Diagnóstico da Operacionalização da Logística Reversa no Município de Não-Me-Toque/RS

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1 UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Martin Eduardo von Fruhauf Diagnóstico da Operacionalização da Logística Reversa no Município de Não-Me-Toque/RS Passo Fundo, 2013

2 1 Martin Eduardo von Fruhauf Diagnóstico da Operacionalização da Logística Reversa no Município de Não-Me-Toque/RS Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientador: Prof. Cleomar Reginatto, Mestre. Passo Fundo, 2013

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5 4 Dedicatória Dedico este trabalho primeiramente a Deus que sempre me iluminou em todas as escolhas e decisões, às pessoas mais importantes da minha vida, meus pais, Vilson Von Fruhauf e Rosane Von Fruhauf, as minhas irmãs Daniela e Juleane e a minha namorada Priscila que sempre me apoiaram e estiveram ao meu lado. Muito obrigado por vocês estarem sempre presente em todos os momentos da minha vida, me oferecendo apoio, incentivo, amor e educação, amo vocês.

6 5 Agradecimentos Agradeço primeiramente a Deus por esse momento único e maravilhoso, o qual estou podendo vivenciar; Aos meus pais, Vilson e Rosane, minhas irmãs, Daniela e Juleane, pela confiança depositada em mim, pelo apoio e incentivo ao estudo mesmo em tempos de dificuldade; Aos meus familiares em especial aos meus avós, pelo apoio prestado; Aos amigos e colegas, fica o agradecimento por todos os momentos vividos junto a Universidade e fora dela também pelo companheirismo e amizade que não deixarão de existir; A minha namorada Priscila pelo carinho, companheirismo e compreensão que dedicou durante esse tempo de estudo; Ao meu orientador Professor Cleomar pelo empenho e dedicação na melhoria do trabalho; Aos meus professores da Universidade de Passo Fundo do curso de Engenharia Ambiental ao longo dos anos pelos ensinamentos transmitidos; Aos meus colegas do Departamento de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque pelos ensinamentos transmitidos para a vida profissional; A todos que de alguma forma me ajudaram e me apoiaram durante essa caminhada, meu MUITO OBRIGADO!

7 6 O êxito da vida não se mede pelo caminho que você conquistou, mas sim pelas dificuldades que superou no caminho. (Abraham Lincoln)

8 7 RESUMO Com a geração de resíduos cada vez maior, por todos os setores da sociedade, a adoção de técnicas que propiciem um melhor gerenciamento desses materiais são necessárias. Nesse contexto, visando melhorar o gerenciamento e disposição final dos resíduos sólidos, foi criada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), através da Lei Federal /2010, que traz como um dos principais instrumentos a aplicação da logística reversa. Através deste instrumento, geradores de vários resíduos, passam a ter a responsabilidade pelo seu correto tratamento e destinação final, dentro de seu ciclo de vida permitindo sua reutilização, remanufatura ou reciclagem. A partir da ideia da Política Nacional de Resíduos, a cidade de Não-Me-Toque, criou uma legislação própria, para auxiliar na implantação da logística reversa. Assim este trabalho tem por objetivo diagnosticar os resíduos passiveis de serem enquadrados na Legislação tanto federal quanto municipal de logística reversa, como é o funcionamento desse processo e quais são as dificuldades da implantação, descrevendo a importância da sua aplicação, e expor resultados já efetivos de sua aplicação no município de Não-Me-Toque, RS. A metodologia utilizada foi a de aplicação de questionários bem como visitas as empresas para a quantificação dos resíduos, forma de acondicionamento e armazenamento, forma de destinação, as principais dificuldades para a implantação do sistema e sugestões das próprias empresas para o seu funcionamento. Os resultados obtidos demonstraram que ocorre no município uma grande geração de resíduos de óleo lubrificante usado e embalagens de agrotóxicos em comparação aos outros resíduos levantados. Alguns setores estão conseguindo a implementação da logística reversa no município, e assim, após a criação da PNRS e da Lei Municipal 3.974/2011 está crescendo no município tornando uma oportunidade de negócio pelas vantagens ambientais, econômicas pela redução de custos e melhoria da imagem das empresas. Palavras-chaves: Logística reversa, gerenciamento de resíduos, resíduos perigosos.

9 8 ABSTRACT The increased of the waste generation by all sectors of society, the adoption of techniques that provide better management of these materials are required. In this context, to improve the management and disposal of solid waste, was created the National Solid Waste Politic (PNRS), proposed by the Federal Law /2010, which brings as a major instrument the application of reverse logistics. Through this instrument, various waste generators, now have the responsibility for their proper treatment and disposal within its lifecycle allowing its reuse, remanufacturing or recycling. From the idea of the National Waste Political, the city of Não- Me-Toque, created its own law, to assist in the implementation of reverse logistics. So this paper aims to diagnose the waste liable to be covered by the legislation both federal and municipal reverse logistics, as is the operation of this process and what are the difficulties of implementation, describing the importance of its application, and expose results already effective its application in the municipality of Não-Me-Toque, RS. The methodology used was questionnaires and visits companies to quantify residues, form of packaging and storage form of allocation, the main difficulties to implement the system and suggestions of the companies themselves for their operation. The results showed that occurs in the city a great generation of waste lubricant oil and pesticide containers compared to other waste collected. Some sectors are managing the implementation of reverse logistics in the city, and so, after the creation of PNRS and Municipal Law 3.974/2011 is growing municipality in becoming a business opportunity by environmental, economic by reducing costs and improving the image of companies. Key-word: Reverse logistics, waste management, hazardous waste.

10 9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Geração de Resíduos Sólidos Industriais por região Figura 2: Locais de disposição de resíduos industriais Figura 3: Logística Reversa - Área de Atuação Figura 4: Posto de Recebimento em São Gabriel/RS Figura 5: Central de Recebimento de Embalagens no Município de Giruá/RS Figura 6: Responsabilidade Compartilhada Lei 9974/ Figura 7: Volume de embalagens vazias de defensivos destinadas em toneladas Figura 8: Principais produtos gerados com a reciclagem de embalagens Figura 9: Localização das recicladoras do sistema impev Figura 10: Programa Jogue Limpo para a Destinação de OLUC Figura 11: Coleta de OLUC no Brasil Figura 12: Localização de Refinadores e Coletores Autorizados Pela ANP Figura 13: Programa Papa-Pilhas Santander Figura 14: Localização dos Pontos de Coleta do Programa Papa-pilhas Figura 15: Evolução do Programa Papa-pilhas Figura 16: Ciclo de vida do pneu Figura 17: Pontos de coleta da Reciclanip no Brasil Figura 18: Embalagens de Óleo Lubrificantes Figura 19: Programa de Reciclagem de Embalagens de Lubrificantes Figura 20: Evolução do Programa Jogue Limpo Figura 21: Tratamento de lâmpadas com mercúrio utilizado na Apliquim Brasil Recicle Figura 22: Estimativa da Geração de Resíduos eletroeletrônicos Figura 23: Audiência Publica sobre a destinação de resíduos da logística reversa Figura 24: Representantes da administração Municipal e Ministério Público Figura 25: I Fórum Regional de Logística Reversa Figura 26: Localização do município de Não-Me-Toque/RS IFigura 27: Comparativo PIB municipal, estadual e federal Figura 28: Geração anual de resíduos da logística reversa Figura 29: Forma de acondicionamento dos resíduos Figura 30: Forma de destinação dos resíduos Figura 31: Periodicidade de coleta dos resíduos Figura 32: Principais dificuldades encontradas na implantação da logística reversa Figura 33: Locais de disposição inadequada de resíduos eletroeletrônicos Figura 34: Campanha de recolhimento de resíduos eletroeletrônicos Figura 35: Comparação das quantidades de resíduos recolhidos nas campanhas Figura 36: Apoiadores da campanha de recolhimento de resíduos eletroeletrônicos Figura 37: Armazenamento de resíduo eletroeletrônico Figura 38: Disposição inadequada de lâmpadas fluorescentes Figura 39: Campanha de recolhimento de lâmpadas fluorescentes Figura 40: Locais de armazenamento de lâmpadas fluorescentes Figura 41: Comparação da quantidade de lâmpadas fluorescente estimadas em questionário e recolhidas na campanha Figura 42: Comparação da geração de lâmpadas no setor industrial e comercial Figura 43: Coletores de pilhas instalados em estabelecimentos comerciais Figura 44: Coleto de OLUC no município de Não-Me-Toque Figura 45: Comparação da geração mensal de OLUC.entre os setores estudados Figura 46: Disposição inadequada de embalagens de óleo lubrificantes Figura 47: Disposição inadequada de embalagens de agrotóxicos... 86

11 Figura 48: Disposição inadequada de pneumáticos Figura 49: Coleta de pneumáticos no município Figura 50: Destinação dos pneumáticos ao Ecoponto credenciado pela Reciclanip Figura 51: Comparação da quantidade de pneumáticos estimados em questionário e recolhidos na campanha Figura 52: Locais de armazenamento de pneumáticos Figura 53: Disposição inadequada de pneumáticos Figura 54: Disposição inadequada de latas de tinta e solvente

12 11 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Municípios que realizam o controle dos serviços de terceiros sobre o manejo de resíduos especiais em % Tabela 2: Quantidade de resíduos sólidos industriais gerados Tabela 3: Geração de Resíduos Industriais por região e tipologia Tabela 4: Percentual Mínimo de Coleta de óleo Lubrificante Usado Tabela 5: Metas para implantação progressiva do sistema de logística reversa de embalagens em geral Tabela 6: Metais Tóxicos presentes nos REEE Tabela 7: Dados populacionais do município de Não-Me-Toque/RS Tabela 8: Principais informações do município de Não-Me-Toque/RS Tabela 9: Questionário sobre geração de resíduos da logística reversa Tabela 10: Quantificação da geração de resíduos da logística reversa... 70

13 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Justificativa OBJETIVO GERAL OBJETIVOS ESPECÍFICOS DESENVOLVIMENTO Revisão Bibliográfica Resíduos sólidos no Brasil Logística Reversa Política Nacional de Resíduos sólidos Legislações correlatas Nível Estadual Nível Municipal Sistemas Implantados de Logística Reversa Embalagens de Agrotóxicos Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado (Oluc) Pilhas e Baterias Pneus Sistemas em implantação da logística reversa Embalagens plásticas de óleos lubrificantes Lâmpadas Fluorescentes de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista Embalagens em Geral Eletroeletrônicos Medicamentos Atividades Desenvolvidas no Município Buscando Melhorar a Logística Reversa e Gerenciamento de Resíduos Criação da Lei Municipal sobre resíduos da logística reversa I Fórum Regional de Logística Reversa Estudos de caso Logística Reversa: práticas e desafios aplicados ao Município de Frederico Westphalen, RS Logística Reversa para Lâmpadas Fluorescentes no Município de Franca, SP Métodos e materiais Local de estudo Levantamento de dados Resultados e discussões Diagnóstico da Gestão dos Resíduos da Logística Reversa Visitas, campanhas de recolhimento e questionários Resíduos eletroeletrônicos Lampadas Fluorescentes Pilhas e Bateriais Oléo Lubrificantes usado e suas embalagens Embalagens de Agrotóxicos Pneumáticos Embalagens de Tinta e Solventes Educação ambiental Propostas de Melhoria CONCLUSÕES Recomendações para trabalhos futuros... 96

14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXO A

15 14 1 INTRODUÇÃO A crescente preocupação com a preservação dos recursos naturais e a pressão exercida com o desenvolvimento do país pelas indústrias, cada vez com uma maior produção, necessitam a adoção de técnicas que propiciem um melhor gerenciamento dos resíduos gerados. Nesse contexto a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi instituída pela Lei nº , de 2 de agosto de 2010 regulamentada pelo Decreto Nº de 23 de dezembro de Como idéias fundamentais dessa política estão inseridas a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, a logística reversa e o acordo setorial. A logística reversa ainda é pouco difundida, mas é muito importante na realidade das empresas no que diz respeito ao descarte de materiais e retorno de embalagens reutilizáveis para o fornecedor gerando economia na disposição final dos resíduos. A logística reversa tem o objetivo de recapturar o valor do produto na suas disposição final de diversas maneiras como econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, e por isso, pode trazer contribuições para o desenvolvimento sustentável. (NOVAES 2007) Conforme demonstrado por César e Neto (2007), atualmente a logística está saindo da condição de centro de custo para uma área de agregação de valor, pois com os conceitos modernos de manufatura e distribuição a logística está modificando a área do conhecimento a qual irá trazer grande competitividade às empresas. No município de Não-Me-Toque/RS ainda vem ocorrendo descartes desse tipo de resíduo em locais inapropriados, onde compromete o equilíbrio do meio ambiente por esse resíduo ser na sua maioria perigoso e tóxico. São exemplos as lâmpadas fluorescentes que contem mercúrio na suas composição, embalagens de agrotóxicos que mesmo depois de lavadas ainda podem conter algum traço de produto, pilhas e baterias que podem conter metais pesados, óleos lubrificantes usados que causam um grande problemas de contaminação quando entram em contato com recursos hídricos e em solos e no caso de depósitos irregulares de pneus o problema de criação do mosquito da dengue pelo acumulo de água parada e em alguns casos onde ocorre a queima desses pneus causando uma grave contaminação do ar pelos gases provenientes da queima. A Legislação sobre o tema já existe e está em vigor, mas as empresas por um desconhecimento do tema, faltam de fiscalização mais especifica ou até pelas dificuldades com a operacionalização da logística reversa, não estão implantando nas suas empresas.

16 15 Assim não se tem muitos dados sobre o cumprimento da legislação tanto municipal como federal relacionada ao gerenciamento e responsabilidade compartilhada dos resíduos perigosos que obrigatoriamente devem implementar o sistema de logística reversa. 1.1 Justificativa Este trabalho se justifica para compreender melhor como os setores comerciais e industriais do município de Não-Me-Toque estão implementando a legislação nacional e a municipal sobre a logística reversa e compreender as suas principais dificuldades, dos fabricantes em receber os seus resíduos novamente, completando o ciclo da logística reversa. Na cidade de Não-Me-Toque/RS foi aprovada a Lei Municipal nº de 29 de novembro de 2011, que regulamenta as responsabilidades e procedimentos relacionados à logística reversa de resíduos especiais no município. A lei segue os moldes da Lei Federal nº e obriga o comércio e a indústria a receberem determinados produtos pós-consumo para destinar ao fabricante ou dar um destino ambientalmente correto aos mesmos. Os materiais relacionados na lei são: pneumáticos; pilhas e baterias; lâmpadas; embalagens de tintas, solventes e óleos lubrificantes; equipamentos e componentes eletrônicos; resíduos de agrotóxicos e suas embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem contenha resíduo perigoso. (LEI MUNICIPAL 3.974/11) A criação desta lei foi proposta em audiência pública, realizada em junho de 2011, durante a semana do meio-ambiente. Na ocasião, o Ministério Público deu prazo para que o município implantasse o sistema de logística reversa, além de ter convocado todos os representantes dos setores comercial, empresarial, industrial e de serviços, explicando a todos como seria o funcionamento da lei e da própria logística reversa. Vale salientar que a cidade de Não-Me-Toque é pioneira, sendo um dos primeiros municípios do Estado a regulamentar a destinação correta de resíduos especiais com potencial poluidor e que não podem ser descartados junto ao lixo doméstico. Com o intuito de fomentar a destinação correta dos resíduos da logística reversa, foram realizadas no ano de 2011 e 2012 as campanhas denominadas Mutirão do Lixo Eletrônico, que objetivou o recolhimento de itens (informática, telefonia, eletrônicos e linha branca). Em 2012 foi realizada campanha de recolhimento das lâmpadas fluorescentes em parceria com o setor privado e a população. A empresa contratada para receber lâmpadas fluorescentes inteiras foi a Apliquim Brasil Recicle, sob o valor unitário de R$ 1,06,

17 16 totalizando R$7.420,00. Além disso, foram cobradas 05 taxas de descarte no valor de R$350,00 cada uma, totalizando R$ 1.750,00. Essa taxa de descarte é referente aos custos variáveis específicos de cada descarte, tais como: logísticos, de repasse, de faturamento, emissão de certificados, etc. A prefeitura fez o pagamento das lâmpadas recolhidas da população e as empresas pagaram sua parte. (DMMA, 2012) Com a lei aprovada e em vigor, pretende-se verificar a atual situação e orientar os representantes de todos os setores em relação à forma de proceder frente à lei municipal de logística reversa, atendendo também aos instrumentos da Política nacional de resíduos sólidos. Com a implementação da Lei as empresas do município terão os benefícios de economia com a destinação final dos seus resíduos, diminuindo assim o passivo ambiental decorrente. 1.2 OBJETIVO GERAL O objetivo geral do trabalho será verificar e auxiliar na implantação da legislação nacional e Municipal, referente à logística reversa no Município de Não Me Toque-RS. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Verificar a atual situação de disposição dos resíduos perigosos, passíveis de serem inseridos na logística reversa no município. Verificar o cumprimento da lei municipal de Logística reversa dos resíduos perigosos. Propor ações para implementação da logística reversa no município, para os resíduos relacionados na lei, que ainda não estão sendo efetivados. Propor ações para melhorar a logística reversa dos resíduos perigosos no município.

18 17 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Revisão Bibliográfica Resíduos sólidos no Brasil Os últimos cinquenta anos o Brasil se transformou de um país agrário em um país urbano, concentrando. Em 2010, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 85% de sua população vive em áreas urbanas e o crescimento das cidades brasileiras não foi acompanhado pela provisão de infraestrutura e de serviços urbanos, entre eles os serviços públicos de saneamento básico, que incluem o abastecimento de água potável; a coleta e tratamento de esgoto sanitário; a estrutura para a drenagem urbana e o sistema de gestão e manejo dos resíduos sólidos (LEI FEDERAL /2007). A geração crescente de resíduos sólidos nos aglomerados urbanos constitui um grave problema socioambiental, que resulta dos padrões atuais insustentáveis de produção e consumo, e que provoca impactos ambientais e de saúde pública que precisam ser enfrentados (BESEN, 2006). Segundo Bringhenti, 2004, a gestão e a disposição inadequada dos resíduos sólidos ocasionam impactos socioambientais como à degradação do solo, o comprometimento dos corpos d água e mananciais, a contribuição para a poluição do ar e proliferação de vetores de importância sanitária nos centros urbanos, a catação de lixo em condições insalubres nos logradouros públicos e nas áreas de disposição final. Portanto, a produção excessiva de resíduos sólidos e o uso insustentável dos recursos naturais configuram-se numa lógica destrutiva e num risco para a sustentabilidade do planeta, cuja reversão depende da modificação das atitudes e práticas individuais e coletivas (FERREIRA, 2006). O crescente desenvolvimento industrial, a urbanização e intensificação das grandes obras de engenharia, resultaram no aumento significativo na geração de resíduos, em suas mais diferenciadas formas, apresentando uma ameaça ao meio ambiente. Os recursos naturais, que em tempos passados eram vistos como inesgotáveis, apresentaram vulnerabilidade devido ao desenvolvimento descontrolado da revolução industrial (WIEMES, 1999). Um dos maiores problemas enfrentados pela sociedade atual é devido aos resíduos sólidos gerados nas diversas atividades humanas. A geração anual de resíduos Brasil é de aproximadamente 230 milhões de toneladas, sendo que desse total, apenas 13% é reciclado (SCANAVACA JUNIOR, 2012).

19 18 Os resíduos sólidos são classificados a partir da Norma da ABNT, NBR Nº de 2004 como: Resíduo perigoso (Classe I); Não Perigoso (Classe II); Não inertes (Classe II A) e Inertes (Classe II B). Os resíduos perigosos são classificados por suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, podem apresentar risco a saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices ou riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Os resíduos não perigosos são os que não apresentam risco, onde são divididos em não inertes que podem ter propriedades de biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água e os inertes que em contato com a água a temperatura ambiente, não apresentam nenhum constituinte solubilizado aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor A Política Nacional de Resíduos Sólidos instituída pela Lei /10 e pelo Decreto 7.404, após duas décadas de um amplo debate entre governo, setor acadêmico, setor produtivo e entidades civis, a lei que estabeleceu um marco para a sociedade brasileira no que toca à questão ambiental, com destaque para uma visão avançada na forma de tratar a gestão dos resíduos sólidos no país. Traz uma concepção de vanguarda, ao priorizar e compartilhar, com todas as partes relacionadas ao ciclo de vida de um produto, a responsabilidade pela gestão integrada e pelo gerenciamento ambientalmente adequados dos resíduos sólidos. Dessa forma, o setor público, iniciativa privada e população ficam sujeitos à promoção do retorno dos produtos às indústrias após o consumo e obriga o poder público a realizar planos para o gerenciamento de resíduos. A lei preconiza as determinações de que até 2014 não devem mais existir lixões a céu aberto no Brasil onde devem ser criados aterros sanitários onde só poderão ser encaminhados o material restante após esgotadas todas as possibilidades de reuso e reciclagem. Apenas 10% dos resíduos sólidos são rejeitos. A maior parte do restante é de matéria orgânica, que pode ser reaproveitada em compostagem e transformada em adubo; ou materiais recicláveis, que devem ser devidamente separados através da coleta seletiva. (ABDI, 2012) A Pesquisa Nacional de Saneamento Básico PNSB (IBGE, 2010) revelou que dos municípios brasileiros, apenas (52,79%) exercem controle sobre o manejo de resíduos especiais os quais seriam resíduos de serviços de saúde, industriais, construção civil, pilhas e baterias, lâmpadas fluorescentes, pneumáticos e embalagens de agrotóxicos. Na pesquisa, foram disponibilizadas as informações sobre os pneumáticos, pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes. Assim, foi destacada a porcentagem de municípios que exercem controle sobre estes resíduos, como apresentado na tabela 01.

20 19 Tabela 1: Municípios que realizam o controle dos serviços de terceiros sobre o manejo de resíduos especiais em %. Tipos de resíduos Municípios que exercem o controle sobre resíduos especiais Pneumáticos 25,81 Pilhas e baterias 10,99 Lâmpadas fluorescentes 9,46 Fonte: PNSB (IBGE, 2010). No estado do Rio Grande do Sul a licitação para a contratação da consultoria que irá elaborar o Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) está em fase final. O PERS vai apontar sugestões para melhores práticas e métodos de gestão dos resíduos sólidos, esperando ter um diagnóstico da gestão dos resíduos gerados em todas as regiões do Estado em suas diversas tipologias, onde serão viabilizadas propostas de novos modelos de gerenciamento dos materiais, que priorizem os programas de geração de postos de trabalho a partir da reciclagem. Além disso, facilitará a implantação de projetos compartilhados entre municípios por meio de consórcios públicos de saneamento. (ABES-RS, 2013) Para o diagnóstico da geração de resíduos industriais foi realizado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental FEPAM, um inventário onde são apresentados dados sobre a geração e a destinação de resíduos perigosos ( Classe I ) e resíduos não inertes ou não perigosos ( Classe II ), das indústrias localizadas no estado do Rio Grande do Sul, obtidos através das Planilhas Trimestrais de Resíduos Sólidos Industriais Gerados, obtidas nos processos de licenciamento ambiental. Na tabela 2 são apresentados os dados resíduos perigosos e não perigosos no Rio Grande do Sul. Tabela 2: Quantidade de resíduos sólidos industriais gerados. Fonte: Fepam, No inventário de geração de resíduos industriais elaborado pela FEPAM no ano de 2002 a região do Alto Jacuí contribuía com cerca de toneladas/ano de resíduos Classe I e toneladas/ano de resíduos Classe II, conforme ilustra a Tabela 03. Já na figura 01 são

21 20 apresentados os dados de geração de resíduos por regiões, enfatizando a região Alto Jacuí em que se encontra a cidade de Não-Me-Toque. Tabela 3: Geração de Resíduos Industriais por região e tipologia. Fonte: Fepam, Figura 1: Geração de Resíduos Sólidos Industriais por região. Fonte: Fepam, As atividades industriais do município de Não-Me-Toque realizam sua própria gestão dos resíduos como condicionante de suas licenças ambientais, e tem o controle de procedimentos de geração, armazenamento interno, transporte interno e externo e destino final, gerando volumes expressivos de resíduos industrias, tanto Classe I quanto Classe II (NBR :04). Não há, contudo números atuais mais precisos quanto às quantidades. A

22 21 livre iniciativa faz com que as empresas estabeleçam relacionamento com diversas empresas prestadoras de serviços e centrais de disposição final licenciadas. No município de Não-Me-Toque/RS conforme dados apresentados pelo Plano Municipal de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, a gestão dos resíduos é realizada tanto pelo município como por empresas terceirizadas, conforme demandas associadas aos diferentes tipos de resíduos gerados. (PGIRSU, 2013) As maiores dificuldades encontram-se associadas ao modelo de gestão, composto de pequena estrutura operacional que recebe o apoio logístico de empresas terceirizadas. A Secretaria de Obras e Saneamento realiza os cuidados de parcela dos resíduos de limpeza púbica, como varrição, roçada, entulhos até 1m3, recolhimento de galhos e poda; a Secretaria da Saúde coordena os procedimentos associados aos resíduos dos serviços de saúde (RSS); o Departamento de Meio Ambiente vinculado a Secretaria da Agricultura realiza diversas ações e programas associados aos resíduos da logística reversa, óleos usados, entre outras ações. Quanto aos resíduos domésticos não há uma unidade receptora para tratamento dos materiais recolhidos, remetendo-se após a coleta para a unidade de reciclagem e aterro da Empresa SIMPEX situada no município de Palmeira das Missões. A unidade possui licenciamento da FEPAM. Essa situação evidencia as maiores dificuldades da gestão do sistema, uma vez que os resíduos recicláveis, orgânicos e rejeitos são transportados a mais de 120 Km de distância da sede, repercutindo num custo médio anual próximo a um milhão de reais. Na área do aterro opera unidade de separação e triagem composta por 45 trabalhadores que realizam as atividades junto as esteiras rotativas. O trabalho possibilita a recuperação dos triáveis como papel, papelão, plásticos, vidros, sucatas ferrosas e não ferrosas, entre outras. O aterro sanitário em questão possui estação de tratamento para seus efluentes e queima dos gases gerados pela decomposição da fração orgânica contida através de queimadores de gás (flares). No município de Não-Me-Toque os resíduos são divididos entre Recicláveis e Orgânicos, Entulhos e Rejeitos. Em média são gerados mensalmente 460 ton de resíduos recicláveis e 115 ton de orgânicos, entulhos e rejeitos, ou seja, 575 toneladas/mês de resíduos. Desse total 80% caracterizam-se como recicláveis, portanto passíveis de devolução ao ciclo produtivo. (PGIRSU, 2013) As atividades industriais de Não-Me-Toque realizam o controle próprio dos procedimentos de geração, armazenamento interno, transporte interno e externo e destino final dos resíduos gerados no processo produtivo. Não há, contudo números atuais mais precisos quanto às quantidades. A livre iniciativa faz com que as empresas estabeleçam

23 22 relacionamento com diversas empresas prestadoras de serviços e centrais de disposição final licenciadas. As atividades de grande porte possuem sistemas de separação mais qualificados, utilizando empresas terceirizadas e possuindo assessoria técnica especializada. Empresas de pequeno porte apresentam diversos problemas associados aos procedimentos de separação e armazenamento internos. Constataram-se irregularidades na forma de acondicionamento dos resíduos perigosos e com possibilidade de aproveitamento, sendo mantidos em áreas descobertas e sem piso. Há importantes iniciativas para segregação interna, necessitando de adequada orientação e ajustes técnicos, com o correto armazenamento e locais protegidos. Os resíduos industriais são transportados por empresas prestadoras de serviços para unidades receptoras licenciadas situadas em Estância Velha (UTRESA), Chapecó (CETRIC) e Bento Gonçalves (PROAMB). Não há atividades de disposição final de resíduos industriais no município de Não-Me-Toque. (PGIRSU, 2013). A figura 02 demonstra os locais onde ocorre a disposição dos resíduos nas indústrias do município. Figura 2: Locais de disposição de resíduos industriais. Fonte: Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque/RS, No município há grande concentração de oficinas e mecânicas associadas às atividades agrícolas e de implementos, portanto com elevada geração de resíduos, e assim, verifica-se a necessidade de qualificação dos procedimentos de separação, acondicionamento em área coberta e destinação adequada dos resíduos, principalmente dos empreendimentos de pequeno e médio porte associados ao setor de prestação de serviços, como oficinas e mecânicas. 2.2 Logística Reversa O ciclo de vida de um produto inicia-se com a extração da matéria prima passando pela indústria, onde ocorre sua produção, pela rede de distribuição, pelo consumidor e por fim para sua destinação final como resíduo. Como organizador desse ciclo surge a Logística, que pode ser definida como o planejamento, controle do fluxo e armazenagem dos produtos, assim

24 23 como a implementação dos processos, informações e serviços associados a esse caminho e por ser um ciclo aberto todo material dito como resíduo é descartado e em muitos casos de forma incorreta em depósitos irregulares sem o mínimo controle ambiental. Diante disso se viu a necessidade da elaboração de políticas e programas para descartes adequado desses resíduos, e um dos meios para isso é através da logística reversa. A logística reversa vem ganhando cada vez mais importância na área empresarial, mas ainda é relativamente nova principalmente para as empresas e até a sociedade em geral. Segundo Leite (2003), o aumento do interesse nesse ramo se deu pela crescente preocupação com o cumprimento de requisitos ambientais na destinação correta dos resíduos e acima disso, com a preocupação de atender aos desejos dos clientes ganhando mais credibilidade, podendo ter um retorno com o aumento das vendas dos produtos e também ganhar destaque no mercado. Com relação ao meio ambiente, através das legislações ambientais, as empresas têm obrigação de dar o destino correto dos resíduos provenientes da sua produção, e ainda pela possibilidade de geração de novos centros de lucratividade. Conforme Mourão e Seo (2012), a LR deve ser bem estruturada e no Brasil ainda encontra-se nas etapas burocráticas de aprovação do Acordo Setorial nessa estruturação da LR de lâmpadas fluorescentes, entre outros desafios a serem enfrentados, associados à falta de informações que caracterize este setor, à pequena quantidade de estudos sobre lâmpadas fluorescentes e ainda, poucos os exemplos de logística reversa já praticada no Brasil. Outro desafio se refere às distâncias a serem enfrentadas entre as distribuidoras de lâmpadas, recicladoras e consumidores ressaltando que muitas das licenças, normativas de segurança e controles ambientais, necessárias para o transporte de resíduos perigosos, variam entre os estados brasileiros, dificultando ainda mais a padronização da logística. A legislação ainda prevê que os pontos de venda deverão armazenar as lâmpadas, antes de enviá-las às distribuidoras ou diretamente para as recicladoras o que se torna um grande desafio, pois os pontos de venda atuais, não possuem espaço físico disponível e apropriado para o armazenamento desses resíduos perigosos. Aplicando a LR, as empresas criam uma imagem diferenciada, com novas oportunidades de lucros através da introdução das preocupações ambientais em sua estratégia corporativa, e buscam constantemente por produtos e processos mais eficientes visando o desenvolvimento sustentável (LEITE, 2000). Na figura 03 é representada a área de atuação da logística reversa.

25 24 Figura 3: Logística Reversa - Área de Atuação. Fonte: Leite, Segundo Andrade, Ferreira e Santos (2009), os principais fatores que motivam as empresas a implementar a logística reversa são: legislação, razões competitivas, melhoria da imagem coorporativa, revalorização econômica, renovação de estoques, ganhos econômicos, responsabilidade sócio-ambiental, recuperação de ativos e/ou de valor, e prestação de serviços diferenciados. A logística reversa alem de gerar ganhos econômicos leva muitas empresas a buscarem oportunidades inovadoras e competitivas, que as tornam um diferencial no mercado pela sua estratégia de gestão ambiental planejando e controlando todo o ciclo de vida de seu produto objetivando relacionar tópicos como: redução; conservação da fonte; reciclagem; substituição; e descarte às atividades logísticas tradicionais de compras, como suprimentos, tráfego, transporte, armazenagem, estocagem e embalagem. Leite (2003) amplia o conceito de logística reversa e a define como Área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio dos canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outras. Adlmaier e Sellitto (2007) complementam a definição de Leite (2003), conceituando LR como: Entendemos a Logística Reversa como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio de canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas:

26 25 econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem coorporativa, entre outros (LEITE, 2003, P.16-17). Stock (1998), com relação à LR, engloba também aspectos ligados à redução e ao reaproveitamento de materiais, alegando que é o termo comumente utilizado para se referir ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de matérias, disposição de resíduos, reforma, reparo e remanufatura. Para Lacerda (2009), os materiais onde se é possível a aplicação da logística reversa são divididos entre as embalagens e os produtos e alguns fatores, considerados críticos, devem ser analisados e estudados com cuidado para que a logística reversa tenha sucesso, como: bons controles de entrada, para que não haja confusão com os tipos de materiais que seguirão cada fluxo (revenda, reciclagem, recondicionamento); padronização e mapeamento de processos, para manter a qualidade nos serviços; redução do tempo de ciclos, tempo da identificação da necessidade até seu efetivo processamento, evitando os aumentos de custos; sistema de informação onde ocorra o controle todos esses fatores, deixando o processo mais eficiente; e rede logística planejada, já que com a falta de planejamento, a qualidade do serviço é afetada. Tratada como obrigação ou como forma de redução de custos, a logística reversa, quando regulamentada através da legislação torna o fabricante gerador do passivo e assim obrigado a dar a destinação correta através do recolhimento do seu resíduo. Porém cabe a todos os agentes envolvidos, a educação ambiental para atingir os usuários finais dos produto, tornado o processo eficiente. Conforme Arend e Oliveira (2011), não existe uma metodologia genérica para a implantação da logística reversa, sendo complexo por levar em conta diversas características do setor produtivo e na empresa onde se quer implementar. Devem se levar em conta os fatores como o escopo da implantação, canais logísticos já existentes, mercados atendidos, distância de transporte, existência de recicladores na região, entre outras informações relevantes. 2.3 Política Nacional de Resíduos sólidos A Política Nacional de Resíduos Sólidos lei /10 apresenta suas próprias definições para a Logística Reversa de pós- consumo e de responsabilidade compartilhada conforme Art. 30, como instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado

27 26 por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada e a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos que deve ser implementada de forma individualizada e encadeada, abrangendo os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, consoante as atribuições e procedimentos previstos nesta. O Artigo 33 define a obrigação de estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes e seus resíduos e embalagens, lâmpadas fluorescentes que contenham vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Pelas normas estabelecidas, acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, cabe aos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos tomar todas as medidas necessárias para assegurar a implementação e operacionalização do sistema de logística reversa implantar procedimentos de compra de produtos ou embalagens usados, postos de entrega de resíduos reutilizáveis e recicláveis e atuar em parceria com cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis. A lei também estabelece que os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens, os comerciantes e distribuidores deverão efetuar a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens reunidos ou devolvidos e os fabricantes e os importadores deverão dar a destinação ambientalmente adequada aos produtos e às embalagens reunidos ou devolvidos, sendo o rejeito encaminhado para a disposição final ambientalmente adequada, na forma estabelecida pelo órgão competente do Sisnama e, se houver, pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. A PNRS coloca o sistema de logística reversa como um instrumento dependente da responsabilidade compartilhada dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes pelo ciclo de vida dos produtos, sendo esses responsáveis pelo retorno dos produtos após o

28 27 uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e pelo manejo dos resíduos sólidos. O Decreto N o surgiu em 2010 para regulamentar a PNRS definindo que a LR será implementada e operacionalizada por meio de acordos setoriais, regulamentos expedidos pelo Poder Público ou por meio de termos de compromisso. Os acordos setoriais devem ser firmados entre o Poder Público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes para a implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto, dando a liberdade de inicio a qualquer um dos agentes por meio de abertura de editais de chamamento ou apresentação de proposta formal. Os regulamentos são formulados por decreto editado pelo Poder Executivo, precedidos de consulta pública e implantam diretamente a LR. Os termos de compromisso são celebrados pelo Poder Público com os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, devem ser homologados pelo órgão ambiental competente e visam o estabelecimento da LR quando não houver um acordo setorial ou regulamento específico ou para a fixação de compromissos e metas mais exigentes que o previsto em acordo setorial ou regulamento (SPERANZA, 2013). O decreto ainda prevê a criação do Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e do Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, devendo ser composto por: Ministro de Estado do Meio Ambiente; Ministro de Estado da Saúde; Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e Ministro de Estado da Fazenda. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o comitê foi instalado em 17 de fevereiro de 2011 pelo Governo Federal, com a finalidade de definir as regras para devolução dos resíduos à indústria (limitando-se aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reutilizado), para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, sendo destes, quatro grupos que já estão implantados e outros cinco em faze de implantação (MMA, 2013).

29 Legislações correlatas Nível Federal Lei Federal nº , DE 2 DE AGOSTO DE 2010: Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências; DECRETO FEDERAL 7.404/10, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2010: Regulamenta a Lei no , de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências; Lei Federal 6938, de 31 de agosto de 1981: Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providencias; Lei Federal 7802, de 11 de julho de 1989: Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Lei Federal 9974 de 06 de junho de 2000: Altera a Lei 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. DECRETO FEDERAL Nº 5.940, DE 25 DE OUTUBRO DE 2006: Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, e dá outras providências;

30 29 RESOLUÇÃO CONAMA Nº 416, DE 30 DE SETEMBRO DE 2009: Dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e dá outras providências; RESOLUÇÃO CONAMA Nº 401, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2008: Estabelece os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado, e dá outras providências; RESOLUÇÃO CONAMA Nº 373, DE 9 DE MAIO DE 2006: Define critérios de seleção de áreas para recebimento do Óleo Diesel com o Menor Teor de Enxofre- DMTE, e dá outras providências; RESOLUÇÃO CONAMA Nº 362, DE 23 DE JUNHO DE 200: Dispõe sobre o recolhimento, coleta e destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado; RESOLUÇÃO CONAMA N.º 307, DE 05 DE OUTUBRO DE 2002: Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil; RESOLUÇÃO CONAMA N.º 313, DE 29 DE OUTUBRO DE 2002: Dispõe sobre o Inventário Nacional de Resíduos Sólidos Industriais; RESOLUÇÃO CONAMA N.º 316, DE 29 DE OUTUBRO DE 2002: Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos; RESOLUÇÃO CONAMA N.º 308, DE 21 DE MARÇO DE 2002: Licenciamento Ambiental de sistemas de disposição final dos resíduos sólidos urbanos gerados em municípios de pequeno porte; RESOLUÇÃO CONAMA 275 de 25 de abril de 2001: Estabelece o código de cores para diferentes tipos de resíduos; RESOLUÇÃO CONAMA N.º 23, DE 12 DE DEZEMBRO DE 1996: Regulamenta a importação e uso de resíduos perigosos; RESOLUÇÃO CONAMA Nº 05, DE 05 DE AGOSTO DE 1993: Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários; PORTARIA MMA Nº 31, DE 23 DE FEVEREIRO DE 2007: Instituir Grupo de Monitoramento Permanente para o acompanhamento da Resolução CONAMA n.º 362, de 23 de junho de 2005, que dispõe sobre o recolhimento, a coleta e a destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.

31 30 Norma da ABNT NBR Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos; Norma da ABNT NBR Símbolos e risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais; Norma da ABNT NBR Resíduos Sólidos Classificação; Norma da ABNT NBR Lixiviação de Resíduos Procedimento; Norma da ABNT NBR Solubilização de Resíduos Procedimento; Norma da ABNT NBR Amostragem de Resíduos Procedimento; Norma da ABNT NBR Armazenamento de resíduos classe II não inertes e III - inertes; Norma da ABNT NBR Procedimentos para o Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos; Norma da ABNT NBR Coleta, varrição e acondicionamento de resíduos sólidos urbanos; Norma da ABNT NBR Transporte de resíduos; Norma da ABNT NBR Coleta de resíduos sólidos classificação Nível Estadual LEI ESTADUAL Nº , DE 02 DE DEZEMBRO DE 2009: Introduz modificação na Lei nº , de 23 de setembro de 1997, que dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados no Estado do Rio Grande do Sul; LEI ESTADUAL Nº , DE 28 DE NOVEMBRO DE 2005: Altera o art. 1º da LEI Nº , de 5 de julho de 2004, que proíbe a comercialização de pneus usados importados no Estado e dá outras providências; LEI ESTADUAL Nº , DE 5 DE JULHO DE 2004: Proíbe a comercialização de pneus usados importados no Estado e dá outras providências; LEI ESTADUAL N.º , DE 23 DE SETEMBRO DE 1997: Dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados no Estado do Rio Grande do Sul (Alterada pela Lei , de 7 de julho de 1998);

32 31 LEI ESTADUAL N.º 9.921, DE 27 DE JULHO DE 1993: Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos, nos termos do artigo 247, parágrafo 3º da Constituição do Estado e dá outras providências; LEI ESTADUAL N.º 9.493, DE 07 DE JANEIRO DE 1992: Considera, no Estado do Rio Grande do Sul, a coleta seletiva e a reciclagem do lixo como atividades ecológicas, de relevância social e de interesse público. DECRETO ESTADUAL N.º , DE 19 DE MARÇO DE 2008: Regulamenta a Lei n /97, de 23 de setembro de 1997, e alterações, que dispõe sobre o descarte e destinação final de pilhas que contenham mercúrio metálico, lâmpadas fluorescentes, baterias de telefone celular e demais artefatos que contenham metais pesados no Estado do Rio Grande do Sul; DECRETO ESTADUAL N , DE 01 DE ABRIL DE 1998: Aprova o Regulamento da Lei n 9.921, de 27 de julho de 1993, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no Estado do Rio Grande do Sul. RESOLUÇÃO CONSEMA Nº 09, DE 25 DE OUTUBRO DE 2000: Dispõe sobre a norma para o licenciamento ambiental de sistemas de incineração de resíduos provenientes de serviços de saúde, classificados como infectantes (GRUPO A) e dá outras providências; RESOLUÇÃO CONSEMA N 109, DE 22 DE SETEMBRO DE 2005: Estabelece diretrizes para elaboração do Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, a ser elaborado pelos Municípios Nível Municipal LEI N.º DE 09 DE ABRIL DE 2002: Cria o Conselho Municipal de Meio Ambiente e dá outras providencias; LEI N.º DE 29 DE NOVEMBRO DE 2011: Dispõe sobre as responsabilidades e procedimentos relacionados à implementação da logística reversa de resíduos especiais no município de Não-Me-Toque e dá outras providências;

33 Sistemas Implantados de Logística Reversa Embalagens de Agrotóxicos As embalagens de agrotóxicos são consideras resíduos classe 1, portanto quando destinadas de forma inadequadas, prejudicam o meio ambiente e a população. A legislação referente a estes resíduos são a Lei 7802/89 e Lei 9974/00 que dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá outras providências. Em 04 de Janeiro de 2002, a legislação citada é regulamentada pelo Decreto Nº 4.074, onde é afirmado: Deverá ser dada destinação e tratamento adequado às embalagens, aos restos de produtos técnicos, pré-misturas, agrotóxicos e afins, aos produtos agrícolas e aos restos de culturas, de forma a garantir menor emissão de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos no meio ambiente. (Decreto Nº 4.074, 2002) e define a organização do processo de logística reversa do setor, com o papel de cada participante do fluxo, os consumidores (agricultores), comércios (canais de distribuição), produtores (indústria) e poder público. Com o objetivo do gerenciamento sobre as embalagens vazias de agrotóxicos, em 14 de dezembro de 2001, foi fundado o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpev), sua operação iniciou-se em março de 2002, com o apoio de 22 empresas, obtendo naquele ano uma devolução de toneladas de embalagens vazias, e atualmente conta com o apoio de 10 entidades e 97 empresas fabricantes associadas onde até o ano de 2013 contabiliza a destinação de toneladas de embalagens de agrotóxicos Manejo de Embalagens vazias Conforme dados obtidos pelo inpev (2013), as embalagens de defensivos agrícolas são classificadas em dois grandes grupos: laváveis e não laváveis. As embalagens laváveis são rígidas (plásticas, metálicas ou de vidro) e servem para acondicionar formulações líquidas para serem diluídas em água. Entre as embalagens rígidas, as plásticas predominam. As metálicas, geralmente representadas pelos baldes de folha de aço, representam apenas 10% de todo o volume de embalagens de defensivos agrícolas no Brasil.

34 33 As embalagens não laváveis são aquelas que não utilizam água como veículo de pulverização, além de todas as embalagens flexíveis e as embalagens secundárias. Estão nesse grupo sacos de plástico, de papel, metalizados, mistos ou feitos com outro material flexível; embalagens de produtos para tratamento de sementes; caixas de papelão, cartuchos de cartolina, fibrolatas e, ainda, embalagens termo moldáveis que acondicionam embalagens primárias e não entram em contato direto com as formulações de defensivos agrícolas. É importante lembrar que 95% das embalagens vazias de defensivos agrícolas colocadas no mercado são as do tipo lavável e podem ser recicladas, desde que corretamente limpas no momento de uso do produto no campo. Os 5% restantes são representados pelas embalagens não laváveis. As embalagens contaminadas por não terem sido lavadas adequadamente também são incineradas Lavagem e Destinação dos Resíduos A legislação brasileira determina que todas as embalagens rígidas de defensivos agrícolas devem ser submetidas a um processo de lavagem conforme a NBR /97 que estabelece os procedimentos adequados para sua lavagem: a chamada tríplice lavagem e a lavagem sob pressão. Essa prática reduz os resquícios do produto contaminando a própria embalagem. Além disso, os procedimentos de lavagem, quando realizadas durante a preparação da calda, garantem a utilização de todo o produto, evitando tanto o desperdício como a contaminação do meio ambiente. Portanto, a lavagem é indispensável para a segurança do processo de destinação final das embalagens de defensivos agrícolas, sobretudo quando seguem para reciclagem. Esse sistema de recebimento conhecido como Sistema Campo Limpo reúne mais de 400 unidades de recebimento, entre centrais e postos, distribuídas em 25 estados e no Distrito Federal, e no Rio Grande do Sul conta com 36 postos de recolhimento credenciados ao inpev. Essas unidades são geridas por associações e cooperativas e devem ser licenciadas para o recebimento das embalagens de agrotóxicos pelo alto risco ambiental Postos de Recebimento De acordo com a Resolução 334 do CONAMA, os postos de recebimento (Figura 04) de embalagens vazias de defensivos agrícolas devem ser licenciados ambientalmente e ter, no mínimo, 80m² de área construída. São geridos por uma Associação de Distribuidores ou

35 34 Cooperativa e realizam os serviços de recebimento e inspeção das embalagens lavadas e não lavadas, emissão de recibo confirmando a entrega das embalagens pelos agricultores para posteriores fins de fiscalização e o encaminhamento das embalagens às centrais de recebimento. Figura 4: Posto de Recebimento em São Gabriel/RS. Fonte: impev, Centrais de Recebimento Da mesma forma como acontecem com os postos, as centrais de recebimento (Figura 05) também atende às determinações de legislação especifica quanto ao licenciamento ambiental, porém devem ter uma área maior de no mínimo 160 m² de área construída. Essas centrais são geridas por associações e cooperativas de distribuidores e sempre com a supervisão e gerenciamento do impev. As centrais realizam os serviços de recebimento, inspeção e classificação das embalagens, tanto dos agricultores, quanto dos postos e estabelecimentos comerciais licenciados, emitem recibos de confirmação da entrega das embalagens, faz a triagem das embalagens por tipo (COEX, PEAD MONO, metálica, papelão), faz a compactação das embalagens pelo tipo de material, e por fim comunica o inpev para a coleta dos materiais para o destino final, que seria a reciclagem ou incineração.

36 35 Figura 5: Central de Recebimento de Embalagens no Município de Giruá/RS. Fonte: impev, Agentes envolvidos e suas responsabilidades O Agricultor, consumidor final do produto, tem a responsabilidade de realizar a tríplice lavagem ou a lavagem sob pressão para descontaminação da embalagem para poder ser feita a sua reciclagem, e posteriormente inutilizá-las para evitar o reaproveitamento onde geralmente são feitos furos nas embalagens, faz o armazenamento adequado temporário na propriedade até a data da entrega na unidade de recebimento indicada na nota fiscal até um ano após a compra e sempre manter os comprovantes de entrega das embalagens por um ano para a possível comprovação, como previsto no Decreto 4.074/2002 e sob penalidade de fiscalização. A figura 06 ilustra o principio da responsabilidade compartilhada, um importantes instrumento na implementação da logística reversa.

37 36 Figura 6: Responsabilidade Compartilhada Lei 9974/00. Fonte: inpev, Quando ocorre a venda dos produtos ao agricultor ou qualquer outro usuário de agrotóxicos as revendas ou canais de distribuição devem indicar o local e a data de entrega das embalagens vazias na nota fiscal, devem disponibilizar e gerenciar os locais de recebimento, o qual divide os custos da construção e administração com a indústria fabricante. Por fim, são de sua responsabilidade a emissão do comprovante de entrega do produto, e as atividades de orientação e conscientização dos agricultores sobre a importância da devolução das embalagens onde podem colocar como requisito para a compra de novos produtos estarem em dia com a devolução das embalagens vazias. A devolução de 100% das embalagens é dificultada pela venda para compradores pequenos e/ou não freqüentes, que não possuem volume suficiente que justifique o transporte e o grande problema dos produtos que entram de forma ilegal no país, que não possuem instruções de como realizar a lavagem dos produtos e que não são controlados e/ou rastreáveis gerando um grande passivo ambiental. A figura 07 mostra a evolução no recolhimento de embalagens vazias de agrotóxicos desde o ano de 2002 até a previsão para o ano de 2013 de 40 mil toneladas.

38 37 Figura 7: Volume de embalagens vazias de defensivos destinadas em toneladas. Fonte: inpev, A indústria é responsável pelo custo dividido com os canais de distribuição pelas unidades de recebimento, além dos custos de logística e destinação final, devendo recolher as embalagens vazias devolvidas às unidades, dar a destinação final correta (Reciclagem e Incineração) e organizar as informações para os programas de orientação e conscientização do agricultor, arcando com cerca de 80% dos custos do processo. A figura 08 demonstra quais são os principais produtos gerados com a reciclagem das embalagens. Figura 8: Principais produtos gerados com a reciclagem de embalagens. Fonte: inpev, 2013.

39 38 A Indústria também é responsável pela contratação do transporte dessas embalagens que deve ser responsável não só pela logística de transporte, mas também pelo rastreamento e disponibilidade de informações da carga, como os riscos ambientais. Por fim, as indústrias encaminham esses resíduos as recicladoras e incineradoras fechamento do ciclo de vida e destinação final das embalagens, as empresas recicladoras e incineradoras são contratadas pelo inpev, para finalizar a cadeia da logística reversa. As recicladoras recebem o material já separado e classificado e produzem novos artefatos para a venda e recuperação de investimento que é o grande diferencial dos outros sistemas implantados e em implantação de logística reversa. Quando os resíduos não podem ser reciclados, seja por contaminação da embalagem ou pelo tipo de material não ser passível de reciclagem as incineradoras são contratadas para receberem os materiais e dar a destinação correta. Vale saliental o papel da indústria no investimento em novas técnicas de fabricação para tentar eliminar as embalagens não laváveis e não recicláveis. A figura 09 mostra a distribuição das empresas recicladoras de embalagens de agrotóxicos no Brasil. Figura 9: Localização das recicladoras do sistema impev. Fonte: impev, Ao governo cabe fiscalizar o funcionamento do sistema de destinação final, licenciar o funcionamento das Unidades de Recebimento de acordo com os órgãos competentes de cada Estado e Resolução CONAMA 334/2003, apoiar os esforços de educação e conscientização do agricultor quanto às suas responsabilidades dentro do processo em conjunto com fabricantes e comerciantes que não é efetiva apenas com os esforços das indústrias

40 39 fomentando sempre o favorecido do processo de reciclagem, diminuindo cada vez mais a incineração, que é um processo caro e centralizado em três estados Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado (Oluc) A Associação Brasileira de Normas Técnicas classifica o óleo lubrificante usado com o código de identificação como Resíduo Perigoso Classe I onde tem a característica de periculosidade como tóxico. (ABNT, 2004) O óleo lubrificante quando descartado indevidamente, causa grandes prejuízos, principalmente contaminação hídrica geralmente superficial e ao lençol freático e aqüíferos, e também causa a inutilização de solos para fins de agricultura quando este é contaminado por ser pouco biodegradável levando muito tempo para ser absorvido pela natureza. Por conter diversos elementos tóxicos em sua composição também acaba causando riscos a saúde das pessoas que são submetidas a essa contaminação seja pelo ar, água, solo e alimentação, trata-se de um resíduo tóxico persistente, perigoso para o meio ambiente e para a saúde humana se não gerenciado de forma adequada. A Resolução Conama 362/2005 define os critérios sobre a reciclagem de óleo lubrificante usado e/ou contaminado (Oluc) classificado como resíduo perigoso e que provém, em sua quase totalidade, dos setores de transportes e industrial e estabelece uma excelente prática de gestão de recursos não-renováveis. A prática tecnicamente recomendada pela Resolução no seu Art. 3º para evitar a contaminação química é o envio do resíduo para regeneração e recuperação de componentes úteis por meio de qualquer um dos processos industriais conhecidos como rerrefino, que é definido como o processo industrial a que são submetidos os óleos lubrificantes usados ou contaminados, com vistas à remoção de contaminantes, de produtos de degradação e de aditivos, conferindo ao produto obtido nesse processo as mesmas características do óleo lubrificante básico, sendo o produto final destinado à comercialização e proibida a queima de óleo lubrificante usado. Esse programa de recolhimento e destinação dos lubrificantes usados e suas embalagens é conhecido como Programa Jogue Limpo. (Figura 10)

41 40 Figura 10: Programa Jogue Limpo para a Destinação de OLUC. Fonte: Programa Jogue Limpo, A resolução também define que Os produtores e importadores de óleo lubrificante acabado deverão coletar ou garantir a coleta e dar a destinação final ao OLUC, de forma proporcional em relação ao volume total de óleo lubrificante acabado que tenham comercializado. Fica definido Aos revendedores as obrigações de: informar seus consumidos sobre a destinação final do Oluc; recolher ou receber o Oluc dos seus consumidores e armazenado corretamente, e entregar o Oluc somente aos coletores autorizados pela ANP. Os Ministérios de Meio Ambiente e de Minas e Energia, por sua vez, tem a atribuição de acompanhar, de acordo com as suas competências legais, o cumprimento das metas mínimas de coleta de óleos lubrificantes usados. Nesse sentido, a Portaria MMA/MME N 0 464/2007 definiu o percentual mínimo nacional de coleta de óleos lubrificantes usados ou contaminados.para o ano de 2011, o percentual geral do pais foi de 35,9% do volume de óleo lubrificante acabado comercializado no pais. (Tabela 04)

42 41 Tabela 4: Percentual Mínimo de Coleta de óleo Lubrificante Usado. Fonte: MMA, 2012 Destaca-se ainda que, nos últimos quatro anos, o avanço na coleta de óleo lubrificante usado ou contaminado e notório. Entre 2007 e 2011, período de vigência da Portaria MMA/MME N 0 464/2007, enquanto o volume comercializado de óleo lubrificante acabado cresceu 26%, o volume coletado de óleo lubrificante usado ou contaminado passou de 272 milhões de litros para 405 milhões de litros, o que corresponde a um crescimento de 49% conforme mostra a figura 11. Figura 11: Coleta de OLUC no Brasil. Fonte: MMA, O OLUC apesar de ser tratado como resíduo possui uma grande característica positiva que é o diferencial para o interesse para o seu rerrefino, sendo ele uma fonte importante de óleo lubrificante básico em percentual de 80% a 85% muito mais expressivo que o petróleo brasileiro (2% a 3%) e o petróleo árabe (7% a 8%).

43 42 De acordo com a Resolução ANP Nº 20, de D.O.U , art.3º A atividade de óleo lubrificante usado ou contaminado somente poderá ser exercida por pessoa jurídica, constituída sob as leis brasileira, que possuir autorização da ANP. No Brasil atualmente conforme dados da ANP existem 41 empresas autorizadas para coletarem óleo lubrificante usado ou contaminado em todo o país, e 19 Rerrefinadoras autorizadas, sendo dessas três na região sul e 12 na Região Sudeste. Para cumprir a legislação ambiental é necessário que a atividade de coleta atinja todos os municípios do Brasil. (Figura 12) Figura 12: Localização de Refinadores e Coletores Autorizados Pela ANP. Fonte: NIQUEL, Pilhas e Baterias Para o gerenciamento ambientalmente adequado, a Resolução do CONAMA 401 foi criada em 2008 e define que os fabricantes e importadores de pilhas e baterias devem implementar sistemas de coleta, transporte, armazenamento, reutilização, reciclagem e disposição final de seus produtos. As pilhas e baterias que atendem aos padrões mínimos de substâncias tóxicas como o chumbo, cádmio e mercúrio estabelecidos pela legislação podem ser dispostas em aterros sanitários juntamente com os resíduos domiciliares, enquanto aquelas que não atendem a esses padrões devem ser devolvidas pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou a rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias. Para que os consumidores consigam distinguir o tipo de descarte que devem adotar, é obrigatória a identificação na embalagem do produto com o respectivo logo dos fabricantes.

44 43 Em geral, os materiais produzidos na reciclagem de baterias são cádmio com pureza superior à 99,95%, que é vendido para as empresas que produzem baterias, e níquel e ferro, utilizados na fabricação de aço inoxidável. (ABDI 2012) Mas foi só com a implantação da PNRS, que realmente houve uma mobilização dos fabricantes. O programa de recolhimento da ABINEE (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) começou em 2010, visando o recolhimento de resíduos de pilhas, baterias e equipamentos eletroeletrônicos. A reciclagem desses materiais inclui dois estágios importantes: o recebimento das pilhas usadas e devolvidas pelo consumidor ao comércio e seu encaminhamento, por meio de uma transportadora certificada, especializada em transporte de pilhas e baterias de uso doméstico, a uma empresa devidamente licenciada, que faz a reciclagem desses resíduos. O custo para o transporte e destinação de todas as pilhas recebidas nos pontos de recebimento é rateado entre as empresas fabricantes e importadoras das pilhas. O sucesso da operação é diretamente proporcional à adesão e conscientização do consumidor, sendo que todos os distribuidores e assistências técnicas servem como pontos de coleta, conforme exigência da Resolução. (ABDI, 2012) A abertura para campanhas de iniciativas privadas e também algumas vezes vistos de órgãos públicos como prefeituras auxilia no cumprimento das obrigações dos fabricantes. Com a redução de substâncias tóxicas no produto permite seu descarte como resíduo doméstico comum, não sendo necessária a ação dos fabricantes para a destinação final adequada, feita por coleta municipal e para que ocorra sucesso com o programa deve haver ação e orientação para os consumidores através de programas de educação ambiental. Em 2006 o Banco Santander iniciou o programa Papa-Pilhas, que recolhe e recicla pilhas, baterias portáteis, celulares, laptops, câmeras digitais e outros aparelhos eletrônicos portáteis instalando postos de coleta nas agências e prédios administrativos do Banco e ficam à disposição de toda a sociedade. (Figura 13)

45 44 Figura 13: Programa Papa-Pilhas Santander. Fonte: Santander, A reciclagem é realizada pela empresa devidamente especializada e licenciada Suzaquim, enquanto o Banco Santander é responsável por todos os custos de coleta, transporte e reciclagem. Atualmente, o programa soma mais de 2,8 mil postos de coleta instalados em todo o território nacional. Na figura 14 é possível identificar a distribuição dos pontos de coleta pelo país. Figura 14: Localização dos Pontos de Coleta do Programa Papa-pilhas. Fonte: Santander, Com a implantação do programa Papa-pilas se tem visto uma evolução gradual com o passar dos anos conforme mostra a figura 15.

46 45 Figura 15: Evolução do Programa Papa-pilhas. Fonte: Santander, O principal ponto que precisa ser aprimorado na cadeia da logística reversa das pilhas e baterias clandestinas é a educação ambiental e a conscientização dos usuários, geralmente fabricadas em países asiáticos, ocupam cerca de 40% do mercado, conforme dados da ABINEE. O consumidor final se mostra um elo fundamental, devendo ser estímulado para retornar o produto, focando na conscientização dos consumidores na importância desse resíduo ser reciclado e distribuição dos pontos de coleta sendo que a maioria ainda se restringe as capitais e grandes cidades. (SPERANZA, 2013) Pneus A Resolução No. 416/2009 dispõe sobre a prevenção à degradação ambiental causada por pneus inservíveis e sua destinação ambientalmente adequada, e define que os distribuidores, os revendedores, os destinadores, os consumidores e o Poder Público, em articulação com os fabricantes e importadores, devem garantir os procedimentos para a coleta de pneus inservíveis existentes no país os quais não tem capacidade de reutilização. Quando os pneus são descartados de forma inadequada podem ocorrer diversos problemas como na queima sem o controle devido ocorre à liberação de substâncias tóxicas devido a composição do por metais pesados, e o grande problema de proliferação de

47 46 epidemias com se tem visto da dengue onde ficam a céu aberto, tornando-se reservatório de água. No ano de 2007 a ANIP (Associação Nacional das Indústrias de Pneumáticos) criou a Reciclanip, uma entidade sem fins lucrativos voltada para a coleta e destinação de pneus inservíveis. Para realizar a logística reversa, a Reciclanip pode estabelecer convênios com prefeituras, para a inserção e gestão de pontos de coleta na forma de Estações de Entrega Voluntária, os Ecopontos, que é o que geralmente acontece. Para gerir o excedente da coleta, pode haver terceirização do serviço para empresas associadas à Associação Nacional das Empresas de Reciclagem de Pneus e Artefatos de Borrachas (AREBOP), que fazem à coleta dos pneus, trituram o material em suas unidades produtivas e fazem o transporte do pneu triturado até a empresa produtora de cimento que realiza sua queima, esse processo é mostrado na figura 16. A terceirização do serviço não exime a responsabilidade do fabricante e ainda ocorre o problema dos importadores de pneus, que até o momento não possuem uma organização em comum para o gerenciamento dos pneus inservíveis e por isso não fazem parte desse programa da ANIP. Figura 16: Ciclo de vida do pneu. Fonte: Reciclanip, De todo o material coletado no programa aproximadamente 95% é destinado para o co-processamento das indústrias de cimento onde os pneus são utilizados como combustível alternativo em fornos de cimenteiras. Outras indústrias estão investindo na adaptação de seus processos para co-processar pneus, como siderúrgica e de papel e celulose, e caso isto se concretize, em breve haverá disputa pelos inservíveis. Os 5% restantes são destinados a empresas recicladoras que produzem artefatos de borracha como tapetes para automóveis,

48 47 pisos industriais, pisos para quadras poli-esportivas, e artigos para jardinagem. Outros tipo de usos ainda estão sendo estudados como o asfalto borracha, onde o pó de borracha gerado na trituração do pneu é adicionado à massa asfáltica, fazendo com que o asfalto formado tenha uma vida útil maior, gera um nível de ruído menor e oferece maior segurança aos usuários das rodovias. A Reciclanip possui Pontos de Coleta em todos os municípios com mais de 100 mil habitantes, totalizando mais de 700 pontos, demonstrado na figura 17. Os acordos com as Prefeituras Municipais, onde a prefeitura cede o terreno para construção do Ponto de recebimento ou faz a doação de estruturas já prontas, têm permitido a ampliação da área de abrangência do programa. Existem mais de 45 Pontos de Destinação conforme figura 17 e cerca de 70 caminhões efetuando a logística. Os pneus chegam aos Pontos de Coleta de variadas formas: coleta municipal, borracheiros, revendedores ou consumidores. O responsável pelo ponto de coleta comunica a Reciclanip, que é a responsável por toda a parte da logística, sobre a necessidade de retirada quando atingem 2000 pneus de passeio ou 300 de caminhões. A forma dos pneus não permite sua compactação causando um grande volume encarecendo o transporte e o armazenamento. (ABDI, 2012) Figura 17: Pontos de coleta da Reciclanip no Brasil. Fonte: ABDI, 2012.

49 48 Desde 1999, quando começou a coleta pelos fabricantes, 1,86 milhões de toneladas de pneus inservíveis foram coletados e destinados adequadamente, o equivalente a 373 milhões de pneus de passeio. A Reciclanip é responsável pela execução de campanhas de orientação à população e responsável pelo incentivo ao Ecodesign, tendo convênio com a Universidade de São Paulo para bolsas de pesquisa na área de destinação dos pneus. No primeiro trimestre de 2013 foram recolhidas 90 mil toneladas de pneus inutilizáveis pela Reciclanip, com um crescimento de 1,5% sobre o mesmo período de A entidade prevê investir até o final do ano cerca de US$ 43 milhões, utilizando esses recursos para os gastos logísticos, que representam mais de 60% das despesas, e também para os investimentos na destinação final. (ANIP, 2013) As definições de metas de recolhimento e reciclagem para os pneus inservíveis são definidas com os objetivos de adaptação ao modelo proposto e retirada do passivo acumulado durante os anos anteriores ao programa. Contudo, os pneumáticos possuem uma gama maior de destinação, mas pelo tamanho a cadeia logística acaba sendo mais complexa demandando pontos de coletas autorizados (os das prefeituras), e espaço que os comerciantes não possuem. 2.5 Sistemas em implantação da logística reversa Em 5 de maio de 2011 foram criados cinco Grupos de Trabalho Temáticos GTTs, para definir a forma de implantação dos sistemas de logística reversa das seguintes cadeias produtivas: embalagens plásticas de óleos lubrificantes; de lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; e de embalagens em geral, eletroeletrônicos e medicamentos Embalagens plásticas de óleos lubrificantes O Acordo Setorial para implantação do sistema de logística reversa de embalagens plásticas de óleos lubrificantes foi assinado pelos sindicatos representativos do setor empresarial e pela Senhora Ministra do Meio Ambiente no dia 19 de dezembro de As embalagens de lubrificante são feitas de material plástico, na maioria das vezes composta pelo Polietileno de Alta Densidade mais conhecida como PEAD, que é a segunda resina mais reciclada no mundo. Existem diversas formas de tratamento e disposição final para as embalagens plásticas usadas que contenham óleo lubrificante usado ou contaminado. Entre os principais métodos

50 49 segundo FIESP: reciclagem, incineração para fins de recuperação energética, o coprocessamento e a disposição final em aterros classe I. Deve ser observado alguns fatores para a escolhas da forma de gerenciamento a ser adotados para a disposição final das embalagens plásticas, dependendo dos fatores econômicos, ambientais e sociais do empreendimento. Figura 18: Embalagens de Óleo Lubrificantes. Fonte: Programa Jogue Limpo, 2013 O Programa Jogue Limpo (Figura 19) é um sistema estruturado e disponibilizado pelos fabricantes, importadores e distribuidores de lubrificantes é compartilhada por toda uma cadeia de agentes que tem participação fundamental para o êxito do sistema de logística reversa de embalagens plásticas de lubrificantes pós-consumo, o consumidor pessoa física tem a responsabilidade de devolver a embalagem usada aos canais de comercialização, o comercio varejista deve receber as embalagens entregues pelo consumidor e armazená-las de forma adequada, em conjunto com aquelas geradas em seu próprio estabelecimento e aos comerciantes atacadistas cabe a responsabilidade de receber de seus clientes revendedores ou consumidores e armazená-las de forma adequada, em conjunto com aquelas geradas em seu próprio estabelecimento, disponibilizando-as para o serviço de recebimento itinerante ou encaminhando-as diretamente às centrais de recebimento.

51 50 Figura 19: Programa de Reciclagem de Embalagens de Lubrificantes. Fonte: Programa Jogue Limpo, Após a devolução pelo consumidor as embalagens plásticas elas são enviadas a Centrais de Recebimento, onde o material é prensado, armazenado e, posteriormente, remetido a uma recicladora, onde o material é triturado e, depois de submetido a um processo de descontaminação do óleo lubrificante residual, passa por extrusão para ser transformado em matéria-prima de novas embalagens e outros produtos plásticos, retornando à cadeia de produção, criando um ciclo virtuoso, que evita o desperdício de um material plástico derivado do petróleo e que se fosse jogado na natureza teria um período de degradação na faixa de 400 anos. A evolução na taxa de reciclagem das embalagens de óleo lubrificantes pode ser visto na figura 20 (PROGRAMA JOGUE LIMPO, 2013) Figura 20: Evolução do Programa Jogue Limpo. Fonte: Programa Jogue Limpo, 2013.

52 Lâmpadas Fluorescentes de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista O Edital de Chamamento para a Logística Reversa de Lâmpadas Fluorescentes de Vapor de Sódio e Mercúrio e de Luz Mista teve o seu prazo de recebimento de propostas concluído em novembro de 2012 atendendo ao Edital de Chamamento nº 01/2012, ocasião em que foram recebidas duas propostas, avaliadas pela equipe técnica do MMA. Iniciou-se então a fase de harmonização e negociação com o setor empresarial. Conforme cita Mourão e Seo (2012), a importação de lâmpadas em comparação a fabricação no país é muito mais, grande quantidade de lâmpadas no mercado brasileiro é oriunda de importações principalmente da China, fontes trabalham com os seguintes números em comum: Compactas fluorescentes 190 milhões/ano; Fluorescentes tubulares 95 milhões/ano e Fluorescentes compactas sem reator integrado 18 milhões/ano. Segundo dados da recicladora Ambiensys (2007), apenas 6% das lâmpadas descartadas passam por algum processo de reciclagem; aproximadamente 95% dos usuários pertencem ao comércio, indústria ou serviços; apenas 5% são residenciais; 10% dos municípios brasileiros dispõem seus resíduos domiciliares em aterros sanitários e aproximadamente 77% dos usuários brasileiros descartam lâmpadas fluorescentes queimadas em lixões, aterros industriais ou sanitários o que tem gerado grandes passivos ambientais. A legislação define que deve ocorrer a descontaminação das lâmpadas fluorescentes antes da sua disposição final, no Brasil existem 08 principais empresas responsáveis pelo serviço: Apliquim Brasil Recicle, Naturalis Brasil, Tramppo, Hg Descontaminação, Recitec, Sílex, Mega Reciclagem e RL Higiene. Um dos desafios é a logística da descontaminação é o custo que não é coberto pela venda dos resíduos sendo o valor da venda praticamente zero e para viabilizar a logística reversa, será necessário cobrar um Ecovalor, em torno de R$ 0,40 por lâmpada, que será destinado a uma entidade gestora, responsável pela destinação correta. Estudo recente da Abilumi e do Instituto ILOS (Instituto de Logística e Supply Chain) mostrou que a demanda no Brasil de lâmpadas com necessidade de logística reversa chega a 300 milhões de unidades. (MOURÃO E SEO 2012) Conforme Zavaris (2007) as lâmpadas usadas inservíveis (queimadas) devem ser colocadas, preferencialmente, na posição vertical. Caso não seja possível reutilizar as embalagens originais, deverá ser utilizado papelão, papel ou jornal e fitas adesivas para embalar as lâmpadas e protegê-las contra choques mecânicos que ocorrem no seu transporte. Após estarem embaladas individualmente, as lâmpadas devem ser acondicionadas em

53 52 recipiente portátil ou caixa resistente apropriada para o transporte, de forma a evitar a quebra das mesmas. Depois de embaladas, devem ser identificadas e encaminhadas para empresas de reciclagem licenciadas pelos órgãos ambientais competentes. O processo de tratamento de lâmpadas de mercúrio pode ser visto na Figura 21. Figura 21: Tratamento de lâmpadas com mercúrio utilizado na Apliquim Brasil Recicle. Fonte: Mourão e Seo, Mombach et. al (2008, p.3) relata que após a descontaminação das lâmpadas, os componetes podem ser utilizados da seguinte maneira: a poeira fosforosa pode ser reutilizada como material fluorescente na produção de novas lâmpadas ou como pigmento na produção de tintas. O vidro é utilizado na fabricação de contêineres não alimentícios, na produção de asfalto e, especialmente, como esmalte para vitrificação de cerâmicas. O alumínio tem um grande valor para comercialização como sucata, e pode ser reciclado infinitas vezes, sem perda de qualidade, contudo, o alumínio proveniente das lâmpadas fluorescentes não pode ser utilizado na fabricação de latas de alumínio para fins alimentícios, sendo sua principal aplicação para a produção de soquetes para novas lâmpadas. O mercúrio recuperado após a descontaminação das lâmpadas apresenta grande pureza, e pode ser utilizado na fabricação de

54 53 termômetros comuns ou também retornar ao ciclo produtivo de novas lâmpadas. A quantidade de mercúrio recuperada não é muito grande, mas qualquer quantia que deixe de ser jogado no ambiente, com certeza é significativa, devido a ser um metal tóxico onde já se conhece o potencial de contaminação por diversos acidentes já ocorridos por esse elemento Embalagens em Geral A proposta de acordo setorial para a destinação de embalagens em geral a ser apresentada deverá obedecer aos pressupostos da obrigação de destinação ambientalmente adequada dos resíduos sólidos, por meio de reciclagem, recuperação ou demais meios de destinação final ambientalmente adequada, preferencialmente em território nacional, ficando como dever dos fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e do poder público em implantar, de forma individualizada e encadeada, a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida de produtos. Os resíduos objetos da proposta desse acordo setorial são as embalagens que compõem a fração seca dos resíduos sólidos urbanos ou equiparáveis, exceto aquelas classificadas como perigosas pela legislação brasileira. A Tabela 05 apresenta as metas que devem ser implantadas progressivamente na logística reversa de embalagens em geral (MMA, EDITAL N 0 02/2012) Tabela 5: Metas para implantação progressiva do sistema de logística reversa de embalagens em geral. Fonte: MMA, Edital 02/2012. Em países da Europa principalmente, o governo começou com as leis em 1991, obrigando primeiramente apenas a reciclagem de embalagens de transporte dos bens, depois a embalagem secundária, que é a que envolve a primaria, até que se tornou obrigatório para qualquer tipo de embalagem, não sendo aplicada somente aos fabricantes, mas a todos os participantes do elo da cadeia. Com resultados após a aplicação da legislação, houve um índice de 86% de reciclagem sobre todas as embalagens em 1997, porém, com isso, aumentou a quantidade de plásticos, excedendo a capacidade do país de reciclar desequilibrando o

55 54 mercado de recicláveis. Aumentou assim, o número de embalagens retornáveis como meio de evitar os recicláveis. (Leite, 2003) Conforme destacam Adlmaier e Sellitto (2007) que a logística reversa no Brasil em relação aos aspectos ambientais parte da necessidade de atender à legislação para o transporte de produtos considerados perigosos, e deixam claro que o conceito de LR, que é a recuperação de valor dos itens, é diferente do de gestão ambiental, que se preocupa em recolher e processar rejeitos, refugos e resíduos de itens no fim de sua vida útil. Nesse contexto, as embalagens que são descartáveis, perdem grande parte do valor durante o consumo do produto, assim, a aplicação da LR tem a finalidade de retornar ou recolher e destinar o material, cujo valor se mantém após o consumo do produto recolocando o material novamente ao ciclo para extrair esse valor. Segundo Leite (2003), o uso de embalagens retornáveis protege mais os produtos, podem retornar ao fabricante como material reciclável no caso de não terem mais aplicação na empresa, são mais confiáveis para os sistemas de produção de alta velocidade de resposta (Just-in-time) e ecologicamente corretas. Além disso, as embalagens retornáveis estão sendo cada vez mais utilizadas, pois diminuem a geração de resíduos, custos com embalagens e descarte correto das mesmas. No Brasil ainda não existe um sistema de logística reversa para o retorno de todas as embalagens ao produtor para a sua correta gestão, mas está sendo encaminhada com o acordo setorial a criação de leis onde serão definidos objetivos, diretrizes e estratégias iniciando a mudança de cultura e atitudes de todos os entes envolvidos tornado a logística reversa não somente uma obrigação legal, mas também uma oportunidade de inovação na destinação dos resíduos Eletroeletrônicos O Edital de Chamamento para a Logística Reversa de Produtos Eletroeletrônicos foi aprovado na reunião do CORI de 19 de dezembro de 2012 A indústria de eletroeletrônicos de uma maneira geral tem como padrão, a prática de lançar frequentemente novos produtos com suas tecnologias, design e funcionalidades incrementadas, encurtando a vida útil média dos seus produtos, fazendo com que o consumidor mesmo tendo o seu equipamento antigo em pleno funcionamento, compre um produto novo. Tal comportamento tem como conseqüência a criação de um mercado de segunda mão, onde o equipamento ainda em funcionamento é informalmente vendido ou

56 55 doado para reuso. Cria-se assim o que chamamos de segunda vida útil para o equipamento eletroeletrônico que por vezes se estende a uma terceira, quarta ou quinta vida útil. Por falta da estrutura adequada de coleta e de informação a esse respeito, o consumidor brasileiro não tem o hábito de dar a destinação adequada a seus resíduos eletroeletrônicos e assim, depositam esse tipo de material junto ao resíduo comum ou em depósitos irregulares. Por outro lado, a persistência de uma cultura do reuso faz com que parte do material eletroeletrônico seja guardado, doado ou vendido. Os resíduos eletroeletrônicos são compostos por materiais diversos: plásticos, vidros, componentes eletrônicos, mais de vinte tipos de metais pesados e outros frequentemente dispostos em camadas e subcomponentes afixados por solda ou cola. Alguns equipamentos ainda recebem jatos de substâncias químicas específicas como mostra a tabela 06, para finalidades diversas como proteção contra corrosão ou retardamento de chamas. A concentração de cada material pode ser microscópica ou de grande escala e a extração de cada um deles exige um procedimento diferenciado tornando a reciclagem um processo complexo e com custo e um impacto. (ABDI, 2012). Tabela 6: Metais Tóxicos presentes nos REEE Fonte: ABDI, 2012.

57 56 Durante o período de tramitação da PNRS, algumas operadoras de telefonia móvel já começaram a receber de volta aparelhos, acessórios, baterias e carregadores a partir de Em 2009, estudo publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) reportava sobre a situação dos REEE em onze países em desenvolvimento, onde o Brasil era o país que relativamente mais produzia REEE, com uma média acima de meio quilograma per capita ao ano, cujo volume tende a continuar aumentando ao longo dos anos. A Figura 22 apresenta uma estimativa para a geração de resíduos eletroeletrônicos num horizonte até Figura 22: Estimativa da Geração de Resíduos eletroeletrônicos. Fonte: ABDI, Estatísticas afirmam que o Brasil produz meio kg de lixo eletrônico por habitante, são gerados no país 96,8 mil toneladas de lixo oriundos de PCs e monitores; 17,2 mil toneladas de sucatas de impressoras; 2.200,0 toneladas de descarte de celulares; 115,1 mil toneladas de refrigeradores e 137,0 mil toneladas de televisores (DEMETRIO & ROMANI, 2010). Por mais que se busque uma alta eficiência na recuperação e reciclagem de materiais dos resíduos eletroeletrônicos, o processamento sempre gera uma quantidade de rejeito cujo reaproveitamento é inviável e como ele é composto muitas vezes por elementos potencialmente perigosos, é necessário adotar medidas de minimização de seu impacto socioambiental. Ao contrário de outros tipos de resíduo, a valorização energética através da incineração para transformação de energia dos resíduos eletroeletrônicos não é recomendada pela presença de metais pesados como o cobre e o chumbo, que exigiriam o tratamento

58 57 especial dos gases da combustão e dos rejeitos da incineração, o que colocaria em risco a viabilidade econômica do processo (Franco, 2008). A opção que resta é a distribuição ordenada dos rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas para evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, e minimizar impactos ambientais adversos. Os rejeitos não devem ser descartados em bota-foras ou lixões a céu aberto, devido ao elevado risco de contaminação por ser classificados como resíduos perigosos e ser eliminados em áreas devidamente licenciadas para este fim observando normas operacionais específicas para evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, e minimizar impactos ambientais adversos. Segundo Moi et al. (2011), os fabricantes dos produtos eletroeletrônicos terão a responsabilidade pelo seu produto mesmo após o fim da sua vida útil, obrigando-se a promover a Logística Reversa, mas também, uma correta rotulagem ambiental para possibilitar a efetivação dessa logística (art. 7, inciso XV, da PNRS);, a fim de prevenir os perigos decorrentes da transformação do produto em resíduo (art. 31, inciso I da PNRS); e, ainda, obrigações financeiras para com a entidade gestora dos resíduos. Os comerciantes e distribuidores terão a responsabilidade de informar os clientes e consumidores no que tange à logística reversa e sobre os locais onde pode ser depositado o lixo eletrônico e de que forma esses resíduos serão valorizados, e aos consumidores e os utilizadores cabe a obrigação de colaborar com a gestão dos REEE, depondo, seletivamente, o lixo eletrônico nos locais identificados pelos comerciantes e distribuidores Medicamentos Conforme dados do Ministério do Meio Ambienta (MMA), diversas reuniões de trabalho tem ocorrido para sanar as dificuldades inerentes à cadeia da logística reversa dos medicamentos, que exige considerações especiais pelas dificuldades que encerra. Foi aprovado no dia 08 de agosto de 2013, o edital para elaboração de acordo setorial para implantação de sistema de logística reversa de resíduos de medicamentos pelo Comitê Orientador para Implantação dos Sistemas de Logística Reversa (CORI). O edital foi discutido e elaborado com a participação de diversos segmentos da indústria, ministérios membros do CORI (Meio Ambiente, Saúde, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Agricultura e Abastecimento e Fazenda) onde serão recebidas sugestões por um período de 120 dias onde serão ouvidas as necessidades e prioridades de todos os envolvidos no processo, com amplo diálogo e inclusão das entidades representativas do segmento, gerando

59 58 propostas para sistema de logística reversa que contemple todas as etapas do ciclo de vida dos medicamentos objetivando a destinação ambientalmente correta de medicamentos e suas respectivas embalagens, após o uso pelo consumidor. (MMA, 2013) O edital para o acordo setorial estabelece algumas metas a serem cumpridas, atingindo, até o quinto ano após a assinatura do acordo setorial, 100% dos municípios com população superior a 100 mil habitantes, no qual a destinação final ambientalmente correta adequada deverá abranger 100% dos resíduos recebidos. Outra meta é alcançar até o quinto ano, também após a assinatura do documento, pontos de coleta de medicamentos em todo o país. Nesse mesmo período, outro objetivo é recolher 3.79 kg de resíduos por mês, por ponto de coleta. (MMA, 2013) Dessa forma, com os acordos implantados e discutidos entre diversos segmentos responsáveis pela logística reversa dos medicamentos, a previsão é de uma proposta bem planejada levando em conta as dificuldades e limitações das indústrias na implantação do sistema, e a segurança da população e do meio ambiente por esse resíduo ser potencialmente tóxico onde não existem até agora nenhum tipo de controle para a sua destinação final. 2.6 Atividades Desenvolvidas no Município Buscando Melhorar a Logística Reversa e Gerenciamento de Resíduos Criação da Lei Municipal sobre resíduos da logística reversa No dia 7 de junho de 2011 foi realizada uma Audiência Pública no município de Não- Me-Toque para tratar sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Figura 23). O evento incrementou a programação referente ao Mês do Meio Ambiente. Durante a audiência, o promotor de justiça do município na ocasião Márcio Rogério de Oliveira Bressan falou sobre diversas leis relacionadas à responsabilidade ambiental e, em específico, sobre a Lei Federal , Artigo 33, de agosto de 2010, que torna os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes (seus resíduos e embalagens), lâmpadas fluorescentes (de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista), bem como de produtos eletroeletrônicos e seus componentes, obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor. Na ocasião, o Ministério Público deu prazo para que o município implantasse o sistema de logística reversa, além de ter convocado todos os representantes dos setores comercial,

60 59 empresarial, industrial e de serviços, explicando a todos como seria o funcionamento da lei e da própria logística reversa. Foi salientada a responsabilidade dos fabricantes e comerciantes, conforme determinado em lei, receber materiais como pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, ou seja, tudo que contenha substâncias que venham a prejudicar o meio ambiente e a saúde humana, não podendo ser descartados como os demais resíduos. Figura 23: Audiência Publica sobre a destinação de resíduos da logística reversa. Fonte: Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque/RS, Aos participantes foi explicado sobre os transtornos causados ao meio ambiente quando tais materiais não têm destinação correta e o porquê de se estar implantando à logística reversa de determinados materiais, pela iniciativa do Departamento de Meio Ambiente e juntamente com o Ministério Público, demonstrado na Figura 24.

61 60 Figura 24: Representantes da administração Municipal e Ministério Público. Fonte: Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque/RS, Durante a audiência, ficou determinado que os donos de estabelecimentos comerciais tivessem o prazo de 30 dias para começar a recolher os produtos que comercializam. Como resultado dessa audiência, em 29 de novembro de 2011 foi aprovada a Lei Municipal nº 3.974, que regulamenta as responsabilidades e procedimentos relacionados à logística reversa de resíduos especiais no município. A lei segue os moldes da Lei Federal nº de 02 de agosto de 2010 e obriga o comércio e a indústria a receberem determinados produtos pós-consumo para destinar ao fabricante ou dar um destino ambientalmente correto aos mesmos, sendo um dos primeiros municípios do Estado a regulamentar a destinação correta de resíduos especiais com potencial poluidor e que não podem ser descartados junto ao lixo doméstico. Os materiais relacionados na lei municipal são: pneumáticos; pilhas e baterias; lâmpadas; embalagens de tintas, solventes e óleos lubrificantes; equipamentos e componentes eletrônicos; resíduos de agrotóxicos e suas embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem contenha resíduo perigoso. Com a lei aprovada e em vigor, a Administração Pública que é o órgão responsável por fiscalizar visando orientar os representantes de todos os setores em relação à forma de proceder frente à lei municipal de logística reversa, está fazendo diversas campanhas de conscientização sobre a destinação dos resíduos como as campanhas já realizadas referente a

62 61 destinação dos resíduos eletroeletrônicos que são feitas anualmente e a campanha realizada no ano de 2012 para a destinação de lâmpadas fluorescentes I Fórum Regional de Logística Reversa Foi realizado durante a elaboração do Plano de Gerenciamento Integrado e Resíduos Sólidos Urbanos o I Fórum Regional de Logística Reversa no município de Não-Me-Toque (Figura 25), objetivando integrar os diversos setores econômicos nos debates sobre a importância da consolidação dos procedimentos definidos na PNRS. Na ocasião foram abertas ao publico sugestões para qualificação dos procedimentos de controle da aquisição de materiais, recomendações ao órgão ambiental estadual e manifestações quanto a necessidade de implantação da logística reversa. Figura 25: I Fórum Regional de Logística Reversa. Fonte: Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque/RS, Como resultado do Fórum, foram recomendadas as seguintes ações e atividades visando a consolidação das diretrizes da política nacional de resíduos sólidos em relação a Logística Reversa: Estimular acordos setoriais regionais entre o setor privado para implementação da logística reversa;

63 62 É muito importante para a implementação da Logística Reversa que os técnicos e fiscais, em conjunto com o Ministério Público recebam capacitação técnica e jurídica para a aplicação da mesma; Elaborar programa para gestionar junto ao órgão de saneamento a destinação adequada dos resíduos sanitários; Os Estados e a União deveriam auxiliar os municípios na elaboração dos projetos de captação de recursos; Recomendar ao CONSEMA a delegação ao município da atribuição para licenciar depósito temporário de tratamento e disposição de resíduos sólidos de construção civil e resíduos de varrição dos logradouros públicos; Considerando a importância dos poderes públicos na correta destinação dos resíduos, promover a inserção nos editais de compras de materiais dos municípios aspectos da legislação que trata da destinação dos resíduos do pós-consumo. Apoio a PEC que trata de incentivos tributários para a implementação da logística reversa. 2.7 Estudos de caso Logística Reversa: práticas e desafios aplicados ao Município de Frederico Westphalen, RS Mesmo a logística reversa ainda sendo pouco conhecida no Brasil se tem visto alguns estudos mais basicamente na área empresarial, onde ele se torna uma oportunidade de negócio pela diminuição no preço da destinação dos resíduos sólidos e aumentando assim o seu percentual de reciclagem. Já se têm visto em alguns casos de cidades com objetivo de levantar dados sobre o conhecimento da responsabilidade compartilhada pela logística reversa da população, poder público, dos comerciantes e distribuidores de lâmpadas fluorescentes, analisando dados relacionados ao conhecimento e manejo correto destino dos resíduos especiais, no caso, lâmpadas fluorescentes. Conforme Passini et al 2013, este estudo será implementado no Município de Frederico Westphalen/RS onde será estudados as praticas e desafios da Logística reversa de lâmpadas fluorescentes na cidade onde s e espera obter dados e informações sobre a situação que se encontra a pratica da logística reversa, e ao mesmo tempo, levar conhecimento sobre o

64 63 gerenciamento adequado dos resíduos sólidos (geração, segregação, acondicionamento, coleta e destinação final) para todos os responsáveis, comércio, fabricantes, órgão público e população. A pesquisa ainda está em andamento, onde, após a aprovação pelo Comitê de Ética da Universidade Federal de Santa Maria serão aplicados questionários destinados a população em geral, ao poder público e aos comerciantes, distribuidores e indústrias do município, para obtenção das informações quanto ao conhecimentos da legislação específica e quanto ao manejo adequado das lâmpadas fluorescentes e posteriormente implantar um programa de educação ambiental e conscientização sobre a problemática envolvida, propondo que a maioria das pessoas, e comerciantes do município ainda não conhecem ou se adequaram para a prática da Logística Reversa Logística Reversa para Lâmpadas Fluorescentes no Município de Franca, SP Outro estudo de caso encontrado onde ocorreu a implantação do sistema de logística reversa na cidade de Franca, SP, mas somente para as lâmpadas fluorescentes onde teve por objetivo a caracterização, descrevendo a importância da aplicação da logística reversa nas organizações, e expor resultados de um estudo sobre forma de coleta, seleção e transporte desse produto. Conforme Melo Júnior et al.(2013), foram apresentadas propostas de melhoria no processo atual de logística reversa aplicado ao setor, usando referencial teórico e estudo de caso, ajudando a padronizar todo o processo de maneira correta, diminuindo assim consideravelmente o volume de resíduos perigosos ao meio ambiente e a reintegração de todos os componentes da lâmpada fluorescente ao ciclo produtivo. A metodologia utilizada foi classificada como descritiva e aplicada no formato de estudo de caso onde foram utilizadas pesquisa bibliográfica, análise de documentos fornecidos pela Prefeitura de Franca e aplicação dirigida de questionário. As questões centrais do trabalho foram sobre a existência da aplicação de logística reversa para coleta de lâmpadas fluorescentes pós-consumo no município de Franca, SP, se era considerada eficiente e como é o processamento e destinação final. Foi analisada a questão do uso de canais reversos de distribuição para evidenciar como o processo representa uma forma de minimizar impactos ambientais dentro do segmento produtivo de lâmpadas fluorescentes.

65 64 Foi concluído que o processo existente não está totalmente adequado às necessidades representadas pelo atual volume de material coletado, cabendo ao poder público do município implantar melhorias na infraestrutura de transporte, armazenamento e produção de informações, direcionando principalmente ao setor industrial, onde é gerado um grande volume de lâmpadas de pós-uso, e ainda, otimizando o modo de coleta, movimentação e depósito de materiais, verificando seu correto acondicionamento e destinação final. 2.8 Métodos e materiais Local de estudo Como local de estudo foi definido o município de Não-Me-Toque e comercio em geral, caracterizado pela geração em potencial dos resíduos da logística reversa como oficinas, postos de combustível, depósitos de agrotóxicos, revenda de pneus, mercados, entre outros. O município de Não-Me-Toque, localiza-se no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, na microrregião do Alto Jacuí, com uma área territorial de 361,67 Km², com as seguintes confrontações: ao Norte Carazinho, ao Sul Lagoa dos Três Cantos, a Leste Santo Antônio do Planalto e a Oeste Colorado. O município situa-se na latitude Sul e longitude Oeste estando a uma altitude de 514 metros, conforme ilustra a figura 26. Figura 26: Localização do município de Não-Me-Toque/RS. Fonte: PGIRSU, 2013.

66 65 A população total do município é de habitantes, sendo residentes na área urbana e na área rural (IBGE, 2010). Na tabela 07 são apresentados os dados populacionais do município nos últimos seis censos realizados. Tabela 7: Dados populacionais do município de Não-Me-Toque/RS. Fonte: IBGE, A infraestrutura urbana do município encontra-se pavimentada com pedra irregular e asfalto, caracterizando-se por boa trafegabilidade. A topografia é relativamente plana, com desníveis pouco acentuados. O município é constituído por 16 bairros, um distrito e 17 comunidades situadas no interior. Quanto aos equipamentos urbanos o Município dispõe de três praças, seis ginásios sendo um poliesportivo. Os Bairros que compõe o município de Não-Me-Toque são Centro, Industrial, Martini, São João, Vila Nova, Santo Antônio, Jardim, Arlindo Hermes, Boa Vista, Viau, Ipiranga, Solano, Stara, Vargas, Ióris e Cohab. O único Distrito situa-se na localidade de São José do Centro. As dezessete comunidades do Interior são formadas por São José do Centro, Arroio Bonito, Bom Sucesso, Posse São Miguel, Linha Gramado, São João do Gramado, Linha São Paulo, Mantiqueira, Invernadinha, Linha Götz, Colônia Saudade, Rincão Doce, Colônia Vargas, Costa do Colorado, Cachoeirinha, São Roque e Vila Conceição. Segundo dados da Prefeitura Municipal a economia do município de Não-Me-Toque se apresenta diversificada, sendo composta por atividades industriais (84), comerciais (34) e se serviços (654). A matriz tributária é composta pela Indústria com 61,45% de participação, comércio com 16,94%, agropecuária com 16,85% e serviços com 4,73% conforme representado pelo gráfico da figura 27.

67 66 IFigura 27: Comparativo PIB municipal, estadual e federal. Fonte: Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque/RS. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança de vida, natalidade e outros fatores para os diversos países do mundo. Trata-se de uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente bem estar infantil. É utilizado para distinguir se o país é desenvolvido, em desenvolvimento ou subdesenvolvido, e para medir igualmente o impacto de políticas econômicas na qualidade de vida. O Idese (Índice de Desenvolvimento Socioeconômico) é um índice sintético, inspirado no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que abrange um conjunto amplo de indicadores sociais e econômicos, classificados em quatro blocos temáticos: educação; renda; saneamento e domicílios; e saúde. Na tabela 8 são apresentadas as principais informações referentes ao município. Tabela 8: Principais informações do município de Não-Me-Toque/RS. Fonte: Prefeitura Municipal de Não-Me-Toque/RS.

68 Levantamento de dados Para a obtenção dos dados de quantificação dos resíduos da logística reversa gerados no município, foi realizada inicialmente uma pesquisa com o uso de um roteiro com questões enviado a todas as empresas do município, tanto que fabricam como vendem produtos que geram resíduos da logística reversa. Os apontamentos descrevem o processo da empresa, como são destinados os resíduos, e informações de como são realizadas as etapas de logística reversa na empresa. Para a realização da pesquisa o formulário de perguntas foi estruturado em sete campos, o primeiro descrevendo as características das atividades da empresa, no segundo um inventário da geração dos resíduos, o terceiro qual a forma de acondicionamento, o quarto como é feita atualmente a destinação dos resíduos, a quinta qual a periodicidade da coleta para a destinação final, a sexta sobre quais são as dificuldades encontradas pela empresa na destinação dos resíduos da logística reversa, e por último um espaço aberto para sugestões que os empreendedores acham importantes para o melhoramento da logística reversa. O formulário encontra-se em anexo. Os questionários foram enviados via ou entregues pessoalmente as empresas durante os meses de setembro e outubro para as empresas de maior porte do município ou que foram identificadas como as que mais geravam quantidades significativas de resíduos para se ter uma maior representatividade dos dados. Estes foram enviadas para locais como borracharias, lojas de matérias de construção, postos de combustível, conserto de equipamentos eletrônicos, mercados, revendas de agrotóxicos e empresas metal mecânicas. Também foram enviados questionários para as empresas que prestam serviços de recolhimento de resíduos no município como por exemplo óleo lubrificante usado. Foram feitas também visitas em vários locais, com o intuito de verificar efetivamente se a legislação municipal e federal da logística reversa estão sendo cumpridas no município. Também foram utilizados os dados de campanhas de recolhimento de resíduos da logística reversa após criada a legislação municipal sobre o tema, realizadas nos anos de 2011, 2012 e 2013.

69 Resultados e discussões Diagnóstico da Gestão dos Resíduos da Logística Reversa Na tabela 09 é apresentada a relação da quantidade de respostas recebidas das empresas em comparação aos formulários enviados mostrando a representatividade da pesquisa. Vale destacar que a baixa representatividade apresentada nos questionários enviados às indústrias do setor metal mecânico não interfere na qualidade dos resultados da pesquisa, pois as empresas que responderam o questionário apresentam a maior produção do município e conseqüentemente a maior quantidade de geração de resíduos. Tabela 9: Questionário sobre geração de resíduos da logística reversa. Ramo de Atividade da Empresa Empresas no Município Formulários Enviados Formulários Respondidos Representatividade Pelos Questionários Revenda de Agrotóxicos % Postos de Combustível % Borracharias % Lojas de Material de Construção % Indústrias do Ramo Metal Mecânico 84* % Reparação de Equipamentos % Eletrônicos Prestadores de Serviço de Coleta % de Resíduos *Referente a todas as indústrias com alvará no município independente do ramo da atividade.

70 Dados gerais questionários O município de Não-Me-Toque foi um dos pioneiros em desenvolver legislação específica para a gestão dos resíduos da Logística Reversa através da Lei Municipal nº 3.974, de 29 de novembro de 2011, onde foram disciplinadas as responsabilidades e procedimentos relacionados à sua implementação para resíduos especiais. Foram considerados resíduos especiais quaisquer substância ou produtos descartados após qualquer tempo de uso, independente de sua validade, com potencial poluidor, de contaminação ao meio ambiente ou que contenham substâncias que possam causar danos ao meio ambiente, destacadamente os pneumáticos, as pilhas e baterias, as lâmpadas fluorescentes, as embalagens de tintas, solventes e óleos lubrificantes, os equipamentos e componentes eletroeletrônicos, os resíduos de agrotóxicos, contemplando seus resíduos e embalagens. Visando definir procedimentos adequados exigiu-se dos comerciantes, distribuidores e dos revendedores dos produtos geradores dos resíduos especiais previstos na norma municipal procedimentos adequados para acondicionamento, armazenamento temporário, coleta, transporte, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final ambientalmente adequada dos resíduos, bem como da coleta nos pontos de revenda e distribuição, também respondendo pelo passivo ambiental e pela recuperação de áreas degradadas quando causados por sua disposição inadequada. Para viabilizar soluções integradas os comerciantes e distribuidores dos produtos geradores de resíduos especiais comercializados no Município de Não-Me- Toque cadastram-se junto ao órgão ambiental municipal para o desenvolvimento de programas e ações integradas. Os comerciantes, distribuidores e revendedores dos produtos geradores de resíduos especiais comercializados no Município de Não-Me-Toque foram motivados a elaborar, conforme a Legislação Municipal, Planos de Gerenciamento de Resíduos, individuais ou coletivos, devendo contemplar a destinação ambientalmente adequada, de acordo com as normas técnicas, ambientais, de saúde e de segurança do trabalho vigentes, mas esse procedimento ainda não é observado no município. A aplicação do questionário teve por objetivo entender de que forma as empresas e a população do município de Não-Me-Toque estão se ajustando para o cumprimento da legislação ambiental referente aos resíduos passiveis de logística reversa. Foi obtido também como é apresentado na tabela 10 uma quantificação gerada anualmente no município dos principais tipos de resíduos da logística reversa.

71 70 Tabela 10: Quantificação da geração de resíduos da logística reversa. Quantificação da Geração de Resíduos da Logística Reversa Pilhas Baterias Tipo de Resíduo Lâmpadas Fluorescentes Pneus Óleo Lubrificantes Usado Embalagens de Óleo Embalagens de Agrotóxico Eletroeletrônicos Embalagens de Tinta e Solvente Quantidade Gerada Anualmente 5662 unidades 214 unidades 9040 unidades 1066 unidades litros unidades unidades 92 unidades 816 unidades Através do gráfico apresentado na figura 28 pode ser verificado um predomínio na geração de óleo lubrificante usado no município, fato que se explica devido ao grande numero de empresas no município do ramo metal mecânico onde a geração deste tipo de resíduo é muito grande, logo seguido pela geração de embalagens de agrotóxicos pelo município estar em uma região de grande produção agrícola. Figura 28: Geração anual de resíduos da logística reversa.

72 71 Pelas perguntas objetivas do questionário se obtiveram diversas respostas sobre como é feita a forma de acondicionamento desses resíduos, a destinação, periodocidade da coleta e as principais dificultades encontradas na destinação destes resíduos. Como forma de acondicionamento apresentado no gráfico da figura 29, a maior parte (28%) ocorre em tambores de 200 litros, principalmente neste caso o óleo lubrificante usado, onde também estão inseridos os tambores de outros tamanhos e bombonas. A forma de acondicionamento a granel (21%) ocorre para os pneus, latas de tintas e solventes e lampadas fluorescentes. Para o armazenamento em caixas entram os resíduos eletroeletronicos e embalagens de agrotóxicos. As embalagens de óleo lubrificantes se enquadram em acondicionamento em fardos e sacos plásticos. A forma de armazenagem de todos os resíduos foi respondida que acontece em local protegido, sendo assim de forma correta. Figura 29: Forma de acondicionamento dos resíduos. Foi observado que para a destinação dos resíduos predomina a destinação para empresas terceirizadas de coleta (39%), onde se enguadram o óleo lubrificante usado, as embalagens de óleo e as lampadas fluorescentes em algumas empresas. Foi verificado também uma grande quantia desses resíduos que são devolvidos ao fabricante (26%) prinipalmente de algumas revendas de pneus e lampadas que precionaram o fabricante a receber o residuo de volta e das embalagens de agrotóxicos onde o sistema de logistica reversa já está implementado. Também foi observado uma grande quantidade de resíduos aguardando coleta (17%), principalmente para os eletroeletronicos que dependem de campanhas e algumas revendas de lampadas, pilhas e baterias que não estão conseguindo devolver ao fabricante. Para a destinação a recilcagem (18%) entram os pneus de algumas

73 72 revendas que conseguem vender seu residuos para empresas recicladoras e as embalagens de tinta e solvente que são entregue a sucateiros. A figura 30 apresenta como é feita a destinação dos resíduos. Figura 30: Forma de destinação dos resíduos. A periodicidade de coleta conforme apresentado na figura 31 foi bastante dispersa devido a variedade de resíduos amostrados, como por exemplo a coleta de resíduos eletroeletronicos que ocorre com periodicidade anual somente nas campanhas, e o recolhimento de óleo lubrificantes pela empresa autorizada em todo o município e o devolvimento de embalagens de agrotóxicos ao fabricantes com periodicidade mensal. Figura 31: Periodicidade de coleta dos resíduos.

74 73 Os resultados do questinário referente a pergunta de quais eram as principais dificuldades encontradas na destinação dos resíduos da logística reversa conforme apresentado na figura 32, predominaram a dificuldade do fabricantes em receber o resíduos (50%), fato que já era esperado por ser um problema que afeta todos o tipos de resíduos, exceto as embalagens de agrotóxicos. Outro problema levantado é do alto custo para a destinação (35%), o que ocorre nas empresas que destinam lampadas e embalagens de óleo onde o resíduo não gera um valor comercial. Na questão referente a falta de conhecimento sobre o assunto pode ser verificado que no município devido as diversas campanhas desenvolvidas e programas de educação ambiental não é um problema significativo (15%). Figura 32: Principais dificuldades encontradas na implantação da logística reversa Visitas, campanhas de recolhimento e questionários. Serão apresentados dados referentes às visitas, campanhas de recolhimento já realizadas e de resposta aos questionários para cada um dos resíduos enquadrados na legislação municipal de logística reversa, destacadamente: pneumáticos; pilhas e baterias, lâmpadas, embalagens de tintas, solventes e óleos lubrificantes; equipamentos e componentes eletroeletrônicos Resíduos eletroeletrônicos No município de Não-Me-Toque, com a finalidade de estimular a população sobre a destinação correta dos resíduos eletroeletrônicos e também com o cumprimento da legislação

75 74 foram desenvolvidas no município três campanhas de recolhimento desses resíduos, para solucionar o problema da destinação inadequada como estava começando a acontecer, como constatado em diversas vistorias e notificações. A figura 33 ilustra os locais onde foram constatados depósitos irregulares de resíduos eletrônicos. Figura 33: Locais de disposição inadequada de resíduos eletroeletrônicos. Nos programas desenvolvidos pelo município foram cadastrados cerca de 390 pontos de geração, procedendo-se a coleta de equipamentos de informática usados, 867 aparelhos de telefonia, 904 eletrônicos e 157 equipamentos da linha branca, totalizando unidades que foram transportadas para a empresa terceirizada especializada nesse tipo de resíduos. No dia 24 de setembro do ano de 2011 foi realizada a primeira Campanha de Recolhimento de Resíduos Eletroeletrônicos - Mutirão do Lixo Eletrônico na qual foram recolhidos a vários itens eletroeletrônicos e linha branca que não tem mais utilidade, como materiais de informática, telefonia, televisores, videocassetes, aparelhos de DVD, rádios velhos, micro-ondas, geladeiras, fogões. Como esclarecimentos a população do município foram explicados as consequências destes resíduos quando misturados ao lixo comum, pois possuem substâncias tóxicas, que podem fazer mal à saúde e ao meio ambiente, e assim possibilitando uma forma de facilitar às pessoas que têm estes objetos em casa e que não sabem que destino dar o destino correto e também evitando a disposição em locais irregulares que estavam sendo constatados regularmente.

76 75 Foram disponibilizados para o recolhimento sete pontos espalhados entre escolas municipais da zona urbana e rural do município durante todo o dia nos turnos da manha e tarde e ainda um ponto principal de recolhimento situado na praça central do município onde ocorreu a maior quantidade de coleta. Depois do sucesso da primeira campanha de recolhimento de equipamentos eletrônicos foi organizada uma nova campanha no mês de maio de 2012, onde foi alcançada a expectativa de recolhimento como na primeira campanha, onde foram recolhidas 32 toneladas de equipamentos. Na segunda campanha foram recolhidas cerca de 20 toneladas, número um pouco maior que as expectativas, pois se achava que haveria um número bem inferior à campanha anterior, mas foi percebido que havia ainda muito passivo ambiental para ser descartado. Na campanha realizada em 2013 conforme ilustrado na figura 34, mais de equipamentos foram recolhidos, aproximadamente 24 toneladas, destacando principalmente os equipamentos de aparelhos de TV, vídeo cassetes e telas de computadores. Figura 34: Campanha de recolhimento de resíduos eletroeletrônicos. Com os resultados das campanhas de recolhimento dos resíduos eletroeletrônicos foram superadas as expectativas, dando um destino correto, e evitando o descarte em lugares indevidos, trazendo uma conscientização do cuidado necessário com o meio ambiente e criando um consciência prevencionista na população. O gráfico apresentado na figura 35 apresenta os dados quantitativos referentes às coletas de resíduo eletroeletrônico feitas no município.

77 76 Figura 35: Comparação das quantidades de resíduos recolhidos nas campanhas. O sucesso das campanhas se teve devido ao grande comprometimento da comunidade da população do município onde, entidades como a Associação Cultural Recreativa dos Estudantes Universitários (ACREU), Associação Comercial, Industrial, Agropecuária e Serviços (ACINT) e o Grupo Escoteiro Guardiões da Nascente de Não-Me-Toque, abraçaram a causa proposta e organizada pela Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente auxiliando no carregamento dos equipamentos para dentro do caminhão e orientação para a população durante a divulgação da campanha (Figura 36). Figura 36: Apoiadores da campanha de recolhimento de resíduos eletroeletrônicos.

78 77 Com relação aos questionários, foram encaminhados para os prestadores de serviço em conserto de equipamentos eletroeletrônicos, mas não pode ter um dado quantitativo confiável desses resíduos no município, sendo que grande parte da geração que foi observada nas campanhas que ocorreram da destinação da população em geral, pode se ter uma estimativa pela média das quantidades coletadas nos três anos anteriores que seria em torno de 25 toneladas, observando no entanto um aumento gradual ano a ano, somente extrapolado no primeiro ano por não ter ocorrido nenhuma campanha em anos anteriores. Foi observado através das vistorias nos locais que de prestação de serviço que há uma grande quantidade de material estocado em suas dependências, como pode ser visto na figura 37, isso ocorre pela população que após deixar o seu equipamento para reparo, quando não se tornado viável, acaba abandonado devido à dificuldade de destinação, causando um grave problema para os prestadores de serviço pela falta de espaço físico para o armazenamento e para a destinação. Figura 37: Armazenamento de resíduo eletroeletrônico. Em geral no município de Não-Me-Toque a destinação dos resíduos eletrônicos acontece de forma correta pelo poder público elaborar de forma freqüente a cada ano campanhas de recolhimento onde a população criou uma consciência ambiental e mantém seus resíduos eletroeletrônicos estocados em suas casas, evitando assim a disposição em locais irregulares que aconteciam com freqüência no município. Contudo, as empresas fabricantes não cumprem o seu papel na implantação da logística reversa e tão menos incentivos na elaboração de programas ligados a área ambiental e que orientem sobre como deve se proceder para a destinação de resíduos eletrônicos.

79 Lampadas Fluorescentes As lâmpadas fluorescentes são um dos maiores problemas na destinação, por estas não tem um valor comercial recuperável e viável para a manutenção de um programa de destinação e reciclagem, e com isso as empresas fabricantes não dispõem de incentivos para programas de logística reversa. No Município de Não-Me-Toque, frequentemente ocorreriam por falta de conhecimento da população o descarte dessas lâmpadas para a coleta dos resíduos domiciliares, onde posteriormente ocorriam diversas reclamações, pois o caminhão não as coletava e ficavam no passeio público onde acabavam sendo quebradas, conforme ilustra a figura 38, causando um grave risco de contaminação para a população e ao meio ambiente. As empresas revendedoras também pela falta de conhecimento não efetuavam a coleta das lâmpadas de seus clientes, e em muitos casos onde eles procuravam para devolvê-las, não era aceito. Figura 38: Disposição inadequada de lâmpadas fluorescentes. Com o propósito de resolver esse problema, durante a Semana do Meio Ambiente no ano de 2012, ocorreu a Campanha de Recolhimento de Lâmpadas Fluorescentes no município, que foi uma ação organizada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, visando solucionar o problema ambiental gerado pela destinação incorreta de lâmpadas, conforme é ilustrado na figura 39. Como resultados dessa campanha, foram coletadas cerca de 2,7 mil lâmpadas tanto de empresas privadas quanto da população local do município. A empresa que efetuou a coleta foi a Apliquim Brasil Recicle, empresa com experiência em descontaminação e reciclagem de lâmpadas fluorescentes, que dispõe de tecnologia avançada para recuperação de mercúrio em

80 79 seu estado liquido elementar, onde a empresa também possui sistema de gestão ambiental certificado pela ISO 14001, que foi uma questão observada devido à grande responsabilidade do município na destinação para uma empresa correta. Figura 39: Campanha de recolhimento de lâmpadas fluorescentes. No município de Não-Me-Toque se observou através dos questionários uma grande quantidade de lâmpadas utilizadas e descartadas no município. Foram obtidas as informações das quantidades das lâmpadas geradas e aonde que são armazenadas depois de inservíveis. As lâmpadas pequenas são dispostas em latões ou baldes, e as de maior tamanho na maioria das vezes nas suas próprias caixas de papelão. Os locais de disposição geralmente ficam em locais protegidos, conforme ilustra a figura 40, sendo comum o uso das próprias caixas de embalagem original. Essa medida é considerada eficiente, permitindo a proteção contra eventuais choques que possam provocar sua ruptura e consequentemente a contaminação do meio ambiente.

81 80 Figura 40: Locais de armazenamento de lâmpadas fluorescentes. Com as informações obtidas pelos questionários pode ser quantificada uma geração anual no município de aproximadamente lâmpadas fluorescentes. Este dado se mostra muito maior referente ao numero de lâmpadas destinado na campanha de 2012 na qual foram destinadas lâmpadas onde também foram coletadas as lâmpadas das empresas e indústrias do município. O gráfico apresentado na figura 41 demonstra a comparação do numero estimado pelo questionário pela quantidade coletada na campanha, esse dado mostra que as pessoas estão dispondo suas lâmpadas nas lojas revendedoras trocando a suas lâmpadas queimadas pelas novas, fazendo a sua parte na questão da logística reversa. Figura 41: Comparação da quantidade de lâmpadas fluorescente estimadas em questionário e recolhidas na campanha. Informações obtidas junto ao setor de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Não- Me-Toque, revelam que existe uma estratégia envolvendo logística reversa principalmente

82 81 depois das ações desenvolvidas pelo poder publico pela criação da Lei Municipal de Logística Reversa e da campanha de recolhimento de lâmpadas realizada no ano de As lâmpadas que são coletadas nas revendas são estocadas na maioria das vezes nos depósitos, não possuem local adequado para acondicionamento e por não ter uma data específica para a retirada, é gerado um acúmulo muito grande das mesmas no local de depósito. Isso pode provocar riscos às pessoas que circulam e trabalham no local. A empresa que efetua a coleta das lâmpadas executa o processo de separação dos itens que constituem a lâmpada fluorescente, possui pessoas treinadas e especializadas neste tipo de serviço, conforme as normas da ABNT e que usam todos os EPI s necessários, utilizando o Papa Lâmpadas, no qual o material íntegro é introduzido em um sistema fechado tubular, onde é triturado, e assim ocorre a separação dos materiais que podem ser reciclados como o alumínio e o vidro, e o vapor de mercúrio é adsorvido pelo carvão ativado deixando de causar risco de contaminação. Após o processo o pó de fósforo é comercialização para empresas de tintas. O mercúrio separado é enviado para indústrias farmacêuticas, enquanto que o vidro moído é destinado para as indústrias de cerâmica e construção civil. Finalmente, o alumínio pode ser enviado para indústrias que beneficiam esse elemento. No município de Não-Me-Toque após a campanha realizada tiveram alguns trabalhos educativos sobre a destinação de lâmpadas pós-consumo, os projetos são voltados para a população em geral e também ao setor industrial para o cumprimento das condicionantes referentes ao licenciamento ambiental, conforme apresentado no gráfico da figura 42 mostra que a maior parte das lâmpadas no município é gerada pela população onde devolvem as lâmpadas queimadas para as revendas do setor comercial e mostra certo equilíbrio com a geração no setor industrial. Entretanto, muitos empresários e a população em geral ainda desconhecem o mecanismo de recolhimento das lâmpadas fluorescente, deixando material nas calçadas para a coleta seletiva, mesmo com os programas de educação ambiental no município sobre a coleta seletiva deixa claro que é um resíduos que não pode ser coletado pelo sistema de coleta de resíduos urbanos.

83 82 Figura 42: Comparação da geração de lâmpadas no setor industrial e comercial. Embora existam muitos problemas ao analisarmos a logística reversa pós-consumo, uma pequena parcela de clientes já possui consciência sobre sustentabilidade e responsabilidade ambiental. Ao se dirigirem a uma loja para aquisição de uma nova lâmpada fluorescente, levam a usada para que seja feita a destinação correta deste produto. Contudo, ainda é verificada a dificuldade dos revendedores em destinar suas lâmpadas ao fabricante, foi observado que alguns revendedores conseguem devido ao fato de só comercializaram as lâmpadas de fabricantes que efetuam a coleta gerando assim uma estratégia para a operacionalização da logística reversa Pilhas e Bateriais No município de Não-Me-Toque por meio a audiência publica realizada no ano de 2011 ficou definido que todas as empresas do munícipio que vendem pilhas e baterias deveriam prover do seu recolhimento, com a implantação de coletores nos seus próprios estabelecimento, foi verificado por meio das vistas que está determinação está sendo cumprido pela maioria dos estabelecimento conforme demonstrado na figura 43.

84 83 Figura 43: Coletores de pilhas instalados em estabelecimentos comerciais. Se tem visto que somente os estabelecimentos de grande porte tem conseguido a devolução de suas pilhas e baterias ao fabricante, devido a grande quantidade que é comercializada e somente comercializam dos fabricantes que já estão implantando a logística reversa. Conforme os dados obtidos no questionário, são gerados no município cerca de unidades de pilhas e baterias por ano nas empresas e estabelecimentos comerciais principalmente os mercados onde contem os coletores de pilhas e baterias como definido na audiência pública. O comercio de pequeno porte e a população em geral tem a partir da iniciativa de uma instituição privada na qual foi criado o programa Papa Pilhas, desenvolvido pelo Banco Santander, recebe basicamente as pilhas alcalinas e baterias de telefones celulares, sem a discriminação de marcas para o recolhimento, e assim propõe uma abrangência maior de recolhimento destes resíduos. Contudo não foi possível estimar a quantidade que é destinada apenas do município, somente a informação que é coletada qualquer tipo de pilhas e baterias da população em geral, não aceitando de empresas devido à falta de espaço no coletor Oléo Lubrificantes usado e suas embalagens Todo óleo lubrificante gerado no município de Não-Me-Toque é destinado para a empresa IPS Indústria Petroquímica do Sul, que efetuara o tratamento desse resíduo através do processo de rerrefino, onde além de ser descontaminado, são resgatadas todas as propriedades do óleo básico novamente, podendo ser reutilizado como matéria prima do seu processo produtivo novamente. Contudo, ainda existe uma empresa que faz o recolhimento no município tanto na área urbana em locais onde ocorre a troca de óleo, como postos de combustíveis, oficinas

85 84 mecânicas, e também na zona rural onde foi informado que em diversas propriedades os próprios produtores rurais efetuam a troca do óleo de seus equipamentos agrícolas e estocam geralmente em tonéis ou em próprias embalagens utilizadas de óleo lubrificantes. A empresa é De Gasperi Transportes Especializados Ltda que presta serviço para a Indústria Petroquímica Do Sul na coleta de óleo lubrificante usado, e é Coletor autorizado ANP N 3, conforme figura 44. Figura 44: Coleto de OLUC no município de Não-Me-Toque. Conforme obtido nos questionários, a maior parte da geração de óleo lubrificante usado ocorre nas indústrias do município em relação às oficinas mecânicas e postos de combustível, gerando cerca de 7 mil litros mensais na industrias nas quais predominam as do ramo metal mecânico e 1,2 mil litros mensais nas oficinas e postos de combustíveis que efetuam a troca de óleo em veículos automotores, e entrando nesse numero também a coleta de óleo que é feita em áreas rurais onde os próprios agricultores efetuam a troca de óleo nos seus maquinários. A figura 45 mostra esse dado sobre a geração mensal no município. Figura 45: Comparação da geração mensal de OLUC.entre os setores estudados.

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