CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA. Bruxelas, 7 de Dezembro de 2001 (OR. fr) 15107/01 Dossier interinstitucional: 2000/0238 (CNS) LIMITE ASILE 59

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1 CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA Bruxelas, 7 de Dezembro de 2001 (OR. fr) 15107/01 Dossier interinstitucional: 2000/0238 (CNS) LIMITE ASILE 59 RESULTADOS DOS TRABALHOS de: Conselho n.º doc. ant.: 14767/01 ASILE 57 n.º prop. Com.: 11622/00 ASILE 46 (COM(2000) 578 final) Assunto: Proposta de directiva relativa a normas mínimas aplicáveis ao procedimento de concessão e retirada do estatuto de refugiado nos Estados-Membros Conclusões Junto se envia, à atenção das delegações, as conclusões aprovadas pelo Conselho na sua sessão de 6 e 7 de Dezembro de /01 mam/ccm/cdc 1

2 Conclusões do Conselho relativas ao procedimento de concessão e retirada do estatuto de refugiado nos Estados-Membros I. Introdução 1) Em Outubro de 2000, a Comissão apresentou uma proposta de directiva relativa às normas mínimas de concessão e retirada do estatuto de refugiado nos Estados-Membros com base no artigo 63.º do Tratado que institui a Comunidade Europeia. Essa proposta foi objecto de debates que permitiram confirmar a vontade dos Estados-Membros de adoptarem, o mais rapidamente possível, as medidas essenciais para atingirem o objectivo da criação de um sistema comum europeu de asilo fixado em Tampere. 2) No Conselho de 27 de Setembro de 2001, os Estados-Membros recordaram a necessidade de instaurar procedimentos de asilo simples, rápidos, eficazes e justos. Além disso, a Presidência tentou traçar pistas de reflexão a fim de acelerar os trabalhos. 3) Seguidamente, em concertação com os serviços da Comissão, foi elaborado um projecto, que obteve o apoio dos Estados-Membros relativamente à orientação da futura directiva. 4) As orientações que a seguir se apresentam devem ser tidas em conta para o prosseguimento dos trabalhos tendo em vista a aprovação a curto prazo de uma directiva, em especial na elaboração de uma proposta alterada pela Comissão /01 mam/ccm/cdc 2

3 II. Orientações para a futura directiva relativa a normas mínimas de concessão e retirada do estatuto de refugiado 1. Âmbito de aplicação e estrutura 5) A futura directiva deverá aplicar-se a todos os pedidos de protecção apresentados a um Estado-Membro ao abrigo da Convenção de Genebra, de 28 de Julho de ) Continua em aberto a questão da aplicação da futura directiva aos pedidos de asilo apresentados na fronteira de um Estado-Membro. 7) Continua em aberto a questão da aplicação obrigatória da directiva a outras formas de protecção. 8) A futura directiva deverá definir as normas mínimas de um processo normal de análise dos pedidos de asilo e permitir adoptar ou manter um processo acelerado para tratar os pedidos de asilo que são inadmissíveis e/ou manifestamente infundados de acordo com os critérios que definir. Só poderão ser indeferidos como manifestamente infundados os pedidos de asilo infundados. 9) Os critérios propostos pela Comissão deverão ser completados de modo a terem em conta, por exemplo, a recusa de cooperação do requerente de asilo e a eventual utilização abusiva do processo mediante a apresentação de pedidos de asilo dilatórios. 10) Deverá ser aprofundada a possibilidade de tratar num âmbito particular os pedidos de asilo apresentados depois de um Estado-Membro ter indeferido um pedido anterior, a fim de assegurar um tratamento rápido deste tipo de pedidos /01 mam/ccm/cdc 3

4 2. Qualidade do processo de decisão 11) É necessário que os requerentes de asilo beneficiem de sólidas garantias relativamente ao processo de decisão e que a qualidade das decisões seja óptima. 12) O futuro instrumento deverá permitir garantir: a análise individual de cada pedido de asilo; a informação correcta dos requerentes; a possibilidade de efectuar uma entrevista pessoal, tendo em conta o interesse dos requerentes de asilo e sem prejuízo do seu dever de cooperação. Esta entrevista deverá ser conduzida em condições que permitam, tanto quanto possível, ao requerente apresentar correctamente os elementos que pretenda invocar em apoio do seu pedido, se necessário assistido por um intérprete; uma assistência jurídica razoável; a possibilidade de comunicar com o ACNUR; a protecção das informações contidas em cada processo, especialmente em relação ao país de origem do requerente; uma formação inicial do pessoal encarregado de aplicar o futuro instrumento; a exclusão da detenção de um requerente pela simples razão de ser requerente de asilo; não deverá no entanto ser excluída a detenção no quadro dos pedidos introduzidos na fronteira, e nomeadamente nas zonas de trânsito aeroportuário; uma atenção especial às necessidades dos grupos vulneráveis e dos menores. 13) À luz do princípio da subsidiariedade, as normas mínimas comuns propostas deverão ser formuladas de acordo com o objectivo de eficácia e rapidez da análise dos pedidos de asilo, e ter em conta a sua natureza. Trata-se, portanto, de simplificar as disposições em questão sem pôr em causa a justeza dos procedimentos e a qualidade do processo de decisão /01 mam/ccm/cdc 4

5 3. Processos 14) Importa que haja uma diferenciação suficiente entre os processos normal e acelerado. 15) Essa diferenciação deverá incidir, nomeadamente, sobre regras mínimas relativas aos prazos de tratamento dos pedidos de asilo, sobre o número de recursos, a natureza e as competências das instâncias de recurso, bem como sobre o efeito dos recursos previstos. 3.1 Processo normal Prazos Deverão ser fixados, para o tratamento dos pedidos de asilo, prazos não imperativos mas que indiquem o objectivo a alcançar pelos Estados-Membros, pelo menos pela autoridade competente em primeira instância Número de recursos, natureza e competências das instâncias de recurso a) Em caso de indeferimento do pedido, o requerente tem, pelo menos, o direito de interpor recurso para uma segunda instância e, em seguida, em caso de nova decisão desfavorável, e se tal estiver previsto na legislação nacional, para uma terceira instância; b) Deverá haver pelo menos uma instância de recurso jurisdicional 1, independentemente do número de instâncias competentes em aplicação da legislação nacional; c) Deverá haver pelo menos uma instância de recurso para analisar o mérito do pedido de asilo. 1 Os termos "instância jurisdicional" abrangem a noção de quase-jurisdicional em determinados Estados-Membros /01 mam/ccm/cdc 5

6 3.1.3 Efeito dos recursos Continua em aberto a questão do efeito suspensivo dos recursos e das suas eventuais consequências sobre o afastamento. O Conselho fará todos os esforços necessários para lhe dar uma resposta satisfatória nos próximos meses. 3.2 Processo acelerado Prazos O prazo de tratamento do pedido de asilo em primeira instância não deverá ultrapassar três meses a contar da data de apresentação do pedido. Deverá no entanto ser possível uma prorrogação por um motivo legítimo. Por outro lado, os Estados-Membros deverão poder decidir que um requerente que faça com que a autoridade competente ultrapasse os prazos não possa invocar as consequências do não cumprimento desses prazos, ou seja, uma análise do seu pedido segundo o processo normal; Número de recursos, natureza e competências das instâncias de recurso a) Os requerentes deverão poder introduzir pelo menos um recurso de qualquer decisão de indeferimento proferida em primeira instância; b) Deverá haver pelo menos uma instância de recurso jurisdicional 1, independentemente do número de instâncias competentes em aplicação da legislação nacional; c) Os Estados-Membros deverão poder decidir que uma jurisdição de recurso que intervenha em última instância restrinja a análise das decisões às questões de direito, na condição de exercer um controlo do erro manifesto de apreciação dos factos pela instância de grau inferior. 1 Os termos "instância jurisdicional" abrangem a noção de quase-jurisdicional em determinados Estados-Membros /01 mam/ccm/cdc 6

7 3.2.3 Efeito dos recursos a) Os recursos não deverão ter um efeito suspensivo automático; b) Quando não houver efeito suspensivo automático, o requerente deverá ter a possibilidade de solicitar o efeito suspensivo do recurso ou de contestar a decisão de afastamento junto da autoridade competente, em conformidade com a legislação nacional. Continua em aberto a questão do efeito deste pedido ou da contestação sobre a execução do afastamento /01 mam/ccm/cdc 7