RESOLUÇÃO N.º 550/2008 TCE 1ª Câmara.

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1 RESOLUÇÃO N.º 550/2008 TCE 1ª Câmara. 1. Processo nº: 03789/ Grupo/Classe de Assunto: VIII Reintegração no cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual 3. Interessado: Paulo Sérgio da Silva 4. Entidade: Secretaria da Administração 5. Relator: Conselheiro Manoel Pires dos Santos 6. Representante do MP: Procurador Oziel Pereira da Silva 7. Advogado: Não atuou EMENTA: Reintegração ao cargo de Auditor Fiscal de Rendas. Servidor Público. ATO nº 2606 de 11 de abril de Legalidade. 8. DECISÃO: VISTOS, relatados e discutidos estes autos de nº 03789/2006, versando acerca da análise do ATO nº 2606, publicado no Diário da Justiça nº 2.145, de 12 de abril de 2006, da lavra do Excelentíssimo Senhor Governador Marcelo Miranda, versando sobre a Reintegração do servidor Paulo Sérgio da Silva ao cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria da Fazenda, em virtude de sua demissão, conforme Portaria nº 44, de 18 de janeiro de Considerando a prerrogativa constitucional do Tribunal em apreciar para fins de registro os atos de pessoal. Considerando que a análise efetuada nos autos comprovou o direito ao benefício. Considerando que não se vislumbra ilegalidade nos atos praticados Considerando as conclusões dos representantes do Corpo Especial de Auditores e do Ministério Público junto a esta Corte de Contas, do voto do Relator e o mais que dos autos constam. RESOLVEM os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, reunidos em Sessão da Primeira Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, com fundamento nos artigos 10, inciso IV, 110, inciso I e 112, I da Lei de 17 de dezembro de 2001, c/c art. 112 do Regimento Interno, em: 8.1. Considerar legal o ATO nº 2606, publicado no Diário da Justiça nº 2.145, de 12 de abril de 2006, da lavra do Excelentíssimo Senhor Governador Marcelo Miranda, versando sobre a Reintegração do servidor Paulo Sérgio da Silva ao cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria da Fazenda Determinar o registro do ATO nº 2606, publicado no Diário da Justiça nº 2.145, de 12 de abril de 2006, da lavra do Excelentíssimo Senhor Governador Marcelo Miranda, versando sobre a Reintegração do servidor Paulo Sérgio da Silva ao cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria da Fazenda na unidade técnica 1

2 responsável, ou seja, na Diretoria de Controle de Atos de Pessoal - DICAP, nos termos dos arts. 1º, IV, 109, II, da Lei nº /2001 e da Instrução Normativa nº. 002/2006, de 21/02/ Determinar a cientificação pessoal do Procurador de Contas Oziel Pereira dos Santos que se manifestou nos presentes autos, remetendo, para conhecimento, cópia da Decisão, do Relatório e Voto que a fundamenta, conforme disposto no art.373 do Regimento Interno TCE/TO, para fins previstos no artigo 145, VI, VII e VIII da Lei Estadual nº 1.284, de 17 de dezembro de Ordenar que a Secretaria do Pleno SEPLE certifique nos presentes autos a realização da cientificação ao Representante do Ministério Público Especial que atuou neste feito Dê ciência do conteúdo desta Decisão, do Relatório e do Voto que a fundamentam à Excelentíssima Senhora Sandra Cristina Gondim de Araújo, atual Secretária de Administração do Estado do Tocantins SECAD Determinar a juntada de cópia da presente decisão às contas anuais respectivas, conforme determina o art. 108, 2º, do Regimento Interno deste Tribunal; 8.7. Determinar, que após as formalidades legais, sejam os presentes autos remetidos à Coordenadoria de Protocolo Geral COPRO para envio á origem. Tribunal De Contas Do Estado Do Tocantins, Sala das Sessões Plenárias, em Palmas, Capital do Estado, aos 26 dias do mês de agosto de Conselheiro Severiano José Costandrade de Aguiar Presidente 1ª Câmara Conselheiro Manoel Pires dos Santos Relator João Alberto Barreto Filho Procurador Geral de Contas 2

3 1. Processo nº: 03789/ Grupo/Classe de Assunto: VIII Reintegração no Cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual 3. Interessado: Paulo Sérgio da Silva 4. Entidade: Secretaria da Administração - SECAD 5. Relator: Conselheiro Manoel Pires dos Santos 6. Representante do MP: Procurador Oziel Pereira dos Santos 7. Advogado: Não atuou 8. RELATÓRIO Nº. 220/ Tratam os presentes autos sobre a análise do ATO nº 2606, publicado no Diário da Justiça nº 2.145, de 12 de abril de 2006, da lavra do Excelentíssimo Senhor Governador Marcelo Miranda, versando sobre a Reintegração do servidor Paulo Sérgio da Silva no cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria da Fazenda, com restabelecimento de todos os direitos e vantagens inerentes à sua função, em virtude de sua demissão conforme Portaria nº 44, de 18 de janeiro de Consta dos autos o Parecer nº.1.532/2005 (fls.80/86), oriundo da Procuradoria Geral do Estado, opinando pela reforma in totum da medida adotada pela Secretária da Administração em desfavor do ex-servidor Paulo Rogério da Silva, sendo de competência exclusiva do Excelentíssimo Senhor Governador do Estado acatar ou não as considerações esposadas, dado o poder discricionário intrínseco à medida. Acaso haja retificação do referido ato demissionário, deve o feito retornar ao atual Secretário de Estado da Administração, que poderá acatar sugestão da Comissão, qual seja, a aplicação da pena de suspensão ou, de maneira diversa, entender que o requerente já foi sobejamente apenado com tantos percalços sofridos, deixando de aplicar a pena sugerida Remetidos os autos a esta Corte foram diligenciados, conforme Citação nº 055/2007/RELT3-CODIL de 17 de maio de 2007, posteriormente os mesmos foram apreciados pela Coordenadoria de Fiscalização de Atos de Pessoal, através do Parecer nº 0122/2008 (fls.122) opinando no sentido de que o processo esta apto a registro nesta Corte de Contas O Corpo Especial de Auditores elaborou o parecer nº 1229/2008 (fls. 128/129), no qual se manifesta pelo registro do termo de reintegração O Ministério Público Especial junto ao Tribunal de Contas manifestou-se através do Parecer nº 1514/08, opinando pela legalidade do Ato e seu registro Por fim, cumprida a ritualística procedimental, nos termos dos arts. 196, inciso III e 198, caput, ambos do Regimento Interno, aportaram-se os autos em epígrafe nesta Relatoria a fim de que este Relator profira o Relatório e Voto para a deliberação desta Corte de Contas, em cotejo com o art. 199, inciso IV, do Regimento Interno. 3

4 Em síntese, é o relatório. 9. VOTO 9.1. Como já explicitado no relatório, os presentes autos versam sobre a análise do ATO nº 2606, publicado no Diário da Justiça nº 2.145, de 12 de abril de 2006, da lavra do Excelentíssimo Senhor Governador Marcelo Miranda, versando sobre a Reintegração do servidor Paulo Sérgio da Silva ao cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria da Fazenda, em virtude de sua demissão, conforme Portaria nº 44, de 18 de janeiro de Compulsando os autos nos deparamos com a Portaria nº 044, de 18 de janeiro de 2001, editada pela Secretária da Administração demitindo por improbidade administrativa, o servidor Paulo Sérgio da Silva. Este por sua vez, utilizou-se do Mandado de Segurança n 2378/2001, para recorrer da decisão administrativa que o demitiu do serviço público, logrando êxito, pois o acórdão proferido concedeu a Paulo Sérgio da Silva a anulação dos efeitos da Portaria n 044/2001. Em decorrência da decisão acima exposta, através da Portaria nº 781, de 03 de dezembro de 2001, da lavra da Secretária da Administração o mesmo foi reintegrado ao cargo. Todavia, conforme se depreende dos autos, o senhor Paulo Sérgio da Silva, foi novamente demitido pela Secretária da Administração da época, como mostra a Portaria nº 245, de 18 de abril de 2002, Às fls. 70/79, temos um Abaixo Assinado dos colegas, solicitando ao Excelentíssimo Senhor Governador a reintegração de Paulo Sérgio da Silva. Às fls.80/86 integra os autos o Parecer nº 1532/2005 da Procuradoria Geral do Estado, opinando pela reforma da medida adotada pela Secretária da Administração em desfavor de Pulo Sérgio da Silva. Desse modo, temos às fls. 90 dos autos, o Ato nº 2606, de 11 dias do mês de abril de 2006, do Excelentíssimo Governador, reintegrando Paulo Sérgio da Silva. Sobre o assunto, o Administrativista Diógenes Gasparini em sua obra Direito Administrativo, Editora Saraiva, 7ª ed., pagina 195, ensina: Estabelece a Constituição Federal, no 2º do art. 41, que, invalidada por decisão judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado. A reintegração é o retorno, por força de decisão judicial, do servidor estatutário estável ao cargo que ocupava, com plena restauração dos direitos violados integral ressarcimento dos prejuízos sofridos, dado que ilegalmente demitido. Embora o dispositivo mencione apenas decisão judicial, cremos que também por decisão administrativa pode o servidor ilegalmente demitido ser reintegrado, salvo se vedado por lei, já que, pelo princípio da autotutela, cabe à Administração Pública invalidar seus próprios atos quando praticados em 4

5 desacordo com a lei e responder pelos prejuízos decorrentes. Em qualquer das hipóteses, reconhecida a nulidade da demissão, a reintegração é direito do servidor Ademais a Lei nº. 1818, de 23 de agosto de 2007, que institui o Estatuto dos servidores Públicos Civis do Estado do Tocantins. Em seu art. 28, assim disciplina: Art.28. Reintegração é a reinvestidura do servidor efetivo estável ou do estabilizado no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens Vale salientar que a legalidade, como princípio de administração, significa que o administrador público esta em toda a sua atividade funcional, sujeita aos mandamentos da lei, e às exigências do bem-comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. A eficácia de toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da Lei. Na administração Pública, não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular significa deve fazer assim. As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública, e seus preceitos não podem ser descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contém verdadeiros poderes-deveres, irrelegáveis pelos agentes públicos. Por outras palavras, a natureza da função pública e a finalidade do Estado impedem que seus agentes deixem de exercitar os poderes e de cumprir os deveres que a lei lhes impõe. Tais poderes, conferidos à Administração Pública para serem utilizados em benefício da coletividade, não podem ser renunciados ou descumpridos pelo administrador, sem ofensa ao bem comum, que é o supremo e único objetivo de toda a ação administrativa. Assim, o princípio da legalidade apresenta-se como um freio aos abusos e autoritarismo e personalismos restringindo a atuação pública aos ditames legais e resguardando direitos pessoais e coletivos Com esses fundamentos, face à comprovação do direito do beneficiário e do cumprimento de todos os requisitos e formalidades legais e acolhendo os Pareceres do Corpo Especial de Auditores e do Ministério Público Especial VOTO no sentido de que o Tribunal de Contas considere legal o ATO nº 2606, publicado no Diário da Justiça nº 2.145, de 12 de abril de 2006, da lavra do Excelentíssimo Senhor Governador Marcelo Miranda, versando sobre a Reintegração do servidor Paulo Sérgio da Silva ao cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual da Secretaria da Fazenda, em virtude de sua demissão, conforme Portaria nº 44, de 18 de janeiro de

6 Tribunal de Contas do Estado do Tocantins, em Palmas, Capital do Estado do Tocantins, aos 26 dias, do mês de agosto de Conselheiro MANOEL PIRES DOS SANTOS Titular da 3ª Relatoria PUBLICAÇÃO D. O. E. nº DE: PÁGINA: 71 6