Estágios de desenvolvimento. Profa. Cibelle Celestino Silva IFSC USP
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- Ana Beatriz Botelho Sales
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1 Estágios de desenvolvimento Profa. Cibelle Celestino Silva IFSC USP
2 Para Piaget, as mudanças cognitivas resultam de um processo de desenvolvimento. - processo coerente de sucessivas mudanças qualitativas das estruturas cognitivas (esquemas) - cada estrutura e sua respectiva mudança deriva da estrutura precedente
3 Ao usa a palavra estágio em sua teoria, Piaget não quis dizer que as crianças mudam de um nível discreto a outro, como em uma escada. - mudanças graduais e nunca abruptas - os esquemas são construídos e reconstruídos (ou modificados) gradualmente
4 Essa divisão pode ser útil para o delineamento de programas e tarefas escolares. O que uma pessoa pode compreender, assimilar e, portanto, aprender depende de seu nível de desenvolvimento cognitivo. Mas devemos considerar também que oferece apenas indicações de uma capacidade cognitiva geral, que nem sempre tem repercussões em aprendizagens específicas. O que interessa é identificar as mudanças cognitivas mais gerais que acontecem em todas as pessoas
5 O estágio sensório-motor (0 a 2 anos) Durante este estágio, o comportamento é basicamente motor. A criança não representa eventos internamente e não pensa conceitualmente. Grandes mudanças ao longo deste estágio. Inicia-se com comportamentos puramente reflexos e chega o desenvolvimento da fala (representação simbólica) Ocorre o desenvolvimento do conceito de objeto; conceito de causalidade; afeto
6 No final deste período o desenvolvimento ocorre mais na área simbólica do que na sensório-motora. Isso não significa o fim do desenvolvimento sensório motor, indica apenas que o desenvolvimento intelectual predomina. Os bebês constroem o conhecimento? Na perspectiva piagetiana, sim.
7 O estágio pré-operacional (2 aos 7 anos) a criança evolui de um ser predominantemente sensório-motor a um ser cada vez mais conceitual e representacional desenvolvimento de habilidades representacionais e da socialização do comportamento
8 O estágio pré-operacional (2 aos 7 anos) perspectiva egocêntrica vê a realidade da forma que a afeta uso da linguagem, desenhos, símbolos e imagens mentais o comportamento cognitivo é influenciado pelas atividades motoras
9 Alguns exemplos: Representação diferida capacidade de representar mentalmente a situação imitada (por exemplo, brincar de fazer bolinhos, de dirigir, etc) Jogo simbólico por exemplo, brincar com um bloco de madeira como se fosse um carro O desenvolvimento da fala neste período é uma transição gradual da fala egocêntrica, caracterizada pelo monólogo coletivo, para a fala socializada.
10 Segundo Piaget, nesta fase, os obstáculos para o pensamento lógico são: Egocentrismo ausência de reflexão sobre seus próprios pensamentos, por isso, não os questiona mesmo diante de evidências
11 Raciocínio transformacional: não focaliza o processo de transformação de um estado original a um final, mas limita sua atenção a cada intervalo entre os estados
12 Centração fixa a atenção em poucos aspectos do estímulo, geralmente o visual. Exemplo: normalmente dizem que uma fila com 7 elementos mais afastados entre si, é maior que uma fila com 9 elementos mais próximos conservação do número
13 Também não há noção de conservação de área e do volume
14 O estágio das operações concretas (7 a 11 anos) Durante este estágio, a criança desenvolve processos de pensamento lógico (operações) que podem ser aplicadas a problemas reais (concretos). não apresenta problemas com conservação e apresenta argumentos corretos para suas respostas decisões lógicas ao invés de decisões perceptuais
15 O estágio das operações concretas (7 a 11 anos) acompanha as transformações e alcança a reversibilidade das operações mentais menos egocêntrica e a fala é empregada com o fim básico da comunicação aperfeiçoamento dos conceitos de causalidade, tempo, espaço, velocidade
16 O estágio das operações concretas (7 a 11 anos) ainda não alcança o nível mais elevado das operações lógicas. Esta operações são empregadas apenas na solução de problemas envolvendo objetos e fatos concretos (reais, observáveis) ainda não aplicam a lógica a problemas hipotéticos e verbais
17 De acordo com Piaget, uma operação apresenta 4 características: pode ser internalizada ou realizada em pensamento tão bem quanto materialmente; é reversível; supõe sempre alguma conservação e invariância; está sempre relacionada a outros sistemas de operações
18 As operações concretas de seriação e classificação são básicas para a compreensão infantil dos conceitos de números. Seriação ordenação dos objetos de acordo com as diferenças Organizar mentalmente em ordem crescente ou decrescente de tamanho, peso, volume, etc.
19 Na tarefa de inclusão de classes, as crianças no nível 2 geralmente respondem que há mais contas marrons do que de madeira elas ainda não compreendem a inclusão de classes.
20 Tempo e velocidade - Antes de 10 ou 12 anos um objeto é considerado mais veloz do que outro se consegue ultrapassá-lo.
21 O estágio das operações formais (11 ou 12 anos até a idade adulta) Do ponto de vista cognitivo: A principal característica deste período é a capacidade de raciocinar logicamente com hipóteses verbais e não apenas com objetos concretos. O ponto de partida é a operação concreta, no entanto, o adolescente transcende este estágio formula os resultados das operações concretas sob a forma de proposições e continua a operar mentalmente com elas.
22 Ele passa a buscar hipóteses gerais que possam explicar fatos observáveis. É capaz de pensar sobre seus próprios pensamentos e sentimentos, como se fossem objetos. O raciocínio formal vai além das observações Não se deve assumir que todos os adolescentes e adultos desenvolvem plenamente as operações formais. Há estudos mostrando que cerca da metade da população estadunidense as desenvolve por completo.
23 Do ponto de vista emocional: O adolescente ainda manifesta um último tipo de egocentrismo: atribui grande poder a si e ao próprio pensamento. Muitas vezes julga que somente ele está certo.
24 O raciocínio hipotético-dedutivo deduzir conclusões a partir de hipóteses - todas as galinhas são azuis, Joãozinho é uma galinha, portanto Joãozinho é azul - A<B e B<C, então A<C
25 O raciocínio científico-dedutivo - crianças formulam hipóteses, experimentam, controlam variáveis, registram efeitos, extraem conclusões, etc. - Ou seja, crianças PENSAM!! No operacional formal, vão de fatos específicos a conclusões gerais.
26 Sobre quais conteúdos os que estão no estágio das operações formais são aptos a raciocinar e os do operacional concreto não? O desenvolvimento do conceito de proporção, por exemplo, é consistente com seu desenvolvimento conceitual geral.
27 Antes dos 7 anos (pré operacional), as crianças atingem o equilíbrio por tentativa e erro. No operacional concreto, as crianças equilibram a balança de forma sistemática, mas ainda não entendem a relação peso/distância como uma proporção. Em torno dos 11 anos, a compreensão de que P/D=2P/2D
28 A formação da personalidade O desenvolvimento cognitivo e o afetivo caminham juntos ao longo de todo o processo evolutivo do indivíduo. Muitos fatores devem ser levados em conta para compreendermos a crise da adolescência. Entre eles, fatores intelectuais e afetivos. Na adolescência predominam os sentimentos idealistas e o egocentrismo.
29 Sentimentos idealistas Com o surgimento da capacidade de raciocinar e refletir sobre o próprio pensamento, o adolescente aplica o critério de pura lógica no julgamento dos eventos humanos. se é lógico é bom e correto falta ainda uma apreciação completa do mundo ele ainda não distingue entre o mundo lógico e o mundo real
30 Egocentrismo do adolescente Segundo Piaget, o egocentrismo está associado a toda estrutura cognitiva recém adquirida. Em cada período do desenvolvimento ele se manifesta de uma forma particular. dominado pelos novos poderes do pensamento lógico, o adolescente sente-se extremamente poderoso. Acha que o mundo deve se submeter a esquemas lógicos e não a esquemas da realidade. São críticos severos da sociedade e de suas instituições.
31 Este egocentrismo diminui, assim como os dos períodos anteriores. Passa a perceber que os eventos humanos e terrenos não podem ser julgados estritamente por critérios lógicos. Isso ocorre quando ingressa no mundo do trabalho, segundo Piaget.
32 No entanto, há outros fatores que interferem nas manifestações e duração da adolescência, tais como fatores culturais e sociais, que não são contemplados pela teoria de Piaget.
33 Implicações educacionais da teoria de Piaget A teoria de Piaget não é uma teoria educacional, mas fornece subsídios para as práticas educacionais. A equilibração permite que a experiência externa seja incorporada na estrutura cognitiva pela construção de novos esquemas mentais.
34 Neste sentido os piagetianos dizem que o conhecimento é construído e daí vêm as expressões construtivismo e construção do conhecimento. Ensinar é provocar o desequilíbrio da mente do estudante para que ela procure o reequilíbrio e construa novos esquemas mentais (isto é, aprenda). O ensino deve, portanto, ativar este mecanismo.
35 Isto é, o professor deve buscar uma ligação entre o que o aluno já sabe (esquemas) e o que deseja ensinar. Cabe ao educador introduzir situações desequilibradoras Sempre que possível o aluno deve agir. Se o ambiente escolar não oferece desafios e dificuldades, a atividade mental é apenas de assimilação.
36 O papel do erro na aprendizagem Diante das dificuldades e erros (situações onde os esquemas mentais sofrem desequilíbrio) a mente se reestrutura através da acomodação e se desenvolve. Os esquemas que uma criança usa podem não estar em harmonia com o dos adultos (ou com o conhecimento científico). No entanto, segundo Piaget, eles são sempre adequados ao seu nível de desenvolvimento conceitual e devem ser respeitados.
37 O papel da manipulação na aprendizagem O ensino deve ser acompanhado de manipulações, ações, experimentos ir do concreto para o abstrato. CUIDADO: não se deve pensar que a manipulação pura e simples tem em si o poder de produzir conhecimento. Ela deve estar integrada à argumentação do professor.
38 FIM!
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