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1 ARQUITECTURA& sustentabilidade ISBN: julho 2011 &R Presearch& publish

2 CONSELHO CIENTÍFICO: (Scientific Advisor Commite) Costa, Manuel Fabião, Henrique Fernandes, Francisco Alves, Francisco P. Gouveia, Luís Borges Infante, Sérgio Jalali, Said Jerónimo, Manuel Jorge, Delmar Lemos, M. Assunção Mariz, Fernando Nápoles, Ana Paula Nogueira, Armando Oliveira, Carlos Rego de Rocha, Álvaro Serro, Luis Silva, Paulo A. Teves da Varão, M. Fátima Sales DIRECTOR / EDITOR: (Technical Director) Teves da Silva, Paulo PROJECTO GRÁFICO: (Graphic Design) Teves da Silva, Paulo A. Simões, César A. A. Nogueira Imagem da Capa: (Cover photography) Paulo Silva ISBN: Título da Obra: tevesarq@sapo.pt Research&Publish revista de divulgação científica e académica e-zine of scientific and academic research electronic free distribution or print-on-demand ISBN:

3 E D I T O R I A L (EDITORS BREEF) Em primeiro lugar, uma palavra de agradecimento a todos os colegas da comunidade académica que se disponibilizaram, de imediato, a participar neste número inicial da revista, quer contribuindo com artigos, quer integrando o corpo científico que analisará a qualidade dos artigos submetidos para publicação. Seguidamente, impõe-se uma explicação sobre os objectivos que uma revista deste tipo pretende. A revista é dividida em duas partes distintas: uma, inicial, onde apenas os artigos aceites pela Comissão Científica, serão publicados e referenciados. A segunda parte que primará, igualmente, pela qualidade do trabalho publicado, será disponibilizada a qualquer elemento da comunidade académica, aluno ou docente, desde que o trabalho proposto reúna qualidade e seja aceite para publicação, pela Comissão Científica da revista. A adopção do formato electrónico permite que não estejamos condicionados a verbas ou financiamentos, sendo totalmente isentos, podendo distribuir a revista, igualmente, por meios electrónicos ou em print-ondemand com os custos de impressão e envio, inerentes e suportados pelo leitor que o solicite específicamente. Igualmente, dá-se a possibilidade de, livremente, publicar artigos de carácter científico resultantes de investigação desenvolvida e sob a responsabilidade do autor dessa pesquisa, sem que, obrigatóriamente, tenha de o fazer em conferências, ou noutro tipo de publicações onde publicar = pagar. Pensamos, desta forma, estar a contribuir para a divulgação do trabalho de qualidade, a nível de investigação, no meio académico, ou ao nível da formação/ensino ou profissional, realizado por membros da comunidade académica, sejam docentes discentes. Sendo nossa intenção a qualidade do conteúdo, seja nos trabalhos sujeitos a blind referee, seja nos enviados pelo público em geral, é o conjunto de artigos que determinará a periodicidade da sua edição electrónica, não sendo editado nenhum número, se o Conselho Científico assim o entender. A todos os que pronta e gentilmente acederam ao convite que lhes enderecei, para integrar este projecto, o meu sincero OBRIGADO. II

4 EDITORS BREEF First of all, a word of gratefull to all our colegues from our academic comunity that, immediately prontify themselves to integrate this e-zine Scientific Comitee and, also, to contribute with articles of their own. Second, we believe that it s imperative an explanation about this e-zine and it s main purpose. This e-zine will be divided into two distinct parts: one, composed only by scientific articles and other research works, submited to blind referee and, therefore, accepted for publication by the Scientific Comitee, and must be on architecture, sustainability or any discipline related to those fields of knowledge. The second part, where quality will be imperative, also, but any research or work will not be submited to blind referee, it s opened to every member of academic comunity, professor or student. Anyone may submit their own work, in any field of activity or knowledge, related, or not, with architecture. However, the work submited will have to be accepted by the scientific comitee. Electronic format, for publication allows, for us, freedom from financial resources and total isentation of influences from eventual financial contributors or editors. This format will be send by electronic mail or downloaded directly from our site. It may be printed-on-demand, in this case, with expenses supported by who requested it (print and mail postage). Also, anyone may publish, freely, scientific articles, or research results, on it s own responsability, without expenses. The only condition, remains on having enough quality to be accepted for publication by scientific comitee. We believe by doing this, to give a contribute to publish quality research developed, quality work in teaching, quality work made by graduation students. However, as the main purpose becomes to publish scientific production accepted by blind referee, it s this scientific articles that will determine the edition of this e- zine and it s periodicity. And finaly, a word of apreciation to all of those to whom I invited to this project and, promptly accepted it: my sincere GRATITUDE. To you all: THANK YOU. III

5 Nota: Este número é o único a ser editado neste formato atendendo a que o ISBN que lhe foi atribuído refere-se a uma publicação sem carácter periódico. Acresce o facto de a designação do que se pretendia uma revista periódica, ser limitadora devido ao título: Arquitectura e Sustentabilidade. Assim, e consultados os membros da Comissão Científica, foi de consenso geral a alteração do nome para Research & Publish. Desta forma, prevê-se uma periodicidade semestral na sua publicação electrónica permitindo a divulgação de artigos e trabalhos de investigação a todos os investigadores e em todas as áreas do conhecimento. Esta publicação, não tem custos de publicação, mas os artigos submetidos, serão publicados apenas se, submetidos a blind referee, forem aprovados pela Comissão Científica. IV

6 Í n d i c e Editorial...II Editors Breef...III Sistemas Periciais na verificação do Projecto de Arquitectura... 1 Paulo A. Teves Silva A Acústica na Arquitectura...17 Manuel Rocha O Equipamento Escolar na Cidade dos Equipamentos...39 Ana Nápoles As Patologias nos Edifícios...63 Paulo A. Teves Silva, Márcio Ferreira V

7 Sistemas Periciais na verificação do projecto de arquitectura Paulo Teves da Silva, 1 Resumo: O projecto de arquitectura, seja de urbanismo ou de edificação, ao longo dos tempos, pouco evoluiu na metodologia de representação, passando apenas a ser desenvolvido com recurso aos sistemas computacionais. Com o tempo, a jurisprudência cada vez mais, se debruça sobre o acto de construir regulamentando esse acto, com as incongruências e incompatibilidades próprias de quem não é especialista na matéria, complicando não apenas o processo de projectar arquitectura, mas igualmente, do respectivo licenciamento, ainda que pretenda responsabilizar os técnicos envolvidos no projecto. A realidade é diferente, pois se autarquias facilitam e assumem claramente que o técnico autor é o único responsável, outras actuam de modo diferente. Assim, é nossa intenção demonstrar a possibilidade de criar, com recurso a linguagens abstractas, tal como o IFC, entre outras, uma ferramenta informática capaz de verificar, de modo automático, a conformidade legal do projecto de arquitectura e sua compatibilidade com normas e regulamentos municipais. Palavras-chave: BIM; IFC; LAW; formalization; abstract languages; design tools Abstract: Architectural design, does not mater if it is of urban design or construction, through times, has not evolve in it s own representation methodology. The only difference is that it is done using computational systems. With evolution of knowledge and passing time, law intend to rule the act of construction, even with error and incompatibilities between rules. However, they intend to transfer the responsibility over architectural design to the technicians (architects and engineers). Reality is different. The entities responsible for authorization of construction don t have the same behavior, inspite of what law demands. It s due to this reality, that we propose to develop an expert system wich using abstract languages will be able to verify the conformity between architectural drawings and law or municipality rules. How it will be possible, is what we intend to demonstrate through this article. Keywords: BIM; IFC; LAW; formalization; abstract languages; design tools 1 Professor Auxiliar na Faculdade de Arquitectura e Artes da universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão e na Universidade Lusíada do Porto. Investigador do CITAD. Doutorado pela Universidade do Minho, Arquitecto. 1

8 1. Introdução Ao longo do tempo, as ferramentas computacionais de representação bidimensional, têm evoluído rapidamente, de tal modo que é habitual, hoje em dia, falar-se de BIM2 sem, com alguma frequência, se conhecer o significado. Em qualquer uma das situações, o modelo tridimensional é um modelo de comunicação à obra e quando se refere o termo BIM, significa que a ferramenta em utilização, não é apenas de desenho tridimensional (3D) mas já comporta outras funções que a definem como ferramenta computacional 6D e, eventualmente, 7D 3. O modelo 5D reúne num único objecto, a informação de todos os seus componentes anteriores e actuais. Quadro 1 Modelos do software Modelo 1D 2D 3D 4D 5D 6D 7D dados do programa dados bidimensionais do programa Informação contida informação sobre a terceira dimensão integrando uma base de dados com informação sobre o modelo ou edifício virtual informação sobre a calendarização do processo de construção e respectiva sequência lógica de processos informação sobre os custos da construção e recursos disponíveis e necessários para terminar a construção Gestão do Ciclo de Vida do projecto eventualmente, a gestão do impacto ambiental da construção durante o ciclo de vida da edificação após a sua conclusão Mas quando nos referimos ao modelo BIM ou à ferramenta BIM, subentende-se, igualmente, a existência de uma linguagem 2 BIM pode assumir dois significados distintos: Building Information Modeler ou Building Information Modelling. O primeiro refere-se à ferramenta que constrói o modelo, o segundo ao utilizador da ferramenta que se encontra a desenvolver o modelo. 3 3D apenas as três dimensões. 2

9 abstracta, que representa, em texto corrente, todo o conteúdo do projecto, ou seja, a estrutura IFC4. Esta linguagem de tradução 5, permite a transferência de modelos tridimensionais BIM entre diferentes ferramentas destinadas ao cálculo e a outras funções na indústria da Construção Civil, estando já um standard estabelecido: IFC 2x3 6. Actualmente, qualquer ferramenta BIM se pretende fazer jus à denominação, é certificada pela IFC Certification Ltd 7. Esta linguagem permite a tradução do modelo BIM, seja 5 ou 6D, numa linguagem txt, relativamente abstracta, mas de fácil compreensão por quem conhece as suas funções. Em termos comparativos, é semelhante à linguagem VRML 8, mas com uma estrutura mais acessível e intuitiva, ainda que complexa para um leigo, mas fácil de manipular com meios informáticos. Identifica as classes dos elementos de construção, incluindo todas as variáveis associadas a esses mesmos elementos, permitindo, numa única linha de texto, identificar a posição de uma parede integrada no modelo tridimensional, quer em modo absoluto 9, quer em modo relativo. 4 IFC Information for Construction Industry 5 Adoptamos esta designação para a distinguir de outras estruturas já existentes, como o DXF, DWF, OBJ, entre outras. 6 acedido em , às 15: acedido em , às 15:51. 8 VRML (leia-se vermel). Virtual Reality Modeling Language. 9 Por modo Absoluto, entenda-se, coordenadas absolutas que identificam a posição exacta da parede, ou paramento vertical. 3

10 A parede, é um objecto tridimensional e paramétrico, com posições absolutas e relativas, respectivamente, ao espaço de intervenção 10 e de trabalho. Esse elemento construtivo possui em si toda a informação necessária à perfeita classificação e identificação do modelo, incluindo, não apenas a sua geometria, mas contendo, ainda, toda a informação pertinente 11 necessária à quantificação e execução em obra 12. Assim, considerando que toda a informação necessária à execução de uma obra, está contida no modelo BIM, a extracção dos dados pertinentes para a aprovação do projecto e emissão das respectivas licenças, bem como a sua verificação com recurso a sistemas que comparem os dados com normas, regulamentos e leis em vigor permitirá a rápida validação do projecto, incluindo a detecção de erros e/ou desrespeito pelas normas e regulamentos em vigor, utilizando a linguagem IFC. 2. BIM- Estrutura e Conceito As ferramentas BIM permitem, com recurso a modelação tridimensional, representar o edifício com todas as suas particularidades, com recurso a objectos paramétricos, ou seja, objectos facilmente alteráveis e que se adaptam às circunstâncias do modelo e do operador do software. O modelo BIM - Figura 1, quando terminado permite de imediato a extracção de todo um conjunto de informação para comunicação com a obra, em tempo real. 10 Entenda-se, como espaço de intervenção, o espaço físico, urbano. 11 Por informação pertinente, entenda-se a informação referente a um modelo tridimensional capaz de permitir a comunicação directa com a obra, de uma forma clara, detalhada e em tempo real. 12 Comprimentos, Altura, Espessura, materiais de composição, quantidade de material, tempo de execução e mão de obra necessária, rendimento de mão de obra, vãos, etc. 4

11 Figura 1 - Estrutura de dados extraidos do modelo BIM (7D) (Graphisoft, 2010) Ou seja, desde as peças desenhadas tradicionais, passando pelos modelos e pormenores tridimensionais até à produção de mapas de quantidades de materiais, com informação suficiente para a calendarização da obra, determinação do número de equipas necessárias à execução da obra em tempo calendarizado e resposta em tempo real às solicitações do empreiteiro ou do cliente. Este modelo, com toda a informação devidamente tratada pode ocupar, em fase de arquivo, ou seja, após conclusão da obra, cerca de 100 Mb e, sendo em formato digital, ocupa menos espaço que o formato tradicional em papel. Associada a esta informação existe, ainda a possibilidade de verificação de pormenores construtivos tanto em duas como em três dimensões, permitindo que, mesmo sem grande experiência, o técnico identifique rapidamente, os erros contidos ou cometidos no projecto, devido a sobreposição de elementos arquitectónicos com elementos estruturais ou de especialidades. 5

12 Figura 2 - Documento 3D obtido directamente do modelo BIM Figura 3 - Modelo BIM finalizado, apresentado em imagem renderizada. Além dessa informação que, aparentemente não é identificável de modo rápido, senão, vejamos a Figura 2 acima, o modelo BIM permite a observação do edifício sob diversos pontos de vista possibilitando a percepção clara da peça arquitectónica final. Esta visão pode ser geral ou obtida de uma dimensão mais próxima da real, utilizando não apenas a dimensão humana no posicionamento das câmaras, identificação de ângulos de visão, mas recorrendo a pares estereoscópicos ou com desfasamento de canais (RGB 13 ) e instrumentos adequados (óculos) é possível vivenciar o edifício virtual em toda a sua plenitude. Mas, subjacente a este modelo, em qualquer ferramenta BIM, certificada pela AIA 14 existe uma linguagem abstracta, mas ainda que inteligível para o leigo, permite ao especialista que a domina, a referenciação de todos os elementos constituintes do modelo e da informação que está associada, em primeira instância, aos elementos constituintes do objecto arquitectónico e, em último, ao modelo, de um modo geral. É denominada por Information For Construction industry, vulgo IFC. 13 Canais de cor Red, Green, Blue 14 AIA-American Institute of Architects 6

13 Presentemente, esta linguagem é referenciada pela versão em que se encontra: IFC 2x4beta, contendo, toda a informação do modelo arquitectónico, incluindo a envolvente que lhe está adjacente 15. Encontra-se, ainda, em desenvolvimento, mas no respeitante ao espaço urbano e ao controle dinâmico das estruturas resistentes, sendo de crer que num tempo relativamente próximo, venha a integrar as ferramentas BIM (Lachmi, 2010), permitindo, ainda na fase conceptual do projecto, a simulação do comportamento estrutural bem como a realização de pré-dimensionamentos, entre outros aspectos inerentes às tomadas de decisões e respectivo suporte informacional. A gestão do conhecimento (Hardin, 2009), em arquitectura, é uma área onde existem grandes e graves lacunas, não apenas na sua identificação, mas, também na conservação e registo e na sua gestão. No entanto não nos iremos debruçar sobre estes aspectos, remetendo o seu tratamento para um futuro trabalho. Concentrar-nos-emos apenas na tradução do modelo em linguagem IFC 2x3 (Silva, 2008), que se encontra certificada, e na identificação dos principais elementos que permitirão demonstrar a implantação do edifício e, consequentemente, os seus afastamentos relativamente aos espaços vizinhos, bem como o cumprimento das leis. Observemos o modelo acima(figura 3), relativamente simples e respeitante à edificação de uma habitação unifamiliar, integrada em loteamento aprovado. 15 Espaços de transição, logradouros, muros de vedação, de meação, limítrofes, etc. 7

14 Figura 4 - Mapa de Vãos gerado automáticamente a partir do modelo BIM A tradução de toda a complexidade da obra, aparentemente simples, em linguagem IFC resume-se a um documento txt com apenas, cerca de 4355 páginas contendo a informação detalhada de tal modo que é possível associar o sistema de coordenadas a qualquer datum 16 existente. ISO ; HEADER; FILE_DESCRIPTION(('ViewDefinition [CoordinationView, SpaceBoundary2ndLevelAddOnView, QuantityTakeOffAddOnView]','Option [Filter: VisibleElements; SpaceContainment: On]'),'2;1'); FILE_NAME('C:\\Users\\psilvaarq\\Desktop\\cv\\VERSAO FINAL-ruipina-medir DATABASE-ESPER.ifc',' T03:32:53',('Architect'),('Building Designer Office'),'PreProc - EDM 5.0','ArchiCAD Release 1. Windows Build Number of the Ifc 2x3 interface: ( )\X\0A','The authorising person'); FILE_SCHEMA(('IFC2X3')); ENDSEC; Figura 5 - Header do ficheiro IFC correspondente ao modelo Na figura anterior - Figura 5 - podemos observar o header do ficheiro em formato IFC, correspondente ao modelo da Figura 3 e a todos os dados, como, por exemplo o mapa de vãos da Figura 4. Analisando-o, verifica-se a existência de informação genérica relativa à ferramenta informática usada, ao autor e a outra informação que, por não constar no modelo aquando da sua concepção, aparece omissa neste extracto do ficheiro. 16 Datum: origem de sistemas de coordenadas locais UTM - (M, P) transpostas a partir das coordenadas geográficas (latitude e longitude) e medidas em metros. Em Portugal o datum de referência é o Datum 43 situado na Melriça. 8

15 Vamos realizar uma pesquisa, ao longo das 4355 páginas de modo a encontrar a informação que nos interessa (Chuck Eastman, 2011), respeitante às paredes exteriores e aos muros de vedação da edificação. #5247= IFCWALLSTANDARDCASE('0r7tvJ5rPE7hvBiwp6vHG9',#13,'SW - 037',$,$,#5244,#5317,'351F7E E1E-BE-4B-B3ACC6E51409'); Figura 6 - Referenciação de um elemento exterior, parede. Utilizaremos uma das referências que nos surge, indicando a existência de uma parede exterior, tal como se pretendia - Figura 6. O descritivo, além de referenciar a parede (Graphisoft, 2010), identifica o código que lhe foi atribuído, bem como a orientação da mesma. #5266= IFCCARTESIANPOINT((0.,0.)); #5270= IFCCARTESIANPOINT(( ,0.)); #5274= IFCPOLYLINE((#5266,#5270)); #5278= IFCSHAPEREPRESENTATION(#267,'Axis','Curve2D',(#5274)); #5284= IFCCARTESIANPOINT(( E-14,-0.15)); #5288= IFCCARTESIANPOINT(( ,-0.15)); #5292= IFCCARTESIANPOINT(( ,0.)); #5296= IFCCARTESIANPOINT((0.,0.)); Figura 7 - Coordenadas cartesianas do objecto Nas linhas seguintes - Figura 7 do ficheiro referido, podemos observar a referenciação de coordenadas cartesianas do objecto, que nos interessa para a realização dos cálculos de verificação de afastamentos e conversão para o sistema de coordenadas UTM locais, já referidos anteriormente. #5300= IFCPOLYLINE((#5284,#5288,#5292,#5296,#5284)); #5304= IFCARBITRARYCLOSEDPROFILEDEF(.AREA.,$,#5300); #5305= IFCAXIS2PLACEMENT3D(#40,#36,#28); #5308= IFCEXTRUDEDAREASOLID(#5304,#5305,#36,2.8); #5311= IFCSHAPEREPRESENTATION(#267,'Body','SweptSolid',(#5308)); #5317= IFCPRODUCTDEFINITIONSHAPE($,$,(#5278,#5311)); #5321= IFCRELASSOCIATESMATERIAL('3rI0pHiCj8nRjg4ZCK6VND',#13,$,$,(#5247),#5232); #5323= IFCSURFACESTYLE('Surf-White',.BOTH.,(#5004)); #5325= IFCPRESENTATIONSTYLEASSIGNMENT((#5323)); #5327= IFCSTYLEDITEM(#5308,(#5325),$); #5331= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('ArchiCAD_GUID',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('351F7E E1E-BE-4B-B3ACC6E51409'),$); #5335= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('LAYERNAME',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Structural - Bearing'),$); #5339= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('INFO',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('SW - 037'),$); 9

16 #5343= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('REFMATNAME',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Surf-White'),$); #5347= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('SIDEMATNAME',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Surf-White'),$); #5351= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('OPPMATNAME',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Surf-White'),$); #5355= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('WALL CONTPEN',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Pen1'),$); #5359= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('WALL CONTLTYPE',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Solid Line'),$); #5363= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('WALL CONTPEN3D',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Pen1'),$); #5367= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('WALL FILLPEN',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Pen1'),$); #5371= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('WALL FILLBGPEN',$,IFCDESCRIPTIVEMEASURE('Pen127'),$); #5375= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('WALL USECOMPPENS',$,IFCINTEGER(0),$); #5379= IFCPROPERTYSINGLEVALUE('WALL USECOMPBGPEN',$,IFCINTEGER(0),$); #5383= IFCCOMPLEXPROPERTY('WALL',$,'ArchiCAD',(#5331,#5335,#5339,#5343,#5347,#5351,#5355,#5359,#5363,#5367,#5371,#5375,#5 379)); #5388= IFCPROPERTYSET('1H7lqptwDCBOfXmjpdbrhM',#13,'Graphisoft AC130 WALL','Graphisoft AC130',(#5383)); #5393= IFCRELDEFINESBYPROPERTIES('02bg8vPTT7yQNhg7nObrc8',#13,'ArchiCAD','ExtendedProperties',(#5247),#5388); #5395= IFCPROPERTYSET('0nwuvEpHb6CelYiGR6oBu2',#13,'AC_Components',$,(#5149)); #5400= IFCPROPERTYSET('145_e02xnEownSegFCb3sT',#13,'AC_Descriptors',$,(#5194)); #5405= IFCRELDEFINESBYPROPERTIES('1o0Hiz6t9DfRrKGiKLC3pp',#13,'ArchiCAD','Component-Descriptor',(#5247),#5395); #5407= IFCRELDEFINESBYPROPERTIES('0OpPdRYF92Oe07c7Ah8JQA',#13,'ArchiCAD','Component-Descriptor',(#5247),#5400); #5409= IFCQUANTITYLENGTH('Width',$,$,0.15); #5411= IFCQUANTITYLENGTH('Height',$,$,2.8); #5413= IFCQUANTITYLENGTH('Length',$,$, ); #5415= IFCQUANTITYAREA('GrossSideArea',$,$, ); #5417= IFCQUANTITYAREA('NetSideArea',$,$, ); #5419= IFCQUANTITYVOLUME('GrossVolume',$,$, ); #5421= IFCQUANTITYVOLUME('NetVolume',$,$, ); #5423= IFCQUANTITYAREA('GrossFootprintArea',$,$, ); #5425= IFCELEMENTQUANTITY('2x6Jay3v98MASu8njXBo7S',#13,'BaseQuantities',$,'',(#5409,#5411,#5413,#5415,#5417,#5419,#5421,#5423 )); #5430= IFCRELDEFINESBYPROPERTIES('1impYRYL190uUzDERfguJt',#13,$,$,(#5247),#5425); #5432= IFCMATERIALLAYERSETUSAGE(#215,.AXIS2.,.NEGATIVE.,0.); #5433= IFCDIRECTION(( , ,0.)); #5437= IFCCARTESIANPOINT(( , ,1.153)); #5441= IFCAXIS2PLACEMENT3D(#5437,#36,#5433); #5444= IFCLOCALPLACEMENT(#121,#5441); Figura 8 - Restantes dados definidores do elemento, parede Continuando a nossa análise, até à definição da parede exterior seguinte, verifica-se na Figura 8 que os dados não apenas referenciam os elementos geométricos que constituem a parede em referência, mas igualmente, o seu posicionamento no contexto do modelo, por coordenadas locais, os materiais constituintes, de revestimento, entre outros dados. Mas estes dados de nada servem se não existir processo de traduzir a legislação vigente em linguagem abstracta e rigorosa estrutura formal que permita verificar automaticamente, a conformidade dos elementos geométricos e posicionamento da parede com a legislação vigente. 3. Legislação Analisando a legislação que é publicada, quase diariamente, regulamentando (Smith, 2009), alterando, rectificando, verifica-se 10

17 que existem diferentes termos para um mesmo processo, para um mesmo elemento construtivo e até mesmo para referenciar o mesmo objecto. Agrava-se esta situação com a diversidade enorme de regulamentos e decretos publicados (Hardin, 2009), onde informações relativas a objectos e elementos construtivos estão dispersos por diversa legislação. Por exemplo, uma simples porta de entrada, possui regulamentos específicos definidores das suas características, designadamente se a considerar-mos sob os aspectos construtivos, de segurança, ou de construção (vide Figura 9). Porta de entrada principal de uma habitação unifamiliar Características Quanto à protecção passiva: porta de segurança contra intrusão porta corta fogo 30 minutos Quanto ao material: Metal; Chapa blindada; Madeira maciça Quanto às dimensões: Sem banda lateral Com banda lateral (Fixa; Móvel) Sem bandeira superior Com bandeira superior (Fixa; Móvel) Figura 9 - elementos constitutivos de uma porta (exemplo simplificado) Por este breve trecho meramente descritivo e bastante simplificado, constata-se que uma porta, além de reunir estas características, acaba por ser bastante mais complexa devido aos restantes elementos que a compõem e que não foram descritos no exemplo citado. Encontramos referências e normativas nos Decretos-Lei ou na Lei relativas a Segurança contra incêndios, Regulamento Geral das 11

18 Edificações Urbanas, Protecção contra Intrusão e/ou Controle de Acessos. Além dos manuais e normativas técnicas sobre: Elementos construtivos, Características dos materiais que a constituem,......, Outros condicionantes. Se contabilizar-mos as leis, normas e regulamentos, a título exemplificativo, constantes na página de apoio à prática, no site 17 online da Ordem dos Arquitectos, Secção Regional Norte, constatamos a existência de cerca de 76 áreas organizadas por temas, nas quais existe legislação regulamentadora. Tomemos, como exemplo, a área que se relaciona directamente com a actividade profissional do Arquitecto, designadamente, a de Edificação e Construção. Esta corresponde ao grupo com o número 75. URBANIZAÇÃO E EDIFICAÇÃO. Vejamos a legislação publicada sobre este assunto (Quadro 2). Quadro 2 Excerto de Legislação publicada (Arquitectos, 2011) Disposições Gerais Lei n. 28/2010 de 2 de Setembro Primeira alteração, por apreciação parlamentar, ao Decreto-Lei n.º 26/2010, de 30 de Março, que procede à décima alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico da urbanização e edificação, e procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de Maio. Decreto-Lei n. 26/2010 de 30 de Março Procede à décima alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, que estabelece o regime jurídico da urbanização e edificação, e procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 107/2009, de 15 de Maio. ALTERADO PELA LEI N.º 28/2010 DE 2 DE SETEMBRO Nota: Veja-se b) Como se pode constatar pelo Quadro 2, a quantidade de normas, decretos e leis apenas sobre o item Disposições Gerais é 17 acedido em às 16:55 horas. 12

19 bem exemplificativo da quantidade de normas e regulamentos que o Arquitecto deve conhecer e saber durante a fase de desenvolvimento do projecto. Aspectos de carácter burocrático ou administrativo, ficam em segundo plano sendo regulados por ferramenta já desenvolvida que gere a interacção directa com a entidade licenciadora, por via electrónica p2p, em ligação segura. Assim, numa primeira fase, é importante a compilação de toda a informação pertinente num único documento, onde apenas o essencial conste. Por essencial entenda-se a informação referente aos elementos e aspectos construtivos. Uma segunda fase, implica a transformação dos elementos de carácter técnico extraídos da legislação, em linguagem acessível ao software que fará a comparação dos dados do modelo BIM com as condicionantes legais referidas. A título de exemplo, tomemos a alínea b) do artigo 6º da Lei 60/2007 de 4 de Setembro, cujo texto refere: A edificação de muros de vedação até 1,8 m de altura que não confinem com a via pública e de muros de suporte de terras até uma altura de 2m ou que não alterem significativamente a topografia dos terrenos existentes; (DR, 2007) Vamos especificar este artigo, traduzindo-o em linguagem abstracta 18 : : 180 Onde: 18 Consideram-se as subdivisões de Muros de Vedação, Limítrofes e de Meação. 13

20 E Edificação; v vedação; M referenciação de muro; H altura (em milímetros); 180 medida da altura do objecto, em milímetros. Para a mesma situação, mas relativa à altura de 2,00 metro, teremos: : Onde: E Edificação; 2v Limítrofe; M referenciação de muro; H altura (em milímetros); 180 medida da altura do objecto, em milímetros; EvV Identificação de muro limítrofe Assim, como se pode observar, para apenas dois aspectos considerados numa única alínea de uma lei que regulamenta o processo de edificação, e sobre a edificação de muros de meação ou limítrofes, definimos com a mesma nomenclatura dois aspectos totalmente diferentes. Este nível de abstracção, na representação rigorosa da legislação vigente, é desenvolvida de modo cuidado e com assessoria jurídica competente. Assim, pressupõe-se a construção da ferramenta de verificação e certificação do projecto de arquitectura como um processo intermédio do Ciclo de Vida do Projecto. Anteriores trabalhos de investigação, abrangendo todas as fases do Ciclo de Vida do Projecto, incluindo a gestão do conhecimento e o suporte à decisão durante as fases iniciais (Figura 10) são precursores deste projecto actual. 14

21 Figura 11 - Implementação de ferramentas Figura 12 - Implementação de Repositório e acessos de consulta. (Silva, 2008) Numa fase inicial é urgente desenvolver um repositório de dados que, devido à dimensão da tarefa e à quantidade de informação a processar, servindo apenas de consulta e verificação de dados. Numa fase posterior será implementada de modo a poder funcionar como suporte à decisão durante todas as fases de desenvolvimento do Projecto Conclusão É evidente que a linguagem IFC subjacente a qualquer ferramenta BIM certificada possui potencialidades que estão pouco exploradas e apenas servem como mais um formato de transferência de ficheiros entre ferramentas informáticas, à semelhança do DXF, entre outros. Com o desenvolvimento de um sistema pericial operando sobre a linguagem IFC e recorrendo a um repositório de legislação, em 19 Ao empregar o termo Projecto, com inicial maiúscula, pretende-se referenciar o projecto de arquitectura e de urbanismo, em todos os aspectos concernentes ao seu desenvolvimento e implementação. 15

22 linguagem formal, não só permite uma maior clareza na compreensão de normas e leis omissas ou dúbias, como permitirá abreviar substancialmente os tempos de apreciação e aprovação dos projectos de arquitectura. 5. Bibliografia Arquitectos, O. (01 de Janeiro de 2011). Legislação. Obtido em 17 de 02 de 2011, de Apoio à Prática: Chuck Eastman, P. T. (2011). BIM Handbook: A Guide to Building Information Modeling for Owners, Managers, Designers, Engineers and Contractors. wiley &soons inc. DR, D. d. (4 de Setembro de 2007). Lei 60/2007. Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação(Legislação da urbanização e da edificação). Lisboa: Imprensa Nacional. Graphisoft. (2010). GDL reference guide. Graphisoft. Hard, B. (2009). BIM and Construction Management. Hardin, B. (2009). BIM and Construction Management: Proven Tools, Methods, and Workflows. Whiley Publishing inc. Lachmi, K. (2010). BIM Evaluation Study Report. Silva, P. T. (23 de Março de 2008). Sustentabilidade e TI. (R. Ricardo, & F. Ribeiro, Entrevistadores) Arquitectura e Sustentabilidade. Smith, D. K. (2009). Building Information Modeling: A Strategic Implementation Guide for Architects, Engineers, Constructors, and Real Estate Asset Managers. 16

23 A Acústica na Arquitectura Manuel António da Rocha Gomes, 20 Resumo: Actualmente, e apesar da legislação em vigor, a Acústica continua a ser vista como uma disciplina menor e muitas vezes é algo desprezada no acto de projectar. O artigo agora apresentado pretende demover essa errada ideia, uma vez que o conforto acústico na utilização dos espaços não pode nem deve ser desvalorizado. Assim, há que analisar estas questões logo na fase de concepção do projecto e não tardiamente. Para tal, serão apresentados exemplos, muitos dos quais retirados de bibliografia da especialidade, de como escolhas iniciais poderão influenciar o bom ou mau resultado final. Palavras-chave: Acústica, Arquitectura, Planeamento Urbano, conforto acústico, soluções construtivas, patologias construtivas Abstract: Currently, despite the Portuguese legislation, Acoustics continues to be seen as a minor discipline and is often overlooked in the act of projecting. This article is to change the current opinion about this subject, as the acoustic comfort can t be devalued. So, these issues should be considered early in the project design and not too late. Examples will be presented, many of those taken from literature of the specialty, as initial choices can influence the good or bad outcome. Keywords: Acústica, Arquitectura, Planeamento Urbano, Conforto Acústico, Soluções construtivas, patologias construtivas 1. Introdução O conforto acústico no interior dos edifícios, embora frequentemente negligenciado, assume um papel importante no dia-a-dia das pessoas, influenciando o seu bem-estar. Acústica e Arquitectura interligam-se na escolha das soluções construtivas e materiais seleccionados. Deste modo, uma análise preliminar do pretendido para o projecto poderá evitar problemas futuros na conjugação das duas especialidades. Esta traduz-se na definição do local de implantação do edifício e sua orientação, na quantificação do ruído ambiente exterior, na definição das exigências e isolamento sonoro da fachada e da 20 Arquitecto, Especialista em Acústica de Edifícios. 17

24 compartimentação entre espaços, no nível de ruído pretendido no interior do edifício, na escolha dos materiais e no tipo de população e actividade que vai ocupar o edifício. Todos os pontos atrás referenciados devem ser analisados o quanto antes, de forma a conseguirem-se boas soluções com custos moderados, sem que se recorra tardiamente a soluções tecnologicamente mais avançadas que irão onerar o custo final da construção. Existem vários pontos a ter em consideração na concepção dos espaços arquitectónicos, nomeadamente os três seguintes que se referem: A implantação do edifício O desenho do edifício e a articulação dos espaços interiores Localização dos equipamentos ruidosos 2. Concepção de espaços arquitectónicos No processo conceptual do edifício existem dois momentos que determinam fortemente o conforto acústico: o primeiro quando se decide a localização e a orientação do edifício, (sendo esta a escala do planeamento em que é possível evitar a exposição ao ruídos e prevenir o seu impacto sobre os utilizadores finais); o segundo momento quando se definem as características de construção de toda envolvente, pois através dela pode reduzir-se o impacto do ruído nos utilizadores finais. 21 Tal como sucede na orientação solar, a correcta orientação dos espaços sensíveis do edifício é fundamental no seu desempenho final. Quartos, salas e outros locais de concentração e sossego 21 Tirone, Livia and Ken Nunes - Construção Sustentável: Soluções Eficientes Hoje, A Nossa Riqueza De Amanhã. 1ª edição: Dinalivro, p 112. ISBN

25 deverão ser orientados para as zonas menos ruidosas, ( ) é importante orientar os edifícios ( ) para espaços públicos nos quais o nível de ruído seja menos intenso 22, pois, o desconforto acústico tem uma enorme influência sobre a nossa capacidade de concentração, condicionando, consequentemente, a nossa produtividade. 23 Tendo em conta este aspecto, o desenho arquitectónico tem um papel importante na criação de espaços protegidos e espaços tampão, que permitirão a criação de zonas aprazíveis sem a necessidade de se efectuar correcções acústicas maiores. Como referido por Jorge Patrício24 é através do Planeamento Urbano que se fomenta a qualidade acústica. Não se vive apenas no interior dos edifícios logo a criação de boas condições na envolvente é um factor preponderante sendo, para tal, necessário ter especial cuidado quando se projecta a localização de vias e espaços verdes, bem como quando se efectua a implantação de um edifício. Assim, não se pode descurar uma realidade urbana alargada, pois cada edifício específico integra uma envolvente exterior, tornando-se necessário efectuar uma avaliação conjunta de todos os factores que influenciam o resultado final. Existem várias maneiras de intervir ao nível do desenho urbano, de modo a criar condições de conforto acústico, quer ao nível do interior dos edificados quer ao nível de espaço exterior. Apresentam-se algumas imagens e esquemas que mostram como através do desenho urbano se pode prevenir algumas situações de desconforto. 22 Idem p Idem p Patrício, Jorge - Acústica nos Edifícios. 4ª Edição: Verlag Dashofer, Edições Proficionais, Unip., Lda, p 33. ISBN

26 Por exemplo, podem ver-se medidas como o afastamento aos edifícios, baixos ou altos-relevos da própria topografia do terreno, bio-barreiras, soluções combinadas das anteriores e, por fim as mais dispendiosas, como túneis para as vias de circulação, pavimentos especiais e isolamento extra das fachadas (Figura 1). Figura 2 25 Figura Autor (Disposição do edifícios na criação de espaços protegidos) 26 Bucur, Voichita - Urban Forest Acoustics. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg New York, p 116. ISBN

27 Além destas, pode ainda incluir-se a forma e disposição do próprio edifício (Figura 2). 3. Desenho de edifícios e articulação dos espaços interiores No que se refere ao desenho concreto dos edifícios, é necessário abordar algumas questões à priori, a fim de evitar situações desagradáveis futuras. Para além do referido na figura anterior (Figura 2), onde a correcta orientação permite a criação de zonas de vivência agradável, pode recorrer-se a outras soluções como a colocação de varandas ou palas na fachada, espaços verdes, quartos e salas contíguos entre fogos, evitando-se o contacto destes com WC e cozinhas de outros fogos e, por fim, localizar as arrecadações e zonas técnicas afastadas o mais possível dos fogos. Esquematicamente tem-se então: Necessário menor isolamento sonoro Necessário maior isolamento sonoro Figura 3 27 Figura Autor (Isolamento entre diferentes tipos de espaços) 28 YOUR HOME TECHNICAL MANUAL [Em linha]. Edition 4. Australia: Commonwealth of Australia, [Consult. 10 Jul às 19:20]. Disponível emwww: < URL. 21

28 A organização e inter-ligação dos espaços de um edifício são factores influentes na definição das soluções construtivas uma vez que condicionam fortemente o projecto de condicionamento acústico. O afastamento entre espaços de concentração e espaços que, à partida, serão produtores de ruído é primordial, pois as soluções construtivas a adoptar estão dependentes do isolamento necessário em cada caso. Isso é evidenciado no estudo efectuado por António Leão 29 na sua tese de Mestrado, da qual foram extraídos os seguintes quadros: Figura 5 Alinhamentos, directos e em diagonal, possíveis e a evitar Leão, António Jorge de Almeida - Acústica de edifícios. Recomendações técnico-práticas para a concepção de edifícios escolares e de habitação. Porto: FEUP, Março p 82 a 84. Dissertação de Mestrado. 30 Idem p 82 22

29 Figura 6 Alinhamentos desejáveis entre recintos 31 Figura 7 Plantas esquemáticas de edifícios com andares duplex Idem p Idem p 83 23

30 Figura 8 Cortes esquemáticos de edifícios com andares duplex 33 No desenho dos edifícios, e segundo o estudo já referido 34, é necessário ter em atenção a localização dos inúmeros locais que são fontes de ruídos nefastos. Entre esses, encontramos as garagens comuns integradas nos edifícios, caldeiras de aquecimento, equipamentos hidropneumáticos, casa das máquinas e caixa de elevadores, transformadores de electricidade e locais de recolha dos lixos. Todas estas zonas deverão ser localizadas o mais longe possível das zonas de sossego, de modo a evitar-se o uso de soluções complexas de correcção acústica para se obter os níveis de conforto desejados. 33 Idem p Idem, p 81 24

31 Figura 935 Resumindo, Acústica e Arquitectura devem trabalhar conjuntamente desde o início, garantindo implantações favoráveis, definindo soluções construtivas e materiais adequados e afastando os equipamentos ruidosos de locais sensíveis. Desta forma evitam-se situações de difícil resolução, logo menos económicas, posteriormente. 4. Salas destinadas à palavra O elemento mais importante para a acústica de uma sala é a sua envolvente. A sua forma e materiais constituem as peças básicas de um instrumento acústico fundamental Idem p Carvalho, A. P. Oliveira de Acústica Ambiental e de Edifícios. Edição 6.3: Departamento de Engenharia Civil, FEUP, Março de p

32 Analisando a frase de A. P. Oliveira de Carvalho importa referir a necessidade de cuidado acrescido no desenho e na escolha dos materiais aquando da concepção de salas que se destinem à palavra (salas de aulas, pequenos auditórios, salas de reunião e similares). O equilíbrio entre a absorção e a reflexão é fundamental pois é através destas que se consegue uma boa ou má sala, como se de um instrumento se tratasse. Numa sala muito absorvente, o som não se propaga e o orador não se consegue fazer ouvir e uma sala muito reflectora é demasiado reverberante e a palavra tornase imperceptível. Nenhuma das situações anteriores é desejável. Figura Autor (Acústica de uma sala com o uso de diferentes quantidade de material absorvente) 26

33 De forma geral em salas pequenas, é adequado colocar a absorção na parte posterior do tecto e na parede tardoz, em frente ao orador. Sobretudo há que colocar estrategicamente a absorção de forma a conseguir obter-se um Tempo de reverberação adequado ao espaço e à utilização pretendida para o mesmo. Sendo a acústica de salas um assunto complexo, não devem aplicar-se soluções de forma empírica e aleatória, devendo existir um projecto de condicionamento acústico de modo a garantir-se um bom resultado final. O arquitecto erra quando tenta trabalhar para traz a partir do visualmente agradável para o acusticamente satisfatório; e o consultor acústico erra quando aceita a tarefa de tentar converter o cliché visual do arquitecto numa experiência auditivamente satisfatória (ou estimulante). (J. M. Fitch 1975) Soluções Construtivas Na definição das soluções construtivas é necessário identificar as principais fontes de ruído, pois são estas que irão influenciar o tipo de solução construtiva a adoptar. Indicam-se, assim, algumas das principais fontes de ruído 39 : Exteriores Trânsito automóvel, ferroviário e aéreo Obras de construção Vizinhança 38 Carvalho, A. P. Oliveira de Acústica Ambiental e de Edifícios. Edição 6.3: Departamento de Engenharia Civil, FEUP, Março de p Patrício, Jorge - Acústica nos Edifícios. 4ª Edição: Verlag Dashofer, Edições Proficionais, Unip., Lda, p ISBN

34 Interiores Sistemas de ventilação Equipamentos mecânicos Utensílios domésticos Vizinhança Tem-se, então, o isolamento a sons aéreos e o isolamento a sons percussão, dividindo-se o primeiro em sons aéreos provenientes do exterior que irão determinar o tipo de isolamento sonoro da envolvente do edifício 40 e sons aéreos provenientes dos compartimentos interiores que condicionam o isolamento sonoro que é necessário ser assegurado pelos elementos definidores da respectiva compartimentação. 41 A. Sons aéreos - envolvente do edifício O isolamento sonoro de uma fachada deverá ter em conta os diferentes elementos que a constituem. De nada serve reforçar o isolamento das paredes, quando os elementos mais frágeis (janelas, grelhas, caixas de estores e portas) têm valores de isolamento muito inferiores ao daquelas, pois para a superfície de compartimentação composta ( )o isolamento sonoro global ( ) vai depender da inter-relação entre os isolamentos dos diferentes grupos de elementos que constituem essa superfície de compartimentação Idem p Idem p Idem p 83 28

35 Figura 1143 Figura 1244 A perda de isolamento sonoro devida a aberturas na fachada, conforme se pode constatar no gráfico acima, é elevadíssima sendo assim necessário evitá-las ao máximo de forma a não comprometer o isolamento sonoro efectivo da parede. Quando se projecta deve procurar-se uma relação óptima entre os elementos da fachada menos isolantes (portas, janelas, grelhas de ventilação) e os elementos mais isolantes, tendo em atenção 43 Autor (Principais elementos a considerar numa fachada) 44 Patrício, Jorge - Acústica nos Edifícios. 4ª Edição: Verlag Dashofer, Edições Proficionais, Unip., Lda, p 215. ISBN

36 que o valor do índice de isolamento sonoro global é bastante influenciado pelos elementos menos isolantes da parede 45 Em geral, para se garantir os valores regulamentares de isolamento de uma fachada, bastará usar soluções construtivas correntes como uma parede dupla de alvenaria com isolamento no seu interior, ou uma parede mista constituída por um pano de alvenaria e um pano em gesso cartonado com o respectivo isolamento no seu interior, ou ainda parede simples com isolamento pelo exterior, tipo ETICS. Figura Figura O reforço dos outros componentes da fachada, como já referido, é bastante importante. Devem usar-se boas soluções de janelas, sendo a permeabilidade dos caixilhos um factor importante, devendo optar-se por aquelas que garantam a adequada vedação de frinchas. Em zonas ruidosas é preferível optar por janelas de batente em detrimento de janelas de correr, podendo ainda introduzir-se dupla janela (dois caixilhos). Actualmente existem boas soluções no mercado. Note-se que o grande problema reside nas grelhas de ventilação e caixas de estores, devendo estas ser tratadas acusticamente de modo a evitar rupturas no isolamento 45 Idem p Manual de Acústica [Em linha]. Portugal: Imperalum. [Consult 10 Jul às 18:05 ]. Disponível em WWW: <URL 47 Idem 30

37 sonoro global. Algumas dessas soluções encontram-se nas imagens seguintes. Figura Figura Patrício, Jorge - Acústica nos Edifícios. 4ª Edição: Verlag Dashofer, Edições Proficionais, Unip., Lda, p 216. ISBN Idem p

38 B. Sons aéreos compartimentação interior Em termos regulamentares, existem requisitos mínimos para isolamento a sons aéreos entre compartimentos de vários tipos de edificações, como edifícios habitacionais e unidades hoteleiras, escolas, edifícios de serviços e investigação, hospitais, entre outros. No que se refere a isolamento a sons aéreos em edifícios mistos, existe um caso que assume particular importância e que não é de fácil resolução. Trata-se da situação em que temos a habitação contígua ao comércio. Nestes casos há que reforçar acusticamente paredes e/ou tectos de forma a conseguir cumprir os elevados níveis de isolamento sonoro requeridos. O ruído de equipamentos e instalações tais como elevadores, instalações de AVAC, condutas de lixos, canalizações e portões de garagem que se transmitem por meio aéreo também contribuem para o desconforto dos utilizadores. O conforto acústico de um elemento construtivo a ruídos de condução aérea depende fundamentalmente da sua massa e/ou da existência de duplicação física do material separador. 50 Existem ainda algumas precauções a ter em conta de modo a evitar rupturas de isolamento nos panos que dividem os diferentes fogos. A quebra de isolamento devido a roços para instalação de aparelhagens ou condutas é muito comum, o que faz com que as paredes tenham uma redução de isolamento efectivo, pois perdem massa e surge uma ponte acústica. Vejam-se os seguintes exemplos: 50 Carvalho, A. P. Oliveira de Acústica Ambiental e de Edifícios. Edição 6.3: Departamento de Engenharia Civil, FEUP, Março de p

39 Figura C. Sons de percussão A deslocação de pessoas, a queda de objectos, o arrastar de móveis e, de um modo geral, qualquer acção de choque exercida num ponto de determinado elemento de compartimentação de um edifício produz uma excitação que se propaga por ondas elásticas a todo esse elemento, e aos que se encontra ligado. 52 Jorge Patrício 53 refere que os sons de percussão resultam do choque exercido sobre os elementos de compartimentação e estes propagam-se por todos os espaços dependendo da rigidez das suas ligações. Tendo em conta que as lajes, onde fundamentalmente tem origem a percussão, e restante estrutura de betão de um edifício são elementos muito rígidos, a propagação das ondas através deles é elevada sendo necessário efectuar corte elástico entre o pavimento e a laje, como a aplicação de betonilha sobre manta resiliente, mosaico sobre rolo de cortiça, ou ainda recorrer a 51 Leão, António Jorge de Almeida - Acústica de edifícios. Recomendações técnico-práticas para a concepção de edifícios escolares e de habitação. Porto: FEUP, Março p 111. Dissertação de Mestrado. 52 Patrício, Jorge - Acústica nos Edifícios. 4ª Edição: Verlag Dashofer, Edições Proficionais, Unip., Lda, p 97. ISBN Idem p 97 33

40 acabamentos de piso resilientes, como são os linóleos acústicos, alcatifa, entre outros. De notar que não pode haver contacto entre o elemento percutido e a estrutura do edifício, sob pena de ineficácia do sistema. Vejam-se os seguintes exemplos: Figura Além dos pavimentos, existem outros elementos tais como canalizações, portões de garagem, elevadores e equipamentos de AVAC onde é necessário prever corte elástico, de modo a evitar a 54 Manual de Acústica [Em linha]. Portugal: Imperalum. [Consult 10 Jul às 17:49]. Disponível em WWW: <URL 34

41 propagação de ruído de vibração. Atente-se nos exemplos seguintes: Figura 19 (tubagens) 55 Figura 20 (portões de garagem e elevadores) Idem 56 Lopes, Santos Workshp Técnico. Porto: Curso de Especialização: Acústica de Edifícios, cop. 20 de Jun diapositivos. 35

42 Figura 21 (equipamentos de AVAC) Idem 36

43 6. Conclusões Refere-se, como forma de conclusão e alerta, alguns dos erros mais comuns no acto de projectar que se transformam posteriormente em patologias. Entre as quais indicam-se algumas descritas por António Leão 58 na sua tese de Mestrado. Fundações na proximidade de ruas com muito tráfego, túneis e linhas férreas entre outros. Zonas opacas das fachadas Panos de igual espessura (perda de eficácia no isolamento sonoro) Depósito de argamassa na caixa-de-ar Ligação de paredes por elementos metálicos Passagem de canalizações Introdução de caixas de aparelhagem Envidraçados Má vedação entre aros móveis Juntas entre parede e caixilharia Panos de igual espessura (perda de eficácia no isolamento sonoro) 58 Leão, António Jorge de Almeida - Acústica de edifícios. Recomendações técnico-práticas para a concepção de edifícios escolares e de habitação. Porto: FEUP, Março p 77. Dissertação de Mestrado. 37

44 Outras patologias poderão decorrer de condutas de ventilação, caixas de estores, grelhas de ventilação, redes de água, condutas de lixos, equipamentos na cobertura, entre outros, devido a isolamento sonoro deficiente e/ou corte elástico inexistente. A inter-ligação entre a Acústica e a Arquitectura, torna-se assim o factor primordial a fim de se evitar estas patologias e dificuldades na conjugação das duas especialidades, que criam por vezes situações de difícil resolução. 7. Bibliografia Bucur, Voichita - Urban Forest Acoustics. Berlin: Springer-Verlag Berlin Heidelberg New York, ISBN Carvalho, A. P. Oliveira de Acústica Ambiental e de Edifícios. Edição 6.3: Departamento de Engenharia Civil, FEUP, Março de Leão, António Jorge de Almeida - Acústica de edifícios. Recomendações técnicopráticas para a concepção de edifícios escolares e de habitação. Porto: FEUP, Março Dissertação de Mestrado. Lopes, Santos Workshp Técnico. Porto: Curso de Especialização: Acústica de Edifícios, cop. 20 de Jun diapositivos. Manual de Acústica [Em linha]. Portugal: Imperalum. [Consult 10 Jul. 2010]. Disponível em WWW: <URL Patrício, Jorge - Acústica nos Edifícios. 4ª Edição: Verlag Dashofer, Edições Proficionais, Unip., Lda, ISBN Tirone, Livia and Ken Nunes - Construção Sustentável: Soluções Eficientes Hoje, A Nossa Riqueza De Amanhã. 1ª edição: Dinalivro, ISBN YOUR HOME TECHNICAL MANUAL [Em linha]. Edition 4. Australia: Commonwealth of Australia, [Consult. 10 Jul. 2010]. Disponível emwww: < URL. 38

45 O Equipamento Escolar na Cidade dos Equipamentos Ana Paula de Nápoles 1 Resumo: O conceito de planeamento escolar ou de construção escolar, resgata as influências da organização e municipalização da rede escolar e das correntes urbanísticas que colocaram, gradualmente, o edifício nos territórios. A escola, enquanto edifício, é um conceito que reflecte as propriedades emergentes da produção normativa, das técnicas construtivas e da necessidade de a colocar no desenho urbano, como complemento. Quando a Administração Pública assume em definitivo a promoção do planeamento escolar, surge a questão dos limites da respectiva prestação, nomeadamente na função geradora do edificado escolar na malha urbana. Neste cruzamento, constata-se que o posicionamento do edifício escolar na matriz urbana gerou centralidades, espaços, formas e desenhos urbanos. Embora não se descortine uma morfologia própria do espaço escolar, este edifício distinguiu-se na malha da cidade. A legislação de 1866, o Plano de 38 e o Plano de 58 são exemplo da continuidade urbanística que o edifício escolar impõe no território. Palavras-chave: equipamentos, edifício escolar, liceu, construção escolar, plano urbano, malha urbana e cidade. Abstract: The school planning concept or school construction redeems the influences of the organization and the municipalisation of the school network and the urban trends, which gradually set the building in the territories. The school, as a building, is a concept which reflects the emergent characteristics of the normative production, of the building techniques and of the necessity of setting the school in the urban design, as a complement. When the Public Administration definitively arrogates the promotion of the school planning, the question of the limits of its instalments arises, namely in the generator function of the school builder in the urban network. 1 Professora de Geografia na Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada, Investigadora residente de CEGOT e membro colaborador do CITAD. 39

46 In this intersection, we can realize that the placement of the school building in the urban matrix generated centralities, spaces, forms and urban designs. Although we don t uncover a specific morphology of the school area, this building made one s mark in the city network. The legislation of 1866, the Plan 38 and Plan 58 are example of urban continuity requires that the school building in the territory. Key-words: equipment, school building, school construction, urban planning, urban plan and city. 40

47 ( ) sendo geralmente a escola um edifício, este, ao longo do tempo, foi sendo programado e construído de maneiras diferentes tanto como resposta a necessidades que sealternavam, como à aplicação de tecnologias que surgiam inovadoramente, de época para época. Filomena BEJA et al, Poderá o edifício escolar, seja na forma de escola primária, seja na forma de escola técnica ou liceu, ser entendido somente como um domínio específico da arquitectura escolar ou, antes, como um domínio transversal que trespassa para o domínio urbano? Com efeito, falar de espaços educativos intencionalmente criados para esse fim significa reportarmo-nos a uma realidade histórica, pese embora a implantação do edifício escolar num determinado território ser um dos elementos característicos da própria instituição escolar. Assim, apesar da diversidade de modalidades que encerrou e pode encerrar a escola como lugar, entendida como edifício escolar, é notória a tendência para a sua fixação e estabilidade num determinado sítio. (VINÃO, 1993) Procurando o melhor sítio, o edificado escolar foi-se comprometendo com a funcionalidade que os tempos impõem e participando nas diversas propostas de renovação urbana, acerca das quais Fialho de Almeida emitiu a opinião de que na rotunda maior, centro de vida cívica, estaria a biblioteca do bairro, o lactário, a creche, o balneário gratuito, o ginásio, a igreja, a casa de conferências e comícios, e enfim a escola. (1992:91, citado por Manique, Carlos) Num certo sentido, durante muito tempo, o edifício escolar foi o próprio mestre, mostrando que o binómio casa do mestre/escola perdurou com alguma veemência. A curiosa expressão casa da escola, aceite em finais do século XIX, introduz a ideia de alojamento para o mestre e de salas organizadas e apetrechadas para os alunos (BUISSON, 1887). Sempre referenciada à escola inglesa, a casa da escola não configurava nenhum modelo espacial, nem tão pouco, acompanhava qualquer dinâmica demográfica. Recorde-se que o edifício inglês era estruturado à volta do hall central reminiscência da scholl room. O aparecimento de uma arquitectura escolar oferecendo resposta às exigências e tendências demográficas encontra-se, somente, na centúria de Oitocentos, determinada 41

48 pelas mutações económicas, políticas e sociais, intimamente imbricada com uma nova dimensão da arquitectura pública e do modelo urbano. A este propósito, Thomas A. Markus diz-nos que por volta de 1850 houve uma explosão tipológica: uma multidão de edifícios industriais, estações de caminho de ferro, câmaras municipais, casas de banho e de lavagens, mercados urbanos altamente especializados, bibliotecas, galerias de arte e museus, universidades públicas, escolas e colégios seculares, vastas prisões e hospitais a partir dos quais se desenvolveram asilos e casas de banho, hotéis e escritórios. (1993:XIX) Participando nas primeiras soluções para a cidade moderna industrializada, o edifício escolar passa a integrar os diversos programas destinados a equipamentos colectivos coetâneos, como hospitais e bairros económicos, entre outros. Aliás, ao bairro segue-se, habitualmente, a escola. A constituição de um espaço público para a educação dá-se pela superação do seu lugar inicial (casa do mestre) e, ainda, pela integração, mesmo que contida, na dinâmica urbana. Esta integração, pela mão do higienismo, condicionou largamente, não só o sítio de implantação, mas também o tipo arquitectural do edificado. Apareceram as primeiras normas sobre construção escolar, publicadas em vários países da Europa (na França em 1858, na Suíça em 1861 e na Bélgica em 1874), inauguradas, no caso português, com as escolas erigidas com o legado do Conde de Ferreira (1866). Enquanto área de especialistas, onde intervêm áreas do saber como a arquitectura e o higienismo hipocrático, o edifício escolar sublinhará os valores associados à racionalidade e à eficácia (higiene e economia), resultando um edificado repetitivo, económico e de fácies homogénea. (MONIZ, 2005) A escola dependia, essencialmente, das ambições monumentais do seu projecto, dos recursos materiais existentes na região e das possibilidades financeiras, deixando mais para trás a afirmação urbanística que só se viria a consumar mais tarde. Não obstante, em finais do século XIX, a temática dos equipamentos escolares era acompanhada, mesmo que lentamente, de alguns planos com carácter explicativo, visando a tradução das normas higienistas na configuração do sítio da escola. 42

49 A Memória Justificativa do Programa elaborado pela 3ª classe da Associação dos Engenheiros Civis Portugueses para o Concurso de Projectos de Edifícios Escolares, coalescente com as directrizes inglesas e francesas, determinava essencialmente que o sítio seja socegado, isto é, que fique longe do movimento commercial ou de estradas de muito transito, é também vantajoso; e que não se approxime demasiadamente de edificações que lhe roubem o ar e a luz é absolutamente indispensável. (LOPES, 1898) E ainda que nem sempre se poderá dar ao edifício a orientação mais conveniente, se houver de sujeitar-se a construção a um determinado alinhamento, por exemplo. (LOPES, 1898) Parece, pois, existir um jogo ambíguo entre a centralidade, por um lado, e a distância máxima recomendável relativamente ao aglomerado populacional, já que essa escolha nem sempre será livre, pois há considerações económicas e outras puramente de ocasião a considerar, como, por exemplo, a configuração da própria povoação, tendência que tiver para se desenvolver para este ou para aquelle lado, a existência de cursos de água, de pântanos, de fabricas, de elevações ou depressões do terreno, enfim o clima e as condições metereologicas da localidade. (LOPES, 1898) Neste sentido, torna-se evidente a relação físico/humano na inserção urbanística do edifício escolar, a par de um discurso objectivamente higienista que continuará latente. Efectivamente, o movimento higienista coloca o enfoque, quer nos programas de construção escolar, quer na evolução dos conceitos de planificação, numa íntima correlação: à forma uniforme imposta pelas prescrições higienistas universais da arquitectura escolar corresponderá um modelo urbano igualmente uniforme, isto é, um espaço urbano tendencialmente mais higienizado. (MONIZ, 2005) De facto, as Instruções definidas para a construção escolar, elaboradas por Adriano de Abreu Cardoso Machado, Director-geral da Instrução Pública, eram bastante rígidas na implantação, sendo aplicáveis, quer à construção da escola primária, quer à construção do liceu. 43

50 Surge, assim, o projecto do liceu do final de Oitocentos, já subordinado aos princípios enunciados no documento legal de 1866 (documento regulador da construção escolar), diferindo, apenas, a escala e o programa. (MONIZ, 2005) É no século XIX que, sob a égide da Regeneração, se criaram as condições necessárias para o crescimento sustentado e modernização do país. A prosperidade da nação, fortemente inspirada em Fontes Pereira de Melo, traduziu-se num incremento da produção industrial com inevitáveis implicações económicas e sociais. Com a criação do Ministério das Obras Públicas, Comércio e Industria inicia-se uma fase de construção de grandes infraestruturas (estradas, caminhos de ferro, construção de pontes ), bem como outras medidas de carácter distinto mas de inegável efeito na sociedade (abolição de morgadios e da escravatura e a redacção do Código Civil de 1867). Procurou-se, assim, através da rede viária, corrigir assimetrias regionais, assegurar as ligações entre as principais cidades e facilitar os acessos. Naturalmente, os caminhos-de-ferro e estradas contribuíram para criar um certo dinamismo económico, na medida em que tornaram mais baratas e mais rápidas as transacções e as deslocações, permitindo uma maior mobilidade populacional, com repercussões visíveis na urbanização. Paralelamente, a cidade cresce, constrói programas de habitação e organiza lentamente os equipamentos públicos, afirmando o seu cariz utilitário assente num programa, sem o qual não poderia planear correctamente a matriz urbana. Por isso, as preocupações higienistas da civilização europeia propõem, cada vez mais, planos de melhoramentos com condições de higiene e decoração, construindo e alargando ruas, praças, jardins e edificações, daí que a cidade burguesa que Portugal foi construindo lentamente a partir da revolução liberal dissolve o poder anteriormente centralizado nas suas diversas instituições públicas transformando-se numa cidade de equipamentos. (MONIZ, 2005) 44

51 Na sua relação com a cidade, os liceus surgem com uma nova lógica urbanística, localizando os equipamentos em áreas de expansão controlada da cidade, funcionando estes como elementos geradores de urbanidade. Esta localização dos liceus deve-se também à necessidade, imposta pelo programa, de criar áreas de espaço aberto portadoras de melhor salubridade e higiene, capazes de sustentar as diversas etapas funcionais do crescimento e expansão. Assim, o liceu, enquanto equipamento público, permite uma relação estruturante com o território urbano, consolidando-o na continuidade do conjunto edificado. As preocupações urbanísticas de Ventura Terra ou de Marques da Silva, enquadradas no urbanismo Oitocentista, repercutem-se, já, no desenho dos liceus, subordinados, sempre, aos cânones higienistas. O século XX projecta alguns equipamentos públicos dentro da arquitectura moderna que, a partir dos anos 20, é notícia no panorama internacional. Paralelamente, inicia-se um momento de experimentação sobre os novos programas públicos que, para o liceu, mostra claros prolongamentos: por um lado, a continuidade com o processo encetado nos últimos tempos da monarquia e, por outro, a extensão adentro pela I República, isto é, entre 1932 e Assiste-se à intervenção do recém-criado Ministério das Obras Públicas e Comunicações, que projecta e constrói segundo concepções modernistas, legitimadas pela visão progressista do Ministro Duarte Pacheco. O liceu foi, talvez, enquadrado nos primeiros projectos entendidos em sentido moderno, prevendo as variantes e combinações que o tornavam mais adaptado às várias situações de programa e dimensão, sendo certo que aquele define o número de edifícios escolares a executar, sua localização genérica, tipologia e dimensão e esta indica o número de alunos que simultaneamente podem utilizar as instalações escolares. Este número de alunos corresponde à unidade composta por áreas, volumes de construção e área de terreno para um ou vários graus de ensino cumprirem as funções e actividade definidas para o tipo de educação previsto (tipologia de escola). 45

52 Entretanto, foram produzidas disposições legais sobre urbanização (Decreto nº 24:802), obrigando as Câmaras Municipais a elaborar planos de urbanização por se entender que os trabalhos de urbanização nem sempre eram delineados com o melhor critério e a mais justa consideração das condições locais e das necessidades futuras, nem seguindo as melhores regras de higiene das aglomerações urbanas 2, sendo que a urbanização era, à época, arrumo e beleza da cidade 3. O plano de urbanização tinha objectivos e finalidades muito precisas: demonstrava-se como a urbanização resolveria os principais constrangimentos do aglomerado populacional e indicava-se a melhor distribuição zonal. Assim, cabia-lhe a eliminação da expansão desordenada, a supressão de quarteirões insalubres e a valorização de monumentos, bem como a criação de zonas de recreio e repouso, de zonas industriais, de zonas verdes, dos edifícios escolares, dos edifícios públicos e indicava-se a melhor distribuição de zonas residenciais e arruamentos (apontando os existentes e os projectados). Ora, o liceu, enquanto equipamento de utilidade pública, era projectado segundo o plano de urbanização, respeitando o que nele se definia no âmbito de melhoramentos urbanos, acompanhando e definindo, por isso, novas axialidades. Estes planos, desenvolvidos pelos Serviços de Urbanização entre 1932 e 1947, disponibilizaram uma série de obras de melhoramento com incidência sobre estudos de abastecimento de água e saneamento, recomendados pela teoria higienista, obras de melhoramentos urbanos e rurais, com a consequente expansão do parque escolar e melhoramentos do parque habitacional, com a construção dos bairros económicos. De referir, a importância do bairro económico na localização escolar: a sua edificação, baseada no alinhamento de casinhas unifamiliares com logradouro verde (TOSTÕES, 2003), ancorada na lógica da cidade-jardim, potenciava a necessária fixação da escola, dando, assim uma continuidade ao tecido urbano, cuja centralidade é transladada para a escola.. Seguramente que o modelo de cidade-jardim fixava a escola num ponto central, objectivando, assim, a complementaridade e centralidade de um equipamento estruturante na malha do bairro Anos de Obras Públicas, Livro de Ouro ( ), Lisboa, Comissão Executiva de Exposição de Obras Públicas. 3 Ibidem. 46

53 Mais tarde, na década de 50, o equipamento escolar passa a ser entendido como célula da vida comunitária. Numa aproximação à unidade de vizinhança, a escola será determinada pela dimensão de cada célula, em função da distância que uma criança pode percorrer a pé entre a casa e a escola.. Não oferece dúvidas de que a visão social está subjacente neste tipo de planeamento. Duarte Pacheco assume uma estratégia de centralização das obras do edificado liceal, apoiada num planeamento exaustivo, em unidade com o plano de urbanização, com o plano de melhoramentos do liceu, com o traçado da malha urbana e com a complementaridade funcional relativamente a outros edifícios de utilização pública, em suma, o programa estava delineado. Ao planeamento, ainda que timidamente regionalizado, seguir-se-ia a programação e, por último, a construção escolar. Os protagonistas deste processo seriam o arquitecto e o urbanista para o planeamento físico e o médico que garantia que as exigências do higienismo fossem previstas e cabalmente cumpridas. É, no entanto, através do Decreto nº de 1928 que se estabelece a possibilidade de nos concelhos de população superior a habitantes poderem funcionar liceus municipais, quando as respectivas câmaras assim o requeiram, responsabilizando-se por todos os encargos. Consequentemente, o liceu é visto, agora, como um sinal de prestígio e pólo de atracção regional, com importantes repercussões económicas e sociais. Ainda com Duarte Pacheco é criada a Junta Administrativa do Empréstimo para o Ensino Secundário (JAEES), tornando-se o primeiro organismo da administração pública com competência técnica e administrativa específica no domínio da construção, adaptação e requalificação dos edifícios do ensino liceal. À Junta competia administrar o empréstimo de quarenta mil contos contraído à Caixa Geral de Depósitos, destinado à construção de edifícios para o funcionamento dos liceus, à conclusão dos já iniciados e a grandes reparações daqueles em que os referidos estabelecimentos de ensino funcionam e que constituem pertença do Estado, e bem assim à aquisição do 47

54 mobiliário e material didáctico necessários aos mesmos liceus, e ainda às despesas de instalação das Residências de estudantes. Após os primeiros anos experimentais, em 10 de Agosto de 1934, a Junta Administrativa do Empréstimo para o Ensino Secundário (JAEES) é substituída pela Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário (JCETS) Figura 1. A estas duas estruturas de continuidade, ambas de iniciativa de Duarte Pacheco. se deve a responsabilidade de execução das políticas de edificação dos Liceus e Escolas Técnicas até ao fim da década de 60 até porque, reconhecida pelo Governo a necessidade premente de impulsionar o Ensino Técnico dando-lhe maior eficiência e criando condições de trabalho e de estímulo às populações escolares que se orientassem naquele sentido, foi estudado pelo Ministério da Instrução Pública um vasto programa de construções o qual permitiria assegurar as possibilidades de expansão dum elemento decisivo valor para o ressurgimento económico do País. (MOP, 1964) Em comunhão com a política das obras públicas, a lembrar um segundo fontismo, é lançado um grande plano de construção e melhoramentos dos liceus, fidelizando o fervor da nacionalidade. E assim o Plano de 38 elabora uma sinopse de um projecto-tipo de edifício liceal (MOP/JCETS, 1941). Estes documentos, que funcionaram como um programa-tipo, garantiam que as propostas apresentadas respondessem às disposições pedagógicas, higiénicas e construtivas do liceu moderno, dentro de um programa urbanístico. Era, aliás, comummente aceite que a planificação da localização dos edifícios escolares seria consequência, no século XX, tanto na introdução da escola graduada como da política de construções escolares e, nas últimas décadas, das concentrações ou divisões escolares e da legislação urbanística. (VINÃO, 1994) 48

55 1925 JAEES Extinção JAEES (Duarte Pacheco) MOP 1934 JCETS 1938/1952 PLANO DE Extinção JCETS Quadro 1: O Plano de 38. DGCE 49

56 Uma vez que os liceus se concentravam em territórios urbanos de cidades ou vilas populosas, a sua localização será determinada por três factores essenciais (MARQUES, 2003): - Construção do liceu em edifício próprio segundo as normas expressas legalmente; - Clara intenção de regular/controlar o crescimento dos aglomerados urbanos [na cidade dos equipamentos], através do planeamento urbanístico, com a consequente adopção de legislação específica; - A evidente intenção de proteger e valorizar os edifícios públicos, exigindo uma inserção urbanística privilegiada. As medidas de Salvaguarda do Património Arquitectónico previam a existência de zonas de protecção dos edifícios públicos. Os recintos escolares carecem de uma faixa de terreno envolvente onde não seja permitida qualquer construção. Esta zona non aedificandi tem por objectivo garantir, para além da salvaguarda do Património Arquitectónico, as condições essenciais da insolação, meios de acesso fácil e seguro e, ainda, as condições mínimas de privacidade. A fixação das zonas de Protecção justifica-se, com efeito, tanto nos casos de zonas urbanas e de bairros consolidados como em território rural, já que os ritmos de transformação do uso do solo e sua densificação se inserem habitualmente num processo de expansão que viabiliza a adopção de medidas que salvaguardem alterações inadequadas em edifícios e em Planos de Pormenor aprovados. Refira-se que nas Memórias Descritivas e Justificativas dos Projectos Escolares estão presentes vários exemplos da importância que era atribuída à escolha da inserção urbanística do liceu o liceu, equipamento caracterizadamente urbano, projectava-se como um elemento estruturante do desenvolvimento urbano e da própria malha urbana, bem como um lugar privilegiado de investimento estético, social e cultural. Contudo, o estudo urbanístico previa não apenas a valorização e protecção dos edifícios públicos, mas também a escolha do sítio que obedecesse à melhor acessibilidade, às possibilidades de urbanização e à facilidade de construção, harmonizando-se, sempre, com o desenvolvimento urbano local. Genericamente, parece traçar-se uma relação simbiótica entre o liceu e o sítio, à custa do acompanhamento ou promoção das zonas de expansão urbana, participando, ainda, das centralidades entretanto conquistadas. 50

57 Por outro lado, surgem também referências ao aproveitamento de pontos de vista cénicos, sugerindo um enquadramento paisagístico, de que é exemplo o projecto do Liceu Gonçalo Velho. O seu autor, o arquitecto Januário Godinho, demonstra que o plano de urbanização e o programa de estudos, aliados às condições naturais do terreno, determinaram em conjunto a planta do liceu; a grande alameda que liga o terreno às margens do rio Lima, e as duas artérias locais em movimento de pinça, participam directamente do traçado da planta. A intenção do urbanista de pôr o edifício em evidência foi assim respeitada e completada pelos autores deste projecto. O grande pátio do ginásio, no enfiamento e ao eixo das artérias laterais, obedece simultaneamente às exigências do programa e ao traçado do plano de urbanização. ( ) quando todas as ruas do plano de urbanização estiverem guarnecidas de árvores, surgirá entre a alameda e o liceu uma grande sala de verdura, alegre e animada pela frequência dos alunos. (MOP/JCETS, 1942) Uma vez que a malha urbana se revelava centralizadora, o liceu do Estado Novo procurava um certo compromisso urbano. É neste contexto que na década de 50, graças ao Plano de 58, o liceu é implicado na terceriarização que o país vinha assumindo, uma vez que ele mesmo é um produto terciário, já que a sua localização central (única) polariza um fluxo escolar periferia/cidade (terciária), contribuindo (comprometedoramente) para a consolidação da cidade e sua posição privilegiada na concentração de serviços. A título de intróito histórico, recorde-se que a década de 60 ficou marcada pelos grandes movimentos migratórios. O êxodo rural aumenta, alterando, paulatinamente, a fisionomia das cidades. Como consequência da pressão demográfica urbana, percebe-se uma progressiva deslocação da população residente para os concelhos periféricos, onde tende a fixar-se o excedente da população migrante à procura de trabalho na cidade, mas que não revela capacidade financeira de suportar os preços praticados no centro urbano. Este crescimento suburbano ocorreu de forma desordenada, sem apoio de infraestruturas habitacionais, sanitárias ou de transportes, provocando a replicação de construções clandestinas. 51

58 O rápido afluxo de gentes à cidade colocava novas dificuldades na gestão dos espaços urbanos. A cidade estende-se em todas as direcções, como uma mancha de óleo, absorvendo concelhos limítrofes e atraindo, cada vez mais, população para a metrópole. Os planos de urbanização, nos quais o liceu continuará presente, orientavam-se mais pela urgência de prover a cidade de equipamentos, infraestruturas essenciais e eixos viários eficazes. Neste novo contexto, o Plano de 58 (que prolongará até Abril de 1974), sob a pressão da procura escolar, decorrente do rápido aumento populacional na cidade, assume a evidência das carências da rede escolar liceal. De facto, o Plano de 38 não havia resolvido cabalmente a rede escolar liceal. Agora, o liceu do movimento moderno reclama a função social, plasmada no Movimento Moderno Internacional através da arquitectura de Le Corbusier e do debate dos CIAM. Esta nova etapa na concepção do liceu moderno a partir de um novo programa pedagógico, social e higienista abre caminho ao liceu pré-fabricado, construído exponencialmente durante a década de 60 e 70. (MONIZ, 2005) O Parecer Nº 3607 sobre os Liceus tipo Anteprojecto do Estudo Normalizado, enviado pela Junta das Construções para o Ensino Técnico e Secundário ao Conselho Superior de Obras Públicas (CSOP), redige, convicto de que este estudo se pode considerar de muito interesse para estabelecer bases que permitam à concorrência industrial organizada a possibilidade de soluções construtivas vantajosamente económicas, em que se possa mesmo prever, em certa medida, a pré-fabricação. As novas centralidades, prolongamento de outras mobilidades, questionam o sítio do liceu, reclamando não o liceu em cada capital de distrito ou município mais importante, mas antes o liceu que responda socialmente e urbanisticamente à crescente procura de uma população, também ela crescente. Ao planeamento escolar subjaz, agora, critérios mais socializados, quer do foro geográfico, quer do foro urbano. Os primeiros pressupõem uma cuidada articulação no que concerne ao tipo, dimensão e localização do liceu e demais equipamentos (existentes e previstos) e os segundos avaliam o grau de inserção dos sítios (do liceu) no 52

59 tecido urbano, em parceria com os Planos de Urbanização e demais figuras legais do Planeamento Urbanístico. O Decreto-Lei nº 560/71, de 17 de Dezembro, determina a elaboração de Planos Gerais de Urbanização: Planos de Áreas Territoriais; Planos para as sedes dos Municípios; Planos para localidades com mais de habitantes com aumento populacional apreciável e para localidades ou zonas de interesse especial. Este Decreto-Lei prevê ainda a elaboração de Planos Parciais de Urbanização e de Planos de Pormenor. De notar, ainda, a elasticidade deste planeamento (e dos Programas), possibilitando antecipar a consolidação dos constrangimentos de cada unidade de per si escolha do sítio, estudos de urbanização, expropriações e a elaboração de projectos. Paralelamente, a terceriarização do tecido urbano conduziu a uma progressiva necessidade de criação e adaptação de equipamentos sociais e culturais. Antevê-se, pois, a total união da demografia escolar com o desenho urbano (mais social) que culminará na cidade de equipamentos, consolidada mas de limites imprecisos, porque, antes de mais, todas as cidades têm tendência para crescer. (GEDDES, 1949) Futuramente, a programação e a concepção de novos equipamentos educativos virão admitir uma nova lógica funcional, não como unidade individual mas como uma unidade urbana, ocupando vários sítios e implicando um conceito de Escola diferente Escola Rede. A Escola Rede acompanhará a crescente metropolização do território urbano: o liceu ou a escola deixam de estar confinados aos limites e centralidades clássicas urbanas para se estender adentro das grandes metrópoles o compromisso urbano é, agora, mais globalizante. 53

60 Liceu Arquitectura Engenharia Data Liceu Sá da Bandeira, Santarém Liceu Nuno Álvares, Castelo Branco Liceu Alves Martins, Viseu Liceu Gonçalo Velho, Viana do Castelo Liceu João de Deus, Faro Liceu Infanta D. Maria, Coimbra Liceu Gil Vicente, Lisboa Liceu D. João de Castro, Lisboa Liceu Bocage, Setúbal Liceu Carolina Michäelis, Porto Liceu José Estêvão, Aveiro Liceu Eça de Queirós, Póvoa de Varzim Liceu de Oeiras, Oeiras Quadro 2: Liceus do Plano de 38. Arq. José Costa Silva Arq. José Costa Silva Arq. Francisco Assis Eng. António Joaquim Simões Crespo Eng. Artur Bonneville Franco Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Eng. Gabriel Ribeiro de Matos Eng. Artur Bonneville Franco Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Julho de 1939 Junho de 1940 Outubro de 1941 Arq. Januário Godinho Assinatura ilegível Fevereiro de 1942 Arq. José Costa Silva Arq. Francisco Assis Arq. José Costa Silva Arq. José Costa Silva Arq. José Sobral Blanco Arq. Francisco Assis (só anteprojecto) Arq. José Sobral Blanco Arq. José Costa Silva Arq. António José Pedrosa Arq. José Sobral Blanco Eng. Gabriel Ribeiro de Matos Eng. Pedro Rodrigues Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Eng. Pedro Cavalleri Martinho Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Eng. Inácio Francisco Silva Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Eng. Inácio Francisco Silva Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Eng. Gabriel Ribeiro de Matos Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Eng. Gabriel Ribeiro de Matos Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Eng. Inácio Francisco Silva Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Março de 1942 Abril de 1944 Agosto de 1944 Julho de 1945 Agosto de 1945 Julho Sem indicação Fevereiro de 1948 Eng. Gabriel Ribeiro de Matos Eng. António Carvalho Lopes Monteiro Setembro de

61 Liceu Concelho Manuel Laranjeira Martins Sarmento Emídio Garcia Garcia de Orta Rodrigues de Freitas Alexandre Herculano Rainha Santa Isabel Almeida Garrett Fernão Magalhães Camilo Castelo Branco Latino Coelho Espinho Guimarães Bragança Porto Porto Porto Porto Vila Nova de Gaia Chaves Vila Real Lamego Quadro 3: Liceus não construídos segundo o Plano de 38 Área de Jurisdição da Direcção Regional de Educação do Norte 55

62 Fontes e Bibliografia Fontes Arquivos - Arquivo da extinta Direcção-Geral das Construções Escolares - Arquivo do Ministério das Obras Públicas - Arquivo Técnico da DREN Legislação - Conjunto Oficial da Legislação Portuguesa. Bibliografia Arquitectura Moderna Portuguesa, , 2003, Lisboa, IPPAR. AFONSO, José C., 1982 Extractos de Legislação em Vigor Sobre Zonas de Protecção à Escola, Lisboa, Direcção-Geral de Construções Escolares, Direcção de Estudos e Projectos. ALMEIDA, Pedro Vieira de, 2002 A Arquitectura no Estado Novo, Uma Leitura Crítica, Lisboa, Livros Horizonte. BAUDIN, Henry, 1907 Les Construtions Scolaires en Suisse, Genéve, Editions D Art et D Architecture. BEAUJEU-GARNIER, Jacqueline, 1997 Geografia Urbana, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. BEJA, Filomena et al, 1990 Muitos Anos de Escolas: Edifícios para o ensino infantil e primário até 1941, Vol. I, Lisboa, Ministério da Educação/Departamento de Gestão de Recursos Educativos. BEJA, Filomena et al, 1990 Muitos Anos de Escolas: Edifícios para o ensino infantil e primário: Anos 40 Anos 70, Vol. II, Lisboa, Ministério da Educação/Departamento de Gestão de Recursos Educativos. BUISSON, F. (dir.), 1882, Dictionaire de Pédagogie et d Instruction Primaire, Paris, 1ª parte, tomos I e II. 56

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66 As Patologias nos Edifícios 1 Paulo Teves da Silva, tevesarq@sapo.pt 2 Marcio Daniel da Silva Ferreira, marcioferreira84@gmail.com Resumo: Actualmente, as patologias são frequentes nos edifícios do parque habitacional de Portugal, devido à má construção realizada nas últimas décadas. Neste trabalho faremos uma análise das patologias mais frequentes, das suas causas e indicaremos algumas soluções, atendendo a que este é um problema presente nas habitações e espaços que frequentamos diariamente. Serão apresentados exemplos, muitos retirados de bibliografia da especialidade, mas introduziremos neste contexto, aspectos que consideramos inovadores, na identificação precoce de eventuais patologias e respectivas causas. Para tal recorremos a técnicas de termografia e de medição de temperaturas de superfície por termómetros de feixe laser. Palavras-Chave: Patologias da Construção; Termografia; Termograma; termómetro laser; Qualidade da construção. Abstract: Nowadays, it s easy to find pathologies on buildings, in portuguese houses due to bad construction of buildings during last decades. This paper will analyse and discuss frequent pathologies, it s origin. Also, a proposal for solving those troubles, considering that this is a current problem we find everyday on the buildings we dayly use. The paper presents some examples, many of those, acquired from technical bibliography. It presents, also, some innovative aspects for identifying those pathologies in an early stage, before they become visible. For that we will use thermographic techniques and surface temperature measurements using laser thermometers. Keywords: Construction Pathology; Thermographic photo; laser thermometer; Construction Quality. 1 Professor Auxiliar na Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão, investigador do CITAD. Coordenador de Projecto de investigação na certificação automática do projecto de arquitectura (CASPP), pelo CITAD. Foi Investigador associado do centro Algoritmi, na UM. 2 Mestre em Arquitectura, formado pela Faculdade de Arquitectura e Artes da Universidade Lusíada de Vila Nova de Famalicão. Investigador associado ao projecto CASPP pelo CITAD. 60

67 1. Introdução Em Portugal muito embora, se sinta uma crescente preocupação com a qualidade da construção, continua-se a verificar que edifícios construídos, nas últimas décadas não apresentam a qualidade espectável, podendo mesmo afirmar-se, que existem milhares de fogos, construídos recentemente, onde se encontram patologias muito graves, que podem condicionar a sua utilização. Esta situação descredibiliza o sector da construção civil, traduzindo-se em inúmeras reclamações por parte dos utentes e no aumento do sentimento de desconfiança no sector imobiliário. Assim, o estudo de patologias em edifícios, causas e soluções assume importância extrema, no sentido de solucionar e se possível, antever o aparecimento dessas patologias, evitando o impacte resultante no quotidiano de grande parte da nossa sociedade, com os custos e riscos de saúde pública decorrentes. 2. Patologias frequentes em edifícios habitacionais Em Portugal nas últimas décadas, devido ao facto de se construir de uma forma rápida e em força, a custos baixos, aliada a um aumento considerável do preço da mão-de-obra, e à falta de mão-de-obra qualificada, gerou-se uma situação com reflexos muito negativos na qualidade da construção (Coelho, 2003). Tendo como factor de concorrência, a necessidade dos empreiteiros conseguirem preços bastante competitivos ao nível do mercado imobiliário, a utilização de métodos construtivos baratos, pouco dependentes de mão-deobra, foi e é um dos aspectos principais da degradação. Todo este processo permitiu que, ao longo dos anos, se executasse construção de má qualidade com patologias diversas Gráfico 1. Quase sempre as patologias decorrem da conjugação de vários factores adversos, confluência essa que se pode dar simultaneamente no tempo, ou suceder como acumulação de efeitos, até ao limiar de desencadeamento do processo. Este é um tema de difícil tipificação de causas e de soluções para a resolução das várias patologias, devido a(soares, 2006): grande variedade de elementos e materiais que constituem um edifício. 61

68 multiplicidade de funções a desempenhar pelos vários componentes de um edifício. complexibilidade do meio ambiente, envolvente do edifício e a larga margem que os seus utentes podem ter. várias fases por que passa um edifício, desde a concepção até à sua demolição. Gráfico 1 - Principais Patologias (Coelho, 2003) 34% 1% 1% 2% Problemas de estanquicidade à agua Condensações 62% Problemas de estanquicidade ao ar Insuficiente isolamento térmico outros Gráfico 2 - Origem das patologias na construção (SOARES, 2006) Em seguida, apresentamos ao longo de vários quadros síntese, a descrição de anomalias mais relevantes, suas causas e soluções possíveis para a correcção das mesmas. 62

69 Tabela 1 - Patologias/ causas/soluções, por tipo de fundações (PAIVA, AGUIAR, & PINHO, 2006)(Síntese do Autor) TIPO PATOLOGIAS CAUSAS SOLUÇÕES Fundações directas (sapatas) Assentamento diferencial das fundações Envelhecimento e degradação dos materiais constituintes Assentamentos uniformes Saturação dos solos Obras de escavações realizadas na proximidade do edifício. Falhas no dimensionamento em fase de projecto, em relação com o tipo de solo. Alteração da estrutura original. Agravamento das cargas permanentes, com a introdução de excentricidades de carregamento Deterioração dos materiais com o tempo Alteração do nível freático por causas naturais ou artificiais. Melhoria do solo de fundação: Através de injecções de consolidação. Remoção do solo e execução de nova compactação, Aplicação de uma pré-carga no terreno (em terrenos argilosos muito deformáveis Reparação dos elementos de fundação, mantendo as secções existentes e substituindo apenas as parte degradadas Reforço da fundação, em geral realizado pela sua consolidificação e pelo eventual aumento da secção Realização de micro estaca, para uma transmissão das cargas a uma camada de solo mais profunda e com maior capacidade de carga. Quadro 1 - Fractura em fundação (Foto do Autor) PATOLOGIA FOTOGRAFIA 1. Destacamento e fractura do betão numa fundação 2. Tabela 2 Tipo de patologia, causas, soluções [1] (Síntese do Autor) TIPO PATOLOGIA CAUSAS SOLUÇÕES Sobrecargas excessivas Deterioração da madeira devido a ataque de fungos de podridão, carunchos ou Deformação térmitas, nas zonas em acentuada contacto com paredes Pavimento flexível húmidas; Fluência da madeira Redução da secção transversal das vigas, aquando a instalação de tubagens Pavimento de madeira Pavimento desnivelado Cedências das paredes de apoio, devido ao assentamento das fundações Cedência do apoio do pavimento Reparação e substituição de elementos defeituosos Aumento das dimensões das secções Adição de elementos metálicos em estruturas de madeira na utilização de vigas/asnas por perfis de aço enformado a frio. Utilização de chapas metálicas para reforçar elementos de madeira ou reparar ligações estruturais. Melhoria de propriedades mediante injecção de resinas nas partes degradadas no interior das estruturas de madeiras. Redistribuição de esforços, através da redução de vãos, aumentando o numero de vigas e o reforço de vigas existentes 63

70 TIPO PATOLOGIA CAUSAS SOLUÇÕES Fendas no estuque dos tectos Deficiências de execução de pavimentos e incumprimentos de disposições construtivas. Deficiência no fabrico das vigotas, sem o pré esforça útil especificado Pavimentos aligeirados Introdução ou justaposição se Fendas em. Perda de aderência entre necessário de novos elementos paredes divisórias vigotas e betão complementar estruturais verticais; assentes sobre o sob o efeito de vibrações pavimento; fendas de compressão em paredes do piso inferior induzidas. Redução do pré-esforço útil por acção das altas temperaturas. Agravamento das sobrecargas de utilização; Lajes de betão armado Deformação acentuada Destacamento do betão de recobrimento e corrosão das armaduras; Destacamento do betão de recobrimento e deformação das armaduras. Deficiências de projecto ou de execução; Alteração das condições de utilização com, agravamento das sobrecargas; Corrosão do aço das armaduras; Deterioração dos materiais por corrosão ou por acção do fogo Remoção de betão deteriorado. Após limpeza do betão, aplicação de uma protecção catódica, e de inibidores de corrosão; Substituição de elementos defeituosos e aumento das dimensões das secções Alteração da distribuição das cargas; PATOLOGIAS FOTOGRAFIA 3. DEGRADAÇÃO DO PAVIMENTO EM MADEIRA DEVIDO À PRESENÇA DA HUMIDADE LAJE EXECUTADA SEM O MÍNIMO DE RECOBRIMENTO PARA A PROTECÇÃO DA ARMADURA, CAUSANDO A, CORROSÃO GENERALIZADA E EXPANSÃO DA SECÇÃO DAS ARMADURAS.4 3 Foto do Autor 4 Foto do Autor 64

71 Tabela 3 - Patologias por tipo [1](Síntese do Autor) 0TIPO 1PATOLOGIAS 2CAUSAS 3SOLUÇÕES Construções em alvenaria (paredes em alvenaria) Fendilhação Esmagamentos localizados Desagregações Assentamentos diferenciais de fundações Esforços devido à acção dos sismos Corrosão de elementos metálicos embebidos Descargas excessivas de vigas em paredes, sem que tenham sido adoptadas disposições adequadas Heterogeneidade das paredes, constituídas por panos com características mecânicas diferenciadas. Expansão da parede devido à acção da humidade Diminuição da espessura das paredes Adições de elementos metálicos em paredes de alvenaria, para reforço das paredes e ligação entre paredes ortogonais. Introdução de novos elementos que cozam a fenda (gatos ou redes metálicas. Posteriormente recobertas por betão projectado Injecções de consolidação para consolodificação dos paramentos, e da própria alvenaria. Estruturas em betão Fendilhação Deformação excessiva Esmagamentos localizados Corrosão Retracção e efeitos térmicos Esforços de tracção, de flexão, transversos ou de torção Corrosão das armaduras. Deficiências de projecto ou de execução Alterações de condições de utilização, com agravamentos de cargas Tensão máxima admissível atingindo a ruptura do betão. Má ventilação dos espaços Reduzida espessura do recobrimento do betão Substituição de elementos defeituosos, Aumento das dimensões das secções Adição de elementos metálicos, Reforço das vigas através de chapas ou perfis de aço, aplicados na face interior ou nas faces laterais, Substituição das vigas por vigas metálicas. Introdução de fibras de carbono coladas como encamisamento do betão. Remoção de betão deteriorado. Após limpeza do betão, aplicação de uma protecção catódica, e de inibidores de corrosão; Existência de fendilhação 65

72 PATOLOGIAS FOTOGRAFIA Aparecimento de fungos na estrutura do telhado. 5 Descasque do betão em torno de armaduras oxidadas 6 Destacamento do betão de recobrimento e corrosão das armaduras da laje e da viga Autor 6 ( obtido de acedido em 12 de Dezembro de 2009 às 14:30 7 ( Obtido de acedido em 10 de Janeiro de 2009 às

73 Tabela 4 Síntese de patologias / causas/soluções, por tipo revestimentos TIPO PATOLOGIA CAUSA SOLUÇÃO Utilização de argamassas demasiado ricas em cimento ou com areias argilosas; Aplicação de revestimento curativo de ligante sintéticos, no caso de pequenas fendas em paramentos interiores; Fendilhação Constituição inapropriada do revestimento; Erros de execução Retracção de secagem inicial da argamassa ou a posteriores alternâncias de humedecimento secagem. Transformação das fendas existente entre as paredes de alvenaria ou laje ou viga em juntas de escorregamento, através de juntas abertas, com 20 mm de largura, com preenchimento de material resiliente constituído por uma placa de poliestireno moldado. Acondicionamento dos espaço e forma a manter a humidade relativa do ar abaixo dos 65%; Utilização de pastas de celulose ou argamassa sacrificiais sobre as áreas afectadas pelos sais. Reboco Eflorescências e criptoflorescências; Existência de humidade e presença dos sais solúveis os materiais de construção (tijolos mal cozidos, em areias e noutros materiais constituintes de alvenarias), Remoção completa ou superficial e da parte superficial da parede, até uma profundidade de 3 cm, e pela criação de um forro interior constituído por placas de pequena espessura, gesso cartonado especialmente protegido contra a humidade afastado 2 a 3 cm da parede original. Desenvolvimento de vegetação (algas, líquenes, e musgos) Degradação de rebocos fracos, antigos; Empolamento de revestimento e eventual destacamento localizado Presença de humidade permanente devido condensações, nomeadamente zonas de pontes térmicas, ou infiltrações; Lavagem esterealizante com um a solução de 10% de lixívia, enxaguadela, secagem perfeita, aplicação dum produto fungicida, aplicação de revestimento por pintura; Redução da secção absorvente; Corte das paredes e criação de barreira estanque; Introdução de produtos impermeabilizantes. Alterações do aspecto e da cor Execução de electro-osmose ou drenos atmosféricos para retirar o excesso de agua; Revestimentos de paredes que sejam impermeáveis ou que garantam a estanquidade. 67

74 TIPO PATOLOGIA CAUSA SOLUÇÃO Revestimentos em pedra Revestimentos em pedra Fendilhação / facturação Eflorescência Cargas excessivas Oxidação de chumbadouros de ferro Temperaturas excessivas por ocasião de incêndios Condições de humidade e luz propícias, Substituição dos elementos quando necessário, por pedra com um mínimo de esp. De 30mm quando se trate de revestimento de placas de pedra. Utilização de fixações mecânicas, optando por metais de elevada resistência à corrosão. Limpeza desinfestação através de produtos e técnicas não prejudiciais ao revestimento em pedra existente Descolamento/ desprendimento Movimentos diferenciados suporte/revestimento; Aderência insuficiente entre camadas de revestimento; Deficiências do suporte Revestimentos Cerâmicos Colados Fissuração Formação de crateras Esmagamento ou lascagem dos bordos do ladrinho Desgaste ou riscagem Enodoamento irreversível Alteração da cor ou brilho Formação de Eflorescências Fendilhação do suporte Movimentos diferenciados suporte/revestimento; Rotura por flexão dos ladrilhos mal assente Expansão por hidratação de partículas por óxido de cálcio. Movimentos diferenciados suporte/revestimento que resultam na compressão de ladrinhos Selecção inadequada de ladrinhos Abertura de poros em consequência de desgaste ou de ataque químico. Ataque químico Cristalização na superfície dos ladrinhos de sais transportados pela água. Utilização de colas adequadas ao material constituinte do suporte; Os constituintes do revestimento devem ser compatíveis dos pontos de vista químico, físico e mecânico; Execução de juntas elásticas Utilização de revestimentos adequados para resistir, sem descolar, ás tensões induzidas pelos movimentos diferenciais do suporte/revestimento; Evitar a aplicação de revestimentos cerâmicos aderentes em suportes com grande susceptibilidade à fendilhação, com falta de coesão, com instabilidade dimensional ou com deformabilidade excessiva Execução de limpeza com produtos não agressivos aos constituintes do revestimento cerâmico. Execução de manutenção Deficiência de planeza Irregularidade na superfície de suporte; Empeno dos ladrinhos 68

75 PATOLOGIA FOTOGRAFIA Fissuração do reboco exterior 8 Desenvolvimento de vegetação numa parede exterior9 Tabela 5 Síntese de patologias / causas/soluções, coberturas 10 TIPO PATOLOGIA CAUSAS SOLUÇÕES Coberturas Condensações Infiltrações Existência de um deficiente isolamento térmico da cobertura; A contiguidade da cobertura com espaços com deficientes condições de ventilação; A contiguidade da cobertura com espaços com uma elevada produção de vapor de água. Quebra de telhas e chapas de cobertura devido ao vandalismo ou mau uso. Desenvolvimento de vegetação na cobertura que impedem a normal evacuação da água das chuvas Melhoria do isolamento térmico; Melhor ventilação da cobertura, através da aplicação de um elemento pára-vapor e de telhas de ventilação, no caso de coberturas metálicas é conveniente a utilização de barreira pára-vapor. Reparação dos revestimentos ou substituição por outros com maior resistência e estanquidade à água da chuva; Substituição de elementos excessivamente deformados. Melhoria ou execução do sistema de drenagem de águas pluviais; 8 Autor 9 Autor 10 Síntese do autor com base em (PAIVA, José; AGUIAR José;PINHO Ana. (2006). Guia Técnico de Reabilitação Habitacional (1º ed.). lisboa: Lnec.) 69

76 Tabela 6 Síntese de patologias / causas/soluções, em elementos secundários não imputáveis à Humidade TIPO PATOLOGIA CAUSA SOLUÇÃO Elementos em Ferro Corrosão do material. Incompatibilidade entre metais do elemento secundários e dos acessórios e elementos de fixação. Má preparação do metal. Pintura deficiente. Falta de manutenção Escolha errada dos materiais. Limpeza prévia, de preferência por jacto abrasivo. Desengorduramento. Protecção, se possível por metalização ou por aplicação de primário de zinco. Aplicação de um esquema de pintura com um acabamento com o grau de brilho (mate, semi-mate, ou brilhante) mais adequado ao edifício. Caixilharia em alumínio anodizado Corrosão do material. Incompatibilidade entre metais do elemento secundários e dos acessórios e elementos de fixação. Espessura insuficiente face à agressividade do ambiente. Escolha errada dos materiais. Substituição total ou parcial da caixilharia dependendo do seu estado de corrosão. Substituição de todos os acessórios e elementos de fixação. Caixilharia em madeira Degradação por ataque de fungos de podridão. Deterioração do revestimento por pintura. Envelhecimento dos materiais de vedação de vidros, Acção dos agentes biológicos. Acção dos agentes atmosféricos. Substituição das peças de madeira degradadas pelo ataque de fungos de podridão, por madeira de igual qualidade. Tratamento adequado contra insectos e fungos. Repintura com primário oleoso, subcapa e acabamento a esmalte de preferência acrílico. Reutilização sempre que possível das técnicas tradicionais presentes no edifício. Raspagem cuidadosa da tinta Lixagem segundo a direcção das fibras Eliminação das poeiras e gorduras. Pré- tratamento adequado contra insectos e fungos. Repintura com primário oleoso, subcapa e acabamento a esmalte de preferência acrílico. 70

77 TIPO PATOLOGIA CAUSA SOLUÇÃO Envelhecimento de materiais plásticos sob acção dos ultravioletas da radiação solar. Substituição dos materiais plásticos degradados. Caixilharia em madeira Degradação dos fechos e ferragens. Fractura de vidros, por flexão. Desgaste provocado pelo uso. Acções de choque e por efeito de deformações das estruturas ou das paredes de alvenaria em que o elemento se enquadra. Substituição dos fechos e ferragens. Substituição dos vidros fracturados, por outro iguais aos existentes. Guardas Deterioração do revestimento por pintura. Degradação das fixações das bases verticais resistentes das guardas Acção dos agentes Atmosféricos. Reparação ou eventual reconstrução dos elementos degradados. Repintura das guardas. PATOLOGIA FOTOGRAFIA Degradação de revestimento de pintura de caixilho de madeira por acção conjunta da radiação solar e processos de humedecimento e secagem11 11 Autor 71

78 3. Termografia A termografia sendo uma técnica recente, é um processo de diagnóstico e detecção de patologias ou outras deficiências construtivas, por métodos não invasivos. Ou seja, com o uso adequado de câmaras fotográficas (digitais ou analógicas12), devidamente calibradas, é possível obter dados e identificar patologias nas construções, ainda antes de estas se revelarem à superfície. Habitualmente, nestes processos são empregues equipamentos fotográficos ou de filmar, preparados para a fotografia directa no comprimento de onda dos Infravermelhos. No entanto, o mesmo processo pode ser realizado com câmaras digitais, sejam reflex, SLR13 ou DSLR14, com filtros para o comprimento de onda adequado ao pretendido, na faixa de radiação Infra-vermelho apropriada. A fotografia obtida, em tons cinza é, posteriormente, convertida em dados policromáticos permitindo uma identificação mais precisa das eventuais patologias. Figura 1. Imagem de fachada na gama IR. [2] 12 Estas últimas bastante mais complicadas de operar dado que não se obtêm de imediato a visão do objecto. Acresce a dificuldade de obtenção, no mercado profissional, da película (filmes de 35mm) adequadas para a fotografia na gama dos Infra-vermelhos. 13 SLR Single Lens Reflex 14 DSLR Digital Single Lens Reflex 72

79 Na imagem da Figura 1observa-se uma fachada de edifício sito em bairro social, obtida na gama dos Infra-vermelhos. Na imagem é possível identificar alguma patologia superficial. Figura 2. Imagem de fachada policromática. [2] No entanto, a fachada possui patologias numa área consideravelmente superior à visível na imagem referida. Estas diferenças, são perceptíveis quando a imagem é convertida em tons policromáticos. Ou seja, enquanto na imagem da Figura 1 é possível observar algumas manchas de fungos, pontualmente, pela tonalidade cinza mais clara. Na Figura 2, verifica-se uma extensão bastante maior, pelos tons avermelhados, resultantes do facto de existir uma absorção da radiação pelo organismo vivo na superfície da fachada. 4. Termómetro de Superfície, por Infra-vermelhos (IR) Um dos sistemas utilizados, com alguma frequência, não apenas para a calibração da câmara na variação da escala cromática, escala essa que representa o diferencial térmico entre diversos pontos da superfície considerada, consiste na medição directa, pontual por termómetro de IR. 73

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