Queremos revolucionar a experiência de compra do consumidor on-line. Destaque Dasein

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1 Nº Ano Julh o 2013 Membro da sein.com.br Dasein Destaque Dasein Bandos ou grupos? Um olhar pelo viés da Psicologia Social. Pág. 03 Tendência Matheus Goyás: o que a sua empresa faz para aumentar a interação com seus públicos-alvo? Pág. 04 Artigo Equilíbrio e bom senso: os segredos dos bons líderes frutos da sinergia entre os fatores gerência (razão) e liderança (emoção), por Eduardo Zugaib. Pág. 05 Fale Conosco: dasein@dasein.com.br Queremos revolucionar a experiência de compra do consumidor on-line Com mais de 2,2 milhões de funcionários e o status de uma das maiores multinacionais do mundo, o Walmart investe há cinco anos nas vendas pela internet. Cleide Oliveira, Diretora de Gestão de Pessoas do Walmart.com, fala sobre a empreitada. Pág. 02 Matéria do jornal Estado de Minas com a participação do David Braga, mostra que falar bem no mínimo o idioma inglês abre as portas para muitas oportunidades. Pág. 06 Etiqueta corporativa pode fazer a diferença na sua carreira. Confira a reportagem do Estado de Minas com a participação da Adriana Prates. Págs. 07 e 08

2 Entrevista Postura jovem: o segredo do sucesso do Walmart.com Para desvendar os detalhes dessa investida da empresa, o DNews entrevistou Cleide Oliveira, Diretora de Gestão de Pessoas do Walmart.com. A executiva destaca o perfil profissional buscado pela rede, as peculiaridades do trabalho na web e os desafios que o novo projeto enfrenta. Confira. DNEWS A sua formação inicial é em Letras, entretanto, a sua carreira sempre foi focada em Recursos Humanos. Conte-nos, por favor, como foi essa mudança. Cleide Oliveira Exatamente. Minha formação original vem da faculdade de Letras, mas, ao ter contato com o universo de gestão de pessoas, acabei me apaixonando pela área. Fiz então uma série de cursos, entre eles o de gestão de pessoas, na Fundação Getulio Vargas. Minha vida corporativa começou no próprio Walmart, em 1998, e fui galgando posições em diferentes setores. Como Gerente de Operações para todas as áreas de suporte do Walmart, atendi, entre outras, a área de e-commerce. Quando a empresa definiu, em 2011, que a área ganharia status de operação independente a partir de 2012, fui convidada a assumir a Diretoria de Gestão de Pessoas do Walmart.com. DNEWS Quais são as características que o Walmart.com busca em seus profissionais? CO O perfil que buscamos para o Walmart. com mistura DNA empreendedor, sólida formação acadêmica e espírito inovador. Esse profissional pode vir das mais diversas áreas: engenharia, administração, comunicação, economia, ciências contábeis, design e todas as áreas que envolvem inovação, universo digital e experiência de usuário. É interessante que seja também um profissional bilíngue, antenado com o que acontece no mundo. Temos desde jovens recém-formados como os trainees que acabamos de contratar no nosso primeiro processo seletivo anual até 2 profissionais experientes, que vêm de cargos de direção de algumas das maiores empresas nacionais e multinacionais. O que queremos é revolucionar a experiência de compra do consumidor on-line. O tamanho de uma empresa pode ser dimensionado de várias maneiras. No Walmart, basta dizer que a rede emprega incríveis 2,2 milhões de pessoas no mundo inteiro quase 500 mil pessoas a mais que toda a população de Curitiba, por exemplo. Com o objetivo de ganhar novos mercados e atender às novas demandas dos consumidores, a companhia lançou o Walmart.com. A proposta é revolucionar a experiência de compra do consumidor on-line. DNEWS As diretrizes do Walmart.com e do varejo supermercadista são semelhantes? CO Todas as empresas do Walmart seguem as mesmas diretrizes gerais de Recursos Humanos, as mesmas políticas e processos. Entretanto, têm estruturas próprias que atuam de forma independente, uma vez que cada empresa tem necessidades específicas conforme sua área de atuação. inclusive, damos extrema importância à formação dos profissionais faculdades de ponta, especializações consistentes, pós-graduações que façam a diferença na atuação profissional. É um erro falar em ponto com como novidade, já que o e-commerce no Brasil vem de meados dos anos 90 e a internet faz parte da vida e do dia a dia de mais de 80 milhões de brasileiros. O perfil que buscamos para o Walmart.com mistura DNA empreendedor, sólida formação acadêmica e espírito inovador DNEWS Quantos profissionais a operação emprega e onde as unidades estão? CO Atualmente empregamos 520 profissionais no Brasil. Estamos com uma grande demanda de novas contratações e deveremos chegar ao fim do ano com 48% mais funcionários do que apresentávamos no final de Nossa sede fica em Alphaville, a apenas 30 minutos da Avenida Paulista, coração empresarial de São Paulo. E somos privilegiados por estarmos localizados em uma área de fácil acesso. É raro enfrentarmos os famosos engarrafamentos paulistanos, quando ninguém sai do lugar por longo tempo. DNEWS A internet ainda é vista como uma área dominada por jovens. Como você analisa essa particularidade? No Walmart é assim? CO Buscamos sempre os melhores, em todas as áreas, em todas as faixas etárias. Por isso, DNEWS E quais são os benefícios e incentivos oferecidos para esse público, que almeja rápida ascensão profissional? CO Evidentemente, temos uma parcela significativa de profissionais de 25 a 32 anos, mas, no Walmart.com, como nas demais faixas etárias, essa parcela apresenta baixo turnover e grande engajamento. O que consideramos importante é ter essa postura jovem em relação ao conhecimento, vontade de inovar, capacidade de revolucionar, fazer o que não foi feito, ousar. Fazer a diferença. E sempre com foco no resultado, na qualidade. Esse espírito é o nosso melhor vírus: contamina e nos leva sempre mais longe. Além de salários e benefícios extremamente competitivos, acho que um dos grandes atrativos que temos é um ambiente que estimula e permite aprendizado constante, além de termos profissionais-referência em suas áreas de atuação, que funcionam como mentores full time. DNEWS Quais são os próximos desafios? CO Nosso principal desafio na área de capital humano, diante do crescimento exponencial do business, é a busca constante por talento, já que nossa demanda interna é igualmente crescente, bem como o desenvolvimento dos talentos que já estão conosco. Em última análise, atração e retenção.

3 Destaque Dasein Bandos ou grupos? O que eles são? Tema do momento, as manifestações têm sido discutidas, criticadas, elogiadas e principalmente analisadas. Inúmeras análises estão sendo feitas e fazer mais uma é, no mínimo, ousadia, pois corre-se o risco da repetição. Considero as mais adequadas aquelas do ponto de vista da ciência política e da sociologia, pois as manifestações são fenômenos essencialmente políticos. Entretanto, pelo desejo de entender e analisar em especial algumas críticas, gostaria de apropriar-me de outro enfoque, o da psicologia social, minha especialidade. As críticas mais recorrentes às manifestações referem-se ao fato de as insatisfações e reivindicações serem difusas, à ausência de organização e à falta de lideranças. Os estudos da psicologia social nos dizem que os grupos iniciam-se como bandos, ou seja, aglomerados de pessoas sem um objetivo comum, compartilhado por todos. Somente a partir da interação entre as pessoas é que os bandos vão definindo mais claramente seu objetivo, assumindo-o como sua causa e comprometendo-se com ela. A existência do objetivo comum, de uma causa que tenha significado para as pessoas, é um dos aspectos que caracteriza um grupo. Assim como aqui no Brasil, tive a oportunidade de observar a falta de definição clara do objetivo nas manifestações em Istambul, na Turquia. Eu estava justamente indo para lá quando as manifestações na Praça Taksim começaram. Pude presenciar esse momento histórico e ter informações ao vivo do que estava acontecendo (lamentavelmente com cinco mortes e centenas de feridos). Insatisfações com o primeiro ministro Erdogan, protesto contra a construção de um shopping no parque Gezi importante área verde em uma cidade de 11 milhões de habitantes, e outras realmente difusas. Como aqui, ainda não havia se formado realmente um grupo. Outro aspecto que caracteriza um grupo é a organização. Para atingir o objetivo comum, os grupos necessitam organizar-se, definir como vão agir. A crítica à falta de organização procede, mas esta tem de ser entendida como algo a ser construído no processo de formação do grupo. Nenhum grupo nasce pronto. Os grupos em sua formação e desenvolvimento iniciam-se com a inclusão das pessoas. Somente depois que as pessoas se incluem e sentem que fazem parte do grupo é que elas estão aptas à nova fase de estabelecer como vão proceder e agir. Dasein * Thelma Teixeira Somente depois que as pessoas se incluem e sentem que fazem parte do grupo é que elas estão aptas à nova fase de estabelecer como vão proceder e agir E é nessa fase que surgem os líderes ou a liderança. Esta é uma das críticas que vem sendo feita às manifestações: falta de lideranças. Se observarmos o desenvolvimento dos grupos, vemos que pode surgir ou não um líder, mas lideranças emergirão para conduzir ou inspirar o grupo à sua causa. Após essa fase, o grupo continua evoluindo e os membros desenvolvem a condição de cooperar, de lidar com seus conflitos e dificuldades para atingirem resultados e terem a performance desejada. Evidentemente, muitos bandos não chegam a evoluir para grupo e se desfazem ao longo do tempo. Todo o dito aqui baseia-se em conhecimentos da psicologia social e da dinâmica de grupo. É preciso que seja relativizado, visto que essas ciências estudaram os pequenos grupos e as atuais manifestações são de grandes grupos, de massa. No entanto, sabemos por uma visão sistêmica que a parte contém o todo e está interli- gada a ele. Portanto, esses fenômenos dos pequenos grupos também se apresentam nos grandes ou mesmo nas massas. A teoria sistêmica preconiza ainda que vejamos de vários ângulos e pontos de vista. Sendo assim, também a visão da psicologia social pode contribuir para o entendimento dos acontecimentos. Não sabemos a que resultados as manifestações chegarão, mas estamos certos de que elas precisam ser entendidas e os grupos precisam ser ouvidos. E é muito desejável que o povo tenha voltado a gostar de ser político no sentido original e etimológico da palavra (como sabemos, polis vem do grego cidade). Ou seja, as pessoas assumirem-se cidadãs. * Thelma M. Teixeira é Consultora de Projetos da Dasein Executive Search. Psicóloga, psicodramatista, pós-graduada em Administração de Empresas, especialista em Psicologia Organizacional e do Trabalho e em Psicologia Clínica, Thelma é autora do livro Psicodrama Empresarial o que, por que e como fazer. É coautora do e-book Relações Interpessoais, disponível em Contato: thelma.teixeira@dasein.com.br. 3

4 Tendência Gamification e o desafio de aumentar o engajamento e a interação com os stakeholders Não sou nenhum especialista em marketing digital e, talvez, o meu conhecimento a respeito de marketing seja o mesmo que de astronomia. Felizmente, algumas percepções sobre o ser humano e sobre suas formas de agir e pensar são facilmente notáveis e podem se transformar em bons resultados tanto para as pessoas quanto para as organizações. Quando desenvolvi minha primeira aplicação social de educação, o cenário era desafiador. Os jovens contavam com diversas plataformas móveis, como tablets, smartphones e laptops, e estavam altamente engajados entre si por meio das redes sociais. O grande desafio era: como motivar pedagogicamente esses estudantes que tinham na palma da mão uma série de conteúdos mais interessantes? Perguntava a mim mesmo se eu era louco por querer que um jovem deixasse de jogar Angry Birds para fazer um exercício de Física, ou que deixasse de conversar no chat com seus amigos para fazer um exercício de Química. Foi aí que recorri aos melhores desenvolvedores de aplicações sociais, e eles me ensinaram o que era gamification. Antes de pensar na gamification propriamente dita, vale lembrarmo-nos de duas características do homem que são inerentes à sua personalidade: a competitividade e a sociabilidade. Competir sempre instigou e motivou as pessoas. Desde pequenos somos estimulados à competitividade. Busca-se ser o melhor no futebol, o melhor aluno da turma, o namorado da menina mais bonita, o mais popular do colégio, o dono do carro mais bonito, o mais bem-sucedido da família, ter a empresa mais reconhecida. Ainda existem diversas competições a que todos estamos sujeitos no decorrer da vida, como o acesso a instituições de ensino de boa qualidade, vestibular, concursos, processos de trainee e diversas entrevistas de emprego. O homem está acostumado e gosta de competir, principalmente quando sabe que vai vencer. Quanto à sociabilidade, é ainda mais simples. Todos precisam e gostam de se relacionar, pertencer a um grupo, encontrar com os amigos e com a família. Tornou-se fácil perceber o quanto o ser humano é sociável, basta analisarmos o sucesso e o crescimento exponencial das redes sociais. 4 * Matheus Goyás Todas as plataformas móveis e redes sociais facilitam esse engajamento entre pessoas. Para perceber basta ir a bares e restaurantes. Já percebeu o quanto é comum encontrar pessoas reunidas em grupos e, ao mesmo tempo, conversando via móbile? Os smartphones e tablets chegaram para retocar com pincel de ouro a tecnologia social. Como a maioria das pessoas possuem smartphones e contas em redes sociais, talvez essa seja a forma mais eficaz e barata de aumentar a interação pessoa/empresa. É nesse ponto que entra a gamification. A estratégia é simples. Por meio de recursos de games como rankings positivos (aqueles que premiam o bom sem expor o ruim), medalhas, desafios, status e competições aplicados a um contexto que tradicionalmente não faz parte dos games, é possível, de forma extremamente eficaz, garantir a execução de tarefas preestabelecidas. O que a sua empresa tem feito para aumentar o engajamento e a interação com seus consumidores, clientes e funcionários? Conseguimos, por exemplo, fazer com que mais de 180 mil estudantes interagissem com a nossa plataforma (AppProva) no Facebook em menos de um ano, utilizando recursos básicos de gamification. Hoje, por meio de aplicativos, muitas pessoas fazem check-in nos mais diversos locais, declarando publicamente onde se encontram com o objetivo de ganhar uma simples medalha de prefeito do local. O Dengue Ville, aplicativo desenvolvido pela Dito, por meio de ferramentas lúdicas e gamificadas, orienta e ensina pessoas a combater o mosquito da dengue. De brincadeiras simples, podem-se obter resultados sofisticados. Mas ainda há muito espaço. Não vejo, por exemplo, bancos utilizando esses instrumentos para educar seus clientes e, com isso, torná-los mais engajados com a instituição e mais educados financeiramente. Isso poderia trazer maior volume de aplicações e menores taxas de inadimplência, sem falar de um bem social, que é a educação financeira. Não seria interessante ganhar uma medalha de poupador? Também não vejo processos de gamification internos para os funcionários de grandes empresas, objetivando atitudes preestabelecidas e motivadas pela competitividade e pela sociabilidade. Diante de todo esse cenário, pergunto: o que a sua empresa tem feito para aumentar o engajamento e a interação com seus consumidores, clientes e funcionários? Selecionar, induzir, orientar, educar e promover. Todos esses imperativos podem ser performados pelo uso da gamification. Vai ficar de fora dessa? * Matheus Goyás é estudante de Direito pela UFMG. Especialista em mercado financeiro e de capitais pela Associação Brasileira de Mercado Financeiro e de Capitais (Anbima), possui as certificações CEA e CPA Atua como professor de matemática avançada aplicada ao mercado de capitais no Colégio Santo Antônio. É também conselheiro e fundador do Tire Dúvida Consultoria em Educação, conselheiro na Taurus Investimentos e chief strategy officer na Educação Inovação e Tecnologia S/A. Foi gerente de filial da Corval Corretora de Valores SA e diretor Comercial na WG Finanças Pessoais.

5 Artigo Os desafios da nova liderança Todos os profissionais que ambicionam o crescimento de suas carreiras gostariam de, em algum momento, exercer a liderança e de serem reconhecidos como líderes. Muitos até podem desenvolver os conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados com essa desejada competência, buscando-os em cursos, treinamentos, leituras, vivências e trocas de experiências. Porém, mesmo com tantos recursos capazes de iniciar a formação de líderes, abrindo suas cabeças e apurando suas visões, poucos serão aqueles que se tornarão líderes excepcionais. Quando falamos em líderes excepcionais, falamos justamente daqueles homens e mulheres capazes de mobilizar os corações e as mentes dos profissionais que compõem o time e cuja garantia de qualidade reside nas atitudes, sempre alinhadas ao discurso. O faça o que eu digo, mas não o que eu faço não cabe mais nestes tempos em que os níveis de emprego andam altos, em contraposição à oferta qualificada de profissionais. Esse desalinhamento entre verbo e atitude tem sido a casca de banana de muitos líderes, a curva escorregadia onde perícia, cuidado, sensibilidade e, principalmente, coerência compõem o kit de segurança dessa nova geração de líderes-heróis. Mais que em qualquer outro momento da nossa recente história econômica, vivemos um tempo em que impera o conflito de gerações. A presença de diversas gerações dos veteranos aos millennials, ou Geração Y torna o desafio da liderança ainda maior, já que os propósitos de cada uma dessas gerações nem sempre correm na mesma direção e que, entre eles, nem todos os heróis são unanimidades. Entre os desafios do líder está a capacidade de visualizar, alinhar e criar relevância para cada um da equipe, fazendo-o enxergar as relações que existem entre o trabalho e a vida pessoal e também fazendo perceber que, se alguns choques são inevitáveis, a riqueza que provém de uma equipe multigeracional é grande, combinando o vigor e a criatividade dos mais novos com a experiência e a maturidade dos mais velhos. Profissionais que assumiram gerências há alguns anos, tendo à época demonstrado boa liderança, e que não estiverem atentos a esse novo cenário, correm o risco de incorrer em algumas justificativas que já estão se tornando lugar comum: A nova geração não sabe o que quer; Os Ys não estão dispostos a esperar; A juventude desanima fácil. Esse comportamento retrancado, que busca mais justificativas do que compreensão, tem feito esses líderes perderem o lastro emocional com que * Eduardo Zugaib equilibram a equipe, queimando em definitivo a sustentação de sua autoridade. A falta da cultura de valores como inspiração, espiritualidade, equilíbrio, parceria e direção tem tornado rapidamente obsoletos líderes que até fizeram a diferença há alguns anos, quando apenas as habilidades como a mobilização (fosse pelo medo ou pelo respeito), a assertividade e o foco em resultados eram desejados. A moderna gestão de pessoas requer uma combinação produtiva e sinérgica de habilidades gerenciais e habilidades de liderança. O herói de hoje precisa desenvolver o racional e o emocional, extraindo dessa combinação os seus superpoderes. O herói de hoje precisa desenvolver o racional e o emocional, extraindo dessa combinação os seus superpoderes Uma liderança puramente racional pode até obter resultados, porém corre o risco de não criar engajamento. Sem engajamento, a própria curva dos resultados tende a cair, já que a troca contínua de liderados acaba por resetar a todo instante a memória viva da organização. Perde-se eficiência. O turnover, especialmente entre as novas gerações, beira níveis assustadores. Isso acontece principalmente nas empresas que nasceram e ganharam corpo em outras décadas e que trazem profissionais remanescentes dessa época, que ainda lideram como se fazia naqueles tempos. Eles tentam impor às novas gerações valores que, para ela, não são bons nem ruins, mas absolutamente irrelevantes. Já a liderança puramente emocional, apesar do bom ambiente que costuma criar com a equipe, corre o risco de não mobilizá-la o suficiente para a consolidação de resultados, o que, no decurso do tempo, também faz a organização perder em competitividade. Perde-se em eficácia. O novo líder precisa então buscar o caminho do meio, tendo como principal competência uma comunicação inteligente, capaz de tratar com assertividade os objetivos da organização, engajar a equipe e fazê-la identificar ou resgatar os propósitos de suas atividades, motivando-as e mantendo seu envolvimento sempre crescente, criando nexo entre as inteligências múltiplas e complementares que a formam. A sinergia entre o fator gerência (razão) e o fator liderança (emoção) é algo que pode ser traduzido em poucas palavras: equilíbrio e bom senso. Bons gerentes tendem a ser bons líderes se optam por se desenvolver nesse duplo sentido, evitando o risco de tornarem-se meras peças administrativas. Ao se defrontarem com uma geração nova, devem compreendê-la e engajá-la, e não recorrer à fácil alternativa de colocá-la na frigideira dos lugares comuns já descritos, desqualificando-a e transformando o trabalho numa arena moralmente sangrenta, onde o objetivo é testar o limite do outro convictos de que nunca conhecerão alguém que possa vir a substituí-lo. Você já conheceu gerentes assim? Pois é. E certamente já percebeu que alguns que insistiram nessa crença acabaram por decretar o fim daquilo que, um dia, conheceram como liderança. * Eduardo Zugaib é escritor, profissional de comunicação e marketing, professor de pós-graduação e palestrante motivacional e comportamental. Ministra treinamentos nas áreas de desenvolvimento humano e performance organizacional. Contato: 5

6 No dia 7 de junho, as repórteres Marinella Castro e Geórgea Choucair, do jornal Estado de Minas, publicaram matéria sobre a importância de os profissionais falarem ao menos duas línguas, sobretudo por conta da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. David Braga foi um dos especialistas entrevistados. Segundo ele, investir em uma segunda língua é hoje mais importante que uma pós-graduação. Copa das Confederações abre centenas de vagas para bilíngues em BH Ninguém acreditava, mas as vagas de trabalho temporário para a Copa das Confederações apareceram. Chegou a hora de os profissionais bilíngues, ou trilíngues, para os mais sortudos, faturarem. No mercado de trabalho, as oportunidades estão abertas para garçons, recepcionistas, atendentes de telemarketing, balconistas de drogaria, motoristas, operadores da telefonia celular e até engenheiros de grandes obras. Todos, no sonho do empregador, devem ser capazes de atender seus clientes e fechar negócios em uma segunda língua (inglês ou espanhol). O setor de bares, lanchonetes, restaurantes e cafés em Belo Horizonte tem pelo menos três mil vagas abertas para cargos como garçons, recepcionistas e chefs. O inglês é um diferencial muito importante e quem fala está na frente no processo seletivo, explica Fernando Junior, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel). Fernando, que também é sócio-proprietário do Grupo Meet, cadeia de restaurantes, bares, lanchonetes, café, comida japonesa e iogurteria, diz que as aulas de inglês estão a todo o vapor na sua rede. Precisamos treinar os funcionários para entender e atender os clientes. Marcos Correa acaba de chegar da Europa. Ele morou por três anos na Inglaterra 6 e outros três anos na Espanha. De volta ao Brasil há dois meses, Correa trouxe na bagagem a fluência nos idiomas inglês e espanhol. E sente que voltou na hora certa. Em pouco tempo recebeu dez propostas de trabalho. Cheguei em ótimo momento. Com a crise europeia, o setor de turismo está em baixa lá, com muito desemprego. Já no Brasil, o momento é bom, principalmente para quem fala o inglês e o espanhol, afirma. Dasein Do you speak English? A resposta que o mercado quer ouvir, rápida e sem tropeços, é Yes, I do. Se a sua resposta for essa, you ve got the job (o emprego é seu). Com a Copa das Confederações e a um passo da Copa do Mundo, a urgência é tanta que falar uma segunda língua se tornou mais decisivo na disputa pela vaga que ter diploma de pós-graduação. É uma espécie de cartão verde para se comunicar com o turista e com os parceiros comerciais. Se o profissional não fala inglês e pensa em fazer pós-graduação, não há dúvidas: deve investir primeiro na segunda língua, garante David Braga, Gerente-Geral da Dasein, empresa de consultoria e recrutamento de recursos humanos. Se o profissional não fala inglês e pensa em fazer pós-graduação, não há dúvidas: deve investir primeiro na segunda língua, garante David Braga Ele acaba de ser contratado como temporário pelo Alfândega Bar, no Bairro São Pedro, como chefe de equipe. O contrato foi fechado pelo período de 15 de maio a 30 de junho. Correa acredita que a experiência pode ser trampolim para novas oportunidades. O dono do Alfândega, Pedro Loureiro, conta que contratou dois bilíngues para atuarem no bar durante a Copa. O evento vai ser um grande laboratório para que a gente possa testar o que dá certo e o que não dá, observa. A guia Ana Maria Torres Ferreira vai acompanhar, durante sete dias, um grupo de jornalistas mexicanos. Vai ser uma boa oportunidade para colocar em prática seus estudos de espanhol. Recebi outras pro- postas, mas não vou poder acertar, diz. O serviço foi contratado pelo MG Turismo, que já está com grande parte das vans e carros locados para a Copa. Vai ser um bom momento para avaliar os nossos serviços e os dos parceiros, diz Guilherme Lima Vieira, dono da MG Turismo. Alavanca para os salários Levantamento da Dasein Executive Search mostra que as oportunidades para quem fala outra língua principalmente inglês têm impacto direto sobre o contracheque, com salários de 20% a 60% maiores, dependendo da complexidade do cargo. O inglês se tornou um ponto de exclusão em entrevistas. Para cargos de gerência, não basta a língua básica, é preciso a comunicação fluente, alerta David Braga. Primeiro hotel na orla da Pampulha, o San Diego, do grupo mineiro Arco, foi estrategicamente inaugurado no último sábado para atender a Copa das Confederações. Serão 170 apartamentos, sendo que os 90 inaugurados para o grande evento do mês de junho já estão esgotados. Não temos mais vagas para a Copa das Confederações, diz Natália Dornas, gerente operacional da rede de hotéis. Ela conta que, dos 25 funcionários que começaram a trabalhar no último sábado, 40% são bilíngues.

7 O jornal Estado de Minas publicou, no dia 10 de junho, reportagem sobre o comportamento adequado para os profissionais nos momentos em que estiverem fora da empresa. O texto, assinado por Paula Takahashi, teve Adriana Prates, Presidente da Dasein, como uma das especialistas entrevistadas. A especialista apontou, entre outras coisas, que é preciso discrição em eventos e cuidado com os gastos durante as viagens a trabalho. Sem perder a linha Sair do escritório rumo a uma viagem de negócios, congresso, palestra e até para um happy hour ou festa também exige cuidados. Isso porque, na prática, se estiver representando a empresa, o funcionário deve encarar todas essas situações com uma extensão do trabalho. Mesmo que seja um momento de relaxamento, de conversa ou de troca de informação, o profissional não perde, em nenhum instante, o estigma de embaixador da sua empresa. Por isso, tem de tomar cuidado com o que fala, com as atitudes, e evitar piadas, aconselha o diretor-presidente da Rhumo Consultoria Empresarial. Sérgio Campos. Para Adriana Prates, presidente da Dasein Executive Search, a etiqueta corporativa deve imperar. A rotina em uma viagem, por exemplo, deve mudar muito pouco em relação ao ambiente do dia a dia, observa. Portanto, nada de jantares em restaurantes luxuosos, escapadas para a praia e excessos no frigobar do hotel. Se a empresa não tem um código de conduta específico que determine as regras para cada um dos casos, deveria reinar o bom senso, mas, como essa questão é muito subjetiva, fatalmente dará errado, pondera Adriana. Por isso, cabe ao profissional buscar informações com o chefe para não incorrer em erro. Perguntar como funciona a questão financeira, como deve ser o traje em eventos sociais, se é permitido o consumo de bebida alcoólica. Tudo isso para evitar a subjetividade das regras que não estão escritas, aconselha Adriana. Em geral, o funcionário recebe um valor diário para gastar com alimentação, hospedagem e transporte que deve ser utilizado para esse fim. Se a pessoa se propõe a ir ao melhor restaurante da cidade, tem que ter consciência de que se trata de uma despesa pessoal, tal qual acontece na rotina diária dela na cidade onde mora, explica Adriana. A analista de Marketing da Líder Interiores, Luciana Lima, já fez várias viagens representando a empresa e garante que não muda a rotina. Sou coerente em relação à postura Fique atento Não exagere nos pedidos no hotel e seja comedido com os gastos no frigobar; Não vá a restaurantes finos e repasse a conta para a empresa pagar; Cumpra o cronograma da viagem e não se distraia com atrações turísticas; Mulheres devem evitar decotes e transparências e homens devem ter o terno sempre à mão; Se quiser ficar mais tempo no destino, tente negociar com a empresa alguns dias de férias; Se for para o exterior, pesquise sobre hábitos e cultura locais; Tome cuidado ao dançar em eventos sociais em função da exposição que gera; Bebidas devem ser deixadas de lado; Não ostente gastos inexplicáveis; Evite falar sobre questões estratégicas da empresa e mantenha a discrição e simplicidade; Evite tirar fotos com copo de bebida na mão e não faça nada que não possa ser publicado; Evite brincadeiras com colegas, caretas e outras posturas condenáveis; Evite as piadas. 7

8 que tenho aqui. Quanto ao dinheiro, trato como se fosse meu e não é porque é da Líder que vou extrapolar, conta. Para Sérgio Campos, ser simples e agir como se estivesse em sua própria casa, mesmo hospedado em um hotel, é também ser chique. Esbanjar não é bem-visto, por isso nunca extrapole e tente sempre ser comedido, aconselha. Em um congresso por exemplo, todos os concorrentes estão ali. Se a pessoa fala demais, pode expor a organização a um risco e culminar com a perda de um negócio. Lembra a especialista da Dasein Outro ponto que dá o que falar é a bebida fora de hora. Tento evitar porque já vi algumas situações que acabam causando constrangimento, afirma Luciana. Nesse caso, o conselho é mesmo desviar dos drinques servidos. Ou no máximo tomar algo de forma moderada em um evento social, pondera Adriana. Isso porque a bebida em excesso pode contribuir para que se fale mais do que o recomendado e, em casos extremos, sejam liberadas informações confidenciais e estratégicas da empresa. Em um congresso, por exemplo, todos os concorrentes estão ali. Se a pessoa fala demais, pode expor a organização a um risco e culminar com a perda de um negócio, lembra a especialista da Dasein. Negociar Não são raros os casos de congressos e feiras em cidades paradisíacas. O cenário, porém, não deve, de forma algu- ma, funcionar como uma distração ao objetivo inicial. Essa é uma falta gravíssima, porque a empresa está fazendo um investimento no funcionário para que ele possa aprender mais e aplicar esse conhecimento na volta. Além disso, ele deve fazer networking, mas não pessoal e sim empresarial, pontua Adriana. Se o interesse no destino for muito grande, não custa tentar uma negociação com a empresa para estender a permanência, utilizando alguns dias de férias ou banco de horas. No caso de conseguir uma autorização, o funcionário deve ter completa ciência de que o tempo extra para lazer deve ser custeado com dinheiro próprio. Esse tipo de postura é muito mais adequado do que abandonar os compromissos profissionais para fazer turismo. Expediente Produção Editorial Link Comunicação Empresarial l l Edição: Ewerton Martins l Produção: Eron Rodrigues Projeto Gráfico: Danielle Marcussi l Diagramação: Raquel Ayala Gestão Dasein Executive Search daseingestao@dasein.com.br O DNEWS é uma publicação da Dasein Executive Search Avenida Raja Gabaglia, 3117, cj São Bento - Belo Horizonte - MG l l Av. Paulista, º andar - São Paulo - SP l l Av. Eng. Antônio de Góes, 60, 14º. andar - Boa Viagem - Recife - PE l l l dasein@dasein.com.br 8