História Natural da Doença
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- Manuela Gusmão Molinari
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1 História Natural da Doença
2 Agente - Entidade biológica, física ou química capaz de causar doença. Agente Biológico de Controle - O organismo vivo, de ocorrência natural ou obtido através de manipulação genética, introduzido no ambiente para o controle de uma população ou de atividade biológica de outro organismo vivo considerado nocivo. Agente de Risco - Pode ser compreendido como qualquer componente de natureza física, química, biológica ou radioativa que possa vir a comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualquer dos trabalhos desenvolvidos. Agente Infeccioso - Agente biológico capaz de produzir infecção ou doença infecciosa.
3 Ambiente Todos os fatores externos, físicos, químicos e bióticos que podem afetar uma população, um organismo ou a expressão do gene de um organismo. Deste modo, outros genes de um mesmo organismo podem ser parte do ambiente de determinado gene. Da mesma maneira em uma população os demais indivíduos podem ser parte do ambiente de determinado organismo. Conjunto de fatores naturais, sociais e culturais que envolvem um indivíduo e com os quais ele interage, influenciando e sendo influenciado por eles. Espaço fisicamente determinado e especializado para o desenvolvimento de determinada(s) atividade(s), caracterizado por dimensões e instalações diferenciadas. Um ambiente pode se constituir de uma sala ou de uma área.
4 Hospedeiro Homem ou animal que ofereça, em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso. Organismo simples ou complexo, incluindo o homem, que é capaz de ser infectado por um agente específico. Organismo que abriga um parasita. Consideraremos que hospedeiros são vertebrados.
5 Vetor Aquele que carrega, transporta o agente etiológico. Consideraremos que vetor é invertebrado. Organismo vivo ( frequentemente um artrópode) que transmite um agente infeccioso de um indivíduo infectado a outro susceptível. Vetor Biológico - Vetor no qual se passa, obrigatoriamente, uma fase do desenvolvimento de determinado agente etiológico. Erradicando-se o vetor biológico, desaparece a doença que transmite.
6 Tríade Epidemiológica da Doença Hospedeiro Vetor Agente Ambiente Agente Biológico: Bactéria, vírus, etc. Químico: veneno, toxina, nicotina, etc. Físico: Trauma, radiação, fogo, etc. Nutricional: Falta ou excesso Fatores ambientais (Físicos e sociais) Físicos: Temperatura, umidade, altitude, etc. Sociais: aglomeração no domicílio, acesso à alimentação, à água tratada, poluição do ar, etc.
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8 Estrutura Epidemiológica O comportamento das doenças infecciosas, na comunidade, varia em cada ponto no tempo e no espaço Se comparássemos os dados do Município de São Paulo com o de outras cidades do Brasil e/ou de outros países, poderíamos verificar semelhanças e diferenças em cada momento e lugar.
9 Conceito Estrutura Epidemiológica A determinação desse estado de contínuas mudanças estaria vinculada à forma particular de interação dos diversos fatores relacionados ao agente, meio e hospedeiro, caracterizando o que conceituamos como estrutura epidemiológica
10 Conceito Estrutura Epidemiológica Em cada ponto no tempo e no espaço, a forma particular de comportamento das doenças na comunidade estaria condicionada pela estrutura epidemiológica
11 Caracteres Epidemiológicos A forma de apresentação das doenças na comunidade em cada momento e lugar, expressaria o que podemos denominar de caracteres epidemiológicos relativos à pessoa, tempo e lugar. O estudo dos caracteres epidemiológicos seria o objeto de estudo da epidemiologia descritiva
12 Doenças Infecciosas Conceito Doença infecciosa é aquela causada por um agente infeccioso específico ou por seu produto tóxico e ocorre pela transmissão deste agente ou dos seus produtos de uma pessoa, animal ou reservatório infectado para um hospedeiro susceptível.
13 Características da epidemiologia das doenças infecciosas São causadas por agentes que podem ser transmitidos de uma pessoa a outra, portanto, um caso constitui fator de risco para a ocorrência de outro semelhante. * * * * * * * * * * * *
14 Características da epidemiologia das doenças infecciosas O fato de um caso poder ser a fonte de infecção para a ocorrência de novos casos significa que o padrão de contatos sociais é muito importante para seu estudo. Portanto, é necessário saber... Quem encontra quem? Como? Aonde?
15 Agentes: Físicos Químicos Biológicos Exposição FIGURA 7 Esquema da História Natural das Doenças Horizonte Clínico (início dos sintomas) Momento mais freqüente do diagnóstico Alterações Patológicas Fase Suscetível Fase de Doença Subclínica Fase de Doença com Manisfestações Clínicas Fase de Recuperação, Incapacidade ou Morte Fonte: Adaptado de Centers for Disease Control and Prevention
16 Aquisição de informações da ecologia e da história natural da doença Animal que é infectado por um agente infeccioso é um hospedeiro do agente. Hospedeiros e agentes convivem em comunidades e em diferentes ambientes. Este agregado de todos os fatos relacionados forma a história natural da doença. Estas comunidades formam ecossistemas, os quais são estudados pela ecologia das doenças. Para compreender melhor um agente infeccioso e sua ação, é importante estudá-lo no seu ambiente, no seu ecossistema. Diferença entre reações in vitro e in vivo. Para compreender melhor doenças não infecciosas é necessário conhecer as características físicas do ambiente. A composição de solo influi nas plantas que são consumidas pelos herbívoros e podem provocar deficiências nutricionais. Éguas podem parir potros que não conseguem romper os envoltórios fetais e morrem (Bataguassu, MS). Fasciolose em ovinos ocorre em regiões mal drenadas, já que o parasita desenvolve parte do seu ciclo em caramujo. Na Inglaterra descobriu-se que os texugos mantinham a tuberculose bovina.
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19 FIGURA 8 Conceito de Iceberg em doenças infecciosas Proporção de casos clinicamente discerníveis. Manifestações clínicas moderadas Óbitos Casos graves Linha do horizonte clínico Proporção de casos não discerníveis clinicamente Infecção Inaparente
20 D inâm ica da Transm issão C aso Índice Indivíduo Suscetível Indivíduo Im une
21 Determinantes do processo epidêmico - Aumento da proporção de suscetíveis na comunidade - Introdução de um novo agente ou de um agente que já circulava na população, mas que adquiriu novas características em sua estrutura imunogênica.
22 Imunidade de Rebanho ou coletiva ou de grupo: Resistência de uma população à invasão ou disseminação de um agente infeccioso que resulta da elevada proporção de indivíduos imunes nessa população. Diminuindo a probabilidade de contato entre um doente e um suscetível Pré-requisitos para a imunidade de Rebanho 1) O agente etiológico da doença possui uma única espécie hospedeira na qual a transmissão ocorre 2) A infecção deve induzir uma sólida imunidade 3) A transmissão deve se dar de forma direta (pessoa a pessoa) 4) Que os indivíduos imunes estejam homogeneamente dispersos na comunidade
23 Cadeia do processo infeccioso
24 Cadeia do processo infeccioso Podem comportar-se como reservatório ou fontes de infecção: 1) Homem 3) Ambiente
25 Cadeia do processo infeccioso Reservatório humano a) Pessoas com doença clinicamente aparente b) Portadores - Portador ativo convalescente - Portador ativo crônico - Portador ativo incubado ou precoce - Portador passivo
26 Cadeia do processo infeccioso Reservatório animal Zoonoses: São doenças infecciosas transmitidas em condições normais de animais para o homem Exemplos: - Leptospirose (reservatórios: roedores, suínos e eqüinos) - Raiva (reservatórios: várias espécies de mamíferos) - Doença de chagas (reservatórios: mamíferos silvestres)
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