1. APRESENTAÇÃO 2. CONCEITOS

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1 1. APRESENTAÇÃO O trauma e as emergências clínicas são responsáveis anualmente por várias mortes e seqüelas irreparáveis aos acidentados. O custo das internações é muito alto para o Estado ou para a família dos pacientes. Estes fatos não podem ser desconsiderados e, não só o Governo, mas todos os cidadãos devem contribuir para melhorar este quadro, tanto em relação à prevenção de acidentes e doenças quanto no socorro aos acidentados. Este Estágio Básico de Primeiros Socorros tem como finalidade a preparação de profissionais no primeiro atendimento a acidentados, fora do ambiente hospitalar. A nobre missão de salvar requer conhecimentos técnicos específicos de primeiros socorros, portanto, o socorrista é a pessoa mais valiosa no primeiro atendimento fora do hospital, diminuindo as complicações que poderiam prolongar a recuperação ou resultar na incapacidade definitiva do paciente. 2. CONCEITOS Antes de apresentar as principais atribuições do socorrista, alguns conceitos importantes devem ser observados: Atendimento pré-hospitalar É considerado como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que possa levar ao sofrimento, a seqüelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto, prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Primeiros socorros São os procedimentos prestados, inicialmente, àqueles que sofreram acidente ou doença, com a finalidade de evitar o agravamento do estado da vítima, até a chegada de ajuda especializada. Socorrista É a pessoa tecnicamente capacitada para, com segurança, avaliar e identificar problemas que comprometam a vida. Cabe ao Socorrista prestar o adequado socorro pré-hospitalar e o transporte do paciente sem agravar as lesões já existentes. 2

2 Omissão de socorro Segundo o Artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Diz ainda aquele artigo, A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e é triplicada, se resulta de morte. Vale ressaltar que, o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. Ocorrência Evento causado pelo homem, de forma intencional ou acidental, por fenômenos naturais, ou patologias, que podem colocar em risco a integridade de pessoas ou bens e requer ação imediata de suporte básico de vida, a fim de proporcionar melhor qualidade de vida ou sobrevida aos pacientes, bem como evitar maiores danos à propriedade ou ao meio ambiente. 3. ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES DO SOCORRISTA Para ser um Socorrista é preciso aprender a lidar com o público. Pessoas que estão doentes ou feridas não se encontram em condições normais. Você deve ser capaz de superar comportamentos grosseiros ou pedidos descabidos, supondo que estes pacientes estão agindo assim devido à doença ou ao ferimento presente. Lidar com as pessoas é uma das mais exigentes tarefas do Socorrista e, dependendo da situação, atuar de modo profissional pode ser muito difícil. O Socorrista deve ser honesto e autêntico. Quando estiver ajudando uma pessoa, você não deve dizer que ela está bem, se na verdade ela estiver doente ou ferida. Nem mesmo dizer que tudo está bem quando você percebeu que existe algo errado. Dizer para a pessoa não se preocupar é uma bobagem. Quando uma emergência acontece, certamente, existe algo com que se preocupar. No local da emergência, você deve ser um profissional altamente disciplinado. Observe a sua linguagem diante dos pacientes e do público. Não faça comentários sobre os pacientes ou sobre a gravidade do acidente. Concentre-se em 3

3 auxiliar o paciente e evite distrações desnecessárias. Coisas simples como fumar um cigarro no local da emergência, mostra que você não é disciplinado e não pode ser um Socorrista. Saiba mais sobre a ação do Socorrista A comunicação com o paciente pode ser benéfica e contribuir para o seu relaxamento, desde que você seja honesto. Dizer ao paciente que você está treinado em primeiros socorros e que irá ajudá-lo, pode diminuir o medo e estabelecer vínculos de confiança. Avisar ao paciente que o Serviço de Emergência Médica (Corpo de Bombeiros Militar ou o SAMU) está a caminho pode ajudar a tranqüilizá-lo. É essencial ao Socorrista ter discernimento quanto aos limites do que pode ser comunicado ao paciente. Avisar que a criança do paciente está morta ou um ente querido está seriamente ferido não ajudará em nada. Quando a assistência de emergência é prestada, o Socorrista deve ter maior sensibilidade sobre o que dizer ao paciente. Nessas situações, como uma tentativa de acalmar o paciente, o Socorrista pode avisar que outras pessoas estão cuidando de seus entes queridos. É importante lembrar que um paciente vivendo o stress da doença ou de um trauma pode não tolerar uma pressão adicional. Atuar como Socorrista exige que você controle os seus próprios sentimentos no local da emergência. Você aprenderá a envolver-se com a assistência aos pacientes enquanto, ao mesmo tempo, controla as suas próprias reações emocionais ao enfrentar uma situação de doença ou ferimentos graves. Os pacientes não necessitam unicamente de simpatia ou lágrimas, mas exigem um atendimento profissional. Prestar assistência como Socorrista requer que você admita que o local do acidente ou os tipos de emergência podem afetá-lo. Você deve conversar com outros trabalhadores do serviço de emergência ou especialistas do Serviço de Emergência Médica, para lidar com os seus problemas emocionais e o stress, ocasionados pelas situações de emergência. Você não precisa mudar o seu estilo de vida para ser um Socorrista. Entretanto, no momento em que você é requisitado para prestar assistência a uma pessoa, alguns aspectos relacionados à mudança de seu comportamento devem ser considerados. Sua atuação e aparência podem facilitar a obtenção da confiança do paciente. Tomar uma dose a menos de bebida alcoólica em uma festa, pode parecer pouco importante, porém, o significado desta pequena ação é muito importante, para que o Socorrista preste uma assistência adequada nas situações de emergência. 4

4 Para ser um Socorrista, você deve manter-se em boas condições de saúde. Se você tem limitações físicas, como dificuldade em agachar ou de respirar, o seu treinamento terá pouca utilidade. Atributos do Socorrista Os principais atributos inerentes à função do Socorrista, são: Ter conhecimento técnico e capacidade para oferecer o atendimento necessário; Aprender a controlar suas emoções, ser paciente com as ações anormais ou exageradas daqueles que estão sob situação de stress; Ter capacidade de liderança para dar segurança e conforto ao paciente. Responsabilidades do Socorrista As responsabilidades do Socorrista no local da ocorrência incluem o cumprimento das seguintes atividades: Utilizar os equipamentos de proteção individual (EPI s); Controlar o local do acidente de modo a proteger a si mesmo, sua equipe, o paciente, e prevenir outros acidentes; Obter acesso seguro ao paciente e utilizar os equipamentos necessários para a situação; Identificar os problemas utilizando-se das informações obtidas no local e pela avaliação do paciente; Fazer o melhor possível para proporcionar uma assistência de acordo com seu treinamento; Decidir quando a situação exige a mobilização ou mudança da posição ou local do paciente. O procedimento deve ser realizado com técnicas que evitem ou minimizem os riscos de lesões adicionais; Solicitar, se necessário, auxílio de terceiros presentes no local da emergência e coordenar as atividades. A responsabilidade profissional é uma obrigação atribuída a toda pessoa que exerce uma arte ou profissão, ou seja, a responder perante a justiça pelos atos prejudiciais resultantes de suas atividades inadequadas, portanto, o Socorrista poderá ser processado e responsabilizado se cometer os seguintes atos: Imperícia (Ignorância, inabilidade, inexperiência): Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de conhecimentos, que se mostram necessários para o exercício de uma profissão ou de uma arte qualquer. 5

5 A imperícia, assim se revela na ignorância, como na inexperiência ou na inabilidade acerca de matéria, que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo ou se excute com eficiência o encargo ou serviço, que foi confiado a alguém. Evidencia-se, assim, no erro ou engano de execução de trabalho ou serviço, de cuja inabilidade se manifestou. Ou daquele que se diz apto para um serviço e não o faz com a habilidade necessária, porque lhe falecem os conhecimentos necessários. A imperícia conduz o agente à culpa, responsabilizando-o, civil e criminalmente, pelos danos que sejam calculados por seu erro ou falta. Exemplo: é imperito, o Socorrista que utilizar o reanimador manual, sem executar corretamente, por ausência de prática, as técnicas de abertura das vias aéreas, durante a reanimação. Imprudência (Falta de atenção, imprevidência, descuido): Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às conseqüências e seu ato ou ação, quando devia e podia prevê-las. Mostra-se falta involuntária, ocorrida na prática de ação, o que a distingue da negligência (omissão faltosa), que se evidencia, precisamente, na imprevisão ou imprevidência relativa à precaução que deverá ter na prática da mesma ação. Fundase, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal, que podia e deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente. Em matéria penal, argüido também de culpado, é o imprudente responsabilizado pelo dano ocasionado à vítima, pesando sobre ele a imputação de um crime culposo. Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de emergência excedendo o limite de velocidade permitido na via. Negligência (Desprezar, desatender, não cuidar): Exprime a desatenção, a falta de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou prejudicados, que não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida precaução, aliás, ordenada pela prudência, fosse executada. A negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de não se acompanhar o ato com a atenção que se deveria. Nesta razão, a negligência implica na omissão ou inobservância de dever que competia ao agente, objetivado nas precauções que lhe eram ordenadas ou aconselhadas pela prudência, e vistas como necessárias, para evitar males não queridos ou evitáveis. Exemplo: É negligente o Socorrista que deixa de utilizar Equipamento de Proteção Individual (EPI), em um atendimento no qual seu uso seja necessário. 6

6 Reconhecimento do local da ocorrência O reconhecimento da situação é realizado pelo Socorrista no momento em que chega ao local da emergência. O reconhecimento é necessário para que o mesmo possa avaliar a situação inicial, decidir o que fazer e como fazer. Para o correto reconhecimento do local da ocorrência, devem ser observados: Avaliação do local O Socorrista deverá avaliar o local da ocorrência, observando principalmente os seguintes aspectos: A situação; Potencial de risco; As medidas a serem adotadas. Informes do Socorrista Após avaliar o local, o Socorrista deverá informar ao Corpo de Bombeiros Militar ou ao SAMU: Local exato da ocorrência; Tipo de ocorrência; Riscos potenciais; Número de vítimas e idade; Gravidade das vítimas; Necessidades de recursos adicionais; Nome e telefone do solicitante do socorro adicional. A ordem dos dados a serem informados é dinâmica, podendo ser alterada conforme a situação. O importante é reportá-los sempre e o mais breve possível, pois só assim o Socorrista terá o apoio necessário. Segurança do local Consiste na adoção dos cuidados por parte do Socorrista para a manutenção da segurança no local de uma ocorrência, priorizando: Estacionamento adequado da viatura de emergência; Sinalização e isolamento do local; Gerenciamento dos riscos. 7

7 Estacionamento O Socorrista/motorista deverá estacionar a viatura de socorro/carro particular 15 metros antes do local do acidente, utilizando-a como anteparo, a fim de proporcionar maior segurança à guarnição de serviço e às vítimas envolvidas, deixando assim, uma área denominada zona de trabalho. Nas situações em que já houver uma viatura fazendo tal proteção, a viatura de socorro deverá ser colocada 15 metros à frente do acidente, mantendo o espaço da zona de trabalho. Sinalização A colocação dos cones de sinalização deverá obedecer a seguinte proporção: 1 metro para cada km/h da velocidade máxima permitida na via Exemplo: Se a velocidade máxima permitida na via for 40 Km/h, o primeiro cone de sinalização deverá ser posicionado 40 metros antes do local do acidente e os demais cones deverão ser distribuídos em direção ao local do acidente. Após a sinalização, o Socorrista deverá se certificar que a sua visualização é ideal. Nos locais onde a visibilidade estiver dificultada em virtude de neblina ou em uma curva, esta distância poderá ser aumentada conforme a necessidade. 8

8 4. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS BÁSICOS Equipamentos para Segurança no Local do Acidente Equipamento de proteção individual este conjunto de equipamentos destina-se a proteção do socorrista e da vítima, objetivando evitar a transmissão de doenças, seja pelo contato com a pele ou através da contaminação das mucosas; materiais de uso obrigatório no atendimento no interior das viaturas de resgate: luvas descartáveis, máscara de proteção facial, óculos de proteção, aventais e capacetes (em locais de risco iminente de acidentes). Equipamento de segurança no local este conjunto de equipamentos destina-se a garantir a segurança das equipes no local do acidente, bem como, das vítimas envolvidas e da população em geral; destacam-se entre esses materiais os cones de sinalização, lanternas, fitas para isolamento e extintores de incêndios. Equipamentos de Reanimação e Administração de Oxigênio Cânula orofaríngea ou Cânula de Guedel equipamento destinado a garantir a permeabilidade das vias áreas em vítimas inconscientes devido à queda da língua contra as estruturas do palato, promovendo a passagem de ar através da orofaringe. Possui vários tamanhos. Reanimador ventilatório manual ou Ambu equipamento destinado a estabelecer ventilação artificial manual. Composto de bolsa, válvula e máscara, garantindo assim eficiente insuflação de ar e maior concentração de oxigênio para a vítima. Equipamento disponível nos tamanhos adulto e infantil. Equipamento de administração de oxigênio portátil unidade portátil destinada a dar suporte de oxigênio a vítima acidentada no local da ocorrência inicial, com capacidade de 300 litros e fluxômetro a fim de dosar a administração de pelo menos 12 litros de oxigênio por minuto. Toda a ambulância possui uma segunda unidade fixa com capacidade de armazenamento maior, possibilitando a continuação da administração de oxigênio durante o deslocamento até o pronto socorro. 9

9 Equipamento para aspiração destinado à aspiração de secreções da cavidade oral, as quais obstruem a passagem de oxigênio sendo indispensável uma unidade portátil e uma unidade fixa na ambulância. Equipamentos de Imobilização e Fixação de Curativos Talas flexíveis e rígidas (madeira, papelão) são equipamentos indispensáveis na imobilização de fraturas e luxações. Bandagens triangulares e ataduras de crepom destinam-se à fixação de talas e curativos. Cintos de fixação cintos flexíveis e resistentes que se destinam a prender a vítima junto a tábua de imobilização. Colete de imobilização dorsal (ked) - equipamento destinado à retirada de vítimas do interior de veículos que estiverem sentadas, objetivando a imobilização da coluna cervical, torácica e lombar superior. Sua fixação dá-se através de tirantes flexíveis fixos e móveis. Colar cervical equipamento destinado à imobilização da coluna cervical quanto a movimentos axiais, confeccionado em polietileno, dobrável e de vários tamanhos e modelos. Tabua de imobilização equipamento destinado à imobilização da vítima deitada, de vários modelos e tamanhos, possuindo aberturas para fixação de cintos e imobilizadores de cabeça. Imobilizadores de cabeça equipamento destinado à imobilização total da cabeça da vítima acidentada. Confeccionado em espuma revestida de um material impermeável e lavável. Materiais Utilizados em Curativos Gaze, ataduras de crepom, bandagem, fita adesiva material indispensável na limpeza superficial de ferimentos e contenção de hemorragias em vítimas. 10

10 Materiais de Uso Obstétrico Material de assistência ao parto material esterilizado, normalmente colocado em pacotes hermeticamente fechados, contendo campos duplos e simples, clamps para laqueadura umbilical, lençóis e tesoura. Equipamentos para Verificação de Sinais Vitais Esfigmomanômetro equipamento destinado à aferição da pressão arterial. Estetoscópio - aparelho destinado a ausculta cardíaca e pulmonar. Oxímetro de pulso portátil - aparelho eletrônico destinado à medição da saturação periférica de oxigênio. Desfibriladores automáticos externos (DEA) equipamento destinado à verificação de arritmias ventriculares (taquicardia e fibrilação), que se confirmadas através da obediência aos comandos emanados, resultará na aplicação de choques buscando a reversão do quadro apresentado. OBS: a Classificação do DEA, neste grupo deve-se ao mesmo atuar também como monitor cardíaco, identificando o padrão de atividade elétrica do coração, é um material de uso de pessoal treinado, mas não necessariamente de profissional de saúde, o que o diferencia do cardioversor. Macas e Acessórios Maca equipamento destinado ao transporte de vítima, sendo confeccionado em alumínio, com mecanismo de travamento, possibilitando que a maca aumente ou diminua a altura. Cobertor e manta aluminizada material destinado ao conforto térmico. 11

11 5. NOÇÕES DE ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA Anatomia Ciência que estuda a estrutura e a forma dos seres organizados e a relação entre seus órgãos, bem como a disposição destes. Fisiologia Ciência que estuda as funções orgânicas e os processos vitais dos seres vivos. Posição Anatômica Posição Anatômica é a posição padronizada de descrição do organismo, empregando-se os termos de posição e direção. O corpo humano deverá estar em: em posição ortostática; com a face voltada para frente; com o olhar dirigido para o horizonte; com os membros superiores estendidos ao longo do tronco; com as palmas voltadas para frente; com os membros inferiores unidos. O corpo humano é dividido em: Cabeça; Pescoço; Tronco; e Membros. Nos membros empregam-se termos especiais de posição: Proximal: situado mais próximo à raiz do membro; Médio: situado entre proximal e distal; e Distal: situado mais distante da raiz do membro. Além desta divisão, para identificar as partes do corpo humano, são definidos: Planos Anatômicos Plano mediano Direito e esquerdo Plano transversal Superior e inferior Plano frontal Anterior (ventral) e posterior (dorsal) 12

12 Quadrantes Abdominais (órgãos) QSE Baço Maior parte do estômago Parte do intestino grosso Parte do intestino delgado Parte do pâncreas Parte do fígado QSD Maior parte do fígado Vesícula biliar Parte do intestino delgado Parte do intestino grosso Parte do pâncreas Parte do estômago QIE Parte do intestino grosso Parte do intestino delgado Parte do ovário (mulher) QID Apêndice Parte do intestino delgado Parte do intestino grosso Parte do ovário (mulher) Localização aproximada de lesões Lesão A = Região posterior do tórax em nível de escápula esquerda. Lesão B = Membro inferior esquerdo, terço médio da coxa, região anterior. Lesão C = Membro superior esquerdo, terço distal do braço, região anterior. Lesão D = Membro superior esquerdo, terço médio do antebraço, região anterior. Lesão E = Membro superior esquerdo, terço médio da palma da mão. Lesão F = Membro superior esquerdo, terço médio do dedo indicador, região anterior. O corpo humano e seus sistemas O funcionamento do corpo humano pode ser melhor entendido quando são estudados os seguintes sistemas: Sistema Tegumentar Sistema Esquelético Sistema Respiratório Sistema Cardiovascular Sistema Nervoso 13

13 Sistema Tegumentar Sistema que inclui a pele e seus anexos, proporcionando ao corpo um revestimento protetor que contém terminações nervosas sensitivas e participa da temperatura corporal, além de cumprir outras funções. Pele Maior órgão do corpo humano. No adulto sua área total atinge aproximadamente 2 m 2, apresentando espessura variável (1 a 4 mm) conforme a região. A distensibilidade é outra característica da pele que também varia de região para região. A pele tem como funções: Proteção; Regulação da temperatura; Excreção; e Produção de vitamina D. A pele é dividida em camadas: Epiderme: camada mais superficial da pele; Derme: camada subjacente à epiderme, tendo sob ela a tela subcutânea. Glândulas da pele A pele contém numerosas glândulas sudoríparas e sebáceas. As primeiras localizam-se na derme ou tela subcutânea, com importante função na regulação da temperatura corporal, porque sua excreção, o suor, absorve calor por evaporação da água. As glândulas sudoríparas são especialmente abundantes na palma das mãos e planta dos pés. Em certas regiões, como a axila e a dos órgãos genitais externos, existem glândulas muito semelhantes às sudoríparas, cuja secreção, entretanto, produz odor característico. Coloração da pele A cor da pele depende da quantidade de pigmentos, da vascularização e da espessura dos estratos mais superficiais da epiderme. Entre os pigmentos, a melanina é o mais importante e sua quantidade na pele varia com a raça. Sistema Esquelético É um conjunto de ossos e cartilagens que se unem através de articulações, para formar o arcabouço do corpo e desempenhar várias funções, sendo composto de 206 ossos. 14

14 As funções do sistema esquelético são: Proteção dos órgãos e tecidos; Sustentação e conformação do corpo; Armazenamento de minerais essenciais; Inserção de músculos; Permitir a realização de movimentos; Conferir rigidez e resistência ao corpo; e Produção de certas células sangüíneas. Ossos Tecido conjuntivo mineralizado vivo, altamente vascularizado, e em constante transformação. Classificação quanto à forma Ossos Longos: o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. fêmur, rádio, ulna, tíbia, falanges. Ossos Curtos: as três dimensões equivalem-se. tarso e carpo. Ossos Laminares: o comprimento e largura equivalem-se, predominando sobre a espessura. escápula, ossos do crânio e ossos do quadril. Ossos Irregulares: apresentam uma morfologia complexa, onde não há correspondência nas formas geométricas. temporal, vértebras. Ossos pneumáticos: apresentam uma ou mais cavidades de volume variado, revestido de mucosa e contendo ar. frontal, temporal, maxilar. Divisão anatômica do esqueleto O esqueleto subdivide-se em duas partes: 15

15 A união dos esqueletos axial e apendicular ocorre através das cinturas. Divisão anatômica do esqueleto Crânio O crânio possui duas divisões principais: Caixa encefálica (crânio propriamente dito): composto por 08 ossos largos e irregulares que se fundem formando a cobertura que protege o encéfalo. Face: composta por 14 ossos que se fundem para dar sua forma. 16

16 Coluna vertebral Estrutura óssea central, composta de 33 vértebras, dividida em cinco regiões: Coluna cervical (pescoço): composta de 07 vértebras; Coluna torácica (parte superior do dorso): composta de 12 vértebras; Coluna lombar (parte inferior do dorso): composta de 05 vértebras; Coluna sacral (parte da pelve): composta de 05 vértebras; Coluna coccígea (cóccix ou cauda): composta de 04 vértebras. Articulações Conexão entre dois ou mais ossos adjacentes, que de acordo com a conformação e o aspecto estrutural são agrupadas em três tipos principais: Articulações fibrosas: São aquelas em que o tecido que interpõe as peças ósseas é fibroso, impossibilitando o seu movimento; Articulações cartilaginosas: São aquelas em que o tecido que interpõe as peças ósseas é formado por fibrocartilagem ou cartilagem hialina, possibilitando movimentos limitados; Articulações sinoviais: São aquelas em que o elemento que interpõe as peças ósseas é o líquido sinovial, possibilitando movimentos amplos. Sistema Respiratório É o conjunto de órgãos que permite a captação de oxigênio e a eliminação de dióxido de carbono produzido na respiração interna. O Sistema Respiratório tem como função conduzir o ar do meio ambiente para os pulmões, e vice-versa, promovendo a troca gasosa, como também filtrar, pré-aquecer e umedecer o ar inspirado. Respiração Conjunto dos fenômenos que permitem a absorção do oxigênio e a expulsão do gás 17

17 carbônico pelos seres vivos. Órgãos componentes do Sistema Respiratório O Sistema Respiratório é composto pelos seguintes órgãos: Nariz No interior do nariz (narinas) existem pêlos, denominados vibrissas ou cílios, que recolhem a maior parte das partículas e pó existentes no ar, realizando assim, uma filtragem grosseira dessas impurezas. Eles e estão em constante movimento a fim de eliminar estes resíduos através das narinas. É guarnecido de uma camada de líquido (muco), que retém outras partículas de pó em sua porção superior. Ainda existem as conchas nasais, superior, média e inferior, que servem para aumentar a superfície mucosa da cavidade nasal, pois é esta superfície mucosa que umedece e aquece o ar inspirado, condicionando-o para que seja melhor aproveitado na hematose que se dá ao nível dos pulmões. Faringe É um tubo muscular membranoso associado a dois sistemas: respiratório e digestório, situando-se posteriormente à cavidade nasal, bucal e à laringe. Laringe É um órgão tubular, situado no plano mediano e anterior do pescoço que, além de via aerífera é órgão da fonação, ou seja, da produção do som. Coloca-se anteriormente à faringe, comunicando-se com a mesma através da glote, junto à glote está a epiglote, que tem a função de fechar a glote durante a passagem do bolo alimentar. Esqueleto da Laringe A laringe é continuada diretamente pela traquéia e apresenta um esqueleto cartilaginoso. A maior cartilagem é a tireóide, constituída de duas lâminas que se unem anteriormente em V; a cartilagem cricóide é ímpar, situando-se inferiormente à 18

18 cartilagem tireóide. Entre as duas cartilagens, situa-se a membrana ou ligamento cricotireóideo. Traquéia É um canal situado entre a laringe e a origem dos brônquios. Tem de 12 a 15 cm de comprimento e é constituída por 16 a 20 anéis cartilaginosos incompletos, em forma de C, sobrepostos e ligados entre si. Brônquios São os canais resultantes da bifurcação da traquéia. Os brônquios vão se ramificando em direção aos lobos pulmonares em diâmetros cada vez menores. Pulmões Principais órgãos da respiração, sendo um direito e outro esquerdo, são órgãos moles, esponjosos e dilatáveis. Estão contidos na cavidade torácica e, entre eles, há uma região denominada mediastino. Os pulmões se subdividem em lobos, sendo três para o direito e dois para o esquerdo. As vias aéreas finalmente terminam nos alvéolos, cada um dos quais está em contato com os capilares sangüíneos onde se dá a função essencial dos pulmões, a hematose (oxigenação do sangue venoso). Pleura Cada uma das membranas serosas que cobrem as paredes internas da cavidade torácica (pleura parietal) e a superfície externa dos pulmões (pleura visceral). Músculos da respiração Os principais músculos da respiração são: o diafragma que separa a cavidade torácica da abdominal e os músculos intercostais, que estão situados entre as costelas. Mecanismo da respiração inspiração Durante a inspiração (inalação): o diafragma e os músculos intercostais se contraem; quando o diafragma se contrai, move-se para baixo, aumentando a cavidade torácica longitudinalmente; quando os músculos intercostais se contraem, elevam as costelas, estas ações se combinam para aumentar a cavidade torácica (fole) em todas as dimensões, os pulmões são puxados com ela, que se expande pela sucção exercida através das superfícies pleurais unidas. A pressão aérea interna, menor que a externa, permite a entrada de ar pela traquéia enchendo os pulmões. O ar se moverá de uma área de maior pressão para uma de menor pressão, até tornarem-se equivalentes. 19

19 Mecanismo da respiração expiração Durante a expiração: o diafragma e os músculos intercostais se relaxam; a medida que estes músculos se relaxam, a cavidade torácica diminui de tamanho em todas as dimensões; a medida que a cavidade torácica diminui, o ar nos pulmões é pressionado em um espaço menor, a pressão interna aumenta e o ar é empurrado através da traquéia. Sistema Cardiovascular É um sistema fechado, composto pelo coração e por uma rede de tubos denominados artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias. As principais funções do Sistema Cardiovascular são: Fornecer Oxigênio, substâncias nutritivas e hormônios aos tecidos; Transportar produtos finais do metabolismo, como CO2 e uréia até os órgãos responsáveis por sua eliminação; e Termoregulação do organismo. Sangue O sangue é um líquido vermelho, viscoso, composto por plasma (parte líquida), glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas. Composição do sangue Plasma: Transporta os glóbulos e nutrientes para todos os tecidos. Também leva os produtos de degradação para os órgãos excretores. Glóbulos vermelhos: Fornecem a cor ao sangue e carreiam oxigênio. Glóbulos brancos: Atuam na defesa do organismo contra as infecções. Plaquetas: São essenciais para a formação de coágulos sangüíneos, necessários para estancar o sangramento. Coração É um órgão muscular, oco, ímpar e mediano, que funciona como uma bomba contrátil e propulsora do sangue. Camadas musculares do coração. As paredes do coração são formadas por três camadas: Miocárdio: camada média determina a sístole e a diástole cardíaca; Endocárdio: camada de revestimento interno; Epicárdio: camada de revestimento externo. As cavidades cardíacas são quatro: 2 átrios (cavidades superiores) e 2 ventrículos (cavidades inferiores). 20

20 Átrio direito Desembocam as veias cavas superior e inferior. Comunica-se com o ventrículo direito através da valva tricúspide (possui três cúspides). Átrio esquerdo Desembocam as veias pulmonares direita e esquerda. Comunica-se com o ventrículo esquerdo através da valva bicúspide ou mitral (possui dois cúspides). Ventrículo direito Nele chega sangue rico em CO2 proveniente do átrio direito, que posteriormente é expulso para a artéria pulmonar. Ventrículo esquerdo Nele chega sangue oxigenado proveniente do átrio esquerdo, que posteriormente é expulso para todo o corpo através da artéria aorta. Movimentos cardíacos Para o coração realizar sua função de bombeamento de sangue, efetua movimentos de contração e relaxamento da musculatura das suas cavidades: Sístole: período de contração dos ventrículos, para expulsar o sangue proveniente dos átrios para as artérias pulmonares e aorta; Diástole: período de relaxamento dos ventrículos, simultâneos ao de contração dos átrios, permitindo a passagem de sangue dos átrios, para os ventrículos. Vasos sangüíneos São tubos que formam a complexa rede do sistema cardiovascular, constituída por artérias e veias que se ramificam em calibres cada vez menores, originando as arteríolas, vênulas e capilares. Artérias Vasos sangüíneos que saem do coração levando sangue para o corpo. 21

21 Veias Vasos sangüíneos que chegam ao coração trazendo sangue do corpo. Circulação sangüínea A circulação sangüínea tanto no homem, como nos mamíferos em geral, é dupla: Circulação Pulmonar = Pequena Circulação Percurso da circulação pulmonar: Coração (ventrículo direito) > pulmões > coração (átrio esquerdo) Circulação Sistêmica = Grande Circulação Percurso da circulação sistêmica: Coração (ventrículo esquerdo) > tecidos do corpo > coração (átrio direito), passando pelos capilares dos diversos sistemas ou aparelhos do corpo. 22

22 O sistema é completamente fechado, com dois conjuntos de capilares conectando arteríolas e vênulas nos pulmões e nos tecidos do restante do organismo. Sistema Nervoso Sistema responsável pelo controle e coordenação das funções de todos os sistemas do organismo e, ainda, ao receber estímulos aplicados à superfície do corpo (frio, calor, dor etc.) é capaz de interpretá-los e desencadear, eventualmente, respostas adequadas a estes estímulos. Muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade caminhar é um ato voluntário. Muitas outras ocorrem involuntariamente, sem que tenhamos consciência a secreção da saliva ocorre independente de nossa vontade. As funções do Sistema Nervoso são: Colher informações do meio externo e interno e transformá-las em estímulos; Controlar e coordenar as funções de todos os sistemas do organismo. 23

23 O Sistema Nervoso pode ser dividido em: Sistema Nervoso Central SNC O sistema nervoso central é uma porção de recepção de estímulos, de comando e desencadeadora de respostas. A porção periférica está constituída pelas vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou que levam até aos órgãos, as ordens emanadas da porção central. Pode-se dizer que o SNC está constituído por estruturas que se localizam no esqueleto axial (coluna vertebral e crânio): a medula espinhal e o encéfalo. Sistema Nervoso Periférico SNP O sistema nervoso periférico compreende os nervos cranianos e espinhais, os gânglios e as terminações nervosas. Sistema Nervoso Visceral SNV O sistema nervoso visceral relaciona o indivíduo com o meio interno, compreendendo fibras sensitivas (aferente) interoceptores e motoras (eferente) músculo liso e gânglios. A este último, está relacionado o sistema nervoso autônomo (SNA), ou involuntário, constituído apenas da parte motora do SNV. Sistema Nervoso Somático SNS O sistema nervoso somático relaciona o indivíduo com o meio externo, compreendendo fibras sensitivas (aferente) exteroceptores e motoras (eferente) músculo estriado esquelético. Sistema Nervoso Central Meninges: O encéfalo e a medula espinhal são envolvidos e protegidos por lâminas (ou membranas) de tecido conjuntivo chamadas, em conjunto, de meninges. Estas lâminas são de fora para dentro: dura-máter; aracnóide; e pia-máter. O Sistema Nervoso Central SNC é dividido anatomicamente em: 24

24 Encéfalo Porção do sistema nervoso central localizado na caixa craniana e que compreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. Medula espinhal É a continuação direta do encéfalo, localizada dentro do canal vertebral. A medula espinhal tem papel fundamental na recepção de estímulos sensitivos e retransmissão de impulsos motores. Todos os centros importantes do encéfalo são conectados através de longos feixes nervosos, diretamente aos órgãos ou músculos que controlam. Estes feixes se unem formando a medula espinhal, transmitindo mensagens entre o encéfalo e o sistema nervoso periférico. Estas mensagens são passadas ao longo do nervo sob a forma de impulsos elétricos. Da base do crânio, a medula se estende pelo tronco até o nível da primeira ou segunda vértebra lombar. Na porção final da medula localizam-se nervos espinhais que formam uma espécie de cabeleira nervosa, comparada à cauda eqüina. Cérebro Constitui a parte mais importante do encéfalo, localiza-se na caixa craniana, é centro da consciência. As funções do cérebro normal incluem a percepção de nós mesmos e do ambiente ao nosso redor, controla nossas reações em relação ao meio ambiente, respostas emocionais, raciocínio, julgamento e todas as nuances que formam a consciência, as sensações e origem dos movimentos, compreendendo o telencéfalo e o diencéfalo. Cerebelo Possui a função de determinar o equilíbrio do corpo e sua orientação no espaço, bem como, a regulação do tônus muscular e a coordenação das atividades motoras do organismo. Tronco encefálico Parte do encéfalo que une a medula espinhal aos hemisférios cerebrais e por onde transitam todas as grandes vias sensitivas e motoras. Telencéfalo O telencéfalo é a porção mais anterior e mais desenvolvida do cérebro, ocupa a maior parte da cavidade craniana e é envolvido pelas meninges, sendo o segmento mais desenvolvido do encéfalo humano. Nele encontra-se o córtex cerebral que é uma lâmina cinzenta, de espessura variável e que constitui a superfície do hemisfério cerebral. 25

25 Diencéfalo É um dos principais centros receptores de impulsos elétricos oriundos das vias periféricas, possui volumosos núcleos cinzentos. Mesencéfalo Protuberância que constitui o ponto de junção do cérebro, do cerebelo e da medula espinhal. Comunica-se com o cérebro através de fibras nervosas encarregadas de conduzir estímulos oculares, visuais, acústicos e outros. Ponte Localizada na parte mediana do tronco encefálico, é formada por agrupamentos de fibras e células nervosas. A Ponte possui três pares de nervos responsáveis pela inervação dos músculos que movimentam os olhos para os lados, dos músculos mímicos da face, das glândulas salivares e lacrimais, e conduz sensações de paladar captadas na língua. Bulbo Porção inferior do tronco encefálico no sentido crânio-caudal, sendo que o grande forame (forame magno), constitui o limite convencional com a medula espinhal. Possui feixes de fibras motoras que comandam os movimentos dos músculos voluntários. Essas fibras dirigem-se, paralelamente, até o forame occipital, onde trocam de lado. No resto do percurso, caminham do lado oposto àquele em que estavam originalmente. Este cruzamento de fibras faz com que as ordens emitidas, a partir do hemisfério cerebral direito, sejam transmitidas ao lado esquerdo do corpo e vice-versa. Por isso, acidentes que lesem o lado esquerdo da cabeça provocam, em geral, paralisia do lado direito. Além disso, no bulbo, localizam-se dois centros vitais, encarregados de controlar a respiração e o funcionamento vasomotor. Um tiro que atinja o bulbo mata instantaneamente. A pressão sangüínea cai de forma tão acentuada que não permite mais a irrigação dos diversos órgãos. Com a lesão do bulbo, são cortados os impulsos que controlam o funcionamento dos vasos sangüíneos e dos pulmões. Sistema Nervoso Periférico O Sistema Nervoso Periférico SNP é dividido anatomicamente em: 26

26 Nervos São cordões esbranquiçados formados por fibras nervosas unidas por tecido conjuntivo, tendo como função conduzir impulsos ao SNC e também conduzi-los do SNC ao periférico. Distinguem-se dois grupos, os nervos cranianos e os espinhais. Nervos cranianos São 12 pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. A maioria deles (10) originam-se no tronco encefálico. Além do seu nome, os nervos cranianos são também denominados por números em seqüência crânio-caudal. A relação abaixo apresenta o nome e o número correspondente a cada um dos pares cranianos: Olfatório é puramente sensitivo e ligado à olfação como o nome indica, iniciando-se em terminações nervosas situadas na mucosa nasal. Óptico, também sensitivo, origina-se na retina e está relacionado com a percepção visual. Oculomotor, troclear e abducente enervam músculos que movimentam o olho, sendo que o III par é também responsável pela inervação de músculos chamados intrínsecos do olho, como o músculo esfíncter da íris (que fecha a pupila) e o músculo ciliar (que controla a forma da lente). Trigêmeo é predominantemente sensitivo, sendo responsável pela sensibilidade somática de quase toda a cabeça. Um pequeno contingente de fibras é motor, inervando a musculatura mastigadora, isto é, músculos que movimentam a mandíbula. Facial, glossofaríngeo e vago são altamente complexos no que se refere aos componentes funcionais, estando relacionados às vísceras e à sensibilidade gustativa, além de inervar glândulas, musculatura lisa e esquelética. Vestíbulo-coclear é puramente sensitivo, constituído de duas porções: A porção coclear está relacionada com os fenômenos da audição e a porção vestibular com o equilíbrio. Acessório inerva músculos esqueléticos, porém, parte de suas fibras unem-se ao vago e com ele é distribuída. Hipoglosso inerva os músculos que movimentam a língua, sendo por isso, considerado como o nervo motor da língua. Nervos espinhais Os 31 pares de nervos espinhais mantêm conexão com a medula e abandonam a coluna vertebral através de forames intervertebrais. Da mesma maneira que na coluna, reconhecemos nervos espinhais que são cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos. 27

27 6. CINEMÁTICA DO TRAUMA Trauma É a lesão caracterizada por uma alteração estrutural ou fisiológica, resultante de exposição a uma energia (mecânica, térmica, elétrica). Cinemática do trauma É o estudo do movimento de um corpo, que sofreu um impacto ou agressão, relacionado-o com suas prováveis avarias e lesões. Saber onde procurar lesões e tão importante quanto saber o que fazer após encontrá-las Esta ciência é baseada em princípios fundamentais da física: - Primeira Lei de Newton -"Todo corpo permanece em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em linha reta, a menos que seja obrigado a mudar seu estado por forças impressas a ele." - Princípio da Inércia. (Mesmo que um carro colida e pare, as pessoas no seu interior continuam em movimento até colidirem com o painel, direção, pararias etc.). Mas, por que este repentino início ou parada de movimento resulta em trauma ou lesões? Esta questão é respondida por um segundo princípio da Física: A energia pode ser transformada de uma forma em outra em um sistema isolado, mas não pode ser criada ou destruída; a energia total do sistema sempre permanece constante. Considerando-se o movimento de um carro como uma forma de energia (energia cinética), quando o carro colide, esta forma de energia é transformada em outras (mecânica, térmica, elétrica, química). Considerando que E = (m. V²)/2 sendo E = energia cinética (movimento) m = massa (peso) V = velocidade Conclui-se que quanto maior a velocidade, maior a troca de energia resultando assim em maiores danos aos organismos envolvidos. Na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma. 28

28 Trauma Contuso X Penetrante Trauma Contuso temporário : trauma onde não há o rompimento da pele. Trauma Penetrante permanente : trauma que rompe a integridade da pele penetrante permanente, A evolução clínica de uma vítima de trauma divide-se em três fases: Pré-Colisão: tudo o que acontece antes da colisão bebidas, velocidade, drogas. Colisão: quando a transmissão de energia acontece entre eles. Pós-Colisão: informações conseguidas após a transmissão de energia (como ficou o carro, estado da vítima). São considerações importantes para o atendimento: A direção que ocorreu a variação de energia. A quantidade de energia transmitida. A forma como as forças afetaram o paciente. Acidente Automobilístico Em um acidente automobilístico há uma desaceleração brusca, ocorrem três tipos de colisão: Colisão da Máquina: o veículo colide com outro ou com um anteparo; Colisão do Corpo: o corpo mantém-se em movimento e colide com o anteparo do carro; Colisão dos Órgãos: na colisão os órgãos colidem-se contra as paredes do corpo. Formas de Colisão Colisão frontal: fratura de crânio, penetração óssea no cérebro, hemorragia intercraniana, fratura ou luxação de vértebras, além de lesões nos tecidos moles do pescoço, trauma na laringe, fratura de face, ruptura da aorta, pneumotórax, hemotórax, fratura nos arcos costais, fratura no esterno, hemorragia nos órgãos abdominais rins, baço, pâncreas, fígado, fratura de pelve, fratura de fêmur, joelho, tíbia e fíbula, fratura no tornozelo e pés. Colisão Traseira: rompimento da cervical, efeito chicote aceleração brusca, fratura de face. 29

29 Colisão Lateral: fratura de costelas, contusão pulmonar, tórax instável, ruptura do fígado ou baço, fratura no braço e ombro, lesões na coluna, fratura ou luxação do fêmur, joelho, fratura na cabeça, fratura na pelve. Capotamento: todos os tipos de ferimentos podem ser mencionados, além da probabilidade de fratura na coluna cervical, e se a vítima for lançada para fora do veículo aumenta o risco em seis vezes o seu valor. Acidente Motociclístico Os acidentes de motocicleta são responsáveis por grande número de mortes todos os anos. O mecanismo de trauma é o mesmo da colisão de veículo e segue as leis da Física. O uso do capacete previne lesões de face e crânio. Numa colisão frontal contra um objeto, a moto inclina-se para a frente e o motociclista é jogado contra o guidom, esperando-se trauma de cabeça, tórax e abdômen. Caso pés e pernas permaneçam fixos no pedal e a coxa colida contra o guidom, pode ocorrer fratura bilateral de fêmur. Na colisão lateral do motociclista, geralmente há compressão de membros inferiores provocando fraturas de tíbia e fíbula. Nos casos de colisão com ejeção do motociclista, o ponto de impacto determina a lesão, irradiando-se a energia para o resto do corpo. Como nos automobilísticos, geralmente as lesões são muito graves nesse tipo de acidente. Atropelamento Na abordagem de vítima de atropelamento, é importante conhecer sua idade, pois existem mecanismos distintos de trauma entre adultos e crianças. Quando o adulto percebe estar prestes a ser atropelado, ele se vira de costas para o veículo, na tentativa de se proteger; logo, as lesões se localizam nas regiões posterior e lateral do corpo. Por outro lado, as crianças encaram o veículo atropelador de frente. Existem três fases no atropelamento: Impacto inicial nas pernas, às vezes atingindo coxa e quadril; 30

30 Tronco lançado contra o capô do veículo; Vítima caída no asfalto geralmente o primeiro impacto é na cabeça, com possibilidade de trauma de coluna cervical. Quedas A queda se caracteriza por uma desaceleração vertical rápida. No atendimento às vítimas de queda, o socorrista deve conhecer: altura da queda; tipo de superfície com que a vítima colidiu. Exemplos: gramado, concreto etc.; parte do corpo que sofreu o primeiro impacto. Como a velocidade na queda aumenta com a altura, grandes alturas predispõem a lesões mais graves. Como referência, considera-se grave a queda de altura três vezes maior que a altura da vítima. Chamamos de "síndrome de Don Juan" a queda de altura com aterrissagem pelos pés. Conforme a altura, acontece fratura bilateral de calcâneos. Após os pés, as pernas são as próximas partes a absorver a energia - fratura de tornozelos, ossos longos e quadril. No terceiro momento, verificar fratura com compressão de coluna torácica e lombar. Se a vítima apóia as mãos na queda, espera-se fratura de punho. Assim, cabe-nos determinar a parte do corpo que sofreu o primeiro impacto e, conseqüentemente, deduzir as lesões relacionadas. Lesões por Explosão A explosão tem três fases: Causada pela onda de pressão proveniente da explosão, atinge particularmente órgãos ocos ou contendo ar, como pulmões e aparelho gastrointestinal. Pode ocorrer sangramento pulmonar, pneumotórax, perfuração de órgãos do aparelho 31

31 digestivo. A onda de pressão rompe a parede de pequenos vasos sangüíneos e também lesa o sistema nervoso central. A vítima morre sem que se observem lesões externas. O socorrista, sempre atento a essas possibilidades, pesquisa sinais de queimadura nas áreas descobertas do corpo. Em vítima atingida por estilhaços e outros materiais provenientes da explosão, é possível encontrar lace rações, fraturas, queimaduras e perfurações. Se a vítima é lançada contra um objeto, haverá lesões no ponto do impacto e a força da explosão se transfere a órgãos do corpo. Elas são aparentes e muito similares àquelas das vítimas ejetadas de veículos ou que sofrem queda de grandes alturas. Ferimentos Por Arma Branca A gravidade dos ferimentos por arma branca depende das regiões anatômicas atingidas, da extensão da lâmina e do ângulo de penetração, lembrando que o ferimento no abdômen superior pode atingir o tórax, e ferimentos abaixo do quarto espaço intercostal, podem penetrar o abdômen. É fundamental, no atendimento pré-hospitalar de ferimentos por arma branca, cuja lâmina ainda se encontre alojada no corpo, não remover o objeto e, sim, imobiliário junto ao corpo e transportar rapidamente a vítima ao hospital. A lâmina pode estar promovendo compressão das extremidades vasculares, o que contém hemorragias, só devendo ser removida em ambiente hospitalar. Ferimentos Por Arma de Fogo No atendimento a vítimas de acidentes por arma de fogo, o sococorrista tenta informar-se sobre o tipo da arma, seu calibre e a distância de onde foi disparada. Calibre - diâmetro interno do tambor, que corresponde ao calibre da munição usada por aquela arma em particular. Munição - usualmente projéteis construídos em liga de chumbo sólido que apresentam ou não uma jaqueta parcial de aço ou cobre; formato arredondado, chato, cônico ou pontiagudo; extremidade anterior do projétil macio ou côncavo para favorecer expansão e fragmentação. 32

32 Armas de alta e de baixa velocidade - as que aceleram os projéteis a velocidades mais baixas são menos letais, incluindo-se aqui todas as armas de mão e alguns rifles. Ferimentos com essas armas são menos destrutivos que os produzidos por projéteis que alcançam altas velocidades, embora também causem ferimentos letais, dependendo da área de impacto. Fatores que contribuem para o dano tecidual. Tamanho do projétil - quanto maior o projétil, maior a resistência oferecida pelos tecidos e maior a lesão produzida por sua penetração. Deformidade do projétil - projéteis de "extremidade anterior macia" achatam-se na ocasião do impacto, resultando no comprometimento de superfície maior. Projétil com jaqueta - a jaqueta se expande e amplia a superfície do projétil. Giro - o giro do projétil amplia seu poder de destruição. Desvio - o projétil pode oscilar vertical e horizontalmente ao redor do seu eixo, ampliando a área de destruição. Distância do tiro - quanto mais próximo o disparo, maior a lesão produzida. Densidade dos tecidos atingidos - o dano produzido é proporcional à densidade do tecido. Órgãos altamente densos, como ossos, músculos e fígado, sofrem mais danos do que os menos densos, lembrando que, ao percorrer o corpo, a trajetória da bala nem sempre será retilínea, sofrendo desvios e atingindo órgãos insuspeitados, considerando os orifícios de entrada e saída. Ferida de entrada - Geralmente óbvia, pode não ser identificada se a vítima não for completamente despida e examinada. Ferida de saída - Nem sempre existe (se o projétil não abandonar o corpo) e pode ser múltipla para um único projétil, devido à sua fragmentação ou à de ossos. Geralmente a ferida de saída é mais larga que a de entrada e apresenta bordos lacerados. Feridas internas - Projéteis em baixa velocidade danificam principalmente os tecidos com os quais entram em contato. A alta velocidade produz prejuízos a distância, lesando tanto os tecidos com que o projétil faz contato, como transferindo energia cinética aos tecidos em redor. Com relação ao atendimento de paciente com ferimento por arma de fogo, transportá-io rapidamente ao hospital, principalmente se o ferimento atingir cabeça, tórax e abdômen. Mesmo pessoas atingidas enquanto usavam coletes à prova de bala podem apresentar contusões orgânicas graves, sendo mais sérias a miocardíaca e a pulmonar. 33

33 7. SINAIS VITAIS Os sinais vitais são: Pressão Sangüínea, Temperatura, freqüência respiratória e pulso. Nas variações dos sinais vitais, devemos considerar: Condições ambientais, tais como: temperatura e umidade do local; Condições pessoais: como exercício recente, tensão emocional, alimentação; Equipamentos apropriados e calibrados regularmente. Temperatura ÍNDICES NORMAIS ADULTO CRIANÇA ORAL 37ºC 37.4ºC RETAL 37.5ºC 37.8ºC AXILAR 36.7ºC 37.2ºC A mais utilizada é a axilar. Pulso É a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial em cada batimento cardíaco, sentida pelo toque com um impacto ou batida leve. ÍNDICES NORMAIS ADULTO De 60 A 100 bpm. CRIANÇA De 80 A 120 bpm. BEBÊS De 100 A 160 bpm. Taquicardia: É o aumento da freqüência do pulso acima de 100 bpm. Bradicardia: É a diminuição da freqüência do pulso abaixo de 60 bpm. Pulso Filiforme: Quando sentimos o pulso fino e fraco, geralmente da decorrência da diminuição do volume do sangue. Respiração A avaliação da respiração inclui: freqüência (movimentos respiratórios por minuto), caráter (superficial e profunda) e ritmo (regular ou irregular). ÍNDICES NORMAIS ADULTO De 12 à 20 Movimentos Respiratório por minuto CRIANÇA De 20 à 30 Movimentos Respiratório por minuto BEBÊS De 30 à 60 Movimentos Respiratório por minuto Apnéia: Sem respiração. Bradnéia: Respiração lenta, regular (abaixo de 12 M. R.P.M.). 34

34 Taquipnéia: Respiração rápida, regular (acima de 20 M.R.P.M.). Dispnéia: Respiração difícil. Pressão Sanguínea A pressão sangüínea ou Pressão arterial (PA) é uma função da força exercida pelo sangue contra as paredes da artéria. ÍNDICES NORMAIS 04 ANOS 85/60 mmhg 06 ANOS 95/62 mmhg 12 ANOS 108/67 mmhg ADULTO 120/80 mmhg 35

35 8. ATENDIMENTO INICIAL O objetivo do atendimento inicial à vítima de trauma é identificar rapidamente situações que coloquem a vida em risco e que demandem atenção imediata pela equipe de socorro. Deve ser rápido, organizado e eficiente de forma que permita decisões quanto ao atendimento e ao transporte adequados, assegurando à vítima maiores chances de sobrevida. O atendimento inicial à vítima de trauma se divide em três etapas seqüenciais: 1) Controle de cena; 2) Abordagem primária; 3) Abordagem secundária; Controle de Cena Segurança do Local Antes de iniciar o atendimento propriamente dito, a equipe de socorro deve garantir sua própria condição de segurança, a das vítimas e a dos demais presentes. De nenhuma forma qualquer membro da equipe deve se expor a um risco com chance de se transformar em vítima, o que levaria a deslocar ou dividir recursos de salvamento disponíveis para aquela ocorrência. O socorrista deve atentar para: Óculos de proteção; Máscara facial; Luvas de procedimentos; Isolamento e controle de trânsito; Utilizando cordas ou fitas de isolamento; Sinalizando o trânsito para evitar acidente em cadeia; Desligar ao cabo da bateria do automóvel, bem como calçar as rodas. Mecanismo de Trauma Enquanto se aproxima da cena do acidente, o socorrista examina o mecanismo de trauma, observando e colhendo informações pertinentes. Em uma colisão entre dois veículos, por exemplo, avaliar o tipo de colisão (frontal, lateral, traseira), veículos envolvidos, danos nos veículos, número de vítimas, posição dos veículos e das vítimas, etc. O Socorrista deve atentar para: Analisar o local do acidente; Identificar-se como socorrista; Afastar o risco da vítima ou a vítima do risco; Proteger a vítima de curiosos, impedindo que tentem movê-la de forma errada. Abordagem Primária 36

36 Na abordagem primária, para facilitar a memorização, convencionou-se o ABCD do trauma para designar uma seqüência fixa de passos, utilizando-se as primeiras letras das palavras (do inglês) que definem cada um dos passos: 1) Passo A (Airway) Vias aéreas com controle cervical; 2) Passo B (Breathing) Respiração (existente e qualidade); 3) Passo C (Circulation) Circulação com controle de hemorragias; 4) Passo D (Disability) Estado neurológico; 5) Passo E (Exposure) Exposição da vítima (para abordagem secundária). A AIRWAY (Vias aéreas com controle cervical) Aproximar-se da vítima pelo lado para o qual a face da mesma está volta, garantindo-lhe o controle cervical. Em seguida, observar se a vítima está consciente e respirando. Tocando o ombro da vítima do lado oposto ao da abordagem, apresentese, acalme-a e pergunte o que aconteceu com ela: Eu sou o... (nome do socorrista), tenho treinamento em primeiros socorros, e estou aqui para te ajudar. O que aconteceu contigo?. Uma pessoa só consegue falar se tiver ar nos pulmões e se ele passar pelas cordas vocais. Portanto, se a vítima responder normalmente, é porque as vias aéreas estão permeáveis (passo "A" resolvido) e respiração espontânea (passo "B" resolvido). Seguir para o passo "C". Se a vítima não responder normalmente, examinar as vias aéreas. Desobstruir vias aéreas de sangue, vômito, corpos estranhos ou queda da língua, garantindo imobilização da coluna cervical. Para a manutenção da abertura das vias aéreas Avaliação de vias aéreas. Socorrista verifica se há corpos estranhos na cavidade oral da vítima. pode ser utilizada cânula orofaríngea ou nasofaríngea. Estando as vias aéreas desobstruídas, passar para o exame da respiração (passo "B"). Técnicas de abertura das vias aéreas Quando o tônus muscular é insuficiente, a língua e a epiglote podem obstruir a faringe. A língua é a causa mais freqüente de obstrução das vias aéreas na vítima inconsciente. Se não houver evidência de trauma craniano nem cervical, o Socorrista deve utilizar a manobra de inclinação da cabeça-elevação do queixo para abrir as vias aéreas. 37

37 As técnicas para abertura das vias aéreas são: Manobra de inclinação da cabeça elevação do queixo casos clínicos Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos clínicos. 1) Coloque o paciente em decúbito dorsal e posicione-se ao seu lado, na altura dos ombros; 2) Coloque uma das mãos na testa do paciente e estenda sua cabeça para trás; 3) Coloque a ponta dos dedos, indicador e médio, da outra mão, apoiados na mandíbula para elevá-la até perceber uma resistência ao movimento. Manobra de empurre mandibular casos de trauma Esta manobra deve ser utilizada apenas em casos de trauma. 1) Coloque o paciente em decúbito dorsal e posicione-se de joelhos acima da parte superior de sua cabeça; 2) Com os cotovelos na mesma superfície que o paciente ou apoiados nas coxas, segure os ângulos da mandíbula do paciente com os dedos, indicador e médio; 3) Com os dedos posicionados, empurre a mandíbula para cima, mantendo a cabeça estabilizada com a palma das mãos. Não eleve ou realize rotação da cabeça do paciente, pois a proposta desta manobra é manter a via aérea aberta sem mover a cabeça ou o pescoço. Utilize a manobra correta ao realizar uma abertura de vias aéreas - VA: Em caso clínico - manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo Em caso de trauma - manobra de empurre mandibular B BREATHING (Respiração) Checar se a respiração está presente e efetiva (ver, ouvir e sentir). Se a respiração estiver ausente, iniciar respiração artificial (passo "B" resolvido temporariamente). Estando presente a respiração, analisar sua qualidade: Avaliação da respiração ver, ouvir e sentir. 38

38 lenta ou rápida, superficial ou profunda, de ritmo regular ou irregular, silenciosa ou ruidosa. Se observar sinais de respiração difícil (rápida, profunda, ruidosa), reavaliar vias aéreas (passo "A") e solicitar a presença do médico no local. A necessidade de intervenção médica é muito provável. Se observar sinais que antecedam parada respiratória (respiração superficial, lenta ou irregular), ficar atento para iniciar respiração artificial. C CIRCULATION (Circulação com controle de hemorragias) O objetivo principal do passo "C" é estimar as condições do sistema circulatório e controlar grandes hemorragias. Para tanto devem ser avaliados: pulso; perfusão periférica; coloração, temperatura e umidade da pele. Se o socorrista verificar hemorragia externa, deve utilizar métodos de controle. Observando sinais que sugerem hemorragia interna, deve agilizar o atendimento e transportar a vítima o mais brevemente possível ao hospital. D DISABILITY (Estado Neurológico) Tomadas as medidas possíveis para garantir o ABC, importa conhecer o estado neurológico da vítima (passo "D"), para melhor avaliar a gravidade e a estabilidade do quadro. O registro evolutivo do estado neurológico tem grande valor. A vítima que não apresente alterações neurológicas num dado momento, mas passe a apresentá-las progressivamente, seguramente está em situação mais grave que outra cujo exame inicial tenha mostrado algumas alterações que permaneçam estáveis no tempo. Na avaliação do estado neurológico o socorrista deve realizar a avaliação do nível de consciência e o exame das pupilas. Avaliação do Nível de Consciência A análise do nível de consciência é feita pelo método AVDI, de acordo com o nível de resposta que a vítima dá aos estímulos: A Acordada com resposta adequada ao ambiente. V Adormecida. Os olhos se abrem mediante estímulo verbal. Avaliação do nível de consciência estímulo doloroso aplicado comprimindo-se a borda do músculo trapézio. 39

39 D Com os olhos fechados que só se abrem mediante estímulo doloroso. I Não reage a qualquer estímulo. Exame das Pupilas Em condições normais as pupilas reagem à luz, aumentando ou diminuindo seu diâmetro conforme a intensidade da iluminação do ambiente. O aumento do diâmetro, ou midríase, ocorre na presença de pouca luz, enquanto a diminuição, ou miose, ocorre em presença de luz intensa. Quanto à simetria, as pupilas são classificadas em Pupilas de tamanhos desiguais (anisocóricas) olho direito apresentando midríase e esquerdo miose. isocóricas (pupilas normais ou Avaliação das pupilas quanto à reação à luz. simétricas), que possuem diâmetros iguais, e anisocóricas (pupilas anormais ou assimétricas), de diâmetros desiguais. O socorrista deve avaliar as pupilas da vítima em relação ao tamanho, simetria e reação à luz. Pupilas anisocóricas sugerem traumatismo ocular ou cranioencefálico. Neste caso a midríase em uma das pupilas pode ser conseqüência da compressão do nervo oculomotor no nível do tronco encefálico, sugerindo um quadro de gravidade. Pupilas normais se contraem quando submetidas à luz, diminuindo seu diâmetro. Se a pupila permanece dilatada quando submetida à luz, encontra-se em midríase paralítica, normalmente observada em pessoas inconscientes ou em óbito. Pupilas contraídas (miose) em presença de pouca luz podem indicar intoxicação por drogas ou doença do sistema nervoso central. Se houver depressão do nível de consciência e anisocoria, ficar alerta, pois existe o risco de parada respiratória. Manter-se atento para o ABC. E Abordagem Secundária EXPOSURE (Exposição da Vítima) Finalmente, no passo "E", expor a vítima, à procura de lesões. Entretanto, em nível pré-hospitalar, as roupas da vítima só serão removidas para expor lesões sugeridas por suas queixas ou reveladas pelo exame segmentar, respeitando seu pudor no ambiente público. Só iniciar a abordagem secundária depois de completada a abordagem primária. Examinar todos os segmentos do corpo, sempre na mesma ordem (exame segmentar): 40

40 crânio, face, pescoço, tórax, abdômen, quadril, membros inferiores, membros superiores e dorso. Nesta fase, realizar: Inspeção: cor da pele, sudorese, simetria, alinhamento, deformidade e ferimento; Palpação: deformidade, crepitação, rigidez, flacidez, temperatura e sudorese; Durante todo o exame segmentar, manter-se atento a sinais de dor ou a modificações das condições constatadas na abordagem primária da vítima. 41

41 9. DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS Obstrução de Vias Aéreas Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcialmente o trânsito do ar ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e manutenção da permeabilidade das vias aéreas nas vítimas de trauma são essenciais e devem ser feitas de maneira rápida e prioritária. A vítima de trauma pode ter as vias aéreas comprometidas direta ou indiretamente por mecanismos distintos, sendo os principais os enumerados a seguir: - Inconsciência: A causa mais freqüente de obstrução de vias aéreas em vítimas de trauma é a inconsciência, provocando o relaxamento da língua que se projeta contra a orofaringe (fundo da garganta) da vítima em decúbito dorsal, impedindo a passagem de ar das vias aéreas superiores para as inferiores. - Trauma Direto Sobre Vias Aéreas - Queimaduras em Vias Aéreas: Queimaduras em vias aéreas podem produzir inflamação e edema de glote e de vias aéreas inferiores. - Corpo Estranho em Vias Aéreas: Fragmentos de próteses dentárias, alimentos, balas, chicletes e pequenos objetos podem causar obstrução de vias aéreas em diferentes níveis. Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (OVACE) Causas Em Adultos: Embora a perda de consciência seja a causa mais freqüente de obstrução de vias aéreas, a obstrução por corpos estranhos pode ser causa de perda de consciência e parada cardiopulmonar. A eventualidade de corpos estranhos obstruírem vias aéreas em pessoas conscientes ocorre mais freqüentemente durante as refeições, sendo a carne a causa mais comum. A obstrução de vias aéreas pelo conteúdo regurgitado do estômago pode ocorrer durante a parada cardiopulmonar ou nas manobras de reanimação cardiopulmonar. Em Crianças: Em crianças a principal causa de obstrução de vias aéreas é a aspiração de leite regurgitado ou de pequenos objetos. Outras causas freqüentes são alimentos (balas, chicletes, etc.) e causas infecciosas (epiglotite). Reconhecimento Em Vítima Consciente: A obstrução total das vias aéreas é reconhecida quando a vítima está se alimentando ou acabou de comer e, repentinamente, fica incapaz de falar ou tossir. Pode demonstrar sinais de asfixia, agarrando o pescoço, apresentando cianose e esforço respiratório exagerado. O movimento de ar pode estar ausente ou 42

42 não ser detectável. A pronta ação é urgente, preferencialmente enquanto a vítima ainda está consciente. Em pouco tempo o oxigênio disponível nos pulmões será utilizado e, como a obstrução de vias aéreas impede a renovação de ar, ocorrerá a perda de consciência e, rapidamente, a morte. Em Vítima Inconsciente: Quando um adulto for encontrado inconsciente por causa desconhecida, suspeitar de parada cardiopulmonar por infarto, acidente vascular ou hipóxia secundária à obstrução de via aérea. Ele será avaliado pensando-se em parada cardiopulmonar, deixando para fazer o manejo de desobstrução de vias aéreas apenas se o fato se evidenciar. Tratando-se de criança, devemos suspeitar imediatamente de OVACE. Desobstrução de Vias Aéreas Os métodos de desobstrução de vias aéreas dividem-se em dois tipos, conforme a natureza da obstrução: obstrução por líquido (rolamento de 90º e aspiração) ou obstrução por sólido (remoção manual e manobras de desobstrução). Obstrução por Líquido A) Rolamento de 90º: Esta manobra consiste em lateralizar a vítima em monobloco, trazendo-a do decúbito dorsal para o lateral, com o intuito de remover secreções e sangue das vias aéreas superiores. Estando a vítima na cena do acidente, ainda sem intervenção do socorrista, ou seja, sem qualquer imobilização (colar cervical e tábua), havendo a necessidade da manobra, esta deverá ser realizada com controle cervical manual. Estando a vítima já imobilizada em tábua, proceder a manobra mediante a lateralização da própria tábua. B) Aspiração: A aspiração de secreções e sangue pode ser realizada ainda na cena do acidente, mediante uso de aspiradores portáteis, ou no interior da ambulância, pelo uso de aspiradores fixos. Aplicar a sucção por períodos de no máximo 05 segundos de cada vez, alternando-a com o suporte ventilatório. Obstrução por Sólido A) Remoção Manual: Durante a avaliação das vias aéreas, o socorrista pode visualizar corpos estranhos, passíveis de remoção digital. Somente remover o material que cause obstrução se for visível. Rolamento de 90º com um socorrista. Manobra de emergência para remoção de líquidos de vias aéreas. Avaliação de vias aéreas. Socorrista verifica se há corpos estranhos na cavidade oral da vítima. 43

43 A técnica de remoção manual consiste em abrir a boca da vítima utilizando a manobra de tração da mandíbula ou a de elevação do mento (abordadas à frente) e retirar o corpo estranho com o indicador em gancho, deslocar e retirar o corpo estranho. Estando o corpo estranho mais aprofundado, existe a alternativa de utilizar os dedos indicador e médio em pinça. Em recém-nato e lactente, utilizar o dedo mínimo em virtude das dimensões reduzidas das vias aéreas. Somente tentar a remoção se o corpo estranho estiver visível. B) Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Adultos: São manobras realizadas manualmente para desobstruir vias aéreas de sólidos que lhe ficarem entalados. Compressão Abdominal Também chamada manobra de Heimlich, consiste numa série de quatro compressões sobre a região superior do abdômen, entre o processo xifóide e a cicatriz umbilical. do abdômen; Vítima em pé ou sentada: 1) Posicionar-se atrás da vítima, abraçando-a em torno 2) Segurar o punho da sua outra mão e aplicar compressão contra o abdômen, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical no sentido superior (tórax), por quatro vezes; 3) Estando a vítima em pé, ampliar sua base de sustentação, afastando as pernas, e posicionar uma entre as pernas da vítima, para evitar-lhe a queda caso fique inconsciente. Vítima deitada: 1) Posicionar a vítima em decúbito dorsal; 2) Ajoelhar-se ao lado da vítima, ou a cavaleiro sobre ela no nível de suas coxas, com seus joelhos tocando-lhe lateralmente o corpo; 3) Posicionar a palma da mão (região tenar) sobre o abdômen da vítima, entre o processo xifóide e a cicatriz umbilical, mantendo as mãos sobrepostas; 4) Aplicar quatro compressões abdominais no sentido do tórax. Manobra de Heimlich em Vítima consciente e em pé. Manobra de Heimlich em Vítima deitada. 44

44 c) Manobras de Desobstrução de Vias Aéreas em Crianças: A remoção manual de material que provoque obstrução sem ser visualizado não é recomendada. Para crianças maiores de um ano, aplicar a manobra de Heimlich, de forma semelhante à do adulto; nos lactentes, uma combinação de palmada nas costas (face da criança voltada para baixo) e compressões torácicas (face voltada para cima), sempre apoiando a vítima no seu antebraço; mantenha-o com a cabeça mais baixa que o tronco, próximo a seu corpo. Técnica: 1) Utilizar a região hipotenar das mãos para aplicar até 05 palmadas no dorso do lactente (entre as escápulas); 2) Virar o lactente segurando firmemente entre suas mãos e braços (em bloco); 3) Aplicar 05 compressões torácicas, como na técnica de reanimação cardiopulmonar (comprima o tórax com 02 dedos sobre o esterno, logo abaixo da linha mamilar). Os passos da manobra de Heimlich para crianças maiores e os da combinação de palmada nas costas com compressões torácicas para lactentes devem ser repetidos até que o corpo estranho seja expelido ou a vítima fique inconsciente. Neste caso, proceder as manobras de abertura de vias aéreas, repetir os passos de desobstrução iniciar manobras de RCP. Desobstrução de VA de lactente 05 palmadas no dorso, entre as escápulas. Desobstrução de VA de lactente 05 compressões torácicas. 45

45 10. RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR É o conjunto de manobras realizadas para estabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sangüínea, tais como, respiração artificial e massagem cardíaca externa, manobras essas utilizadas nas vítimas em parada cardiopulmonar (morte clínica). A tabela abaixo mostra a evolução da morte clínica até a morte biológica e os vários cenários possíveis após a RCP, segundo o tempo decorrido entre a parada circulatória e a restauração do fluxo sangüíneo espontâneo. Evolução da RCP pelo tempo decorrido Tempo 5 MIN 10 MIN 15 MIN 20 MIN Conseqüências - Consciente - Respiração Espontânea - Neurológico normal - Sonolento - Respiração Espontânea - Déficit Neurológico - Inconsciente - Respiração Espontânea - Estado vegetativo - Inconsciente - Apnéia - Morte encefálica A viabilidade do cérebro é que define a vida humana. Na ausência de intervenção terapêutica, a morte clínica é rapidamente seguida de lesão biológica tecidual irreversível. Essa seqüência é um processo que se estende de 5 a 20 minutos no cérebro, de 20 a 30 minutos no coração e por horas na pele. Para alguns pacientes com parada cardiopulmonar e com funções neurológica e cardiorrespiratória previamente preservadas, a utilização rápida das técnicas de RCP, seguidas de cuidados médicos definitivos, pode ser salvadora. Parada Respiratória A parada respiratória evolui em alguns minutos para uma parada cardiopulmonar e apesar de ser a menor causa de paradas, possui resultados positivos quando aplicado RCP logo no início da parada, principalmente em obstrução de vias aéreas ou afogamento. São causas de parada respiratória por ordem de incidência: Doenças do pulmão; Trauma; Obstrução de Vias Aéreas por inconsciência ou Corpo Estranho; Acidente Cardiovascular (AVC); Overdose por drogas; Afogamento; Inalação de fumaça; Epiglotite e laringite; Choque elétrico; 46

46 Parada Cardíaca Doenças cardíacas são a principal causa de morte em todo o mundo e em cerca de 60% destas mortes ocorre uma Parada Cardíaca Súbita (PCS). A parada cardíaca súbita corresponde a 80% das paradas cardiopulmonares. Estas paradas cardíacas súbitas tem como principal causa o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e durante o infarto a grande maioria das vítimas apresenta algum tipo de fibrilação ventricular (FV) durante a parada. Nenhum tipo de RCP consegue reverter este quadro, mas garante a oxigenação dos tecidos até a chegada de um desfibrilador. Um RCP aplicado com alta qualidade pode dobrar ou triplicar as taxas de sobrevivência de PCS. Outras causas de Parada Cardíaca são: Trauma direto no coração; Uso de Drogas. Sinais de Parada Cardiopulmonar São três os sinais que demonstram que uma vítima está em parada cardiopulmonar: Inconsciência sem resposta a estímulo; Ausência de movimentos respiratórios; Ausência de Pulso. Procedimentos para Ressucitação Cardiopulmonar (RCP) Ressuscitação cardiopulmonar é o conjunto de manobras realizadas para restabelecer a ventilação pulmonar e a circulação sangüínea, tais como, respiração artificial e massagem cardíaca externa, manobras essas utilizadas nas vítimas em parada cardiopulmonar. A ressuscitação cardiopulmonar requer uma seqüência de procedimentos parecido com o ABCD da avaliação inicial com a diferença que o D do RCP se refere a desfibrilação: A Vias Aéreas: manter as vias aéreas permeáveis para a passagem do ar; B Respiração: ventilar os pulmões da vítima para garantir um mínimo de troca de ar; C Circulação: comprimir o tórax de forma a realizar uma pressão intratorácica que faça o coração bombear sangue para os órgãos vitais; D Desfibrilação: aplicação de um choque no coração para normalizar os batimentos cardíacos que entram em movimentos descompassados como a fibrilação ventricular e a taquicardia ventricular. 47

47 RCP em Adultos Caso o socorrista esteja sozinho no local da ocorrência o acionamento ao SME - Sistema Médico de Emergência, para a aplicação do desfibrilador, é prioritário para então na seqüência iniciar o RCP. A exceção fica para os casos de parada respiratória (OVACE, afogamento, etc.) em que o emprego imediato de ventilações tem prioridade sobre o acionamento do SME. O socorrista se estiver sozinho deve então executar o RCP por pelos menos 2 (dois) minutos antes de acionar o SME. A seguir verificamos a seqüência do RCP conforme descrito de forma sucinta acima. Após a abertura das VVAA (vias aéreas), analise a respiração da vítima usando o método do Ver-Ouvir-Sentir. Este exame não deve demorar mais do que dez segundos, se constatar que não há respiração, ou a respiração é inadequada (respirações agônicas), ou ainda, você não tem certeza se a respiração é adequada; inicie as ventilações artificiais. Ventilação Boca-a-boca Para realizar a ventilação boca-a-boca: Pince o nariz da vítima usando o polegar e dedo indicador da mão que está na testa da vítima; Respire normalmente e coloque seus lábios na boca da vítima, vedando-a completamente, impedindo Ventilação boca-a-boca vazamento de ar; Ventile 2 (duas) vezes (cerca de 1 segundo para cada ventilação) a cada 30 (trinta) compressões torácicas; A ventilação deve provocar elevação visível do tórax; Observar o tórax subindo e descendo, ouvir e sentir o fluxo de ar; Manter as vias aéreas abertas para a expiração; Não demore mais do que 10 (dez) segundos na aplicação das ventilações; Se a ventilação não elevar o tórax após algumas tentativas, inicie a compressão torácica; Havendo pulso, efetue de 10 a 12 ventilações por minuto sem compressões torácicas; Ventilação Boca-nariz Recomendada quando não é possível ventilar boca a boca, como: trauma de face, boca disforme, ou boca-boca/nariz em lactentes: 48

48 Ventilação Bolsa-Válvula-Mascara A ventilação bolsa-válvula-máscara é o procedimento padrão para SME na aplicação da ventilação no RCP. A maioria destes equipamentos é constituída por uma máscara que garante a vedação da boca e nariz, uma válvula que impede a reinalação e uma bolsa com um volume aproximado de ml. Assim que possível conecte também o reservatório com O 2 para garantir a entrega de 100% de oxigênio a vítima, sem este equipamento a entrega de O 2 fica em Ventililação bolsa-válvula-máscara apenas 70%. Para a ventilação bolsa-válvula-máscara, segure firmemente com uma das mãos a máscara e um dos ângulos da mandíbula da vítima, com a outra mão comprima lentamente a bolsa até verificar elevação visível do tórax. A ventilação com 2 (dois) socorristas garante uma maior efetividade, pois enquanto um comprime a bolsa, o outro veda a máscara com as duas mãos, uma em cada ângulo da mandíbula. Compressão Torácica Conforme a diretriz de 2005 da AHA as compressões torácicas são enfatizadas. A compressão torácica consegue criar um pequeno fluxo de sangue para os órgãos vitais, como cérebro e miocárdio. A cada interrupção este fluxo para e durante as primeiras compressões ele não se estabelece de forma efetiva, por isto as compressões têm maior importância. Durante a PCS a necessidade de ventilação é menor do que o normal, pois durante os procedimentos de RCP o fluxo sangüíneo que vai para os pulmões é muito menor que o normal, não havendo necessidade de uma grande troca de ar. Verificação do Pulso A verificação do pulso em vítimas inconscientes sempre é realizada pela palpação da carótida. Em cerca de 10% dos casos de vítimas sem pulso os socorristas não são capazes de identificá-lo e acabam atrasando o início das compressões torácicas. Caso você não tenha certeza de que a vítima tem pulso, mas sabe que esta não respira, inicie as manobras de RCP com compressão torácica. Posição do Corpo e das Mãos Verificado que a vítima não possui pulso, o socorrista deve iniciar as compressões torácicas: 49

49 Certifique-se de que a vítima esteja em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida; Ajoelhe-se ao lado do peito da vítima; Exponha o peito da vítima e coloque uma das mãos no centro do peito na altura da linha mamilar; Coloque a outra mão sobre a primeira e entrelace os dedos com esta, não aplique nenhuma pressão sobre as costelas, o término do esterno, ou o abdômen; Posição das mãos para compressão Posicione-se verticalmente sobre a vítima com os braços retos e seus ombros sobre o peito da vítima e comprima o tórax de forma que o peso de seu corpo auxilie na compressão. Técnica da Compressão Para efetuar as compressões é importante lembrar destes detalhes: Comprima 30 (trinta) vezes o peito para cada 02 (duas) ventilações na vítima adulta, independente de estar em 1 ou 2 socorristas; A taxa de compressão deve ser de 100 (cem) compressões por minuto; Comprima rápido, comprima forte e permita o retorno completo do tórax; Execute a compressão com uma profundidade de 4 (quatro) a 5 (cinco) centímetros; Tempo de compressão e descompressão devem ser iguais; Limite as interrupções, a compressão torácica é o procedimento mais importante para garantir uma sobre vida a vítima; Após 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP reavalie a vítima, não demore mais do que dez segundos nesta avaliação. A cada 2 (dois) minutos troque, se possível, o socorrista que comprime o tórax; estudos comprovaram que mesmo sem referir cansaço o socorrista perde eficiência em apenas dois minutos de compressão. Braços retos e ombros sobre a vítima 50

50 RCP em Crianças O RCP em crianças é quase o mesmo para adultos com algumas diferenças devido às diferenças anatômicas e fisiológicas. Ventilação Após a abertura das VVAA aplique 2 (duas) ventilações efetivas na criança. Devido ao tamanho da caixa torácica da criança ser menor do que do adulto menos ar é necessário na respiração, ao ventilar forneça apenas ar suficiente para elevar o tórax da criança. Se houver pulso aplique de 12 (doze) a 20 (vinte) ventilações por minuto, pois a criança normalmente possui uma freqüência respiratória mais elevada que o adulto. Compressão Torácica Exponha o peito da vítima e coloque uma das mãos com o braço reto sobre o centro do peito na altura da linha mamilar, se achar necessário é possível colocar as duas mãos; RCP em Bebês Em bebês, menos de 1 (um) ano de idade, as causas mais comuns de parada cardiorrespiratória são: síndrome da morte súbita em lactentes, doenças respiratórias, OVACE, afogamento e doenças neurológicas. A ressuscitação nestes casos é extremamente difícil e resultam muitas vezes em complicações neurológicas. Em bebês o uso do desfibrilador externo automático, DEA, não é recomendado. É indicada a colocação de uma pequena toalha sobre os ombros da criança para manter as VVAA abertas devido a relação da cabeça da criança com o tórax. Ventilação Compressão com 1 mão Ventilação boca-a-boca-nariz A ventilação recomendada para bebes sem o uso de equipamentos é a bocaboca e nariz, devido as diferenças anatômicas entre adulto e o bebê. Assim como para crianças a ventilação fornecida para bebês é menor do que a para adultos, ao ventilar forneça apenas ar suficiente para elevar o tórax do bebê. Compressão Torácica Principais diferenças na aplicação de compressões torácicas em relação à criança: 51

51 Apalpe o pulso braquial em bebês, se estiver ausente inicie o RCP; Se estiver sozinho o socorrista pode executar o RCP sentado com o bebê em seu braço, apoiado em uma das pernas, porém a superfície rígida é mais apropriada; A aplicação da compressão é realizada logo abaixo da linha mamilar; Comprima o tórax com 2 (dois) dedos sobre o esterno, ou se possível, com os dois polegares, abraçando o peito da vítima com as mãos. RCP em Neonatos Como o RCP em Neonatos somente é aplicável na primeiras horas após o parto, dificilmente uma equipe de socorristas irá usá-lo, mas como pode haver a ocorrência de um parto de emergência na ambulância, o socorrista deve saber aplicá-lo. Ventilação Mesma ventilação recomendada para crianças deve ser aplicada aos neonatos com a diferença de que neste caso somente deve ser aplicada 1 (uma) ventilação antes de iniciar as compressões. Compressão Torácica Principais diferenças na aplicação de compressões torácicas em relação à criança: Apalpe o pulso braquial em neonatos, se Compressão com 2 dedos Compressão com polegares estiver ausente inicie o RCP; A aplicação da compressão é realizada logo abaixo da linha mamilar; Comprima o tórax com os 2 (dois) polegares, abraçando o peito da vítima com as mãos; Comprima 3 (três) vezes o tórax para cada 1 (uma) ventilação; Comprima a uma taxa de 90 (noventa) compressões por minuto. Desfibrilador Externo Automático O uso do desfibrilador externo automático, DEA, tem se difundido no Brasil, principalmente após a morte de Serginho, jogador do São Caetano, que faleceu em campo devido uma PCS. O uso do DEA é grande nos Estados Unidos e tem demonstrado uma maior eficiência quando empregados por socorristas leigos em locais de grande público como aeroportos, shoppings, estádios, do que quando empregado somente pelo sistema médico de emergência. 52

52 O DEA é um aparelho capaz de analisar o ritmo cardíaco e aplicar o choque quando necessário. Para isso o ritmo cardíaco apresentado pela vítima deve ser chocável, o que ocorre somente com a Fibrilação Ventricular (FV) e a Taquicardia Ventricular sem perfusão (TV). Cerca de 70 % das PCS apresentam FV em algum momento da parada. Vítimas com parada devido a um trauma normalmente apresentam assistolia (sem ritmo). Aplicação do Choque Para a aplicação do choque o socorrista deve observar os mesmo sinais de parada citados acima: inconsciência sem resposta a estímulos, ausência de movimentos respiratórios e ausência de pulso. Verificado que a vítima está em parada o socorrista deve seguir os seguintes passos: Ligue o DEA, se estiver na ambulância em movimento, pare-a para evitar interferências na análise; Exponha o peito da vítima e fixe as pás auto-adesivas no tórax Coloque as pás conforme o desenho indicativo que se encontra nas próprias pás; Afaste-se da vítima e aguarde o DEA analisar o ritmo cardíaco, alguns aparelhos requerem que o operador aperte um botão para realizar a análise; Após a análise o DEA indicará o choque ou não, se não for indicado avalie a vítima e inicie o RCP; Com o choque indicado afaste todos da vítima e aplique o choque; Aplique o choque Ligue o DEA Afaste-se Após o choque reinicie o RCP imediatamente com compressões torácicas, sem reavaliar o pulso e sem retirar as pás. Após o primeiro choque com o DEA, mais de 90% dos corações em FV respondem, retornando a um ritmo normal. Porém, muitas vezes o coração não consegue estabelecer este ritmo por mais de um minuto e precisa da aplicação de compressões torácicas para restabelecer o ritmo. Quando a PCS aconteceu a mais de 4 (quatro) a 5 (cinco) minutos, o músculo cardíaco permanece por muito tempo em hipóxia não reagindo bem ao choque. Para isso a aplicação de 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP garante um mínimo de 53

53 oxigenação ao músculo cardíaco para responder de forma mais efetiva ao choque. Como normalmente esta é a condição em que a equipe do SME vai encontrar no local da ocorrência. Nos casos em que o choque não é indicado reinicie com compressões e realize 2 (dois) minutos ou 5 (cinco) ciclos de RCP. Após isto reative o DEA para analisar novamente o ritmo cardíaco. Não é necessário retirar as pás durante o RCP. O uso do DEA também é indicado em crianças, preferencialmente com pás menores adaptadas para a proporção das crianças. Caso não haja pás para crianças use as pás para adultos. O DEA ainda não é recomendado para bebês (menores de 1 ano). Algumas complicações podem surgir devido ao excesso de pelos ou a presença de água no peito da vítima. Se o DEA não conseguir analisar arranque as pás com os pelos e coloque outras no lugar, se não funcionar corte os pêlos com uma tesoura. Nunca aplique o DEA se a vítima estiver submersa, retire-a da água e seque o peito da vítima para conectar as pás. Quando Não Iniciar o RCP? A equipe de socorrista não inicia a RCP se as seguintes situações estiverem presentes: Rigidez cadavérica; Decapitação; Decomposição Esmagamento do tórax; A execução do RCP pode colocar o socorrista sob risco. 54

54 11. HEMORRAGIA É o extravasamento de sangue dos vasos sangüíneos através de ruptura nas suas paredes. Classificação A hemorragia pode ser classificada em: Hemorragia externa visível porque extravasa para o meio ambiente. Exemplos: ferimentos em geral, hemorragia das fraturas expostas, epistaxe (hemorragia nasal). Hemorragia interna o sangue extravasa para o interior do próprio corpo, dentro dos tecidos ou cavidades naturais. Exemplos: trauma contuso, ruptura ou laceração de órgãos de tórax e abdômen, hemorragia de músculo ao redor de partes moles. Tipos de hemorragia Arterial: O sangue tem coloração viva, vermelho claro, derramado em jato, conforme o batimento cardíaco, geralmente rápido e de difícil controle. Venosa: Sangramento de coloração vermelho escuro, em fluxo contínuo, sob baixa pressão. Pode ser considerada grave se a veia comprometida for de grosso calibre. Capilar: Flui de diminutos vasos da ferida. Possui coloração avermelhada, menos viva que a arterial, e facilmente controlada. Fatores determinantes da gravidade da hemorragia Volume de sangue perdido: A perda de pequeno volume em geral não produz efeitos evidentes; já a perda de 1,5 litro em adulto ou 200 ml em criança pode ser extremamente grave, inclusive colocando a vida em risco. Calibre do vaso rompido: O rompimento de vasos principais de pescoço, tórax, abdômen e coxa provoca hemorragias severas, e a morte pode sobrevir em 1 a 3 minutos. Tipo do vaso lesado: O sangramento arterial é considerado de maior gravidade. As veias geralmente estão mais próximas da superfície do corpo do que as artérias, sendo de mais fácil acesso. O sangramento capilar é lento e, via de regra, coagula espontaneamente em 6 a 8 minutos. Velocidade da perda de sangue: A perda rápida de 1 litro de sangue pode colocar o indivíduo em risco de vida. Quando a perda de sangue é lenta, o organismo desenvolve mecanismos de compensação, suportando melhor a situação. 55

55 Sinais e sintomas da hemorragia A hemorragia externa, por ser visualizada, é facilmente reconhecida. A hemorragia interna pode desencadear choque hipovolêmico, sem que o socorrista identifique o local da perda de sangue. As evidências mais comuns de sangramento interno são áreas extensas de contusão na superfície corpórea. Alguém com fratura de fêmur perde facilmente até um litro de sangue, que fica confinado nos tecidos moles da coxa, ao redor da fratura. Outros sinais que sugerem hemorragia severa: Pulso fraco e rápido; Pele fria e úmida (pegajosa); Pupilas dilatadas com reação lenta à luz; Queda da pressão arterial; Paciente ansioso, inquieto e com sede; Náusea e vômito; Respiração rápida e profunda; Perda de consciência e parada respiratória; e Choque Métodos de controle da hemorragia externa Pressão Direta Pressão direta com compressa na ferida Quase todos os casos de hemorragia externa são controlados pela aplicação de pressão direta na ferida, o que permite a interrupção do fluxo de sangue e favorece a formação de coágulo. Preferencialmente, utilizar uma compressa estéril, pressionandoa firmemente por 10 a 30 minutos; a seguir, promover a fixação da compressa com bandagem. Elevação da área traumatizada Quando uma extremidade é elevada, de forma que a área lesionada fique acima do nível do coração, a gravidade ajuda a diminuir o fluxo de sangue. Aplicar este método simultaneamente ao da pressão direta. Não o utilizar, porém, em casos de fraturas, luxações ou de objetos empalados na extremidade. 56

56 Pressão digital sobre o ponto de pulso Utilizar a pressão sobre pulso de artéria quando os dois métodos anteriores falharem ou não tiver acesso ao local do sangramento (esmagamento, extremidades presas em ferragens). É a pressão aplicada com os dedos sobre os pontos de pulso de uma artéria contra uma superfície óssea. É necessária habilidade do socorrista e conhecimento dos pontos exatos de pressão das artérias. Principais pontos: - artéria braquial - para sangramento de membros superiores - artéria femoral - para sangramento de membros inferiores artéria temporal - para sangramento de couro cabeludo - artéria radial - sangramento da mão. Aplicação de gelo O uso de compressas de gelo diminui o sangramento interno ou mesmo interrompe sangramentos venosos e capilares. Nas contusões, a aplicação de gelo previne a equimose (mancha arroxeada). Deve-se observar o tempo de uso, evitandose uso demasiadamente prolongado, pois diminui a circulação, podendo causar lesões de tecidos. Torniquete Deve ser considerado como o último recurso (praticamente em desuso), o torniquete só será utilizado se todos os outros métodos falharem, devendo ser considerado apenas nos casos de destruição completa ou amputação de extremidades, com sangramento severo. Consiste numa bandagem constritora colocada em torno de uma extremidade até que o fluxo sangüíneo pare por completo. Podem ser utilizados tubos de borracha, gravatas, etc. Métodos de controle da hemorragia interna Para suspeitar que a vítima esteja com hemorragia interna, é fundamental conhecer o mecanismo de lesão. Os traumas contusos são as principais causas de hemorragias internas (acidentes de trânsito, quedas, chutes e explosões). Alguns sinais de alerta para suspeitar de hemorragia interna: fratura da pelve ou ossos longos (braços ou coxa), rigidez abdominal, área de equimose em tórax e abdômen, ferida penetrante em crânio, tórax ou abdômen. O tratamento de hemorragia interna é cirúrgico. O atendimento pré-hospitalar consiste em garantir a respiração da vítima, colocá-la em decúbito dorsal, afrouxar-lhe as roupas e acessórios e, se possível elevar os membros inferiores para transportá-la a um centro médico. Administrar oxigênio em altas concentrações durante o transporte. 57

57 12. CHOQUE Choque é a situação de falência do sistema cardiocirculatório em manter suficiente sangue circulando para todos os órgãos do corpo. Trata-se de uma condição de extrema gravidade, cuja identificação e atendimento fazem parte da abordagem primária da vítima. Uma vez que o estado de choque atinja certo nível de severidade, o paciente não será salvo. Todo esforço deverá ser feito pela equipe de socorro para identificar o choque, tomando-se as medidas necessárias e transportando a vítima rapidamente ao tratamento definitivo no hospital. Vítima de trauma que recebe o tratamento definitivo no hospital até uma hora após sofrer a lesão tem maior chance de sobrevida. Mecanismo do choque Como já visto, o aparelho cardiovascular é responsável por transportar oxigênio e nutrientes para todos os tecidos do corpo e eliminar gás carbônico e resíduos resultantes do processo de nutrição celular. Para realizar adequadamente esse trabalho, o sistema circulatório retira oxigênio dos pulmões, nutrientes do intestino e fígado e leva-os para todas as células do organismo. Depois disso, retira o gás carbônico e detritos celulares da intimidade dos tecidos, levando-os para os órgãos responsáveis pela excreção (pulmões, rins, fígado etc.). A esse processo, que ocorre em nível de capilares, dá-se o nome de perfusão tecidual. Para que esse sistema funcione de forma eficiente e adequada, é necessário que o coração se mantenha bombeando o sangue, que o volume de sangue circulante seja suficiente para encher os vasos e que o calibre dos vasos se ajuste às condições normais. Uma falha em qualquer desses fatores irá provocar falha na perfusão tecidual, levando a vítima a desenvolver o estado de choque. O choque pode estar relacionado a: 1º) CORAÇÃO - falha de bomba 2º) SANGUE - perda de sangue ou plasma 3º) DILATAÇÃO DOS VASOS SANGUINEOS - capacidade do sistema circulatório muito maior que o volume de sangue disponível para enchê-lo. Com a diminuição de perfusão tecidual, os órgãos terão sua função prejudicada basicamente pela falta de oxigênio, nutrientes e acúmulo de resíduos. A falha na circulação cerebral leva à diminuição do nível de consciência da vítima, os rins diminuem o débito urinário e o coração aumenta a freqüência de batimentos, num esforço para manter o fluxo de sangue para órgãos vitais; com o agravamento do choque, o músculo cardíaco comprometido desenvolve bradicardia e parada cardíaca. 58

58 Tipos de Choque Choque hipovolêmico Tipo mais comum de choque que o socorrista vai encontrar no atendimento préhospitalar. Sua característica básica é a diminuição acentuada do volume de sangue. Pode ser causado pelos seguintes fatores: Perda direta de sangue: hemorragia interna e externa; Perda de plasma: em caso de queimaduras, contusões e lesões traumáticas; Perda de líquido pelo trato gastrointestinal: provoca desidratação (vômito ou diarréia). Sinais e sintomas Sinais e sintomas do choque hipovolêmico podem variar e não aparecer em todas as vítimas. O mais importante é suspeitar e estabelecer os cuidados antes que se desenvolvam. A vítima apresentaria os seguintes sinais e sintomas: Ansiedade e inquietação; Náusea e vômito; Sede, secura na boca, língua e lábios; Fraqueza, tontura e frio; Queda acentuada de pressão arterial (PA menor que 90 mm/hg); Respiração rápida e profunda - no agravamento do quadro, a respiração tornase superficial e irregular; Pulso rápido e fraco em casos graves; quando há grande perda de sangue, pulso difícil de sentir ou até ausente; Enchimento capilar acima de 2 segundos; Inconsciência parcial ou total; Pele fria e úmida (pegajosa); Palidez ou cianose (pele e mucosas acinzentadas); e Olhos vitrificados, sem brilho, e pupilas dilatadas (sugerindo apreensão e medo). Cuidados de emergência O tratamento definitivo do choque hipovolêmico é a reposição de líquidos (soluções salinas ou sangue). O socorrista deve providenciar a chegada do profissional médico à cena do atendimento ou o transporte rápido para o hospital. 59

59 Aplicar as seguintes medidas às vítimas em choque: Tratar a causa: interromper sangramento quando acessível (usar o método da pressão direta, elevação do membro); Assegurar via aérea permeável e manutenção da respiração; Administrar oxigênio em alta concentração (12 litros por minuto sob máscara facial perfeitamente ajustada); Imobilizar e alinhar fraturas - diminui a dor e o sangramento; Confortar o paciente - quanto mais calmo e colaborativo, melhores chances de sobrevida; Colocar a vítima em posição de choque: a melhor é em decúbito dorsal, com as pernas elevadas mais ou menos 25 cm. O objetivo é concentrar o volume sangüíneo na cabeça, no tórax e na parte alta do abdômen. Caso essa posição não seja possível, isto é, se causar dor ou desconforto ao paciente, mantenha-o no plano. Se estiver Elevação membros inferiores vomitando e não houver qualquer contra-indicação, transporte-o em decúbito lateral; Não dar nenhum líquido ou alimento; Monitorar o paciente durante o transporte; conferir os sinais vitais a cada 5 minutos e comunicar qualquer alteração; e Manter o paciente aquecido; certificar-se de que esteja coberto sob e sobre o corpo, remover a roupa úmida, considerando a temperatura do meio ambiente para não provocar sudorese. Em resumo, a vítima de trauma em choque hipovolêmico deve ter a via aérea permeável, oxigenação restaurada, ser rápida e eficientemente imobilizada e transportada imediatamente ao hospital para receber tratamento definitivo. Choque hipovolêmico na criança O trauma na infância geralmente resulta em perda significativa de sangue. No entanto, as características fisiológicas próprias da criança fazem com que, muitas vezes, as alterações dos sinais vitais sejam pequenas e o choque hipovolêmico em fase inicial passe despercebido. Daí resulta a indicação para monitorar cuidadosamente a evolução dos sinais vitais em crianças traumatizadas. A primeira alteração perceptível é a taquicardia que, entretanto, pode ocorrer também como resposta ao estresse psicológico, à dor e ao medo. Considere que a freqüência cardíaca varia em função da idade da criança. 60

60 De modo geral, taquicardia com extremidades frias e PA sistólica menor que 70 mmhg são indicadores de choque na criança. Choque Cardiogênico Decorre de uma incapacidade do coração bombear o sangue de forma efetiva. Este enfraquecimento do músculo cardíaco pode ser conseqüência de infarto agudo do miocárdio, situação freqüente, sendo que a vítima, normalmente, apresenta dor torácica antes de entrar em choque. Os sinais e sintomas são semelhantes aos do choque hipovolêmico e o pulso pode estar irregular. Já com relação aos cuidados de emergência, a vítima não necessita de reposição de líquidos ou elevação de membros inferiores; freqüentemente respira melhor semi-sentada. Administrar oxigênio e, se necessário, manobras de reanimação. Choque Neurogênico Causado por falha no sistema nervoso em controlar o diâmetro dos vasos, em conseqüência de lesão na medula espinhal, interrompendo a comunicação entre o cérebro e os vasos sangüíneos. O resultado é a perda da resistência periférica e a dilatação da rede vascular. Choque Anafilático Resulta de uma reação de sensibilidade a algo a que o paciente é extremamente alérgico; como picada de inseto (abelhas, vespas), medicação, alimentos, inalantes ambientais, etc. A reação anafilática ocorre em questão de segundos ou minutos após o contato com a substância a que o paciente é alérgico. Alguns sinais e sintomas são característicos: Pele avermelhada, com coceira ou queimação; Edema de face e língua; Respiração ruidosa e difícil devido ao edema de cordas vocais; e Finalmente queda da pressão arterial, pulso fraco, tontura, palidez e cianose;- coma. O paciente em choque anafilático necessita de medicação de urgência para combater a reação, administrada por médico. Ao socorrista cabe: Dar suporte básico de vida à vítima (manter vias aéreas e oxigenação); e Providenciar o transporte rápido ao hospital que deverá ser comunicado antecipadamente. 61

61 13. FERIMENTOS Classificação Os ferimentos podem variar conforme: Profundidade, Complexidade, Contaminação, Natureza do gente agressor. Classificação geral: Fechados Não existe perda da continuidade da pele. Contuso: Chamados de hematomas, equimose. Abertos Rompe a integridade da pele. Feridas/Cortantes produzidas por agentes cortantes afiados, como (bisturi, faca, estilete, etc.). Feridas Contusas Instrumento cortante não muito afiado, como (pau, pedra, soco, etc.). Feridas Perfurantes O objeto que a produz é geralmente fino e pontiagudo. Podem ser: Perfurocontusas se o agente for de superfície romba, como arma de fogo. Perfurocortante agente laminar cortante, como faca, estilete, adaga. Ferida Penetrante Instrumento que somente penetra no corpo, como um tiro que não atravessa o organismo. Ferida Transfixante Constitui uma variedade de ferida perfurante ou penetrante, como um tiro que atravessa o corpo, um pedaço de ferro que atravessa um órgão do corpo. Escoriação ou Abrasões Produzido por atrito, como queda de bicicleta, moto. Avulsão ou Amputação Uma parte do corpo é cortada ou arrancada, como membros, orelha, nariz, etc. Laceração Quando uma parte do corpo é rasgada, como uma máquina de moer carne. Ferimentos por arma de fogo São feridas perfurocontusas, penetrantes ou transfixantes; é importante observar as características do orifício de entrada e saída do projétil. 62

62 Ferimento na Cabeça Exceto os de menor gravidade, os ferimentos na cabeça requerem sempre pronta atenção de um profissional de saúde. Faça o seguinte: Em caso de inconsciência ou de inquietação, deite a vítima de costas e afrouxe suas roupas, principalmente em volta do pescoço. Agasalhe a vítima. 1. Havendo hemorragia em ferimento no couro cabeludo, coloque uma compressa ou um pano limpo sobre o ferimento. Pressione levemente. Prenda com ataduras ou esparadrapo. 2. Se o sangramento for no nariz, na boca ou num ouvido, vire a cabeça da vítima para o lado que está sangrando. 3. Se escoar pelo ouvido um líquido límpido, incolor, deixe sair naturalmente, virando a cabeça de lado. Atendimento a Vitima de Ferimentos O atendimento pré-hospitalar dos ferimentos visa três objetivos principais: Proteger a ferida contra trauma secundário. Conter sangramento, e Evitar infecção. A finalidade do Curativo é: * Controlar o sangramento * Prevenir a contaminação * Proteger contra novos traumas * Apoiar e imobilizar o ferimento. OBS: Não perca tempo na tentativa de realizar limpeza geral do ferimento, que será feito no hospital. Ferimento no Abdômen O abdômen possui órgãos vitais fígado, baço, pâncreas, rins, esôfago, estômago, intestinos, reto, bexiga, veia cava e aorta. Ferimento Fechado: Os traumas fechados estão relacionados aos sinais, sintomas e tratamento da hemorragia interna. Ferimento Aberto: * Não colocar as vísceras (tripa) para dentro 63

63 * Umedecer as vísceras * Fazer o curativo com plástico ou pano úmido. Ferimento no Tórax A caixa torácica é responsável pelos órgãos nobres do nosso organismo, coração e pulmão, além das estruturas vitais traquéia, brônquios e grandes vasos. Classifica-se em: Aberto Ocasionados pelo rompimento da parede torácica, a pleura parietal, por objetos perfurantes; Fechado Não compromete a parede pleural; Tipos de Traumatismo: Pnemotórax Presença de ar no espaço pleural espaço que existe entre a parede interna do tórax e o pulmão, geralmente quando o pulmão explode. Hemotórax Presença de sangue no espaço pleural. Tamponamento Cardíaco presença de sangue entre o miocárdio (camada muscular) e o pericárdio (membrana que reveste o coração). Fratura de Costela quando há o rompimento dos ossos da costela. Contusão geralmente se manifesta algumas horas depois da pancada. Sinais e sintomas: * Falta de ar, respiração acelerada, dor, choque, veias jugulares ingurgitadas, desvio da traquéia. Tratamento: - Realizar o ABC do trauma - Administrar oxigênio - Curativo três pontas. 64

64 14. FRATURAS E LUXAÇÕES Fraturas É a lesão óssea de origem traumática, produzida por trauma direto ou indireto. Classificação Quanto ao traço de fratura Incompleta: ocorre a lesão óssea, mas não rompe a continuidade óssea; tipo de ocorrência comum em crianças. Completa: os fragmentos ósseos perdem a continuidade, ficando desviados ou não. O manuseio destas fraturas deve ser cuidadoso e técnico, para evitar lesão nos tecidos vizinhos. Exemplo de fratura Quanto à exposição do foco de fratura Fechada: o foco de fratura está protegido por partes moles e com pele íntegra. Aberta ou exposta: o foco de fratura está em contato com o meio externo, com o osso exteriorizado ou não. A pele, nestes casos, está sempre lesada. A lesão da pele Fratura exposta pode ocorrer pelo Fratura fechada trauma, pelos fragmentos ósseos e pelo manuseio intempestivo da vítima, tornando uma fratura fechada em aberta. A fratura exposta é uma situação de urgência se não for acompanhada de choque. Sinais e Sintomas Dor; Aumento de volume; Deformidade; Impotência funcional; Crepitação óssea. Atendimento Não movimente vítima com fraturas antes de imobilizá-ia adequadamente. Se há risco real de incêndio, desabamento ou explosão, arraste-a por meio do maior eixo do corpo. Se há necessidade de posicionar a vítima para instituir RCP, proceda de modo a manter em alinhamento os segmentos fraturados. 65

65 Nas fraturas expostas Controle o sangramento e proteja o ferimento, ocluindo-o com curativos estéreis e bandagens. Como imobilizar uma fratura Inclua na tala a articulação proximal e distal à lesão. As talas Devem ser ajustadas e não apertadas, de maneira a não interromper a circulação local. Imobilização distal e proximal Luxações Deslocamento de superfícies articulares, modificando as relações naturais de uma articulação. Nas articulações existe uma congruência articular entre as superfícies ósseas em contato. Estas são recobertas por cartilagem articular e mantidas por uma cápsula articular reforçada por ligamentos. Os traumas indiretos, normalmente produzidos por quedas com apoio nas extremidades, fazem com que essas superfícies articulares saiam de sua posição, produzindo luxação. perda da congruência articular da função da articulação correspondente. As luxações ocorrem mais comumente em articulações móveis (ombro, quadril, dedos da mão). Sinais e sintomas Dor; Deformidade; Impotência funcional; Palidez; Edema; Encurtamento ou alongamento. Cuidados de emergência A manipulação das luxações cabe exclusivamente ao médico. Manobras inadequadas e intempestivas podem agravar a lesão já existente e produzir dano adicional aos tecidos vizinhos, inclusive fraturas. No atendimento pré-hospitalar, a imobilização deve ser na posição de deformidade, buscando oferecer o máximo de conforto à vítima. Ficar atento a sinais e sintomas de choque, informando se ocorrerem. 66

66 15. TRAUMATISMO CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE) e RAQUI MEDULAR (TRM) Traumatismo Crânio-Encefálico (TCE) Fraturas de crânio As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto na cabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro. São mais freqüentes lesões cerebrais, nos traumatismos sem fratura de crânio. As fraturas poderão ser abertas ou fechadas. Fraturas Abertas: São aquelas que permitem a comunicação entre as meninges ou o cérebro e o meio exterior. Há ruptura do couro cabeludo com exposição do local da fratura. Fraturas Fechadas: São as que afetam o osso sem, entretanto, expor o conteúdo da caixa craniana, não existe solução de continuidade da pele. Lesões encefálicas Concussão: Quando uma pessoa recebe um golpe na cabeça ou na face, pode haver uma concussão encefálica. Não existe um acordo geral sobre a definição de concussão exceto que esta envolve a perda temporária de alguma ou de toda a capacidade da função encefálica. Pode não haver lesão encefálica demonstrável. O paciente que sofre uma concussão pode se tornar completamente inconsciente e incapaz de respirar em curto período de tempo, ou ficar apenas confuso. Se o paciente não consegue se lembrar dos eventos ocorridos antes da lesão (amnésia), existe uma concussão mais grave. Contusão: O cérebro pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força no crânio. A contusão indica a presença de sangramento a partir de vasos lesados. Quando existe uma contusão cerebral, o paciente pode perder a consciência. Outros sinais de disfunção por contusão, incluem a paralisia de um dos lados do corpo, dilatação de uma pupila e alteração dos sinais vitais. As contusões muito graves podem produzir inconsciência por período de tempo prolongáveis e também causar paralisia em todos os membros. 67

67 Mesmo em contusões graves, pode haver recuperação sem necessidade de cirurgia intracraniana. As mudanças na recuperação são diretamente proporcionais aos cuidados dispensados ao paciente desde o início das lesões. Os pacientes devem receber ventilação adequada, reanimação cárdio-respiratória quando necessário, devendo ser transportado para o serviço de emergência para uma avaliação e cuidados neurocirúrgicos. Os tipos de lesões encefálicas são: Diretas: Produzidas por corpos estranhos que lesam o crânio, perfurando-o e lesando o encéfalo. Indiretas: Golpes na cabeça podem provocar, além do impacto do cérebro na calota craniana, com conseqüente dano celular, hemorragias dentro do crânio. Este hematoma acarreta compressão do tecido cerebral. A hipertensão intracraniana provocada pela hemorragia e edema causa lesão nas células cerebrais. Sinais e sintomas Cefaléia e/ou dor no local da lesão; Náuseas e vômitos; Alterações da visão; Alteração do nível de consciência podendo chegar a inconsciência; Ferimento ou hematoma no couro cabeludo; Deformidade do crânio (depressão ou abaulamento); Pupilas desiguais (anisocoria); Sangramento observado através do nariz ou dos ouvidos; Líquido claro (líquor) que flui pelos ouvidos ou pelo nariz; Alteração dos sinais vitais; Postura de decorticação ou descerebração. Tratamento Pré-Hospitalar: Corrija os problemas que ameaçam a vida. Mantenha a permeabilidade das Vias Aéreas (abertas), a respiração e a circulação; Suspeite de lesão cervical associada ao acidente e adote os procedimentos apropriados; Controle hemorragias (não detenha a saída de sangue ou líquor pelos ouvidos ou pelo nariz); Cubra e proteja os ferimentos abertos; Mantenha a vítima em repouso; Proteja a vítima para a possibilidade de entrar em convulsão; 68

68 Monitore o estado de consciência, a respiração e o pulso; Trate o choque e evite a ingestão de líquidos ou alimentos; e Esteja preparado para o vômito. Nunca tente remover objetos transfixados na cabeça. Não se deve conter sangramento ou impedir a saída de líquor pelo nariz ou pelos ouvidos nos traumatismos crânio-encefálico. Poderá ocorrer aumento na pressão intracraniana ou infecção no encéfalo. Traumatismo Raqui Medular TRM São aqueles onde ocorre o comprometimento da estrutura óssea (vértebras) e medula espinhal. Os danos causados por traumas nessas estruturas poderão ocasionar lesões permanentes, se a região atingida for a cervical poderá comprometer a respiração, levar à paralisia ou até mesmo à morte. Sinais e Sintomas Dor regional (pescoço, dorso e região lombar); Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores; Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia); Sensação de formigamento nas extremidades; Deformidade em topografia da coluna; Lesões na cabeça, hematomas nos ombros, escápula ou região dorsal do paciente; Perda do controle urinário ou fecal; Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico; Priapismo (ereção peniana contínua). Tratamento Pré-Hospitalar: Corrija os problemas que ameaçam a vida. Mantenha a permeabilidade das VA, a respiração e a circulação; Controle o sangramento importante; Administre o oxigênio; 69

69 Evite movimentar o paciente e não deixe que ele se movimente; Não mobilize uma vítima com trauma de coluna, a menos que necessite RCP, controle de sangramento que ameace a vida e/ou remoção do local por risco iminente; Imobilize a cabeça e o pescoço com emprego do colar cervical, fixadores de cabeça e prancha rígida; Monitore os sinais vitais constantemente e tenha cuidado com o choque e a parada respiratória. Lembre que ao lidar com pacientes com lesão na coluna, o Socorrista deve realizar todas as manobras mantendo a cabeça e o pescoço fixos. 70

70 16. DESMAIO E CONVULSÃO Desmaio É a perda momentânea da consciência, geralmente devido a uma falta de oxigenação a nível cerebral. As Causas mais Freqüentes são: - Nervosismo; - Fadiga; - Jejum prolongado; - Emoções súbitas; - Má ventilação. Reconhecimento - Tontura; - Sensação de mal estar; - Pele fria, pálida e úmida; - Suor frio; - Perda de consciência; - Sensação de formigamento; - Visão nublada. Tratamento - Remover a vítima para um local fresco e arejado; - Afrouxe suas vestes; - Se for preciso ministre oxigênio; - Se durar mais de 02 (dois) minutos deslocar para o hospital; - Se estiver semi-consciente e não estiver associada a outro distúrbio e a vítima não possuir nenhuma lesão, colocá-la sentada com a cabeça entre suas pernas; - Se estiver inconsciente, colocá-la na posição de decúbito dorsal, elevar as pernas (+/- 30º), e baixe sua cabeça. Caso Especial Sentindo que vai desfalecer ao ver uma hemorragia ou ferimento, baixe imediatamente a cabeça ou então se sente em uma cadeira e curve-se para frente com a cabeça entre as pernas, mais baixa que os joelhos, e respire profundamente. CONVULSÃO É a Contração involuntária dos músculos, provocando movimentos desordenados e em geral acompanhada de perda de consciência. 71

71 Causas das Convulsões - Crises epilépticas; - Infecções; - Febre alta em crianças; - Intoxicações; - Lesões cerebrais; - A.V.C (acidente vascular cerebral); - Alcoolismo; - Meningite. Reconhecimento - Perda súbita da consciência; - Contratura desordenada da musculatura; - Salivação abundante; - Às vezes, eliminação de fezes e urina; Tratamento - Afastar curiosos do local; - Afastar objetos perigosos em volta da vítima; - Proteger a cabeça da vítima; - Afrouxar as roupas da vítima; - Deixá-la debater livremente no chão, cama ou maca; - Manter a vítima em repouso depois de cessada a convulsão até que recupere a consciência; - Procurar sobre medicações, à própria vítima; - Se a convulsão durar mais de 5 minutos, transportar a vítima para um hospital. 72

72 17. QUEIMADURAS São lesões produzidas no tecido de revestimento por agentes térmicos (calor, frio e eletricidade), produtos químicos corrosivos e irradiações. Quando o socorrista depara-se com vítima(s) de queimadura(s), ele deve ter em mente algumas prioridades para tentar diminuir o sofrimento causado pela lesão, a seguir descritos: Salvar a vida; Aliviar ou reduzir a dor; Prevenir o estado de choque; Prevenir a infecção. Classificação das Queimaduras Classificam-se as queimaduras quanto à profundidade das lesões e extensão da superfície corporal atingida. Quanto a Profundidade Primeiro Grau: quando atinge somente a epiderme. Caracteriza-se por vermelhidão da área atingida (eritema) e pontos doloridos; Segundo Grau: ocorre quando a epiderme é destruída totalmente e a derme parcialmente. Caracteriza-se pela presença de bolhas (flictemas), regiões eritematosas, úmidas e dolorosas ao toque; Terceiro Grau: quando ocorre destruição total de pele, tanto na epiderme quanto na derme, ou seja, quando atinge todo o tecido de revestimento, alcançando o tecido gorduroso e muscular, podendo em alguns casos chegar até o osso. Quanto a Superfície Corporal No atendimento pré-hospitalar emprega-se a regra dos nove em função da facilidade de avaliação. 73

73 Procedimentos Gerais nos Casos de Queimaduras Ao prestar os primeiros socorros a um queimado, caso sua roupa esteja em chamas, utilize, para abafá-las, um cobertor, casaco, tapete ou então, faça-o rolar sobre si mesmo no chão. Em seguida, corte e retire a roupa, se não estiver presa a pele. Neste caso, recorte ao redor da lesão e tire o restante da roupa solta. Separar a causa da vítima ou a vítima da causa; Controlar a situação, apagando o fogo se for o caso; Desobstrua as vias aéreas; Imobilize a coluna cervical (pescoço); Verifique respiração; Forneça oxigenoterapia; Verifique pulso; Retire as partes de sua roupa que não estejam grudadas na área queimada; Proteja a área queimada com compressas ou gazes limpas e úmidas; Não passe pomadas, mercúrio ou quaisquer outros produtos; Previna o estado de choque. 74

74 18. ENVENENAMENTO/INTOXICAÇÃO Definimos intoxicação ou envenenamento como uma emergência médica causada pela absorção de agentes, que por suas características e quantidade, produzem danos ao organismo ou risco de vida às pessoas. Qualquer substância química dependendo de sua dose poderá ser um tóxico. As crianças são as que freqüentemente apresentam intoxicações ou envenenamentos. Uma substância tóxica pode entrar no organismo por quatro diferentes formas: Ingestão; Inalação; Absorção através da pele; e Injeção. Intoxicações por Ingestão: Logo após a avaliação inicial, deves-se verificar se no local existem recipientes, líquidos derramados, cápsulas, comprimidos, substâncias venenosas ou qualquer indício que permita identificar a substância ingerida. Sinais e Sintomas Queimaduras ou manchas ao redor da boca; Odor inusitado no ambiente, no corpo ou nas vestes do paciente; Respiração anormal; Pulso anormal; Sudorese; Alteração do diâmetro das pupilas; Formação excessiva de saliva ou espuma na boca; Dor abdominal; Náuseas; Vômito; Diarréia; Convulsões; Alteração do estado de consciência, incluindo a inconsciência. Tratamento Pré-Hospitalar 1. Mantenha as VA permeáveis; 2. Induza vômito (contra indicado em intoxicações por ingestão de substâncias corrosivas ou irritantes, derivados de petróleo, pacientes inconscientes ou em convulsão); 75

75 3. Guarde em saco plástico toda a substância eliminada através de vômito pelo paciente; e 4. Transporte com monitoramento constante. Frente aos venenos, em geral, o Socorrista fica muito limitado e necessita de antídotos específicos, portanto o transporte deve ser rápido. Intoxicações por inalação: Auxilie o paciente somente após certificar-se que a cena está segura. Acione socorro especializado e utilize os EPIs necessários. Sinais e Sintomas Respirações superficiais e rápidas; Pulso rápido ou lento; Dificuldade visual; Tosse; Secreção nas VA. A absorção da substância tóxica por inalação pode também produzir os sinais e sintomas descritos nas intoxicações por ingestão. Tratamento Pré-Hospitalar 1. Remova o paciente para um local seguro. Se necessário, remova as roupas do paciente; 2. Mantenha as VA permeáveis; 3. Avalie e, se necessário, realize manobras de reanimação (não faça boca a boca, utilize o reanimador manual ou máscara de proteção); e 4. Administre oxigênio suplementar. Intoxicações por contato: São causadas por substâncias tóxicas que penetram através da pele e das mucosas, por meio de absorção. A maioria dos tóxicos absorvidos são substâncias químicas de uso comum e plantas. É de grande importância, qualquer informação que se possa obter do paciente e/ou testemunhas. Sinais e Sintomas Reações na pele, que podem variar de irritação leve até o enrijecimento e queimaduras químicas; Inflamação; Coceiras (pruridos) e ardência na pele; Aumento da temperatura da pele. A absorção dos tóxicos por contato, pode produzir os sinais e sintomas descritos anteriormente na intoxicação por ingestão. 76

76 Tratamento Pré-Hospitalar Para atender estes pacientes, o Socorrista deve usar, além dos EPI s básicos, proteção para a sua roupa. 1. Remova o paciente para local seguro. Se houver condições de segurança para tal; 2. Remova as roupas e os calçados contaminados e lave a área de contato com muita água corrente (mínimo de 15 minutos); 3. Guarde os materiais e roupas em sacos plásticos próprios; e 4. Transporte com monitoramento constante. Intoxicações por injeções: As picadas de aranhas, de serpentes e por ferrões de insetos são as maneiras como o veneno de origem animal é injetado em nosso corpo (ver item 19). Outras formas: agulhas hipodérmicas com medicamentos, drogas contaminadas com substâncias tóxicas ou overdose de drogas. A absorção dos tóxicos por injeção pode também produzir os sinais e sintomas descritos anteriormente na intoxicação por ingestão. Abuso de Drogas Um Socorrista deve reconhecer os sinais e sintomas característicos para poder identificar um possível caso de abuso ou overdose de drogas. As drogas de uso mais freqüentes são de cinco diferentes tipos: 1. Estimulantes Estimulam o SNC, excitando quem as usa. Incluem as anfetaminas, a cafeína, a cocaína, drogas antiasmáticas, drogas vasoconstrictoras etc.; 2. Depressores Deprimem o SNC. Incluem os sedativos (diazepam, lorax, fenobarbital), os barbitúricos e os anticonvulsionantes. Diminuem o pulso e a respiração, provocam sonolência e reflexos lentos; 3. Analgésicos Narcóticos (derivados do ópio) O abuso dessas drogas produz intenso estado de relaxamento. Pertencem ao grupo morfina, heroína, demerol. Podem diminuir a temperatura, o pulso e a respiração, relaxar músculos, provocar miose, adormecimento etc; 4. Alucinógenos Alteram a personalidade e causam distorção da percepção. Incluem o LSD. A maconha também tem algumas propriedades alucinógenas. As vítimas imaginam ouvir sons e ver cores; 5. Químicos Voláteis Os vapores de certas substâncias causam excitação, euforia e sensação de estar voando. Em geral são solventes, substâncias de limpeza, colas de sapateiro e gasolina. Seus efeitos são a perda do tempo e da realidade, perda do olfato, pulso e respiração acelerados e podem chegar ao coma. 77

77 Tratamento Pré-Hospitalar: 1. Tenha muito cuidado e tato para lidar com estes pacientes; 2. Se necessário, realize manobras de reanimação; 3. Induza o vômito se a droga foi ministrada por via oral e nos últimos 30 minutos; 4. Proteja os pacientes hiperativos; 5. Converse para ganhar a confiança do paciente e mantê-lo consciente; 6. Transporte com monitoramento constante; e 7. Previna o choque. 78

78 19. ANIMAIS PEÇONHENTOS Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândula de veneno que se comunicam com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente. Ex.: serpentes, aranhas, escorpiões e arraias. Animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento por contato (lagartas), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe-baiacu). Ofídios (serpentes) Para sabermos se uma serpente é peçonhenta, observam-se três características fundamentais: presença de fosseta loreal; presença de guizo ou chocalho no final da cauda; presença de anéis coloridos (vermelho, preto, branco ou amarelo). A fosseta loreal é um órgão termossensorial situado entre o olho e a narina, que permite à serpente detectar variações mínimas de temperatura no ambiente. Existem três gêneros de importância toxicológica: Bothrops, Crotalus e Micrurus. Gênero Bothrops: Jararaca, urutu, cruzeira, cotiara, jararacuçu etc. Possuem fosseta loreal ou lacrimal e escamas na extremidade da cauda; de cor geralmente parda, vivem em locais úmidos, atingindo na idade adulta o tamanho de 40 cm a 2 m. Seu veneno tem ação proteolítica, coagulante e hemorrágicas. Pode haver manifestações locais (edema, eritema, dor) de instalação precoce e Jararaca caráter evolutivo, com aparecimento de equimose, bolhas, sangramento no local da picada e necrose. Nos acidentes causados por filhotes, as manifestações locais podem estar ausentes. Como manifestações sistêmicas (gerais) pode-se observar: náuseas, vômitos, sudorese, hipotermia, hipotensão arterial, choque, hemorragias a distância (pistaxes, sangramento gengival, digestivo, hematúria) e insuficiência renal aguda. Medidas gerais: Lave o local da picada com água e sabão; Não faça cortes, perfurações, torniquetes, nem coloque outros produtos sobre a lesão; Mantenha o acidentado calmo e imóvel; 79

79 Ofereça água ou chá à vítima; Transporte a vítima levando, se possível, o animal agressor, mesmo morto, para facilitar o diagnóstico e a escolha do soro mais adequado. O único tratamento específico é a administração do soro, o que deve acontecer com a maior brevidade, via endovenosa, em dose única. Gênero Crotalus: Refere-se ao grupo das cascavéis. Sua característica mais importante é a presença de guizo ou chocalho na ponta da cauda. Possuem fosseta loreal, atingem na idade adulta 1,6 m de comprimento, vivem em lugares secos, regiões pedregosas e pastos, não sendo encontradas nas regiões litorâneas. Seu veneno possui ação neurotóxica, miotóxica Cascavel (lesão da musculatura esquelética) e coagulante, causando manifestações muitas vezes pouco intensas: edema e parestesias (formigamentos) discretas, pouca dor. Manifestações sistêmicas: cefaléia, náusea, prostração, sonolência; DIPLOPIA (visão dupla), visão turva, MIDRÍASE, PTOSE PALPEBRAL ("queda da pálpebra"), dificuldade para deglutir, MIALGIAS (dores musculares) e urina escura. O tratamento consiste nas medidas gerais já citadas e na soroterapia específica precoce com soro anticrotálico (SAC). Em caso de dúvidas quanto ao agente agressor, pode ser utilizado o soro antibotrópico-crotálico (SABC). Gênero Micrurus: Refere-se ao grupo das corais verdadeiras. São serpentes peçonhentas que não possuem fosseta loreal (isto é uma exceção) nem um aparelho inoculador de veneno tão eficiente quanto o de jararacas e cascavéis. O veneno é inoculado através de dentes pequenos e fixos. Padrão de cor: vermelho (ou alaranjado), branco (ou amarelo) e preto. Habitam preferencialmente Coral Verdadeira buracos, tornando os acidentes raros, mas muito graves, pela característica de seu veneno de provocar parada respiratória. O veneno deste gênero possui elevada toxicidade neurotóxica e miotóxica. Os acidentes com este gênero de ofídios geralmente não causam manifestações locais significativas, porém são graves as sistêmicas: vômitos, salivação, ptose palpebral, sonolência, perda de equilíbrio, fraqueza muscular, midríase, paralisia que pode evoluir, comprometendo a musculatura 80

80 respiratória, com apnéia e insuficiência respiratória aguda. Todos os casos devem ser considerados graves. O tratamento, além das medidas gerais já citadas, inclui o soro antielapídeo via endovenosa. Aranhas Aranha Marrom (Loxosceles): Pequena (4 cm), pouco agressiva, de hábitos noturnos; encontrada em pilhas de tijolos, telhas e no interior das residências, atrás de móveis, cortinas e eventualmente nas roupas. A picada ocorre em geral quando a aranha é comprimida contra o corpo (ao vestir-se ou ao deitar-se), não produzindo dor imediata. A evolução é mais freqüente para a forma "cutânea", evoluindo para eritema (vermelhidão), Aranha Marron edema duro e dor local (6 a12 h); entre 24 h e 36 h aparece um ponto de necrose central (escuro) circundado por um halo isquêmico (claro) Lesão em alvo; até 72 h, febre, mal-estar e ulceração local. Na forma "cutâneo-visceral" (mais grave), além do quadro acima, entre 12h e 24h após a picada, surgem febre, cefaléia, náuseas, vômitos, urina escura (cor de lavado de carne), anúria e insuficiência renal aguda. O tratamento consiste em anti-sepsia, curativo local, compressas frias; medidas de suporte e soroterapia específica. Aranha Armadeira (Phoneutria): Muito agressiva, encontrada em bananeiras, folhagens, entre madeiras e pedras empilhadas e no interior das Aranha Armadeira residências. Tem coloração marrom escura com manchas claras e atingem 12 cm de diâmetro. Nos acidentes com as armadeiras, predominam as manifestações locais. A dor é imediata e em geral intensa, podendo irradiar para a raiz do membro acometido. Ocorrem edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada, onde podem ser encontradas duas marcas em forma de pontos. Especialmente em crianças, registramse sudorese, náuseas, vômitos, hipotensão e choque. Tratamento suportivo e sintomático; nos casos mais graves, está indicada a soroterapia específica. Tarântula (Scaptocosa Iycosa): Causa acidentes leves sem necessidade de tratamento específico. Aranha pouco agressiva, com hábitos Tarântula 81

81 diurnos, encontrada à beira de barrancos, em gramados e jardins de residências. Não faz teia. Pode haver pequena dor local, com possibilidade de evoluir para necrose. Caranguejeira (Mygalomorphae): Quando ameaçada ou manipulada, esfrega suas patas posteriores no abdômen e lança pêlos com farpas em grande quantidade ao seu redor, provocando irritação da pele e alergia. Não há tratamento específico. Escorpiões Caranguejeira Existem diversas espécies, mas somente o gênero Tityus tem interesse médico. Os escorpiões picam com a cauda, medem de 6 a 8 cm, têm hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia sob cascas de árvores, pedras, troncos, dentro de residências etc. A vítima apresenta dor local de intensidade variável (pode chegar a insuportável), em queimação ou agulhada e com irradiação; pode ocorrer sudorese e piloereção no local. Manifestações sistêmicas: lacrimejamento, sudorese, Escorpião amarelo tremores, espasmos musculares, priapismo, pulso lento e hipotensão. Podem ocorrer arritmias cardíacas, edema agudo de pulmão e choque. O tratamento inclui medidas gerais e soroterapia específica. Insetos. As lagartas (Lonomia), também chamadas de taturanas, são larvas de mariposas, medem de 6 a 7 cm e possuem o corpo revestido de espinhos urticantes que contêm poderosa toxina. Sua cor é marrom-esverdeada ou marrom-amarelada, com listras longitudinais castanho-escuras. A vítima pode apresentar dor local em queimação, seguida Taturana de vermelhidão e edema. A seguir surgem, cefaléia, náuseas e vômitos, artralgias. Após 8 a 72 horas, podem surgir manifestações hemorrágicas, como manchas pelo corpo, sangramentos gengivais, pelo nariz, pela urina e por ferimentos recentes; os casos mais graves podem evoluir para insuficiência renal e morte. O soro específico ainda não está disponível. Tratamento suportivo e sintomático; no local, aplique compressas frias de solução fisiológica. 82

82 20. PARTO DE EMERGÊNCIA Fases do trabalho de parto Primeira Fase Dilatação: A dilatação do colo uterino tem início com as contrações e termina no momento em que o feto entra no canal de parto. Segunda Fase Expulsão: A partir do momento em que o feto está no canal de parto até o nascimento do bebê. Terceira Fase Dequitação: Após o nascimento do bebê até a completa expulsão da placenta (10 a 20 minutos). Sinais e sintomas indicativos de expulsão próxima: 1. Sangramento ou presença de secreções pelo rompimento do saco amniótico; 2. Freqüência das contrações, abaixo de 5 minutos com duração de 30 segundos a 50 segundos; 3. Abaulamento da vulva; 4. Apresentação da cabeça do feto; 5. Necessidade freqüente de urinar e/ou defecar. Evolução do trabalho de parto Entrevista: Pergunte o nome e idade da mãe; Pergunte se realizou o exame pré-natal; Pergunte se é o primeiro filho (se for primípara, o trabalho de parto demorará cerca de 16 horas. O tempo de trabalho de parto será mais curto a cada parto subseqüente); Pergunte se há indicação de parto gemelar (múltiplo); 83

83 Pergunte a que horas iniciaram-se as contrações (checar e anotar); Pergunte se já houve a ruptura do saco amniótico; Pergunte se sente vontade de defecar e/ou urinar. Antes de efetuar qualquer procedimento, o Socorrista deve realizar uma entrevista com a parturiente, extraindo o maior número de dados possíveis. Se após a entrevista o Socorrista avaliar que o parto não é iminente, deve proceder o transporte da parturiente e controle de hemorragias. Cubra com curativos estéreis os traumas abertos, monitore os sinais vitais e esteja preparado para o choque. Condutas do Socorrista para o parto de emergência 1. Assegure a privacidade da parturiente, escolha um local apropriado; 2. Explique à mãe o que fará e como irá fazê-lo. Procure tranqüilizá-la informando que o que está acontecendo é normal. Peça para que após cada contração relaxe, pois isto facilitará o nascimento; 3. Posicione a parturiente para o parto emergencial, peça-lhe para que retire a roupa íntima, deite-a em posição ginecológica (joelhos flexionados e bem separados, e os pés apoiados sobre a superfície que está deitada); 4. Coloque uma almofada debaixo da cabeça da mãe para observar os seus movimentos respiratórios; 5. Prepare o kit obstétrico e seu EPI, mantenha todo material necessário à mão; 6. Disponha adequadamente os campos, lençóis ou toalhas limpas abaixo das nádegas, abaixo da abertura vaginal, sobre ambos os joelhos e sobre o abdômen; 7. Sinta as contrações colocando a palma da mão sobre o abdome da paciente, acima do umbigo; 8. Posicione-se de forma a poder observar o canal vaginal constantemente. Oriente a parturiente a relaxar entre as contrações, respirando profunda e lentamente e a fazer força durante as mesmas; 9. Tente visualizar a parte superior da cabeça do bebê (coroamento). 10. Apóie a cabeça do bebê, colocando a mão logo abaixo da mesma com os dedos bem separados. Apenas sustente o segmento cefálico, ajudando com a outra mão, não tente puxá-lo; 11. Verifique se há circular de cordão, caso tenha, desfaça com cuidado no sentido face-crânio do bebê; 84

84 12. Geralmente a cabeça do bebê apresenta-se com a face voltada para baixo e logo gira para a direita ou esquerda. Guie, cuidadosamente, a cabeça para baixo e para cima, sem forçá-la, facilitando assim a liberação dos ombros e posteriormente de todo o corpo; 13. Deslize a mão que está sobre a face no sentido crânio-caudal, segurando firmemente os tornozelos do bebê; 14. Apóie o bebê lateralmente com a cabeça ligeiramente baixa. Isto se faz para permitir que o sangue, o líquido amniótico e o muco que estão na boca e nariz possam escorrer para o exterior; 15. Peça para o auxiliar anotar a data, hora, lugar do nascimento, nome da mãe e sexo do bebê; 16. Observe se o bebê chorou. Retire o campo que se encontra abaixo da abertura da vagina, coloque-o deitado lateralmente no mesmo nível do canal de parto. Atendimento pré-hospitalar do recém-nascido 1. Limpe as vias aéreas usando gaze e aspirador de secreções; 2. Avalie a respiração do bebê (VOS), estimule se necessário, massageando com movimentos circulares a região das costas e/ou estimulando a planta dos pés; 3. Aqueça o recém-nascido envolvendo-o em toalha, lençol ou similar; 4. Avalie a presença de pulso no cordão umbilical, se ausente, pince-o utilizando pinças, fita umbilical ou similar; 5. O primeiro ponto a ser pinçado deve estar a, aproximadamente, 25 cm (um palmo) a partir do abdome do bebê; 6. O segundo ponto a ser pinçado deve estar a cerca de 5 a 8 cm (quatro dedos) do primeiro em direção ao bebê; e 7. Seccione o cordão umbilical com bisturi ou tesoura de ponta romba, este corte deve ser realizado entre os dois pontos pinçados. O cordão umbilical não deve ser pinçado imediatamente após o desprendimento fetal. Aguardam-se de 40 a 60 segundos, a não ser na parturiente Rh negativo, quando se fará o pinçamento e secção de imediato. 85

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