SUMÁRIO. EAD- INSTITUTO CONSCIÊNCIAGO. Rua 96, nº 57, Setor Sul-Goiânia-GO -Telefones: ou
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- Aurélia Porto Chagas
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3 SUMÁRIO 1 - ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS... 4 Conceito de Organização... 5 Princípios da Organização... 6 Tipos de Organização... 8 Recursos organizacionais A abordagem sistêmica nas organizações empresariais PROCESSO ADMINISTRATIVO Administração: Conceito e Aplicação Funções empresariais O Processo administrativo ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Tipos de estruturas organizacionais Departamentalização nas estruturas organizativas Sistema de autoridade Gráficos de Organização ORGANIZAÇÕES COMERCIAIS Constituição da empresa Os tipos de firmas e as formas de sociedade comercial Classificação das empresas TÉCNICAS COMERCIAIS Organização comercial da empresa Estudo do mercado: os processos de compra e venda Propaganda, publicidade e promoção de vendas O comercio e o mercado imobiliário Comunicação empresarial Processo de Marketing Composição e estruturação da força de vendas Supervisão e controle de vendas AUXILIARES DO COMERCIO Companhias de seguros Estabelecimentos Financeiros Bolsas Ações das S/As Outros serviços do comércio MERCADORIAS E TÍTULOS Operações sobre mercadorias Operações sobre títulos REFERÊNCIAS
4 1 ORGANIZAÇÃO DE EMPRESAS 4
5 CONCEITO DE ORGANIZAÇÃO Organização é o processo administrativo por meio do qual se estrutura um todo, um determinado sistema, seja ele empresa, instituição, entidade. E a organização que possibilita a criação (estruturação) de um organismo econômico (empresa), dotando-o de recursos materiais (equipamentos) e recursos humanos (pessoas). Este é, portanto, o conceito de organização, do ponto de vista da administração. Não se deve esquecer que, de um ponto de vista mais amplo, a organização deve estar presente onde quer que o homem esteja: no lar, na escola, no clube etc. Por outro lado, a vida moderna exige, cada vez mais, a adoção dos princípios e normas da administração e da organização para a sobrevivência das empresas. Objetivos da organização O principal objetivo da organização é obter o máximo rendimento de toda e qualquer atividade, tanto pela estruturação como pela indicação dos melhores métodos para a realização dos serviços. Vistos por este ângulo, os objetivos de uma empresa ou instituição determinam seus conceitos de sucesso. A organização tem objetivos específicos. A sociedade moderna solicita cada vez mais o exercício da organização, por isso é necessário que ela tenha e alcance objetivos socialmente úteis. Idalberto Chiavenato, em Introdução a Teoria Geral da Administração, dá-nos um bom exemplo da estreita ligação entre objetivos e sucesso: Há várias empresas que nos querem vender seus automóveis e sabonetes, e a mais bem-sucedida é aquela que nos consegue transformar em seus clientes, e obter lucro. Assim, receita de vendas e lucro são duas das possíveis medidas de sucesso que se pode imaginar para um tipo específico de organização - as empresas. Da mesma forma, pode-se dizer que um governo é bem-sucedido quando a população de seu país desfruta de boas condições de vida - quando, por exemplo, não ha doenças 5
6 e analfabetismo. Também é interessante que um país tenha equilíbrio em suas relações comerciais; dessa forma, pode-se dizer que a qualidade de vida da população e o estado da balança comercial são duas possíveis medidas de sucesso que podem caracterizar um outro tipo de organização - os países. Vimos dois exemplos nos quais os objetivos são diferentes. No primeiro, a preocupação é com o lucro, em razão da natureza da organização. No segundo, a preocupação maior é quanto à qualidade de vida da população e ao estado da balança comercial. Para realizar seus objetivos, as organizações devem preocupar-se, também, com os recursos disponíveis, pois não adianta lançar-se em grandes empreendimentos se não ha recursos. A organização pode ser de pequeno ou grande porte. Uma oficina, uma lanchonete, ainda que de limitadas proporções, podem ser exemplos de organização de pequeno porte. Um hospital, um órgão público, como um ministério, são exemplos de organização de grande porte. PRINCÍPIOS DA ORGANIZAÇÃO Os princípios da organização são quatro: A. Divisão do trabalho B. Cooperação C. Imitação D. Coordenação A. Divisão do trabalho À medida que as instituições foram crescendo, aumentou também o nível de complexidade das tarefas e dos serviços. Dessa forma, surgiu a necessidade da divisão do trabalho, com vistas a melhorar a qualidade e a capacidade das instituições. 6
7 A divisão do trabalho é o princípio por meio do qual as tarefas são distribuídas entre as pessoas em razão de sua especialização ou da decomposição de um serviço em várias fases. A necessidade da divisão do trabalho advém, principalmente, do fato de haver diferenças individuais que favorecem determinados tipos de trabalhos, bem como da impossibilidade de uma mesma pessoa realizar duas coisas ao mesmo tempo. Para uma empresa ou instituição funcionar eficientemente, é necessário ocorrer a distribuição de tarefas e responsabilidades. Quando a empresa age dessa forma, está criando seus departamentos e seções, portanto, o modelo de instituição que conhecemos modernamente adota a divisão do trabalho. B. Cooperação Cooperação é outro princípio da organização. É impossível uma organização funcionar sem o princípio de cooperação. É ele que impulsiona as pessoas a contribuírem para que as tarefas e os serviços sejam realizados. A cooperação é o princípio de organização por meio do qual as tarefas são distribuídas entre as pessoas de forma espontânea, a partir do interesse que elas têm em colaborar umas com as outras. C. Imitação Este princípio gera bons resultados na empresa, pois tem como base a demonstração. As pessoas assistem a demonstrações dos procedimentos que são esperados delas. A imitação é o princípio por meio do qual os serviços são demonstrados pelos encarregados aos seus subordinados para que saibam como proceder para realizar determinada tarefa. Não fosse o princípio da imitação, toda experiência profissional acumulada seria em vão e se estaria constantemente recomeçando. 7
8 D. Coordenação A coordenação tem como finalidade harmonizar todo funcionamento da empresa. A coordenação deve estar presente em todos os serviços da empresa, bem como durante o desempenho do administrador, por meio de planejamento, organização, direção e controle das atividades administrativas. A coordenação é o princípio da organização mediante o qual as ações da empresa são integradas de forma a comporem um todo harmonioso. TIPOS DE ORGANIZAÇÃO Organização informal É um processo de organização em que os objetivos não são definidos de forma rígida e expressa, e que não dispõe de um conjunto de regras e procedimentos escritos determinantes de sua ação. Um time de futebol amador, um grupo de música, cinema, teatro, sem fins lucrativos, são exemplos de organizações informais. Organização formal É um processo de organização estruturado de acordo com normas e regulamentos escritos rígidos (manual) nos quais é estabelecida uma hierarquia de autoridade, e as responsabilidades são claramente definidas. As universidades, os hospitais, os clubes são exemplos de organizações formais. As organizações formais compõem-se de indivíduos que estão juntos para atingir objetivos específicos, com maiores rendimentos e menores dificuldades. 8
9 Organização formal e burocracia Para coordenar suas atividades e alcançar seus objetivos, as organizações formais utilizam-se da burocracia, uma hierarquia, rigidamente estabelecida, de autoridade e de responsabilidade. A burocracia é identificada por cinco características: especialização, hierarquia de autoridade, tratamento impessoal, qualificações técnicas e indicação por mérito, regras e regulamentos escritos. De forma breve e sucinta, vamos ver cada uma dessas características. 1. Especialização É a divisão do trabalho realizada de forma que cada pessoa se ocupe de uma tarefa previamente definida e a ela confiada. Assim, por exemplo, cada operário de uma linha de montagem pode ser encarregado de apertar um parafuso, colocar uma boneca na caixa etc. Charles Chaplin, conhecido cineasta, realiza no filme Os Tempos Modernos uma crítica especialização, que comumente leva o homem ao tédio, pois o trabalho é executado de forma alienada, mecânica, sem nenhum significado para a vida das pessoas. Essa crítica é hoje generalizada. Muitas pessoas se indagam se a excessiva especialização não prejudica também a própria eficiência da organização, uma vez que as pessoas, não se sentindo satisfeitas, podem deixar de produzir eficientemente. 2. Hierarquia de autoridade É a divisão de responsabilidades. Cada posição dentro da hierarquia burocrática compreende direitos, deveres e responsabilidades. 3. Tratamento impessoal Significa que os trabalhadores devem ser tratados de acordo com a posição que ocupam e por aquilo que realizam, ou seja, o tratamento não pode ser em função da pessoa. Em todas as organizações, as comunicações devem visar ao interesse da organização e não dos indivíduos. 4. Qualificações técnicas e indicação por mérito Para cada cargo, deve ser selecionado o candidato que apresentar melhor qualificação para a posição. 9
10 5. Regras e regulamentos escritos Nas organizações formais, todos os comportamentos dos indivíduos estão prescritos em regulamentos formais, escritos. Os regulamentos dizem respeito não só ao comportamento dos indivíduos, mas também a vida da instituição. Para finalizar, podemos afirmar que, por mais rígida que seja a burocracia, sempre são estabelecidas relações informais. Essas relações, embora teoricamente desaconselhadas, são geralmente importantes na vida da organização. Nem sempre a organização formal é inteiramente eficaz em seus procedimentos, pela excessiva rigidez burocrática. Na pratica, alcançamos mais rapidamente nossos objetivos, em algumas situações, quando agimos um pouco mais informalmente, isto é, com maior flexibilidade. É importante que haja lugar para troca de experiências e idéias. RECURSOS ORGANIZACIONAIS Para realizar seus objetivos, as organizações devem preocupar-se também com os recursos disponíveis, pois não adianta se lançar em grandes empreendimentos se não há recursos. Os recursos empresariais são os meios de que dispõem as empresas para poderem funcionar e alcançar seus objetivos. Eles podem ser de propriedade da empresa (fazendo parte de seu patrimônio), alugados ou arrendados. Os principais recursos empresariais são: recursos físicos ou materiais, recursos financeiros, recursos humanos, recursos mercadológicos, recursos administrativos. 1. Recursos físicos ou materiais são todas as coisas físicas e materiais de que dispõe uma empresa. Edifícios, instalações, equipamentos, matérias-primas etc. constituem os recursos físicos de uma empresa. Normalmente, a gestão dos recursos físicos ou materiais cabe a administração da produção da empresa. 2. Recursos financeiros correspondem ao fator de produção denominado capital. 10
11 Abrangem, porém, muito mais que o capital, pois envolvem a totalidade dos recursos financeiros da empresa, como o faturamento, o fluxo de caixa, os investimentos, as contas a receber etc. A gestão dos recursos financeiros cabe a administração financeira da empresa. 3. Recursos humanos correspondem ao fator de produção denominado trabalho. Sua abrangência, porém, é bem maior pois enquanto o trabalho focaliza apenas a mão de obra, os recursos humanos envolvem todas as pessoas na empresa, do presidente ao operário. A gestão dos recursos humanos cabe a administração de recursos humanos. 4. Recursos mercadológicos também chamados recursos comerciais, envolvem os meios mediante os quais a empresa faz fluir seus produtos ou serviços até o consumidor final. Pesquisa de mercado, vendas, promoção, propaganda e canais de distribuição são exemplos de recursos mercadológicos. A gestão dos recursos mercadológicos cabe a administração mercadológica ou administração de marketing. 5. Recursos administrativos correspondem ao fator de produção denominado empresa. Envolvem os meios de coordenação interna de todos os demais recursos empresariais, assegurando-lhes a integração necessária para o seu desempenho global. A gestão dos recursos administrativos cabe a administração geral. A ABORDAGEM SISTÊMICA NAS ORGANIZAÇÕES EMPRESARIAIS A Teoria Geral dos Sistemas ensina-nos que um sistema é um todo organizado e unido, composto por duas ou mais partes interdependentes, delimitado por fronteiras identificáveis do seu macrossistema ambiental. O Sistema Solar, o corpo humano, um ecossistema ou uma organização são exemplos de interação dinâmica interdependente que caracterizam um sistema. Um sistema é composto por subsistemas ou componentes e está integrado num macrossistema. O todo formado por um sistema é superior a mera soma das partes que o constituem. Chama-se a esse conceito holismo, que resulta das sinergias estabelecidas entre os vários subsistemas. 11
12 É preciso distinguir dois tipos de sistemas. Um sistema fechado não tem qualquer relação com o respectivo ambiente, enquanto um sistema aberto estabelece uma interrelação com aquilo que o rodeia. A maior parte, se não a totalidade, dos sistemas sociais corresponde a este segundo tipo. A descrição de sistema aberto é exatamente aplicável a uma organização empresarial. Uma empresa é um sistema criado pelo homem e mantém uma dinâmica interação com seu meio ambiente. Influi sobre o meio ambiente e recebe influências dele. E um sistema integrado por diversas partes relacionadas entre si, que trabalham em harmonia umas com as outras, com a finalidade de alcançar uma série de objetivos, tanto da organização quanto de seus participantes. É fácil observar que esses conceitos correspondem à realidade das organizações. O que a aplicação dessa visão sistêmica trouxe de novo a Teoria da Gestão foi o fornecimento de um quadro global, no qual podem ser integrados quase todos os conhecimentos colhidos anteriormente, considerando agora também o ambiente no qual a organização se insere. Esta é a grande novidade, pois, até esse momento, as teorias de gestão que tinham sido propostas viam a empresa como um sistema fechado. Os principais subsistemas que compõem o sistema empresarial são: Subsistema de Objetivos e Valores: há em cada organização um subsistema de objetivos e valores. Sendo a empresa um subsistema da sociedade onde se insere, é natural que uma boa parte dos seus valores sejam determinados pelo contexto em que se insere. Esse subsistema inclui a cultura e os objetivos globais, de grupo ou individuais. Subsistema Técnico: é o subsistema que integra o conhecimento necessário ao desempenho do papel produtivo da empresa, bem como a tecnologia envolvida. Subsistema Psicossocial: compreende os fatores que influenciam o comportamento individual, como a motivação, as dinâmicas de grupo, a liderança, a comunicação ou as relações interpessoais. Subsistema de Estrutura: inclui os meios de divisão e coordenação da organização, estabelecendo as relações formais de autoridade, comunicação e trabalho. 12
13 Subsistema de Gestão: envolve os outros quatro, estabelecendo os objetivos, planejando, desenhando a estrutura e implementando sistemas de controle. Figura 1: O sistema organizacional Assim, a organização deve ser vista como um sistema aberto, composto por um conjunto de subsistemas (ou processos) que trabalham coordenadamente como um único sistema global, para atingir os objetivos do negócio. As funções, os departamentos ou os serviços são subsistemas, cuja única razão de ser é contribuir para o processo-base da organização. A abordagem sistêmica estuda a empresa como um sistema (processos), focalizando a gestão na simplificação dos processos pelos quais os produtos são criados e na eliminação das tarefas que não tem valor agregado, permitindo que esta responda, de uma forma adequada, a crescente exigência por parte do cliente. 13
14 2 PROCESSO ADMINISTRATIVO 14
15 ADMINISTRAÇÃO: CONCEITO E APLICAÇÃO A palavra administração origina-se do latim ad na direção de, no sentido de... e minister obediência, subordinação. Administrar significa, portanto, realizar tarefas mediante uma relação entre autoridade e responsabilidade, isto é, comando e obediência. Administrar é a arte e a ciência de preparar, organizar e dirigir os esforços humanos, aplicando-os a direção das forcas e a utilização dos materiais para benefício humano. Apesar dos diferentes tratamentos da Administração pelo tempo, ela permanece como forma de aprimorar os meios para atingir os melhores fins. Seja por meio da arte, seja da racionalização, seja do uso de ambas, a Administração propõe o desenvolvimento da melhor forma de agir para obter os resultados esperados. Segundo Stoner (1999, p.4): A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos. O conceito de administração está, dessa forma, estreitamente relacionado ao próprio conceito de organização, pois não se pode pensar em empresas, organismos e instituições que não utilizem processos administrativos, uma vez que é por meio deles que se estruturam as organizações, levando-as a realizar seus objetivos. Na verdade, como diz Idalberto Chiavenato na obra Introdução a Teoria da Administração: O objeto de estudo da administração sempre foi a organização, inicialmente entendida como um conjunto de cargos e tarefas, mais além como um conjunto de órgãos e funções, desdobrando-se, posteriormente, em uma complexa gama até chegar a concepção de sistema. As mais recentes teorias administrativas têm por objetivo o estudo da organização como um sistema composto de subsistemas que interagem entre si e com o ambiente externo. 15
16 A administração não é uma atividade mecânica, varia de empresa para empresa. Logo, o administrador terá de reavaliar seu papel, suas atividades, suas funções, cada vez que necessitar exercer cargos administrativos. O sucesso de um administrador esta correlacionado mais as características de sua personalidade, ao seu modo de agir e de resolver problemas do que propriamente ao conhecimento adquirido sobre administração. Por isso, Idalberto Chiavenato destaca três aspectos importantes para que o administrador possa executar eficazmente o processo administrativo: a habilidade técnica, a humana e a conceitual. Vamos analisá-las. 1. Habilidade técnica consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários à realização de suas tarefas específicas, por meio de sua instrução, experiência e educação. 2. Habilidade humana consiste na capacidade e no discernimento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes e motivações e aplicar uma liderança eficaz. 3. Habilidade conceitual consiste na compreensão global das complexidades da organização e no ajustamento do comportamento da pessoa na organização. Essa habilidade permite que a pessoa se comporte de acordo com os objetivos da organização. A necessidade de usar mais uma habilidade do que outra varia à medida que se sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. Assim, quando se exercem cargos mais elevados na organização, diminui a necessidade de habilidades técnicas e aumenta a necessidade de habilidade conceitual. A atividade administrativa pode ser exercida por profissionais de qualquer área: engenheiros, médicos, economistas, professores etc. Numa estrutura organizacional, qualquer profissional competente pode ser designado para ocupar cargos de supervisão, chefia, direção. A partir do momento em que for promovido, precisa, então, dedicar-se as responsabilidades que lhe exigirão conhecimentos e posturas novas e diferentes. Um bom administrador deve observar alguns fatores dos quais depende o sucesso 16
17 de seu trabalho. Estes são os seguintes: filosofia, objetivos, aptidões humanas, recursos ambientais, normas e estrutura. Conheça, de forma breve, essas características. 1. A filosofia da administração compreende a orientação que o administrador imprime ao seu trabalho. Mesmo quando ela não é expressa existe de forma implícita, norteando o trabalho do administrador, está presente nas respostas que o administrador dá a certas questões. 2. Os objetivos são diferentes para a organização, para os empregados e para a comunidade. A organização, por exemplo, interessam a produção de bens ou serviços e o lucro que essa atividade possa proporcionar-ihe. Já aos empregados interessam, sobretudo, a sobrevivência e a realização pessoal. Para a comunidade, interessam os bens e os serviços, e a qualidade deles. Cabe ao administrador conciliar os objetivos dos vários grupos sociais. 3. As aptidões humanas são um fator fundamental para o desenvolvimento das empresas e instituições, pois delas depende, em grande parte, a realização dos planos estabelecidos pela organização. É importante o cuidado constante com o aperfeiçoamento dos trabalhadores, bem como a busca de sua satisfação pessoal. 4. Os recursos ambientais dizem respeito a instalações, equipamentos e demais recursos e serviços de apoio necessários ao alcance dos objetivos da organização, dos empregados e da comunidade. 5. As normas referem-se à seqüência em que as tarefas devem ser desenvolvidas, ou seja, cada atividade, cada trabalho deve ser executado mediante determinados passos previamente estabelecidos. É função do administrador promover pesquisas para verificar, em cada caso, qual a seqüência de etapas que conduz de forma mais eficiente aos objetivos. 6. A estrutura organizacional consiste em determinada distribuição das funções e responsabilidades administrativas dentro da organização. Por exemplo, a estrutura organizacional de uma universidade vai indicar as várias faculdades e institutos de que se compõe essa organização de Ensino Superior e, dentro de cada unidade, vai indicar os departamentos que a compõem, e assim por diante. 17
18 Pode-se concluir que a administração, nos dias de hoje, é uma área de conhecimento humano imprescindível para o desenvolvimento da sociedade. Não se trata, entretanto, de uma atividade simples, ao contrário, é complexa e plena de desafios. Cada organização lida com problemas específicos, portanto o administrador deve estar preparado para antecipar e solucionar problemas, planejar a aplicação de recursos e desenvolver estratégias. FUNÇÕES EMPRESARIAIS Para atingir o objetivo estabelecido pela empresa, o administrador deve estar apto a utilizar os recursos humanos, materiais e financeiros numa ação ordenada das chamadas funções empresariais. Funções técnicas Referem-se às atividades de transformação de matérias-primas em produtos acabados, estando intimamente ligadas ao negócio em si. Uma imobiliária, por exemplo, tem por obrigação conhecer as diversas particularidades envolvidas na compra, na locação e na venda de imóveis. Funções comerciais Abrangem todas as etapas direcionadas à compreensão das necessidades/desejos do mercado, envolvendo, também, a análise da concorrência. Destinam-se a oferecer aquilo que os clientes almejam a preços competitivos. Funções financeiras Representam a habilidade de atrair recursos monetários e aplicá-los onde dêem maior retorno. É a gestão do capital. Funções de segurança 18
19 Estão ligadas a proteção do patrimônio, incluindo pessoas, máquinas, equipamentos, instalações prediais etc. Funções contábeis Tem a finalidade específica de, mediante demonstrativos formalizados, apresentar a situação do negócio. Compreendem inventários, balancetes, balanços etc. Funções administrativas Relacionam-se à estipulação de programas de ação empresarial, gerenciando os recursos a disposição. Abrangem todo o processo de definição de objetivos e metas, culminando com a determinação das responsabilidades, níveis de autoridade, liderança e instrumentos de acompanhamento e controle. O PROCESSO ADMINISTRATIVO As diversas funções do administrador, quando visualizadas como um todo para o alcance dos objetivos da empresa, constituem o processo administrativo. Este processo possui caráter extremamente dinâmico e contínuo, envolvendo as seguintes funções: A. Planejamento B. Organização C. Direção D. Controle Vamos abordar cada uma delas de forma prática e resumida. A. Planejamento O planejamento, na área administrativa, é a ação de especificar os objetivos a serem atingidos pela organização e determinar as formas de concretizá-los. 19
20 A função básica do planejamento reside na importância de se definir linhas de atuação, sejam estas individuais, sejam coletivas, consoante os desempenhos capazes de gerar resultados positivos a um todo. Variáveis externas Como qualquer função no mundo dos negócios, o planejamento sofre influências de variáveis internas e externas. Vamos exemplificar com fatores atuantes no mercado imobiliário. a economia interfere diretamente na oferta e procura de bens imóveis; a tecnologia fornece condições inovadoras no ato de vender e na captação da informação; o governo cria taxas e impostos; a legislação impõe normas de procedimentos administrativos; o modismo provoca mutações nos comportamentos de consumo; os aspectos sociais ditam posturas coletivas; a demografia demonstra os níveis de crescimento populacional e o fluxo desta provoca transformações nos limites das cidades. Variáveis Internas O conhecimento da realidade interna da organização, isto é, sua situação no que se refere à condição do mercado, subsidia o processo decisório acerca do que se pretende atingir e qual o impacto do alcance de determinados objetivos nos negócios. Partindo do exposto, pode-se concluir o seguinte. O planejamento existe em função da própria razão de existência da empresa. O planejamento responde as indagações: o que fazer? onde fazer? como fazer? quanto fazer? quando fazer? quem vai fazer? e para quem fazer? O planejamento deve abranger toda a organização. 20
21 Pressupostos do Planejamento O planejamento busca as ações a seguir. Eficiência: fazer as coisas com bom desempenho; está baseada em métodos, meios e procedimentos. Eficácia: fazer as coisas corretas, atingindo os resultados propostos. Efetividade: apresentar resultados positivos permanentes, generalizados por toda a empresa. Traduz-se pelas respostas eficientes e eficazes. Economicidade: nortear o trabalho com ausência de desperdício de recursos; está baseada na relação custo, benefício e viabilidade. Estrutura do planejamento ser esta. A estrutura do planejamento em uma organização, quanto a sua abrangência, pode Estratégico Compreende as decisões que englobam a empresa como um todo. Está voltado para o estabelecimento de metas, objetivos e políticas da organização. Tende a ser mais complexo, exigindo um período relativamente longo para sua plena concretização. Tático Compreende a procura por resultados eficientes e eficazes direcionados para um departamento da organização. É projetado para media prazo, muitas das vezes para um exercício anual. Operacional Representa o próprio ato de fazer. Pode ser visualizado em setores, seções e até nos funcionários. É projetado para curto prazo, podendo envolver cada tarefa ou atividade isoladamente. Normalmente objetiva metas, programas, normas e procedimentos Período do Planejamento Quanto ao período o planejamento pode ser. 21
22 Em longo prazo Abrange períodos acima de cinco anos. Em médio prazo Abrange períodos de dois a cinco anos. Em curto prazo Abrange período de ate um ano. B. Organização É a ação de estruturar a empresa por meio da reunião de pessoas e da aquisição dos equipamentos necessários a consecução dos objetivos. Fazem parte da estrutura organizacional as normas de trabalho, o pessoal, os materiais e os equipamentos. Como atividade básica da administração, serve para estruturar todos os recursos, humanos ou não, visando ao alcance dos objetivos predeterminados. Quando a função administrativa é estabelecida de forma adequada, oportuniza: a organização das funções e responsabilidades; a identificação das tarefas necessárias; a clareza de informações e feedback aos empregados; a oferta dos recursos e dos materiais para realização das tarefas; a avaliação de dos desempenhos compatíveis com os objetivos; o agrupamento de pessoas para realização de tarefas inter-relacionadas; um sistema de motivação eficiente. C. Direção É a ação de fazer funcionar a organização, mediante coordenação de todo o trabalho e de seu acompanhamento. O papel da direção é acionar e dinamizar a empresa. Temos aqui a correção de desvios, o treinamento de pessoal, a reposição de materiais e a substituição ou o remanejamento de empregados, por exemplo. 22
23 Esta função integra a forma pela qual as atividades das pessoas que trabalham na empresa vão ser desenvolvidas para que os objetivos propostos no planejamento sejam alcançados. A direção, como função administrativa, também interpreta os planos organizacionais, que podem ser globais, departamentais ou operacionais, dando os devidos encaminhamentos para sua plena execução. Assim, lida com as relações interpessoais em todos os níveis organizacionais, envolvendo todos os administradores e seus respectivos subordinados. Princípios da administração aplicados a direção. contas. Unidade de comando deve haver um superior a quem os subordinados prestam Delegação deve haver designação de tarefas, de autoridade e de responsabilidades. Para que este princípio tenha os resultados esperados, convém: Delegar a tarefa inteira, aumenta-se o nível de motivação e responsabilidade, além de facilitar o controle do desempenho. - Delegar a tarefa inteira, confiando na competência da pessoa e evitando interferências constantes; - Delegar a tarefa certa para a pessoa certa; - Delegar a tarefa junto com a responsabilidade e a autoridade para executá-la. Amplitude de controle deve haver um limite quanto ao número de posições que podem ser eficientemente supervisionadas por um único indivíduo. Principio da coordenação ou das relações funcionais deve haver uma ação globalizada e convergente, que harmonize e capitaliza todos os esforços individuais em benefício do objetivo comum. D. Controle É a ação que consiste na verificação sistemática do andamento das operações funcionais no intuito de localizar erros e/ou distorções em um instante que ainda possibilita 23
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