Consulta Pública 38/2009
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- João Victor Benke Palha
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1 MARACUJÁ-AZEDO Passiflorae acetum folium Passiflora edulis Sims PASSIFLORACEAE A droga vegetal é constituída pelas folhas dessecadas contendo, no mínimo, 1,0% de flavonóides totais, expressos em apigenina. SINONÍMIA CIENTÍFICA Passiflora diaden Vell., Passiflora edulis var. pomifera (M. Roem.) Mast., Passiflora edulis var. rubricaulis (Jacq.) Mast., Passiflora gratissima A. St.-Hil., Passiflora iodocarpa Barb. Rodr., Passiflora middletoniana Paxton, Passiflora minima Blanco, Passiflora pallidiflora Bertol., Passiflora picroderma Barb. Rodr., Passiflora pomifera M. Roem., Passiflora rigidula J. Jacq., Passiflora rubricaulis Jacq., Passiflora vernicosa Barb. Rodr., Passiflora verrucifera Lindl. NOMES POPULARES Maracujá-peroba, maracujá-comum, maracujá-de-comer, maracujá-de-doce, maracujá-mirim, maracujá-pequeno, maracujá-de-ponche, maracujá preto, maracujá-redondo, maracujá-roxo. CARACTERES ORGANOLÉPTICOS As folhas possuem sabor adocicado e odor característico. DESCRIÇÃO MACROSCÓPICA Folhas simples, glabras, sub-coriáceas, de cor verde claro. Lâminas profundamente divididas em três lobos com 7 a 16 cm de comprimento por 6 a 20 cm de largura. A base da lâmina é reentrante, o ápice é acuminado e a margem serrilhada. A nervação é palmatinérvea, as nervuras principal e secundárias são mais salientes na face abaxial. O pecíolo mede de 1 a 4 cm, é caniculado na parte superior e têm um par de nectários extraflorais. É comum a ocorrência de gavinhas aderidas ao pecíolo assim como heterofolia (presença de folhas bilobadas e inteiras). Difere de Passiflora alata pela forma das folhas, nervação e margem. A lâmina de Passiflora alata é inteira, peninérvea e a margem é lisa. DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA
2 As células epidérmicas da face adaxial, em vista frontal, possuem formato poliédrico e não ocorrem estômatos. Nesta mesma face, na região da nervura principal, ocorrem tricomas tectores unicelulares. Na face abaxial, as células têm o formato poliédrico e são constituídas por paredes levemente sinuosas. Os estômatos ocorrem na face abaxial: paracíticos, anisocíticos e anomocíticos. Um único estrato epidérmico ocorre em ambas as faces. O mesofilo, em secção transversal, caracteriza-se como heterogêneo assimétrico, constituído por parênquima clorofiliano palicádico (1 a 3 estratos) e vários estratos de parênquima clorofiliano esponjoso. A cutícula é espessa e lisa. Cristais de oxalato de cálcio do tipo drusa ocorrem próximos a feixes vasculares. Na nervura principal (central), em secção transversal, ocorre uma protuberância na face adaxial preenchida por colênquima. A epiderme desta protuberância apresenta alguns pêlos tectores unicelulares de parede lisa. A face abaxial é convexa, onde o colênquima também se faz presente sob a epiderme. O sistema vascular, na região da nervura principal, compõe-se de quatro feixes vasculares dispostos centralmente. Em cada feixe vascular, há presença de câmbio, e os idioblastos com drusas ocorrem somente entre o xilema e o floema. No pecíolo, em secção transversal, a face adaxial apresenta dois lobos pouco proeminentes e a face abaxial é pouco convexa na região central. Algumas camadas de colênquima ocorrem sob a epiderme do pecíolo e o restante é preenchido por parênquima, com raros pelos tectores unicelulares. O sistema vascular do pecíolo é formado por um feixe vascular em cada lobo da face adaxial e outro grupo de feixes dispõe-se no centro. Idioblastos com drusas, no pecíolo, ocorrem principalmente entre o xilema e o floema e, em menor número, no parênquima e colênquima. Entre as características diferenciais da espécie Passiflora alata esta não possui tricomas tectores unicelulares na região da nervura principal, e os idioblastos contendo drusas ocorrem em todo o tecido fundamental e entre os tecidos de xilema e floema. No pecíolo da espécie Passiflora alata, os idioblastos com drusas, se fazem presentes por todo o colênquima, parênquima e feixes vasculares, mais numerosos do que na Passiflora edulis. DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA DO PÓ Caracterizado pela presença de fragmentos das estruturas descritas acima. IDENTIFICAÇÃO A. Proceder conforme descrito em Cromatografia em camada delgada (V ), utilizando sílicagel G, como suporte, e mistura de acetato de etila, água e ácido fórmico anidro (80:10:10), como fase móvel. Aplicar em bandas, separadamente, à placa de 9 cm de comprimento, 10 μl da solução teste e 5 μl da solução padrão, recentemente preparadas, descritas a seguir. Solução (1): Agitar, em ultra-som, durante 10 minutos, uma dispersão a 50 mg/ml do pó fino da droga vegetal em mistura de etanol e água (1:1). Filtrar. Solução (2): solução a 100 µg/ml de vitexina e rutina em mistura de etanol e água (1:1). Desenvolver o cromatograma em percurso de aproximadamente 7 cm. Remover a placa, deixar secar ao ar. Nebulizar a placa com difenilborato de aminoetanol a 1% (p/v) em metanol seguido de polietilenoglicol 4000 a 5% (p/v) em metanol. Examinar sob luz ultravioleta (365 nm). A solução
3 (1) deve apresentar três manchas amarelo-esverdeadas acima da mancha da vitexina (Rf de aproximadamente 0,75, na solução (2)) com Rf de aproximadamente 0,8, 0,85 e 1,0. Entre a vitexina (Rf de aproximadamente 0,75) e a rutina (Rf de aproximadamente 0,45) (na solução (2)), a solução (1) deve apresentar duas manchas fluorescentes, uma laranja com Rf de aproximadamente 0,62 e outra amarelo-esverdeado com Rf de aproximadamente 0,53. Ainda é possível observar uma série de manchas fluorescentes bem definidas na solução (1), entre o ponto de aplicação e o Rf de aproximadamente 0,25. A espécie P. alata não apresenta as manchas fluorescentes amareloesverdeadas acima da vitexina (Rf 0,8 e 0,85) observadas na P. edulis. B. Cromatografia líquida de alta eficiência (V ). Utilizar cromatógrafo provido de detector ultravioleta a 340 nm; coluna de 250 mm de comprimento e 4,6 mm de diâmetro interno, empacotada com sílica quimicamente ligada a grupo octadecilsilano (5 μm); fluxo de fase móvel de 0,8 ml/minuto. Fase móvel: mistura de água acidificada com 0,05% (V/V) de ácido fosfórico, tetrahidrofurano e álcool isopropílico (80:17:3). Solução amostra: pesar exatamente, cerca de 0,500 g da droga seca e pulverizada (180 µm) e colocar em balão volumétrico de 50 ml. Adicionar aproximadamente 30 ml de solução de etanol e água (1:1) e agitar por ultra-som por 10 minutos e completar o volume com o mesmo solvente. Agitar manualmente por mais cinco minutos e filtrar o extrato com papel filtro. Solução referência (1): transferir, exatamente, 1,0 mg de isovitexina padrão para balão volumétrico de 10 ml e adicionar cerca de 7 ml de solução de etanol e água (1:1). Agitar por ultrasom por 10 minutos. Solução referência (2): transferir, exatamente, 1,0 mg de vitexina 4-ramnosil padrão para balão volumétrico de 10 ml e adicionar cerca de 7 ml de solução de etanol e água (1:1). Agitar por ultrasom por 10 minutos. Completar volume com a mesma solução. Procedimento: injetar separadamente 20 µl de cada solução referência e da solução amostra. Os tempos de retenção relativos são cerca de 0,75 e 1 para vitexina 4-ramnosil e isovitexina, respectivamente.apresenta ainda picos adicionais característicos de flavonóide que não correspondem à saponarina, orientina, isoorientina ou vitexina. Diferencia-se da Passiflora alata pela ausência de isoorientina. ENSAIOS DE PUREZA Material estranho (V.4.2.2). No máximo 2,0%. Água (V.4.2.3). No máximo 11%. Cinzas totais (V.4.2.4). No máximo 10,0%. Cinzas insolúveis em ácido (V.4.2.5). No máximo 0,4%.
4 ÍNDICE DE ESPUMA Proceder conforme descrito em Determinação do índice de espuma (V.4.2.9), utilizando 1 g da droga pulverizada (180 µm). O IE deve ser no mínimo 100. DOSEAMENTO Flavonóides totais Pesar exatamente cerca de 0,400 g de droga pulverizada (180 µm) e colocar em balão de fundo redondo de 50 ml. Adicionar 20 ml de etanol 50% (V/V) e aquecer sob refluxo por 30 minutos. Filtrar a mistura para balão volumétrico de 50 ml utilizando algodão. Retornar o algodão para o mesmo balão de refluxo e adicionar 20 ml de etanol 50% (V/V), mantendo em refluxo por mais 30 minutos. Filtrar, usando papel filtro, para o balão volumétrico de 50 ml, completando-se o volume com etanol 50% (V/V) (solução-mãe SM). Transferir 0,8 ml da SM para balão volumétrico de 10 ml. Adicionar 0,8 ml de cloreto de alumínio 2% (p/v) em etanol 50% (V/V), completando o volume com o mesmo solvente. Preparar o branco transferindo 0,8 ml da SM para balão volumétrico de 10 ml e completar o volume com etanol 50% (V/V). Medir a absorvância da solução amostra em 397 nm (V.2.14) em cubeta de 1 cm, 30 minutos após seu preparo, utilizando a solução branco para o ajuste do zero. Calcular o teor de flavonóides totais segundo a expressão: em que A = absorvância; m = massa da droga (g); PD = perda por dessecação (%; p/p). A 176 TFT = (%, p / p) m (100 PD) O resultado é fornecido em porcentual (p/p) de flavonóides totais calculados como apigenina (C 15 H 10 O 5 ). EMBALAGEM E ARMAZENAMENTO Em recipiente de vidro, bem fechado, ao abrigo da luz e do calor. ROTULAGEM Observar a legislação vigente.
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