PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SECTOR DO CAFÉ (PRDC)

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1 1 INTRODUÇÃO Antes da proclamação da Independência em 1975, Angola satisfazia grande parte das necessidades do consumo alimentar da sua população com a produção interna e a sua economia, em rápido crescimento, contava com contribuições importantes da exportação de produtos agrícolas, que contribuíam para equilibrar a balança de pagamentos. Estes representavam cerca de 40% do valor total das exportações em 1973 (1) tendo o café o peso principal. Com efeito, em 1973 este produto representava 27% do valor total das exportações e 72% do valor das exportações dos produtos de origem agrícola. A importância que o sector do café adquiriu na economia de Angola durante a administração colonial levou ao estabelecimento de políticas e de incentivos que colocaram o País entre os principais produtores mundiais, com uma produção anual de cerca de 200 mil toneladas. A desarticulação das principais unidades de produção (as grandes, médias e pequenas empresas) que asseguravam cerca de 2/3 das exportações, a instabilidade devido à guerra nas principais regiões cafeícolas, a baixa dos preços do produto no mercado mundial, a falta de capacidade dos novos gestores das fazendas de café e a redução da força de trabalho provocaram a diminuição drástica da produção. A situação relativamente favorável do sector agrícola e o seu concurso para a economia do País e para as condições de vida da sua população inverteu-se drasticamente após a Independência Nacional em 1975, como resultado da guerra e da consequente instabilidade política e social que levou à deslocação de milhares de famílias camponesas e a perda por parte do Estado do controlo sobre muitas regiões, incluindo as regiões tradicionais da produção de café. Contribuiu também para a degradação da produção agrícola a adopção de políticas económicas desajustadas, que não equacionaram convenientemente os problemas do sector agrário. A cafeicultura não escapou a essa degradação e as exportações de café foram diminuindo progressivamente, atingindo nos últimos anos um patamar insignificante. A instauração de paz na sequência dos entendimentos de Luena, em Abril de 2002, restabeleceu a circulação de pessoas e de mercadorias e permitiu o retorno das populações rurais às suas áreas de origem, possibilitando a reabilitação e a reconstrução do meio rural dentro de um novo quadro de estabilidade política e de reconciliação nacional. 1

2 O relançamento da produção agrária começa a fazer-se sentir com algumas iniciativas empresariais e, fundamentalmente com o relançamento da produção camponesa, que alimenta actualmente já de forma sensível o fluxo de produtos para os centros urbanos. Contudo, esse relançamento não atingiu ainda de forma sensível o sector do café, salvo em poucas áreas e em casos muito restritos. A situação actual da cafeicultura angolana é caracterizada pelo abandono da maior parte das explorações agrícolas empresariais e também pelo abandono e desincentivo por parte da maioria das empresas agrícolas familiares das suas plantações, procedendo parte destas em muitas áreas à substituição do café por outras culturas. Contudo, são as empresas agrícolas familiares que actualmente mais contribuem para a reduzida produção de café. O principal problema para o relançamento da cafeicultura por parte das empresas agrícolas familiares decorre do pouco incentivo da cultura, comparativamente com outras produções agrícolas com colocação no mercado, o que não ajuda a melhorar o muito deficiente circuito de comercialização. As explorações agrícolas empresariais de café enfermam igualmente de problemas de preço e também da falta de mão-de-obra, dos custos de produção actualmente agravados com a subida dos preços dos equipamentos e das matérias primas e, para muitas a falta de incentivos financeiros que facilitem os investimentos e as despesas correntes de exploração. A desarticulação da estrutura produtiva de diferentes tipos de exploração do café reflectiu-se na operacionalidade das instituições oficiais que devem apoiar a reestruturação e o desenvolvimento do sector. O serviço destas instituições foi igualmente afectado por factores estruturais resultantes da guerra, limitando a sua acção a pouco mais do que às capitais de província e principalmente a Luanda. Esta estagnação reflectiu-se na falta de tomada de medidas de reestruturação que deveriam ser adaptadas ao novo contexto do País, diferente daquele em que a intervenção dessas instituições se dirigia principalmente para as grandes empresas estatais de café. Presentemente o (MINAGRI), no prosseguimento das políticas do Governo, procura incentivar a aplicação de medidas estruturais que criem a necessária operacionalidade dos serviços para ajudar a reorganizar o sector cafeícola. Com o presente programa procura-se retomar a produção do café, podendo esta ajudar a melhorar principalmente a economia das Empresas Agrícolas Familiares (EAF s) e contribuir para a diversificação das exportações. 2

3 2 CONTEXTO 2.1 Políticas do Governo Tendo em vista criar condições que permitam atrair os investimentos necessários ao desenvolvimento económico do País, o Governo prossegue com o estabelecimento de reformas, nomeadamente nas áreas da economia e finanças e da administração pública. Também a aplicação das políticas de desconcentração administrativa do Governo procura dar maior protagonismo aos órgãos locais do Estado, quer a nível provincial quer municipal, de forma a melhorar as respostas aos problemas da actividade produtiva da população e da sua condição de vida. As políticas do Governo que vinham sendo dirigidas às áreas rurais estavam principalmente consubstanciadas nos programas da educação e ensino e da saúde, que vêm sendo objecto de prioridade através do Programa de Investimentos Públicos (PIP), e na reabilitação das principais estradas e de pontes. Essas políticas envolveram também algumas acções de apoio ao sector produtivo da agricultura. Por outro lado, as recentes reformas fiscais que despenalizam os custos de importação dos equipamentos e de outros meios de produção para a agricultura, constituem um incentivo para o desenvolvimento do sector. O deficiente comércio das áreas rurais continua a ser um factor de limitação para o incentivo à produção agrária, incluindo a do café, bem como para o abastecimento da população. Algumas políticas de desburocratização vêm sendo tomadas pelo Governo, podendo a curto prazo melhorar a intervenção deste sector primordial para o desenvolvimento. Essas medidas podem ajudar a criar um melhor enquadramento do comércio informal que, na prática, é aquele que actualmente vai fazendo algum atendimento às necessidades das comunidades agrárias e que assegura parte do abastecimento das comunidades urbanas, representando por outro lado já um importante mercado de emprego. O Governo de Angola aprovou a Estratégia de Combate à Pobreza (2) que identifica a segurança alimentar e o desenvolvimento rural como uma das dez áreas de intervenção prioritária. A política actual do Governo procura apoiar a recuperação da produção agrária, através de políticas e incentivos à rede bancária para proporcionar melhores e maiores facilidades de crédito ao sector produtivo. Relativamente ao café, que foi já um produto importante de exportação com boa aceitação no mercado internacional e que tem boas condições ambientais em algumas regiões do País para a produção de qualidade, têm sido tomadas algumas medidas visando o relançamento da sua produção e exportação. Dentre essas disposições foram sendo criadas e adaptadas estruturas de apoio à produção e de 3

4 serviços, bem como um fundo para o apoio ao desenvolvimento do café, mas estas medidas não conseguiram suster a crise que se abateu sobre o sector. Mais recentemente o MINAGRI, que passou a tutelar o sector que antes estava enquadrado pela Secretaria de Estado do Café, procura implementar políticas que concorram para o relançamento com sustentabilidade da cafeicultura, especialmente do sector das empresas agrícolas familiares. Entre essas medidas cita-se a reorganização e redefinição da intervenção das instituições ligadas ao sector do café, nomeadamente do Instituto Nacional do Café (INCA), o estabelecimento de formas operativas mais adequadas do Fundo de Desenvolvimento do Café de Angola (FDCA) e medidas de incentivo à produção e à comercialização (3). As políticas do Governo no novo horizonte e referente à organização do Estado, vão ser orientadas para a melhoria da qualidade e eficácia dos serviços públicos, a formação e requalificação do capital humano, a gestão dos serviços com base em objectivos e resultados pré-definidos (16). A abordagem estratégica do crescimento económico do Programa de Governo estabelece que a prioridade absoluta nos próximos anos será atribuída à produção agrícola com vista ao alcance da auto-suficiência alimentar, ao mesmo tempo que serão relançadas algumas culturas que podem ser competitivas nos mercados externos (16). Entre os diferentes objectivos para o sector agrário inclui-se a reestruturação e recuperação da produção do café e do palmar Breve referência aos antecedentes da produção do café em Angola A PRODUÇÃO DO CAFÉ NO PERÍODO COLONIAL Durante o período da administração colonial o sector do café, a par da fácil ocupação de terras e do acesso a uma mão de obra barata, beneficiou de políticas e de incentivos que levaram a colocar Angola entre os principais produtores mundiais, com uma produção anual de cerca de 200 mil toneladas. Para apoiar a produção cafeícola a administração colonial criou em 1940 a Junta de Exportação do Café (Decreto-Lei nº30.714). Esta instituição deu posteriormente lugar ao Instituto do Café de Angola (ICA), criado em Agosto de 1961 (Decreto nº43.874). Competia a esta instituição a orientação e controlo das actividades relacionadas com a produção, comércio e exportação do café, a par de actividades de melhoramento técnico para apoiar a cultura. A concentração da exploração do café fazia-se nas zonas de transição para os planaltos a Norte (Uige, Kuanza Norte e Kuanza Sul), relativamente ao Rubusta (Coffea Canephora) e, para o Arábica (Coffea arabica), 4

5 nas zonas de desgaste do Planalto Central (Norte do Bié e Huambo e Sudeste de Benguela), conforme se pode deduzir dos dados referentes às produções de 1972 e de 1973 (quadro 1). Quadro1 - Produção de café comercial em 1972 e 1973 por província em toneladas Província Grande propriedade Produção 1972 Produção 1973 Totais Média propriedade Pequena propriedade Grande propriedade Média propriedade Pequena propriedade Benguela Bié Cabinda Kuanza Norte Kuanza Sul Huambo Huila Bengo Malange Uige Zaire TOTAIS Fonte: Instituto Nacional de Estatística (1). Foi também nestas zonas que os serviços oficiais procuraram relançar a produção de café após a Independência, dentro dos programas de reorganização das médias e grandes explorações e de recuperação da produção cafeícola. Cerca de 95% da produção de café distribuía-se principalmente pelas áreas de floresta, nas regiões de transição para os planaltos do Uige, Bengo, Kuanza Norte e Kuanza Sul ( quadro 2). Cerca de 5% correspondia às restantes províncias. As plantações foram aí instaladas aproveitando na maior parte dos casos as essências florestais naturais para sombreamento. Quadro 2 - Percentagens da produção de café das principais áreas produtoras Produção 1972 Produção 1973 Totais Província Grande propriedade Média propriedade Pequena propriedade Grande propriedade Média propriedade Pequena propriedade Uige 13,9% 12,9% 8,6% 13,7% 12,7% 8,9% 35,4% 35,3% Bengo 6,8% 5,5% 5,0% 6,8% 4,9% 4,8% 17,3% 16,5% Kuanza Norte 8,2% 8,5% 8,3% 8,1% 8,0% 7,9% 25,0% 24,0% Kuanza Sul 7,3% 6,6% 4,2% 7,9% 7,0% 4,5% 18,1% 19,4% totais 36,3% 33,4% 26,1% 36,4% 32,6% 26,1% 95,8% 95,1% Fonte: Instituto Nacional de Estatística (1). 5

6 A estrutura das produções das explorações agrícolas empresariais de café das principais regiões de implantação da cultura apresentava valores para a grande empresa (a partir dos 300 hectares) ligeiramente superior ao das médias empresas, salvo na província do Kuanza Norte em que a produção destas era maior (figura 1). As pequenas empresas comerciais do sector do café tinham menor expressão no volume total das colheitas. Figura 1 Estrutu ra da produção das em presas com erciais da s principais áreas de café 14,0% % da produção de ,0% 10,0% 8,0% 6,0% 4,0% 2,0% 0,0% Uige B engo Kuanza N o rte Kuanza Sul províncias grande propriedade média propriedade pequena propriedade A grande maioria das áreas de plantação e da produção de café era e é da espécie Robusta (quadro 3). O café da espécie Arábica era cultivado principalmente pelas empresas agrícolas familiares (EAF s) no Norte das províncias do Bié e do Huambo e pelas médias e pequenas explorações agrícolas empresariais na província de Benguela (principalmente no município da Ganda) e no Noroeste da província da Huila. Quadro 3 - Tipo das produções de café na época colonial Espécies de café produção de 1972 produção de 1973 toneladas % toneladas % Robusta ,5% ,1% Arábica ,5% ,9% Totais ,0% ,0% Fonte: Instituto Nacional de Estatística (1). A produção nacional de café durante o período da administração colonial era assegurada em cerca de 70% pelas grandes e médias empresas, de acordo com os dados das colheitas de 1972 e 1973, conforme se indica no quadro 4. 6

7 Quadro 4 - Estrutura das produções de café na época colonial conforme o tipo de empresas Tipo de empresa produção de 1972 produção de 1973 toneladas % toneladas % grandes empresas ,3% ,4% médias empresas ,9% ,3% empresas familiares ,8% ,3% TOTAIS ,0% ,0% Fonte: Instituto Nacional de Estatística (1). A superfície total das plantações de café foi estimada em 1970 em cerca de hectares (4), correspondendo às empresas comerciais 64,3% dessa área e às empresas agrícolas familiares apenas 35,7%. Estas representavam 99% do número de explorações existentes, o que correspondia a uma muito forte distorção da estrutura agrária do sector cafeícola. Assim, enquanto a superfície média por exploração do sector comercial era de 164 hectares, no sector agrícola familiar a média por exploração era apenas de 0,79 hectares (quadro 5). Quadro 5 - Estrutura das explorações de café em 1970 conforme os tipos de exploração tipo de exploração nº de explorações superfície das explorações (Ha) total Média por exploração Produção de café comercial (Toneladas) TOTAL Média por exploração Explorações empresariais , ,53 empresas familiares , ,18 TOTAIS , ,74 Fonte: Missão de Inquéritos Agrícolas (4). No sector das explorações empresariais havia igualmente uma estrutura agrária distorcida, com a concentração de grande percentagem das áreas das plantações num número reduzido de grandes empresas. Relativamente às empresas agrícolas familiares a informação mais fiável do período colonial refere-se às estatísticas agrícolas da Missão de Inquéritos Agrícolas de Angola (MIAA), que no entanto eram pouco representativas para as áreas do Norte de Angola. Segundo as Estatísticas Correntes de 1970 (4), a produção das EAF s, que era dada por zonas agrícolas, quando ajustada às províncias repartia-se conforme os indicadores que se apresentam no quadro 6. 7

8 Quadro 6 Exploração de café pelas EAF s em 1970 Províncias Produção de café comercial Superfície das plantações equivalente a cultura extreme Toneladas % hectares % Cabinda (Zona 1) % % Uige (Zonas 3,5 e 6) % % Bengo (zona 3) % % Kuanza Norte (zona 3) % % Kuanza Sul (zonas 16 e 17) % % Bié (zona 24) % % Huambo (zona 24) % % Outras províncias (4,13/14, 17) % % Totais % % Fonte: Missão de Inquéritos Agrícolas (4). As produções referentes às províncias do Bié, Huambo e município de Cassongue do Kuanza Sul, eram de café Arábica, representando cerca de 12% da produção de café das EAF s, sendo as restantes plantações deste tipo de empresa de café Robusta. Estas distribuíam-se principalmente pelas províncias da região Norte (figura 2). Figura 2 distribuição das produções de café das empresas agrícolas familiares referente a % % da produção de % 30% 25% 20% 15% 10% 5% 0% Cabinda Uige Bengo Kuanza Norte Kuanza Sul Bié Huambo províncias A actividade produtiva do sector cafeícola das empresas agrícolas familiares beneficiava no período da administração colonial dos mecanismos de comercialização e de todo o circuito empresarial de recolha e beneficiamento do café adquirido, que culminava na exportação. A rede comercial então existente constituía o primeiro elo de contacto com as empresas agrícolas familiares e era esta que assegurava a compra do café, proporcionando também o abastecimento das famílias em bens de consumo e de uso. Essa rede tinha sido complementada com a 8

9 criação dos mercados rurais a partir da década de 60, tendo em vista regular os preços praticados pelo comércio retalhista e escoar a produção antes das grandes chuvas. No apoio às empresas agrícolas familiares o ICA estava a ensaiar junto das populações camponesas do Uige e do Kuanza Norte, entre 1971 e 1974, um projecto de promoção social, de valorização da produção cafeícola e de diversificação de culturas. Este projecto prestava assistência técnica às empresas agrícolas familiares, fornecia principalmente inputs sob a forma de crédito de campanha e, ainda em alguns casos, apoiava a organização associativa das EAF s. Foram proporcionados a estas cooperativas investimentos em meios fixos associados ao crédito (caso dos descasques de café). O programa procurava também incrementar a diversificação de culturas, de modo a suster o aumento crescente das áreas de produção, respondendo às políticas estabelecidas pela Organização Internacional do Café (OIC). Na região do Andulo-Nharea, província do Bié, foi criado em 1969 um projecto piloto de extensão rural na sequência de um estudo sobre a pequena propriedade cafeícola efectuado pelo IFO-Institut für Wirtschaftsforchung (Instituto de Pesquisa Económica de Munique) com a colaboração e apoio da Missão de Inquéritos Agrícolas de Angola. O projecto lançou uma filosofia de intervenção nova, baseada no ensino informal dos camponeses através da vulgarização, e criou mecanismos para o apoio material ao aumento das produções. Para além do apoio à produção de cereais e leguminosas, procurou criar condições para a melhoria da produção do café arábica das EAF s, inclusive com investimentos para beneficiamento por via húmida. O projecto lançou também o crédito agrícola com reembolso em dinheiro, gerido através de clubes agrícolas (pré-cooperativas) e fez investimentos em instalações de armazenagem para essas organizações associativas em algumas áreas. Este projecto deu depois lugar ao programa de Extensão Rural de Angola (ERA) e foi progressivamente alargado a áreas dos municípios de Catabola, na província do Bié e dos Municípios do Bailundo e Mungo, na província do Huambo, tendo paralisado em 1975 com o abandono da área de parte das equipas técnicas devido à agitação política e ao eclodir do conflito armado que antecedeu a proclamação da Independência Nacional A PRODUÇÃO DO CAFÉ PÓS INDEPENDÊNCIA Após a independência de Angola foi criada no início de 1976, em substituição do ICA, a Empresa Nacional do Café (ENCAFÉ UEE), sob tutela da então Secretaria de Estado da Agricultura (que posteriormente deu lugar ao Ministério da 9

10 Agricultura). Esta Empresa Estatal pretendia abarcar as áreas e as produções da cultura em todo o território. Deste modo, passou a responder pela gestão das empresas comerciais de café abandonadas, formando o sector estatal do café. A ENCAFÉ UEE tinha também como tarefas prestar serviços na área do abastecimento técnico-material às unidades de produção, assegurar a comercialização interna do café e o seu beneficiamento e ainda proceder à exportação. O sector das empresas agrícolas familiares passou a ter dificuldades com a comercialização do seu café devido à pouca eficiência do sistema instituído e da rede comercial. Em 1983 foi criada a Comissão de Reestruturação da ENCAFÉ (CRE) que assumiu a reorganização das principais fazendas agrícolas, estruturando estas em empresas territoriais (33 com hectares). Através do Decreto nº84/83 foi criada a Empresa de Rebeneficiamento e Exportação do Café de Angola (CAFANGOL UEE) e pelo Decreto nº43/89 o Instituto Nacional do Café de Angola (INCA). Em 1988, através da Lei n.º 2/88, é criada a Secretaria de Estado do Café (SECAFE), deixando o sector de estar sob dependência e tutela do. Foram entretanto criadas novas empresas para o abastecimento técnico-material do sector do café (a PROCAFÉ criada pelo Decreto Executivo Conjunto nº05/86) e para a comercialização interna na província do Uige (a UIGIMEX). Através do Decreto nº31/88 foi criado o Fundo de Desenvolvimento do Café de Angola (FDCA) destinado a financiar projectos de produção, preparação, transporte, armazenagem e comercialização interna e externa do café. As alterações à política agrícola do Governo resultaram no redimensionamento em 1986/87 da maior parte das antigas empresas territoriais, com a transferência para o sector privado do papel de principal produtor directo do café. Foram assim adjudicadas 685 unidades de produção (5), esperando-se que esta medida ajudasse a relançar o sector cafeícola. Mas se o Estado tinha pouca capacidade de gestão para fazer progredir o sector, os empresários emergentes também não tinham mais, acrescendo para uma parte considerável dos casos a falta ou carência de recursos financeiros e, para muitos outros, a pouca motivação para investir no relançamento dessa produção que se apresentava já pouco rentável. O agravamento da guerra nas regiões cafeícolas levou posteriormente ao abandono e degradação de grande parte dessas fazendas, tendo os cafezais sido invadidos pela mata e as instalações e equipamentos sido destruídos ou degradados. A produção de café do sector das EAF s sofreu também progressivamente um colapso após a Independência, inicialmente pela ausência do comércio rural 10

11 permanente e da pouca eficiência da comercialização, depois pela baixa dos preços no mercado internacional e pelo alastramento da guerra às regiões cafeícolas. Grande parte das plantações das comunidades rurais foram abandonadas, mesmo as das antigas fazendas que tinham sido transferidas do sector estatal para o sector familiar e, em muitos casos, essas plantações foram substituídas por campos de culturas anuais (mandioca, milho, etc.), mais rentáveis e com comercialização assegurada. A degradação do sector cafeícola teve naturalmente reflexos na exportação deste produto, que se reduziu progressivamente (quadro 7). Quadro 7 Exportações de café médias por quinquénio quinquénios 1970/ / / / / /99 200/04 Toneladas em média/ano EUR (1.000)em média/ano EUR em média/ton 898, , , ,08 879, ,51 694,62 Fonte: FAO - Statistiques Principales du Commerce Extérieur Agro-Alimentaire (14). Nos primeiros anos após a Independência, e devido à progressiva redução das colheitas, a exportação foi alimentada principalmente pelos stocks que se encontravam em armazém. O esgotamento desses stocks e as baixas drásticas das produções traduziram-se na quebra quase total das exportações de café nos últimos anos (figura 3). Figura 3 Exportação de café por quinquénios toneladas / / / / / /99 200/ /07 quinquénios média anual Fonte: FAO - Statistiques Principales du Commerce Extérieur Agro-Alimentaire (14). 11

12 2.3 Situação actual das empresas agrícolas familiares (EAF s) Após a Independência de Angola, o sector das empresas agrícolas familiares viu reduzido o seu principal incentivo para a produção de café: a comercialização regular, oportuna e generalizada. Este factor foi agravado pela perda de valor do café no mercado internacional que motivou o pagamento ao produtor de preços comparativamente menos compensadores do que os das outras culturas. Actualmente, à semelhança do sector das empresas agrícolas comerciais, grande parte das áreas de plantação de café das EAF s estão abandonadas ou foram eliminadas para dar lugar a outras culturas. Esta situação é também extensiva às áreas de plantação de parte das fazendas que foram distribuídas ao sector familiar. As plantações que estão a ser exploradas actualmente ou aquelas que começam a ser parcialmente restabelecidas (roçadas) na expectativa da melhoria de comercialização e do preço, apresentam frequentemente outras espécies em consociação, nomeadamente o palmar e a banana, não raro com densidades que reduzem o espaço do café. A empresa agrícola familiar é uma unidade formada pela família nuclear que conta principalmente com a participação dos membros activos do seu agregado para realizar as actividades de produção. Os membros desse agregado são por outro lado os beneficiários dos resultados dessa actividade. Esta empresa agrícola (6) tem como estratégia a satisfação das necessidades alimentares do seu agregado, a par da necessária produção de excedentes para comercialização. Esta visa a satisfação das necessidades familiares em bens e serviços do mercado, sendo a sua participação na economia familiar variável de região para região. Esta unidade produtiva caracteriza-se assim por ser simultaneamente uma unidade de produção e uma célula de consumo de bens e serviços, dependente directamente da sua actividade produtiva e da contrapartida da comercialização das suas produções. No contexto actual do País as EAF s já não são unidades puras de auto subsistência, como muitas vezes são ainda encaradas, pois as necessidades de bens e serviços do mercado obrigam-nas a comercializar pelo menos parte das suas produções. Elas estão directamente envolvidas por factores decorrentes do sistema económico regional, nacional e, actualmente por influências da globalização à escala internacional, factores estes que condicionam a sua actividade produtiva e que acarretam a readaptação dos critérios de funcionamento da sociedade local. O principal capital de investimento das EAF s é constituído pelo trabalho do seu agregado familiar e pelos recursos naturais disponíveis, sendo o usufruto destes assegurado pela comunidade de base a que pertence e à qual está 12

13 estruturalmente ligada. A exploração das culturas e a criação dos animais insere-se por outro lado numa lógica de adaptação ao ambiente. O recurso por parte destas empresas a meios de produção exteriores à comunidade, que envolvam valores monetários, está em grande medida ligado à possibilidade de obterem produções que entrem na circulação mercantil e que possam desse modo repor o custo desse investimento. As EAF s inscrevem-se numa dinâmica social que envolve não só a família restrita, como também a comunidade em que está inserida e que determina em grande medida as regras de solidariedade e da interajuda, dos direitos e dos deveres. Em síntese, na sociedade camponesa os factores ambientais, económicos e sociais interligam-se e interactuam, concorrendo para moldar em cada contexto económico e social o sistema de produção e os elementos que concorrem para a sua sobrevivência e para o seu desenvolvimento. Contrariamente à exploração agrícola empresarial, a empresa agrícola familiar conta com poucos recursos em capital fixo, em meios técnicos e em financiamento. Ela corresponde a um sistema de produção diversificado e complexo (7), diferente do da exploração agrícola empresarial que representa um sistema de exploração relativamente simples e muitas vezes baseado na monocultura. Contudo, a estrutura das empresas agrícolas familiares não é estática. Ela transforma-se sob influência da economia mercantil e do desenvolvimento da economia do País. A sua actividade produtiva tem uma dinâmica própria de desenvolvimento e é capaz de absorver inovações, desde que estas estejam em consonância com o seu contexto económico e social. Por outro lado, o envolvimento na economia de mercado concorre para o surgimento de tendências que conduzem à possível proletarização e ao afastamento dos seus emigrantes, levando à reconversão progressiva da empresa agrícola familiar tradicional em empresa agrícola comercial (8). A caracterização geral das EAF s nas principais províncias tradicionalmente produtoras de café não foge à caracterização acima referida, aparecendo a exploração da cultura do café como um dos elementos da componente mercantil da economia das unidades familiares. Do levantamento efectuado obtiveram-se os indicadores que se apresentam no quadro 8 quanto ao objectivo da exploração das principais culturas nas quatro províncias. 13

14 Quadro 8 - Caracterização geral do objectivo das culturas das EAF's só autoconsumo Percentagem da produção destinada à comercialização menos de 50% cerca de 50% mais de 50% Uige K. Norte K.Sul Bengo Uige K. Norte K.Sul Bengo Uige K. Norte K.Sul Bengo Uige K. Norte K.Sul Bengo café 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100% 100% 100% 100% mandioca 6% 24% 27% 0% 50% 51% 0% 0% 44% 22% 18% 100% 0% 3% 55% 0% amendoim 29% 19% 0% 0% 7% 52% 22% 100% 64% 23% 44% 0% 0% 6% 34% 0% banana 18% 0% 0% 0% 12% 17% 0% 0% 41% 42% 20% 0% 29% 41% 80% 100% palmar 0% 0% 37% 0% 0% 0% 25% 0% 100% 100% 0% 0% 0% 0% 38% 0% hortícolas 0% 0% 0% 0% 0% 0% 33% 0% 0% 0% 0% 0% 100% 100% 67% 0% milho 25% 74% 62% 0% 8% 9% 38% 0% 67% 17% 0% 100% 0% 0% 0% 0% feijão 20% 59% 73% 0% 13% 22% 0% 100% 60% 8% 0% 0% 7% 11% 27% 0% abacaxi 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 100% 0% A produção do café nas províncias referidas no quadro anterior e a do abacaxi no Kuanza Sul, são naturalmente voltadas exclusivamente para o mercado e não representam indicadores de diferenciação significativos. Já as restantes culturas, que são simultaneamente para o auto-consumo das famílias e para a comercialização, traduzem o grau da sua participação na componente monetária do agregado familiar que, sem dúvida é importante e que na fase actual, perante a pouca expressão da produção cafeícola, formam o suporte das economias dos agregados familiares. A pouca importância dos objectivos destas culturas exclusivamente para o auto-consumo pode ser melhor visualizada na figura 4. Figura 4 Percentagem das comunidades segundo o grau de comercialização dos produtos 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% Uige K. Norte K.Sul Bengo Uige K. Norte K.Sul Bengo Uige K. Norte K.Sul Bengo Uige K. Norte K.Sul Bengo só autoconsumo menos de 50% cerca de 50% mais de 50% proporções da comercialização por província café mandioca amendoim banana palmar hortícolas milho feijão abacaxi 14

15 A economia das EAF s é complementada pela criação de animais que representam um capital de reserva e cujo propósito é também em parte para a comercialização. Esses objectivos estão espelhados nos indicadores do quadro 9. Quadro 9 Percentagem das EAF s segundo o propósito da criação de animais bovinos pequenos ruminantes suínos animais de capoeira Província p/trabalho p/venda p/consumo p/venda p/consumo p/venda p/consumo p/venda p/consumo Uige 0% 0% 0% 100% 100% 100% 100% 72% 78% K.Norte 0% 0% 0% 89% 78% 70% 59% 89% 76% K.Sul 15% 8% 0% 100% 69% 85% 54% 100% 85% Bengo 0% 0% 0% 100% 100% 100% 100% 100% 100% A criação de bovinos pelas EAF s nos municípios de intervenção do INCA na província do Kuanza Sul é feita apenas nas áreas de savana a Norte, com vista à tracção animal para as lavouras de cereais. Também nas províncias do Bié e Huambo a criação de bovinos está generalizada com vista à tracção. Nas restantes províncias em que se explora o café Robusta, esta criação não tem tradição. Os pequenos ruminantes, os suínos e os animais de capoeira são criados principalmente para comercialização, embora se destinem também para o autoconsumo em situações sociais específicas (óbitos, casamentos, etc.) e não como uma componente regular do consumo da família. Esta actividade concorre para a diversificação da componente monetária das receitas do agregado familiar. As unidades familiares muitas vezes não se limitam nestas regiões apenas a actividades agrícolas, recorrendo também a outras actividades, quer para aumentar e melhorar os recursos de consumo, quer para a obtenção de receitas monetárias adicionais. Essas actividades são mais frequentes e diversificadas nas províncias do Uige e do Kuanza Norte (quadro 10). Quadro 10 - Outras actividades das comunidades rurais província comércio artesanato pesca % de comunidades que registam: exploração de madeira exploração de carvão exploração de malavu/dondi Uige 17% 50% 50% 75% 67% 42% 0% Kuanza Norte 7% 0% 43% 0% 0% 0% 50% K.Sul 0% 0% 0% 0% 75% 38% 63% Bengo 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0% caça 15

16 Os elementos atrás referidos sobre as diversas actividades que conformam a economia das EAF s servem para demonstrar que nestas regiões elas não dependem apenas da produção do café. Os programas e projectos para o relançamento da cultura do café junto das comunidades rurais devem necessariamente ter em atenção estes factores. Em algumas comunidades rurais das províncias principais em que é cultivado o café Robusta, constatou-se que algumas EAF s começam agora a roçar parte das suas parcelas de café com a perspectiva da melhoria dos preços e da comercialização, mas a percentagem que actualmente trabalha esta cultura é ainda muito reduzida, salvo nas comunidades que exploram as antigas fazendas de café da área do Amboim no Kuanza Sul. Deste modo, os indicadores que se apresentam no quadro 11 que segue referem-se à percentagem das EAF s que possui parcelas de café, mas não à percentagem das unidades que actualmente exploram efectivamente a cultura. Quanto às superfícies médias das plantações por EAF, a informação parte de uma estimativa a partir de referências estatísticas. Quadro 11 - Presença do café nas comunidades rurais em 2008 Província nº de aldeias % de da área de intervenção com café aldeias com café nº de EAF's totais % de EAF's explorando café Média de há/eaf Produção de café comercial Kg/EAF Produção de café comercial em 2008 ton Cabinda x x 60% % Uige % % 3, Kuanza Norte % % 3, Kuanza Sul % % 2, Bengo X X 50% % 3, TOTAIS % % 3, Fonte: Departamentos Provinciais do INCA e Serviços da Administração Provincial. No que diz respeito às províncias tradicionalmente menos importantes na produção de café, o panorama é idêntico ao das províncias anteriormente referenciadas. A actividade é inexpressiva nas zonas em que anteriormente as comunidades faziam algum café Robusta (províncias do Zaire, Malange). Nas zonas planálticas onde se cultivava o café Arábica (municípios do Norte das províncias do Bié e do Huambo), parte das plantações perderam-se durante a guerra. Nesta zona as plantações são instaladas nas parcelas de quintal (otchumbu) e há actualmente ainda algumas pequenas parcelas de café nas aldeias que não foram obrigadas a deslocar-se durante a guerra, especialmente na bordadura Nharea-Andulo- -Calucinga. 16

17 Os dados referentes à comercialização do café das comunidades rurais não correspondem só às colheitas do ano, mas também e principalmente ao café de varias colheitas que foi sendo acumulando nas aldeias. A possibilidade de vender com oportunidade a colheita de cada ano a preços minimamente compensadores é um factor determinante para que as EAF s retomem a produção de café de forma mais alargada. Contudo, o comércio local também enfrenta problemas que limitam as possibilidades da sua eficiência, como sejam a falta de meios de transporte para recolha do café nas aldeias, o mau estado das estradas e especialmente das picadas que dão acesso às comunidades e também a redução do número de descasques que existiam anteriormente em resultado da destruição durante a guerra ou do envelhecimento dos equipamentos. Esta actividade, que era exercida durante a administração colonial por uma rede bastante extensa de comerciantes e por mercados rurais, conta agora com poucos operadores. A comercialização do café das comunidades efectuada de 2005 a 2007 é indicada no quadro 12 e confirma não só a pouca eficiência do sistema como a redução das produções. Quadro 12 - Café mabuba comercializado com as EAF's nas principais províncias produtoras Ano por província Cabinda: Uige: Kuanza Norte: Kuanza Sul: Bengo: TOTAIS: Café mabuba comercializado às EAF s e preços médios de compra por comprador: PROCAFÉ** BT do INCA* Privados mercado informal Total Ton Kz/Kg Ton Kz/Kg Ton Kz/Kg Ton Kz/Kg Ton Kz/Kg ,4 30, x x 32,4 30, ,7 30, x x 53,7 30, ,9 30, x x 71,9 30, ,5 15, X X x x 250,5 15, ,0 20, x x x x 329,0 20, ,6 30,00 45,3 30,00 75,0 30,00 x x 364,9 30, ,1 15, ,6 20,00 x x 116,7 17, ,2 20, ,4 20,00 x x 58,6 20, ,3 30,00 29,0 30,00 59,7 30,00 x x 162,0 30, ,1 20, ,0 20,00 79,0 25,00 377,1 21, ,0 30, ,0 25,00 85,0 30,00 458,0 26, ,1 32, ,0 40,00 148,0 40, ,1 39, ,9 15, x x 30,9 15, ,2 20, x x 20,2 20, ,3 30,00 31,5 25,00 32,0 30,00 x x 64,8 27, ,6 15,6 32,4 30,0 323,6 20,0 79,0 25,0 807,6 18, ,4 21,3 53,7 30,0 357,4 24,5 85,0 30,0 919,5 23, ,3 30,1 177,7 29, ,7 38,6 148,0 40, ,7 33,6 Fonte: Departamentos Provinciais do INCA. * A comercialização de Cabinda tem sido feita pelo Governo Provincial.**Dados da PROCAFÉ UEE. 17

18 Os volumes de comercialização dos três anos referidos são insignificantes, quando comparados com o volume das compras de café feitas pelos mercados rurais em 1973, que se reportava à compra das produções das EAF s. Naquele ano tinham sido adquiridos por essa via toneladas de café em côco e toneladas de café comercial (10). A comercialização de 2007 representa em relação à dos mercados rurais daquele ano menos de 3%. Os preços do café pagos ao produtor têm sido muitas vezes inferiores ao preço mínimo de referência para a campanha estabelecido anualmente pelo INCA, o que reduz as possibilidades de mobilização da comercialização com as comunidades rurais. Esse aspecto, mais do que uma intenção de especulação por parte dos compradores, é muitas vezes justificado pelos altos custo de transporte e o mau estrado das estradas e picadas. Em 2007 foram o comércio privado e o comércio informal quem praticou os melhores preços de compra. Embora o através das suas estruturas do sector cafeícola tenha procurado incentivar nos últimos dois anos a comercialização do café das comunidades rurais, os resultados obtidos continuam a ser insignificantes conforme documenta o quadro anterior. A PROCAFÉ, que reconverteu a sua vocação anterior de abastecedora de equipamentos e de bens de consumo ao sector do café para a da comercialização rural deste produto, embora esteja implantada nas diferentes províncias, apenas assegurou para os municípios com intervenção do INCA durante os anos em referência uma pequena percentagem das compras de café mabuba (1,5%, 5,3% e 13% respectivamente de 2005 a 2007). O maior volume de comercialização com as EAF s vem sendo assegurado durante estes anos pelo comércio privado, que adquiriu 79%, 76,5% e 71,5% do café mabuba comercializado. Salvo para a província do Kuanza Sul, na qual as estruturas do INCA estimaram o volume de comercialização do mercado informal, nas restantes províncias não se conhece a importância desses agentes na comercialização do café. Os serviços oficiais de apoio à produção das EAF s que tiveram alguma expressão inicialmente, após a Independência, desarticularam-se durante o período de guerra, acabando a sua acção por ser na década de noventa já muito exígua ou mesmo nula. Apenas as ONG s e as Agencias das Nações Unidas (PAM, FAO, etc.) estabeleceram algumas acções de apoio à produção das comunidades rurais, em complemento da ajuda de emergência, em substituição das instituições estatais do sector agrícola que deveriam actuar no campo. Mas a acção dessas instituições foi pontual e, muitas vezes feita mais para justificar os financiamentos do que para criar resultados com sustentabilidade à actividade produtiva das comunidades. 18

19 Após o restabelecimento da paz essas organizações reduziram muito a sua acção e a maior parte delas deixou mesmo de prestar apoio às comunidades rurais. O Governo, através das suas instituições, passou a executar alguns programas de apoio ao relançamento da actividade produtiva das EAF s, com o fornecimento de meios de produção e especialmente de inputs agrícolas. Relativamente às províncias cafeícolas esse tipo de apoio tem sido reduzido conforme se pode observar pela figura 6. Figura 5 Percentagem de comunidades que beneficiaram do fornecimento de inputs agrícolas 60% 50% Percentagem de comunidades 40% 30% 20% 10% 0% gratuito crédito gratuito crédito gratuito crédito gratuito crédito gratuito crédito sementes geral sementes café ferramentas fertilizantes sacos juta tipo de input e forma de fornecimento O acesso aos inputs agrícolas nas áreas cafeícolas de intervenção do INCA segue dois padrões: um caracterizado pela venda com pagamento na altura da aquisição ou a crédito para os fornecimentos feitos pelas Estações de Desenvolvimento Agrário (EDA) do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA) e pelo comércio privado. O outro com a entrega gratuita dos meios fornecidos através das Brigadas Técnicas do INCA. O FDCA, para além da cobertura com fundos para os fornecimentos de inputs feitos pelo INCA, apoiou também a campanha de comercialização de 2008 com o disponibilização de microcrédito para a colheita do café de cerca de EAF s, com o valor médio por cada uma de Kz/EAF. Os beneficiários devem reembolsar 50% desse financiamento após a colheita e o restante no ano seguinte. Foi também elaborado um plano para o fornecimento de fundos de apoio à comercialização no valor de 77 milhões de Kuanzas, correspondente a cerca de toneladas de café mabuba. 19

20 Na fase de reinstalação e de reabilitação da actividade das comunidades rurais, que iniciou-se após os acordos de paz de 2002, as necessidades mais prementes das EAF s para relançar a sua produção foram e em muitos casos ainda são o acesso de forma regular e a preços normais aos inputs agrícolas. As orientações técnicas agrárias só por si e no actual contexto não mobilizam os produtores, uma vez que elas pouco servem quando lhes faltam os meios de produção. Para a reinstalação das suas actividades e para os actuais níveis de produção, as comunidades rurais detêm conhecimentos mínimos suficientes de como recuperar e tratar as culturas, inclusive o café. As necessidades efectivamente sentidas pelas EAF s e a priorização que estas estabelecem sobre a solução dos seus problemas devem servir de base aos serviços de extensão. Para as quatro províncias com maior importância histórica na produção de café, a síntese dessa priorização relativamente à actividade produtiva é apresentada no quadro 13. Quadro 13 - Prioridade dos problemas da produção segundo as EAF's Tipo de problemas Percentagem das comunidades por ordem de prioridade a por província: Uige Kuanza Norte Kuanza Sul Bengo 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª 1ª 2ª 3ª Falta de fertilizantes % 22% - 23% 8% Falta de sementes % 38% Falta de ferramentas 39% 17% 28% - 19% 11% 15% 8% 15% - 8% - Meios de fitossanidade - 28% % - 8% 15% Insuficiência de terra % Picadas em mau estado - 22% - 59% 5% % - 20% - Serviços mecanização 6% 6% 6% 3% - 3% - 15% Faltam descasques 17% 22% 6% % Faltam motobombas % Fraca comercialização 22% - 17% 24% 19% 11% - 8% 70% 10% - Baixo preço do café % 5% - 23% 8% - 10% - Falta transportação % 14% 5% % - Falta de crédito 17% 6% - 8% 3% % 30% - Na província de Cabinda as EAF s estabelecem como principal prioridade a comercialização do café de forma regular e após as colheitas. Um outro problema é a falta de mão de obra e o aumento do custo desta. As EAF s da província do Uige indicam como a primeira prioridade que deve ser resolvida o fornecimento de ferramentas a pronto pagamento ou a crédito, a comercialização, a falta de crédito e a falta de descasques. 20

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