ANÁLISE DE CICLO DE VIDA DE ENERGIA

Transcrição

1 ANÁLISE DE CICLO DE VIDA DE ENERGIA Flávio de Miranda Ribeiro CETESB - Maio 2004

2 1. INTRODUÇÃO!ACV:!metodologia de identificação e avaliação ambiental;!técnica nova, ainda em desenvolvimento;!difere das técnicas tradicionais pelos objetivos e metodologia;! não pretende substituir ferramentas em uso (EIA/ RIMA, análise de riscos, auditorias, etc)

3 2. CONCEITO DE CICLO DE VIDA!Idéia fundamental: definição de Desenvolvimento Sustentável: Forma de desenvolvimento que permite às gerações atuais satisfazerem suas necessidades sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas. satisfazer as necessidades com mínimo impacto ambiental

4 Satisfação Necessidades Produção Produtos e Serviços Desenvolvimento Estruturas Produtivas (Meio Antrópico) Interações com Meio Natural Possibilidade Degradação Ambiental

5 !Para avaliar ambientalmente satisfação de necessidade:!não basta ter o foco no processo de produção;! é necessário ter o foco sobre o produto;

6 !Isso significa considerar a HISTÓRIA de cada produto!!ex: para andar de carro não basta fazê-lo funcionar...!fabricar o carro;!produzir o aço;!obter o ferro;!refinar o combustível; Abordagem do berço ao túmulo!extrair petróleo;!etc...

7 Ferramentas Tradicionais de Avaliação Ambiental: FOCO NO PROCESSO ETE

8 Abordagem do berço ao túmulo : FOCO NO PRODUTO EXTRAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS MANUFATURA DO PRODUTO DISTRIBUIÇÃO USO ETE DISPOSIÇÃO FINAL Ciclo de Vida de um produto

9 EXTRAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS EXTRAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS MANUFATURA DO PRODUTO DISTRIBUIÇÃO USO DISPOSIÇÃO FINAL EXTRAÇÃO DE RECURSOS NATURAIS Ciclo de Vida de um produto

10 Ciclo de Vida de um produto

11 Metodologia utilizada: Análise de Ciclo de Vida (ACV) Ciclo de Vida de um produto

12 !Diferença ACV x Outras metodologias: objeto estudo Auditoria SGA " processo EIA/ RIMA " empreendimento ACV " produto

13 ! ACV: ferramenta de avaliação ambiental não só dos padrões de produção, mas dos padrões de: Extração / Cultivo Beneficiamento Produção Distribuição Consumo Destinação pós- uso

14 2. ANÁLISE DE CICLO DE VIDA (ACV) ACV é uma técnica da gestão ambiental que avalia os efeitos de um produto sobre o meio ambiente, ao longo de todo o seu ciclo de vida.!surgiu na déc. 60;!Origem em estudos de consumo de energia;!atualmente: normas (série ISO );

15 !Basicamente a metodologia consiste em: Definir os processos do ciclo de vida + Listagem dos fluxos de matéria e energia + Avalia efeito das interações listadas no meio ambiente (fronteiras) (inventário) (avaliação impactos) + Interpretação

16 !Efeitos ambientais geralmente considerados:!aquecimento global (efeito estufa);!degradação da camada de ozônio;!chuva ácida;!eutrofização;! Smog fotoquímico (ozônio troposférico);!toxicidade humana;!ecotoxicidade.

17 3. ACV DE ENERGIA!ACV iniciou-se com estudos de energia;!energia:!presente no ciclo de vida de todo produto:!processos industriais;!transportes;!uso final;!etc...

18 ! nunca está onde se deseja e na forma que se deseja;!para usarmos: TRANSFORMAÇÕES;!Ex: Iluminação Rede Transmissão &Distribuição Usina Termelétrica Transporte gás natural Sistema Energético Ciclo de Vida Extração gás natural

19 ! Aplicações da ACV no estudo de sistemas energéticos:!tomada de decisão em Planejamento Energético;!Estimativa de emissões de GEE (para MDL);!Rotulagem ambiental (consumo responsável);!cálculo de eco- taxas (valoração externalidades);!diagnósticos para planos de eficiência energética;!criação de bancos de dados: (incorporação em ciclos de vida de produtos)

20 ! Vantagens do uso da ACV:!foco no produto (visão holística - totalidade dos processos);!compara diferentes tipos de impacto;!inclui impactos nem sempre considerados (efeito estufa, toxicidade, etc);!participação pública (critérios);

21 ! Dificuldades do uso da ACV:!uso de GRANDES volumes de dados representativos sobre muitos processos diferentes;!necessidade de adaptar modelos à localidade;!qualidade resultado depende da qualidade dos dados;!subjetividade de critérios (comparação produtos);

22 4. ESTUDOS DE ACV DE ENERGIA!No mundo: diversos institutos, empresas, universidades (Suécia, Suíça, Holanda, USA, Dinamarca, etc);!no Brasil: poucas iniciativas!abcv: em criação;!projetos de pesquisa em universidades e centros de pesquisa (Poli/USP, ITAL/UNICAMP, UFSC, USP- São Carlos, etc);!algumas empresas já iniciam seus estudos (CEMPRE, BASF, Natura, etc);

23 Exemplo de estudo: eletricidade (Vattenfall AB, Suécia)!Empresa nórdica de geração de eletricidade;!realiza estudos ACV de suas usinas:! hidrelétricas;! nucleares;! termelétricas: óleo combustível, carvão e gás natural! (ciclo combinado e turbina à gás);! co- geração com biomassa (serragem) gaseificada;! eólica;! solar fotovoltaica;! célula combustível; (

24 Emissão de CO 2 (gramas/ kwh, gerado na Vattenfall AB) Hidroelétrica Nuclear Cogeração- Biomassa Eólica Solar foto-voltaica UTE óleo UTE gás natural- ciclo combinado Célula combustível UTE- carvão UTE gás natural- turbina

25 Emissão de SO 2 (gramas/ kwh, gerado na Vattenfall AB) Hidroelétrica Nuclear Cogeração- Biomassa Eólica Solar foto-voltaica UTE óleo UTE gás natural- ciclo combinado Célula combustível UTE- carvão UTE gás natural- turbina

26 Emissão de NO x (gramas/ kwh, gerado na Vattenfall AB) Hidroelétrica Nuclear Cogeração- Biomassa Eólica Solar foto-voltaica UTE óleo UTE gás natural- ciclo combinado Célula combustível UTE- carvão UTE gás naturalturbina

27 Uso do solo (m 2 / kwh, gerado na Vattenfall AB) Hidroelétrica Nuclear 2, UTE óleo Cogeração- Biomassa UTE gás naturalturbina Eólica 0,085 0,015 UTE gás naturalciclo combinado 8, ,0001 0,0002 0,0003 0,0004

28 5. CONCLUSÃO!ACV: adequada à avaliação ambiental de sist. energia;!finalidade específica: não substitui EIA/ RIMA, etc;!qualidade depende dados disponíveis;!deve ser realizada com informação locais;!necessita maior incentivo no Brasil (P&D);

29 6. MAIORES INFORMAÇÕES! ABCV(provisório): prof. Gil Anderi MOURAD, A. L., GARCIA, E.E.C., VILHENA, A., Avaliação do ciclo de vida, CETEA, São Paulo, 2002.

30 CONTATO Flávio de Miranda Ribeiro CETESB/ EIPP- Setor de Prevenção à Poluição (11)