Universidade Aberta do Brasil Universidade Federal de Juiz de Fora Curso de Pedagogia UAB/UFJF. Margareth Magalhães Antunes Santos.
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- Pedro Lucas da Mota Teixeira
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1 Universidade Aberta do Brasil Universidade Federal de Juiz de Fora Curso de Pedagogia UAB/UFJF Margareth Magalhães Antunes Santos Memorial do Curso Trabalho apresentado como requisito parcial de avaliação da disciplina Memorial do Curso ministrada pela Profª. Drª. Léa Stahlschmidt Pinto Silva para o 8º período de Pedagogia da UAB/UFJF. Tutora a distância: Luciana da Silva de Oliveira Bicas 2011
2 2 Realizando um sonho Ai daqueles que pararem com sua capacidade de sonhar, de invejar sua coragem de anunciar e denunciar. Ai daqueles que, em lugar de visitar de vez em quando o amanhã pelo profundo engajamento com o hoje, com o aqui e o agora, se atrelarem a um passado de exploração e de rotina. Paulo Freire O mundo muda tanto e são tão rápidas as mudanças. O tempo parece ser forjado com uma nova forma, driblando o convencional e deixando a vida à mercê do efêmero e do imprevisível (MARQUES, 2001) Em agosto de 2007 mudei-me para Bicas. E nesta nova etapa de minha vida, tive a oportunidade de prestar o vestibular para o curso de Pedagogia a distância pela Universidade Aberta do Brasil / Universidade Federal de Juiz de Fora (UAB/UFJF) passando em quarto lugar, realizando o sonho de cursar a faculdade. Tudo que é novo causa um pouco de preconceito, e não foi diferente com o curso de Pedagogia da UAB/UFJF. Cansei de ouvir que o curso não ia ser bom, que Pedagogia presencial já é ruim, imagine a distância! Fui ignorando as pessoas que não me incentivavam e me apoiando naqueles que acreditavam no curso. O curso foi uma verdadeira surpresa, trouxe angústia, ansiedade, mas, sobretudo aprendizagem. Cada semestre era uma novidade com a apresentação das disciplinas, dos professores e tutores que muito me auxiliaram e estimularam, sugerindo, propondo e solucionando os problemas que sempre apareciam. Sempre aparecia uma novidade na Plataforma Moodle, minha sala de aula virtual. Os fóruns, as atividades online como os chats, wikis e hot potatoes, todos trazendo dúvidas e, sobretudo aprendizagem. Cada disciplina trazia um novo conhecimento. Como foi bom aprender sobre Alfabetização e Letramento, Ação Docente e Sala de Aula, Antropologia e Educação, História da Educação, Política e Sistema Educacional no Brasil, Planejamento e Avaliação na Educação, Diversidade e Educação... Essa última se tornou tema de minha monografia. Explorando todas as considerações a respeito do conhecimento (abrindo novas possibilidades de mudanças e reconstrução), de sua validade e da busca da verdade a qual, aprendi que não é absoluta, nem inquestionável, podendo haver
3 3 verdades parciais e setoriais. A resposta a certas indagações nos remete ao campo da epistemologia. Descobri que a história destaca a alternância de concepções teóricas que têm uma inevitável relação com as condições sociais de uma produção. Consideramos o conhecimento científico como um produto histórico, cultural, relacionado, portanto, com fatores sócio-políticos de uma dada sociedade e com seus critérios de verdade e de validade, isto é, um conhecimento dialeticamente sempre aberto às possibilidades de mudanças e reconstrução. O curso me apresentou informações que proporcionaram discussões que nos trazem a nossa atualidade e quebra de paradigmas, levando a uma reflexão, que me comprometeu intensamente com a ciência da verdade. Conhecer os verdadeiros saberes da vida não é fácil, principalmente quando falamos em educação e escola. Um problema ou objeto de pesquisa não existe de forma fixa e definitiva. Tudo muda produzindo novos significados. Com o estudo da disciplina Alfabetização e Letramento, vi que minha alfabetização foi baseada no método mecanicista, com o uso de cartilhas, seguindo o passo a passo como uma receita. Também aprendi que o professor alfabetizador tem uma identidade própria, organizada em torno de saberes específicos, que a alfabetização é uma tarefa delicada, pois define a trajetória dos alunos. Alfabetizar é ensinar a ler o mundo, e concordo com Paulo Freire quando ele diz que a leitura escrita pressupõe a leitura do mundo, ou seja, a criança começa a ler muito antes de aprender as letras. Ela aprende a ler quando começa a interpretar o mundo. E é nesta fase que tem que ter muita atenção, pois o ato de saber escrever as letras é mais mecânico do que intelectual. O ato de interpretar o que vê ou lê que é realmente importante. O professor eficaz domina o conjunto de conhecimentos existentes estando apto a utilizá-lo no ensino. Ele busca aprender a ensinar como um processo contínuo, sendo dotado de atitudes e competências necessárias às suas capacidades docentes. Com meus estágios, descobri que as escolas incentivam a alfabetização com vários quadros e murais, alguns, divulgando textos dos próprios alunos. Vi ainda que os alunos fazem visitas periódicas à biblioteca para escolha de livros. E o mais importante, descobri que a escola é um local de produção de conhecimento, e as habilidades necessárias para o desenvolvimento de trabalhos coletivos devem ser sempre estimuladas. Vi que a leitura é o único jeito de comunicar de igual para igual com o resto
4 4 da humanidade, seja por textos escritos por vários autores da atualidade, seja por autores que já partiram, seja no espaço. Ao ver em jornais, revistas, o que acontece no mundo, compreendo que é nos escritos que desvendamos muitas formas de conhecimento, de culturas, de hábitos. Compreendi o que é pluralismo sob diversos aspectos. Na disciplina Antropologia e Educação, aprendi que a relação de gênero é uma questão cultural, que começa em casa. Geralmente, é a mãe que ajuda os filhos nas atividades escolares. E aqui no Brasil, a responsabilidade da educação infantil e dos primeiros anos da educação fundamental é basicamente feminina. A criança começa a ter algum contato com os professores (homens) quando começa a fazer atividades de educação física na escola ou ingressa no sexto ano. Basicamente, nas escolas de educação fundamental, os homens atuam na área de esportes, bibliotecas, secretarias, ficando a função de docente para as mulheres. Com o trabalho monográfico que empreendi durante o meu curso, estudei que tudo está relacionado com toda a experiência que a humanidade adquiriu sobre investigação e pesquisa, e através desta reflexão, fui produzindo novos conhecimentos. Com essa produção de novos conhecimentos acabei me aprofundando no tema educação e diversidade e vi que os professores e a escola não estão preparados para lidar com a diversidade. E aprendi ainda que muitas pessoas confundem o significado da palavra "inclusão". Pensam que inclusão é jogar o aluno com deficiência no meio dos outros e está tudo certo, mas não é isso. "Inclusão" é transformar as escolas em escolas para todos, em que todos têm o direito de aprender com igualdade. Diversidade é o que nos torna únicos. Somos diferentes, ninguém é igual a outro. Cada ser humano tem sua língua, cultura, seu modo de ser, de agir e de pensar. E, como somos diferentes uns dos outros, devemos evitar que essas diferenças como sexo, cor de pele, religião, orientação sexual, condições físicas, classe social e idade sejam motivo de desigualdade. Temos que aprender a lidar com todas as formas de diferenças. Com a Pedagogia aprendi que a qualidade de um texto depende de muitas variáveis, como origem social do pesquisador, a cultura, a realidade mentalizada. O discurso tem que ser corretamente compreendido e embasado em textos informativos, artigos científicos, livros didáticos, e é uma habilidade fundamental para toda vida. Para o assunto abordado tem que haver planejamento, intervenções, levantar referências e situações que possam ser identificadas no cotidiano.
5 5 Nestes quase quatro anos, descobri que o curso de Pedagogia é um local de produção de conhecimento, e das habilidades necessárias para o desenvolvimento de trabalhos coletivos que são estimulados pelos tutores e professores de todas as disciplinas. Ajudando a compreender melhor como deve ser o trabalho e o funcionamento de uma escola. O curso de Pedagogia abriu uma nova perspectiva em minha vida, num futuro bem próximo vou poder dizer que tenho uma formação qualificada, o que vai me ajudar a voltar para o mercado de trabalho. Vou poder exercer uma profissão que, apesar de não ser valorizada, é o que eu gosto e quero fazer. Infelizmente não vai me ajudar a conseguir todos os objetivos, sei que devo continuar me aperfeiçoando cada vez mais para poder ajudar os alunos a terem uma educação de qualidade. Como foram bons estes momentos passados junto com minhas colegas de curso. Novas amizades foram sendo construídas e as aulas inaugurais e oficinas de cada período eram uma verdadeira festa. Foi muito boa essa aproximação de nós alunas com os tutores a distância. Acima de tudo foi muito bom participar da primeira turma de Pedagogia a distancia da UAB/UFJF. Referencias bibliográficas FREIRE, Paulo. A educação na cidade. São Paulo: Cortez, MARQUES, Carlos Alberto. O mundo moderno e o mundo atual. In:. A imagem da alteridade na mídia f. (Doutorado em Comunicação e Cultural) Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro p SOARES, Magda. Alfabetização e letramento. Contexto, 2003.
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