Lição 6 O impulso motivador do dízimo. Texto base: Mateus 23.23

Transcrição

1 Lição 6 O impulso motivador do dízimo Texto base: Mateus INTRODUÇÃO A inspiração com que cada cristão vê ou compreende o dízimo vai conferirlhe um significado. Assim, ouve-se que é gesto de amor, de agradecimento, expressão de fé, de solidariedade, de fraternidade, retribuição aos dons e bênçãos de Deus, manifestação de responsabilidade para com a Igreja e o plano de Deus, e outros inúmeros qualificativos que buscam defini-lo. De fato, o dízimo assume diferentes expressões em razão do que o motiva por que o oferto?, ou de sua destinação para que o oferto? O mais importante não nos isenta de cumprir o menos importante. No texto de hoje, Jesus condena a hipocrisia dos fariseus que davam os dízimos até dos temperos colhidos no quintal, porém, não se importavam com o juízo, a misericórdia e a fé. Por isso, Ele é enfático em dizer-lhes: Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir aquelas. O problema daqueles homens era que, embora fossem rigorosos em dizimar, não dizimavam com a motivação correta. O motivo é mais importante do que o valor da oferta. Quem dá o dízimo sem a motivação correta, jamais voltará para a sua casa justificado. Pretendemos aqui iniciar uma reflexão sobre o que Deus deseja ver em nós, como motivo para receber o dízimo que lhe entregamos. CRISTO, OBJETO DA FÉ O impulso motivador do dízimo deve ser o juízo, a misericórdia e a fé. Vejamos o que isso significa: O juízo é o discernimento da vida segundo os critérios da verdade. É justiça e retidão no proceder conforme a vontade de Deus. É submeter-se ao julgamento de Deus e conduzir a vida conforme o seu querer. Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: Pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com o seu Deus (Mq 6.8).

2 A misericórdia é a compaixão que avança o terreno sobre o juízo. É a segunda milha requerida por aquele que sofre. É a virtude de quem não pergunta pelos seus próprios direitos, senão pela necessidade do próximo e o faz com alegria, com entusiasmo, sem ressentimento e sem reclamação. É sentir a dor de quem sofre como se fosse a sua própria dor. Pois desejo misericórdia, não sacrifícios, e conhecimento de Deus em vez de holocaustos (Os 6.6). A fé é a visão do invisível, o alcance daquilo que se vê como impossível. É não somente acreditar que as coisas podem acontecer, mas agir correta, coerente, humilde e decisivamente para que aconteçam. É bom lembrar que a fé não adota atitudes incorretas, tais como, suborno e corrupção. A fé não adota procedimentos de incoerências. A fé não adota soberba e, muito menos, insegurança. Não é ficar esperando na certeza de que as coisas vão acontecer, porém, submeter-se voluntariamente às condições do Senhor para que aconteçam. O que tornou a oferta de Abel aceitável foi a fé, e ouso afirmar, a fé aliada ao juízo e à misericórdia. O que faz com que 10% dados a Deus se tornem um dízimo aceito por Deus, é a fé. Sem fé é impossível cultuar a Deus. A oferta sem fé não é dada a Deus, mas é dada a si mesmo. Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam (Hb 11.6). O juízo, a misericórdia e a fé, sempre com o artigo definido, indicando que não se trata de qualquer critério de julgamento, nem de qualquer sentimento afetivo, nem de qualquer crença, mas de uma consciência de justiça conforme a justiça de Deus, da misericórdia ao nível da misericórdia de Deus, e da fé que tem como objeto a pessoa de Cristo. Essas são as virtudes que se devem antecipar à entrega dos dízimos, para que estes tenham validade diante de Deus. Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas, livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus (Hb 12.1,2).

3 DÍZIMO NÃO É Uma maneira de levantar dinheiro, a fim de suprir as necessidades orçamentárias da igreja ou da denominação. Evidentemente que, para fazer a obra da igreja ou da denominação, principalmente no tocante à obra de evangelização, a igreja precisa de dinheiro e a fonte desses recursos é a generosidade dos crentes; porém, a pressão dessa necessidade não é a motivação correta para o dízimo, visto que, ao passar o aperto financeiro, o apelo à liberalidade perderá a sua força e os crentes deixarão de crescer espiritualmente através da prática da mordomia.... Uma contribuição para cumprir uma exigência legal. Dízimo não é um ato desobrigatório, nem um meio de obter graça diante de Deus. Quando visto sob esse ponto de vista, o dízimo deixa de trazer alegria e crescimento da fé. Ser dizimista não é fazer negócios com Deus. Não se pode barganhar com o que é dos outros. Não posso dar a Deus os meus dízimos em troca das bênçãos de Deus, porque os dízimos que estão em minhas mãos, na verdade, não são meus, são propriedades de Deus.... Um meio de o crente pagar para que outros testemunhem de Cristo em seu lugar, ou façam beneficência em seu lugar. Muitos crentes pensam que, por entregarem o seu dízimo, estão desobrigados do evangelismo pessoal e da beneficência. O dízimo não compra a nossa ociosidade no Reino de Deus. Nenhum cristão deve ser ocioso. Estamos aqui, todos, para exercermos atividades que levem pessoas que estão afastadas de Deus a se reconciliarem com Ele, por meio de Cristo. Deus nos quer por completo, com os nossos talentos, com os nossos bens, com o nosso tempo, com nossas orações e com nossa vida, visando o crescimento do seu Reino.... Um meio de subornar a justiça de Deus. O dízimo também não nos isenta de viver os padrões éticos firmados na Palavra de Deus. Em algumas igrejas, é tido por assentado que os bons contribuintes não podem sofrer disciplina. Por certo, já temos ouvido histórias

4 reais, de igrejas que não disciplinaram membros infiéis à Cristo, corruptos em suas transações e desleais para com a congregação, porque estes contribuíam, através dos dízimos e ofertas, com altas somas de dinheiro, que representavam o maior percentual das suas entradas financeiras. Se os disciplinassem ficariam sem os seus recursos. Foi essa hipocrisia que Jesus censurou junto aos fariseus (Mt 23.23).... Um luxo de quem tem demais. Não é uma aplicação razoavelmente ética para o superávit, não é um supérfluo. Também não é uma dádiva que se oferece à igreja para acalmar a consciência. Esse tipo de dízimo deixa de ser uma bênção, e passa a ser um dano para o crente e para a igreja. O DÍZIMO É A parte necessária para o sustento da obra, que Deus envia por nosso intermédio. Nós somos os receptores das dádivas de Deus, a fim de levá-las ao templo. Deixar de levá-las é faltar à confiança que Deus em nós deposita. Deus provê para a sua obra, por meu intermédio. Da minha fidelidade no cumprimento da vontade de Deus, dependerá que eu receba as bênçãos que Deus põe à disposição de todo o mordomo fiel. O dízimo é propriedade do Senhor. CONCLUSÃO Não há contradição entre o Antigo e o Novo Testamento. Toda a teologia do Novo Testamento decorre da revelação que Deus faz de Si mesmo, através da história da lei e da profecia, no Antigo Testamento. Jesus foi muito enfático quando disse que não veio ao mundo para declarar o Antigo Testamento fora de moda, e implantar uma nova teologia. Ele afirmou que veio para cumprir e aperfeiçoar a lei. Respondeu Jesus: Deixe assim por enquanto; convém que assim façamos, para cumprir toda a justiça. E João concordou (Mt 3.15). "Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto

5 existirem céus e terra, de forma alguma desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra (Mt ). Exceto que haja uma anulação expressa no Novo Testamento, como há em relação ao sábado e ao sacerdócio levítico, tudo no Antigo Testamento continua em vigor no Novo Testamento. E não há ato de anulação algum em relação ao dízimo, ao contrário, há uma recomendação expressa de Jesus em Mateus 23.23, quando Ele conclama os fariseus a praticarem o juízo, a misericórdia e a fé, sem omissão dos dízimos. PARA REFLETIR: Qual tem sido o impulso que me motiva a dizimar? Comprometo-me em cumprir Mateus 23.23? Leitura diária: Segunda Oséias Terça Miquéias Quarta Hebreus Quinta Hebreus Sexta Hebreus Sábado Mateus Domingo Mateus