SESSÃO DE QUINTA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE 2003

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1 4-001 SESSÃO DE QUINTA-FEIRA, 10 DE ABRIL DE PRESIDÊNCIA: LALUMIÈRE Vice-presidente (A sessão tem início às 10H00) Salafranca Sánchez-Neyra (PPE-DE). (ES) Senhora Presidente, gostaria de salientar que verifiquei existirem algumas omissões na acta do período de sessões de 8 de Abril, em que estive presente. Estas omissões dizem respeito às Perguntas à Comissão. Ficaria grato se pudesse assegurar a correcção destas omissões Presidente. Obrigado, Senhor Deputado Salafranca Sánchez-Neyra. Obviamente procederemos às necessárias verificações, como solicitou Detergentes Presidente. Segue-se na ordem do dia o relatório (A5-0105/2003) do deputado Nobilia, em nome da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor, sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos detergentes (COM(2002) 485 C5-0404/ /0216(COD)) Liikanen, Comissão. (EN) Senhora Presidente, antes de mais, gostaria de agradecer à Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor, à Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia e, em particular, aos respectivos relatores, os senhores deputados Nobilia e Purvis, o seu trabalho aberto e construtivo sobre esta proposta. A natureza e número das alterações propostas revelam bem o tipo de reflexão e de esforço que foi preciso empregar na análise da proposta da Comissão. A este respeito, estou certo de que a audição pública organizada em Fevereiro em que tive o prazer de participar foi uma útil introdução aos elementos altamente técnicos contidos na proposta. Os objectivos da proposta da Comissão podem ser enunciados de forma bastante sucinta. Encontram-se, na verdade, sintetizados no relatório Nobilia. São os seguintes: primeiro, introduzir testes de biodegradabilidade mais rigorosos para os tensioactivos contidos nos detergentes; segundo, alargar o âmbito de aplicação, de forma a incluir os quatro tipos de tensioactivos, em vez de abranger apenas dois tipos, como acontece actualmente; e terceiro, introduzir requisitos de rotulagem em benefício do consumidor e do ambiente. 1 Pedido de levantamento da imunidade parlamentar Entrega de documentos Composição das delegações interparlamentares Comunicação de posições comuns do Conselho: ver Acta. As primeiras duas medidas aumentarão significativamente a protecção do meio aquático, no que respeita à toxicidade, e a terceira será igualmente benéfica para a saúde dos consumidores, no que toca às alergias. Para além disso, a proposta reúne toda a legislação da UE relativa aos detergentes num único texto, tornando-a mais fácil de utilizar, o que constitui um esforço considerável de simplificação da legislação da UE. Para além de apresentar o conteúdo da proposta, gostaria também de dizer algumas palavras sobre o contexto legislativo mais geral. Pretendo assim explicar por que razão certos elementos foram deixados fora do âmbito da proposta. Em primeiro lugar, esta proposta complementa, embora não substitua, a legislação horizontal sobre produtos químicos, em especial, as directivas relativas a substâncias e preparações perigosas. Na verdade, os detergentes não são perigosos na acepção da Directiva relativa às preparações perigosas. Torna-se necessário complementar a legislação horizontal genérica, não porque os detergentes sejam especialmente perigosos, mas porque são libertados no meio aquático em grandes quantidades. A legislação também se justifica no caso de uma preparação química de baixa perigosidade se esta puder acarretar um risco para o ambiente através da sua libertação em quantidades suficientemente elevadas. É preciso que disponhamos de regulamentação sobre detergentes, a fim de colmatar esta lacuna específica neste sector na legislação horizontal. É, por isso, necessário que a legalização relativa aos detergentes abranja aspectos específicos, sobretudo, a biodegradação dos tensioactivos. É, pois, crucial ver esta proposta não como uma posição final sobre os detergentes, mas como um instrumento que permita inserir os detergentes na área harmonizada do mercado interno e como um instrumento que nos permita fazer face às responsabilidades que lhes estão associadas. Esta proposta proporciona-nos um enquadramento para abordarmos questões relacionadas com os detergentes, onde e quando necessário. Fornece-nos igualmente um instrumento para manter a legislação actualizada à luz dos progressos técnicos e de um maior entendimento do ambiente e das preocupações que este suscita. As questões relacionadas com os detergentes, que não sejam abordadas na presente proposta, serão, no entanto, tidas em conta na legalização horizontal; por exemplo, no último período de sessões analisámos o relatório do senhor deputado Lannoye sobre o Nonilfenol e o próximo debate de hoje incidirá sobre o relatório da senhora deputada Schörling sobre substâncias e preparações perigosas (CMR). Outra das importantes características da proposta prende-se com as derrogações para os tensioactivos que

2 6 10/04/2003 foram aprovados em antigos testes de biodegradabilidade, mas que não o foram nos novos testes. Só serão concedidas derrogações a tensioactivos relativamente aos quais se possa demonstrar, por meio de uma de avaliação complementar de riscos, que não representam qualquer risco para o ambiente. Em caso algum se concederão derrogações para uma utilização em detergentes correntes para lavagem de roupa. As derrogações apenas se aplicarão a utilizações industriais, especializadas e institucionais em que as tonelagens tenham sido declaradas e tidas em conta nos estudos de avaliação do risco. A avaliação complementar do risco terá de fornecer informação suficiente para permitir uma avaliação adequada dos riscos para o ambiente. Simultaneamente, deverão ser evitados ensaios desnecessários. A este respeito, apenas será exigido um ensaio da toxicidade, caso um Estado-Membro o exija especificamente em circunstâncias em que subsistam dúvidas. Consideramse, por conseguinte, os requisitos de ensaio como o mínimo necessário para uma avaliação fidedigna, minimizando simultaneamente a quantidade de testes com animais, assim como as despesas globais com os ensaios. A Comissão considera que a proposta representa um equilíbrio equitativo e adequado entre os aspectos económicos, sociais e ambientais do desenvolvimento sustentável. Proporcionará um elevado nível de protecção do ambiente e da saúde humana, exigido pelo Tratado, e isso a custos razoáveis Nobilia (UEN), relator. (IT) Senhora Presidente, Senhor Comissário, não pretendo usar o meu tempo de palavra para apresentar no plano técnico o trabalho realizado e o seu significado, pois penso que isso é já sobejamente conhecido; isto não corresponde de modo algum a uma atitude de presunção da minha parte mas antes ao reconhecimento dos manifestos e prodigiosos esforços dos colegas da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor, que se traduziram, antes de mais, na apresentação de um grande número de alterações. Só me resta agradecer-lhes por isso, pois não há dúvida de que, independentemente do objectivo geral de introduzir as nossas próprias ideias num relatório, o objectivo final consiste em melhorar esse mesmo relatório e a sua eficácia no interesse geral e comum. De igual modo, não posso deixar de agradecer aos relatores-sombra de todos os grupos políticos pela sua sensibilidade e pela disponibilidade demonstrada na elaboração de, pelo menos, oito alterações de compromisso, por forma a abarcar conceitos, objectivos e propostas. Por conseguinte, a minha opinião pessoal é que o resultado do trabalho efectuado na Comissão do Meio Ambiente, que é neste momento submetido à apreciação desta assembleia, tem um apoio muito maior do que se podia imaginar quando a Comissão apresentou pela primeira vez a sua proposta ao Parlamento. Como já disse antes, não estou a dizer isto por imodéstia mas sim para que seja dado o devido crédito a todos os membros da comissão que trabalharam neste relatório. Evidentemente, não podemos pretender que este relatório abranja todos os aspectos inerentes à questão dos detergentes. Ainda temos de analisar e dar o nosso parecer sobre uma série de pontos. Temos de tomar uma decisão quanto à linha a seguir no que respeita aos fosfatos, por exemplo, sobre a linha seguir no que respeita à biodegradabilidade anaeróbica dos tensioactivos, ou ainda, quanto ao nível a estabelecer no que se refere à biodegradabilidade de outros componentes dos detergentes. A propósito, pareceu necessário a todas as pessoas envolvidas fixar um prazo para a Comissão dar a sua opinião sobre o resto da questão. No entanto, podemos dizer que o nosso principal objectivo ao alterar a proposta em análise foi tornar o texto e os instrumentos conexos mais práticos, mais funcionais e mais orgânicos. Seja como for, esta foi a linha de orientação que seguimos no nosso trabalho. Devo salientar que, a par de procurarmos tornar as regras propostas mais práticas, funcionais e orgânicas, não deixámos de tentar alcançar dois objectivos. O primeiro dizia respeito à utilização de uma sensibilidade prática em relação às pequenas e médias empresas, sendo um bom exemplo disso a criação da derrogação, sem esperemos por isso se prestar menos atenção à necessidade de garantir uma protecção cada vez maior do ambiente, da saúde pública e do bem-estar dos animais. O segundo objectivo, no contexto finalmente obrigatório do sistema de rotulagem, prende-se com uma maior consciencialização dos consumidores quando fazem as suas escolhas, sem de algum modo ensombrar, mas antes valorizar, o precioso trabalho das organizações de protecção aos consumidores. Dito isto, gostaria de voltar por um momento ao facto de o regulamento em análise não abranger certamente todas as questões relacionadas com detergentes, e com isto não pretendo criticar o trabalho da Comissão, mas sim chamar a atenção para dois novos aspectos característicos tanto desta como das anteriores legislações sobre detergentes. O primeiro tal como sugeri no início da minha intervenção é a ratio da questão: a Comissão optou pelo carácter gradual na implementação da legislação. O segundo, que quase justifica o primeiro, é a necessidade de recorrer a um terceiro organismo, neste caso concreto a um comité científico, para se proceder à implementação da legislação. No trabalho de alteração do regulamento em questão houve tendência para avaliar as funções confiadas a esse comité e para levar as funções consideradas políticas, e não técnicas, à análise e à votação do Parlamento. O relator e os relatores-sombra trabalharam em conjunto para conseguir este resultado. No entanto, uma vez que existem tanto aspectos técnicos como aspectos políticos e existem de facto e uma vez que é verdade que o trabalho realizado na Comissão do Meio Ambiente foi produtivo e objecto de um amplo consenso, custa-me a

3 10/04/ compreender, sem com isso pretender subestimar o direito individual que cada pessoa tem de proceder dessa maneira, por que razão alguns colegas apresentaram novas alterações em sessão plenária. No entanto, sobre esta matéria, devo dizer que concordo com as alterações 47, 52, 53 e 60 que, indiscutivelmente, contribuem com novos e importantes aspectos, que vêm complementar as medidas existentes. Devo também dizer que sou essencialmente neutro no que respeita às alterações 56 e 61, que se limitam a deslocar certos pontos no interior do próprio regulamento, mas tenho de manifestar uma forte discordância em relação às restantes alterações, não certamente para terminar por não concordar, em princípio, com o seu conteúdo nem tão pouco pelo facto de elas contradizerem em parte o consenso expresso em comissão, mas sim porque, no caso de serem aceites, não garantiriam aquilo que é, inegavelmente, o objectivo pretendido do texto que irá ser emanado, a saber, garantir uma maior protecção, iriam sim comprometer o carácter prático, funcional e orgânico a que já fiz referência anteriormente, em sintonia com a implementação gradual da legislação que se baseia na perspectiva científica Purvis (PPE-DE), relator de parecer da Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia. - (EN) Senhora Presidente, a Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia congratula-se com esta directiva. Esta adaptará e modernizará totalmente a legislação relativa aos detergentes. Constitui um progresso para produtores e consumidores, assim como para o ambiente. No entanto, na análise que fizemos da mesma, identificámos algumas lacunas que, é com prazer que o afirmo, serão colmatadas por muitas das alterações propostas ao relatório Nobilia. A proposta da Comissão não estabelece uma diferenciação entre, por um lado, um produto para lavagem de roupa produzido e comercializado em grandes quantidades por uma empresa internacional e destinado a um mercado de consumo de massa e, por outro, um produto destinado a um nicho de mercado, produzido em pequenas quantidades, frequentemente por PME, para aplicações especializadas. São exemplos destes últimos os materiais de limpeza para fábricas de laticínios, ou teatros operatórios. No caso das primeiras empresas é possível um cumprimento imediato das disposições da proposta de directiva, incluindo os procedimentos de ensaio e de derrogações e, seja como for existem numerosas alternativas. Porém, no caso dos produtos especializados, fabricados em pequena escala, a directiva poderá constituir uma barreira intransponível, que poderá vir a eliminar um produto útil, ou mesmo fundamental. Por conseguinte, congratulo-me com o facto de a Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor ter aceite no essencial as nossas propostas no sentido de esses produtores poderem invocar um procedimento de derrogação escalonado. Propusemos igualmente uma cláusula de caducidade para que o procedimento de comitologia expire automaticamente após oito anos, sendo renovado nessa altura apenas se se justificar. Isto tem por base o procedimento introduzido pela primeira vez na área dos serviços financeiros para que o Parlamento mantivesse alguma forma de controlo sobre os sistemas de comitologia que populam na União Europeia. Em nome da Comissão da Indústria, do Comércio Externo, da Investigação e da Energia, é com todo o prazer que recomendo à assembleia que apoie o relatório do senhor deputado Nobilia, salientando, no entanto, que as alterações 5, 15, 20, 33 e 40 se sobrepõem indevidamente a outra legislação pertinente, devendo, pois, ser rejeitadas. Também não podemos aceitar as alterações apresentadas à última da hora pelo Grupo Verts/ALE. Quanto ao mais, podemos apoiar convictamente o relatório Nobilia Florenz (PPE-DE). (DE) Senhora Presidente, Senhor Comissário, congratulo-me por termos hoje a oportunidade de falar sobre esta directiva, não tanto por ter uma ligação pessoal às questões relacionadas com os detergentes, mas muito simplesmente porque este relatório também demonstra que a União Europeia está em vias de abandonar a política de fim de ciclo, preferindo, cada vez mais, desenvolver produtos modernos e amigos do ambiente que são sustentáveis do ponto de vista económico e social. Isso significa que queremos motivar a indústria a orientar-se gradualmente para novos produtos e a deixar de contar, no final da cadeia, com o catalisador ou a estação de tratamento de águas residuais ou com grandes sistemas de exaustão. Em vez disso, queremos avançar, logo no início do processo, para produtos novos que sejam sustentáveis. Esta directiva representa um passo em frente no que respeita ao mercado interno, uma vez que conduzirá à harmonização de muitas regulamentações nacionais na Europa com o objectivo de se alcançarem critérios de aprovação iguais e comparáveis e, em especial, de assegurar a eliminação das distorções da concorrência também a este nível. Por isso, Senhor Comissário, muito me apraz que tenha estado presente na audição do grupo do Partido Popular Europeu e que a colaboração entre os ambientalistas e a área de competências de V. Ex.ª se tenha desenvolvido de forma extraordinariamente positiva nos últimos anos. Esta política beneficiará não apenas os consumidores, mas também o ambiente, a política da água e, sobretudo, o mercado interno, que merece o meu especial empenho. Não há dúvida de que, por exemplo, a biodegradabilidade terá de ser, progressivamente, reavaliada. O deputado Mauro Nobilia apresentou uma óptima proposta que não posso deixar de apoiar. Se me permitem uma reacção muito espontânea às alterações apresentadas pelos Verdes, penso que nem todas serão negativas, mas tendem, uma vez mais, a habilitar as grandes empresas a prestar estes serviços, pelo que as mais pequenas são inevitavelmente encostadas à parede.

4 8 10/04/2003 Este é um exemplo clássico de uma política desfavorável às pequenas empresas, já que apenas as empresas realmente grandes serão capazes de superar estes obstáculos. Como já referiu o deputado Purvis, corre-se o perigo de este tipo de legislação fazer exactamente aquilo que não podemos, de forma alguma, fazer, que é encurralar aqueles que, na realidade, queremos incentivar a aproveitar os nichos de mercado e que devemos, por isso, proteger. Exige-se, pois, alguma tolerância. Naturalmente, não nos ficaremos apenas pelos detergentes, tanto mais que também já declarámos guerra aos fosfatos. Todos os fabricantes deveriam saber que o fim está cada vez mais próximo, não será de um dia para o outro, mas dentro de um prazo justo que permita às empresas adaptarem-se. Esta é a estratégia vital e absolutamente fundamental que temos de prosseguir. A lição que tive de aprender é que nenhum de nós, com assento nesta Assembleia, deverá ensoberbecer-se. Enquanto legislador ou co-legislador não estou propriamente habilitado a prescrever a partir de que limite os rótulos dos detergentes deverão indicar a presença de fragrâncias. Alguns sugerem que seja a partir dos 50 miligramas, enquanto outros propõem um limite de 500 miligramas. O deputado Nobilia tomou a única decisão sensata quando disse que esta questão será entregue aos especialistas. Se estes conseguirem chegar a uma decisão, então a directiva comunitária apontará na direcção certa. O que me assusta é que, de acordo com estudos efectuados, os maiores perigos associados aos detergentes prendem-se basicamente com a nossa manifesta incapacidade de os usar na dosagem correcta. As pessoas em causa nas quais eu me incluo parecem pensar que devem colocar sempre a mesma quantidade de detergente na máquina de lavar, com o resultado de, no caso de as quantidades de roupa a lavar variarem ou terem menos peso, a quantidade de detergente usado ser excessiva. Neste aspecto, todos nós temos de alterar o nosso comportamento. Devo admitir que não foram assim tantas as vezes que enchi uma máquina de lavar roupa. Estou disposto a aprender como fazê-lo e quero motivar a minha mulher a ensinar-me. Significa, portanto, que todos nós estamos envolvidos, não apenas o legislador, não apenas a indústria, mas também os cidadãos. Quando compreendermos isto, estaremos no bom caminho Sacconi (PSE). (IT) Senhora Presidente, gostaria, uma vez mais, de manifestar o meu total apoio à proposta da Comissão, que reúne neste regulamento as cinco directivas actualmente existentes no que respeita à biodegradabilidade dos tensioactivos, bem como o meu apreço pelo trabalho realizado pelo relator, que contribuiu para tornar mais orgânica esta proposta, garantindo uma relação muito construtiva com os outros grupos, o que nos permite levar à votação desta assembleia um produto final que reúne um amplo consenso. Os aspectos-chave deste regulamento são a saúde, a segurança dos consumidores e a protecção e o respeito do ambiente. As alterações que voltaram a ser apresentadas em nome do meu grupo são precisamente as que visam garantir melhor esses objectivos, bem como os objectivos que se baseiam nos três princípios que constituem a base dos trabalhos da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor: o princípio da precaução, o princípio poluidor-pagador e o princípio da substituição. O facto de o campo de aplicação do regulamento ter sido limitado unicamente à biodegradabilidade dos tensioactivos contidos nos detergentes não limita a aplicação desses princípios. Na verdade, considero que a biodegradação anaeróbica, a biodegradação dos principais ingredientes orgânicos não tensioactivos e a biodegradação dos fosfatos devem ser objecto de um regulamento específico, por constituírem matéria complementar à regulamentação dos detergentes. Além disso, concordo com o princípio com base no qual o recurso à legislação sobre os diferentes produtos deve ser previsto, a fim de impor requisitos mais rigorosos em matéria de segurança, de utilização e de protecção do ambiente, relativamente aquilo que já está previsto na legislação horizontal. É por este motivo que todos em conjunto pedimos à Comissão que apresente uma nova proposta legislativa, destinada a proibir gradualmente essas substâncias, ou a limitar as suas aplicações específicas, num prazo de três anos a partir da entrada em vigor do presente regulamento. Por último, considero que, para este tipo de produtos de uso diário, se torna apropriado providenciar um sistema de etiquetagem único, que permita ao consumidor reconhecer, e ao produtor promover, produtos que sejam menos prejudiciais para o ambiente Davies (ELDR). - (EN) Senhora Presidente, estou certo de que é com satisfação que todos os deputados ao Parlamento Europeu contribuem para a consecução do objectivo do senhor Comissário: a redução do volume de legislação nos nossos Jornais Oficiais, no caso vertente, reduzindo cerca de cinco ou seis directivas a apenas uma. Os deputados desta assembleia têm sido criticados pelo Secretariado Europeu do Ambiente por não serem suficientemente ambiciosos em especial, por não insistirem numa eliminação gradual dos fosfatos em toda a União Europeia. Tem-se afirmado que vendemos a alma aos produtores de detergentes. Consoante o observador, uma banheira de água quente pode estar meia cheia ou meia vazia; Vejo as alterações propostas pelo relator, com o apoio de todos os quadrantes partidários, mais na perspectiva de uma banheira cheia. Estas alterações representam um passo em frente considerável, reforçando os requisitos para a utilização de detergentes especializados, melhorando as propostas em matéria de rotulagem de potenciais alergénios, garantindo que se atente no desenvolvimento de testes

5 10/04/ que não recorram a animais e estabelecendo a base para que se venha a propor a eliminação dos fosfatos, tendo totalmente em conta os dados científicos disponíveis. Estas propostas são realistas e prudentemente ambiciosas e melhoram, a meu ver, a proposta da Comissão. No entanto, estou absolutamente ciente da necessidade de assegurar a garantia de um apoio de todos os quadrantes políticos, caso queiramos que os poderes deste Parlamento tenham qualquer peso em matéria de melhoria da legislação ambiental. Podemos, por vezes, fazer gestos magnânimos em primeira leitura, garantindo alterações importantes no sentido de reformas radicais, que depois de nada servem, se não conseguimos um acordo em segunda leitura, se não conseguimos obter a maioria qualificada necessária. Para realizarmos progressos precisamos de ter em conta, quer as nossas ambições em matéria de ambiente, quer as preocupações legítimas da indústria. No dia seguinte ao da votação favorável ao alargamento da União Europeia, estou absolutamente consciente de que esse equilíbrio será ainda mais difícil com o passar do tempo. Corremos o sério risco de termos de avançar ao ritmo extremamente lento do país mais lento, a menos que consigamos manter unida esta assembleia em todas as ocasiões. A minha principal preocupação, neste momento, é o facto de haver um número crescente de Estados- Membros que, pura e simplesmente, não cumprem sequer a legislação que já consta dos Jornais Oficiais. Actualmente, no Reino Unido há nove directivas relativas ao ambiente que já deveriam ter sido transpostas deste que o senhor Comissário tomou posse; porém, nenhuma delas foi ainda passada à prática. Os ministros vão aos Conselhos de Ministros assinar os respectivos nomes em documentos acordados após codecisão e, depois, muito simplesmente, não cumprem a palavra dada, desrespeitando o sistema e violando o espírito das regras. Por conseguinte, o problema não está em saber se a banheira de água quente está meio cheia ou meio vazia, mas sim no facto de demasiados Estados-Membros nem sequer abrirem a torneira da banheira. Esta deveria ser a nossa primeira preocupação, não só do Secretariado Europeu do Ambiente, mas também daqueles que, nesta assembleia e na Comissão, se preocupam em promover em conjunto a melhoria do ambiente da Europa De Roo (Verts/ALE). (NL) Senhora Presidente, gostaria de exprimir a minha gratidão ao Senhor Comissário. É muito positivo que a legislação seja simplificada, passando de cinco diplomas para apenas um. Mas o Senhor Comissário disse também que isso é bom para o mercado interno. Infelizmente, isso não é assim, visto que o mercado interno tem de lidar com coisas muito diferentes. A Alemanha, a Itália e um conjunto de outros países proibiram a utilização de fosfatos nos detergentes. Noutros países, como no meu, vigora uma proibição não vinculativa. Noutros ainda, nomeadamente nos países escandinavos, os fosfatos são removidos finalmente no sistema de tratamento de águas residuais. Na Europa do Sul, e também na Europa Oriental, infelizmente, os fosfatos são autorizados. Por conseguinte, não se pode dizer que isso seja bom para o mercado interno. No entanto, todos os grupos chegaram a um compromisso sobre oito pontos, e este é um deles. Estou muito contente por isso. Dizemos à Comissão que terá de voltar a olhar muito bem para as provas científicas que demonstram que os fosfatos causam realmente um problema, e não só nos detergentes tradicionais. Afinal de contas, existem alternativas suficientes para essas substâncias. Este era o grande problema de há trinta anos atrás, nomeadamente que os detergentes continham fosfatos em excesso, o que dava origem a espuma e ao crescimento de algas verdes. Esse problema foi ultrapassado. Actualmente, dispomos contudo de pequenos blocos concentrados para a máquina de lavar louça, que não existiam há trinta anos, e que contêm ainda muitos fosfatos, inclusive nos países que os proibiram. Esse o motivo porque aderi ao compromisso. Volte a olhar bem para a questão e conceda três anos à indústria para que apresente alternativas. Isso é perfeitamente viável. Se isso se revelou possível no caso dos detergentes correntes, o mesmo deverá acontecer no caso dos blocos para a máquina de lavar louça. Há ainda outro problema. É absolutamente ridículo que substâncias perigosas, substâncias cancerígenas, sejam autorizadas nos detergentes! Alegra-me o facto de, em breve, a maioria deste Parlamento ir muito possivelmente pronunciar-se a favor de que estas substâncias deixem de ser autorizados em produtos de consumo diário, que todos usam. Claro está que, desse modo, estaremos a antecipar-nos à legislação em matéria de produtos químicos que ainda está para vir, mas não temos culpa que a Comissão tenha esperado tanto tempo para a apresentar. Com efeito, ainda não a temos, e todo este Parlamento, todos os grupos políticos, esperam que a Comissão apresente realmente essa nova legislação antes do Verão. Por último, a questão das fragrâncias. As substâncias que provocam alergias - não a toda a gente, mas a certas pessoas que não conseguem tolerá-las - não podem simplesmente estar presentes nos detergentes. É certo que não foi isso que decidimos. Aquilo que decidimos foi que os fabricantes de detergentes têm de indicar muito claramente a presença dessas substâncias. Isso permite que as pessoas optem por utilizá-las, ou não, e provavelmente conduzirá, para todos os efeitos, a que os grandes fabricantes de detergentes deixem de as utilizar Blokland (EDD). (NL) Senhora Presidente, o relator, o senhor deputado Nobilia, demonstrou uma vez mais que pode haver aspectos técnicos complicados associados a algo tão banal como os detergentes. Em suma, aprovo a linha traçada pelo relator. Se quisermos avaliar os detergentes, tendo em vista a sua comercialização e utilização, teremos de considerar sobretudo os seus efeitos ao nível do ambiente e da saúde pública.

6 10 10/04/2003 Uma derrogação das restrições ao comércio e utilização pode ser concedida no caso de se tratar de aplicações necessárias, para as quais não existam alternativas mais seguras. Com esta disposição, temos contudo de assegurar que o volume de vendas e utilização em todo o território da União Europeia se mantenha a um nível tão baixo que não possa constituir uma ameaça para o ambiente e a saúde. Outro ponto importante prende-se com os fosfatos. Em alguns Estados-Membros, os fosfatos já foram proibidos. Penso que, neste momento, uma proibição a nível da UE é ainda bastante prematura, mas que terá de ser considerada seriamente. No caso de haver outros aspectos para os quais os Estados-Membros tenham estabelecido legislação mais estrita, estes Estados- Membros não deveriam ser obrigados a alterar a sua legislação. Por último, quero manifestar a minha aprovação ao relator no que diz respeito à rotulagem. Para os leigos, essa rotulagem é, de facto, muitas vezes incompreensível e confusa. A aplicação de textos simples nas embalagens dos produtos, que foram aprovados na sequência de uma avaliação rigorosa, deverá ser suficiente. Se o consumidor curioso pretender saber mais, deverá simplesmente consultar o fabricante por via do respectivo sítio na Internet ou por telefone Grossetête (PPE-DE). (FR) Senhor Comissário, esta proposta de regulamento, que se destina a simplificar a legislação existente, insere-se totalmente no âmbito do desenvolvimento sustentável, muito simplesmente porque se trata de uma questão de ambiente, uma questão que poderá estar também relacionada com a saúde pública e com a política do consumidor. Para além disso, mostra claramente as relações entre estas três competências ou domínios. Trata-se ainda, no entanto, de uma questão relacionada com o mercado interno, e como o senhor deputado Karl-Heinz Florenz claramente descreveu continuam bem patentes todas as consequências económicas deste tipo de decisão. Por conseguinte, trata-se de um problema ambiental, uma vez que convém exercer pressão sobre os diversos actores para reduzir significativamente a utilização dos detergentes, que, quando é excessiva, tem consequências nefastas na água. Trata-se também de uma questão de saúde pública. Estaremos nós, efectivamente, a medir as consequências para saúde humana da poluição da água causada pelas descargas das águas de limpeza contendo detergentes? Todos pretendemos reduzir significativamente as quantidades usadas e a toxicidade dos diversos ingredientes dos detergentes. No entanto, é preciso que fixemos objectivos nesta área que sejam ambiciosos, mas viáveis. E aqui tocamos também em aspectos da política do consumidor, pois cabe aos consumidores, ou seja cada um de nós, racionalizar o uso de detergentes. Isso passa, nomeadamente, por gestos simples de redução das quantidades usadas e por uma utilização mais eficaz dos produtos. Para isso, o consumidor deve ter acesso a uma melhor informação sobre as instruções de utilização e as condições de utilização, bem como tomar verdadeiramente consciência da importante responsabilidade que lhe cabe neste domínio. Foram já realizados esforços a este nível pelas empresas do sector, através de códigos de boas práticas ou da organização de campanhas de informação e sensibilização do público. Estas acções, no entanto, são ainda indubitavelmente insuficientes face às questões ambientais que aqui estão em causa e aos actuais resultados. Essa a razão por que apoio o relator, o senhor deputado Nobilia, neste domínio, uma vez que vai mais longe do que a Comissão. Embora estando evidentemente cientes da necessidade de respeitar o segredo industrial abordamos por vezes assuntos que podem ser melindrosos, gostaríamos de solicitar mais informações. Gostaríamos que fosse enviada toda a informação possível, de imediato, ao pessoal médico, que pode ficar obrigado a responder e a tomar decisões nesta área. Evidentemente que gostaria de salientar que o pessoal médico também está vinculado a um segredo profissional. É essencial que se prossiga a investigação neste sector, a fim de encontrar substâncias que sejam igualmente eficazes em matéria de higiene, mas menos nefastas para o ambiente. É preciso que encontremos produtos que sejam mais biodegradáveis. Mais especificamente no que respeita à questão dos testes com animais já nos manifestámos suficientemente a este respeito nesta assembleia, entre outras ocasiões, aquando da decisão sobre a questão dos cosméticos, é conveniente que fomentemos a utilização, sempre que possível, de métodos de análise in vitro e de outros métodos alternativos. As várias acções a desenvolver devem, evidentemente, ser levadas a cabo no pleno respeito pela legislação europeia, incluindo a legislação que estamos a elaborar no campo dos produtos químicos, a fim de que possamos adoptar políticas coerentes Bowe (PSE). - (EN) Senhora Presidente, congratulo-me com esta proposta. Já é tempo de fazermos alguma coisa quanto aos detergentes, face à existência de um problema grave relacionado com a sua utilização e com o seu impacto na qualidade da água em toda a Europa. Vemos, nos nossos sistemas hidrológicos, nos nossos grandes rios e mesmo nos nossos mares, os efeitos destas substâncias, sugadas para o ambiente, todos os dias. Por isso, congratulo-me com estas propostas que estendem os ensaios de biodegradabilidade, tornando a regulamentação sobre biodegradabilidade, em geral, mais rigorosa e exigindo uma rotulagem e uma informação mais claras. Todos estes aspectos são positivos, uma vez que simplificam e clarificam os procedimentos administrativos constantes da proposta. Na verdade o relator e os relatores-sombra trabalharam em conjunto para nos apresentarem um pacote que merece o apoio desta assembleia.

7 10/04/ No entanto, gostaria de fazer uma pergunta. Será que foi feito o suficiente, em especial, no que se refere à questão dos fosfatos? Os fosfatos são o cerne da questão nesta proposta. São os fosfatos que despoletam e, frequentemente, são a causa da eutrofização em diversas bacias hidrográficas de toda a União Europeia. Sabemos que os detergentes são uma das principais fontes de fosfatos. Eliminar os fosfatos dos detergentes permitiria provavelmente reduzir o teor de fosfatos nos nossos rios, lagos e oceanos, de molde a que pudéssemos deixar de nos preocupar como o problema da eutrofização. Esta proposta não aborda totalmente esta questão. No futuro, teremos de a rever. Não podemos permitir que esta situação se mantenha por muito tempo. Se o fizermos, veremos que, como consequência do desenvolvimento na Europa Central e Oriental, se arrastará o problema da eutrofização causada por fosfatos nos rios de toda a União. Se há um problema que fica pendente com esta proposta, tal como ela se apresenta actualmente, é o facto de não termos feito o suficiente no que respeita aos fosfatos. Temos de actuar nesta matéria Schörling (Verts/ALE). (SV) Senhora Presidente, foi uma aventura e tanto elaborar este relatório. Tal como os meus colegas, estou evidentemente muito satisfeita por obtermos uma directiva que reforça as regras relativas aos detergentes, pois é algo de que francamente precisamos. No entanto, poder-se-á questionar, como o fez o orador precedente, se será suficiente. A meu ver, seria desejável que saísse daqui uma declaração mais firme do que a acabou por emergir. É sobretudo no que se refere a dois aspectos que penso que as alterações apresentadas podem ser de grande utilidade: rotulagem ecológica, abrangida pela alteração 48; e o valor-limite para as substâncias biodegradáveis, abrangido pela alteração 55. A exigência de biodegradabilidade constitui inequivocamente uma parte importante desta legislação, mas a exigência deveria ser a de que isso fosse consagrado num artigo em vez de relevado para um anexo. Seria também adequado que assim fosse à luz do procedimento de co-decisão e da influência do Parlamento Europeu sobre a legislação. A proposta da Comissão refere que se um tensioactivo for aprovado num ensaio de biodegradabilidade final, não será necessário outro ensaio antes da colocação no mercado dessa substância. Não me parece que isso seja suficiente. O facto de um detergente ter sido aprovado num ensaio de biodegradabilidade não exclui que tenha gerado outros metabolitos difíceis de identificar e que podem causar graves problema no ambiente. Estudos realizados na Suécia mostraram que os detergentes contêm cada vez mais produtos químicos e outros ingredientes, em quantidades nunca antes registadas. Não basta portanto analisar a biodegradabilidade. Passo agora a alguns comentários sobre a rotulagem, algo que sempre advoguei. Os consumidores devem poder escolher. As opções ambientais bem fundamentadas, defendidas corajosamente pela Associação Sueca para a Protecção do Ambiente, levaram a que, penso, disponhamos hoje dos detergentes mais seguros entre os comercializados em todo o mundo. Foram os consumidores que, através das suas escolhas, deram força a esta evolução. Por conseguinte, voto a favor da alteração Bernié (EDD). (FR) Senhora Presidente, gostaria de felicitar o relator pela elevada qualidade do seu trabalho e pela sua determinação em reintroduzir no texto do regulamento o artigo 174º do Tratado sobre política ambiental. Qualquer regulamento, em especial neste domínio, não deverá limitar-se a assegurar a livrecirculação dos detergentes no mercado interno. Numa palavra, o artigo 95º do Tratado não deverá ter primazia sobre uma utilização prudente e racional dos recursos naturais. Isso equivaleria a perder totalmente a noção da realidade. O novo regulamento traz muitas vantagens. Referirei apenas duas. A melhoria da rotulagem, garantindo ao consumidor a informação mais precisa possível, graças a rótulos claros e legíveis. A restrição do uso de substâncias e preparações perigosas conhecidas como tensioactivos, que são prejudiciais ao ambiente, por serem muito pouco biodegradáveis, e que são perigosas em termos de pública para os que manuseiam esses detergentes diariamente. Penso, em particular, nas substâncias cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas, cuja nocividade é reconhecida. Este relatório levanta também a questão da proibição dos testes com animais. A minha opinião a este respeito permanece inalterada. Sou favorável à proibição dos testes em animais, desde que, evidentemente, existam alternativas fiáveis disponíveis, em especial, no que se refere aos metabolitos. É preciso que evitemos repetir o erro, efectuado aquando da revisão da directiva relativa aos cosméticos, que proíbe esses testes sem garantir a existência de métodos alternativos fiáveis. No que se refere às derrogações, só os Estados-Membros podem controlar as autorizações de comercialização. A este respeito, aprovo a abordagem do relator. Temos também de assegurar que não prejudicaremos as pequenas e médias empresas (PME) num mercado de detergentes dominado por quatro ou cinco pesos pesados, para os quais este novo regulamento não acarretará problemas de maior. Em contrapartida, as PME que produzem pequenas quantidades de detergentes especializados, conhecidos por produtos do sector industrial e comercial, operam num nicho de mercado. Será extremamente difícil para estas empresas cumprir estas normas Marques (PPE-DE). - Senhora Presidente, Senhor Comissário, colegas, apreciamos uma proposta de regulamento da Comissão visando a revisão e actualização da legislação relativa aos detergentes, dando seguimento a uma tendência que se tem vindo a verificar desde 1973 e que tem como objectivo

8 12 10/04/2003 contribuir para a livre circulação dos produtos detergentes no mercado interno. Felicito o colega Nobilia pelo relatório que nos apresenta, ao qual dou o meu apoio. Tal como o colega Parvis, relator de parecer da Comissão da Indústria, que aproveito para felicitar, considero que o regulamento representa um progresso para os produtores e consumidores de detergentes. Permitam-me, no entanto, que teça alguns comentários sobre duas questões que considero de grande importância e em relação às quais apresentei propostas de alteração na Comissão da Indústria. Em primeiro lugar, congratulo-me por ter ficado no preâmbulo do regulamento expressamente reconhecida a necessidade de se proceder a uma avaliação das questões relativas à biodegradibilidade dos detergentes e ao teor de fosfatos e estabelecido o dever da Comissão de dar a conhecer ao Parlamento e ao Conselho, no prazo de três anos, o resultado dessa avaliação. Estar-se-á assim em condições de avaliar a necessidade futura de regulamentação nesta matéria. A segunda questão, que, infelizmente, não foi aprovada em comissão, tem que ver com a obrigação dos fabricantes de colocarem à disposição de qualquer profissional de saúde uma ficha de informação sobre os conteúdos dos detergentes. Nesta matéria, considero fundamental prever a possibilidade de os Estados-Membros poderem, por um lado, designar o órgão ou órgãos responsáveis pela recepção das referidas informações e, por outro, tomarem as medidas necessárias para assegurar que os ditos órgãos e os profissionais de saúde encarregados de receber essas informações forneçam todas as garantias necessárias de confidencialidade. Estas informações só devem poder ser utilizadas perante a necessidade médica de tomar acções preventivas e curativas, em particular em casos de emergência, cabendo aos Estados-Membros assegurar que as mesmas não sejam utilizadas para outros fins. As informações respeitantes a preparações são muito sensíveis e só devem ser comunicadas a órgãos ou a profissionais de saúde vinculados ao sigilo profissional. Além disso, devem ser exclusivamente usadas para fins de tratamento de doentes PTLund (PSE). (DA) Senhora Presidente, também eu considero que se trata de uma excelente proposta. Importa garantir a livre circulação dos detergentes, mas considero ainda mais importante que os detergentes, que hoje colocamos no mercado não sejam prejudiciais, nem para o ambiente, nem para a saúde pública, e que enquanto consumidores possamos conhecer, em qualquer momento, as características dos produtos diários que adquirimos. Posso apoiar as propostas relativas à proibição da utilização de substâncias cancerígenas e de outras substâncias tóxicas nos detergentes e posso também apoiar a proposta complementar no sentido de a proibição dever abranger também os produtos químicos pouco biodegradáveis e os produtos químicos desreguladores endócrinos Concordo com o relator no sentido que os Estados- Membros, que introduziram regras restritivas aplicáveis à utilização de fosfatos nos detergentes, devem poder manter estas regras e considero importante que a questão dos fosfatos seja agora analisada no plano da UE. No que diz respeito à rotulagem, é naturalmente importante que, enquanto consumidores, possamos obter informações acerca das características das substâncias que integram os detergentes, devendo também compreender as substâncias susceptíveis de causar alergias. No que diz respeito ao sistema comunitário de atribuição de rótulo ecológico, gostaria de referir que as substâncias em causa se encontram abrangidas pelo citado regime, embora nem todos os fabricantes considerem relevante a participação no mesmo. Utilizam, na generalidade, as suas próprias marcas e, por esse motivo, irei apoiar a alteração 48 que visa, justamente, que quando forem utilizados outros rótulos ecológico deve constar dos mesmos de que forma se distinguem do rótulo ecológico oficial CE. Para concluir, gostaria de referir, relativamente às experiências com animais, que posso apoiar integralmente as alterações que visam restringir essas experiências. Devemos procurar, na medida do possível, encontrar métodos alternativos e devemos, naturalmente, utilizar esses métodos e, para concluir, penso ainda que devemos exercer pressão sobre a indústria e sobre os fabricantes para que desenvolvam métodos alternativos nos casos em que estes ainda não existem, de forma a evitar o maior número possível de experiências com animais Breyer (Verts/ALE). (DE) Senhora Presidente, também eu considero a proposta decepcionante. Com efeito, já é tempo de acabar com as substâncias cancerígenas. A eliminação dos fosfatos é, de facto, uma necessidade e é lamentável que não tenhamos ainda conseguido concretizá-la. Além disso, no que se refere à eliminação progressiva, o regulamento fica bastante aquém de outras regulamentações como, por exemplo, as Directivas-Quadro da Água. A rotulagem é apenas um primeiro passo. Embora a prioridade máxima deva naturalmente ser dada à liberdade de escolha, a minha crítica é que, neste debate, se tem dado demasiado pouca atenção ao estudo da relação de causalidade entre o desenvolvimento de reacções alérgicas, a sensibilidade a produtos químicos e a exposição a substâncias químicas. Este regulamento concentra-se demasiado no impacto dos detergentes na água e preocupa-se pouco ou praticamente nada com a avaliação dos efeitos da exposição dos consumidores e dos trabalhadores durante o processo de fabrico. Permita-me que conclua a minha intervenção transmitindo-lhe um pedido, Senhor Comissário. Atrasámo-nos na apresentação de uma alteração, mas peço-lhe que, ainda assim, a considere. Sabemos que

9 10/04/ algumas empresas já adicionam ingredientes amargos aos detergentes líquidos, a fim de prevenir que as crianças os bebam acidentalmente. Continua a ser demasiado elevado o número de mortes de crianças que ocorrem na sequência da ingestão de detergentes e produtos de limpeza líquidos. Peço-lhe que considere este aspecto, mesmo na ausência de uma alteração nesse sentido, e que estude a possibilidade de solicitar às empresas que adicionem ingredientes amargos aos detergentes para reduzir o número de mortes de crianças Korhola (PPE-DE). (FI) Senhora Presidente, este relatório é um exemplo perfeito da cooperação que se estende para além das fronteiras dos partidos políticos, e agradeço ao meu colega Mauro Nobilia. Eu própria tive o prazer de seguir a linha adoptada pelo relator sombra do meu grupo, o meu colega Karl-Heinz Florenz. Este, um homem que admitiu ter utilizado apenas duas vezes na vida uma máquina de lavar, fez um bom trabalho Um trabalho bastante bom, um relatório equilibrado que está a ganhar forma. Talvez isto soe desnecessariamente solene, tendo em conta que estamos a falar de detergentes, mas quando pensamos nos efeitos sobre o ambiente, trata-se de um assunto da máxima importância. Estamos agora a fazer progressos técnicos razoáveis, para que o uso dos detergentes tenha o menor impacto possível sobre o ambiente. No entanto, foi dada menor atenção ao papel do utilizador dos detergentes. Considero que o comportamento dos consumidores será, de futuro, um factor da maior importância para o impacto dos detergentes no ambiente. Não basta escolher um pacote com rótulo ecológico nas prateleiras: É preciso que as pessoas possam usar o produto de forma correcta. No entanto, isso não é tão fácil como parece. Em primeiro lugar, a dosagem a utilizar depende da dureza da água. Esta pode diferir muito entre as águas mais e menos duras. Evidentemente, seria muito frustrante ter de produzir uma quantidade imensa de pacotes diferentes, de acordo com a dureza da água. Também a quantidade de roupa e a sujidade afectam a dosagem. A este respeito, o conteúdo do anexo VIII, embora melhorado pela alteração da comissão, é ainda muito vago. As médias não são uma solução adequada, quando a utilização da quantidade correcta é crucial do ponto de vista do consumidor e do ambiente. Outro factor que torna o problema da dosagem correcta ainda mais difícil é o florescente mercado dos concentrados. É mais difícil tomar decisões sobre as dosagens dos concentrados quando estamos habituados a quantidades maiores. No entanto, seria muito vantajoso para o ambiente e o consumidor que se usassem concentrados: haveria menos embalagens e poupar-seiam somas consideráveis nos custos de transporte. Por esta razão, deveremos efectivamente apoiar a mudança para os concentrados, porém apenas se os consumidores souberem usá-los correctamente. Embora a directiva relativa à informação aos consumidores esteja ainda em fase de elaboração, penso que os produtores de detergentes poderiam, voluntariamente, contribuir para aumentar a sensibilização dos consumidores e, assim, reduzir também o impacto no ambiente. As autoridades nacionais responsáveis pela política do consumidor poderiam também levar a cabo campanhas de informação para os utilizadores de detergentes. Espero que isso aconteça. Não podem, literalmente, lavar daí as suas mãos Corbey (PSE). (NL) Senhora Presidente, os produtos de limpeza são necessários, mas representam também uma fonte de poluição. As coisas podem ser mais limpas, e temos hoje de mostrar vontade política nesse sentido. Antes de mais, quero expressar a minha gratidão ao colega Nobilia e aos relatores-sombra, que realizaram um bom trabalho ao melhorarem a proposta da Comissão. Porém, no que diz respeito aos fosfatos, temos ainda muito trabalho pela frente. Há três considerações que gostaria de tecer. Em primeiro lugar, temos de zelar por uma investigação adequada que permita colmatar a lacuna em termos de conhecimento. Os testes de toxicidade são desejáveis e não podem ser dispensados. As alterações apresentadas nesse sentido enquadram-se na política que visa eliminar a escassez de conhecimento científico sobre substâncias químicas. Em segundo lugar, os critérios têm de ser claros. Um nível de 60% de biodegradação não é suficiente por si só. O que importa, naturalmente, é o conteúdo do remanescente. Esse remanescente não pode conter substâncias muito persistentes ou desestabilizadores hormonais. A alteração 49 do Grupo PSE é muito clara a esse respeito. Em terceiro lugar, tem de ficar claro que as derrogações são autorizadas apenas sob condições estritas. Claro está que tem de se tratar aí de utilização para fins industriais e o volume total de vendas não pode constituir uma ameaça para o ambiente ou para a saúde pública. Os benefícios ambientais têm igualmente de ser demonstrados. As derrogações só podem ser permitidas no caso de beneficiarem o ambiente e também, naturalmente, a saúde pública. Tem ainda de haver clareza quanto ao facto de critérios de natureza económica não poderem em circunstância entrar em jogo. Por esse motivo, o texto da alteração 47 é muito mais explícito do que os restantes textos. Por último, é necessário que haja informação clara, honesta e transparente - não etiquetas verdes enganosas, mas sim informação honesta. Os produtores têm de aderir tanto quanto possível ao certificado europeu de conformidade ambiental. Este certificado tem de constituir o ponto de referência em todas em circunstâncias. Essa é a única forma de criar clareza para o consumidor

10 14 10/04/2003 Bowis (PPE-DE). - (EN) Senhora Presidente, quando aqui chegámos de manhã havia um distinto cheiro a charuto nesta assembleia. Por momentos pensei que se tratasse da demonstração de algum novo ingrediente, presente nos detergentes usados para fazer a limpeza à sala durante a noite. Mas suspeito que tenha mais a ver com o respeito pela directiva do Parlamento relativa ao ar puro, como alternativa ao cumprimento da directiva do Parlamento relativa ao quente, que tantas vezes marca os nossos debates. No entanto, são os detergentes que estamos a debater esta manhã e devemos lembrar-nos, como o senhor deputado Florenz no-lo recordou, de que forma é constituído este sector da indústria. Em especial, na área especializada na área não doméstica, cerca de dois terços do sector é constituído por pequenas empresas que empregam aproximadamente pessoas em toda a União Europeia. Por isso, há todos os motivos para felicitarmos o senhor deputado Nobilia, o nosso relator, pela perícia com que conseguiu encontrar um equilíbrio entre as preocupações ambientais, a escolha e informação dos consumidores e os interesses da indústria, de forma a chegar a uma proposta com a qual todos possamos concordar hoje. Felicito o relator pela habilidade com que negociou as oito alterações de compromisso aprovadas em comissão. Estas abrangem um certo número de áreas, incluindo as avaliações complementares de risco relativas aos tensioactivos que não sejam aprovados no ensaio final de biodegradabilidade, para que uma abordagem escalonada possa ter em conta a exposição ao risco. Também tem toda a razão em reforçar a redacção do texto da Comissão no que se refere ao acesso às listagens exaustivas de todos os ingredientes pelo pessoal médico, assegurando não só o acesso aos profissionais de saúde, como também a confidencialidade dos dados. É pertinente que favoreça o acesso dos consumidores à informação, assegurando que estejam imediatamente disponíveis para os consumidores as listas completas das substâncias adicionadas aos detergentes. Há ainda que registar o compromisso relativo aos fosfatos. Incorporo um certo número das nossas alterações, incluindo a da minha autoria. Estou certo de que o relator tinha razão ao aconselhar-nos a solicitar à Comissão que analise os argumentos e regresse aqui com uma proposta no prazo de três anos. Os argumentos aduzidos merecem uma análise ponderada, mas temos também de estar cientes dos benefícios dos fosfatos. Sabemos pelos nossos colegas escandinavos que, desde que haja um bom tratamento das águas e das águas residuais, os fosfatos podem permitir uma redução na quantidade de detergente utilizado, assim como uma diminuição da temperatura da água. Não sei, Senhora Presidente, se a senhora é uma das muitas pessoas que actualmente usam, na máquina de lavar roupa, o detergente em blocos concentrados, mas tem-se registado uma tendência para a utilização desses blocos que contêm fosfatos, que podem aumentar a eficácia de utilização. É preciso não esquecer a investigação levada a cabo na Suécia e nos Países Baixos. A Autoridade responsável pela qualidade da água de Estocolmo chegou à conclusão de que, com os substitutos dos fosfatos, havia, em média, dez vezes mais partículas em suspensão nos seus efluentes, conduzindo a um aumento substancial das lamas. Concluiu também que os produtos contendo fosfatos eram menos prejudiciais em matéria de toxicidade para os microorganismos. A investigação levada a cabo pelo Instituto Neerlandês das Ciências do Ambiente mostrou que a utilização de detergentes sem fosfatos não conduziu a qualquer melhoria na qualidade das águas de superfície e levou a um agravamento da eutrofização, em muitos casos, superior ao verificado quanto se utilizaram detergentes à base de fosfatos. As razões apontadas para estes resultados foram o facto de as alternativas serem tão tóxicas que matavam o zooplanctonvital de que se alimentam as algas e o fitoplancton em águas doces naturalmente equilibradas. Temos em mãos uma proposta sensata. Não aceito as alterações apresentadas pelo Grupo Verts/ALE, que vão longe demais, sobretudo as suas propostas algo absurdas de rotulagem ecológica. Trata-se de uma medida que poderíamos ter aprovado numa leitura única. Desejo-lhe o melhor e felicito, uma vez mais, o relator Ebner (PPE-DE). (IT) Senhora Presidente, caros colegas, penso que o regulamento neste momento em discussão é um regulamento muito importante e urgente, e penso também que o trabalho do senhor deputado Nobilia a quem dou os parabéns foi um trabalho eficiente, como disse o colega Bowis, que me precedeu, um trabalho de grande sensibilidade e que teve um resultado positivo para todas as partes envolvidas. Penso que é muito importante estarmos conscientes e eu estou absolutamente convencido disso que, no que respeita às questões ambientais, se deve fazer ainda muito mais. Eu sei que a União Europeia é o elementomotor nesta questão, muito embora, no que respeita, por exemplo, aos fosfatos, alguns países os tenham já proibido há algum tempo. A Itália é um desses países e, durante a minha permanência no Parlamento Italiano, como membro, aliás, da comissão competente, contribuí para a elaboração de textos legislativos nesse sentido. Penso que os outros países, que ainda não adoptaram legislações nesse sentido, deverão adaptar-se com a maior brevidade possível, não só para aplicarem e demonstrarem uma maior sensibilidade, mas também para garantirem uma maior atenção às necessidades ambientais e, por outro lado, também para poderem facultar mais informações aos consumidores. Não concordo com algumas das objecções levantadas em plenário, incluindo as que foram levantadas por uma colega do Grupo dos Verdes, que, como já é habitual, quando as propostas não vêm dessa facção política, só vê os aspectos negativos o copo meio vazio, por assim dizer e não os aspectos positivos. No entanto, penso que este regulamento contém imensos pontos positivos

11 10/04/ que dizem respeito, precisamente, a todos os partidos envolvidos e, na minha opinião, a questão dos testes tóxicos já está tratada na directiva sobre as substâncias perigosas, não sendo necessário que essas determinações sejam repetidas neste regulamento. Gostaria agora de referir um problema que foi levantado recentemente por vários peritos e cientistas: o aumento das substâncias hormonais nas nossas águas, com importantes repercussões na fauna aquática, com peixes que mudam de sexo e têm dificuldades de reprodução. Penso que se trata de um problema ao qual deveremos dedicar mais atenção no futuro. Por último, penso que são necessários conhecimentos numa série de campos para que alguém seja suficientemente qualificado para poder emitir uma opinião sobre estes assuntos. Saber apenas usar a máquina de lavar não chega. Todos os consumidores são afectados por este problema e, muito embora este regulamento seja de natureza um tanto ou quanto técnica, em última análise, ele diz respeito a todos os consumidores, ou seja, a toda a população da Europa PRESIDÊNCIA: ONESTA Vice-presidente Liikanen, Comissão. - (EN) Senhor Presidente, ouvi com todo o interesse o debate e registei as diferentes preocupações expressas. Talvez possa agrupar as questões em seis conjuntos de alterações, que passarei a comentar um por um. Em primeiro lugar, há uma série de alterações que procuram melhorar a redacção do texto da Comissão e que podem ser aceites. Enumerá-las-ei mais tarde. Em segundo lugar, há uma série de alterações com incidências noutra legislação. No que se refere aos testes com animais, os objectivos da Comissão e do Parlamento são os mesmos. As nossas divergências prendem-se com a forma de reflectir estes objectivos na legislação. A Comissão não pode aceitar alterações que introduzem declarações políticas que vão para além do âmbito da proposta. Muitas substâncias e preparações estão já devidamente regulamentadas pela legislação horizontal relativa aos produtos químicos. É desnecessário e indesejável fazer novamente referências aos mesmos na legislação relativa aos detergentes. Em terceiro lugar, parece fazer-se sentir o desejo de apresentar medidas sobre os fosfatos, a biodegradação anaeróbica e os ingredientes orgânicos que não os tensioactivos. A Comissão é da opinião de que estes são assuntos em que a premência da acção não é tão grande que impeça a consecução de uma base científica firme para a legislação. A extensão dos ensaios de biodegradabilidade a todas as substâncias e preparações nesta fase seria desproporcionada e injustificável. Regressarei aos fosfatos mais tarde. Em quarto lugar, no que respeita à rotulagem a legislação relativa aos detergentes é complementar da legislação relativa aos produtos químicos e, por conseguinte, deverá ser compatível com a mesma. É preciso, e é o que acontece actualmente, que os cosméticos e os detergentes sejam tratados em legislação separada. A comparação entre um líquido de lavagem, que é um detergente, e um químico semelhante ao champô, um cosmético, é tentadora, mas trata-se de um caso excepcional. Nenhum tensioactivo usado num detergente industrial seria alguma vez um detergente para roupa, muito menos num detergente industrial. O objectivo da listagem exaustiva dos ingredientes é fornecer a informação aos que dela precisam, ou seja, aos médicos que tratam de doentes que sofrem de alergias. Os fabricantes têm um interesse legítimo em garantir que a confidencialidade se mantenha. Os Estados-Membros têm também o direito de requerer a informação aos produtores para utilização nos seus centros de venenos. Em quinto lugar, no que respeita às derrogações. A introdução de um prazo limite para que os produtores apresentem os dados suplementares exigidos pelos Estados-Membros é uma boa ideia. De acordo com os nossos especialistas jurídicos, os critérios para a recusa de derrogações deverá ser explicitamente referido no texto, caso contrário, uma decisão de recusa de uma derrogação poderá não ter validade num tribunal. É preciso que exista um conjunto de dados mínimos para se avaliar um pedido de derrogação; é isso que especificámos no anexo IV; se, para além disso, forem solicitados novos dados por parte de um Estado-Membro para fins de uma avaliação, esse pedido abarcará o máximo ou o mínimo necessário de dados. Assim, previmos uma abordagem escalonada. Por último, no que respeita aos fosfatos. A Comissão prometeu, no considerando 31, tomar medidas relativamente aos fosfatos, se existirem fortes dados científicos que o aconselhem. A prioridade da Comissão a este respeito é obter dados científicos válidos nos quais possa basear a actuação a nível comunitário. Não há qualquer necessidade urgente para actuar a nível da UE a este respeito. Os Estados-Membros que se consideram particularmente vulneráveis aos efeitos ambientais dos fosfatos já tomaram medidas a nível nacional. Nalguns casos, isso foi feito há já alguns anos, estando a situação nesses países estabilizada. É preciso que qualquer acção a nível da UE demonstre claramente o valor acrescentado da actual situação. Contamos receber um parecer definitivo do Comité Científico da Toxicidade, Ecotoxicidade e Ambiente (CCTEA) sobre os fosfatos nos detergentes antes do final do ano em curso. Por último, gostaria de dizer que a Comissão pode aceitar na totalidade ou em parte as alterações 2, 4, 8, 17 a 19, 22 (em parte), 27 (em parte), 34 a 37 embora apenas uma parte da alteração 37 e 53. A Comissão pode aceitar em princípio as alterações 3, 21, 31, 45, 46

12 16 10/04/2003 e 52. As restantes alterações não são aceites pela Comissão Presidente. Muito obrigado, senhor Comissário Liikanen. Está encerrado o debate. A votação terá lugar às 12H Substâncias e preparações perigosas (CMR) Presidente. Segue-se na ordem do dia a recomendação para segunda leitura (A5-0099/2003), em nome da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor, referente à posição comum adoptada pelo Conselho tendo em vista a adopção da directiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera pela vigésima quinta vez a Directiva 76/769/CEE do Conselho, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-Membros respeitantes à limitação da colocação no mercado e da utilização de algumas substâncias e preparações perigosas (substâncias classificadas como cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução) (15703/2/2002 C5-0013/2003 e 15703/2/2002 REV 2 COR 1 C5-0013/2003/COR 2002/0040(COD)) (Relatora: deputada Schörling) Schörling (Verts/ALE), relatora. (SV) Senhora Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, esta proposta de directiva procura alterar pela vigésima quinta vez a Directiva do Conselho 76/769/CEE relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-Membros respeitantes à limitação da colocação no mercado e da utilização de algumas substâncias e preparações perigosas. A actual legislação relativa a produtos químicos estipula que, assim que a substância ou preparação tenha sido classificada como cancerígena, mutagénica ou tóxica para a reprodução, seja incluída no seu anexo e não seja colocada no mercado. Esta proposta aplica-se a 44 novas substâncias que deverão ser acrescentadas à lista. Todos concordamos, penso, que se trata de uma medida muito positiva e que, evidentemente, deveremos aprovar a proposta de adenda destas substâncias. Quando o Parlamento analisou esta questão pela primeira vez, considerámos que existiam duas lacunas na legalização em vigor, as quais entendíamos dever colmatar. Considerámos, muito simplesmente, não ser necessário esperar pela nova legislação relativa aos produtos químicos e entendemos, a bem da saúde pública, apresentar de imediato alterações. A primeira lacuna prendia-se com o facto de a utilização em produtos de consumo de substâncias CMR - cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução não ser proibida. Entre os produtos deste tipo encontram-se os revestimentos para o chão, brinquedos e têxteis idênticos àqueles com os quais entramos em contacto todos os dias como consumidores e que fazem com que estejamos verdadeiramente expostos a estes compostos químicos. Por isso, é necessária uma proibição. A segunda lacuna conduziu a que, naturalmente, pretendêssemos proibir a utilização de produtos CMR em cosméticos. Entretanto, o Conselho rejeitou as alterações do Parlamento. Contudo, no que respeita aos produtos cosméticos, a nossa proposta foi aceite. Na conciliação, foi acordado incluir a proibição de substâncias CMR da categoria 1 e da categoria 2 na Directiva relativa aos cosméticos, por ocasião da sua décima sétima alteração. Podemos, pois, dizer que a proposta do Parlamento relativa aos produtos cosméticos foi aceite. No que se refere aos produtos de consumo, houve três principais razões para que o Conselho insistisse em rejeitar as alterações do Parlamento. Em primeiro lugar, este considerou não existirem avaliações de risco científicas relevantes. Na verdade, as avaliações de risco foram efectivamente levadas a cabo. Houve também uma proposta da Comissão no sentido de, uma vez que não podemos controlar o uso de químicos por parte dos consumidores, a segurança apenas poder ser assegurada através da proibição da utilização geral de substâncias e preparações que são cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução. Na opinião da comissão, de que partilho, não há razão para fazer a mesma avaliação relativamente ao uso de produtos de consumo. O argumento, neste caso, não colhe. Em segundo lugar, o Conselho referiu-se ao facto de estarmos, neste caso, a lidar com um número muito significativo e não especificado de produtos. Na minha opinião, este é um argumento totalmente vazio de sentido. Deveria ser exactamente o contrário. Se há assim tantos produtos contendo, por exemplo, substâncias cancerígenas, haverá então uma razão concreta para que se tomem medidas, em vez de se afirmar meramente que, devido à existência de tantos produtos, nada pode ser feito. Em terceiro lugar, o Conselho afirmou que este assunto será abordado no contexto do desenvolvimento de uma politica nova para os produtos químicos. É louvável, e congratulo-me muito com isso. Estou em crer que a proposta, que possivelmente será apresentada ao Parlamento em Junho, relativa à nova legislação sobre produtos químicos terá também em conta estes produtos. No entanto, decorrerá ainda muito tempo até que a legislação entre em vigor, pelo que terá sido útil conseguir esta alteração neste momento. Agora, em segunda leitura, talvez houvesse quem pensasse ter sido útil que apresentássemos a mesma alteração. No entanto, escolhi não o fazer, e os meus colegas de comissão foram da mesma opinião. Suscitámos o debate a este respeito quando a vigésima terceira alteração foi adoptada, na sequência do relatório

13 10/04/ do senhor deputado Nisticò. O mesmo debate foi conduzido nessa altura e, na verdade, a nada conduziu. Por conseguinte, optei por recomendar ao Parlamento que, tendo em conta que as nossas propostas relativas aos cosméticos foram aceites, adopte esta recomendação para segunda leitura relativa à posição comum do Conselho. Chegámos ao fim do caminho, altura em que as propostas relativas ao segundo tipo de produtos estão em causa. Temos de aceitar as coisas como estão Liikanen, Comissão. - (EN) Senhor Presidente, antes de mais, gostaria de agradecer à Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor e, em especial, à sua relatora, a senhora deputada Schörling, a forma construtiva como lidou com esta proposta. Os objectivos da directiva proposta são garantir a livre circulação de substâncias e preparações químicas e melhorar a protecção da saúde e da segurança dos consumidores, proibindo a colocação no mercado de substâncias e preparações perigosas (CMR) para utilização pelo público em geral. A directiva proposta introduzirá, em conformidade, regras harmonizadas em toda a Comunidade. A 12 de Fevereiro de 2002, a Comissão propôs uma directiva que actualizará a lista existente de substâncias CMR proibidas para utilização pelos consumidores, acrescentando 44 outras substâncias. Ao cobrir substâncias e preparações (tais como colas, produtos de limpeza doméstica e tintas), a proposta da Comissão aborda situações que, muito provavelmente, conduziriam à exposição dos consumidores. É a quinta vez que a Comissão propõe uma actualização da lista de substâncias CMR. Se forem identificados riscos de substâncias CMR em alguns artigos, estas utilizações são restringidas separadamente, de forma casuística, com base na avaliação do risco. Para concluir, a Comissão considera que a sua proposta não só proporciona a protecção da saúde dos consumidores, mas também preserva o mercado interno, mediante a introdução de regras harmonizadas. Por conseguinte, gostaria de solicitar o vosso apoio para a adopção desta importante medida Bowe (PSE). - (EN) Senhor Presidente, em nome do Grupo Socialista, congratulo-me com esta proposta, que apoio. Constitui um progresso o facto de 44 novas substâncias, reconhecidas como CMR, serem acrescentadas à lista de substâncias proibidas e, consequentemente, virem a ser eliminadas dos produtos e de outras utilizações na União. Constitui seguramente um passo em frente em matéria de protecção da saúde humana. A questão dos cosméticos parece agora ter ficado resolvida, e expressamos a nossa satisfação com este acordo. Uma vez mais, trata-se de um progresso significativo para a saúde dos utilizadores de cosméticos. No que se refere à questão dos químicos presentes nos produtos, aceito a opinião expressa no relatório do Parlamento de que devemos começar a olhar de perto para esta questão. No entanto, concordo com a Comissão que esta questão tem implicações muito mais amplas do que o simples controlo de 44 produtos químicos na nossa actual proposta e os seus potenciais perigos. É hoje evidente que esta questão será abordada na nossa futura política sobre produtos químicos. Por conseguinte, podemos manifestar a nossa satisfação com o facto de termos conseguido fazer progressos com esta proposta e aguardamos com ansiedade a possibilidade de voltar a abordar a questão dos químicos presentes nos produtos, assim como um leque de outras questões, quando abordarmos a proposta sobre uma política para os produtos químicos que, se bem compreendemos, a Comissão publicará, para uma consulta mais ampla, a 7 de Maio. Espero que possamos começar a trabalhar nessa proposta no próximo Outono. Por conseguinte, em nome do Grupo do PSE, recomendo esta proposta e os seus resultados à assembleia e aguardo com expectativa a continuação do nosso diálogo construtivo e o trabalho em conjunto com a Comissão Presidente. Muito obrigado, Senhor Deputado Bowe. Está encerrado o debate. A votação terá lugar às 12H Crise do mercado internacional do café Presidente. Segue-se na ordem do dia a declaração da Comissão sobre a crise do mercado internacional do café Liikanen, Comissão. - (EN) Senhor Presidente, a Comissão está absolutamente ciente de todas as dificuldades que coloca a queda dos preços do café para os muitos produtores dos países em desenvolvimento que dependem do café para a sua subsistência. Receberam propostas dos Estados-Membros e de ONG no sentido de se enfrentar esta crise. Actualmente estamos a apoiar iniciativas no contexto da Organização Internacional do Café, a plataforma de diálogo entre os países exportadores e importadores de café, quer no sector público, quer no privado. Apoiamos a Resolução 407 da OIC e solicitámos à Federação Europeia das Associações de Torrefacções de Café que proceda a uma acompanhamento independente. Também abordámos a questão da adesão à OIC com os Estados Unidos. Tal como proposto pelo Conselho Assuntos Gerais e Relações Externas, a 19 de Novembro de 2002, solicitámos à OIC que levasse a cabo uma análise comparativa a nível mundial das regiões produtoras de café. Na OIC, esta iniciativa é amplamente apoiada pelos países produtores de café.

14 18 10/04/2003 Na verdade, o problema não se prende apenas com o café. Estão em causa outros produtos de base e os países deles dependentes. Por conseguinte, não podemos debruçar-nos exclusivamente sobre o café, como um assunto isolado. Somos favoráveis a uma estratégia de longo prazo e coerente, que permita abordar os problemas dos países dependentes de produtos de base, a partir dos esforços extensivos que estão em curso. A queda e a volatilidade dos preços constituem, na realidade, uma importante ameaça ao desenvolvimento sustentável de alguns dos países mais pobres do mundo. A solução de longo prazo possui duas vertentes: uma vez que os produtos de base tradicionais continuam a ser a principal fonte de emprego, rendimento e divisas para muitos dos países em desenvolvimento, os esforços deverão passar por tornar os sectores tradicionais de produtos de base em sectores mais competitivos. Por outro lado, as cadeias de produtos não tradicionais deverão ser também desenvolvidas. Duas comunicações recentes da Comissão, uma, sobre o desenvolvimento rural e, outra, sobre o comércio e o desenvolvimento, fornecem um quadro politico claro para a abordagem do problema da dependência de produtos de base. Assim, não estamos ainda convencidos da necessidade de uma comunicação separada sobre a matéria, como alguns têm sugerido. Estamos presentemente a finalizar um documento de trabalho analítico sobre os principais desafios relativos aos produtos de base. Algumas destas questões, contidas na resolução do Parlamento Europeu, estão a ser analisadas. Na sequência de discussões sobre este documento de trabalho analítico, ponderaremos a necessidade de uma comunicação separada. Têm-se levantado vozes para que se tomem medidas no campo da política comercial. No entanto, a margem de manobra é limitada. A maioria dos países que dependem do café são países menos desenvolvidos ou fazem parte do grupo de países ACP. Com a iniciativa Tudo Menos Armas, a Comunidade abriu todos os mercados aos países menos desenvolvidos, e procuraremos que outros países industrializados e em vias de desenvolvimento sigam o nosso exemplo. Os países ACP também dispõem de elevadas oportunidades de acesso ao mercado da UE, ao abrigo dos acordos existentes, acesso que aumentará ainda ao abrigo do Acordo de Cotonu. No entanto, o acesso aos mercados, por si só, não é suficiente. Para aumentar a competitividade do sector do café e alargar a base de exportação dos países em desenvolvimento, é igualmente necessário que apoiemos a integração total das questões relacionadas com os produtos de base nas estratégias de desenvolvimento de longo prazo dos países em desenvolvimento. Tal como se refere na resolução do PE, os esforços deverão incluir o apoio aos esforços do produtor em termos de diversificação, reforço organizativo e penetração nos nichos de mercado. Para ajudar à implementação das estratégias, seriam de extrema utilidade novos acordos de parceria económica com os ACP, assim como uma assistência abrangente e coerente ao desenvolvimento. A intervenção directa nos mercados de produtos de base, através de apoio aos preços ou à destruição de existências, não oferece uma solução duradoura. Para além disso, o Acordo de Cotonu inclui um mecanismo que pode ser utilizado para mitigar os efeitos nefastos das flutuações das receitas de exportação dos países ACP o sistema FLEX. Os países cujas receitas de exportação são prejudicadas pela queda dos preços do café ou de outros produtos de base podem recorrer a financiamentos compensatórios ao abrigo desta medida, coisa que alguns já fizeram. A Comissão permanece aberta a propostas de acção de todos os actores envolvidos. Estaremos presentes na próxima mesa redonda entre a OIC e o Banco Mundial, assim como na subsequente reunião, em Londres, entre a OIC e o Conselho, e aguardamos com expectativa um debate positivo e construtivo, que permita melhorar a situação dos produtores de café e dos trabalhadores do sector nos países em desenvolvimento Wijkman (PPE-DE). (SV) Senhor Presidente, gostaria de agradecer ao senhor Comissário Liikanen o seu discurso introdutório. Tal como disse, o preço do café caiu de forma drástica nos últimos anos. Estamos agora perante os preços mais baixos das últimas décadas, e não parece especialmente provável que venham a subir num futuro previsível. O preço das próprias matérias-primas situa-se agora aproximadamente em 1% do preço de mercado. O típico produtor de café da Tanzânia ou do Quénia aufere, na melhor das hipóteses, uns quantos euros por semana. Isso significa que ele ou ela a propósito, são frequentemente são as mulheres que trabalham nas plantações de café teria de trabalhar durante uma semana para poder pagar uma chávena de café num bar aqui em Estrasburgo. Até ao fim da Guerra-fria, os preços mantinham-se, o que era tranquilizador. Era possível sobreviver como produtor de café. A evolução dos últimos anos, no entanto, tem sido devastadora. A concorrência tornou-se mais acesa. Uma das razões para isso é o facto de o Banco Mundial ter ajudado outros países, fora a de África, a organizarem plantações de café de grande escala. Tal como tão frequentemente acontece, os subsídios por muito importantes que possam parecer em determinados casos desferiram um rude golpe nos preços e, pelo caminho, deitaram por terra as perspectivas de sobrevivência de milhões de pequenos produtores de café, especialmente em África. A queda dos preços do café conduziu a uma enorme crise para dezenas de milhão de produtores de café de dezenas de países em desenvolvimento, para os quais o café não é apenas uma importante fonte de emprego e de receitas nas zonas rurais, mas também uma fonte de divisas. A este respeito, um dos problemas que se levantam abordado também pelo senhor Comissário Liikanen é o facto de o cultivo ser, com demasiada frequência,

15 10/04/ desequilibrado, o que exacerba naturalmente as consequências da crise. Enquanto os pequenos produtores permanecerem dependentes das monoculturas, a sua situação económica será extremamente precária. Seria, pois, da máxima importância diversificar a produção, e há oportunidades para isso que será necessário aproveitar. Estas pressupõem, contudo, a adopção de uma abordagem abrangente do sistema de cultivo. Não tentarei entrar numa análise científica pormenorizada, mas permitamme um exemplo. O arbusto do café não pode, na verdade, ser utilizado na alimentação animal. Contém cafeína, que os animais não toleram. No entanto, é interessante saber que é possível cultivar cogumelos nutritivos com os restos de um arbusto de café. Estes cogumelos, por exemplo, os cogumelos shitaki, possuem um elevado valor nutritivo e rendem no mercado um preço muito mais elevado por quilograma do que o café. Uma vez que os cogumelos tenham feito o seu trabalho, ou seja absorvido toda a cafeína, o remanescente do arbusto pode ser utilizado na alimentação dos animais. Assim, de repente, o produtor de café tem várias fontes de rendimento e mais oportunidades de trabalho. Estão actualmente em curso projectos válidos, por exemplo, na Colômbia, no sentido de promover uma visão mais alargada do sistema de cultivo. Como todos, sem excepção, compreenderão, isso pressupõe, contudo, um conhecimento derivado de uma série de disciplinas de investigação e não uma mera visão centrada numa cultura única. À semelhança do senhor Comissário Liikanen, eu também não acredito que existam soluções rápidas e simples. A questão tem, contudo, de ser abordada, e deverá sê-lo, de imediato, no quadro do processo de Doha e, sobretudo, no quadro da nossa cooperação contínua com os países que nos estão mais próximos. Como sugere a nossa resolução, poderá ser tomada uma longa lista de medidas a curto prazo, especialmente para ajudar os produtores de café que acabaram nesta situação tão problemática. Deveria ser possível fazer uso dos consideráveis excedentes do Fundo Europeu de Desenvolvimento para lançar os nossos esforços no campo do desenvolvimento rural um desenvolvimento rural que poderá, então, tornar-se mais diversificado na sua forma do que se olharmos meramente para as monoculturas. Através do diálogo com os grandes produtores de café e com os retalhistas, deveria também ser possível assegurar que os pagamentos aos produtores de café locais sejam mais elevados. Tive tempo apenas para aflorar alguns aspectos desta questão. Gostaria de agradecer ao senhor Comissário Liikanen o seu contributo, e aguardo com expectativa a possibilidade de diálogo contínuo Kinnock, Glenys (PSE). - (EN) Senhor Presidente, na semana passada, na Assembleia Paritária ACP-UE, adoptámos por unanimidade uma resolução sobre o café. Exortámos a que se tomassem medidas urgentes para aliviar o impacto da instabilidade dos preços dos produtos de base nos países ACP. Juntámo-nos ao coro de vozes do Parlamento Espanhol, do Senado e da Câmara dos Representantes norte-americanos, que exigem uma mudança. Vinte e sete países dependem do café. É o conhecimento deste contexto, que o senhor Comissário delineou, que explica por que razão é tão grave que os preços mundiais do café tenham caído mais de 60% na última década. Hoje, o Parlamento, na sua resolução exorta a que se actue. A comunidade internacional, incluindo a UE, possui agora a responsabilidade de abordar a queda dos preços do café a nível mundial e de aliviar o sofrimento tremendo que o senhor deputado Wijkman referiu 25 milhões de agricultores dependentes do café e respectivas comunidades. A UE orgulha-se de possuir, em matéria de solidariedade internacional, uma abordagem simultaneamente comercial e de ajuda. Na verdade, trata-se de algo a que auspiciamos e para o qual precisamos também dos necessários instrumentos políticos. Os Estados-Membros da UE representam 15 dos 21 países importadores membros da Organização Internacional do Café. Isso faz de nós um actor fundamental no mercado, conferindonos uma importante responsabilidade para com os países exportadores de café. Congratulamo-nos com o facto de, em Novembro, o Conselho ter analisado seriamente esta questão da dependência do café. No entanto, desde então, muito pouco se fez, apesar do facto de a Comissão se ter associado, e feito eco desse apoio, a um programa de qualidade da OIC. O senhor Comissário referiu-se à comunicação, que não será já seguramente posta sobre a mesa a tempo da OIC e da mesa redonda de alto nível que terá lugar em Londres. Na nossa resolução instámos a que isso acontecesse e lamentamos que, evidentemente, já não venha a verificar-se. O facto é que, apesar da situação do mercado, as empresas de café vão muito bem de saúde, muito obrigado. Num mercado livre, a sua penetração a nível mundial oferece-lhes opções como nunca. Há dez anos, os países produtores de café recebiam cerca de um terço de cada dólar despendido em café. Hoje, recebem menos de oito cêntimos. No ano passado, no Uganda, encontreime com uma produtora que vendia um quilograma dos seus grãos de café por 150 xelins ugandeses. Posteriormente, paguei xelins ugandeses no Hotel Sheraton por uma mísera chávena de café! As quatro grandes companhias compram, em conjunto, quase metade dos grãos de café produzidos em todo o mundo. As torrefacções deverão assumir maiores responsabilidades pelo pagamento aos produtores de um preço justo pelo que produzem, a fim de lhes permitir enviar os seus filhos à escola, pagar pelos cuidados de saúde e pôr comida na mesa. Existe um tremendo sofrimento humano no coração do negócio do café, e deveremos exercer pressões para que as empresas façam mais e se preocupem mais. A UE tem uma verdadeira autoridade na OIC e possui a responsabilidade, na mesa

16 20 10/04/2003 redonda, de defender políticas que permitam aos produtores dispor de uma oportunidade para viverem as suas vidas com dignidade e segurança financeira. Gostaria de saber se a Comissão está a preparar um plano de acção específico para a reunião em causa, pois não bastará estar simplesmente presente na mesma. Queremos uma declaração e um plano de acção. Gostaria também de saber e, uma vez mais, é uma questão tratada na nossa resolução se estaremos representados a um nível elevado. Estará o senhor Comissário presente? Estará o Director-Geral presente? A que nível estará representada a União Europeia, para que possamos dispor de um plano de acção claro e ambicioso? Dessa forma, todos poderemos contribuir para a possibilidade de degustar uma excelente chávena da mais popular bebida de todo o mundo o café Rod (Verts/ALE). (FR) Senhor Presidente, o mercado do café está actualmente a viver uma grave crise. Os trabalhadores do sector já não conseguem viver da sua produção. Os preços de mercado, estabelecidos pelas quatro grandes empresas multinacionais, que fazem lucros indecentes, são também demasiado baixos para permitir aos produtores os lucros de que necessitam para prosseguirem a sua actividade. Para além disso, como o café está a ser produzido com um rendimento muito elevado, a sua qualidade está a diminuir. Consequência da ausência de um sistema internacional que estabilize os preços do café e os preços das matérias-primas em geral, a situação dos produtores de café não é viável. Temos de pôr fim a esta espiral de produtivismo, que, ao arrepio de toda a legislação social ou ambiental, vota à pobreza milhões de agricultores nos países pobres. Haverá quem diga que é uma simples coincidência o facto de esta crise ter lugar agora que o sistema Stabex desapareceu do Acordo de Cotonu. Ora, o novo sistema de pagamentos rápidos torna impossível ajudar os países produtores de café. Como principal importador de café, a União Europeia tem uma responsabilidade primeira na resolução desta crise. A União Europeia deverá criar um programa urgente, financiado pelos fundos remanescentes dos anteriores FED, a fim de compensar a queda do rendimento dos povos e dos países em causa. Exortamos a Comissão a apresentar com urgência uma comunicação sobre produtos de base. Do mesmo modo, a Comissão tem de apoiar o programa de aumento da qualidade promovido pela Organização Internacional do Café. A longo prazo, a União Europeia deverá implementar, por exemplo, no âmbito dos planos de desenvolvimento regional ou nacional, um leque de medidas destinado a combater a volatilidade dos preços do café e dos preços de outros produtos de base. A União Europeia deverá apoiar a diversificação da produção dos agricultores do Sul e uma agricultura de elevada qualidade, contribuindo também para o aumento do poder dos produtores de café face às indústrias agro-alimentares. Em particular, a Comissão deverá apoiar a criação de estruturas de comércio justo e facilitar o acesso aos mercados dos produtos deste comércio. Torna-se cada vez mais necessária uma comunicação da Comissão sobre esta questão. A questão da estabilização dos preços das matériasprimas, de que depende a maioria dos países menos desenvolvidos, deverá ser abordada no contexto das negociações comerciais multilaterais. A ronda de negociações do desenvolvimento iniciada em Doha parece particularmente adequada, se quisermos que os países em desenvolvimento beneficiem verdadeiramente do comércio mundial, no qual actualmente estão em desvantagem. Assim, os direitos aduaneiros que ainda existem sobre os produtos do café deverão ser eliminados. A União Europeia deverá usar todo o seu poder na Conferência Ministerial da OMC, em Cancum, a fim de assegurar que o comércio com os países em desenvolvimento se torne mais justo. Para além disso, congratulamo-nos com a proposta francesa de acrescentar a questão das matérias-primas à agenda da próxima cimeira do G8. As grandes empresas de café, a Nestlé, Kraft, Sara Lee e a Procter & Gamble, não podem continuar a enriquecer impunemente. Têm de concordar em adoptar códigos de conduta ética, de acordo com a OIT e a ONU, e em pagar um preço justo pelas suas matérias-primas, um preço que reflicta os custos sociais e ambientais do cultivo e produção do café. O comércio justo não é uma opção para que os produtores e trabalhadores do sector do café obtenham uma remuneração justa, é sim a única opção sustentável a nível mundial Sandbæk (EDD). (DA) Senhor Presidente, não são as grandes empresas internacionais que estão a sofrer com a crise do café. Pelo contrário, são estas que estão a impelir a descida dos preços, a tal ponto que os agricultores quase não têm lucro com o café que produzem. E como é isso possível? Numa sessão no Parlamento Europeu destinado ao debate da crise do café, o senhor Louis Belinda, do Uganda, deu a resposta: "Não temos alternativa para o cultivo do café", disse ele. "Experimentámos a pesca, mas fomos impedidos pelas regras da UE. Tentámos a agricultura tradicional, mas a exportação de carne e de leite da UE, a preços de dumping, significa não conseguimos vender sequer os nossos produtos a outros países africanos. Tentámos o açúcar, mas os apoios da UE à exportação não nos dão qualquer hipótese." Portanto, não é verdade, Senhor Comissário Liikanen, que a Iniciativa tudo menos armas resolve o problema, pois a política agrícola da UE destrói as hipóteses dos produtores de café de arranjarem outro tipo de trabalho. Assim, cabe à UE uma grande parte da responsabilidade pelo facto de 25 milhões de produtores de café estarem agora ameaçados pela pobreza extrema, tanto mais que foi a própria UE que deu estes conselhos fatais aos países em vias de desenvolvimento para apostassem na produção de café. A UE tem de e deve assumir esta

17 10/04/ responsabilidade. O Fundo de Desenvolvimento dispõe de um excedente de 7,5 mil milhões de coroas, assim, por que motivo a hesita a UE em agir, quando os produtores de café estão a passar fome? O senhor deputado Anders Wijkman tinha uma solução que passava pelo cultivo de cogumelos. A ideia pareceume muito interessante, e espero que a Comissão esteja disposta a analisá-la. Mas é necessário, aqui e agora, assegurar um rendimento mínimo aos produtores de café. Esta medida poderia ser concretizada através da concessão de apoios a instituições como a Max Havelaar, mas a UE deverá igualmente, e o mais rapidamente possível, aumentar a influência dos produtores de café no mercado, reforçando a sua capacidade negocial através do apoio à criação de cooperativas, dando-lhes a possibilidade de produzirem melhores produtos, e do acesso ao crédito. É absolutamente imoral que os gigantes internacionais do café possam explorar a crise, com vista a aumentar ainda mais os seus lucros que já são excessivos. Gostaria também que fossem respondidas as perguntas colocadas pela senhora deputada Kinnock Zrihen (PSE). (FR) Senhor Presidente, Senhor Comissário, Senhoras e Senhores Deputados, será o preço do nosso café o preço da nossa consciência? O café é um dos produtos de base cuja exportação constitui, para numerosos países pobres e sobreendividados, a principal fonte de receitas. Países como o Burundi, a Etiópia e o Uganda dependem em mais de 50% das suas exportações de café. A situação que se vive no mercado mundial de café não é, por conseguinte, uma questão menor ou de somenos importância. Está no cerne de uma injustiça mundial, que condena milhões de pessoas à pobreza e à miséria. Neste sentido, a crise do café é uma prova cabal do malogro da política mundial de liberalização desenfreada e de primazia das forças do mercado. De facto, são as instituições internacionais, tais como o Banco Mundial, o FMI e a OMC, que encorajam estes países a seguir uma política económica orientada para o mercado externo. Sufocados pela dívida e sujeitos às exigências do FMI, que por vezes actua como um agiota mundial, estes países correm a lançar-se na produção em sectores nos quais possuem uma vantagem comparativa face aos países desenvolvidos. No caso do café, esta vantagem passa pelas condições climatéricas favoráveis. A OMC promete-lhes, então, o acesso livre aos mercados mundiais. No entanto, devido à lei da oferta e da procura, o valor de mercado é instável e, quando os preços descem, as multinacionais que controlam o mercado tomam medidas para preservarem as respectivas margens de lucro. Toda a quebra do valor de mercado recai então sobre pequeno produtor e os trabalhadores das plantações, tanto assim que os consumidores dos países desenvolvidos nem sequer se apercebem da diminuição do preço da sua chávena de café. Isto para não falar nas condições de trabalho das mulheres e no trabalho infantil. A prova está aí. O fim da injustiça mundial não passa por mais liberalização, mais comércio-livre ou o aumento da desregulamentação antes pelo contrário. O que os produtores de café precisam é de um mercado internacional de café regulado e regulamentado, a fim de evitar que a sobreprodução se instale, para que a qualidade dos produtos seja garantida e controlada, para que os lucros neste sector sejam distribuídos de forma equitativa e para que sejam garantidas condições de trabalho condignas. Esperemos que isto nos sirva de lição na próxima mesa redonda de negociações da Organização Internacional do Café, na próxima cimeira do G8 e, sobretudo, na próxima reunião ministerial da OMC, em Cancum, em Setembro. Permaneceremos extremamente vigilantes, Senhor Comissário Cauquil (GUE/NGL). (FR) Senhor Presidente, todos os grupos políticos estão cientes da gravidade da queda dos preços do café no mercado internacional. Como poderemos ignorá-lo, quando estes são, em termos reais, os preços mais baixos do último século? Todos os quadrantes políticos estão cientes do desastroso impacto que esta queda dos preços do café terá na economia de uma série de países, que se contam entre os mais pobres do mundo. Simultaneamente, todos erguemos os braços para o céu em sinal de impotência, propomos que determinada cimeira internacional inclua o assunto na sua agenda, damos bons conselhos de reconversão ou diversificação, propomos cursos de vulgarização dos conhecimentos técnicos e científicos aos agricultores que estamos a sufocar e manifestamos o desejo de que se desbloqueiem umas quantas verbas para ajudar os países mais afectados. Ora, quatro Trusts multinacionais, a Nestlé, a Kraft, a Sara Lee e a Procter & Gamble controlam metade das vendas mundiais de café. Por outras palavras, isso significa que os preços são estabelecidos por estes quatro trusts. São estas empresas que fazem descer o preço pago aos produtores para fazerem lucros cada vez maiores. Para poderem pagar maiores dividendos aos seus accionistas, estas empresas levam a miséria a países pobres e, por conseguinte, a dezenas de milhar de agricultores e respectivas famílias. Constato que face a estes quatro trusts o Parlamento Europeu e os Chefes de Estado e de Governo ficam reduzidos à impotência e se contentam em apelar à caridade. No entanto, a resolução comum atreve-se a recomendar um aumento do poder dos produtores de café no mercado. Como se o agricultor pobre do Ruanda, da Etiópia ou do Haiti pudesse, por si só, opor-se à Néstlé e suas congéneres, quando o Parlamento Europeu nem sequer se atreve a fazê-lo! Se isto não é hipocrisia, o que será? O simples facto de a resolução comum referir os quatro Trusts do café como responsáveis pela diminuição dos preços de mercado põe em pele de galinha os deputados do Grupo ELDR, de tal forma que estes solicitam a eliminação do parágrafo em causa.

18 22 10/04/2003 Pois, muito bem, sigam o vosso caminho, escondam os nomes destes trusts, já que eu nem consigo olhar para eles! O Parlamento está cheio de hipócritas! O que é verdade para o café também se aplica a outras matérias-primas, nomeadamente, ao petróleo. Aqueles que bombardeiam o Iraque, matando civis, mulheres e crianças afirmam que o fazem para libertar o país do seu ditador. No entanto, Saddam Hussein, carrasco do seu próprio povo, foi braço-direito daqueles durante anos. Foram eles que o armaram e encorajaram a fazer a guerra contra o Irão. Foram eles que venderam as armas com que Saddam Hussein massacrou e assassinou com gás os curdos, e são eles que ousam apresentar-nos as tropas invasoras como libertadoras, quando o que efectivamente estão a fazer é o jogo sujo dos cartéis do petróleo e do armamento. Para pôr fim a esta pilhagem do planeta, destinada a aumentar a riqueza de alguns cartéis, para pôr fim à flagrante desigualdade entre os países pobres e os ricos e para evitar que os pobres sejam votados a morrer à fome ou a serem massacrados em guerras que visam preservar essa situação, não nos resta absolutamente outra solução a não ser pôr cobro ao sistema económico internacional Lucas (Verts/ALE). - (EN) Senhor Presidente, congratulo-me com a declaração da Comissão, que demonstra que há muito mais que a Comissão poderia fazer. Já no final deste debate é inevitável que repita muito dos muitos temas que os meus colegas já levantaram esta manhã. No entanto, isso demonstra a força e a unidade de preocupações existentes neste Parlamento, no que respeita a esta grave questão, assim como a nossa determinação em fazer algo a este respeito. A situação que actualmente se verifica, em que os preços do café atingiram, em termos reais, os valores mais baixos, pelo menos, dos últimos 100 anos, deixa, como outros já o referiram, mais de 25 milhões de famílias pobres à beira da ruína, incapazes de porem comida na mesa, de enviar os seus filhos para a escola, de pagarem os medicamentos mais básicos. Ao mesmo tempo, quatro grandes companhias controlam metade das vendas mundiais de café, tendo as suas receitas aumentado exponencialmente para cerca de 100 mil milhões de dólares americanos por ano, à medida que algumas das famílias mais pobres do mundo viram os seus rendimentos desaparecer por completo. Nesta assembleia, muitas vezes respondemos ao desespero com sentimentos de desespero, de impotência; perguntamo-nos o que podemos fazer e nem sempre pensamos em tudo. No entanto, nesta ocasião, as coisas passam-se de outra forma: há muito que a União Europeia pode e deve fazer para abordar este problema específico. A UE possui os recursos e as políticas para fazer a diferença, no bom sentido, em benefício dessas famílias, e tem também a responsabilidade de o fazer. Os Estados-Membros da UE representam 15 dos 21 países importadores membros da Organização Internacional do Café. Representamos praticamente metade das importações mundiais de café. Isso confere-nos um enorme potencial de intervenção, e deveríamos usá-lo. O que parece faltar, neste momento, é a vontade política, e a Comissão deveria demonstrar estar ciente da enorme premência da situação, assumindo um compromisso mais óbvio no sentido de fazer algo que possa debelar esta crise no mercado mundial do café, que se está a transformar num desastre mundial. Por isso, aguardamos com expectativa a comunicação sobre produtos de base, que a Comissão prometeu. Pretendemos também ver algumas medidas imediatas. Congratulamo-nos com o compromisso do senhor Comissário Nielson, em Novembro do ano passado, no sentido de ponderar nas possibilidades de libertar e reafectar antigas verbas do FED. Dispomos de 11 mil milhões de euros de dotações não utilizadas dos sexto, sétimo e oitavo FED. Isso proporciona-nos os recursos para que possamos fazer a diferença, e deveríamos concentrar-nos em iniciativas de dispersão rápida, que se destinam a prestar um apoio orçamental descentralizado às regiões produtoras de café, a fim de minorar os efeitos da crise do café, melhorando o acesso aos cuidados de saúde e à educação. É preciso que disponibilizemos apoio suplementar aos governos ACP, compatível com as receitas que estão a perder devido à actual crise do café. É preciso ainda que a Comissão dê maior apoio ao café comercializado de forma justa e permita um maior acesso do mesmo aos mercados da UE. De forma igualmente significativa, a questão do café ilustra a questão mais abrangente dos preços dos produtos de base e da queda dos seus preços. Por que razão não consta este problema da agenda da OMC? Muitos criticam a OMC por ter uma agenda que se concentra demasiadamente no Norte e não no Sul. O facto de os preços dos produtos de base não figurarem na agenda reforça essa percepção. Gostaria de perguntar o seguinte ao senhor Comissário: apoiará a Comissão a proposta da África Ocidental de colocar os produtos de base na próxima agenda da OMC, em Cancum, para que possamos demonstrar que a chamada ronda de negociações do desenvolvimento de Doha é mais do que mera retórica, significa igualmente acção? Junker (PSE). (DE) Senhor Presidente, Senhoras e Senhores, a crise do café é sintomática da relação entre os países do Sul e os países do Norte. O Norte explora as monoculturas e, para obter vantagens, serve-se das matérias-primas que estes produzem a preços mínimos, nas condições mais adversas e num ambiente de pobreza. Os hábitos de consumo e a política dos consumidores na União Europeia são aspectos que também importa ter em conta neste contexto. As políticas adoptadas sustentam o desejo dos consumidores de adquirir as matérias-primas dos países em desenvolvimento aos preços mais baixos possíveis, ao passo que a nossa política agrícola é protegida com extraordinária firmeza, tentando-se a todo o custo e

19 10/04/ ainda estou a ser simpático manter a estabilidade dos preços. Urge, inevitavelmente, pôr cobro a esta incoerência e, para tal, adoptar um plano de acção da União Europeia. As relações económicas limitam-se essencialmente à exploração das matérias-primas e o café é apenas um exemplo disso, enquanto que o processamento e o aproveitamento destes recursos, ou seja, o processo que acrescenta valor ao produto, tem lugar nos países industrializados. Enquanto esta incoerência persistir, as relações económicas entre os países do Norte e do Sul serão afectadas por problemas constantes. Falamos da diversificação e ainda bem, pois é um requisito importante, mas também é necessário dotá-lo de substância. Não basta considerar este conceito isoladamente e pensar que é o remédio para todos os males. Também temos de perguntar que forma é que esta diversificação deverá assumir e devo dizer claramente que tal envolverá a possibilidade de as matérias-primas serem processadas no país em desenvolvimento no qual foram produzidas, onde também deverão ser fabricados, pelo menos, produtos semiacabados, pois é através destes que se gera valor acrescentado. Mas isso exige também disponibilidade da nossa parte para pagarmos o preço justo por esses produtos. Onde é que, por exemplo, encontramos café de comércio justo nas instituições da União Europeia? Ou nas instituições políticas dos nossos Estados-Membros? Quais são os bares e restaurantes do Parlamento onde se serve café de comércio justo? Poderia ainda citar um rol de outros exemplos. Qualquer plano de acção da Comissão deverá incluir, necessariamente, uma proposta de como poderá processar-se o comércio justo nas condições actuais. Não vejo que exista algum plano concludente para o efeito, que nos permita proporcionar, desde já, aos agricultores uma participação verdadeiramente justa na venda dos seus produtos, utilizando e ampliando as infra-estruturas de comércio justo que já existem. Nesta área, temos uma dívida para com os países em desenvolvimento. Espero muito sinceramente que venhamos a obter uma resposta nesta matéria Liikanen, Comissão. - (EN) Senhor Presidente, transmitirei, com todo o prazer, a mensagem deste debate aos meus colegas, Lamy e Nielson. No entanto, tecerei alguns comentários. É preciso não esquecer que o problema real do sector do café é a falta de procura. A oferta tem essencialmente a ver com a procura, e por esse motivo as negociações comerciais não são a única solução. É muito importante que as discussões no contexto do Banco Mundial /OIC, ou da própria OIC, conduzam a soluções. O problema, hoje, é que os Estados Unidos, que são o segundo consumidor mundial de café, estão fora da OIC. As medidas não terão o mesmo impacto internacional se os Estados Unidos não aceitarem reconsiderar a sua posição no contexto da OIC. No que se refere às propostas para um plano de acção antes da próxima reunião e ao nível de representação da Comissão, colocarei as questões da senhora deputada Kinnock aos senhores Comissários Lamy e Nielson. Estou certo de que lhes darão resposta cabal Presidente. Muito obrigado, senhor Comissário. Recebi seis propostas de resolução apresentadas nos termos do nº 2 do artigo 37 do Regimento. 2 Está encerrado o debate. A votação terá lugar às 12H00. (A sessão, suspensa às 11H55, é reiniciada às 12H00) PRESIDÊNCIA: DAVID MARTIN Vice-presidente Votações Presidente. Segue-se na ordem do dia o período de votação. Recomendação para segunda leitura (A5-0099/2003) em nome da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor, referente à posição comum adoptada pelo Conselho tendo em vista a adopção da directiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera pela vigésima quinta vez a Directiva 76/769/CEE do Conselho, relativa à aproximação das disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados- Membros respeitantes à limitação da colocação no mercado e da utilização de algumas substâncias e preparações perigosas (substâncias classificadas como cancerígenas, mutagénicas ou tóxicas para a reprodução) (15703/2/2002 C5-0013/2003 e 15703/2/2002 REV 2 COR 1 C5-0013/2003/COR 2002/0040(COD)) (Relatora: deputada Schörling). (O Presidente declara aprovada a posição comum) *** Relatório (A5-0102/2003) do deputado Evans, em nome da Delegação do Parlamento Europeu ao Comité de Conciliação, sobre o projecto comum, aprovado pelo Comité de Conciliação, de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativa às condições de polícia sanitária aplicáveis à circulação sem carácter comercial de animais de companhia e que altera a Directiva 92/65/CEE do Conselho (PE-CONS 3610/2003 C5-0061/ /0221(COD)) 2 Ver Acta

20 24 10/04/2003 (O Parlamento aprova a resolução comum) *** Relatório (A5-0103/2003) do deputado Liese, em nome da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor, sobre a proposta de directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao estabelecimento de normas de qualidade e segurança em relação à dádiva, recolha, análise, processamento, armazenamento e distribuição de tecidos e células humanos (COM(2002) 319 C5-0302/ /0128(COD)) (O Parlamento aprova a resolução legislativa) *** Relatório (A5-0049/2003) da deputada Ferreira, em nome da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor, sobre a proposta de directiva do Parlamento Europeu e do Conselho que altera a Directiva 94/35/CE relativa aos edulcorantes para utilização nos géneros alimentares (COM(2002) 375 C5-0341/ /0152(COD)) (O Parlamento aprova a resolução legislativa) *** Relatório (A5-0105/2003) do deputado Nobilia, em nome da Comissão do Meio Ambiente, da Saúde Pública e da Política do Consumidor sobre a proposta de regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho relativo aos detergentes (COM(2002) 485 C5-0404/ /0216(COD)) (O Parlamento aprova a resolução legislativa) *** Relatório (A5-0104/2003) do deputado Kirkhope, em nome da Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos, sobre a Iniciativa da República Federal da Alemanha tendo em vista a adopção de uma directiva do Conselho relativa ao apoio em caso de trânsito no âmbito de medidas de afastamento por via aérea (14848/2002 C5-0011/ /0801(CNS)) (Nos termos do nº 3 do artigo 68 do Regimento, o Parlamento decide o novo envio à comissão) *** Relatório (A5-0078/2003) da deputada Auroi, em nome da Comissão da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, sobre a proposta de directiva do Conselho que altera, no respeitante aos ensaios comparativos, as Directivas 66/401/CEE relativa à comercialização de sementes de plantas forrageiras, 66/402/CEE relativa à comercialização de sementes de cereais, 68/193/CEE relativa à comercialização dos materiais de propagação vegetativa da vinha, 92/33/CEE relativa à comercialização de material de propagação e plantação de produtos hortícolas, com excepção das sementes, 92/34/CEE relativa à comercialização de material de propagação de fruteiras e de fruteiras destinadas à produção de frutos, 98/56/CE relativa à comercialização de materiais de propagação de plantas ornamentais, 2002/54/CE relativa à comercialização de sementes de beterrabas, 2002/55/CE respeitante à comercialização de sementes de produtos hortícolas, 2002/56/CE relativa à comercialização de batatas de semente e 2002/57/CE relativa à comercialização de sementes de plantas oleaginosas e de fibras (COM(2002) 523 C5-0476/ /0232(CNS)) (O Parlamento aprova a resolução legislativa) *** Recomendação ao Conselho (A5-0116/2003) dos deputados von Boetticher e Turco, em nome da Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos, referente ao desenvolvimento futuro da Europol (2003/2070(INI)) (O Parlamento aprova a recomendação) *** Relatório (A5-0085/2003) da deputada Buitenweg, em nome da Comissão das Liberdades e dos Direitos dos Cidadãos, da Justiça e dos Assuntos Internos que contém uma proposta de recomendação do Parlamento Europeu ao Conselho sobre a reforma das convenções em matéria de estupefacientes (2003/2015(INI)) (O Parlamento rejeita a resolução) *** Relatório (A5-0053/2003) do deputado Perogordo, em nome da Comissão para a Cultura, a Juventude, a Educação, os Meios de Comunicação Social e os Desportos, sobre uma estratégia de informação e comunicação para a União Europeia (2002/2205(INI)) (O Parlamento aprova a resolução) *** Relatório (A5-0111/2003) do deputado Morillon, em nome da Comissão dos Assuntos Externos, dos Direitos do Homem, da Segurança Comum e da Política de Defesa sobre a nova arquitectura europeia de segurança e de defesa prioridades e lacunas (2002/2165(INI))

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