O Mercado de Títulos de Países. Emergentes nos Anos 90

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "O Mercado de Títulos de Países. Emergentes nos Anos 90"

Transcrição

1 O Mercado de Títulos de Países Emergentes nos Anos 90 Tema: Ajuste Fiscal e Dívida Pública Subtema: Dívida Pública Externa

2 1. Introdução O mercado internacional de títulos tem se mostrado a mais importante ferramenta de financiamento externo para os países emergentes desde o início dos anos 90. Antes disso, o principal instrumento de financiamento externo eram os empréstimos sindicalizados, os mesmos que tiveram seus pagamentos em atraso e sua restruturação depois das diversas crises da década de 80. O perdão parcial dessas dívidas em atraso e sua securitização a partir de 1990 se deu em um processo iniciado pelo então Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Nicholas Brady. Os empréstimos em atraso foram transformados em títulos e a participação dos investidores no chamado Plano Brady foi quase compulsória. Os títulos oriundos das negociações ficaram conhecidos como bônus Brady e até hoje representam o maior volume de títulos de países emergentes negociados no mercado secundário. No caso da dívida externa de responsabilidade do Tesouro Nacional, por exemplo, a dívida mobiliária externa representa 73% da dívida externa total. Ou seja, os títulos emitidos no mercado internacional correspondem a mais de dois terços dos recursos externos, ficando a dívida contratual junto a bancos, agências e organismos internacionais relegada a um papel secundário. Por outro lado, um dos aspectos mais marcantes da internacionalização das finanças é a crescente interdependência da variação de preços entre os ativos financeiros dos diversos países, denunciando que a sua avaliação tem refletido algo mais que os fundamentos econômicos que os suportam. As relações entre as nações têm mostrado influência além dos campos político e do comércio internacional implicando uma alta volatilidade 1

3 no mercado financeiro, o que afeta fluxos de capitais, taxas de câmbio e juros, demandando resposta por parte das autoridades nacionais na administração de crises e da própria volatilidade dos ativos para minimizar os efeitos negativos sobre a economia real. A literatura sobre crises financeiras em si, além de profícua, é fascinante e ao mesmo tempo controversa. Fascinante porque as discussões sobre bolhas especulativas, bulls e bears, manias, pânicos e crashes atraem desde os leigos até os grandes economistas, pela sua referência ao mundo real, grandes histórias sobre a especulação, perdedores e vencedores. Ao mesmo tempo em que é histórica, esta é uma vertente da economia voltada para o porvir, ao invés de aprender com os próprios erros, busca-se aprender a partir dos erros dos outros. Controversa, pois a interpretação sobre os episódios de crise jamais parece ser definitiva. Exemplo disso é a recente discussão sobre a bolha especulativa no mercado de tulipas holandesas em 1636, cuja existência, por um lado é defendida pelos historiadores em geral e, em especial, por Kindleberger (1996) e refutada, por outro lado, por Garber (1994) com base em uma análise econométrica que conclui que a elevação do preço das tulipas foi uma resposta do mercado aos fundamentos. Se essa discussão ressurge 360 anos depois do episódio, que se pode dizer da análise das recentes crises financeiras? Uma característica especial das crises ocorridas na segunda metade da década de noventa é a não contenção dos seus efeitos dentro das fronteiras dos países que as originaram. Sem dúvida, a moratória da dívida externa mexicana no início da década de oitenta foi o estopim para a redução do fluxo de capitais para a América Latina e deu início à famosa crise da 2

4 dívida externa cujos efeitos perduraram por mais de dez anos. Naquele episódio, as vítimas foram países em situação econômica semelhante, altamente endividados, com dificuldades nos balanços de pagamentos, tendo problemas para enfrentar a alta dos preços do petróleo e das taxas de juros norte-americanas [Kaminsky & Reinhart (1998) analisam as crises da região em perspectiva histórica]. O mesmo não se pode afirmar com tanta certeza a respeito da Crise do México em 1994/1995 [v. Krugman (1995) e Sachs et al. (1996)], da Crise Asiática em 1997 [v. Alba et al. (1998), Kaminsky & Schmukler (1999) e Mishkin (1999)], da Crise da Rússia em 1998 [v. Calvo (1998)], da desvalorização do Real brasileiro em 1999 [v. Goldman Sachs (1999)] e dos episódios menores de especulação que permearam essas grandes crises. As crises mais recentes não tiveram seus efeitos restritos a países fundamentalmente semelhantes, tampouco que apresentassem ligações estreitas entre si, de forma que a sua propagação global é, em si, um fenômeno à parte. Explicar o porquê da grande afetação dos preços dos títulos da dívida externa brasileira em meio à crise da Rússia de agosto de 1998 e a alta volatilidade dos retornos das bolsas dos países emergentes como um todo são apenas alguns exemplos do problema por trás da análise das crises recentes, inúmeros outros casos podendo ser citados. A parcela da literatura sobre o contágio financeiro concentrada no mercado de títulos em especial é pouco representativa. Um dos motivos para isso pode ser o fato de o mercado de títulos de países emergentes ter ganho um impulso significativo apenas depois da conclusão das reestruturações no âmbito do Plano Brady, cuja última negociação se deu em fevereiro de

5 Os mercados de ações e de câmbio, sem dúvida, fornecem possibilidades de trabalho melhores, na medida em que existem dados para épocas remotas, décadas atrás, permitindo avaliar os efeitos internacionais de um maior número de crises, além de dispor de períodos de calmaria substanciais, que podem servir de grupos de controle. A própria natureza dos títulos de renda fixa, com uma data determinada de maturação e a redução natural da volatilidade de seus preços ao passar do tempo, pode ser apontada, por outro lado, como outro fator de desestímulo ao desenvolvimento de artigos específicos no assunto. Alguns artigos que abordaram a questão dos títulos de países emergentes são os de Calvo e Reinhart (1996), Valdés (1997), Bazdresch e Werner (1999) e de Rigobon (2000). Nenhum desses, porém, tratou o mercado de bônus de países emergentes como seu único objeto de estudo, estendendo a análise para outros tipos de ativos financeiros e agregados macroeconômicos. Eichengreen e Mody (1998), por sua vez, concentram seu estudo no mercado de títulos de países emergentes a fim de verificar quais seriam os determinantes das mudanças nos spreads nos mercados primário e secundário de dívida. Sua conclusão vai na direção de que o sentimento do mercado joga um importante papel na determinação dos spreads no curto prazo, independentemente da situação dos fundamentos macroeconômicos. Os artigos citados acima forneceram uma intuição a respeito das mudanças nos padrões de comovimento entre os preços dos títulos nos momentos de turbulência. Contudo, a sua base de dados parece estar viesada, pois os autores se utilizam, na maioria das vezes, de séries de preços de títulos que, como se pretende mostrar nesse trabalho, não são 4

6 uma boa escolha a incorporar em modelos de mensuração de contágio, existindo melhores indicadores do valor dos títulos de países emergentes. É importante enaltecer que o comportamento das séries de preços de títulos é diferente do comportamento das séries de índices de bolsas e moedas, demandando tratamento diferenciado por parte dos estudiosos, o que não foi o caso dos artigos citados. Ademais, para a compreensão do porquê do contágio internacional, mesmo em situações em que os fundamentos macroeconômicos indiquem perfis de risco diferenciados, é importante analisar todas as variáveis levadas em consideração pelos investidores do mercado de títulos de países emergentes, antes de alegar que o aumento do custo de captação de recursos por parte do Brasil no exterior foi injustamente afetado, que foi um movimento irracional dos investidores. Expostos a importância do mercado de títulos para o financiamento dos países emergentes e os problemas advindos da imperfeita compreensão desses instrumentos e de seu mercado na análise das crises recentes, julgase necessária uma explanação a respeito das peculiaridades dos mesmos a fim de permitir a confecção de análises corretas do ponto de vista técnico. Isto posto, a intenção deste trabalho é fornecer uma breve introdução sobre os títulos de países emergentes propriamente ditos, seu mercado e os fatores que influenciam a variação de seus preços. Busca-se, paralelamente, enaltecer as diferenças entre esse mercado e os mercado de ações e moedas, em especial nas características que servem para mensurar e explicar a existência de contágio financeiro. 5

7 Para tanto, o artigo se divide em seis seções além dessa introdução. A primeira expõe os conceitos básicos dos instrumentos de renda fixa. A seção seguinte apresenta os participantes no mercado de títulos de países emergentes, os emissores e o processo de colocação de papéis de um lado, e os principais tipos de investidores de outro. A terceira seção trata das variáveis analíticas do mercado emergente, em especial aquelas relacionadas aos fundamentals e aos technicals, bem como os índices que servem de benchmark para o retorno nesse mercado. Em seguida são traçadas breves colocações a respeito do processo de classificação de risco soberano pelas agências de rating e sua influência na demanda por papéis de países emergentes. Na seção seguinte, descreve-se a história recente do mercado de títulos de países emergentes, desde a solução adotada como remédio para a crise da dívida dos anos 80 até as mais recentes operações externas dos países emergentes, passando por todas as crises do período, enaltecendo evidências e justificativas para a existência de contágio neste ou naquele episódio. A seção de considerações finais encerra o trabalho. 2. Instrumentos de Renda Fixa As variáveis principais que definem um bônus são: preço, prazo de maturação, cupom, freqüência do cupom, forma de pagamento do principal, além da moeda. O preço de um título é normalmente cotado em porcentagem do par (100%) ou em dólares por US$ ou por US$ (ou na moeda de denominação) e, idealmente, deve representar o valor presente dos fluxos de caixa que compõem aquele instrumento. O prazo de maturação é o tempo de vida remanescente do título até o seu vencimento, normalmente 6

8 medido em anos. O cupom é a taxa nominal de juros que incide sobre o principal devido do título a cada ano, podendo ser fixo, flutuante (LIBOR mais spread, por exemplo), variável (a taxa assume valores predeterminados ao longo da vida do título) ou mesmo zero (os chamados bônus de desconto puro ou zero-coupon bonds). A freqüência do cupom determina se os juros são pagos mensalmente, semestralmente ou anualmente. A forma de pagamento do principal define o processo de amortização do papel. A forma mais comum é a amortização do título bullet, ou seja, uma única parcela paga na data de maturação do título. Existem outras formas, como a amortização em parcelas iguais depois de um período de carência, parcelas pequenas ao longo da vida do título seguidas de uma parcela mais significativa na data de vencimento do título, e inúmeras outras modalidades de amortização. A moeda define a denominação do principal e dos juros, em que moeda estes devem ser pagos. O mais comum é que ambos sejam pagos na mesma moeda, ienes por exemplo. Existem porém títulos mais exóticos, como os chamados dual-currency-notes, que pagam principal e juros em moedas diferentes. Um título é, portanto, como se fosse um empréstimo comum, uma promessa de pagamento futuro, com uma taxa de juros, um prazo e um vencimento. A diferença é que o primeiro encontra um mercado secundário organizado, podendo ser inclusive listado em bolsa, e geralmente goza de senioridade frente às demais dívidas do emissor, enquanto o empréstimo tem um mercado secundário mais escasso e pode apresentar diferentes características de subordinação diante dos demais débitos do emissor, além de atingir um número menor de investidores em potencial. 7

9 Os bônus emitidos internacionalmente se diferenciam dos outros ativos financeiros como ações, moedas e commodities em diversos fatores. De especial interesse nesse trabalho são o método de precificação e a negociação dos mesmos. Ao contrário dos demais ativos financeiros, o preço de tela de um título não representa o preço que o investidor irá pagar ou receber (Elton e Gruber, 1995:526). O valor de liquidação das operações embute a cotação do título ajustada pelas amortizações já realizadas, mais os juros pró-rata devidos desde o último pagamento de cupom. Um exemplo ilustra bem essa característica especial dos títulos que, dentre outros motivos, justificará a adoção de um índice de retorno total na análise da existência de contágio, como será descrito mais adiante. Tome-se, por exemplo, o título Par Bond do Brasil, que paga 6% a.a. de cupom semestralmente, nos dias 15 de abril e 15 de outubro de cada ano, e tem amortização do tipo bullet. Suponha-se que no dia 12 de agosto de 2000, esse título estivesse sendo negociado a US$ cada US$ de valor de face e houve uma operação de venda do mesmo. A liquidação da operação se dá, via de regra, em D+3, ou seja, 3 dias úteis depois de efetuada a transação. Assim, o comprador deverá recompensar o vendedor pelos juros devidos desde a última data de pagamento do cupom até a data da liquidação da transação, 15 de agosto no caso, pois na próxima data de pagamento ele estará recebendo a parcela de juros integralmente. O preço de venda do título será, portanto: 120 6% $ 67 + $100 = $ O segundo termo da equação acima fornece o cálculo dos juros prórata. Segundo a convenção de contagem de dias utilizada no caso do Par 8

10 Bond brasileiro 1, haviam sido decorridos desde a última data de pagamento de cupom até a data da liquidação 120 dias. Como o semestre, nessa convenção, tem 180 dias, divide-se 120 por 180 para encontrar a parcela dos juros à qual o vendedor tem direito a receber. Em seguida, toma-se a taxa nominal do cupom, 6%, e divide-se por 2, que é o número de pagamentos de juros ao longo de um ano. Os juros, nesse caso, são simples e não compostos. O produto desses dois termos é multiplicado por $100.00, que é o valor de principal devido do título, e chega-se ao valor de US$ 2.00 que devem ser pagos pelo comprador a título de juros acumulados. Elton e Gruber (1995) notam a diferença entre a base de cotação de ações e bônus. A ação é cotada ao preço de negociação e, quando um empresa paga dividendos aos acionistas, o preço da ação se reduz a fim de se ajustar ao evento. Isso não é verdade no caso dos títulos que, imediatamente após o pagamento de juros, o preço se mantém estável e os juros acumulados retornam a zero. Assim, os preços dos títulos não são uma referência apropriada do seu valor real, uma vez que as taxas de cupom são diferenciadas entre os papéis, não permitindo a comparação pura e simples entre os preços de dois bônus semelhantes de um mesmo emissor, com cupons diferentes. Um título pode, também, ser encarado como uma cesta de fluxos de caixa predeterminados distribuídos ao longo do tempo. Invocando a teoria do valor do dinheiro no tempo da matemática financeira, podemos afirmar que o 1 Existem diversas convenções de contagem de dias no mercado de títulos em geral. No caso do Par Bond e da maioria dos títulos Globais, considera-se um ano com 12 meses de 30 dias cada, o que caracteriza o método de cálculo 30/360. Outras convenções consideram dias corridos e anos de 365 dias, dias úteis e anos de 252 dias úteis, e diversas outras variações do mesmo tema. Não é importante para o objetivo do trabalho, entretanto, entrar no detalhe dessas convenções. 9

11 preço nada mais é que o valor presente dos fluxos de caixa de um título descontado às taxas de mercado para cada período. O rendimento de um título de renda fixa se dá de duas maneiras: o juro nominal pago a cada período (cupom) e o ganho de capital oriundo da variação entre o preço de compra e o seu valor do papel no vencimento, que é 100% ou o par. A combinação dessas duas fontes de ganho nos fornece a primeira e mais importante das ferramentas analíticas no mercado de títulos, a yield-to-maturity (YTM), ou rendimento até o vencimento. A YTM é a taxa interna de retorno do investimento em um título, ou seja, aquela taxa que iguala o preço do título hoje à soma do valor presente de todos os fluxos futuros. Matematicamente, tomando o preço p e os fluxos de caixa no período i C i como parâmetros, a YTM é o y que resolve a seguinte equação: n C1 C 2 C3 C N Ct M p = = N t n (1 + y) (1 + y) (1 + y) (1 + y) t= 1 (1 + y) (1 + y) A relação entre o preços de um título e sua yield-to-maturity não é linear, mas sim convexa, de forma que, no limite, tangencia os eixos conforme ilustra a figura 1 a seguir. A convexidade ali mostrada implica que o preço do título sobe a uma taxa crescente com a redução da YTM, e cai a uma taxa decrescente com o aumento da YTM, o que, obviamente, é uma característica positiva. Fabozzi, Pitts e Dattatreya (1997) chamam a atenção para o fato de que dada relação preço/yield só é válida para um ponto no tempo. Com o passar do tempo, dois fatores vão afetar o preço do título: os movimentos nas taxas de juros e o acúmulo dos ganhos/perdas de capital no caso dos títulos com preços diferentes do par. 10

12 Figura 1 Relação entre Preço e Yield bônus de 20 anos, 6% de cupom Preço Fonte: Fabozzi (1997) Outro conceito de rendimento importante no caso dos títulos de países emergentes é a stripped yield to maturity, utilizada na análise daqueles títulos que possuem garantias de principal e juros a fim de verificar o retorno da parcela referente ao risco soberano. A diferença para a YTM é que, no caso de garantia de principal, se subtrai do preço o valor da garantia (normalmente um título do Tesouro dos EUA) e se desconsidera o pagamento de principal no vencimento (Garantia, 1995). Esse indicador é especialmente útil no caso dos títulos Par e Discount dos diversos países emergentes emitidos sob a égide do Plano Brady. Existe ainda a current yield, que é uma medida do retorno de um título em um ano, mantido o preço constante. Ou seja, considera-se apenas o ganho relativo ao recebimento do cupom. Seu uso é limitado, mas pode ser a diferença motivadora da escolha entre dois títulos de mesma YTM e demais características. Sua fórmula é dada por: % 5% 6% 7% 8% 9% Yield Current Yield = Taxa do Cupom Preço de Mercado Outra medida de retorno importante no mercado de títulos de países emergentes é o chamado spread over Treasury, ou prêmio sobre o título do Tesouro. O spread é o diferencial da YTM do título em análise e a YTM do 11

13 título do Tesouro do país onde esse título foi emitido de prazo equivalente, supostamente o ativo livre de risco naquela economia. O título do Tesouro, no caso, é tido como o instrumento de risco de crédito zero nos países desenvolvidos, de forma que o spread over Treasury é uma medida do prêmio de risco, o retorno em excesso cobrado do emissor do título de menor qualidade. Imagine-se o título brasileiro Global 2030, denominado em dólares e com uma YTM de 13%. Tome-se, então, o título do Tesouro dos EUA (referência para o mercado de dólares) com mesma maturação e que rende 6% até o vencimento. O diferencial das yields é de 7%, ou 700 bp (basis points, ou 0,01 ponto percentual), que vem a ser justamente o spread do título brasileiro sobre o título americano de prazo semelhante. De posse das YTM para títulos de diferentes prazos, pode-se construir o que se chama estrutura a termo das taxas de juros de um país, ou curva de rendimentos, ou ainda yield curve. A yield curve mostra o suposto custo de captação do país nos diferentes prazos. A curva de rendimentos do Brasil, hoje, no mercado de euros, por exemplo, é formada por 8 títulos. Esses papéis têm vencimento em 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 e Cada qual apresenta preços e yields diferentes dos demais, mas também, cada um indica o quanto o Brasil deveria, idealmente, pagar de juros ao efetuar novos lançamentos naqueles prazos. A yield, depois de emitido um título, se encontra no nível determinado pelo mercado, de forma que se torna referência para novas operações. A figura a seguir mostra a yield curve brasileira no mercado de euros. 12

14 Figura 2 Yield Curve Brasileira Títulos denominados em Euros 11% 10% YTM 9% 8% 7% 6% Fonte: Bloomberg, em A yield e o spread são medidas de retorno de um instrumento de renda fixa. Como na teoria de carteiras 2 se trabalha no espaço risco versus retorno, julga-se apropriado discorrer brevemente sobre as medidas de risco dos títulos de renda fixa Vencimento A data de maturação representa um risco não propriamente financeiro, mas relativo à capacidade de pagamento do emissor. Um título da vence dois meses depois de uma eleição presidencial apresentará, potencialmente, um risco maior de não pagamento do que um outro título de características semelhantes com maturação anterior à eleição, pois este não embute o risco de descontinuidade do governo e de uma eventual moratória como ato político. O diferencial entre as YTM dos dois papéis será tão maior quanto menor for a percepção de estabilidade política no país. Das variáveis financeiras consideradas na avaliação de risco, as mais importantes são a duration e a convexity. Utiliza-se com menor freqüência, também, o conceito de vida média, que leva em consideração os diversos pagamentos de principal efetuados ao longo da vida do título ponderados 13

15 pelos períodos de ocorrência da amortização (válido para os casos de títulos com amortização, em oposição àqueles do tipo bullet). Fabozzi (1997) afirma que a duration de um título pode ser interpretada com a mudança percentual aproximada do preço de um título para um movimento de 1 ponto percentual na taxa de juros 3. Em outras palavras, a duration reflete o quanto o título se valorizará ou desvalorizará diante de uma mudança pontual na sua yield to maturity. Uma definição mais rigorosa do ponto de vista matemático é que a duration é a primeira derivada da função preço/yield. Outra definição é temporal, a duration representa a média do número de anos que faltam para resgatar o título ponderada pelo valor presente de cada fluxo de caixa. Apesar de as três estarem corretas, a primeira definição é a que faz mais sentido do ponto de vista do investidor ou do administrador de carteira. Assim, um título com duration de 6 (anos), por exemplo, valorizará 0,06 ponto percentual se a sua yield to maturity (anual) se reduzir em 0,01 ponto percentual. Um título de duration 5, por outro lado, se valorizaria menos (0,05 ponto percentual), mas também, em caso de alta dos juros, se desvalorizaria menos. O segundo título, portanto, apresenta risco menor. Essa aproximação da duration se faz menos precisa para mudanças maiores nas taxas de retorno como mostrar-se-á mais adiante. 2 A moderna teoria de carteiras tem origem no artigo de Harry Markowitz, Portfolio Selection, Journal of Finance 7(1), março de O conceito de duration vem do artigo de Frederick Macaulay Some theoretical problems suggested by the movements of interest rates, bond yields and stock prices in the United States since 1865, NBER, 1938, e por isso a duration comum é conhecida como Macaulay duration. 14

16 O cálculo da duration leva em consideração o preço do título, o número de fluxos, e o valor presente de cada um dos fluxos de caixa. A fórmula é: n P 1 FCtt Dur = = t y (1 + y) t = 1 (1 + y) Onde FC t é o fluxo de caixa do período t, P é o preço do título ou a soma do valor presente de todos os fluxos de caixa, e y é a YTM. Esta, na realidade, é a chamada modified duration, mais utilizada correntemente, que guarda a seguinte relação com a Macaulay duration: Macaulay Duration Modified Duration = 1 + y k Conforme mencionado anteriormente, a duration é uma aproximação para a mudança nos preços dada uma mudança na yield que é válida para pequenas variações da taxa. Como a relação preço/yield não é linear, a primeira derivada não basta para aproximar a variação. A figura 3 a seguir mostra o porquê desses erros de estimativa. Figura 3 Estimativa da Mudança do Preço com base na Duration Preço Real Preço Erros de estimativa feita exclusivamente com base na duration Preço Estimado Yield Fonte: Fabozzi (1997) A convexidade da relação, portanto, também deve ser levada em consideração na estimação da variação dos preços diante de uma mudança na taxa de retorno do título. Não por acaso, o indicador que mensura essa 15

17 mudança de segunda ordem é chamado convexity. Conforme mencionado anteriormente, um título com alta convexity tende a se valorizar mais rápido e se desvalorizar mais lentamente do que outro com menor convexity. A convexity pode ser interpretada como a segunda derivada da relação preço/yield. A fórmula para o cálculo da convexity é a seguinte: n 2 FC t ( t + t) 2 t 1 P 1 t = 1 (1 + y) C = = 2 2 n P y (1 + y) FCt t t = 1 (1 + y) A aproximação da variação do preço de um título considerando a duration e a convexity, portanto, é dada pela seguinte relação: P 2 = Duration y + Convexity y y Pela fórmula se percebe que o segundo termo é sempre positivo, independente da direção da mudança da taxa 4. Por isso, a convexity sempre afeta positivamente o preço do título, sendo uma característica bastante desejável dos títulos de renda fixa, do ponto de vista do investidor. Além dos instrumentos de risco e retorno analisados, os títulos de renda fixa de países emergentes possuem certas características relacionadas ao mercado em que são emitidos. As diferenças são sutis em termos puramente técnicos, mas se mostram importantes no que se refere ao tipo de investidor final e na liquidez dos mercados. 4 Em verdade, isso é só é válido para títulos sem opções, que sempre apresentam convexity positiva. Papéis com opção de call, por exemplo, apresentam convexity negativa. Não é a intenção dessa dissertação, contudo, entrar no detalhe da mensuração de risco de papéis com opções. Uma referência apropriada para o estudo do assunto é Fabozzi (1999). 16

18 O mercado global, ou mercado de eurodólares 5, pode ser tratado como o mais importante e mais líquido dos mercados para títulos de países emergentes. Como o próprio nome sugere, pode ser negociado globalmente, com poucas restrições, e é emitido e negociado fora da jurisdição de qualquer país específico (Steward e Greshin, 1997). O mais importante é que é nesse tipo de instrumentos que os grandes investidores institucionais com base nos Estados Unidos aplicam seus recursos em países emergentes. Isso aufere aos países a possibilidade de emitir títulos com prazos superiores a 30 anos, o que amplia o leque de opções em termos dos instrumentos de financiamento adotados. A maioria dos títulos globais é denominada em dólares, apresenta resgate do tipo bullet, paga juros semestralmente e apresenta volumes superiores a US$ 1 bilhão. O mercado de eurobônus denominados em moedas européias, por sua vez, não é tão desenvolvido nem tão líquido quanto o mercado de eurodólares. Os volumes emitidos nos mercados dos países europeus são mais modestos, normalmente inferiores a EUR 1 bilhão e de prazo mais curto, não superior a 10 anos, com algumas exceções. O perfil dos investidores também é diferente, predominando o mercado de varejo no qual o investidor compra o título e o retém até o seu vencimento, com pouca participação relativa de investidores institucionais. Espera-se, contudo, que com o desenvolvimento do mercado e consolidação do euro como moeda 5 Na realidade, existiam diferenças entre os bônus globais e os eurodólar. Originalmente, os bônus do mercado eurodólar não podiam ser vendidos originalmente a investidores americanos, por não estarem registrados junto à Securities and Exchange Comission dos EUA. Contudo, com a emissão do primeiro bônus global em 1989 pelo Banco Mundial, com características que uniam o mercado eurobônus com as exigências do mercado doméstico dos EUA, deu início ao processo que, praticamente, eliminou a segmentação entre os dois mercados. O prefixo euro deveria significar offshore, mas o que 17

19 única da União Monetária Européia, o mercado europeu venha a se assemelhar ao global. Os chamados bônus Samurai são os títulos denominados em ienes emitidos no mercado doméstico do Japão por entidades estrangeiras. O mercado Samurai apresenta liquidez ainda menor do que o europeu, de modo que praticamente inexiste mercado secundário para tais papéis. Depois de alguns problemas financeiros enfrentados pela economia japonesa, o mercado Samurai vem se recuperando e se firmando como a opção mais barata de financiamento para países emergentes em termos absolutos, dadas as baixas taxas de juros na terra do sol nascente. Os prazos dos títulos de países emergentes têm se estendido até 5 anos, sempre em volumes modestos, em torno do equivalente em ienes a US$ 500 milhões. Outros mercados pouco utilizados ultimamente por países emergentes, mas também de importância, são o mercado doméstico dos EUA (Yankee) e o chamado mercado Bulldog, o mercado doméstico de títulos na Inglaterra. Diante da maior liquidez do mercado global e da maior disponibilidade de instrumentos analíticos e de fontes de precificação, considera-se prudente restringir neste estudo, sem grandes perdas, a análise aos títulos de países emergentes emitidos nesse mercado. Finalmente, é oportuno traçar as pequenas diferenças entre os bônus globais e os títulos Brady. Os bradies, também denominados em dólares na sua maioria, tiveram sua origem na reestruturação da dívida de diversos países. Para que alguns detentores originais das dívidas externas desses países aceitassem reestruturar seus créditos, foi necessário oferecer uma ocorre hoje é que os bônus globais são um tipo especial de eurobônus que pode ser 18

20 gama de opções, dando origem a complicadas estruturas para os papéis. Os prazos são longos e os volumes bastante expressivos. Alguns títulos, como o C-Bond brasileiro, apresentam capitalização, ou seja, parte dos juros é incorporada ao principal, de forma que o saldo devedor aumenta ao longo de um certo período. Isso leva a complexas convenções de cotação de preços. Outros títulos apresentam amortizações ao longo de sua vida, o que não é uma característica propriamente desejável pois aumenta o capital investido exposto ao risco de reinvestimento. As taxas de cupom dos bradies, levando em conta que a maioria foi emitida com desconto, são artificialmente baixas, o que aumenta a parcela do rendimento ligada ao ganho de capital, reduzindo a current yield. Alguns bradies apresentam taxas de cupom flutuantes com relação à LIBOR, dificultando a correta precificação dos mesmos pelos agentes do mercado. Os títulos Brady carregam consigo o estigma da reestruturação, de dívidas que já foram sujeitadas a moratórias e não pagamentos. Mais do que uma má lembrança, essa característica impede que alguns grandes investidores possuam bradies em suas carteiras, seja por motivos legais (como as companhias seguradoras dos EUA), seja por orientação interna às instituições. Assim, o comprador potencial de um bônus global não necessariamente é comprador de um título Brady, havendo uma diferenciação na base de investidores. Por fim, o fato de alguns bradies apresentarem garantia de pagamento de principal e de algumas parcelas de juros afasta uma série de investidores interessados em investir no risco exclusivo do país. No caso do Discount negociado nos Estados Unidos. (Steward e Greshin, 1997). 19

Precificação de Títulos Públicos

Precificação de Títulos Públicos Precificação de Títulos Públicos Precificação de Títulos Públicos > Componentes do preço > Entendendo o que altera o preço Componentes do preço Nesta seção você encontra os fatores que compõem a formação

Leia mais

República Federativa do Brasil Ministério da Fazenda PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS

República Federativa do Brasil Ministério da Fazenda PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS PRECIFICAÇÃO DE TÍTULOS PÚBLICOS Componentes do Preço; Entendendo o que altera o preço. Componentes do Preço O objetivo desta seção é apresentar ao investidor: os fatores

Leia mais

TRABALHO DE ECONOMIA:

TRABALHO DE ECONOMIA: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE ITUIUTABA - FEIT INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO E PESQUISA DE ITUIUTABA - ISEPI DIVINO EURÍPEDES GUIMARÃES DE OLIVEIRA TRABALHO DE ECONOMIA:

Leia mais

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 1/18 Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 2/18 Módulo 4 - Princípios de Investimento Neste módulo são apresentados os principais fatores para a análise de investimentos,

Leia mais

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha

ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Introdução: economias abertas Problema da liquidez: Como ajustar desequilíbrios de posições entre duas economias? ECONOMIA INTERNACIONAL II Professor: André M. Cunha Como o cada tipo de ajuste ( E, R,

Leia mais

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA. Renda Fixa Plano B 124,0 % 10,0 % Renda Fixa Plano C 110,0 % 9,1 % Selic 71,0 % 6,5 %

ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA. Renda Fixa Plano B 124,0 % 10,0 % Renda Fixa Plano C 110,0 % 9,1 % Selic 71,0 % 6,5 % ENTENDENDO COMO FUNCIONA A RENDA FIXA A partir de 2005 foi iniciado um processo de alongamento dos prazos das carteiras de renda fixa da PSS, que propiciou bons ganhos por oito anos seguidos até o final

Leia mais

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor?

Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? 1. Introdução Os investimentos no Brasil estão perdendo valor? Simone Maciel Cuiabano 1 Ao final de janeiro, o blog Beyond Brics, ligado ao jornal Financial Times, ventilou uma notícia sobre a perda de

Leia mais

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking

Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Cleber Rentroia MBA em Finanças e Banking 1. Quando o IPCA tende a subir além das metas de inflação, qual medida deve ser tomada pelo COPOM: a) Abaixar o compulsório b) Reduzir taxa do redesconto c) Aumentar o crédito d) Elevar a taxa de juros

Leia mais

RELATÓRIO TESE CENTRAL

RELATÓRIO TESE CENTRAL RELATÓRIO Da audiência pública conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Acompanhamento da Crise Financeira e Empregabilidade e de Serviços de Infraestrutura, realizada no

Leia mais

Rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV no 1º Trimestre de 2014

Rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV no 1º Trimestre de 2014 Investimentos Rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV no 1º Trimestre de 2014 Como forma de manter os Participantes informados sobre a evolução do seu Plano no que diz respeito à rentabilidade dos

Leia mais

Empresas de Capital Fechado, ou companhias fechadas, são aquelas que não podem negociar valores mobiliários no mercado.

Empresas de Capital Fechado, ou companhias fechadas, são aquelas que não podem negociar valores mobiliários no mercado. A Ação Os títulos negociáveis em Bolsa (ou no Mercado de Balcão, que é aquele em que as operações de compra e venda são fechadas via telefone ou por meio de um sistema eletrônico de negociação, e onde

Leia mais

Regulamento - Perfil de Investimentos

Regulamento - Perfil de Investimentos Regulamento - Perfil de Investimentos 1. Do Objeto Este documento estabelece as normas gerais aplicáveis ao Programa de Perfil de Investimentos (Multiportfólio) da CargillPrev. O programa constitui-se

Leia mais

Pindyck & Rubinfeld, Capítulo 15, Mercado de Capitais::REVISÃO

Pindyck & Rubinfeld, Capítulo 15, Mercado de Capitais::REVISÃO Pindyck & Rubinfeld, Capítulo 15, Mercado de Capitais::REVISÃO 1. Uma empresa utiliza tecidos e mão-de-obra na produção de camisas em uma fábrica que foi adquirida por $10 milhões. Quais de seus insumos

Leia mais

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI. Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários CRI. Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis Imobiliários - CRI Certificado de Recebíveis Imobiliários Instrumento de captação de recursos e de investimentos no mercado imobiliário O produto O Certificado

Leia mais

Material Explicativo sobre Títulos Públicos

Material Explicativo sobre Títulos Públicos Material Explicativo sobre 1. Definições Gerais Os são emitidos pelo Tesouro Nacional, servindo como um instrumento de captação do Governo Federal para execução e financiamento de suas dívidas internas,

Leia mais

EXERCÍCIOS PROF. SÉRGIO ALTENFELDER

EXERCÍCIOS PROF. SÉRGIO ALTENFELDER 1- Uma dívida no valor de R$ 60.020,54 deve ser paga em sete prestações postecipadas de R$ 10.000,00, a uma determinada taxa de juros. Considerando esta mesma taxa de juros, calcule o saldo devedor imediatamente

Leia mais

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon

Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação Profa. Patricia Maria Bortolon Elementos de Análise Financeira Matemática Financeira e Inflação O que é Inflação? Inflação É a elevação generalizada dos preços de uma economia O que é deflação? E a baixa predominante de preços de bens

Leia mais

Fundos de Investimentos

Fundos de Investimentos Fundos de Investimentos 1 O que e um fundo de investimentos? Um fundo de investimentos concentra em uma unica entidade juridica, varios investidores com o mesmo objetivo e que compartilham a mesma estrategia

Leia mais

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 06. Hedge de Investimento Líquido em Operação no Exterior

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 06. Hedge de Investimento Líquido em Operação no Exterior COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS INTERPRETAÇÃO TÉCNICA ICPC 06 Hedge de Investimento Líquido em Operação no Exterior Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade IFRIC 16 Índice REFERÊNCIAS

Leia mais

Relatório Econômico Mensal Agosto 2011

Relatório Econômico Mensal Agosto 2011 Relatório Econômico Mensal Agosto 2011 Tópicos Economia Americana: Confiança em baixa Pág.3 EUA X Japão Pág. 4 Mercados Emergentes: China segue apertando as condições monetárias Pág.5 Economia Brasileira:

Leia mais

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária

NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária NBC TSP 10 - Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária Alcance 1. Uma entidade que prepara e apresenta Demonstrações Contábeis sob o regime de competência deve aplicar esta Norma

Leia mais

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O CÁLCULO DA TAXA CDI E TAXA OVER DE JUROS?

QUAL A DIFERENÇA ENTRE O CÁLCULO DA TAXA CDI E TAXA OVER DE JUROS? QUAL A DIFERENÇA ENTRE O CÁLCULO DA TAXA CDI E TAXA OVER! Como se calcula a taxa de juros Over?! Como se calcula a taxa de juros CDI?! Como a taxa de juros CDI e Over se comparam? Francisco Cavalcante(francisco@fcavalcante.com.br)

Leia mais

Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto. Tesouro Selic (LFT)

Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto. Tesouro Selic (LFT) Cálculo da Rentabilidade dos Títulos Públicos ofertados no Tesouro Direto Tesouro Selic (LFT) O Tesouro Selic (LFT) é um título pós fixado, cuja rentabilidade segue a variação da taxa SELIC, a taxa básica

Leia mais

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli

Unidade II. Mercado Financeiro e de. Prof. Maurício Felippe Manzalli Unidade II Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Maurício Felippe Manzalli Mercados Financeiros Definição do mercado financeiro Representa o Sistema Financeiro Nacional Promove o fluxo de recursos através

Leia mais

Administração Financeira e Orçamentária I

Administração Financeira e Orçamentária I Administração Financeira e Orçamentária I Sistema Financeiro Brasileiro AFO 1 Conteúdo Instituições e Mercados Financeiros Principais Mercados Financeiros Sistema Financeiro Nacional Ações e Debêntures

Leia mais

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV

Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV INVESTIMENTOS Esclarecimentos sobre rentabilidade das cotas do Plano SEBRAEPREV Uma questão de suma importância para a consolidação e perenidade de um Fundo de Pensão é a sua saúde financeira, que garante

Leia mais

ADM020 Matemática Financeira

ADM020 Matemática Financeira Sumário 1. Objetivo da Aula 13 ADM020 Matemática Financeira 2. CDB e RDB 3. Debêntures 4. Obrigações Produtos do mercado financeiro ADM020 Matemática Financeira Aula 13 29/11/2009 2 2. Objetivo da Aula

Leia mais

O mercado monetário. Mercado Financeiro - Prof. Marco Arbex. Os mercados financeiros são subdivididos em quatro categorias (ASSAF NETO, 2012):

O mercado monetário. Mercado Financeiro - Prof. Marco Arbex. Os mercados financeiros são subdivididos em quatro categorias (ASSAF NETO, 2012): O mercado monetário Prof. Marco A. Arbex marco.arbex@live.estacio.br Blog: www.marcoarbex.wordpress.com Os mercados financeiros são subdivididos em quatro categorias (ASSAF NETO, 2012): Mercado Atuação

Leia mais

Conceitos básicos de negociação em Obrigações

Conceitos básicos de negociação em Obrigações Conceitos básicos de negociação em Obrigações N.º 808 10 20 20 ApoioCliente@GoBulling.com www.bancocarregosa.com/gobulling www.facebook.com/gobulling Obrigação: título representativo de uma fração da dívida/passivo

Leia mais

Crise Financeira Internacional Atuação do governo brasileiro no fornecimento de liquidez em moeda estrangeira

Crise Financeira Internacional Atuação do governo brasileiro no fornecimento de liquidez em moeda estrangeira Crise Financeira Internacional Atuação do governo brasileiro no fornecimento de liquidez em moeda estrangeira O agravamento da crise financeira internacional decorrente da falência do banco Lehman Brothers,

Leia mais

A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes

A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes A pergunta de um trilhão de dólares: Quem detém a dívida pública dos mercados emergentes Serkan Arslanalp e Takahiro Tsuda 5 de março de 2014 Há um trilhão de razões para se interessar em saber quem detém

Leia mais

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente

Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Política monetária e senhoriagem: depósitos compulsórios na economia brasileira recente Roberto Meurer * RESUMO - Neste artigo se analisa a utilização dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista

Leia mais

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS ANEXO VII OBJETIVOS DAS POLÍTICAS MONETÁRIA, CREDITÍCIA E CAMBIAL LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - 2007 (Anexo específico de que trata o art. 4º, 4º, da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000)

Leia mais

Investimento no exterior: MORTGAGE

Investimento no exterior: MORTGAGE Investimento no exterior: MORTGAGE 01. Overview Crise do Subprime 2 01. Overview Crise Subprime Entendendo a Crise do Subprime Baixas taxas de juros levaram ao aquecimento do mercado imobiliários nos EUA

Leia mais

EconoWeek Relatório Semanal. EconoWeek 18/05/2015

EconoWeek Relatório Semanal. EconoWeek 18/05/2015 18/05/2015 EconoWeek DESTAQUE INTERNACIONAL Semana bastante volátil de mercado, com uma agenda mais restrita em termos de indicadores macroeconômicos. Entre os principais destaques, os resultados de Produto

Leia mais

Parte III Política Cambial

Parte III Política Cambial Parte III Política Cambial CAPÍTULO 5. A GESTÃO DO REGIME DE CÂMBIO FLUTUANTE NO BRASIL CAPÍTULO 6. A RELAÇÃO ENTRE A TAXA DE CÂMBIO E O DESENVOLVIMENTO Regimes e Política Cambial Apesar da adoção quase

Leia mais

Letras Financeiras - LF

Letras Financeiras - LF Renda Fixa Privada Letras Financeiras - LF Letra Financeira Captação de recursos de longo prazo com melhor rentabilidade O produto A Letra Financeira (LF) é um título de renda fixa emitido por instituições

Leia mais

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil Julho de 2005 Risco Macroeconômico 2 Introdução: Risco Financeiro e Macroeconômico Um dos conceitos fundamentais na área financeira é o de risco, que normalmente

Leia mais

TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES

TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES TAXA INTERNA DE RETORNO (TIR) 16 Perguntas Importantes. 16 Respostas que todos os executivos devem saber. Francisco Cavalcante(f_c_a@uol.com.br) Administrador de Empresas graduado pela EAESP/FGV. É Sócio-Diretor

Leia mais

Cotas de Fundos de Investimento em Ações FIA

Cotas de Fundos de Investimento em Ações FIA Renda Variável Cotas de Fundos de Investimento em Ações FIA Cotas de Fundos de Investimento em Ações - FIA Mais uma alternativa na diversificação da carteira de investimento em ações O produto O Fundo

Leia mais

Retorno dos Investimentos 1º semestre 2011

Retorno dos Investimentos 1º semestre 2011 Retorno dos Investimentos 1º semestre 2011 Cesar Soares Barbosa Diretor de Previdência É responsável também pela gestão dos recursos garantidores dos planos de benefícios administrados pela Sabesprev,

Leia mais

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II

COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II COMO CALCULAR A PERFORMANCE DOS FUNDOS DE INVESTIMENTOS - PARTE II O que é o Índice de Treynor? Índice de Treynor x Índice de Sharpe Restrições para as análises de Sharpe e Trynor A utilização do risco

Leia mais

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL)

PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) PERGUNTAS MAIS FREQÜENTES SOBRE VALOR PRESENTE LÍQUIDO (VPL) Melhor método para avaliar investimentos 16 perguntas importantes 16 respostas que todos os executivos devem saber Francisco Cavalcante(f_c_a@uol.com.br)

Leia mais

Programa de Incentivo ao Mercado de Renda Fixa BNDES

Programa de Incentivo ao Mercado de Renda Fixa BNDES Programa de Incentivo ao Mercado de Renda Fixa BNDES Uso de instrumentos de mercado de capitais em Projetos de Longo Prazo Laura Bedeschi Agosto/2015 Debêntures Adquiridas 2 BNDES Investidor Debêntures

Leia mais

Análise e Resolução da prova do ISS-Cuiabá Disciplina: Matemática Financeira Professor: Custódio Nascimento

Análise e Resolução da prova do ISS-Cuiabá Disciplina: Matemática Financeira Professor: Custódio Nascimento Disciplina: Professor: Custódio Nascimento 1- Análise da prova Análise e Resolução da prova do ISS-Cuiabá Neste artigo, farei a análise das questões de cobradas na prova do ISS-Cuiabá, pois é uma de minhas

Leia mais

COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS

COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS COMO INVESTIR NO MERCADO A TERMO MERCADOS Como Investir no Mercado a Termo 1 2 Como Investir no Mercado a Termo O que é? uma OPERAÇÃO A TERMO É a compra ou a venda, em mercado, de uma determinada quantidade

Leia mais

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Economia Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos, Comércio Internacional Objetivos Apresentar o papel da taxa de câmbio na alteração da economia. Iniciar nas noções

Leia mais

Renda Fixa Privada Notas Promissórias NP. Notas Promissórias - NP

Renda Fixa Privada Notas Promissórias NP. Notas Promissórias - NP Renda Fixa Privada Notas Promissórias - NP Uma alternativa para o financiamento do capital de giro das empresas O produto A Nota Promissória (NP), também conhecida como nota comercial ou commercial paper,

Leia mais

Período São Bernardo SB Zero SB 20 SB 40 CDI. Janeiro 0,92% 1,05% -0,29% -1,71% 0,93% Fevereiro 0,81% 0,74% 1,93% 3,23% 0,82%

Período São Bernardo SB Zero SB 20 SB 40 CDI. Janeiro 0,92% 1,05% -0,29% -1,71% 0,93% Fevereiro 0,81% 0,74% 1,93% 3,23% 0,82% Rentabilidade da Renda Fixa em 2015 Desde o mês de junho deste ano as carteiras de investimentos financeiros que compõem os perfis de investimentos da São Bernardo têm sofrido forte flutuação de rentabilidade,não

Leia mais

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL

MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAIS MÓDULO 7 POLÍTICA CAMBIAL Índice 1. Política Cambial...3 1.1. Taxa de câmbio fixa... 3 1.2. Taxa de câmbio flutuante... 3 1.3. Padrão currency board... 3 2. Política de

Leia mais

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015

RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL. Abril 2015 RELATÓRIO TRIMESTRAL DE FINANCIAMENTO DOS INVESTIMENTOS NO BRASIL Abril 2015 Equipe Técnica: Diretor: Carlos Antônio Rocca Superintendente: Lauro Modesto Santos Jr. Analistas: Elaine Alves Pinheiro e Fernando

Leia mais

Fonte: AZ Investimentos / Andima. Fonte: AZ Investimentos / Andima

Fonte: AZ Investimentos / Andima. Fonte: AZ Investimentos / Andima ANÁLISE CAPTAÇÃO DE RECURSOS VIA OFERTAS PUBLICAS DE AÇÕES Por: Ricardo Zeno 55 21 3431 3831 27 de Fevereiro, 2008 Em 2007, o destaque foi para as emissões de Renda Variável, o volume total das ofertas

Leia mais

Segurança financeira. Garanta sua renda mensal. Recolocação no mercado de trabalho pode não ser tão fácil Precisa estar preparado para altos e baixo.

Segurança financeira. Garanta sua renda mensal. Recolocação no mercado de trabalho pode não ser tão fácil Precisa estar preparado para altos e baixo. Dicas para o Sucesso Dedicação Atualização de conhecimento mercado que pretende atuar. Segurança Financeira nunca utilize todos os seus recursos. Não arrisque sua segurança. Segurança financeira Garanta

Leia mais

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr. A Chave para o Sucesso Empresarial José Renato Sátiro Santiago Jr. Capítulo 1 O Novo Cenário Corporativo O cenário organizacional, sem dúvida alguma, sofreu muitas alterações nos últimos anos. Estas mudanças

Leia mais

Perfil de investimentos

Perfil de investimentos Perfil de investimentos O Fundo de Pensão OABPrev-SP é uma entidade comprometida com a satisfação dos participantes, respeitando seus direitos e sempre buscando soluções que atendam aos seus interesses.

Leia mais

Conceitos básicos; Liquidez Inflação Rentabilidade Juros Risco

Conceitos básicos; Liquidez Inflação Rentabilidade Juros Risco QUEM SOMOS 2 Conceitos básicos; 3 Liquidez Inflação Rentabilidade Juros Risco Liquidez: Capacidade de transformar um ativo em dinheiro. Ex. Se você tem um carro ou uma casa e precisa vendê-lo, quanto tempo

Leia mais

Conhecimentos Bancários. Item 2.1.4- Fundos de Investimentos 2ª parte:

Conhecimentos Bancários. Item 2.1.4- Fundos de Investimentos 2ª parte: Conhecimentos Bancários Item 2.1.4- Fundos de Investimentos 2ª parte: Conhecimentos Bancários Item 2.1.4- Fundos de Investimentos: São condomínios, que reúnem aplicações de vários indivíduos para investimento

Leia mais

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA. Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA

Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA. Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA Renda Fixa Privada Certificado de Recebíveis do Agronegócio CRA Certificado de Recebíveis do Agronegócio Instrumento de captação de recursos e de investimento no agronegócio O produto O Certificado de

Leia mais

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL

CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL CAPITAL DE GIRO: ESSÊNCIA DA VIDA EMPRESARIAL Renara Tavares da Silva* RESUMO: Trata-se de maneira ampla da vitalidade da empresa fazer referência ao Capital de Giro, pois é através deste que a mesma pode

Leia mais

Análise e Resolução da prova de Auditor Fiscal da Fazenda Estadual do Piauí Disciplina: Matemática Financeira Professor: Custódio Nascimento

Análise e Resolução da prova de Auditor Fiscal da Fazenda Estadual do Piauí Disciplina: Matemática Financeira Professor: Custódio Nascimento Análise e Resolução da prova de Auditor Fiscal da Fazenda Estadual do Piauí Disciplina: Professor: Custódio Nascimento 1- Análise da prova Neste artigo, faremos a análise das questões de cobradas na prova

Leia mais

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em

* (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em * (Resumo executivo do relatório Where does it hurts? Elaborado pela ActionAid sobre o impacto da crise financeira sobre os países em desenvolvimento) A atual crise financeira é constantemente descrita

Leia mais

3. Contas Correntes: A categoria Contas Correntes tem quatro sub-divisões, a saber:

3. Contas Correntes: A categoria Contas Correntes tem quatro sub-divisões, a saber: 1. B/Pgtos, p. 1 Comércio e Finanças Internacionais Prof. José Alfredo A. Leite 1A. BALANÇO DE PAGAMENTOS 1. Definição: O B/P é o registro contábil dos recebimentos e pagamentos feitos pelos diversos agentes

Leia mais

OPERAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO - PARTE II

OPERAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO - PARTE II OPERAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO - PARTE II COMO FUNCIONAM AS OPERAÇÕES EM MOEDA NACIONAL COM JUROS PÓS FIXADOS EM CDI? COMO FUNCIONAM AS OPERAÇÕES EM MOEDA ESTRANGEIRA? O QUE SÃO OPERAÇÕES DE ACC

Leia mais

Gestão Financeira de Organizações

Gestão Financeira de Organizações Gestão Financeira de Organizações Módulo 10 - Política de Dividendos e Relações com Investidores Prof. Luiz Antonio Campagnac e-mail: luiz.campagnac@gmail.com Livro Texto Administração Financeira: princípios,

Leia mais

ANÁLISE 2 APLICAÇÕES FINANCEIRAS EM 7 ANOS: QUEM GANHOU E QUEM PERDEU?

ANÁLISE 2 APLICAÇÕES FINANCEIRAS EM 7 ANOS: QUEM GANHOU E QUEM PERDEU? ANÁLISE 2 APLICAÇÕES FINANCEIRAS EM 7 ANOS: QUEM GANHOU E QUEM PERDEU? Toda decisão de aplicação financeira está ligada ao nível de risco que se deseja assumir, frente a uma expectativa de retorno futuro.

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004

Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004 Uma avaliação crítica da proposta de conversibilidade plena do Real XXXII Encontro Nacional de Economia - ANPEC 2004, Natal, dez 2004 Fernando Ferrari-Filho Frederico G. Jayme Jr Gilberto Tadeu Lima José

Leia mais

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa

Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Como Investir em Ações Eduardo Alves da Costa Novatec CAPÍTULO 1 Afinal, o que são ações? Este capítulo apresenta alguns conceitos fundamentais para as primeiras de muitas decisões requeridas de um investidor,

Leia mais

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A.

ANÁLISE ECONÔMICO FINANCEIRA DA EMPRESA BOMBRIL S.A. Universidade Federal do Pará Centro: Sócio Econômico Curso: Ciências Contábeis Disciplina: Análise de Demonstrativos Contábeis II Professor: Héber Lavor Moreira Aluno: Roberto Lima Matrícula:05010001601

Leia mais

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança?

Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança. 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Perguntas e Respostas Alteração no rendimento da caderneta de poupança Novas regras 1) Por que o governo decidiu mudar as regras da caderneta de poupança? Por ter parte de sua remuneração (chamada de adicional)

Leia mais

Setor Externo: Triste Ajuste

Setor Externo: Triste Ajuste 8 análise de conjuntura Setor Externo: Triste Ajuste Vera Martins da Silva (*) A recessão da economia brasileira se manifesta de forma contundente nos resultados de suas relações com o resto do mundo.

Leia mais

1 Introdução. futuras, que são as relevantes para descontar os fluxos de caixa.

1 Introdução. futuras, que são as relevantes para descontar os fluxos de caixa. 1 Introdução A grande maioria dos bancos centrais tem como principal ferramenta de política monetária a determinação da taxa básica de juros. Essa taxa serve como balizamento para o custo de financiamento

Leia mais

Fundos de Investimento

Fundos de Investimento Gestão Financeira Prof. Marcelo Cruz Fundos de Investimento 3 Uma modalide de aplicação financeira Decisão de Investimento 1 Vídeo: CVM Um fundo de investimento é um condomínio que reúne recursos de um

Leia mais

Os fundos referenciados identificam em seu nome o indicador de desempenho que sua carteira tem por objetivo acompanhar.

Os fundos referenciados identificam em seu nome o indicador de desempenho que sua carteira tem por objetivo acompanhar. FUNDO REFERENCIADO DI Os fundos referenciados identificam em seu nome o indicador de desempenho que sua carteira tem por objetivo acompanhar. Para tal, investem no mínimo 80% em títulos públicos federais

Leia mais

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras

Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras Evolução Recente das Principais Aplicações Financeiras As principais modalidades de aplicação financeira disponíveis no mercado doméstico caderneta de poupança, fundos de investimento e depósitos a prazo

Leia mais

Operações com derivativos (item 7 do edital BB)

Operações com derivativos (item 7 do edital BB) Operações com derivativos (item 7 do edital BB) Prof.Nelson Guerra set / 2012 INTRODUÇÃO Os preços gerais das mercadorias agrícolas, das taxas de juros e do câmbio têm-se mostrado altamente instável no

Leia mais

GESTOR DA CARTEIRA DE INVESTIMENTO

GESTOR DA CARTEIRA DE INVESTIMENTO O QUE É? No Brasil um fundo de investimento possui a sua organização jurídica na forma de um condomínio de investidores, portanto o fundo de investimento possui um registro na Receita Federal (CNPJ) pois

Leia mais

Posição e Desempenho da Carteira - Resumo HSBC INSTITUIDOR FUNDO MULTIPLO - MODERADA MIX 20

Posição e Desempenho da Carteira - Resumo HSBC INSTITUIDOR FUNDO MULTIPLO - MODERADA MIX 20 BENCHMARK RF:80.00% ( 100.00%CDI ) + RV:20.00% ( 100.00%IBRX 100 ) Relatório Gerencial Consolidado - Período de 01/04/2015 Posição e Desempenho da Carteira - Resumo a 30/04/2015 pg. 1 Posição Sintética

Leia mais

Curso Preparatório CPA20

Curso Preparatório CPA20 Página 1 de 8 Você acessou como Flávio Pereira Lemos - (Sair) Curso Preparatório CPA20 Início Ambiente ) CPA20_130111_1_1 ) Questionários ) Passo 2: Simulado Módulo IV ) Revisão da tentativa 3 Iniciado

Leia mais

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA

GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA E GLOBALIZAÇÃO PRODUTIVA GLOBALIZAÇÃO FINANCEIRA Interação de três processos distintos: expansão extraordinária dos fluxos financeiros. Acirramento da concorrência nos mercados

Leia mais

Cédula de Crédito Imobiliário - CCI

Cédula de Crédito Imobiliário - CCI Títulos Imobiliários Renda Fixa Cédula de Crédito Imobiliário - CCI Títulos Imobiliários Cédula de Crédito Imobiliário Instrumento que facilita a negociabilidade e a portabilidade do crédito imobiliário

Leia mais

Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras

Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras Administração Financeira: princípios, fundamentos e práticas brasileiras Prof. Onivaldo Izidoro Pereira Finanças Corporativas Ambiente Econômico Em suas atividades uma empresa relacionase com: Clientes

Leia mais

A transformação e o custo do dinheiro ao longo do tempo *

A transformação e o custo do dinheiro ao longo do tempo * A transformação e o custo do dinheiro ao longo do tempo * Estamos acostumados à idéia de que o valor do dinheiro muda ao longo do tempo, pois em algum momento convivemos com algum tipo de inflação e/ou

Leia mais

CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real

CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real CASO 7 A evolução do balanço de pagamentos brasileiro no período do Real Capítulo utilizado: cap. 13 Conceitos abordados Comércio internacional, balanço de pagamentos, taxa de câmbio nominal e real, efeitos

Leia mais

PRAZOS E RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução.

PRAZOS E RISCOS DE INVESTIMENTO. Proibida a reprodução. Proibida a reprodução. A Planner oferece uma linha completa de produtos financeiros e nossa equipe de profissionais está preparada para explicar tudo o que você precisa saber para tomar suas decisões com

Leia mais

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

Depressões e crises CAPÍTULO 22. Olivier Blanchard Pearson Education. 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard Depressões e crises Olivier Blanchard Pearson Education CAPÍTULO 22 Depressões e crises Uma depressão é uma recessão profunda e de longa duração. Uma crise é um longo período de crescimento baixo ou nulo,

Leia mais

CAIXA ECONOMICA FEDERAL

CAIXA ECONOMICA FEDERAL JUROS SIMPLES Juros Simples comercial é uma modalidade de juro calculado em relação ao capital inicial, neste modelo de capitalização, os juros de todos os períodos serão sempre iguais, pois eles serão

Leia mais

EXERCÍCIO: R: 12.000 / 12,00 = 1.000 quotas

EXERCÍCIO: R: 12.000 / 12,00 = 1.000 quotas 1- Um senhor resolveu investir num Fundo de investimento, informou-se sobre o valor da ação e entregou seu dinheiro sob responsabilidade da administração do fundo. Ele tinha R$ 12.000,00 e o valor da ação

Leia mais

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises.

Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização. Taxa de cambio real : é o preço relativo dos bens em dois paises. Vamos usar a seguinte definição: Aumento da taxa de cambio = Desvalorização Uma desvalorização ocorre quando o preço das moedas estrangeiras sob um regime de câmbio fixa é aumentado por uma ação oficial.

Leia mais

COMO DETERMINAR O PREÇO DE UMA

COMO DETERMINAR O PREÇO DE UMA COMO DETERMINAR O PREÇO DE UMA O que são opções? Precificação de opções Exemplo de árvore recombinante Autores: Francisco Cavalcante(f_c_a@uol.com.br) Administrador de Empresas graduado pela EAESP/FGV.

Leia mais

renda fixa Certificado de Depósito Bancário

renda fixa Certificado de Depósito Bancário renda fixa Certificado de Depósito Bancário Certificado de Depósito Bancário Rentabilidade e proteção em um único investimento O produto Certificado de Depósito Bancário (CDB) é um título de renda fixa,

Leia mais

Tesouro Direto. Rentabilidade Segurança Comodidade Diversidade Baixo risco

Tesouro Direto. Rentabilidade Segurança Comodidade Diversidade Baixo risco Tesouro Direto Rentabilidade Segurança Comodidade Diversidade Baixo risco TesouroDireto.indd 1 2/21/11 3:30 PM 1Conheça o Tesouro Direto Criado pelo Tesouro Nacional em 2002, em parceria com a BM&FBOVESPA,

Leia mais

Introdução. 1.1 Histórico

Introdução. 1.1 Histórico 1 Introdução 1.1 Histórico O mercado brasileiro, assim como os mercados da maioria dos países emergentes, tem se caracterizado pela crescente volatilidade e dependência do capital estrangeiro. A integração

Leia mais

CURSO ON-LINE PROFESSOR GUILHERME NEVES. Resolverei neste ponto a prova de Matemática Financeira da SEFAZ/RJ 2010 FGV.

CURSO ON-LINE PROFESSOR GUILHERME NEVES. Resolverei neste ponto a prova de Matemática Financeira da SEFAZ/RJ 2010 FGV. Olá pessoal! Resolverei neste ponto a prova de Matemática Financeira da SEFAZ/RJ 2010 FGV. Sem mais delongas, vamos às questões. 19. (SEFAZ-RJ 2010/FGV) A empresa Bonneli recebeu, pelo valor de R$ 18.000,00,

Leia mais

Estrutura do Mercado Financeiro e de Capitais

Estrutura do Mercado Financeiro e de Capitais Estrutura do Mercado Financeiro e de Capitais Prof. Paulo Berger SIMULADO ATIVOS FINANCEIROS E ATIVOS REAIS. Ativo real, é algo que satisfaz uma necessidade ou desejo, sendo em geral fruto de trabalho

Leia mais

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos

Impacto sobre os rendimentos dos títulos públicos Como as taxas de juros dos Estados Unidos afetam os mercados financeiros das economias emergentes 15 de maio de 2014 Alexander Klemm, Andre Meier e Sebastián Sosa Os governos da maioria das economias emergentes,

Leia mais

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE ll

DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE ll DURATION - AVALIANDO O RISCO DE MUDANÇA NAS TAXAS DE JUROS PARTE ll! Qual a origem do conceito de duração?! Como calcular a duração?! Quais as limitações do cálculo da duração?! Como estimar a variação

Leia mais

Ministério da Fazenda

Ministério da Fazenda Ministério da Fazenda Belo Horizonte, outubro de 2006 Visão Geral do Programa Vantagens do Tesouro Direto Entendendo o que altera o preço Calculadora do Tesouro Direto O que é Tesouro Direto? Em 07 de

Leia mais