crónica; Habilitações: 4ª classe (mínimo); Inscrições: Liga dos Amigos dos HUC; Duração: Máximo 2900H (inclui estágio em posto trabalho); Confere: Bolsa de formação Subsidio de alimentação Subsidio de transporte Seguro de acidentes pessoais Para mais informações e possíveis inscrições, contactos: Tel.: Fax: liga.huc@clix.pt Mapa de Brigadas Móveis de Colheita de Sangue Maio 2008 DIA MUNDIAL DO DADOR DE SANGUE 14 de JULHO em Coimbra B.I. do Evento Nome do Festival: Dia Mundial do Dador de Sangue Site Informação : Data: 14 de Junho de 2008 Local: Campo Santa Clara-a-Velha Coimbra Tema: Juventude e a Doação de Sangue A sensibilização e a culturização da Doação de Sangue Distrito de Aveiro SANTA MARIA DA FEIRA INST. SUP. PACOS BRANDAO (ISPAB) SANTA MARIA DA FEIRA POSTO FIXO (FEIRA) ANADIA HOSPITAL ANADIA AVEIRO UNIVERSIDADE AVEIRO REGIMENTO DE ESPINHO ENGENHARIA DE ESPINHO AGUEDA BARRO / AGUEDA AGUEDA CRUZ VERMELHA AGUEDA SANTA MARIA DA FEIRA MOSTEIRO OLIVEIRA DE AZEMEIS CUCUJAES Enfermagem e o Cidadão 15
16 Aquecimento global pode aumentar casos de doenças alérgicas Hélder Araújo Enfermeiro As doenças alérgicas têm vindo a aumentar, nos últimos anos, em todo o mundo. O estilo de vida associado ao desenvolvimento das populações, o sedentarismo, o aumento da poluição atmosférica, o aumento do tabagismo, as alterações dos regimes alimentares e a obesidade são alguns dos factores que podem justificar esta situação. As alterações climáticas podem também explicar o aumento das doenças alérgicas, incluindo a asma. Com o aumento da temperatura a nível mundial, que se calcula da ordem dos 0,5 graus Celsius cada década, as estações já não são o que eram, quer no que respeita ao seu início, quer à sua duração. As mudanças no clima também têm repercussões na quantidade, e na distribuição dos pólens. A alergia aos pólens acontece em cerca de 10% da população mundial, sendo uma das principais causas da asma. Actualmente, mais de um terço da população portuguesa sofre de pelo menos uma doença alérgica, ou seja, estas doenças afectam cronicamente mais de três milhões de portugueses Os sintomas incluem tosse, nariz entupido, comichão no nariz e mesmo dificuldade em respirar, podendo ser bastante incomodativos e limitativos para o exercício das actividades normais do dia-dia. Além da alergia respiratória, mudanças repentinas de temperatura, humidade, desgaste emocional e processos inflamatórios, como gripes também contribuem para desencadear uma crise alérgica. Pessoas com alergias respiratórias devem ter a sua atenção redobrada. A melhor solução será evitar o contacto com os pólens, mas é mais difícil do que pode parecer à primeira vista, já que eles estão por todo o lado, suspensos no ar que respiramos, quer dentro, quer fora de casa. Embora o tom possa parecer, à partida, pessimista, não há razões para alarme. Se é portador de uma alergia respiratória, deve estar alerta para estas informações adoptando no seu diadia alguns cuidados fundamentais como: Manter as janelas fechadas à noite. Utilize ar condicionado com filtro, quando for possível. Manter as janelas do automóvel fechadas. Permanecer o maior tempo possível dentro de casa, durante os dias de maior concentração de pólen, ou seja, naqueles ensolarados, quentes, secos e ventosos. Manter o ambiente livre de poeira. Na falta de um aspirador, faça a limpeza com um pano húmido. Para a sua casa, prefira pisos lisos, que acumulam pouca poeira. Evite cortinas e tapetes. Lembre-se que o fumo do cigarro pode agravar os sintomas de alergia. Ao sair use óculos de sol, para diminuir a presença de pólens nos olhos. Evite andar de mota ou bicicleta sem protecção para os olhos. Tome banho à noite, lavando os cabelos, para evitar a acumulação do pólen no travesseiro e na cama. Sempre que possível, programe as suas férias na praia Tome a medicação prescrita pelo seu médico. Alguns anti alérgicos mais antigos causam sonolência. Cuidado, portanto, ao dirigir automóvel ou operar máquinas. SAÚDE O NÚMERO QUE O LIGA À SAÚDE ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ASMATICOS SOCIEDADE PORTUGUESA DE ALERGOLOGIA E IMUNOLOGIA CLÍNICA Fontes - G. D Amato, L. Cecchi, S. Bonini, C. Nunes, I. Annesi-Maesano, H. Behrendt, G. Liccardi, T. Popov, P. van Cauwenberge (2007) Allergenic pollen and pollen allergy in Europe Allergy 62 (9), doi: /j x Allergy, Volume 62 Issue 9 Page , September Enfermagem e o Cidadão
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