INFORME ECONÔMICO 25 de maio de 2016

Transcrição

1 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15 jul-15 ago-15 set-15 out-15 nov-15 dez-15 jan-16 fev-16 mar-16 abr-16 mai-16 INFORME ECONÔMICO RESENHA SEMANAL E PERSPECTIVAS Membros do FED reforçam a mensagem de alta dos juros. No Brasil, as primeiras medidas fiscais são anunciadas. Nos EUA, os dirigentes regionais do Federal Reserve (FED) reafirmam que a elevação da taxa básica de juros está próxima, em esforço conjunto para guiar as expectativas de mercado. O presidente do FED de St. Louis e atual membro votante do FOMC, James Bullard, afirmou que os dados mais recentes do mercado de trabalho no país sugerem que a economia está próxima ou além do pleno emprego e, desta maneira, constituem argumentos fortes para a alta da taxa de juros, seja ela em junho ou julho. Também nesta linha, o presidente do FED de Boston, Eric Rosengren (membro votante) reiterou que o quadro econômico do país está próximo de justificar uma elevação da taxa dos Fed funds já na reunião do comitê em 14 e 15 de junho. Por fim, o presidente do FED de São Francisco, John Williams (não vota atualmente, mas é alinhado a presidente Janet Yellen) admitiu que o cenário de duas ou três altas de juros em 2016 parece o mais provável, sendo que o próximo aumento dependerá, basicamente, da evolução dos dados e pode ocorrer em qualquer reunião da autoridade. Nosso cenário prevê dois aumentos de 25 pontos-base (p.b.) para a taxa dos Fed funds nas reuniões e julho e dezembro deste ano, respectivamente. 1,6 1,4 1,2 1,0 1,46 EUA - Futuros de Fed Funds (Dez/16) (% a.a.) 1,22 0,91 0,8 0,6 0,69 0,65 0,4 0,2 Fonte: Bloomberg 0,39 0,49 Nos emergentes, destaque para as decisões (de corte) nas taxas de juros. O Banco Central da Hungria decidiu pelo corte de 15 p.b. na sua taxa de juros de referência, agora em 0,9% ao ano (a.a.) decisão em linha com o mercado. A economia do país tem apresentado crescimento modesto e inflação fraca e, além disso, os formuladores de política monetária têm agido para evitar a apreciação excessiva do florim ante o euro decorrente do programa de relaxamento monetário do Banco Central Europeu (BCE). O Banco Central da Turquia, por sua vez, deu sequência ao ciclo de flexibilização monetária em cenário de inflação ainda elevada, porém em desaceleração. A decisão de corte de 50 p.b. na taxa de juros overnight pelo terceiro mês consecutivo (agora em 9,5% a.a.) veio em linha com as projeções de mercado. Além disso, o comitê optou por manter a taxa de juros de referência em 7,5% a.a.. Na prática a medida significou um estreitamento no corredor entre as taxas de juros com o intuito de estimular o crescimento. 1

2 jan-01 set-01 mai-02 jan-03 set-03 mai-04 jan-05 set-05 mai-06 jan-07 set-07 mai-08 jan-09 set-09 mai-10 jan-11 set-11 mai-12 jan-13 set-13 mai-14 jan-15 set-15 mai-16 nov-06 mai-07 nov-07 mai-08 nov-08 mai-09 nov-09 mai-10 nov-10 mai-11 nov-11 mai-12 nov-12 mai-13 nov-13 mai-14 nov-14 mai-15 nov-15 mai-16 INFORME ECONÔMICO No Brasil, após dez dias do início do governo interino, foram anunciadas uma série de medidas com potencial impacto benéfico sobre as contas públicas. Esta foi a primeira ação da equipe econômica sob a tutela do novo Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. As medidas propostas foram: teto para o crescimento das despesas do Governo Central (dado pela taxa de inflação do ano anterior); reforma da previdência (cujos detalhes não foram especificados, mas que só será submetida ao Congresso após amplo diálogo com a sociedade); fim do aumento nominal dos subsídios; pagamento antecipado de parcela da dívida do BNDES com o Tesouro; incentivo a concessões e melhora na governança das empresas estatais. A maioria das medidas precisa de apreciação do Congresso Nacional, sendo que as mais significativas para a melhora da dinâmica fiscal (teto para despesas e reforma da previdência) requerem emenda constitucional, além de terem impacto relevante apenas no médio prazo. Avaliamos que as medidas são positivas e a melhora efetiva do quadro fiscal ocorrerá apenas após as aprovações no parlamento, aliadas, provavelmente, a medidas fiscais com impacto de curto prazo. Ainda no Brasil, os indicadores de confiança exibiram relativa melhora em abril e o ajuste das contas externas prossegue. Segundo a FGV, o índice de confiança industrial (ICI) exibiu o terceiro aumento consecutivo em maio (1,3%), contando com melhoras tanto no componente de situação atual (ISA) como no de expectativas (IE). Em nível, o ICI encontra-se no maior patamar desde março de 2015 (ajustado pela sazonalidade), ainda que abaixo do normal histórico. Por outro lado, o uso da capacidade instalada passou de 74,3% para 73,9% entre março e abril. Quanto ao índice de confiança dos consumidores (ICC), este teve alta de 3,5% em maio, exibindo relevante aumento do subíndice de expectativas (+5,3%) e expansão modesta (+0,8%) do subíndice de situação atual. A leitura mais positiva dos entrevistados quanto à economia nos próximos meses decorreu, provavelmente, da redução das incertezas políticas recentes e mostra-se em linha com o nosso cenário-base. Projetamos queda de 3,8% para o PIB em 2016 e expansão de 1,3% em Quanto ao balanço de pagamentos, a conta corrente teve superávit de US$ 412 milhões em abril, vindo de -US$ 857 milhões em março e superando o consenso (-US$ 900 milhões). Com isso, em doze meses o saldo negativo situa-se, agora, em US$ 34,1 bilhões (-2,0% do PIB), vindo de -US$ 99,7 bilhões (-4,5% do PIB) em abril de Na margem, houve aumento do superávit comercial, acompanhado de recuo nas saídas de serviços e rendas. Quando à conta financeira, destaque para o Investimento Direto no País (IDP), que registrou entrada líquida de US$ 6,8 bilhões no mês (acima do esperado, US$ 6,2 bilhões) e, em doze meses, soma US$ 79,9 bilhões (subindo). Em nossa visão, o ajuste na conta corrente doméstica prosseguirá nos próximos trimestres e os dados de abril vieram em linha com esta perspectiva. Projetamos -US$ 11,1 bilhões (-0,7% do PIB) para o saldo das transações correntes neste ano Fonte: FGV Brasil - Confiança da Indústria (dessazonalizado) 97 78, Fonte: FGV Brasil - Confiança do Consumidor Média Histórica 95,4 67,9 2

3 abr-96 abr-97 abr-98 abr-99 abr-00 abr-01 abr-02 abr-03 abr-04 abr-05 abr-06 abr-07 abr-08 abr-09 abr-10 abr-11 abr-12 abr-13 abr-14 abr-15 abr-16 INFORME ECONÔMICO 3,0% 2,0% 1,0% 0,0% -1,0% -2,0% -3,0% -4,0% -5,0% -6,0% Brasil: Conta Corrente (em 12 meses, % PIB) 1,7% -2,0% Fonte: BRAM Na próxima semana os destaques na agenda ficam por conta da divulgação do PIB no Brasil, do payroll nos EUA e da reunião do BCE. No calendário global, além da divulgação dos dados de confiança referentes a maio, haverá a reunião do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira e a publicação do relatório de emprego nos EUA em maio na sexta-feira. No Brasil, a semana começará com a publicação dos dados fiscais de abril pelo Banco Central. No meio da semana, além da divulgação do PIB do primeiro trimestre (que deve refletir a deterioração mostrada nos indicadores antecedentes) e da balança comercial de maio na quarta-feira, haverá a publicação dos dados da produção industrial referentes ao mês de abril. 3

4 INFORME ECONÔMICO INDICADORES DE MERCADO 14,3 13,8 13,3 12,8 13,72 13,69 Estrutura a Termo de Juros no Brasil (Vértices DI) - % 12,87 13,13 12,91 6,3 6,2 6,1 6,0 5,9 6,19 Yield da NTN-B (%) 6,10 6,23 5,88 12,3 12,62 5,8 11,8 DI Jan17 DI Jan21 DI Jan25 5,7 NTN-B 2017 NTN-B mai mai mai mai-16 Moedas¹ Cotação Variação Semanal Mês Ano 12 Meses Franco Suíço 0,99-0,31% -3,2% 1,1% -3,9% Euro 1,12-0,49% -2,5% 2,8% 2,6% Libra 1,47 0,72% 2,1% -0,2% -4,4% Dolar Canadense 1,31-0,29% 3,9% -5,9% 4,9% Dolar Australiano 0,72-0,47% -5,4% -1,2% -7,0% Rublo Russo 65,62 0,86% -1,3% 9,5% -29,1% Iene (Japão) 110,21 0,00% -3,5% 8,3% 10,5% Yuan (China) 6,56 0,00% -1,2% -1,0% -5,7% India 67,34-0,52% -1,5% -1,8% -5,2% Real 3,61-1,24% -5,1% 8,9% -14,5% Peso Chileno 691,43-0,15% -4,7% 2,4% -12,7% Peso Mexicano 18,44 0,05% -7,4% -7,2% -20,5% Peso Colombiano 3060,17-1,11% -7,4% 3,6% -20,2% Sol Peruano 3,34-0,46% -1,7% 2,1% -6,0% Lira Turca 2,94 0,00% -5,1% -0,7% -11,2% Bangladesh Taka 78,35 0,01% 0,0% -0,1% -0,8% Commodities, Juros e Risco Cotação Variação Semanal Mês Ano 12 Meses CRB 410,1-1,42% -1,8% 9,5% -3,2% CRB (em Reais) 1464,8-1,25% 2,1% 2,0% 13,3% Petróleo BRENT 49,5 1,21% 4,5% 27,1% -28,7% Libor USD 3m 0,67 3,0% 2,9% 5,3% 37,9% Libor EUR 3m -0,26-0,1% -0,7% -12,6% -24,5% Título 10 anos Itália 1,35-14,1% -13,6% -24,3% -58,5% Título 10 anos Alemanha 0,15-1,6% -11,9% -47,7% -39,5% Título 10 anos EUA 1,86 0,7% 2,8% -40,8% -27,8% CDS Brasil 5 anos ,03-140,39 120,85 VIX 13,8-2,2-1,90-3,49-0,26 Bolsas² Cotação Variação Semanal Mês Ano 12 Meses S&P 500 Index 2.092,7 2,20% 1,33% 2,39% -0,54% Dow Jones ,5 1,97% 0,56% 2,57% -0,94% CAC (França) 4.481,6 3,76% 1,19% -3,35% -11,84% DAX (Alemanha) ,2 2,63% 1,66% -5,01% -12,21% FTSE 100 (Inglaterra) 6.262,9 1,57% 0,34% 0,33% -9,87% Nikkei 225 (Japão) ,4 0,68% 0,55% -11,96% -18,01% Shangai (China) 2.946,5 0,28% -4,17% -20,46% -42,71% Ibovespa ,0-1,51% -7,63% 14,87% -7,14% Dados atualizados às 15:00 (1) Variações positivas das moedas significam valorização em relação ao dólar (2) Índices acionários medidos em moeda local 4

5 INFORME ECONÔMICO CALENDÁRIO E PROJEÇÕES Data Evento País Período BRAM Consenso Anterior Segunda 30-mai 06:00 Confiança do Consumidor Z. Euro Mai ,00 06:00 Confiança do Empresário Z. Euro Mai ,00% 08:00 IGP-M (M/M) Brasil Mai 0,67% 0,73% 0,33% 20:30 Taxa de Desemprego Japão Abr ,20% - Resultado Primário do Governo Central Brasil Abr R$ 6,1 Bi -- - R$ 7.9 Bi Terça 31-mai 06:00 Taxa de Desemprego Z. Euro Abr -- 10,20% 10,20% 06:00 Preços ao Consumidor - CPI Núcleo (A/A) Z. Euro Mai -- 0,80% 0,70% 09:30 Renda Pessoal EUA Abr -- 0,40% 0,40% 09:30 Gastos Pessoais EUA Abr -- 0,70% 0,10% 09:30 PCE Núcleo (M/M) EUA Abr -- 0,20% 0,10% 10:30 Nota à Imprensa: Política Fiscal Brasil Abr R$ 10,6 Bi 10:45 PMI - Chicago EUA Mai -- 51,50 50,40 11:00 Confiança do Consumidor EUA Mai -- 96,20 94,20 11:30 Sondagem Industrial - Dallas EUA Mai -- -8,00-13,90 22:00 PMI Indústria China Mai -- 50,00 50,10 22:00 PMI Serviços China Mai ,50 23:00 PMI Industria Japão Mai ,60 Quarta 1-jun 05:00 PMI Indústria Z. Euro Mai -- 51,50 51,50 09:00 PIB (A/A) Brasil 1T ,90% 09:00 PIB (T/T) Brasil 1T -0,80% -- -1,40% 11:00 ISM Industrial EUA Mai -- 50,90 50,80 15:00 Balança Comercial Mensal Brasil Mai US$ 4,86 Bi 15:00 Livro Bege EUA Quinta 2-jun 08:45 Reunião BCE - Taxa de Juros Z. Euro ,00% 0,00% 09:00 Produção Industrial (A/A) Brasil Abr ,40% 09:00 Produção Industrial (M/M) Brasil Abr ,40% 09:15 Emprego no Setor Privado EUA Mai mil 156 mil Sexta 3-jun 05:00 PMI Composto Z. Euro Mai ,90 05:00 PMI Serviços Z. Euro Mai -- 53,10 53,10 06:00 Vendas no Varejo (A/A) Z. Euro Abr ,10% 09:30 Relatório de Emprego (criação de vagas) EUA Mai mil 160 mil 09:30 Taxa de Desemprego EUA Mai -- 4,90% 5,00% 11:00 Pedidos de Bens Duráveis EUA Abr :00 Encomendas à Indústria (M/M) EUA Abr -- 0,70% 1,10% Projeções Macroeconômicas - BRAM PIB (% ao ano) 3,9% 1,9% 3,0% 0,1% -3,8% -3,8% 1,3% Taxa de Inflação - IPCA (% a.a.) 6,5% 5,8% 5,9% 6,4% 10,7% 6,8% 5,3% Taxa de Inflação - IGP-M (% a.a.) 5,1% 7,8% 5,5% 3,7% 10,5% 6,6% 5,2% Taxa Selic (final do ano) 11,00% 7,25% 10,00% 11,75% 14,25% 12,75% 10,50% Taxa Selic (média do ano) 11,75% 8,46% 8,44% 11,02% 13,58% 13,83% 11,04% R$/US$ média do ano 1,67 1,95 2,16 2,35 3,33 3,67 3,78 R$/US$ final do ano (Média - Mês de Dezembro) 1,88 2,04 2,34 2,66 3,90 3,70 3,85 Exportações (US$ bilhões) 256,0 242,6 242,2 225,1 191,1 181,6 196,1 Importações (US$ bilhões) 226,2 223,2 239,7 229,2 171,4 132,0 152,3 Balança Comercial (US$ bilhões) 29,8 19,4 2,4-4,0 19,7 49,6 43,8 Balanço em Conta-Corrente (US$ bilhões) -52,6-54,2-81,2-90,9-40,5-11,1-33,0 Balanço em Conta-Corrente (% do PIB) -2,0-2,2-3,4-4,2-2,3-0,7-1,9 Superávit Primário (% PIB) 2,9 2,2 1,8-0,6-1,9-2,6-1,6 Dívida Líquida (% PIB) 34,5 32,3 30,6 33,1 36,0 41,4 43,4 Dívida Bruta (% PIB) 51,3 53,8 51,7 57,2 66,2 76,1 79,8 5

6 INFORME ECONÔMICO MARCELO CIRNE DE TOLEDO Economista chefe ANDRE NASCIMENTO NOGGERINI DANIEL XAVIER FRANCISCO HUGO RIBAS DA COSTA JOSE LUCIANO DA SILVA COSTA THIAGO NEVES PEREIRA Tel.: Material produzido em 25/05/2016 às 15h00 Outras edições estão disponíveis no Site: item Informações aos Investidores / Nossa visão / Informativos de Macroeconomia. As opiniões, estimativas e previsões apresentadas neste relatório constituem o nosso julgamento e estão sujeitas a mudanças sem aviso prévio, assim como as perspectivas para os mercados financeiros, que são baseadas nas condições atuais de mercado. Acreditamos que as informações apresentadas aqui são confiáveis, mas não garantimos a sua exatidão e informamos que podem estar apresentadas de maneira resumida. Este material não tem intenção de ser uma oferta ou solicitação de compra ou venda de qualquer instrumento financeiro. BRAM - Bradesco Asset Management é a empresa responsável pela atividade de administração de recursos de terceiros do Banco Bradesco S.A. BRAM - Bradesco Asset Management - Todos os direitos reservados. 6