A Teoria do Conhecimento
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- Eliza Gil da Costa
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1 A Teoria do Conhecimento Objeto Conhecimento Objetivo Estudar a origem, natureza, valor e limites do conhecimento e da nossa capacidade de conhecer Problemas As formas do conhecimento A definição de conhecimento A origem do conhecimento A possibilidade do conhecimento Os limites do conhecimento O valor do conhecimento (o problema da verdade) A essência do conhecimento Ramos Teoria geral do conhecimento Gnoseologia ou Gnosiologia Teoria particular do conhecimento Epistemologia Ramo da filosofia que ocupa do estudo do conhecimento em geral, sobretudo do problema da sua: Validade/objetividade do conhecimento, i.e., na qual se reflete sobre a concordância do pensamento do sujeito com o objeto Trata também dos problemas da origem, essência e limites do conhecimento Ramo da filosofia que se ocupa do estudo do conhecimento científico (episteme) Qual o método científico? O que é o método científico? O que é uma lei científica? A ciência é objectiva? Como evolui a ciência?
2 Tipos de conhecimento segundo o objeto
3 Tipos de conhecimento Proposicional Características Implica exclusivamente atividade intelectual Implica obrigatoriamente o uso da linguagem É consciente Por contacto Saber fazer Não implica exclusivamente atividade intelectual Implica o uso dos sentidos A linguagem pode estar ausente É consciente Implica sobretudo atividade motora Implica o uso dos sentidos A linguagem pode estar ausente É muitas vezes automático e inconsciente (hábitos) Exercício Tendo em conta os 3 tipos de conhecimento indica a que corresponde cada um dos exemplos seguintes. Usa a legenda seguinte: C=conhecimento prático; F= conhecimento por contacto; P= conhecimento proposicional 1 Saber andar de bicicleta 2 Enunciar o teorema de Pitágoras 3 Inferir a partir de um determinado facto uma conclusão 4 Saber cozinhar 5 Conhecer a cidade de Lisboa 6 Defender uma teoria sobre algo 7 Indicar a data de um evento histórico 8 Ser capaz de consertar um determinado objeto 9 Apresentar uma perspectiva sobre o conceito de liberdade 10 Ensinar alguém a cozinhar
4 Assinala com verdadeiro ou falso 1 Nas proposições Luís sabe tocar guitarra e Lúcia conhece Paris estamos perante conhecimento de saber-fazer 2 Um exemplo de conhecimento proposicional é a afirmação As gralhas são negras 3 Saber qual é o autocarro que nos leva para a escola é um conhecimento de contacto 4 António é bombeiro e Carla é cabeleireira são afirmações de conhecimento proposicional 5 Andar de skate e jogar futebol são conhecimento por contacto 6 Saber quais os passos a dar para intentar uma ação em tribunal é um conhecimento de saber fazer 7 Saber que o autocarro que nos leva à escola é lento é um conhecimento por contacto 8 Reconhecer o professor de matemática é um conhecimento proposicional V F VAMOS TRATAR DO CONHECIMENTO PROPOSICIONAL Na filosofia sempre se tratou do conhecimento proposicional. Sendo este conhecimento sempre alvo de tratamento privilegiado em detrimento dos outros. Há muitos tipos de conhecimento proposicional, na medida em que podemos conhecer imensas proposições. A questão que se põe é o que é que faz de todo esse conhecimento aquilo que é, o que é que todos têm em comum? O que é o conhecimento? Duas respostas Fenomenológica de Edmund Husserl (séc. XIX d.c.) A tradicional de Platão (séc. IV a.c.)
5 RESPOSTA FENOMENOLÓGICA Fenomenologia do conhecimento Fenómeno = o que aparece à consciência e pode ser descrito Método destinado a descrever os fenómenos tal qual se apresentam à consciência, de modo descrevê-los na sua estrutura essencial. Como é que se apresenta o fenómeno do conhecimento à consciência nas suas caraterísticas essenciais? Ler texto da 140
6 No conhecimento há sempre um sujeito e um objeto Sujeito e objeto são opostos/separados A relação sujeito/objeto é uma correlação As posições na relação são irreversíveis
7 Do ponto de vista do sujeito o conhecimento consiste em 3 etapas: o sujeito sai da sua esfera, entra na esfera do objeto e capta as suas características, o sujeito retorna a si com uma imagem do objeto Do ponto de vista do objeto, o conhecimento apresenta-se como uma transferência de propriedades para a imagem Por isso, na relação de conhecimento, o objeto é o determinante e o sujeito o determinado Fenomenologicamente, o conhecimento é a apreensão, por parte de um sujeito, das caraterísticas de um objeto através de uma imagem. O que significa dizer que há uma oposição entre o sujeito e o objeto? Mostre que a relação sujeito/objeto é uma correlação Justifica a importância do sujeito sair da sua esfera O que significa dizer que o objeto é o determinante e o sujeito é o determinado?
8 1-Assinala com verdadeiro ou falso Exercício V F 1 A fenomenologia é um método filosófico 2 Para Husserl o conhecimento resulta de uma relação entre um sujeito e um objeto 3 Para a análise fenomenológica do conhecimento, o produto do conhecimento no sujeito é uma representação do objeto 4 Aquele que conhece designa-se por cognoscido 5 No ato de conhecer estabelece-se uma relação reversível entre sujeito e objeto 6 Sujeito e objeto opõem-se na relação de conhecimento 7 Na relação de conhecimento o sujeito é pura e simplesmente determinado pelo objeto 8 Como resultado do conhecimento o objeto surge alterado 9 No ato de conhecer ao apreender o objeto o sujeito fia com as propriedades do objeto 10 Objeto e sujeito na relação de conhecimento são complementam-se RESPOSTA TRADICIONAL Teeteto é um diálogo platónico sobre a natureza do conhecimento, que dá a resposta seguinte: O conhecimento é uma crença verdadeira justificada Crença = convicção de que algo é verdadeiro Verdade = acordo da crença com uma certa realidade Justificação = razões/fundamentos que permitem sustentar a verdade da crença
9 Todas as 3 são condição necessária Nenhuma isolada é condição suficiente Crença Verdade Justificação Se não acreditarmos nas nossas ideias não podemos ter confiança nelas Uma ideia falsa não pode ser conhecimento. O conhecimento é factivo Temos de saber a razão por que se acredita na verdade de uma ideia Não basta ter a convicção numa ideia para ser conhecimento, pois tem de ser verdadeira Não basta acreditar que uma ideia seja verdadeira, temos de saber porquê? Não basta a justificação de uma ideia, é necessário que ela seja verdadeira e que se acredite nela
10 A definição tradicional de conhecimento pode ser decomposta em duas partes Em duas condições Necessária: se algo é conhecimento, então é uma crença verdadeira justificada P Q Suficiente: Só as crenças verdadeiras justificadas são conhecimento Q P Apenas segunda condição foi alvo de críticas, isto é, as 3 condições, mesmo em conjunto, talvez não sejam condições suficientes para haver conhecimento. CRÍTICA À RESPOSTA TRADICIONAL ACERCA DO QUE É O CONHECIMENTO Edmund Gettier deve a sua reputação a um único ensaio de três páginas, publicado em 1963, intitulado "É uma crença verdadeira justificada conhecimento?", em que disputou a definição tradicional de conhecimento aceite durante mais de dois mil anos. Para se perceber porquê vejamos os dois exemplos seguintes
11 Em ambos os casos parece que os sujeitos não sabem realmente o que pensam saber. Parece que apenas têm sorte na sua crença. Estes e outros exemplos semelhantes mostram que podemos ter uma crença verdadeira justificada sem que essa crença seja conhecimento, ou seja, ter uma crença verdadeira justificada não é suficiente para saber. Isto abre de novo o problema do conhecimento: além da crença, da verdade e da justificação, que mais será necessário para haver conhecimento? Gettier levantou o problema, mas não o avançou solução. Soluções propostas O conhecimento deve ser imprescritível Causalidade adequada ou Justificação adequada Não deve haver nada que se fosse conhecido anularia as razões para acreditar em algo A crença verdadeira só é conhecimento se a crença for causada por fatores relevantes. ou A crença verdadeira só é conhecimento se as razões que a justificam também são as que a tornam verdadeira
12 Tendo em conta o que aprendeste sobre a teoria tradicional do conhecimento faz o exercício seguinte: Afirmações V F Justificação 1. O conhecimento distingue-se da mera opinião ou saber comum 2. Pode haver conhecimento sem crença 3. A crença não é uma condição suficiente do conhecimento 4. Podemos conhecer uma proposição sem que esta seja verdadeira 5. Não pode haver conhecimento sem justificação do que acreditamos ser verdadeiro 6. Acredito que Mourinho é treinador do Real de Madrid. Logo sei que que o Mourinho é o treinador do Real de Madrid 7. Acredito que amanhã o Sol vai nascer. Logo, é verdade que o Sol vai nascer. 8. A proposição Mourinho é treinador do Real de Madrid é verdadeira. Logo, o Miguel sabe que é verdade que Mourinho é o treinador do Real de Madrid. 9. O Manuel sabe que a Joana está no café. Logo Joana está no café. 10. Crença e conhecimento não são a mesma coisa 11. A minha crença de que o Sol vai nascer amanhã está justificada, logo constitui um conhecimento
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