NCRF-ESNL. Tributação das ESNL: enquadramento nos principais impostos
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- Baltazar Espírito Santo Prada
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1 NCRF-ESNL Tributação das ESNL: enquadramento nos principais impostos 1
2 Tributação das ESNL: enquadramento nos principais impostos As ESNL no âmbito do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas 2
3 O PRINCÍPIO DA SUJEIÇÃO GERAL A IMPOSTO Em termos de IRC: Enquadramento das entidades que não exercem, a título principal, uma actividade de natureza comercial, industrial ou agrícola Enquadramento fiscal dos donativos E ainda Estatuto dos Benefícios Fiscais 3
4 Residentes Entidades Não residentes CIRC Não Exerce a título principal a actividade comercial, industrial ou agrícola? Sim Sim Com estabelecimento estável? Não Rendimento Global (IRS) (art. 53º) + Incrementos Pat. Gratuitos - Custos Comuns (art. 54.º) Lucro Tributável (art. 17.º e art. 55.º ) Prejuízos Fiscais (art. 52.º) Rend não Imp a E Estável (art. 56.º) Benefícios Fiscais Benefícios Fiscais = MATÉRIA COLECTÁVEL Rui Lima 4 4
5 Principais isenções das ESNL em sede de IRC IRC - Isenções Art.º 10.º Art.º 11.º UP Administrativa IPSS Mera UP Actividades Culturais, Recreativas e desportivas Reconhecimento Automático Reconhecimento Prévio Condicionadas: Não distribuição resultados Disponham contabilidade 5
6 Principais isenções das ESNL em sede de IRC Exemplo Prático n.º 19 O Clube Amantes da Boa Vida, é uma associação recreativa e de lazer, onde se praticam algumas modalidades desportivas nomeadamente ginástica, danças de salão e artes marciais. Possui ainda nas suas instalações um pequeno bar que explora. No ano de 2011 obteve os rendimentos e suportou os custos que a seguir se discriminam: Rendimentos brutos: Ginástica Danças de Salão Artes Marciais Outras Actividades desportivas Bar Exemplo Prático n.º 19 6
7 Principais isenções das ESNL em sede de IRC Exemplo Prático n.º 19 Custos específicos: Custos actividades desportivas Custos do Bar Custos comuns Determine a matéria colectável de IRC e o montante de imposto a pagar, e preencha os campos específicos da DM22 e do anexo D da IES 7
8 Principais isenções das ESNL em sede de IRC Resolução a) A entidade é sujeito passivo do imposto por força no disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do CIRC. O IRC incide sobre o rendimento global, correspondente à soma algébrica dos rendimentos das diversas categorias consideradas para efeitos de IRS alínea b) do n.º 1 do artigo 3.º do CIRC. Estão isentos de IRC os rendimentos directamente derivados do exercício de actividades culturais, recreativas e desportivas (n.º 1 do artigo 11.º do CIRC), pelo que os rendimentos da ginástica, danças de salão, artes marciais e outras actividades desportivas estão isentos. No entanto, os rendimentos do bar não estão isentos por força do n.º 3 do referido artigo 11.º. A determinação do rendimento global (soma algébrica dos rendimentos líquidos das diversas categorias n.º 1 do artigo 53.º do CIRC), corresponde a: Rendimento bruto do bar Custos do bar Rendimento líquido
9 Principais isenções das ESNL em sede de IRC Resolução... Custos comuns ,5 (a) Matéria Colectável de IRC ,5 (a) x x = 1.037,5 (alínea b) do n.º 1 e n.º 2 do artigo 54.º) Se eventualmente os rendimentos brutos do bar não excedessem os 7.500, esses rendimentos estariam isentos nos termos do n.º 1 do artigo 54.º do EBF. A taxa a aplicar será de 21,5 % de harmonia com o disposto no n.º 5 do artigo 87.º do CIRC: Imposto a pagar = 1.462,50 X 21,5 % = 314,44 Esta taxa foi de 20% até 31 de Dezembro de Lei n.º 55-A/2010, de 31 de Dezembro OE2011. Acerca da não aplicação em 2010 e 2011 da taxa reduzida de 12,5% ver ponto deste manual 9
10 Principais isenções das ESNL em sede de IRC Exemplo Prático n.º 19 Quadro 7 do Anexo D da IES
11 Principais isenções das ESNL em sede de IRC Exemplo Prático n.º 19 Quadro 9 da DM22 11
12 Principais isenções das ESNL em sede de IRC Exemplo Prático n.º 19 Quadro 10 da DM22 21,5%
13 Principais obrigações em sede de IRC Obrigações declarativas e outras: Declarativas Art.º 117.º: a) Declaração de inscrição, de alterações ou de cessação, nos termos dos artigos 118.º e 119.º; b) Declaração periódica de rendimentos, nos termos do artigo 120.º; c) Declaração anual de informação contabilística e fiscal, nos termos do artigo 121.º. De escrituração: Art.º 124.º 13
14 Principais obrigações em sede de IRC OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS INSCRIÇÃO/REGISTO 90 dias após RNPC ALTERAÇÕES 15 dias CESSAÇÃO 30 dias PERIÓDICA DE RENDIMENTOS NORMAL SUBSTITUIÇÃO Até último dia útil de Maio Em qualquer altura DECL. ANUAL INF. CONTAB. E FISCAL Até 15 de Julho DOSSIER FISCAL Preparação Até 15 de Julho DM10 - Rendimentos e Retenções Até último dia útil de Fevereiro 14
15 Obrigações declarativas das ENSL - IRC Foram obtidos rendimentos no período? SIM NÃO DM22: Dispensa IES: Anexo F e/ou D M10 Os rendimentos obtidos beneficiam de isenção definitiva, ainda que a mesma não inclua os rendimentos de capitais? NÃO Foram obtidos apenas rendimentos de capitais c/ RF IGUAL à taxa IRC? SIM SIM Excepto Tributações Autónomas DM22: Dispensa (a) IES: Anexo D; Anexo F e/ou DM10 NÃO DM22: Com os rendimentos obtidos IES: Anexo D; Anexo F, e/ou Anexo L e/ou Anexo O e/ou Anexo P e/ou DM10 (a) Actualmente como a RF é de 21,5% tem de entregar a DM22 15
16 O Regime de Caixa face ao IRC Comparação de normativos: NCRF-ESNL versus CIRC Dispositivos Legais: NCRF-ESNL CIRC Disposição Legal Art.º 10, n,º1 Art.º 124.º, n.º 3 Limite , ,00 NCRF-ESNL Art.º 11, n.º 3 a) Pagamentos e recebimentos Art.º 124, n.º 1 a) Art.º 11, n.º 3 a) Pagamentos e recebimentos Art.º 124, n.º 1 b) Art.º 11, n.º 3 b) Património fixo Art.º 124, n.º 1 c) Art.º 11, n.º 3 c) Direitos e compromissos futuros CIRC Registo de rendimentos Registo de encargos Registo de inventário 16
17 O Regime de Caixa face ao IRC RESIDENTES EXERCE A TÍT. PRINCIPAL... CONTABILIDADE ORGANIZADA NÃO EXERCE A TÍT. PRINCIPAL... REND. ACESSEC.: Cat. B IRS REND. PRINC.: Outras Cat. IRS CONTABILIDADE ORGANIZADA REGIME CAIXA NÃO RESIDENTES COM ESTAB. ESTÁVEL SEM ESTAB. ESTÁVEL CONTABILIDADE ORGANIZADA ESCRITURAÇÃO (Rend. Prediais) RET. TÍTULO DEF. (Outros Rend.) 17
18 O Regime de Caixa face ao IRC Em termos de IRC: Acerca da opção regime de caixa / contabilidade organizada chama-se a atenção para que quando essa opção for tomada há necessidade de entregar a Declaração de Alterações preenchendo no quadro 16 :os campos 1 ou 2. 18
19 Obrigações de pagamento e outras Tributações autónomas em sede de IRC Sujeição: art. 88.º, n.º 1 do CIRC: 70% Não sujeição: art.º 88.º, n.º 3 do CIRC Derrama As ESNL não estão sujeitas: Lei das Finanças Pagamento Especial por Conta As ESNL não estão sujeitas - n.º 1 do art.º 106.º do CIRC, por remissão para o n.º 1 do art.º 104.º Taxa de tributação: Art.º 87.º, n.º 1: 21,5 % 19
20 Tributação das ESNL: enquadramento nos principais impostos As ESNL no âmbito do Imposto sobre o Valor Acrescentado 20
21 Conceito de sujeito passivo e isenções em IVA O CIVA não contém isenções de carácter pessoal respeitando os normativos comunitários (Sexta Directiva, hoje Directiva 2006/112/CE, de 28NOV). A definição de sujeito passivo neste imposto abrange todas as pessoas singulares ou colectivas que exerçam, habitual ou ocasionalmente, uma actividade económica, entendida esta como qualquer actividade de produção, comércio ou de prestação de serviços (cf. alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º do CIVA). Pelo que o conceito de sujeito passivo do imposto descura o fim ou o resultado da actividade económica prosseguida, não assumindo relevo, nomeadamente, se é visado ou obtido um lucro [ ] e a circunstância de uma entidade poder ser qualificada como um organismo sem finalidade lucrativa, em conformidade com a legislação fiscal ou extra-fiscal, não obsta a que a mesma detenha a qualidade de sujeito passivo do imposto (Laires, R., ob. cit.). 21
22 Organismos sem finalidade lucrativa e isenções em IVA Estas entidades estão sujeitas a imposto e como tal obrigadas ao cumprimento das disposições constantes desse Código. Uma parte significativa beneficia de isenção, embora de uma isenção incompleta, ou seja não liquidam imposto nas transmissões de bens ou prestações de serviços que efetuam, mas não podem deduzir o imposto que suportaram para a realização dessas mesmas atividades. Situação previstas em várias alíneas do artigo 9.º do CIVA: prestações de serviços médicos e sanitários e transporte de doentes (alíneas 2 a 5), transmissões de bens e as prestações de serviços ligadas à segurança ou assistência sociais, creches, jardins de infância, lares, centros de reabilitação, etc. (alíneas 6 e 7) as que tenham por objecto o ensino e a formação profissional (alíneas 9 a 11). 22
23 O caso específico do reconhecimento do n.º 7 do art.º 9.º do CIVA A isenção prevista no n.º 7 do art.º 9.º do CIVA está condicionada a seja, em qualquer caso, reconhecida pelas autoridades competentes., o que implica que normalmente este tipo de actividade se inicie no regime geral. Quando a autorização for concedida há lugar à entrega duma declaração de alterações (art.º 32.º do CIVA) e à consequente correcção do IVA deduzido, porquanto o sujeito passivo passa duma situação de regime geral para uma situação de isenção. O licenciamento é, depois dos pareceres de diversas entidades, concedido pelos Centros regionais de Segurança Social, sendo certo que nem sempre estão reunidos todos os requisitos pelo que pode existir um prazo de 180 dias para a sua regularização. Vide alínea g) do n.º 3 do art.º 3.º, alínea b) do n.º 2 do art.º 16.º e alínea a) do n.º 6 do art.º 24.º, todos do CIVA 23
24 Obrigações em sede de IVA Obrigações declarativas: Declaração de inicio: Artigo 31.º do CIVA: Declaração de alterações: Artigo 32.º do CIVA: Declaração de cessação: Artigo 33.º do CIVA: Declaração periódica: Artigo 41.º do CIVA: Declaração anual e mapas recapitulativos: Decreto-Lei n.º 347/85, de 23 de Agosto 24
25 Obrigações em sede de IVA Em termos de IVA: Os Requisitos da Contabilidade constam do art.º 44.º do código, idênticos para todos os sujeitos (sejam eles Entidades do Sector não Lucrativo ou não). Os Suj. Passivos que não possuam contabilidade Regime de Caixa, devem utilizar um conjunto específico de livros Art.º 50.º Os Métodos de Dedução relativos a bens de utilização mista também são idênticos para todos os sujeitos passivos de IVA (Art.º 23.º do CIVA) PRO RATA 25
26 Obrigações em sede de IVA Em termos de IVA: Art.º 50.º 1 - Os sujeitos passivos não enquadrados nos regimes especiais previstos na secção IV do presente capítulo ou que não possuam contabilidade organizada nos termos do Código do IRS ou do IRC utilizam, para cumprimento das exigências constantes dos n.ºs 1 dos artigos 45.º e 48.º, os seguintes livros de registo: a) Livro de registo de compras de mercadorias e ou livro de registo de matériasprimas e de consumo; b) Livro de registo de vendas de mercadorias e ou livro de registo de produtos fabricados; c) Livro de registo de serviços prestados; d) Livro de registo de despesas e de operações ligadas a bens de investimento; e) Livro de registo de mercadorias, matérias-primas e de consumo, de produtos fabricados e outras existências à data de 31 de Dezembro de cada ano. 26
27 Obrigações em sede de IVA Em termos de IVA: Art.º 50.º 2 - Os sujeitos passivos que, não sendo obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC, possuam, no entanto, um sistema de contabilidade que satisfaça os requisitos adequados ao correcto apuramento e fiscalização do imposto podem não utilizar os livros referidos no n.º 1, aplicando-se aos referidos sujeitos passivos todas as normas constantes do presente Código relativas àqueles que possuam contabilidade organizada para efeitos dos impostos sobre o rendimento, sem prejuízo de poderem beneficiar do regime especial de isenção, desde que preenchidas as demais condições previstas no artigo 53.º 27
28 Apuramento do imposto: As ESNL; beneficiam na generalidade de isenção. Esta isenção é incompleta: não se liquida imposto nas transmissões de bens e serviços e não se deduz o imposto suportado (artigo 9.º) Têm que respeitar as condições mencionadas no art.º 10.º do CIVA Se apenas desenvolver atividades isentas que não conferem direito à dedução serão enquadradas para efeitos de IVA como um sujeito passivo isento nos termos do artigo 9.º do CIVA. Caso a entidade, para além das suas atividades próprias desenvolver mais algumas, ainda que constantes do seu objeto estatutário, porque não compreendidas nas abrangidas pela isenção, ficará sujeita a imposto e não isenta por estas atividades. 28
29 Tributação das ESNL: enquadramento nos principais impostos (IVA e IRC) Natureza dos rendimentos IVA IRC Receitas de bilheteira de jogos desportivos Sujeito e não isento Isento Rendas Isento Sujeito e não isento (a) Bares/restaurantes explorados diretamente Sujeito e não isento Sujeito e não isento (a) Bares/restaurantes cedência de exploração Sujeito e não isento Sujeito e não isento (a) Quotizações/Jóias Não sujeito Não sujeito Subsídios destinados a financiar a realização dos fins estatutários. Não sujeito Não sujeito Incrementos patrimoniais obtidos a título gratuito destinados à directa e imediata realização dos fins estatutários. Não sujeito Isento Juros e outros rendimentos de capitais Não sujeito Sujeito e não isento (a) Publicidade e outros natureza comercial Sujeito e não isento Sujeito e não isento (a) Manifestações ocasionais, abrangidas pelo Despacho Normativo 118/85 Isento (a) Desde que cumulativamente ultrapassem (art.º 54.º do EBF) Sujeito e não isento (a) 29
30 Principais Obrigações das Entidades Beneficiárias A obrigação declarativa da DM 25 Donativos Recebidos, (art.ºs 66.º, n.º 1 alínea c) do EBF e 11.º-A, n.º 1 alínea c) do EMC), tem implicações no regime de Caixa*. Devem-se registar todos os donativos de forma a determinar: o valor anual do donativo, o código respectivo e a identificação de cada um dos mecenas. * Estas obrigações são comuns a todas as entidades independentemente do regime contabilístico 30
31 Principais Obrigações das Entidades Beneficiárias Declaração Modelo 25 31
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