ÁFRICA: DE MUNDO EXÓTICO A PERIFERIA ESQUECIDA

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Jónatas Mendes Dinis
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1 ÁFRICA: DE MUNDO EXÓTICO A PERIFERIA ESQUECIDA

2 QUADRO FÍSICO F DO CONTINENTE Possui área total de 30,2 milhões de Km² (aproximadamente ¼ de todas as terras emersas do planeta). Encontra-se cortado pelo Equador distribuindo suas terras entre os dois hemisférios de forma equilibrada. Além do equador o continente encontra-se cortado pelo meridiano de Greenwich, determinando assim o centro geográfico do planeta. Parte do continente está entre o oriente e o ocidente. A vasta extensão do litoral africano (cerca de 27500km) e acompanhado de sua linearidade, com poucos recortes (poucas baias, golfos e penínsulas). Este ponto dificulta a fixação de portos.

4 QUADRO FÍSICO F DO CONTINENTE O relevo do continente retrata sua idade (muito antigo / pré-cambriano), onde os processos de desgaste e erosão são predominantes. Encontramos extensos planaltos cristalinos coesos intercalados por bacias sedimentares mais recentes e, principalmente, por extensas falhas tectônicas. Estas falhas encontram-se localizadas nos diversos e profundos lagos que encontramos no continentes.

6 QUADRO FÍSICO F DO CONTINENTE Outra marca deste sistema de falhas são os diversos vulcões extintos como o Kilimanjaro (5.895m), o Quênia (5.201m) e os montes Ruvenzóri. Além dos grandes lagos (formados nas fendas das falhas) temos os rios africanos que também se estabelecem nesta falhas. A hidrografia do continente é muito pobre, visto o clima seco predominante no continente. As principais bacias são: as do rio Nilo, que nasce no lago Vitória (uma falha geológica) corta boa parte do continente de Norte a Sul e desemboca no Mediterrâneo em formato de delta (6.670Km).

7 QUADRO FÍSICO F DO CONTINENTE O rio Congo, que nasce no sul do Congo, percorre em direção ao oeste, desembocando no Atlântico (4.400Km). O rio Niger é o menos extensos e nascendo no oeste da África e desemboca no golfo da Guiné (4.200Km). Notamos que o continente em sua porção central (em uma linha de nordeste a sudoeste) é constante açoitada por abalos sísmicos provocados pelos ativos falhamentos existentes.

10 O CLIMA AFRICANO O principal responsável pelas características climática da África são as baixas latitudes, visto que 80% do território continental está na faixa intertropical. As temperaturas médias abaixo de 20ºC no continente encontram-se nas extremidades Norte e Sul (clima mediterrâneo) e nas grandes altitudes. Outra característica do continente são os grandes desertos, dentre eles o Saara e o Kalahari. Para explicar a origem dos desertos que notamos no continente devemos enfocar, em primeiro lugar, as correntes frias que banham a costa atlântica Norte do continente (Corrente fria das Canárias) e a costa atlântica Sul (corrente fria de Benguela).

12 O CLIMA AFRICANO A convergência dos alísios possibilita que o clima seja extremamente úmido da faixa equatorial. Porém os contra-alísios não disponibilizam umidade nos trópicos, contribuindo assim para a formação dos desertos, em especial o Saara. O regime pluviométrico na África é o principal responsável pela composição da cobertura vegetal. As chuvas são poucas e concentradas em determinadas regiões e períodos.

14 Regiões Africanas Problemáticas O MAGREB Corresponde a porção oeste (ocidental) do Norte da África. Onde encontramos os seguintes países: Marrocos, Tunísia e a Argélia. Magreb significa onde o sol se põe. O relevo é montanhoso e o clima é o subtropical mediterrâneo. Atividades econômicas debruçadas sobre a especificidade climática(oliveiras e videiras).

16 Regiões Africanas Problemáticas O SAHEL Significa orla ou costa do deserto. É uma faixa de terra que se estende ao Sul do Saara de Leste (da Etiópia) a Oeste (ao Senegal). É a zona de transição entre o Deserto e a Savana. A baixa pluviosidade castiga a região e impõe forte sofrimento a população. A expansão de práticas agrícolas obsoletas estão potencializando a expansão do deserto sobre o Sahel. A atividade agrícola encontra forte dificuldade em atender a demanda alimentar das populações locais. Os fortes problemas econômicos dos países do Sahel é um fruto do passado colonial e das políticas econômicas mantidas pelas potências atuais.

18 Regiões Africanas Problemáticas O SAARA O maior deserto do continente e do planeta com aproximadamente Km². Tem sua origem ligada aos seguintes fatores A cadeia do Atlas que impede a entrada de umidade. A corrente marítima fria das Canárias. A existência de uma zona de alta pressão constante sobre o trópico de Câncer que corta o Saara, dispersando ventos (zona anticiclonal).

19 Regiões Africanas Problemáticas A expansão do deserto está intimamente ligado a ação humana no Sahel. As formas de conter a expansão do deserto são economicamente inviáveis a curto prazo (não dá lucro a curto prazo). A produção agrícola voltada ao mercado externo vem ampliando o desgaste dos solos, expansão do deserto e ampliação da fome no continente.

20 O SAARA

22 ESCASSEZ DE ÁGUA A HIDROGRAFIA E AS CONDICÕES CLIMÁTICAS DO CONTINENTE PROMOVEM UMA FORTE DIFICULDADE PARA A POPULAÇÃO DO CONTINENTE. AS ATIVIDADES AGRÍCOLAS TAMBÉM SÃO FORTEMENTE IMPACTADAS PELO STRESS HÍDRICO. Á ÁGUA TAMBÉM É UM DOS PIVÔS PARA OS CONFLITOS ENTRE OS PAÍSES E GRUPOS ÉTNICO-CULTURAIS DA ÁFRICA.

24 PROBLEMAS ATUAIS DO CONTINENTE AFRICANO

25 PROBLEMAS ATUAIS DO CONTINENTE AFRICANO ESCASSEZ DE ÁGUA. PROPAGAÇÃO DE DOENÇAS COMO A AIDS. CONFLITOS TRIBAIS E ÉTNICOS NA DISPUTA PELO PODER DE DIVERSOS PAÍSES. EXPANSÃO DO DESERTO, VISTO A DEGRADAÇÃO DA SAHEL. CRESCIMENTO DAS ATIVIDADES ILEGAIS COMO O TRÁFICO DE ÓRGÃOS E O CONTRABANDO DE PEDRAS PRECIOSAS. PARTICIPAÇÃO SIGNIFICATIVA NA COMPRA DE ARMAS NOS CIRCUITOS ILEGAIS. FLUXOS POPULACIONAIS EM DIREÇÃO A EUROPA E PARA O CONTINENTE AMERICANO. EXPANSÃO DO ISLAMISMO, EM ESPECIAL DE GRUPOS DE RADICAIS. A EXPANSÃO DOS CONFLITOS PELA POSSE DA TERRA LIGADOS A CONSOLIDAÇÃO DO AGRONEGÓCIO. A FOME COMO UM DOS GRANDE POTENCIALIZADORES DA BAIXA EXPECTATIVA DE VIDA DA ÁFRICA SUBSAARIANA

26 REGIONALIZAÇÕES DO CONTINENTE

27 PROBLEMAS SOCIAIS, CULTURAIS E ECONÔMICOS DO CONTINENTE * O PROCESSO DE DIVISÃO COLONIAL PELAS POTÊNCIAS EUROPÉIAS. OS CONFLITOS TRIBAIS RELACIONADOS AS NOVAS FRONTEIRAS E AO CONTROLE DA ÁGUA. A EXPANSÃO DAS DISPUTAS POR ÁREAS DE INFLUÊNCIA ENTRE CAPITALISMO E SOCIALISMO NO CONTINENTE DURANTE A GUERRA FRIA. A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS PRIMÁRIOS ATÉ EXAUSTÃO DO POTENCIAL PRODUTIVO. EXPANSÃO DO ISLAMISMO PRINCIPALMENTE NAS REGIÕES MAIS POBRES. A QUESTÃO RACIAL IMPLEMENTADA PELOS COLONIZADORES COMO FORMA DE POTENCIALIZAR O CONTROLE E A EXPLORAÇÃO (APARTHEID NA ÁFRICA DO SUL) DA MÃO-DE- OBRA LOCAL E EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS. GRANDE FLUXO DE REFUGIADOS EM FUNÇÃO DOS INTENSOS CONFLITOS E O GRANDE NÚMERO DE MORTOS.

30 O PROCESSO DE COLONIZAÇÃO e DESCOLONIZAÇÃO Os interesses dos europeus em explorar o continente potencializou uma fragmentação que não respeitou os limites territoriais dos diversos grupos étnico-culturais do continente. Estes novos territórios definidos pelas potências européias agrupavam diversos grupos (muitos deles rivais) dentro de um mesmo território. A maior parte do processo de descolonização foi iniciada após a segunda guerra mundial gerando uma eclosão de conflitos, guerras civis e intensos fluxos de refugiados. Porém os etnocídios são a marca principal do período, visto os diversos conflitos entre os grupos rivais pelo controle político dos país em questão. O fluxo de refugiados estabelece outro grave problema: a entrada de africanos na Europa e a ampliação de políticas xenofóbicas anti-imigração pelos Estados do velho mundo direcionadas aos africanos.

33 A EXPANSÃO DO ISLÃ NO CONTINENTE A PROXIMIDADE DOS CENTROS DE DIFUSÃO DA CULTURA ISLÂMICA POTENCIALIZARAM A PENETRAÇÃO DA RELIGIÃO PELO CONTINENTE. A PRESENÇA MAJORITÁRIA DOS ÁRABES NO NORTE DO CONTINENTE CANALIZOU E CONSOLIDOU A FIXAÇÃO DO ISLÃ NO CONTINENTE. A DISPERSÃO DOS OTOMANOS POSSIBILITOU A CONSOLIDAÇÃO DA RELIGIÃO PRINCIPALMENTE NO EGITO. O ISLÃ FOI UTILIZADO COMO FORMA DE CONTEXTAR A COLONIZAÇÃO EUROPÉIA.

35 COMO FORMA DE SE FIXAR OS GRUPOS RADICAIS ISLÂMICOS PROMOVEM MASSACRES SOBRES AS POPULÇÕES COMO FORMA DE ALCANÇAR O PODER. OS MASSACRES SÃO CONSTANTES, VISTO QUE A JIHAD (PARA OS GRUPOS RADICAIS) É O ÚNICO CAMINHO DE SE FIXAR UM GOVERNO BASEADO NOS VALORES ISLÂMICOS (SHARIA)

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