AS SOCIEDADES DE CRÉDITO AO MICROEMPREENDEDOR ORIGEM DESENVOLVIMENTO FUTURO

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1 AS SOCIEDADES DE CRÉDITO AO MICROEMPREENDEDOR ORIGEM DESENVOLVIMENTO FUTURO

2 ORIGEM A falta de crédito em condições adequadas para as micro e pequenas empresas é um problema estrutural (crônico) da economia brasileira. O art. 179 da Constituição de 1988 já reconhecia explicitamente essa questão ao obrigar que o Estado dispensasse às microempresas e empresas de pequeno porte (...) tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações (..) creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. A Lei nº 9.841, de 05/10/99 - Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (EPP), regulamentando a norma constitucional supra citada, dedicou todo um capítulo (VI) ao assunto. Durante a década de 90, foi diagnosticado que a escassez de crédito em condições adequadas atingia também o setor produtivo informal da economia. Nesse contexto, visando atacar esses problemas, em 1999, foi editada a MP , criando as Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (SCMs).

3 Características das SCMs Base Legal Lei n , de 14/02/01, que dispõe sobre a instituição de sociedades de crédito ao microempreendedor Alterada pela pela Lei , de 25/04/05, que institui o PNMPO Resolução nº 2874, do CMN, que dispõe d sobre a constituição e o funcionamento de sociedades de crédito ao microempreendedor.

4 Características das SCMs Objeto Social Concessão de financiamentos a pessoas físicas e microempresas, com vistas à viabilização de empreendimentos de natureza profissional, comercial ou industrial, de pequeno porte, equiparando-se às instituições financeiras para os efeitos da legislação em vigor, podendo exercer outras atividades definidas pelo Conselho Monetário Nacional (Art 1º da Lei , alterado pelo art. 10 da Lei )

5 Características das SCMs Têm sua constituição, organização e funcionamento disciplinados pelo CMN. Sujeitam-se à fiscalização do BACEN. Podem utilizar o instituto da alienação fiduciária em suas operações de crédito. Estão impedidas de captar, sob qualquer forma, recursos junto ao público, bem como emitir títulos e valores mobiliários destinados à colocação e oferta públicas. (Art 1º da Lei )

6 Características das SCMs Podem obter repasses e empréstimos originários de: Instituições financeiras nacionais e estrangeiras; Entidades nacionais e estrangeiras voltadas para ações de fomento e desenvolvimento, incluídas as OSCIPs; Fundos oficiais. (Resolução 2874 Art. 7)

7 Características das SCMs Estão sujeitas aos seguintes limites: de capital realizado e de patrimônio líquido mínimos de R$ ,00; de endividamento de, no máximo, cinco vezes o respectivo patrimônio líquido; de diversificação de risco de R$ ,00, no máximo, por cliente, em suas operações de crédito e de prestação de garantias. (Resolução 2874 Art 5)

8 Características das SCMs Podem ser constituídas sob a forma de companhia fechada ou S/C Ltda; É vedada a participação societária do setor público; Não podem conceder empréstimo para fins de consumo; Não podem contratar depósitos interfinanceiros como depositante ou depositária; Exceto no caso do DIM Depósito Interfinanceiro de Microcrédito Não podem participar acionariamente em instituições financeiras e em outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central (Resolução 2874 Art 1 e 7)

9 Análise Quantitativa do Modelo Número de SCMs com Carteira de Crédito Ativa dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 Em todo o período, a média de crescimento foi de 7,7 SCMs por ano. No triênio a média de crescimento atingiu a 10,7 por ano. No triênio o crescimento médio caiu para 2,3 SCMs por ano.

10 Análise Quantitativa do Modelo Evolução da Carteira Ativa Total das SCMs (em R$ milhões) dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 - A carteira ativa das SCMs atingiu R$ 58 milhões em dez/ Em termos percentuais, no período , o crescimento médio foi de 176% ao ano. - No triênio , o percentual de crescimento caiu para 40% ao ano.

11 Análise Quantitativa do Modelo Retorno sobre o Patrimônio Líquido - ROE (Lucro Líquido / Patrimônio Líquido Médio) 18,55% 11,01% 12,09% 5,33% 7,23% 1,63% dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06-3,14% Em 2002 e 2003 Melhora 2004 a Reversão de tendência. Queda da rentabilidade.

12 Análise Qualitativa do Modelo O modelo não atingiu o sucesso esperado pelos seus formuladores. Pesquisa realizada pela ABSCM em 2006, indicou que os principais entraves ao desenvolvimento das SCMs foram: A vedação ao atendimento às empresas de pequeno porte. O limite de risco de crédito por cliente, fixado em R$ ,00. Essas duas medidas visavam direcionar todas as operações das SCMs a empreendimentos de muito pequeno porte.

13 Análise Qualitativa do Modelo A conjunção desses dois vetores de direcionamento, abrangendo as operações das SCMs como um todo, produz um tal engessamento das instituições que comprometem o seu crescimento e a obtenção de resultados mínimos que torne o negócio atrativo.

14 O Aperfeiçoamento do Modelo O aperfeiçoamento do modelo requer que o direcionamento do crédito para os empreendimentos de muito pequeno porte deixe de residir nas normas estruturantes das SCMs e passem a ser aquelas contidas nos programas dos provedores de recursos, a exemplo do PNMPO, do Programa de Microcrédito do BNDES, e de outros tantos programas nacionais e internacionais existentes.

15 O Aperfeiçoamento do Modelo Como funcionaria? Operações utilizando recursos próprios ou captados em linhas comerciais comuns. - Poderiam operar com empresas de pequeno porte, microempresas e pessoas físicas com empreendimentos de pequenos porte. - Poderiam concentrar suas operações em um cliente até o limite de 10% do seu patrimônio líquido.

16 O Aperfeiçoamento do Modelo Como funcionaria? Operações utilizando recursos de um programa específico de microcrédito, operaria de acordo com as normas desses programas. Exemplo: PNMPO Operações restritas a empreendimentos com renda bruta anual de até 60 mil e limite de crédito por cliente fixado em R$ 10 ou 15 mil.

17 O Aperfeiçoamento do Modelo O modelo de direcionamento proposto é o aplicado às demais instituições do SFN. Exemplos: 1) Banco do Brasil e CAIXA operam sem restrições específicas com seus recursos próprios ou captados no mercado. Quando utilizam recursos do PROGER têm que se submeter às regras desse programa. 2) O bancos comerciais também operam sem restrições com seus recursos próprios ou captados no mercado. Quando utilizam recursos referentes aos 2% de seus depósitos à vista, que devem ser direcionados ao microcrédito, têm que observar normas específicas.

18 Muito Obrigado! Rubens de Andrade Neto ABSCM SOCIALCRED SCM