HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS e PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS NA LIDE :
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- Raphael Martinho Damásio
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1 EDIÇÃO DE 10 A 15 DE FEVEREIRO DE 2014 NESTA EDIÇÃO: Abordamos os seguintes temas: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS e PARTICIPAÇÃO DE TERCEIROS NA LIDE : -HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. COMPENSAÇÃO -HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARBITRADOS. EXECUÇÃO FISCAL. ARTS. 23 E 24, 1º, DA LEI Nº 8.906/1994 -HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBENCIAIS. EXECUÇÃO. DIREITO AUTÔNOMO DO ADVOGADO QUE NÃO AFASTA A EXECUÇÃO PELA PARTE POR ELE REPRESENTADA -HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. LEGITIMIDADE PARA COBRANÇA. ART. 25 DO ESTATUTO DA OAB -HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PARTE VENCIDA -HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SOCIEDADE DE ADVOGADOS. ART. 15, 3.º, DA LEI N.º 8.096/84 -HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRECATÓRIO. RPV. ART. 23 DA LEI Nº 8.906/94 -HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRINCÍPIO DA SUCUMBÊNCIA E CAUSALIDADE. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS -INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. CONCEITO -INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. CLASSIFICAÇÃO -OPOSIÇÃO. CONCEITO -NOMEAÇÃO À AUTORIA. CONCEITO -DENUNCIAÇÃO DA LIDE. CONCEITO -CHAMAMENTO AO PROCESSO. CONCEITO -CHAMAMENTO AO PROCESSO. HIPÓTESES -ASSISTÊNCIA. CONCEITO -ASSISTÊNCIA. RESUMO -ASSISTÊNCIA SEM IMPUGNAÇÃO -ASSISTÊNCIA COM IMPUGNAÇÃO -ASSISTÊNCIA E VERBA SUCUMBENCIAL Não se deve atribuir funções à poesia. Ela existe e basta, como a vida existe e basta. Esse é, aliás, o encanto da poesia. É uma coisa absolutamente inútil (JOSÉ PAULO PAES). Página 1 de 7
2 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. COMPENSAÇÃO Os honorários advocatícios devem ser compensados quando houver sucumbência recíproca, assegurado o direito autônomo do advogado à execução do saldo sem excluir a legitimidade da própria parte (Súmula 306 do STJ). É cabível a compensação da verba honorária em casos de sucumbência recíproca, ainda que uma das partes seja beneficiária da assistência judiciária gratuita. Deve ser extinta a fase de cumprimento de sentença, visando unicamente o recebimento dos honorários advocatícios sucumbenciais, se o valor reclamado não existir, em virtude da compensação determinada na sentença (TJMG, Apel. Cível /002, DJ ). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARBITRADOS. EXECUÇÃO FISCAL. ARTS. 23 E 24, 1º, DA LEI Nº 8.906/1994 Os embargos movidos pela Fazenda Pública por execuções fundadas em título judicial restringem-se ao rol específico do art. 741 CPC, cabendo ao embargante demonstrar a ocorrência de fato que obste o prosseguimento da execução, sendo-lhe vedado, entretanto, rediscutir o mérito da causa sobre a qual já se impôs o manto da coisa julgada. Nos termos dos artigos 23, da Lei n /1994, a legitimidade para a execução dos honorários advocatícios sucumbenciais é concorrente entre o causídico e a parte vencedora por ele representada (TJMG, Apel. Cível /001, DJ ). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SUCUMBENCIAIS. EXECUÇÃO. DIREITO AUTÔNOMO DO ADVOGADO QUE NÃO AFASTA A EXECUÇÃO PELA PARTE POR ELE REPRESENTADA A legitimidade para a execução de honorários de sucumbência é concorrente entre o advogado e a parte vencedora por ele representada, a teor do art. 23 da Lei n.º 8.906/94, que não vedou a promoção de execução conjuntamente entre a parte e seu procurador. A alegação genérica de iliquidez, incerteza e inexigibilidade do título não induz o reconhecimento de carência de ação (TJMG, Apel. Cível /001, DJ ). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. LEGITIMIDADE PARA COBRANÇA. ART. 25 DO ESTATUTO DA OAB A orientação desta Corte Superior de Justiça é no sentido de que, embora tenha o advogado o direito autônomo de executar a decisão judicial, na parte referente à condenação nos ônus sucumbenciais, possui a própria parte legitimidade concorrente para a execução da verba honorária (STJ, AgRg no Resp /RS, DJ ). No mesmo sentido: TJMG, AI /002, DJ ). Página 2 de 7
3 HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PARTE VENCIDA Tem legitimidade o advogado para a execução da decisão judicial na parte em que houve condenação do vencido ao pagamento dos ônus sucumbenciais, pois tal profissional tem direito autônomo aos honorários, mesmo antes do advento da Lei 8.906/1994, conforme entendimento do STJ (STJ, AgRg no Resp /RS, DJe ). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. SOCIEDADE DE ADVOGADOS. ART. 15, 3.º, DA LEI N.º 8.096/84 A sociedade de advogados possui legitimidade para a execução da verba honorária, mesmo que do instrumento de mandato outorgado individualmente aos seus integrantes dela não haja menção. Precedentes (STJ, AgRg no Resp /PR, DJe ). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRECATÓRIO. RPV. ART. 23 DA LEI Nº 8.906/94 A orientação desta Corte Superior de Justiça é no sentido de que, embora tenha o advogado o direito autônomo de executar a decisão judicial, na parte referente à condenação nos ônus sucumbenciais, possui a própria parte legitimidade concorrente para a execução da verba honorária (STJ, Resp 1.073;200/RS, DJe ). HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. PRINCÍPIO DA SUCUMBÊNCIA E CAUSALIDADE. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS A condenação em honorários advocatícios rege-se pelos princípios da sucumbência e da causalidade, restando certo que é a consequência imposta à parte vencida ou àquele que deu causa à propositura da demanda. Havendo o reconhecimento do pedido caracterizado pela apresentação dos documentos pretendidos pelo autor após determinação judicial, bem como a comprovação de requerimento administrativo anterior à propositura da demanda, arcará o réu com a verba honorária em favor da parte contrária, conforme inteligência do artigo 26 do Código de Processo Civil. Os honorários advocatícios sucumbenciais devem ser fixados de acordo com o art. 20, 4º, do CPC de forma a remunerar condignamente o trabalho do patrono da parte vencedora (TJMG, Apel. Cível , DJ ). Página 3 de 7
4 A amizade é constante em todas as demais coisas, exceto nos interesses e nos negócios do amor (WILLIAM SHAKESPEARE). INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. CONCEITO Ocorre o fenômeno processual chamado intervenção de terceiro quando alguém ingressa, como parte ou coadjuvante da parte, em processo pendente entre outras partes. INTERVENÇÃO DE TERCEIROS. CLASSIFICAÇÃO Classifica-se a intervenção segundo dois critérios diferentes: I) conforme o terceiro vise a ampliar ou modificar subjetivamente a relação processual, a intervenção pode ser: a) ad coadiuvandum: quando o terceiro procura prestar cooperação a uma das partes primitivas, como na assistência (CPC, arts. 50 a 55); b) ad excludendum: quando o terceiro procura excluir uma ou ambas as partes primitivas, como na oposição (CPC, arts. 56 a 61) e na nomeação à autoria (CPC, arts. 62 a 69); II) conforme a iniciativa da medida, a intervenção pode ser: a) espontânea: quando a iniciativa é do terceiro, como geralmente ocorre na oposição e na assistência; b) provocada: quando, embora, voluntária a medida adotada pelo terceiro, foi ela precedida por citação promovida pela parte primitiva (nomeação à autoria, denunciação da lide (CPC, arts. 70 a 76), chamamento ao processo (CPC, arts. 77 a 88). OPOSIÇÃO. CONCEITO Segundo o art. 56 do CPC, quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos. Assim, consiste a oposição na ação de terceiro para excluir tanto o autor como o réu. Com essa intervenção no processo alheio, o terceiro visa a defender o que é seu e está sendo disputado em juízo por outrem. NOMEAÇÃO À AUTORIA. CONCEITO Consiste a nomeação à autoria no incidente pelo qual o mero detentor, quando demandado, indica aquela que é o proprietário ou o possuidor da coisa litigiosa, visando a transferir-lhe a posição de réu (CPC, art. 62). Cabe, também, a medida, nas ações de indenização, quando o réu, causador do dano, alega que praticou o ato por ordem, ou em cumprimento de instruções de terceiro (CPC, art. 63). A nomeação à autoria no sistema do Código não é uma faculdade, mas sim um dever do demandado, de cuja inobservância resulta a responsabilidade por perdas e danos (CPC, art. 69, inc. I). Igual sanção se aplica, também, ao caso em que o réu nomeia pessoa diversa daquela em cujo nome detém a coisa demandada Página 4 de 7
5 (CPC, art. 69, inc.ii). O demandado deve fazer a nomeação no prazo da defesa (CPC, art. 64). Não está obrigado a fazê-lo junto com a contestação, pois a nomeação provoca a suspensão do processo (CPC, art. 64) e se for recusada pelo nomeado ensejará reabertura do prazo de defesa ao nomeante (CPC, art. 67). DENUNCIAÇÃO DA LIDE. CONCEITO A denunciação da lide presta-se à dupla função de, cumulativamente, (a) notificar a existência do litígio ao terceiro; e (b) propor antecipadamente a ação de regresso contra quem deva reparar os prejuízos do denunciante, na eventualidade de sair vencido na ação originária. Essa forma de intervenção consiste em chamar o terceiro (denunciado), que mantém vínculo de direito com a parte (denunciante), para vir responder pela garantia do negócio jurídico, caso o denunciante saía vencido no processo. Os casos em que tem cabimento a denunciação da lide, segundo o art. 70 do CPC, são: I o de garantia da evicção; II o da posse indireta; III o do direito regressivo de indenização (refere-se àquele que estiver obrigado, por lei ou contrato). CHAMAMENTO AO PROCESSO. CONCEITO O chamamento ao processo é o incidente pelo qual o devedor demandado chama para integrar o mesmo processo ao coobrigados pela dívida, de modo a fazê-los também responsáveis pelo resultado do feito (CPC, art. 77). A finalidade do instituto é, portanto, favorecer o devedor que está sendo acionado, porque amplia a demanda, para permitir a condenação também dos demais devedores, além de lhe fornecer, no mesmo processo, título executivo judicial para cobrar deles aquilo que pagar. O chamamento ao processo é uma faculdade e não uma obrigação do devedor demandado. Somente o réu pode promover o chamamento ao processo. CHAMAMENTO AO PROCESSO. HIPÓTESES Conforme o art. 77 do CPC é admissível o chamamento ao processo: I- do devedor, na ação em que o fiador for réu; II- dos outros fiadores, quando para a ação for citado apenas um deles; III- de todos os devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de alguns deles, parcial ou totalmente, a dívida comum. Tinha um complexo de inferioridade tão grande que quando olhava no espelho não via ninguém (STANISLAW PONTE PRETA). Página 5 de 7
6 ASSISTÊNCIA. CONCEITO Segundo o art. 50 do CPC, dá-se a assistência quando o terceiro, na pendência de uma causa entre outras pessoas, tendo interesse jurídico em que a sentença seja favorável a uma das partes, intervém no processo para prestar-lhe colaboração. O assistente, portanto, não é parte da relação processual e nisso se distingue do litisconsorte. Sua posição é de terceiro que tenta apenas coadjuvar uma das partes a obter vitória no processo. Não defende direito próprio, mas de outrem, embora tenha um interesse próprio a proteger indiretamente. A intervenção do terceiro, como assistente, pressupõe interesse. Mas seu interesse não consiste na tutela de seu direito subjetivo, porque não integra ele a lide a solucionar; mas na preservação ou na obtenção de uma situação jurídica de outrem (a parte) que possa influir positivamente na relação jurídica não litigiosa existente entre ele, assistente, e a parte assistida. Por outro lado, o interesse do assistente há de ser jurídico, como reclama do art. 50 do CPC, isto é, deve relacionar-se com um vínculo jurídico do terceiro com uma das partes, de sorte que não se tolera a assistência fundada apenas em relação de ordem sentimental ou em interesse simplesmente econômico. ASSISTÊNCIA. RESUMO Dessa maneira, pode sintetizar os pressupostos da assistência em: a) existência de uma relação jurídica entre uma das partes e o terceiro (assistente) e; b) possibilidade de vir a sentença a influir na referida relação. Quando o assistente intervém tão somente para coadjuvar uma das partes a obter sentença favorável, sem defender direito próprio, o caso é de assistência adesiva ou simples (ad adiuvandum tantum). Quando, porém, o terceiro assume a posição de assistente na defesa direta de direito próprio contra uma das partes o que se dá é a assistência litisconsorcial. A posição do interveniente, então, passará a ser a de litisconsorte (parte) e não mais de mero assistente (CPC, art.54). A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em todos os graus de jurisdição; mas o assistente recebe o processo no estado em que se encontra (CPC, art. 50, parágrafo único). Enquanto não há coisa julgada, é possível a intervenção do assistente, mesmo que já exista sentença e a causa esteja em grau de recurso. A assistência deve ser requerida, por petição do terceiro interessado, dentro dos autos em curso. Ambas as partes serão ouvidas e qualquer delas poderá impugnar o pedido, em cinco dias, contados da intimação (CPC, art. 51). ASSISTÊNCIA SEM IMPUGNAÇÃO Se não houver impugnação, ao juiz caberá, simplesmente, admitir a assistência sem maior apreciação em torno do pedido, segundo se depreende da primeira parte do art. 51, caput, do CPC. Não se admite um veto simplesmente à assistência, porque, havendo interesse jurídico do terceiro, é direito seu intervir no processo como assistente. Página 6 de 7
7 ASSISTÊNCIA COM IMPUGNAÇÃO Se, todavia, houver impugnação, está poderá referir-se à falta de interesse jurídico do terceiro para interferir a bem do assistido (CPC, art. 51, caput, segunda parte). Da impugnação decorre um procedimento incidental que não deverá prejudicar, nem suspender, o andamento do processo principal. O procedimento da impugnação é o seguinte (CPC, art. 51): a) o juiz determinará o desentranhamento do pedido de assistência e da impugnação; b) essas peças serão autuadas em apenso aos autos principais; c) autorizará, então, o juiz a produção de provas, assinando as partes o prazo que julgar conveniente; d) encerrada a instrução, o juiz terá cinco dias para julgar o incidente, deferindo ou denegando o pedido de assistência. O julgamento do incidente provocado pelo pedido de assistência configura decisão interlocutória e, como tal, desafia recurso de agravo. O assistente atuará como auxiliar da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus processuais que o assistido (CPC, art. 52). ASSISTÊNCIA E VERBA SUCUMBENCIAL Pode o assistente produzir provas, requerer diligências e perícias, apresentar razões e participar de audiências. Sujeita-se, outrossim, aos ônus ou encargos que tocam ao assistido. Por isso, se o assistido for vencido, o assistente será condenado nas custas em proporção à atividade que houver exercido no processo (CPC, art. 32). Quanto ao direito de recorrer, sendo o assistente litisconsorcial também parte do processo, terá sempre a faculdade de interpor recursos, ainda que o assistido não o faça. O assistente simples, porém, só terá oportunidade de recorrer se também assim o fizer o assistido. Página 7 de 7
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