Marcelo Souza Luchesi

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Marcelo Souza Luchesi"

Transcrição

1 Marcelo Souza Luchesi A avaliação da capacidade aeróbia em jogadores de futebol de campo de alto nível: comparação entre protocolos de corrida contínua e corrida de intensidade progressiva. Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional UFMG 2003

2 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS RESUMO 1- INTRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS DO FUTEBOL EM RELAÇÃO À DEMANDA FISIOLÓGICA E À PRODUÇÃO DE ENERGIA IMPORTÂNCIA DA CAPACIDADE AERÓBIA PARA O DESEMPENHO NO FUTEBOL DEFINIÇÃO DE CAPACIDADE AERÓBIA FATORES DETERMINANTES DA CAPACIDADE AERÓBIA FATORES FISIOLÓGICOS DETERMINANTES DA CAPACIDADE AERÓBIA E SUAS ADAPTAÇÕES AO TREINAMENTO ESPECÍFICO PARÂMETROS FISIOLÓGICOS PARA A AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBIA PROBLEMAS ASSOCIADOS À AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE AERÓBIA NO FUTEBOL OBJETIVOS MÉTODOS AMOSTRAS VARIÁVEIS PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO TESTE DE CORRIDA EM INTENSIDADE MÁXIMA DE 2400m

3 ESTIMATIVA DO LIMIAR DE LACTATO DE 4 mmol/l TRATAMENTO ESTATÍSTICO RESULTADOS DISCUSSÃO E CONCLUSÃO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4 LISTA DE TABELAS TABELA 1 Características antropométricas e idade dos voluntários...27 TABELA 2 Variáveis avaliadas no teste de 2400m...27 TABELA 3 Variáveis avaliadas no teste de limiar de lactato

5 RESUMO Vários testes para a estimativa da capacidade aeróbia são utilizados no meio desportivo, sendo que muitos deles possuem características diferentes. Testes de protocolos diferentes podem levar a resultados diversos, mesmo que o objetivo desses testes seja a avaliação ou estimativa da mesma qualidade física. Esta disparidade de resultados pode ter conseqüências importantes na análise e interpretação dos dados obtidos, assim como na prescrição do treinamento de atletas. O objetivo do presente estudo foi verificar a correlação entre a capacidade aeróbia avaliada através de um teste contínuo (estimativa do VO 2 max através do teste máximo de corrida de 2400m) e um teste progressivo intermitente para a estimativa do limiar anaeróbio de lactato de 4 mmol/l através de corridas progressivas de m. Foram avaliados 10 indivíduos atletas de futebol de campo do sexo masculino da categoria juniores e em condições de treinamento semelhante (nível nacional, pertencentes a um clube da primeira divisão), que realizaram os dois testes para a estimativa da capacidade aeróbia em dias distintos, porém na mesma semana, com três dias de intervalo entre eles. As correlações entre os valores de desempenho encontrados nos dois protocolos de exercícios foram verificados pelo cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, após verificação da normalidade da amostra pelo teste de Smirnoff- Kolmogorov. Os valores de consumo máximo de oxigênio obtidos no teste de corrida de 2400m foram de 53,8 + 0,46 ml/kg/min, o tempo de corrida foi de 8 min. 54 seg. + 0,1 min., e a velocidade média de corrida foi de 16,1 + 0,16 km/h. A freqüência cardíaca final (FCmax) no teste foi de ,11 bpm, o que correspondeu a 96% da FC máxima prevista de acordo com a idade dos voluntários. A velocidade média de corrida no limiar anaeróbio de lactato, obtida no teste progressivo de corrida, foi de 13,9 + 0,6 km/h, sendo a freqüência cardíaca média no 5

6 limiar de 176 ± 7,7 bpm, o que representou 91% da FC obtida ao final do teste de Margaria. A velocidade de corrida no limiar representou 86% da velocidade de corrida média registrada no teste de corrida de 2400m e 88 % da freqüência cardíaca máxima estimada pela idade. No presente estudo, não foi observada correlação significativa entre o desempenho alcançado nos dois testes, ou seja, entre o VO2max. estimado no teste de 2400m e a velocidade de corrida no limiar anaeróbio (r=0,31), entre tempo de corrida no teste de 2400m e velocidade no limiar anaeróbio (r=0,36), e entre velocidade de corrida no teste de 2400m e velocidade de corrida no limiar anaeróbio (r=0,36). Conclui-se, a partir dos dados obtidos, que testes para a avaliação da capacidade aeróbia que possuam características diferentes, podem levar a interpretações divergentes quanto ao nível quanto ao nível de condicionamento aeróbio do indivíduo e à prescrição de intensidades de exercício para o treinamento. 6

7 1 - Introdução- 1.1 Características do futebol em relação à demanda fisiológica e à produção de energia. O futebol é um desporto que, por sua grande complexidade, envolve diversos fatores sob o ponto de vista fisiológico. As ações dos jogadores dentro das diferentes situações de jogo, as solicitações específicas das posições e as funções determinadas pelas diferentes estratégias de jogo garantem uma grande e variada exigência no que diz respeito à demanda energética durante a realização dos treinamentos e no jogo propriamente dito (Garret & Kirkendall, 2003). Segundo Ekblom (1986), o futebol é um exercício intermitente de alta intensidade e a execução das ações de alta e baixa intensidade varia de acordo com o estilo individual, funções pré-determinadas e posição específica dos jogadores dentro do jogo. Um fator muito importante e que pode definir o nível de esforço no futebol é o nível técnico dos jogadores, pois quanto mais elevado o nível da disputa, maior serão os momentos de alta intensidade no jogo. O estilo do futebol, segundo a cultura de seu país, poderá influenciar no comportamento e na intensidade do jogo, pois, dependendo da região, as ações no jogo e o conseqüente esforço físico podem diferir consideravelmente. Todos esses fatores são aspectos importantes na determinação da demanda fisiológica e produção de energia no futebol (Weineck, 2000). Atualmente pode-se notar que, controvérsias quanto a participação dos sistemas de energia e quanto a importância destes no futebol são freqüentes. Alguns autores destacam a importância do desenvolvimento da capacidade aeróbia, sendo esta via muito utilizada no desempenho do jogo (Medelli, 1980). Outros julgam ser o sistema anaeróbio lático o mais solicitado pelo futebolista e sem deixar de se mencionar que o sistema anaeróbio alático é de suma importância para a execução 7

8 de algumas ações e intervenções durante uma partida (Reilly & Bangsbo, em Elliot & Mester, 2000). De acordo com Medelli et al. (1985), o perfil fisiológico de um atleta de futebol é de um indivíduo com uma capacidade aeróbia elevada e também com desenvolvida velocidade de contração muscular e força para a realização de ações específicas durante o jogo. Segundo Astrand (1980), pesquisas realizadas com jogadores europeus durante uma partida de futebol revelaram que as freqüências cardíacas dos atletas envolvidos permaneceu abaixo da máxima e manteve-se regular, com exceção de alguns períodos com curta duração. Smoclaka (1978), relatou que a freqüência cardíaca de futebolistas permaneceu em nível superior à 85 % da máxima durante 2/3 do tempo do jogo. O sistema de produção de energia anaeróbia pela via do ácido lático é consideravelmente solicitado em um jogador de futebol e por isso atribui-se a ele um papel de destaque. Segundo dados de Astrand (1980), foram observadas concentrações de lactato acima de 16 mmol/l em situações onde o jogo exigiu uma movimentação contínua e intensa. Margaria (1967) relatou que esforços máximos de 2 ou 3 minutos de duração abrangendo 70 % da musculatura corporal provocam um acúmulo de lactato sangüíneo de 14 a 16 mmol/l. Segundo ele, deve-se observar que concentrações máximas encontradas no sangue (20 mmol/l) são muito inferiores às concentrações encontradas nos músculos (que muitas vezes podem atingir a 30 mmol/l). Segundo Feldman (1978), o sistema anaeróbio alático (ATP-CP) é o primeiro a ser utilizado pelo atleta de futebol quando este realiza esforços de alta intensidade e de curta duração. Quando é exigido de um jogador um esforço máximo e breve, como, por exemplo, em arranque curto em velocidade, essa via energética é predominantemente solicitada. Se esse esforço ultrapassa 6 segundos, começa a haver participação do sistema anaeróbio lático de maneira mais significativa. Segundo Viana (1987), o sistema energético predominante no futebol é o anaeróbio alático. Quando um jogador não tem uma capacidade explosiva para realização de movimentos bruscos e rápidos, corre como se estivesse frenando. Tal 8

9 situação pode indicar a necessidade de desenvolver sua capacidade anaeróbia alática. Segundo McArdle et al. (1985), o futebol exige movimentação intermitente de alta intensidade (deslocamentos rápidos de 20 a 50 m). Para atender satisfatoriamente essa demanda, os profissionais do futebol deveriam desenvolver em seu treinamento diário o débito alático de oxigênio, que é a fase atribuída à restauração dos fosfatos de alta energia depletados durante o exercício. Segundo McArdle et al. (1985), o sistema anaeróbio lático é fundamental para o desenvolvimento das atividades de alta intensidade com duração superior a 10 segundos. Esse sistema produz energia de forma limitada e rápida. Num exercício intenso e prolongado, a energia para a ressíntese de ATP provém da glicose e do glicogênio degradado anaerobiamente. 1.2 Importância da capacidade aeróbia para o desempenho no futebol De acordo com Weineck (2000), no treinamento diário do futebol e também para a realização dos jogos, tem se apontado a necessidade do desenvolvimento da capacidade aeróbia. Ela pode ser considerada a base de sustentação para todas as suas ações. Segundo Reilly & Thomas (1976), um atleta de futebol profissional percorre em média 10 km durante uma partida de 90 minutos (trabalhos observados entre europeus e japoneses, porém sul-americanos percorreram em média10 a 15 % menos). A intensidade nas ações do futebol foi descrita e dividiu-se em andar (25 % da distância total), trotar (37 %), piques (11 %), deslocar para trás (6 %) e corrida submáxima (20 %). Segundo Kirkendall (2003), a freqüência cardíaca avaliada em atletas de futebol, tanto em homens como mulheres, foi superior a 150 bpm, com taxas de 85 % do consumo máximo de oxigênio em dois terços do tempo de jogo. 9

10 Segundo Tubino (1979), uma capacidade aeróbia em níveis satisfatórios é condição fundamental para o desenvolvimento das demais capacidades físicas. 1.3 Definição de capacidade aeróbia A capacidade aeróbia pode ser considerada como a qualidade física básica que dará suporte aos atletas para o desenvolvimento das demais qualidades físicas. No entanto no desempenho de suas funções específicas, o jogador de futebol percorre longas distâncias em um jogo de 90 minutos. De acordo com esse pensamento conclui-se que o atleta que tiver melhor desempenho aeróbio poderá chegar em melhores condições ao final de uma partida. De acordo com Weineck (2000), uma capacidade aeróbia desenvolvida possibilita a aplicação de programas de treinamento intensivos, aumentando sua eficácia e retardando a fadiga. Sendo assim, o atleta conseguirá imprimir mais intensidade em suas ações, tendo seu organismo uma eficiência maior em suportar altas concentrações de lactato, removendo o acumulado, executando em melhores condições as situações emergenciais que um jogo exige. Até mesmo para a recuperação de um jogo para outro ou para a realização dos próximos treinos, o jogador que estiver melhor condicionado aerobicamente possuirá uma certa vantagem sobre outro. Observa-se controvérsias no que diz respeito à importância da capacidade aeróbia para o jogo de futebol. Alguns autores julgam-na como base para outras qualidades e outros a tem como essencial para o desempenho no jogo propriamente dito. Segundo Viana (1987), capacidade aeróbia pode ser definida como a condição que um indivíduo tem de realizar um esforço contínuo e prolongado e seu organismo possa absorver, transportar e utilizar a maior quantidade possível de oxigênio sem diminuição de desempenho. Essa capacidade pode ser facilmente estimada, de maneira direta ou indireta e está diretamente relacionada ao consumo máximo de oxigênio (VO 2 max). 10

11 De acordo com Weineck (1989), capacidade aeróbia pode ser entendida como a capacidade psicofísica de tolerância à fadiga, sob o aspecto do metabolismo muscular, em sobrecarga de longa duração, bem como a capacidade de uma rápida recuperação após estas sobrecargas. Reilly & Bangsbo em Elliot & Mester (2000), afirmam que a capacidade aeróbia geral é um componente importante do condicionamento físico, dependendo do sistema de transporte e consumo deste pelos tecidos em exercício. Ainda segundo estes autores, o treinamento aeróbio engloba adaptações centrais, como a função cardíaca e respiratória, porém fatores musculares podem limitar o desempenho. Segundo McArdle et al.(1985), a capacidade máxima para a ressíntese de ATP é medida quantitativamente pela captação máxima de oxigênio. Esse é um dos indicadores mais importantes da capacidade de alguém realizar um exercício contínuo e prolongado. 1.4 Fatores determinantes da capacidade aeróbia Diversos fatores fisiológicos podem ser alterados com o treinamento e são determinantes para o desenvolvimento da capacidade aeróbia. O nível inicial de aptidão ou estado de treinamento, o sexo, a composição corporal, a idade, a hereditariedade, a intensidade, a duração, a freqüência e o tipo do treinamento também são determinantes desta qualidade física. Segundo Powers & Howley (2000), a predisposição genética responde por 40 a 66 % do valor do VO 2 max de um indivíduo e, em sedentários, o treinamento pode aumentá-lo em até 40 %. A intensidade, a freqüência, a duração e o tipo do exercício podem influenciar diretamente no desempenho aeróbio confirmando a tese dos princípios da sobrecarga e da especificidade do treinamento esportivo (Weineck, 1989). De acordo com Powers & Howley (2000), para ocorrer um efeito do treinamento, um sistema ou tecido devem ser desafiados a exercícios aos quais eles 11

12 não estão acostumados. No decorrer do tempo eles se adaptam a essa carga. E ainda o efeito do treinamento está limitado às fibras musculares envolvidas na atividade. Por exemplo, adaptações mitocondriais e capilares se adaptam ao treinamento aeróbio e adaptações das proteínas contráteis ao treinamento com pesos. Outros fatores que podem influenciar diretamente o desempenho dos atletas, independente do condicionamento físico, são os fatores ambientais como altitude, temperatura, clima e horário da realização do exercício físico. Segundo Powers & Howley (2000), considerando-se a duração da atividade, os fatores ambientais como o calor e a umidade têm uma influência muito importante no desempenho. Quanto maior a duração da atividade, maior a interferência desta, pois os estoques de glicogênio hepático e muscular tentam se manter de acordo com a utilização dos carboidratos. 1.5 Fatores fisiológicos determinantes da capacidade aeróbia e suas adaptações ao treinamento específico Segundo McArdle et al. (1985), a contribuição relativa da transferência de energia anaeróbia e aeróbia depende essencialmente da intensidade e da duração do exercício. Durante exercícios de força e potência-velocidade, a transferência energética primária depende dos sistemas imediatos e a curto prazo. O sistema de energia aeróbio a longo prazo torna-se progressivamente mais importante nas atividades que duram por mais de dois minutos. Com o desenvolvimento de capacidade aeróbia, algumas adaptações podem ser notadas. Relacionadas ao transporte e a utilização de oxigênio podemos incluir a capacidade aumentada das mitocôndrias do músculo esquelético em gerar ATP aerobicamente por fosforilação oxidativa. Aumento no tamanho e no número das mitocôndrias e uma potencial duplicação no nível de atividade das enzimas do sistema aeróbio. Essas modificações 12

13 podem ser de extrema importância em sustentar um elevado percentual de capacidade aeróbia durante exercício prolongado. O conteúdo da mioglobina do músculo esquelético aumenta em até 80 %. Como resultado, a quantidade de oxigênio dentro da célula será aumentada facilitando a difusão para as mitocôndrias. O músculo treinado exibe também uma maior capacidade em mobilizar lípides e carboidratos. O aumento da capacidade aeróbia produz adaptações metabólicas nos diferentes tipos de fibras musculares, não modificando seu tipo básico, mas desenvolvendo seu potencial aeróbio. Pode haver, com o aumento da capacidade aeróbia, hipertrofia seletiva das fibras musculares para treinamento com sobrecarga específica. Além destas adaptações, consideradas adaptações periféricas, importantes fatores cardiovasculares são determinantes da capacidade aeróbia e se adaptam ao treinamento específico. São eles: Volume cardíaco Com o treinamento, é aumentado devido à hipertrofia cardíaca e aumento da cavidade ventricular esquerda e pelo espessamento de suas paredes. Esse aumento no peso e no volume do coração é uma adaptação normal ao treinamento. Volume sangüíneo Tende a aumentar com o treinamento e pode ser benéfico à dinâmica circulatória proporcionando maior fornecimento de oxigênio durante esforço. Possibilita maior enchimento do coração na diástole (aumento de volume diastólico final). Freqüência cardíaca Com o aprimoramento da capacidade física, a freqüência de repouso e em exercício submáximo tende a diminuir. Ela é mais baixa em comparação a indivíduos sedentários e podem servir como referência para o controle da intensidade de treinamentos. 13

14 Volume de ejeção Tanto o volume de ejeção, quanto a contratilidade cardíaca são melhorados com o treinamento aeróbio. O grande volume ventricular também é aumentado como adaptação ao treinamento e são notados tanto em repouso quanto em exercício. O aumento do volume plasmático, ao alterar o volume diastólico final, também contribui para a melhora do volume de ejeção (sistólico). Débito Cardíaco Aumenta consideravelmente com o treinamento da endurance. É uma adaptação muito importante e são notadas diferenças consideráveis entre treinados e não treinados. Pelo fato da freqüência cardíaca máxima ser reduzida com o treinamento e o volume de ejeção estar aumentado, consegue-se mesmo assim manter grande fluxo cardíaco. Extração de oxigênio O treinamento proporciona grandes aumentos na quantidade de oxigênio captado do sangue. Há uma capacidade maior das células musculares treinadas de extraírem e utilizarem o oxigênio circulante. Provavelmente devido ao aumento do teor de mioglobina. Fluxo e distribuição de sangue Em repouso, 15 a 20 % do volume sangüíneo é distribuído para os músculos e o restante vai para as vísceras, o coração e o cérebro. Porém, durante esforço físico, acontecem mudanças de forma que os músculos exercitados recebam 80 a 90 % por meio de vasodilatação e as demais partes do corpo têm essa oferta reduzida drasticamente. O coração recebe um fluxo proporcional ao crescimento da atividade metabólica cardíaca enquanto o cérebro tem seu suprimento sangüíneo mantido. Durante o exercício, o fluxo cutâneo é aumentado para facilitar a dissipação de calor, porém quando o esforço chega próximo do máximo, a circulação cutânea é desviada para a musculatura ativada, explicando assim a rápida elevação da temperatura. Pressão arterial A melhoria da condição aeróbia faz baixar levemente tanto a pressão sistólica quanto a diastólica durante o repouso. Reduções de pressão são notadas em hipertensos após um programa regular de atividade física. Porém, em exercício, há um aumento linear da pressão diastólica. 14

15 Função respiratória A função respiratória é aumentada durante a atividade física (esta é de aproximadamente 6 l/min em repouso) podendo chegar a 100 l/min em adultos sedentários em exercício intenso. Grande parte do aumento da ventilação pulmonar é diretamente proporcional ao aumento do consumo de oxigênio. 1.6 Parâmetros fisiológicos para avaliação da capacidade aeróbia A estimativa da capacidade aeróbia de um indivíduo constitui importante aspecto na concepção e acompanhamento do treinamento de atletas, principalmente de alto nível. Dentre os parâmetros fisiológicos para o monitoramento da capacidade aeróbia, os mais utilizados no futebol de campo profissional são o consumo máximo de oxigênio, medido diretamente ou estimado, e o limiar anaeróbio de lactato. VO2max. Consumo máximo de oxigênio Segundo Franklin (1985), o VO 2 max é a unidade mais amplamente utilizada para se medir a capacidade cardiopulmonar de uma pessoa. Ela é definida fisiologicamente como o mais alto índice de transporte e utilização de oxigênio atingido no exercício físico. Do ponto de vista fisiológico um atleta pode em um teste ter atingido o seu máximo, quando os acréscimos de carga de trabalho não são acompanhados de acréscimos de consumo de oxigênio. De acordo com McArdle et al. (1985), o VO 2 max pode ser entendido como o ponto onde o consumo de oxigênio alcança um platô e não mostra nenhum aumento ou aumenta apenas ligeiramente, com uma carga de trabalho adicional. 15

16 Avaliação direta do VO 2 max O consumo máximo de oxigênio foi mencionado anteriormente neste trabalho como a maior captação de O 2 que um indivíduo pode obter durante o exercício utilizando grandes grupos musculares. Embora existam vários testes para estimar o VO 2, o meio mais preciso para se determinar o consumo máximo de oxigênio é a mensuração laboratorial direta. A avaliação direta do VO 2 max é realizada em laboratório utilizando-se uma esteira motorizada ou uma bicicleta ergométrica e utilizando-se também a espirometria de circuito aberto, onde se faz a mensuração da troca gasosa pulmonar. Avaliação indireta do VO 2 max Alguns testes podem ser úteis na estimativa do consumo máximo de oxigênio. Esses testes podem classificar os indivíduos em relação a sua aptidão cardiovascular com um grau razoável de exatidão. Os testes para a mensuração da capacidade aeróbia, elaborados a partir década de 80, são utilizados para grandes grupos e prediz o VO 2 max a partir do peso corporal, idade, distância percorrida, tempo de duração do teste, peso corporal e freqüência cardíaca. Existem vários protocolos de testes para a estimativa do VO 2 max, eles podem se caracterizar pela utilização de marchas, corridas, subidas e descidas em degraus ou até mesmo outras atividades esportivas mais específicas como a natação. Limiar anaeróbio de lactato - Segundo Powers & Howley (2000), o limiar de lactato representa uma intensidade de exercício na qual o nível sérico de ácido lático começa a aumentar sistematicamente. 16

17 No início do século XX, Fletcher & Hopkins notaram o aumento do lactato sangüíneo durante o exercício e atribuíram esse fato a um aporte de oxigênio inadequado para o trabalho muscular. Entre a década de 60 e 70, Wasserman & McIlroy (em Garret & Kirkendall, 2003) desenvolveram o conceito de limiar anaeróbio, que precisamente indicava a intensidade de exercício que faz com que os aumentos dos parâmetros ventilatórios sejam menos lineares, apresentando elevação desproporcional em relação ao consumo de oxigênio. Eles encontraram a intensidade de exercício que provoca o aumento inicial da concentração de lactato sangüíneo pela medida de parâmetros respiratórios. Esse aumento foi interpretado como o início do metabolismo anaeróbio e foi denominado como limiar anaeróbio. Ainda é muito controvertido o diagnóstico de performance de treinamento através do limiar de lactato. Dúvidas sobre a insuficiência de fatores fisiológicos e bioquímicos relacionados a esse método de avaliação é a maior causa dessa controvérsia. Os limiares permitem quantificar e demarcar as intensidades do treinamento a partir do suprimento de energia do sistema aeróbio ou anaeróbio. O conceito de limiar permite diagnosticar a performance e determinar parâmetros de treinamento. No entanto o limiar, ou os modelos deste, devem se basear em concentrações de lactato obtidos através de avaliações realizadas em laboratórios ou testes de campo. Apesar destes problemas, o limiar de lactato parece ser uma variável fisiológica mais sensível a alterações no nível de condicionamento aeróbio que o VO 2 max, pelo menos em atletas de alto nível, (Viru & Viru, em Garret & Kirkendall, 2003). A efetividade e a eficiência do diagnóstico de performance baseado no lactato representam um importante passo na otimização da performance (Urhausen et al., em Garret & Kirkendall, 2003). 17

18 1.7 Problemas associados à avaliação da capacidade aeróbia no futebol Testes com características diferentes aplicados ao mesmo grupo levam a resultados diferentes? Primeiramente deve-se levar em consideração e ressaltar alguns pontos que diferem e são fundamentais nos diferentes tipos de testes e exercícios. O exercício ou teste intermitente e o exercício ou teste contínuo têm características distintas e particulares, principalmente no que diz respeito à demanda fisiológica dos diferentes sistemas orgânicos e à geração de energia. Em várias modalidades esportivas, senão na grande maioria, é predominante uma conduta de ações intermitentes e intensas, onde existe uma transição entre diversos momentos da competição ou partida. Uma notável diferença caracteriza a modalidade em questão, que é o futebol. Percebe-se que o futebol exige de seus praticantes um bom desempenho em alta intensidade e situações de esforço intermitente, (Bangsbo, em Garret & Kirkendall, 2003). Em diversas modalidades esportivas o exercício intermitente é importante e está presente tanto no treinamento quanto na realização dos jogos. No futebol este tipo de exercício se torna imprescindível para o desempenho ótimo dos jogadores. Algumas diferenças entre o exercício intermitente e o exercício contínuo são notadas após a realização de treinamentos com esses dois métodos. O consumo de oxigênio pode variar em função do método de execução escolhido. No método intermitente pode-se atingir valores mais altos de VO 2, em função dos períodos de recuperação, podendo na média total, ser atingido um nível mais intenso de trabalho. Segundo Bangsbo (1996), exercícios máximos e repetitivos, inclusive os de curta duração, levam a um aumento notável de consumo de oxigênio. Diversos estudos enfocaram o exercício intermitente, de modo a aplicar uma intensidade consideravelmente maior do que aquela conferida pelo VO 2 max. 18

19 Estudos realizados por Essen et al. (1977) mostraram que alguns indivíduos realizaram exercícios contínuos e intermitentes, pedalando por uma hora com a mesma intensidade, sendo o exercício intermitente com 15 segundos de descanso e 15 segundos de exercício, com média de esforço máximo de consumo de oxigênio. Não foi constatada nenhuma diferença em relação ao lactato muscular, porém uma maior remoção de lactato foi notada no exercício intermitente. Foram notadas poucas alterações em relação ao ATP e ao CP durante o exercício contínuo, no entanto no exercício intermitente houve uma maior variação. Após cinco minutos de exercício intermitente, a concentração de CP se encontrava em 40 % dos níveis de descanso, logo após um período de esforço (15 ), e aumentou para 70 % após outro período subsequente de descanso para recuperação. Estas mudanças ainda puderam ser notadas após 55 minutos de exercício intermitente. Outro estudo realizado por Essen (1978) mostrou que, em exercícios contínuos e exercícios intermitentes realizados com a mesma intensidade em relação ao VO 2 max., atletas que executaram o método contínuo entraram em fadiga em poucos minutos, enquanto os que realizaram o esforço de maneira intermitente conseguiram prolongar o exercício por mais de uma hora sem atingirem a exaustão. A média de utilização de glicogênio e acúmulo de lactato no exercício contínuo foram maiores que no exercício intermitente. Outra notável diferença que devemos ressaltar é que em exercícios contínuos o recrutamento de fibras lentas é predominante e no exercício intermitente pode-se perceber o recrutamento também de fibras de contração rápida Esse aspecto é de relevante importância para o desempenho nos esportes (Bangsbo, em Garret & Kirkendall, 2003). O sistema de energia aeróbia tem importante participação na realização de exercício intermitente e também nos momentos de recuperação dos esforços. Por outro lado, o sistema de energia anaeróbia contribui para a realização dos estímulos propriamente ditos deste método de treinamento, (Bangsbo, em Garret & Kirkendall, 2003). 19

20 2 - Objetivos Diante do exposto, o objetivo do presente estudo é verificar a existência de correlação entre a capacidade aeróbia avaliada através de um teste contínuo (estimativa do VO 2 max através do teste máximo de corrida de 2400m) e um teste progressivo intermitente para a estimativa do limiar anaeróbio de lactato de 4 mmol/l através de corridas progressivas de m. 20

21 3 Métodos 3.1 Amostra Para este estudo foram selecionados aleatoriamente 10 (dez) atletas de futebol da categoria juniores de um clube de nível nacional (1ª divisão), da região metropolitana de Belo Horizonte com idades entre 18 e 19 anos e com nível e tipo de treinamento similares. 3.2 Variáveis Foram realizados dois protocolos para a estimativa da capacidade aeróbia : - Teste de corrida máxima de 2400 m, onde foi estimado o VO 2 max relativo dos voluntários, tendo sido medidos a FC final (neste estudo, considerada a FC máxima) e o tempo de corrida; - Teste progressivo de corrida de 1000 m, onde serão estimados a velocidade de corrida no limiar anaeróbio de 4 mmol/l e a FC no limiar anaeróbio. 3.3 Protocolos de avaliação Teste de corrida em intensidade máxima de 2400 m. O consumo de oxigênio máximo (VO 2 max) foi estimado pelo método indireto durante um teste máximo de corrida em campo de 2400m (ACSM, 1996). O campo foi medido com uma trena (Walking Measure, Japão) de precisão de 0,01 m. O teste foi realizado no período da manhã (entre 9:00 e 11:00 horas). Os voluntários não realizaram atividades físicas nas 24 horas que antecederam os testes e as condições 21

22 térmicas do ambiente se apresentavam com temperatura a 26 C e a umidade relativa do ar era de 60 %. Os atletas utilizavam material de treino (blusa, calção, meias e tênis), sendo instruídos a percorrerem a distância de 2400 metros no menor tempo possível. Durante o teste, a FC foi medida utilizando-se monitores de freqüência cardíaca (Polar, modelo: A1, Finlândia) e no momento da conclusão do teste a freqüência cardíaca (FCmax) e o tempo de corrida foram registrados. Para o cálculo do VO 2 max utilizou-se a equação a seguir: 2 m = 5(VO 2 6) t + 5 VO 2; Onde m corresponde à distância em metros, t ao tempo em minutos em que os voluntários percorreram a distância determinada e VO 2 ao consumo de oxigênio estimado alcançado no teste Estimativa do limiar de lactato de 4 mmol/l O limiar de lactato sangüíneo foi estimado de maneira direta, através de coletas de sangue, feitas após corridas progressivas de m no campo. Após cada estágio de corrida de m eram coletados 20 µl de sangue através de uma pipeta, sendo esta amostra retirada da extremidade do dedo médio de uma das mãos do atleta testado. O sangue foi analisado espectrograficamente para a dosagem da concentração de lactato sangüíneo (Accusport, Boehringer Mannheim, Alemanha). Um incremento de velocidade de 1 km/h ocorria até que a concentração de lactato após a corrida de 1000m atingisse ou ultrapassasse 4 mmol/l de sangue. A freqüência cardíaca foi medida após cada corrida através de cardiofreqüencímetro (Polar, modelo: A1, Finlândia). A velocidade de corrida no limiar anaeróbio e a freqüência cardíaca no limiar anaeróbio foram calculados por interpolação, sendo a concentração sangüínea de 4 mmol/l de lactato considerada o marcador metabólico do limiar anaeróbio. 22

23 Tratamento estatístico As variáveis avaliadas nesse estudo estão expressas como média ± desvio padrão. As correlações entre os valores de desempenho encontrados nos dois protocolos de exercícios foram verificados pelo cálculo do coeficiente de correlação de Pearson, após verificação da normalidade da amostra pelo teste de Smirnoff- Kolmogorov. O nível de significância estatística foi fixado em p<0,05. 23

24 4 - Resultados Os dados estão representados como média + desvio padrão. Foram avaliados 10 jogadores da categoria juniores de futebol de campo. Os dados antropométricos da amostra estão representados na Tabela 1. Tab. 1: Características antropométricas e idade dos voluntários IDADE ALTURA M. PESO % (anos) (m) (Kg) GORDURA 18,6 + 0,8 1,81 + 0,03 671,8 + 3,2 7,7 + 1,2 Os valores de consumo máximo de oxigênio obtidos no teste de corrida de 2400m foram de 53,8 + 0,46 ml/kg/min, o tempo de corrida foi de 8 55 min/seg, e a velocidade média de corrida foi de ,16 km/h. A freqüência cardíaca final (FC max) no teste foi de ,11 bpm, o que corresponde a 96% da FC máxima prevista de acordo com a idade dos voluntários, conforme representado na tabela 2. Tab. 2: Variáveis avaliadas no teste de corrida de 2400 m. Veloc.Corrida T. de corrida FC máx. % FC VO 2 max (Km/h) (mm.ss) (bpm) estimada (ml/kg/min) 16,1 + 0, , ,1 96 % 53,8 + 0,5 24

25 A velocidade média de corrida no limiar anaeróbio de lactato, obtida no teste progressivo de corrida, foi de 13,9 km/h, sendo a freqüência cardíaca média no limiar de 176 ± 7,7 bpm, o que representou 91% da FC obtida ao final do teste de Margaria. A velocidade de corrida no limiar representou 86% da velocidade de corrida média registrada no teste de corrida de 2400m e 88 % da freqüência cardíaca máxima estimada pela idade. Estes dados estão representados na tabela 3. Tab.3 Variáveis avaliadas no teste de limiar de lactato Vel. no limiar (km/h) FC no limiar (bpm) % FC em rel. teste 2400 m % FC em rel. FC máx. estimada 13,9 + 0, ,7 91 % 88 % No presente estudo, não foi observada uma correlação significativa entre a velocidade de corrida no limiar anaeróbio e o VO 2 max estimado no teste de corrida de 2400m (r=0,31, p<0,05). De maneira semelhante, não foi constatada correlação entre a velocidade de corrida no limiar anaeróbio e o tempo de corrida no teste de corrida de 2400m (r=0,36, p<0,05). Também não foi encontrada correlação significativa entre a velocidade de corrida no limiar anaeróbio e a velocidade de corrida no teste de 2400m (r=0,36, p<0,05). 25

26 5 Discussão e conclusão Não foi observada correlação significativa entre o desempenho alcançado nos dois testes, ou seja, entre o VO 2 max. estimado no teste de 2400m e a velocidade de corrida no limiar anaeróbio (r=0,31); tempo de corrida no teste de 2400m e velocidade no limiar anaeróbio (r=0,36) e a velocidade no teste de 2400m e velocidade de corrida no limiar anaeróbio (r=0,36). A ausência de correlação significativa entre os desempenhos indica que, embora os dois testes sejam empregados para estimar a capacidade aeróbia de um indivíduo, a demanda fisiológica para a realização dos testes parece ser diferente, e seus resultados expressam aspectos diferentes da capacidade aeróbia. A manutenção de uma alta velocidade de corrida contínua, como solicitado no teste de corrida de 2400m, requer uma elevada capacidade de gerar energia aerobicamente, ou seja, pressupõe uma elevada capacidade de consumir oxigênio. O VO 2 max é a expressão fisiológica desta capacidade, e depende de fatores centrais, de transporte e periféricos. Os fatores centrais estão relacionados à capacidade cardíaca de bombeamento de sangue (débito cardíaco máximo, volume sistólico, volume plasmático). Os fatores de transporte são, basicamente, os determinantes da capacidade do sangue de transportar oxigênio (concentração de hemoglobina e viscosidade do sangue). Já os fatores periféricos são aqueles determinantes da capacidade tecidual (músculo) de extrair oxigênio da corrente sangüínea e utilizá-lo no meio intracelular durante o exercício em alta intensidade (volume e número de mitocôndrias, capilarização tecidual, concentração de mioglobina e atividade de enzimas oxidativas). O VO 2 max, como indicador da capacidade aeróbia de um indivíduo, apresenta, no entanto, capacidade de adaptação limitada a estímulos crônicos de exercício (Viru & Viru, em Garret & Kirkendall, 2003), além de sua treinabilidade (sensibilidade biológica a estímulos de treinamento) ser significativamente dependente de aspectos hereditários (Weineck, 1989). Com isso, é possível que, em indivíduos altamente adaptados, o desempenho em atividades contínuas e prolongadas, de alta intensidade, possa ser melhorado, independente de uma melhora concomitante do VO 2 max (Viru & Viru, em Garret & Kirkendall, 2003). 26

27 Observa-se em atletas de alto nível que uma melhora da intensidade de exercício no limiar anaeróbio pode ocorrer como adaptação a um período de treinamento, ainda que não seja notada uma alteração no VO 2 max (Weineck, 1989). Tal observação parece ser paradoxal, uma vez que ambas as variáveis (VO 2 max e limiar de lactato) são indicadores da capacidade aeróbia de um indivíduo. A ausência de correlação entre as variáveis de desempenho observada neste estudo corrobora com esta ausência de relação direta entre as duas variáveis, ainda que elas sejam expressão de uma mesma capacidade. Deve-se observar, no entanto, que os testes empregados para a determinação das variáveis possuem características bastante diversas (corrida contínua, em velocidade máxima, e corridas intermitentes e em intensidade progressiva). Portanto, devido ao caráter intermitente do futebol, onde a capacidade aeróbia de um indivíduo é de grande importância para a manutenção de alta intensidade de jogo e para a recuperação entre momentos do jogo onde predomina a geração de energia anaeróbia, sugere-se o uso destes dois testes como complementares. No teste de 2400m foram atingidos valores superiores à 90 % da FCmáx. estimada pela idade. Isso é um indício de que o esforço realizado na execução do teste foi máximo (ACSM, 1996). Ao correr na velocidade correspondente ao limiar anaeróbio de lactato, observou-se nos voluntários uma freqüência cardíaca correspondente a 88 % da FCmáx. estimada para a idade dos indivíduos correspondente a 91 % da FCmáx. observada no teste de 2400 m. Essas informações indicam que a velocidade de corrida no limiar anaeróbio representa uma intensidade menor de exercício do que a mantida no teste de 2400m, ou seja, o teste de 2400m é realizado acima da intensidade de corrida no limiar anaeróbio. Segundo o raciocínio lógico do teste para a estimativa do VO 2 max, a intensidade de corrida deve ser a máxima possível para a distância do teste (2400m), o que corresponderia à intensidade de corrida no VO 2 max. A literatura aponta que a intensidade de corrida no limiar anaeróbio costuma ocorrer a aproximadamente 50-60% da intensidade de exercício no VO 2 max em indivíduos sedentários, e cerca de 85% do VO 2 max em atletas bem treinados 27

28 aerobicamente. A relação entre a intensidade de exercício observada nos dois testes empregados neste estudo está de acordo com estas informações (Astrand, 1980). A intensidade de corrida (88% da FCmax estimada) no limiar está de acordo com a faixa de FC normalmente recomendada para o melhor desenvolvimento da capacidade aeróbia (Katch & McArdle, 1985). Tal observação indica que, ao se determinar a velocidade de corrida no limiar e a freqüência cardíaca no limiar de um indivíduo, estas informações podem ser utilizadas para a determinação de intensidades adequadas de treinamento da capacidade aeróbia. Além disso, para populações semelhantes, pode-se também, eventualmente usar percentuais da freqüência cardíaca máxima estimada para a prescrição da intensidade de treinamento da capacidade aeróbia. 28

29 6 Referências bibliográficas AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE - Guidelines for exercise testing and exercise prescription, 4a. edição, Philadelphia: Lea and Febiger, ASTRAND, P.O.; RODAHL, K.: Tratado de fisiologia do exercício, 2ª ed. Rio de Janeiro, Interamericana, BANGSBO, J.; GRAHAM, T.E.; KIENS, B.; SALTIN, B.: Elevated muscle glycogen and anaerobic energy production during exhaustive exercise in man. J Physiol; 451: BANGSBO, J.; GRAHAM, T.; JOHANSEN, L.; STRANGE, L.; CRISTENSEN, C.; SALTIN, B.: Elevated muscle acidity and energy production during exercise humans. Am J Physiol:263:R891R899; BANGSBO, J.: Physical conditioning. In: Ekblom, B.: Ed. Foorbaa (soccer). Cambrige, MA:Blackwell Scientific: ; BANGSBO, J.: Physiology of training. In: Reilly, T. : Science and soccer. London: E & FN Spon:51-64;1996. BANGSBO, J.; MADSEN, K.; KIENS, B.; RICHTER, E.A.: Effect of muscle acidity on muscle metabolism and fatigue during intense exercise in man. J physiol; 495: ;1996. EKBLON, B.: Apllied physiology of soccer. Sports Medicine. 3, 50-60,1986. ELLIOT, B.; MESTER, J.: Treinamento no esporte: aplicando ciência no esporte. São Paulo, 1ª edição. Phorte editora,

30 ESSÉN, B.; HAGENFELDT, L.; KAIJSER, L.: Utilisation of blood-borne and intramuscular substrats during continuous and intermittent exercise in man. J. Physiol;265: ; ESSÉN, B.; SALTIN, B.: Muscle, glycogen, lactate,atp and CP in intermitent exercise. In: PERNOW, B.; SALTIN, B.: eds. Muscle metabolism during exercise: advances in experimental medicine and biology, vol 2. New York: Plenum Press: ; ESSÉN, B.: Studies on regulation of metabolism in human skeletal muscle using intermitent exercise as an experimental model. Acta Physiol Scand Suppl;454:1-32; FELDMAN, M.: Los aspectos medicos del futebol. Buenos Aires, Panamericana, FLETCHER, W.M.; HOPKINS, F.G.: Lactic acid in amphibian muscle. J Physiol (Lond);35: ;1907. FRANKLIN, B.A.: Exercise testing, training and arm ergometry, Sports Med., 2:109, GARRET, W.E.; KIRKENDALL, D.T.: A ciência do exercício e dos esportes. Porto Alegre. Ed. Artmed: 48: , MARGARIA, R.: Aerobic and anaerobic energy sources in muscular exercise. Excerpta medical foundation. New York, MEDELLI, R.: Étude comparative des tests d efforts en cours de saison chez 11 footballeurs. Medecine du Sport, 59: ,

31 McARDLE, W.; KATCH, F.; KATH, V.: Fisiologia do exercício. Energia, nutrição e desmpenho humano. Rio de Janeiro, Ed. Guanabara,1985. POWERS, S.; HOWLEY, E.: Fisiologia do exercício. Teoria e aplicação ao condicionamento e ao desempenho. Rio de Janeiro, 1ª edição, REILLY, T.; THOMAS, V.R.: Time motion analysis of work rate in different positional roles in professional football. J. Hum. Mov. Stud.;2:87-97; SMOCLAKA, V.N.: Cardiovascular aspects of soccer. The physician and sportsmedicine; 6:66-70,1978. TUBINO, M. J. G.: Metodologia científica do treinamento desportivo. São Paulo, Ibrasa, URHAUSEN, A.; COEN, B.; KINDERMAN, W.: Avaliação individual da transição aeróbia-anaeróbia com medidas de lactato sangüineo. IN: GARRET, W. E.; KIRKENDALL, D.T.: A ciência do exercício e dos esportes. Porto Alegre, Artmed, VIANA, A.R.: Futebol. Rio de Janeiro, Sprint, VIRU, A.; VIRU, M.: Natureza dos efeitos do treinamento. In: GARRET,W.E.; KIRKENDALL, D.T.: A ciência do exercício e dos esportes. Porto Alegre, Artmed, WEINECK, J. : Manual de treinamento esportivo. São Paulo, ed. Manole, WEINECK, J.: Futebol Total. O treinamento físico no futebol. São Paulo, Phorte editora,

32 WASSERMAN, K.; McILROY, M.B.: Detecting the threshold of anaerobic metabolism in cardiac patients. Am J Cardiol.; 14: ;

Respostas Fisiológicas do sistema cardiovascular durante a Atividade Física

Respostas Fisiológicas do sistema cardiovascular durante a Atividade Física Respostas Fisiológicas do sistema cardiovascular durante a Atividade Física 1 1) ATP: Adenosina trifosfato É um composto que armazena e libera energia para todos os processos celulares, inclusive para

Leia mais

ÍNDICE INTRODUÇÃO 1 REVISÃO DA LITERATURA 5

ÍNDICE INTRODUÇÃO 1 REVISÃO DA LITERATURA 5 ÍNDICE INTRODUÇÃO 1 1.1. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA 1 1.2. OBJECTIVOS E PERTINÊNCIA DO ESTUDO 2 REVISÃO DA LITERATURA 5 2.1. METABOLISMO ENERGÉTICO 5 2.1.1. CONCEITO DE ENERGIA 5 2.1.2. VIAS ENERGÉTICAS

Leia mais

TESTE DE ESFORÇO E CÁLCULOS DE AUXILIO PARA O PLANEJAMENTO E PRESCRIÇÀO DE EXERCICIOS FÍSICOS. Capacidade cardiorrespiratória

TESTE DE ESFORÇO E CÁLCULOS DE AUXILIO PARA O PLANEJAMENTO E PRESCRIÇÀO DE EXERCICIOS FÍSICOS. Capacidade cardiorrespiratória TESTE DE ESFORÇO E CÁLCULOS DE AUXILIO PARA O PLANEJAMENTO E PRESCRIÇÀO DE EXERCICIOS FÍSICOS Luiz Antônio Domingues Filho O treinamento aeróbio é um dos mais importantes componentes de um programa de

Leia mais

METABOLISMO E FONTES ENERGÉTICAS NO EXERCÍCIO

METABOLISMO E FONTES ENERGÉTICAS NO EXERCÍCIO METABOLISMO E FONTES ENERGÉTICAS NO EXERCÍCIO PARTE 2 Dra. Flávia Cristina Goulart CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Campus de Marília flaviagoulart@marilia.unesp.br Déficit de Oxigênio

Leia mais

MÉTODOS de Treinamento

MÉTODOS de Treinamento Metodologia do TREINAMENTO FÍSICO AULA 7 MÉTODOS de Treinamento MÉTODOS de Treinamento Métodos CONTÍNUOS Métodos INTERVALADOS Métodos FRACIONADOS Métodos em CIRCUITO Métodos ADAPTATIVOS São as DIFERENTES

Leia mais

Prof. Claudio Pavanelli

Prof. Claudio Pavanelli Exercício e Altitude Prof. Claudio Pavanelli CEMAFE Universidade Federal de São Paulo - EPM Fisiologia das Altitudes Elevadas La Paz 3.600 m 490 mmhg Mar São Paulo 760 m Rio de Janeiro 0 m 760 mmhg Fisiologia

Leia mais

Metabolismo do Exercício -1ª parte

Metabolismo do Exercício -1ª parte Metabolismo do Exercício -1ª parte INTRODUÇÃO Nenhum outro estresse a que o corpo é normalmente exposto, sequer se aproxima dos estresses extremos decorrente do exercício vigoroso. INTRODUÇÃO De fato,

Leia mais

Metabolismo dos Carboidratos

Metabolismo dos Carboidratos Metabolismo dos Carboidratos Disciplina: Nutrição Aplicada a Educação Física Prof ₐ Mda. Vanessa Ribeiro dos Santos Definição O que são carboidratos? Os carboidratos são compostos orgânicos que contêm:

Leia mais

RONALDO BERNARDO NAHIRNIAK DA SILVA PERFIL MORFOFUNCIONAL DE TENISTAS DO SEXO FEMININO

RONALDO BERNARDO NAHIRNIAK DA SILVA PERFIL MORFOFUNCIONAL DE TENISTAS DO SEXO FEMININO RONALDO BERNARDO NAHIRNIAK DA SILVA PERFIL MORFOFUNCIONAL DE TENISTAS DO SEXO FEMININO Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso em Especialização em Ciência do Treinamento Desportivo do Departamento

Leia mais

Treinamento de Força

Treinamento de Força Treinamento de Força O B J E T I V O Possibilitar aos alunos de educação física uma experiência teórica e prática no estudo generalizado da ciência dos exercícios contra-resistência. Apresentar em linhas

Leia mais

Efeito Da Mobilização De Tecidos Moles Nas Concentrações de Ácido Láctico, Após Exercício Intensivo

Efeito Da Mobilização De Tecidos Moles Nas Concentrações de Ácido Láctico, Após Exercício Intensivo Efeito Da Mobilização De Tecidos Moles Nas Concentrações de Ácido Láctico, Após Exercício Intensivo Juliana Alves Brito Pedro Harry Leite Manuel Paquete ESS-JP-VNGAIA INTRODUÇÃO Porquê a escolha da MTM?

Leia mais

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PLANO DE ENSINO DRT: 201.249-0

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PLANO DE ENSINO DRT: 201.249-0 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE PLANO DE ENSINO Unidade Universitária: CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE Curso: EDUCAÇÃO FISICA Núcleo Temático: Disciplina:

Leia mais

MICROCICLOS - Modelos

MICROCICLOS - Modelos O MICROCICLO É A MENOR FRAÇÃO DO PROCESSO DE TREINAMENTO. COMBINANDO FASES DE ESTÍMULO E RECUPERAÇÃO, CRIA AS CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA QUE OCORRA O FENÔMENO DA SUPER- COMPENSAÇÃO, MELHORANDO O NÍVEL

Leia mais

Aspectos Metodológicos da Preparação dos Corredores de Longa Distância

Aspectos Metodológicos da Preparação dos Corredores de Longa Distância Prof. Ricardo Antonio D Angelo -Mestrando em Ciências da Motricidade, UNESP, Rio Claro, 2006 -Treinador Nacional de Fundo, 2004 -Treinador IAAF Nível II, 1999 -Especialização em Atletismo, USP, 1983 -Coordenador

Leia mais

Ventilação Pulmonar. Vol. Ar Corrente (L) Pressão intrapleural (cm H 2 O) Fluxo de Ar (L/s) pleura parietal. pleura visceral.

Ventilação Pulmonar. Vol. Ar Corrente (L) Pressão intrapleural (cm H 2 O) Fluxo de Ar (L/s) pleura parietal. pleura visceral. Difusão de O 2 e nos alvéolos e transporte de gases no sangue: dos pulmões aos tecidos e dos tecidos aos pulmões Efeitos do exercício Lisete Compagno Michelini Ventilação Pulmonar Pressão intrapleural

Leia mais

Bioenergética FONTES ENERGÉTICAS. BE066 Fisiologia do Exercício. Sergio Gregorio da Silva, PhD. Definição de Energia! Capacidade de realizar trabalho

Bioenergética FONTES ENERGÉTICAS. BE066 Fisiologia do Exercício. Sergio Gregorio da Silva, PhD. Definição de Energia! Capacidade de realizar trabalho BE066 Fisiologia do Exercício Bioenergética Sergio Gregorio da Silva, PhD FONTES ENERGÉTICAS Definição de Energia! Capacidade de realizar trabalho Definição de Trabalho! Aplicação de força através de uma

Leia mais

Periodização na Musculação. Prof. Dra. Bruna Oneda 2013

Periodização na Musculação. Prof. Dra. Bruna Oneda 2013 Periodização na Musculação Prof. Dra. Bruna Oneda 2013 Periodização Compreende a divisão da temporada de treino, com períodos particulares de tempo, contendo objetivos e conteúdos muito bem determinados.

Leia mais

GUILHERME SANTOS DE FARIA. Comparação entre o teste de 2400m aplicado com mudança de direção e sem mudança de direção

GUILHERME SANTOS DE FARIA. Comparação entre o teste de 2400m aplicado com mudança de direção e sem mudança de direção GUILHERME SANTOS DE FARIA Comparação entre o teste de 2400m aplicado com mudança de direção e sem mudança de direção Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Belo Horizonte / MG 2009 Comparação entre

Leia mais

Equação de Corrida. I inclinação da corrida em percentual (%)

Equação de Corrida. I inclinação da corrida em percentual (%) Equação de Corrida VO 2 = (0,2 x V) + (0,9 x V x I) + VO 2rep VO 2 consumo de oxigênio em mililitros por quilo por minuto (ml.kg -1.min -1 ) V velocidade da caminhada em metros por minuto (m.min -1 ) I

Leia mais

GINÁSTICA LOCALIZADA

GINÁSTICA LOCALIZADA GINÁSTICA LOCALIZADA CONCEITO Método de condicionamento físico, que visa desenvolver a resistência muscular localizada de um músculo ou de um grupamento muscular, tornando-o mais tonificado sem com tudo

Leia mais

Quantificação do Treinamento

Quantificação do Treinamento Bases Metodológicas do Treinamento Desportivo Unidade III Quantificação do Treinamento Prof. Esp. Jorge Duarte Quantificação do Treinamento Nesta unidade tentaremos quantificar o treinamento. Iremos analisar

Leia mais

TIPOS DE MACROCICLOS EXISTENTES

TIPOS DE MACROCICLOS EXISTENTES TIPOS DE MACROCICLOS EXISTENTES Variante Macrociclo Periodização Utilizado para: I Quadrimestral Simples Atletas adolescentes ou iniciantes Tripla Necessidade de 3 peaks acentuados II Semestral Simples

Leia mais

Erros e Incertezas. Rafael Alves Batista Instituto de Física Gleb Wataghin Universidade Estadual de Campinas (Dated: 10 de Julho de 2011.

Erros e Incertezas. Rafael Alves Batista Instituto de Física Gleb Wataghin Universidade Estadual de Campinas (Dated: 10 de Julho de 2011. Rafael Alves Batista Instituto de Física Gleb Wataghin Universidade Estadual de Campinas (Dated: 10 de Julho de 2011.) I. INTRODUÇÃO Quando se faz um experimento, deseja-se comparar o resultado obtido

Leia mais

PÓS-GRADUAÇÃO EM TREINAMENTO FUNCIONAL

PÓS-GRADUAÇÃO EM TREINAMENTO FUNCIONAL PÓS-GRADUAÇÃO EM TREINAMENTO FUNCIONAL Instituição Certificadora: FALC Faculdade da Aldeia de Carapicuíba Amparo Legal: Resolução CNE CES 1 2001/ 2007 Carga Horária: 460h Período de Duração: 12 meses (01

Leia mais

18/9/2010. Prof. Mst. Sandro de Souza consultoriass@gmail.com sandrodesouza.wordpress.com

18/9/2010. Prof. Mst. Sandro de Souza consultoriass@gmail.com sandrodesouza.wordpress.com Distribuição das Áreas de conhecimento sobre Fisiologia do Exercício BIOENERGÉTICA SISTEMA CARDIORRESPIRATÓRIO TREINAMENT DESPORTIVO SISTEMA MUSCULAR SISTEMA NERVOSO Fisiologia do Exercício Prof. Mst.

Leia mais

Aula V 2013 Biologia Cursinho Ação Direta. Respiração:

Aula V 2013 Biologia Cursinho Ação Direta. Respiração: Aula V 2013 Biologia Cursinho Ação Direta Respiração: O processo de respiração tem como objetivo básico tornar possível extrair a energia química presente nos alimentos e utilizá-las nas diversas atividades

Leia mais

METODOLOGIA VO2PRO WWW.VO2PRO.COM.BR

METODOLOGIA VO2PRO WWW.VO2PRO.COM.BR ALEXANDRE MACHADO METODOLOGIA VO2PRO A VO2PRO nasce com uma proposta inovadora para melhoria do condicionamento físico, seja com objetivo para uma melhor qualidade de vida ou para performance esportiva.

Leia mais

1 Introdução. 1.1 Importância da Utilização da Amostragem

1 Introdução. 1.1 Importância da Utilização da Amostragem 1 Introdução Um dos principais objetivos da maioria dos estudos, análises ou pesquisas estatísticas é fazer generalizações seguras com base em amostras, sobre as populações das quais as amostras foram

Leia mais

e a parcela não linear ser a resposta do sistema não linear com memória finita. Isto é, a

e a parcela não linear ser a resposta do sistema não linear com memória finita. Isto é, a 189 Comparando-se as figuras anteriores, Figura 5.15 a Figura 5.18, nota-se que existe uma correlação entre os valores das funções auto densidade espectrais lineares e não lineares. Esta correlação é devida

Leia mais

COORDENAÇÃO MOTORA. 13% dos idosos têm dificuldade com várias tarefas que exigem coordenação óculo-manual (ex. inserir uma chave na fechadura).

COORDENAÇÃO MOTORA. 13% dos idosos têm dificuldade com várias tarefas que exigem coordenação óculo-manual (ex. inserir uma chave na fechadura). COORDENAÇÃO MOTORA coordenação motora é a ação sinérgica do SNC e da musculatura esquelética dentro de uma determinada seqüência de movimentos. O envelhecimento provoca uma diminuição da velocidades de

Leia mais

"É a máxima velocidade de movimento que pode ser alcançada"(hollmann & Hettinger apud BARBANTI, 1979).

É a máxima velocidade de movimento que pode ser alcançada(hollmann & Hettinger apud BARBANTI, 1979). VELOCIDADE * Prof. Francisco Tavares 1 INTRODUÇÃO A velocidade é uma característica neuromuscular que está presente em todas as situações nos vários esportes. Popularmente, diz-se que a velocidade é uma

Leia mais

Especialização em Fisiologia do Exercício - NOVO

Especialização em Fisiologia do Exercício - NOVO Especialização em Fisiologia do Exercício - NOVO Apresentação Previsão de Início Agosto Inscrições em Breve - Turma 01 - Campus Stiep O objetivo do curso é prover o profissional de conhecimentos atualizados

Leia mais

TRABALHO AERÓBICO: PERDA DE PESO E QUALIDADE DE VIDA

TRABALHO AERÓBICO: PERDA DE PESO E QUALIDADE DE VIDA TRABALHO AERÓBICO: PERDA DE PESO E QUALIDADE DE VIDA Elizangela Coutinho Lourdes Vargas Prof. Alberto Dantas Resumo A preocupação com a saúde e principalmente com a obesidade tem levado as pessoas à procura

Leia mais

Avaliação do VO²máx. Teste de Esforço Cardiorrespiratório. Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²;

Avaliação do VO²máx. Teste de Esforço Cardiorrespiratório. Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²; Teste de Esforço Cardiorrespiratório Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²; Avaliação Cardiorrespiratória 1 Teste de Esforço Cardiorrespiratório Avaliação do Consumo Máximo de

Leia mais

Sistema Circulatório

Sistema Circulatório Anatomia Funcional do Sistema Cardio-respiratório dos Répteis Anatomia Funcional do Sistema Cardio-respiratório dos Répteis Especialização Anclivepa-SP Anclivepa-SP Cristina Fotin Sistema Circulatório

Leia mais

Objetivo da aula. Trabalho celular 01/09/2016 GASTO ENERGÉTICO. Energia e Trabalho Biológico

Objetivo da aula. Trabalho celular 01/09/2016 GASTO ENERGÉTICO. Energia e Trabalho Biológico Escola de Educação Física e Esporte Universidade de São Paulo Bioquímica da Atividade Motora Calorimetria Medida do Gasto Energético No Exercício Físico Objetivo da aula Medida do gasto energético no exercício

Leia mais

TREINAMENTO RESISTIDO APLICADO EM ESCOLARES SEM O USO DE EQUIPAMENTOS EM UMA ESCOLA DA CIDADE DE PORTO VELHO - RO RESUMO

TREINAMENTO RESISTIDO APLICADO EM ESCOLARES SEM O USO DE EQUIPAMENTOS EM UMA ESCOLA DA CIDADE DE PORTO VELHO - RO RESUMO TREINAMENTO RESISTIDO APLICADO EM ESCOLARES SEM O USO DE EQUIPAMENTOS EM UMA ESCOLA DA CIDADE DE PORTO VELHO - RO PEDROSA, Olakson Pinto. Professor do Curso de Educação Física da ULBRA 1 PINHO, Silvia

Leia mais

Estudo sobre a resistência no futebol: densidade das ações de jogo na categoria infantil (14/15 anos)

Estudo sobre a resistência no futebol: densidade das ações de jogo na categoria infantil (14/15 anos) 96 ARTIGO Estudo sobre a resistência no futebol: densidade das ações de jogo na categoria infantil (14/15 anos) Daniel Medeiros Alves Especialista em Treinamento Desportivo UEL/Londrina Paulo Roberto de

Leia mais

Avaliação do VO²máx. Teste de Esforço Cardiorrespiratório. Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²;

Avaliação do VO²máx. Teste de Esforço Cardiorrespiratório. Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²; Teste de Esforço Cardiorrespiratório Avaliação da Função Cardíaca; Avaliação do Consumo Máximo de O²; Avaliação Cardiorrespiratória 1 Teste de Esforço Cardiorrespiratório Avaliação do Consumo Máximo de

Leia mais

COMPARAÇÃO DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO ENTRE AS DIFERENTES POSIÇÕES NO FUTSAL.

COMPARAÇÃO DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO ENTRE AS DIFERENTES POSIÇÕES NO FUTSAL. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS DIEGO ALMEIDA TEIXEIRA NORONHA EDUARDO BORBA SALZER COMPARAÇÃO DO CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO ENTRE AS DIFERENTES POSIÇÕES NO

Leia mais

TREINAMENTO DESPORTIVO. Ricardo L. Pace Jr.

TREINAMENTO DESPORTIVO. Ricardo L. Pace Jr. TREINAMENTO DESPORTIVO Ricardo L. Pace Jr. INTRODUÇÃO Desde a Grécia antiga até hoje, o treinamento desportivo variou de um cunho religioso até meio de marketing. A partir de quando utilizado como meio

Leia mais

I-094 - COLIFORMES E ph MÉDIAS ARITMÉTICAS, MÉDIAS GEOMÉTRICAS E MEDIANAS

I-094 - COLIFORMES E ph MÉDIAS ARITMÉTICAS, MÉDIAS GEOMÉTRICAS E MEDIANAS I-9 - COLIFORMES E ph MÉDIAS ARITMÉTICAS, MÉDIAS GEOMÉTRICAS E MEDIANAS Marcos von Sperling ( 1 ) Engenheiro Civil (UFMG). Doutor em Engenharia Ambiental (Imperial College, Universidade de Londres Inglaterra).

Leia mais

CONTROLE DE TREINAMENTO

CONTROLE DE TREINAMENTO CONTROLE DE TREINAMENTO CONTROLE DE TREINAMENTO VARIÁVEIS DA CARGA EXERCÍCIO VOLUME INTENSIDADE CONCEITOS EXERCÍCIO GERAL ESPECÍFICO VOLUME ABSOLUTA RELATIVO INTENSIDADE: COMO CONTROLAR? CARGA DE TREINAMENTO

Leia mais

TREINAMENTO INTERVALADO NO TREINAMENTO AERÓBIO OU ANAERÓBIO INTERVAL TRAINING IN THE AEROBIC OR ANAEROBIC TRAINING

TREINAMENTO INTERVALADO NO TREINAMENTO AERÓBIO OU ANAERÓBIO INTERVAL TRAINING IN THE AEROBIC OR ANAEROBIC TRAINING TREINAMENTO INTERVALADO NO TREINAMENTO AERÓBIO OU ANAERÓBIO INTERVAL TRAINING IN THE AEROBIC OR ANAEROBIC TRAINING Augusto César Fernandes de Paula 1 e Denise de Oliveira Alonso 2 1 Graduado e licenciado

Leia mais

Acre. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1 o e 3 o quartis nos municípios do estado do Acre (1991, 2000 e 2010)

Acre. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1 o e 3 o quartis nos municípios do estado do Acre (1991, 2000 e 2010) Acre Em, no estado do Acre (AC) moravam 734 mil pessoas, e uma parcela ainda pequena dessa população, 4,3% (32 mil) tinha 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 22 municípios, dos quais sete

Leia mais

Universidade Salgado de Oliveira Disciplina: Fisiologia do Exercício. Prof. Mst. Sandro de Souza

Universidade Salgado de Oliveira Disciplina: Fisiologia do Exercício. Prof. Mst. Sandro de Souza Universidade Salgado de Oliveira Disciplina: Fisiologia do Exercício Métodos de Predição do VO2máx Prof. Mst. Sandro de Souza Objetivos Discutir alguns aspectos associados à medida do VO2máx. Conhecer

Leia mais

FUNDAMENTOS DA FISIOLOGIA CARDÍACA. Prof. Ms. Clayton Silva

FUNDAMENTOS DA FISIOLOGIA CARDÍACA. Prof. Ms. Clayton Silva FUNDAMENTOS DA FISIOLOGIA CARDÍACA Prof. Ms. Clayton Silva INTRODUÇÃO O sistema circulatório ou cardiovascular ou formado pelo coração e uma vasta rede de tubos de vários tipos e calibres, que põe em comunicação

Leia mais

ANOVA. (Analysis of Variance) Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

ANOVA. (Analysis of Variance) Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior ANOVA (Analysis of Variance) Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior Para que serve a ANOVA? Para comparar três ou mais variáveis ou amostras. Por exemplo, queremos testar os efeitos cardiorrespiratórios

Leia mais

SISTEMA CIRCULATÓRIO. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira

SISTEMA CIRCULATÓRIO. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira SISTEMA CIRCULATÓRIO 2 A função básica do sistema cardiovascular é a de levar material nutritivo e oxigênio às células. O sistema circulatório é um sistema fechado, sem comunicação com o exterior, constituído

Leia mais

CREATINA MONOHIDRATADA

CREATINA MONOHIDRATADA CREATINA MONOHIDRATADA CREATINA MONOHIDRATADA Suplemento para Atletas Nome Químico: N-caminoiminometi N-metilglicina monohidratada. CAS Number: 6020-87-7. Formula Molecular: C 4 H 9 N 3 O 2 H 2 O. Peso

Leia mais

PARECER CREMEC Nº 29/2012 23/11/2012

PARECER CREMEC Nº 29/2012 23/11/2012 PARECER CREMEC Nº 29/2012 23/11/2012 PROCESSO-CONSULTA PROTOCOLO CREMEC nº 7321/2012 Assunto: Hipertensão Arterial e MAPA Interessado: Sr. Francisco Romário Ferreira Gomes PARECERISTA: Câmara Técnica de

Leia mais

4/5/2010. Sistema Glicolítico. Intensidade. Sistema Glicolítico ATP CP. Sistema Oxidativo. Tempo de Duração. 10 2 Acima de 2

4/5/2010. Sistema Glicolítico. Intensidade. Sistema Glicolítico ATP CP. Sistema Oxidativo. Tempo de Duração. 10 2 Acima de 2 Sistema Glicolítico Intensidade 100 80 % 60 ATP CP Sistema Glicolítico Sistema Oxidativo 40 20 0 10 2 Acima de 2 Tempo de Duração 1 Intensidade 100 80 % 60 40 Sistema Glicolítico 20 0 2 Tempo de Duração

Leia mais

Distribuições Conjuntas (Tabelas de Contingência)

Distribuições Conjuntas (Tabelas de Contingência) Cruzamento de Dados Distribuições Conjuntas (Tabelas de Contingência) Lorí Viali, Dr. DESTAT/FAMAT/PUCRS viali@pucrs.br http://www.pucrs.br/famat/viali Distribuição Conjunta Exemplo (tabela um) Suponha

Leia mais

Diplomados com o Ensino Superior

Diplomados com o Ensino Superior Ensino dos 30 aos 34 anos - dados e projeções Julho de 2016 Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência Ensino Julho de 2016 Ensino dos 30 aos 34 anos - dados e projeções Esta nota técnica visa

Leia mais

Limiar Anaeróbio. Prof. Sergio Gregorio da Silva, PhD. Wasserman & McIlroy Am. M. Cardiol, 14: , 1964

Limiar Anaeróbio. Prof. Sergio Gregorio da Silva, PhD. Wasserman & McIlroy Am. M. Cardiol, 14: , 1964 Limiar Anaeróbio Prof. Sergio Gregorio da Silva, PhD Wasserman & McIlroy Am. M. Cardiol, 14:844-852, 1964 Introdução do termo Limiar de Metabolismo Anaeróbio Definido como a taxa de trabalho ou VO2 a partir

Leia mais

Análise de Regressão. Notas de Aula

Análise de Regressão. Notas de Aula Análise de Regressão Notas de Aula 2 Modelos de Regressão Modelos de regressão são modelos matemáticos que relacionam o comportamento de uma variável Y com outra X. Quando a função f que relaciona duas

Leia mais

Glossário de Aprendizagem Motora

Glossário de Aprendizagem Motora Glossário de Aprendizagem Motora Prof. Dr. Luciano Basso Lacom_EEFE 1. Ação: a descrição da ação é feita com base na intenção e no objetivo que se pretende alcançar. Ela é identificada pela meta à qual

Leia mais

Pernambuco. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de Pernambuco (1991, 2000 e 2010)

Pernambuco. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de Pernambuco (1991, 2000 e 2010) Pernambuco Em, no estado de Pernambuco (PE), moravam 8,8 milhões de pessoas, onde parcela relevante (7,4%; 648,7 mil habitantes) tinha 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 185 municípios,

Leia mais

Ferramentas para a Qualidade

Ferramentas para a Qualidade Diagrama de processo: seu objetivo é a listagem de todas as fases do processo de forma simples e de rápida visualização e entendimento. Quando há decisões envolvidas pode-se representar o diagrama de processo

Leia mais

Doença de base 2. CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES

Doença de base 2. CARACTERIZAÇÃO DAS LESÕES Doença de base As patologias de base dos pacientes corresponderam ao grupo ao qual pertenciam. Assim, o diabetes mellitus e a insuficiência venosa crônica, isolados ou associados a outras patologias, como

Leia mais

Plano de Ensino PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA APLICADA À ENGENHARIA - CCE0292

Plano de Ensino PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA APLICADA À ENGENHARIA - CCE0292 Plano de Ensino PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA APLICADA À ENGENHARIA - CCE0292 Título PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA APLICADA À ENGENHARIA Código da disciplina SIA CCE0292 16 Número de semanas de aula 4 Número

Leia mais

LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE

LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE SECRETARIA NACIONAL DE ESPORTE EDUCACIONAL Palestra: Douglas Morato Ferrari Aspectos Normativos e a Manifestação Esporte Educacional. Enquadramento Normativo Elementos e Focos de Análise Técnica Disfunções

Leia mais

Efeito do exercício no ritmo cardíaco

Efeito do exercício no ritmo cardíaco Efeito do exercício no ritmo cardíaco Objectivos Demonstrar competências na interpretação de fenómenos científicos Realizar experiências controladas executando, coleccionando, registando dados. Explicar

Leia mais

MODELAGEM MATEMÁTICA DE UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM MÉDIA TENSÃO 1. Gabriel Attuati 2, Paulo Sausen 3.

MODELAGEM MATEMÁTICA DE UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM MÉDIA TENSÃO 1. Gabriel Attuati 2, Paulo Sausen 3. MODELAGEM MATEMÁTICA DE UM SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA EM MÉDIA TENSÃO 1 Gabriel Attuati 2, Paulo Sausen 3. 1 Parte integrante do Projeto de pesquisa Análise, Modelagem e Desenvolvimento

Leia mais

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 1981-9900 versão eletrônica

Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício ISSN 1981-9900 versão eletrônica AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE LACTATO EM DOIS TESTES ANAERÓBICOS INDIRETOS: ESTUDO COMPARADO EM ATLETAS JUVENIS DE FUTSAL FEMININO 252 Verediane Galan Ramos 1, Humberto Garcia de Oliveira 2 Andre Luiz Amaral

Leia mais

PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO MÉDICA DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL COPA DO MUNDO BRASIL - 2014 DR. SERAFIM BORGES MÉDICO DO ESPORTE

PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO MÉDICA DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL COPA DO MUNDO BRASIL - 2014 DR. SERAFIM BORGES MÉDICO DO ESPORTE PROTOCOLOS DE AVALIAÇÃO MÉDICA DA SELEÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL COPA DO MUNDO BRASIL - 2014 DR. SERAFIM BORGES MÉDICO DO ESPORTE INTRODUÇÃO: A atuação do Médico Cardiologista Clínico numa equipe de Futebol,

Leia mais

PROVAS DE GANHO EM PESO

PROVAS DE GANHO EM PESO PROVAS DE GANHO EM PESO A Prova de Ganho em Peso (PGP) consiste em submeter animais machos, portadores de RGN e com variação de idade de no máximo 90 (noventa) dias, a um mesmo manejo e regime alimentar

Leia mais

Objetivos da disciplina:

Objetivos da disciplina: Aplicar e utilizar princípios de metrologia em calibração de instrumentos e malhas de controle. Objetivos da disciplina: Aplicar e utilizar princípios de metrologia calibração de instrumentos e malhas

Leia mais

Manutenção total aplicada em ferramentarias

Manutenção total aplicada em ferramentarias Manutenção total aplicada em ferramentarias Por: Sérgio Borcato Roberto Mariotti A medição da eficiência dos equipamentos de manufatura vem se tornando essencial para a resolução de problemas e para melhoria

Leia mais

alocação de custo têm que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias, etc.

alocação de custo têm que ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como o aluguel, a supervisão, as chefias, etc. Professor José Alves Aula pocii Aula 3,4 Custeio por Absorção Custeio significa apropriação de custos. Métodos de Custeio é a forma como são apropriados os custos aos produtos. Assim, existe Custeio por

Leia mais

O EFEITO DA DURAÇÃO DE PAUSA NO EXERCÍCIO INTERMITENTE: UM ESTUDO PELO MODELO DA POTÊNCIA CRÍTICA

O EFEITO DA DURAÇÃO DE PAUSA NO EXERCÍCIO INTERMITENTE: UM ESTUDO PELO MODELO DA POTÊNCIA CRÍTICA O EFEITO DA DURAÇÃO DE PAUSA NO EXERCÍCIO INTERMITENTE: UM ESTUDO PELO MODELO DA POTÊNCIA CRÍTICA THAÍS GUIMARÃES ELENO Dissertação apresentada ao Instituto de Biociências do Campus de Rio Claro, Universidade

Leia mais

METABOLISMO ENERGÉTICO NO TRABALHO MUSCULAR DO TREINO COMPETITIVO OU DO FITNESS

METABOLISMO ENERGÉTICO NO TRABALHO MUSCULAR DO TREINO COMPETITIVO OU DO FITNESS ARTIGO METABOLISMO ENERGÉTICO NO TRABALHO MUSCULAR DO TREINO COMPETITIVO OU DO FITNESS Nelson Kautzner Marques Junior* RESUMO O estudo, uma revisão da literatura científica sobre metabolismo energético,

Leia mais

CIÊNCIAS PROVA 3º BIMESTRE 8º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ

CIÊNCIAS PROVA 3º BIMESTRE 8º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO SUBSECRETARIA DE ENSINO COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO CIÊNCIAS PROVA 3º BIMESTRE 8º ANO PROJETO CIENTISTAS DO AMANHÃ 2010 01. A organização

Leia mais

GUIA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS DE ESTABILIDADE DE PRODUTOS SANEANTES

GUIA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS DE ESTABILIDADE DE PRODUTOS SANEANTES GUIA PARA A REALIZAÇÃO DE ESTUDOS DE ESTABILIDADE DE PRODUTOS SANEANTES A estabilidade de produtos saneantes depende de fatores ambientais como temperatura, umidade e luz, e de outros inerentes ao produto

Leia mais

FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR

FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR Prof. Fernando Ramos Gonçalves-Msc Enfermeiro Intensivista, mestre e doutorando em Neuropsiquiatria- CCS- UFPE Docente da UPE, FUNESO, FG Plantonista da Unidade de Suporte Avançado

Leia mais

AULA 11 Experimentos Multinomiais e Tabelas de Contingência

AULA 11 Experimentos Multinomiais e Tabelas de Contingência 1 AULA 11 Experimentos Multinomiais e Tabelas de Contingência Ernesto F. L. Amaral 24 de setembro de 2012 Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Leia mais

FUNÇÃO HEPÁTICA. Msc. Danielle Rachel

FUNÇÃO HEPÁTICA. Msc. Danielle Rachel FUNÇÃO HEPÁTICA Msc. Danielle Rachel 1 S FÍGADO 2 FUNÇÃO S Órgão de funções múltiplas e fundamentais para o funcionamento do organismo. Entre elas, destacam-se: ü Armazenamento de glicose: O glicogênio

Leia mais

AMOSTRAGEM: DIMENSIONAMENTO DE AMOSTRAS. SELEÇÃO DOS ELEMENTOS DE UMA AMOSTRA. ESTIMATIVA DA CARACTERÍSTICA TOTAL DA POPULAÇÃO INVESTIGADA

AMOSTRAGEM: DIMENSIONAMENTO DE AMOSTRAS. SELEÇÃO DOS ELEMENTOS DE UMA AMOSTRA. ESTIMATIVA DA CARACTERÍSTICA TOTAL DA POPULAÇÃO INVESTIGADA AMOSTRAGEM: DIMENSIONAMENTO DE AMOSTRAS. SELEÇÃO DOS ELEMENTOS DE UMA AMOSTRA. ESTIMATIVA DA CARACTERÍSTICA TOTAL DA POPULAÇÃO INVESTIGADA META Dimensionar o tamanho ideal de amostra para cada população.

Leia mais

Avaliação da eficiência mínima dos equipamentos de proteção respiratória.

Avaliação da eficiência mínima dos equipamentos de proteção respiratória. Avaliação da eficiência mínima dos equipamentos de proteção respiratória. A norma NBR 13698 e a NBR 13697 tem como objetivo fixar condições mínimas exigidas para as Peças Semifaciais Filtrantes (PFF) e

Leia mais

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA Curso de Educação Física Disciplina: Fisiologia do Exercício. Ms. Sandro de Souza

UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA Curso de Educação Física Disciplina: Fisiologia do Exercício. Ms. Sandro de Souza UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA Curso de Educação Física Disciplina: Fisiologia do Exercício Ms. Sandro de Souza Discutir alguns aspectos associados à medida do VO2máx. Conhecer os mecanismos envolvidos

Leia mais

A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de processos científicos.

A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de processos científicos. PESQUISA CONCEITOS E DEFINIÇÕES A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas teóricos ou práticos com o emprego de processos científicos. A pesquisa parte, então, de uma dúvida ou problema

Leia mais

Capacidade preditiva como critério para determinação do número de componentes principais em Seleção Genômica Ampla

Capacidade preditiva como critério para determinação do número de componentes principais em Seleção Genômica Ampla Capacidade preditiva como critério para determinação do número de componentes principais em Seleção Genômica Ampla Filipe Ribeiro Formiga Teixeira 13 Mayra Marques Bandeira 13 Moysés Nascimento 1 Ana Carolina

Leia mais

no Estado do Rio de Janeiro

no Estado do Rio de Janeiro MICROEMPREENDEDORES FORMAIS E INFORMAIS NOTA CONJUNTURAL DEZEMBRO DE 2013 Nº27 no Estado do Rio de Janeiro NOTA CONJUNTURAL DEZEMBRO DE 2013 Nº27 PANORAMA GERAL De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra

Leia mais

Escola Básica 2,3 Pêro de Alenquer Ano letivo 2015/16 Disciplina: Educação Física, prova escrita e prática Ano de escolaridade: 9º ano

Escola Básica 2,3 Pêro de Alenquer Ano letivo 2015/16 Disciplina: Educação Física, prova escrita e prática Ano de escolaridade: 9º ano Informação DA PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA º Ciclo do Ensino Básico Escola Básica, Pêro de Alenquer Ano letivo 0/6 Código:6 Disciplina: Educação Física, prova escrita e prática Ano de escolaridade:

Leia mais

Respostas hormonais ao exercício Mecanismos do emagrecimento e da hipertrofia. Prof. Ms. Alexandre Sérgio Silva www.aulalivre.com

Respostas hormonais ao exercício Mecanismos do emagrecimento e da hipertrofia. Prof. Ms. Alexandre Sérgio Silva www.aulalivre.com Respostas hormonais ao exercício Mecanismos do emagrecimento e da hipertrofia Prof. Ms. Alexandre Sérgio Silva www.aulalivre.com ADAPTAÇÕES AGUDAS Metabolismo energético e mobilização de substrato EXERCÍCIO

Leia mais

Ergonomia na Construção Civil. Profª Engª M.Sc. ANA LÚCIA DE OLIVEIRA DARÉ

Ergonomia na Construção Civil. Profª Engª M.Sc. ANA LÚCIA DE OLIVEIRA DARÉ Ergonomia na Construção Civil Profª Engª M.Sc. ANA LÚCIA DE OLIVEIRA DARÉ Introdução A construção civil exerce um importante papel social no país por absorver uma boa percentagem da mão-de-obra nacional.

Leia mais

Maranhão. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Maranhão (1991, 2000 e 2010)

Maranhão. Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado do Maranhão (1991, 2000 e 2010) Maranhão Em, no estado do Maranhão (MA), moravam 6,6 milhões de pessoas, onde parcela considerável (6,%, 396, mil) tinha 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 217 municípios, dos quais um

Leia mais

Estudo do Jogo e do Jogador de Andebol de Elite

Estudo do Jogo e do Jogador de Andebol de Elite Estudo do Jogo e do Jogador de Andebol de Elite Dissertação apresentada às Provas de Doutoramento no ramo das Ciências do Desporto, nos termos do Decreto-Lei n.º 216/92 de 13 de Outubro. Susana Cristina

Leia mais

DETERMINAÇÃO DA ALTURA DO SALTO E DO TEMPO DE CONTATO ATRAVÉS DA TÉCNICA DROP JUMP ANTES E APÓS UMA PARTIDA DE VOLEIBOL

DETERMINAÇÃO DA ALTURA DO SALTO E DO TEMPO DE CONTATO ATRAVÉS DA TÉCNICA DROP JUMP ANTES E APÓS UMA PARTIDA DE VOLEIBOL DETERMINAÇÃO DA ALTURA DO SALTO E DO TEMPO DE CONTATO ATRAVÉS DA TÉCNICA DROP JUMP ANTES E APÓS UMA PARTIDA DE VOLEIBOL AMANDA FONSECA COSTA, ISABELA CHAVES FONTENELLE, RENATO VALONY FERREIRA PINTO, CARLOS

Leia mais

Avaliando o nível de concentração e atenção de atletas de futsal através de testes pré e pós treinamentos

Avaliando o nível de concentração e atenção de atletas de futsal através de testes pré e pós treinamentos Autor: Nei Adriano Licenciado em Ed. Física pela FURB, Blumenau - SC Especialista em Treinamento Desportivo pela UNOPAR, Londrina - PR Preparador Físico ADEBLU - FUTSAL - Blumenau - SC Madrid, Julio 2007

Leia mais

Medidas de Localização

Medidas de Localização MATEMÁTICA APLICADA ÀS CIÊNCIAS SOCIAIS RESUMO Estatística 2 Medidas de Localização e Dispersão 10º ano Cláudia Henriques Medidas de Localização Estatísticas Medidas que se calculam a partir dos dados

Leia mais

INFORMAÇÃO PROVA FINAL DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA CIÊNCIAS NATURAIS Abril de 2015

INFORMAÇÃO PROVA FINAL DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA CIÊNCIAS NATURAIS Abril de 2015 Agrupamento de Escolas da Gafanha da Encarnação INFORMAÇÃO PROVA FINAL DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA CIÊNCIAS NATURAIS Abril de 2015 Prova 02 2015 2.º Ciclo do Ensino Básico 1. Introdução O presente documento

Leia mais

CIRCULAR TÉCNICA N o 171 NOVEMBRO 1989 TABELAS PARA CLASSIFICAÇÃO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO

CIRCULAR TÉCNICA N o 171 NOVEMBRO 1989 TABELAS PARA CLASSIFICAÇÃO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO IPEF: FILOSOFIA DE TRABALHO DE UMA ELITE DE EMPRESAS FLORESTAIS BRASILEIRAS ISSN 0100-3453 CIRCULAR TÉCNICA N o 171 NOVEMBRO 1989 TABELAS PARA CLASSIFICAÇÃO DO COEFICIENTE DE VARIAÇÃO INTRODUÇAO Carlos

Leia mais

Ministério da Educação. Departamento do Ensino Secundário. Bola Saltitona. Actividade Prática no Laboratório. Programa de Física e Química A 10º Ano

Ministério da Educação. Departamento do Ensino Secundário. Bola Saltitona. Actividade Prática no Laboratório. Programa de Física e Química A 10º Ano Ministério da Educação Departamento do Ensino Secundário Bola Saltitona Actividade Prática no Laboratório Programa de Física e Química A 10º Ano Trabalho Realizado por: Maria Helena Ferraz Marta Vilela

Leia mais

EDUCAÇÃO FÍSICA 2016

EDUCAÇÃO FÍSICA 2016 INFORMAÇÃO - PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA EDUCAÇÃO FÍSICA 2016 Prova 311 Ensino Secundário I - OBJETO DE AVALIAÇÃO A prova tem por referência o Programa do ensino secundário da disciplina de Educação

Leia mais

Victor Augusto Lemos Ciminelli

Victor Augusto Lemos Ciminelli 0 Victor Augusto Lemos Ciminelli A RELAÇÃO ENTRE O CONSUMO MÁXIMO DE OXIGÊNIO E O DESEMPENHO NO TESTE DE SPRINTS REPETIDOS EM JOVENS JOGADORES DE FUTEBOL Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia

Leia mais

Estimação. Como definir um estimador. Como obter estimativas pontuais. Como construir intervalos de confiança

Estimação. Como definir um estimador. Como obter estimativas pontuais. Como construir intervalos de confiança Estimação Como definir um estimador. Como obter estimativas pontuais. Como construir intervalos de confiança Motivação A partir da média de uma a amostra em uma colheita recente, o conselho de qualidade

Leia mais

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE BARUERI

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE BARUERI 1 FUNDAÇÃO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO DE BARUERI EEFMT Professora Maria Theodora Pedreira de Freitas Disciplina: Educação Física 1º ano Ensino Médio 1º Trimestre Professor: Renato Doenças e suas relações com

Leia mais

Fisiologia do Esforço

Fisiologia do Esforço Fisiologia do Esforço Curso Desporto e BemEstar 3º Semestre 008/09 Capítulo II Bases da Bioenergética Escola Superior de Educação Instituto Politécnico de Leiria 7 Out 08 ATP-CP e energia O sistema ATP-CP

Leia mais