cio ANÁLISE DE RECURSO PROCESSO: /2012

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1 PROCESSO: /2012 ANÁLISE DE RECURSO PRINCIPAL: SERVIÇO AUTÔNOMO MUNICIPAL DE ÁGUA E ESGOTO DE TANGARÁ DA SERRA ASSUNTO: RECURSO ORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO Nº 86/2013 SC EQUIPE TÉCNICA: LUIZ EDUARDO DA SILVA OLIVEIRA CONSELHEIRO: WALDIR JÚLIO TEIS Senhor Conselheiro: Trata-se da análise das informações de defesa apresentadas por meio do Recurso Ordinário previsto no inciso I do art. 270 da Resolução TCE/MT nº 14/2007 (RI/TCE/MT), pela senhora Jane Maria Delgado e pelo senhor Hugo Leonardo Moreno dos Santos, em face do Acórdão n.º 42/2013 SC. Esse Acórdão julgou regulares, com determinações legais as Contas Anuais de Gestão do Exercício de 2012, com aplicação de multas a serem aplicadas aos responsáveis apontados no referido Acórdão. A Decisão foi proferida pelo Acórdão n 86/ SC, publicado em 27/09/2013, na edição n.º 227 do DOE-MT, sendo o prazo para apresentação do recurso atendido pelo gestor, que o protocolou em 07/10/2013 (n.º D). O pedido de recurso foi encaminhado ao Conselheiro Presidente do Tribunal de Contas, na forma do parágrafo único do inciso I do art. 271 da Resolução 14/2007. Foi decidido pelo conhecimento do Recurso Ordinário por considerar que houve o cumprimento de todos os requisitos de admissibilidade impostos pela Resolução 14/2007 (fls. 499 e 500 TCE/MT). 1

2 Conforme prevê o parágrafo único do art. 277 do Regimento Interno, os autos foram remetidos à Coordenadoria de Expediente, com o fito de ser realizado o sorteio eletrônico do Relator (fls. 498 a 500 TCE/MT). I. ANÁLISE DO MÉRITO Seguem abaixo os apontamentos de defesa do Recurso Ordinário, com as respectivas considerações (análise do recurso), ponto a ponto: 3. Divergência entre o extrato bancário, o arquivo de retorno de banco e o registro da redeita própria na contabilidade, contrariando o art. 89 da lei 4.320/64 (sem classificação) 3.1 Divergência entre o extrato bancário e o qrquivo de retorno do banco no valor de R$ ,83, no que se refere à receita própria (a menor no extrato); 3.2 Divergência entre o extrato bancário e os demonstrativos contábeis no valor de R$ ,89, no que se refere à receita própria (a menor na contabilidade); 3.3 Divergência entre os arquivos (retorno) bancários e os demonstrativos contábeis no valor de R$ ,72, no que se refere à receita própria (a menor na contabilidade). Síntese da defesa A defesa apresenta tabelas contendo divergências apresentadas no exercício de 2012 nos arquivos de retorno das instituições bancárias que atuam como agentes arrecadadores autorizados pelo ente através de contratos e convênios. As instituições citadas são: Caixa Econômica Federal (ag. 2086), Banco do Brasil (ag. 1321), Bradesco (ag. 1249) e Sicredi. De acordo com a defesa, os valores arrecadados pelos agentes autorizados são repassados ao SAMAE no prazo de dois dias, contados do pagamento das faturas pelos devedores. 2

3 Na consolidação dos dados apresentados, a defesa encontrou os seguintes valores: Receita/origem Extrato bancário Retorno dos bancos Contabilizado Receita de Serviços R$ ,88 R$ , ,81 O defendente, em sua argumentação, atribui grande parte dessa diferença de valores a divergências de datas entre o recolhimento e o envio do arquivo de retorno pelos agentes arrecadadores. Ainda, segundo a defesa, o valor de R$ 4.482,87 refere-se à receita extra-orçamentária que consta nos extratos bancários e arquivos de retorno, em razão de convênio firmado com o Asilo Nosso Lar e Casa da Criança, com recolhimentos a partir do mês de julho/2012 através das faturas de serviços. O valor de R$ 1.512,20 refere-se a receitas recebidas por restituição de valores, incluídas na conta Outras Restituições do SAMAE. Por fim, na contabilidade da Receita de Consumo de Água foi estornado o valor de R$ 1.774,45, justificando a divergência entre o valor contabilizado de R$ ,37 e o extrato bancário no valor de R$ ,82. Análise da defesa A defesa, em sua argumentação, trouxe à luz o problema enfrentado devido ao fato de o relatório de retorno trabalhar com dois dias de atraso em relação às datas do efetivo recolhimento das receitas pelo agente arrecadador. Ao contrário da maioria dos órgãos públicos, que dispõem de mecanismo eletrônico para a contabilização das receitas em conjunto com o recebimento do arquivo de retorno do banco, o SAMAE realiza essa contabilização de forma manual, conforme apurado nos autos. Essa sistemática contribui em muito para o aumento na probabilidade de divergência nos lançamentos. 3

4 Levando em consideração o princípio da relevância, os novos números apresentados pelo defendente, que divergem em boa parte dos apresentados outrora, destituiriam a irregularidade apontada pela equipe técnica. Todavia, as informações prestadas não tiveram respaldo pela documentação trazida à baila pela defesa. Ao se analisar os autos, pode-se concluir que as divergências contábeis apontadas pela equipe técnica referente às receitas de serviços registradas nos extratos bancários, nos arquivos de retorno e no anexo II do balanço ficaram bem evidenciadas. A divergência na conciliação bancária constatada pela equipe técnica nos trabalhos de auditoria apresenta-se na tabela abaixo: Receita/origem Extrato bancário Retorno dos bancos Contabilizado Receita de serviços R$ ,90 R$ ,73 R$ ,08 Os fatos apurados indicam não apenas uma falha contábil, ensejando uma possível omissão de receita. Do ponto de vista contábil, tais inconsistências são de natureza grave e podem ser indício de ocorrência de dano ao erário. Diante disso, não se vislumbra o afastamento da irregularidade apontada e sugere-se a manutenção integral da decisão contida no Acórdão 86/2013 SC. É o relatório. 4

5 Secretaria de Controle Externo da Quarta Relatoria do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso em Cuiabá - MT, 02 de dezembro de Luiz Eduardo da Silva Oliveira Auditor Público Externo 5